bebé ano zero

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Bebé ano zero, Marie-Claude Monchaux, Ed. Paulistas, 1977.

O meu nome é Mariazinha,

sou uma menina de dois anos.

Esta é a minha mãezinha.

O papá é muito forte.

Antes que eu nascesse, na minha família só havia meninos:

O António…

O José…

E muitos primos:

tantos, que não posso apresentá-los a todos.

Numa palavra:

quando cheguei, tornei-me a rainha da casa.

Por ocasião do meu segundo aninho, a minha tia Rosa desenhou um livro: é a história do meu nascimento.

Mas vede bem todas as páginas: é também a vossa história.

Eles quiseram ter um bebé.

Era uma vez um rapaz e uma rapariga. Eles amavam-se. Decidiram viver juntos e casaram. Eram o papá e a mamã.

Era uma vez um rapaz e uma rapariga. Eles amavam-se. Decidiram viver juntos, e então casaram. Eram o papá e a mamã.

Um dia a mamã ficou a saber que eu estava no seu ventre, bem escondidinha. Estávamos nos fins do Inverno.

São necessárias três estações para que um bebé nasça. Eles esperavam-me para o Outono. “Ainda falta tanto tempo”! Dizia a mamã.

Entretanto,

Lentamente,

O seu ventre crescia…

Crescia…

Crescia…

Crescia…

E neste tempo eu estava lá dentro, pequenina, assim:

Nos últimos dias de Fevereiro eu era mais pequena que uma ervilha.

No início da Primavera eu era ainda tão pequenina!

Tão pequenina que poderiam vestir-me com as cinco pétalas de um narciso.

Quando começou o Verão,

eu era

deste

tamanho:

Nos finais de Julho as rosas ainda estavam em flor. Mas eu não sabia ainda o que era uma rosa.

Quando chegou o Outono,

a natureza ia começar a dormir: eu, porém, ia conhecer a luz do mundo!

“Desenhe-me como eu era dentro da mamã”, pedi eu.

“Tu eras assim”.

“E como faz o bebé para sair?”

“Por entre as pernas da mamã, por uma pequena abertura que há em todas as meninas, mas não nos meninos”.

“Vai ser um menino…”

Sonhava a mamã.

“Um menino como este?”

“Ou uma menina

loirinha,

Loirinha como uma sereia?”

Dizia o papá.

E quando eu nasci…

Não era

exactamente como eles sonhavam!

Mas eles acharam-me mil vezes mais bonita.

Não se cansavam de olhar para mim.

A mamã e eu ficámos alguns dias na maternidade.

Depois, voltámos para casa, com o papá.

A mamã alimentava-me com o seu leite.

Todas as mamãs, quando nasce um bebé, têm leite para ele.

“Todas as crianças do mundo nascem assim?”

-Sim, todas!

As que têm

a pele branca e os cabelos loiros.

As que vivem nuazinhas,

em regiões desconhecidas,

Todas!

As que as mamãs trazem às costas:

criancinhas de pele escura…

… criancinhas de pele amarela.

As criancinhas que brincam ao sol, quando aqui é noite e tu estás a dormir.

Os meninos e as meninas de outrora…

o papá;

a mamã;

o avô;

a avó

e eu também!

E TODOS os adultos, quando eram pequenos:

E vós também!

Sim, também vós, que estais a olhar para estes desenhos.

Vós também nascestes assim!

Acab

ei

de vos

cont

ar

a h

istóri

a

da

Mariaz

inha.

Adeus!

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