batalha espiritual
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Anjos e demônios 11
Anjos edemôniosBatalha espiritual
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Vivemos em um mundo de domínio espiritual. Basta andar por cer-
tos lugares e você logo sente a diferença no ar. Esse pode lhe pa-
recer um conceito medieval, mas é um fato. O mundo que vemos,
ouvimos, tocamos e percebemos com todos os nossos sentidos faz
parte de uma realidade maior.
Há alguns anos, foi publicado o livro Este mundo tenebroso, de
Frank Peretti. Trata-se de uma ficção, mas com algum fundamento
bíblico. Claro que, como uma ficção, uma publicação como essa
sofre certas limitações e até traz consigo alguns perigos. Podemos
nos confundir e achar que é uma descrição fiel de tudo o que acon-
tece na vida real. Tendo feito esse importante “porém”, convenhamos
12 Batalha espiritual
que nosso mundo é ocupado por seres humanos, mas também por
seres que não são inteiramente deste mundo.
Sabemos da existência de pessoas que se entregam a espíritos malig-
nos, lhes servem como vasos e são visitados periodicamente, sendo
possuídos e levados a fazer as suas vontades. Todo folclore à parte,
essa é a realidade de muitos que vivem uma vida de escravidão
e de pavor. Quão grande é a alegria de alguém que, uma vez es-
cravizado dessa maneira, é surpreendido pela graça libertadora de
Jesus Cristo! Sim, pois o nome de Jesus é poderoso para libertar.
No nome de Jesus pessoas podem ser libertas desses espíritos ma-
lignos. Sei que de uns tempos para cá a prática de libertação tem
caído em descrédito, por ter sido usada como uma espécie de show
em programas de televisão. É trágico ver pessoas humilhadas dessa
maneira. Mas é importante lembrar que há libertação para o cativo.
Também existem anjos bons em ação neste mundo. Falamos pouco
sobre a sua função, até porque na Bíblia há poucas referências a anjos
após os primeiros livros do Novo Testamento. No Antigo Testamento,
vemos anjos proclamando, anunciando e trazendo mensagens aos
homens. Vemos sua atuação no anúncio da vinda do Nosso Senhor
ao mundo. Os pastores no campo assistiram a um verdadeiro coral
celestial proclamando o nascimento do Rei Jesus. Maria recebeu de
um anjo a notícia do propósito de Deus de usá-la para ser a mãe do
Salvador. Ela aceitou com as simples palavras: “Sou serva do Senhor;
que aconteça comigo conforme a tua palavra” (Lucas 1.38). Foram os
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anjos que ficaram ao lado do túmulo vazio de Jesus e anunciaram a
sua ressurreição. Quando Jesus finalmente ascendeu ao Céu, foram
os anjos que lembraram aos discípulos que deveriam voltar para
Jerusalém e esperar a promessa de poder do alto. Ainda lembraram
que Jesus voltaria um dia da mesma maneira que ascendeu ao Pai.
No livro de Atos dos Apóstolos também há relatos de alguns casos
de atividade angelical. Porém, o que mais vemos é a ação do Espírito
Santo, por meio dos membros do Corpo de Cristo. Há nas cartas de
Paulo uma ausência de instruções referentes a anjos, exceto de não
adorá-los, como no caso de Colossenses 2.18: “Não permitam que
ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de
anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhada-
mente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa”. Existem
casos em que são apenas mencionados, mas somos instruídos a não
nos preocupar com eles. Havia na Igreja primitiva um grupo herege
que tinha muita preocupação com os anjos. Eram os gnósticos, que se
preocupavam em falar deles e até de estudar genealogias angelicais.
Um livro neotestamentário fala muito de anjos. Em Hebreus, temos
uma mensagem escrita para pessoas que estavam sendo tentadas
a voltar a seguir uma religião muito característica de Alexandria, no
norte da África. Essa religião era uma mistura das Escrituras Hebrai-
cas com a filosofia de um alexandrino chamado Philo. Ele elogiava
o papel dos anjos. Mas o autor aos hebreus fez questão de mostrar
que o nosso mediador é Cristo e somente Ele.
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Finalmente, vemos no livro de Apocalipse uma atividade tremenda
dos exércitos angelicais. Parece que no Céu eles estão em franca
atividade. No fim, eles celebrarão a revelação dos filhos de Deus.
E, segundo João, que teve a visão descrita no livro enquanto se
achava na Ilha de Patmos, anjos fizeram parte dessa ópera cósmica,
que mostrou a verdadeira natureza da guerra travada no mundo
espiritual.
Devemos nos preocupar com eles? Não. Devemos orar para eles?
Também não há uma menção sequer na Bíblia sobre isso. Deve-
mos procurar saber mais sobre eles? Somente até o ponto que se
torna necessário para entender o que o texto bíblico diz a respeito
dos eventos que em breve todos celebraremos, sendo o evento
maior a vinda do nosso Senhor à Terra. Todo o mundo espiritual se
mobilizou para anunciar e celebrar que Deus estava entre nós. Um
menino nos nasceu. Um rei. O Rei!
Que anjos tenham atuação em nosso mundo, eu não tenho dúvida.
Mas em nenhum lugar somos instruídos a supervalorizá-los. Pode-
mos descansar na certeza de que, se orarmos a Deus Pai, em nome
do seu Filho, e pelo poder do Espírito Santo, o Pai tem a seu dispor
todos os recursos para realizar a sua vontade.
Tenho ouvido sobre grupos que emprestam seus anjos da guarda
uns aos outros. Há pessoas que pedem a Deus mais anjos da guarda
em ocasiões de aparente necessidade ou perigo. Confesso que já
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pedi tal coisa, em épocas passadas, de maior ignorância bíblica. Mas,
pensando bem, a coisa se desvia do alvo e do culto racional. Tenho
que depositar toda a minha fé em Deus e em Deus somente. Tenho
que confiar a Ele todos os meus cuidados e não instruí-lo acerca dos
meios que eu acho que Ele deva empregar para fazer a sua vontade.
Sinceramente, é brincar com coisa séria.
Anjos e demônios existem. Podemos ordenar aos demônios que
saiam de alguém, no nome de Jesus, e eles terão que obedecer. Não
cabe a nós conversar com eles, nem tentar obter mais informações
do que sejam necessárias para o ato de libertação. Os próprios discí-
pulos ficaram maravilhados com o fato de poder expulsar demônios.
Mas, quando voltaram com essa notícia, Jesus se limitou a dizer que
o que realmente importava não era isso, e sim ter o nome escrito no
Livro da Vida. O que importa, segundo Jesus, é sermos salvos eterna-
mente com Deus.
Vivemos num mundo espiritual e não há dúvida quanto a isso. Vive-
mos num mundo de domínios. Mas posso lhe afirmar, com absoluta
certeza, que a missão e os cuidados da Igreja não passam por es-
sas coisas. Temos que nos submeter a Deus, resistir às tentações do
Diabo e ele fugirá de nós. O que os anjos estão fazendo nesses dias
não é assunto nosso, pois não nos obedecem, mas sim a Deus. Veja
como servem a Deus, confome Hebreus 1.14: “Os anjos não são,
todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que
hão de herdar a salvação?”.
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No fim, quando Jesus voltar e todas as coisas se consumarem, veremos
Cristo em toda a sua glória. Veremos o Senhor exaltado entre os anjos e
os anjos nos verão, transformados, pois seremos como Cristo é. O que
é corruptível será tragado pelo que é incorruptível. A morte não existirá
mais. E juntos contemplaremos o Ser mais glorioso de todo o universo, o
Cordeiro de Deus. Seu rosto brilhando como o Sol e seus olhos como
fogo. Cairemos aos seus pés, lançaremos por terra nossas coroas e re-
conheceremos que Ele fez tudo com perfeição. Até aquele dia, fitemos
nossos olhos somente em Cristo. Os anjos não são preocupação nossa.
Oremos:
Nosso Deus e Pai, os Teus caminhos são misteriosos para nós.
A Tua glória é incalculável. A Tua criação, visível e invisível, é perfeita
e simétrica. Sabemos que a criação que vemos geme pelo dia da
volta do Cordeiro de Deus. Nós gememos pela volta do Cordeiro de
Deus. O próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimí-
veis, pelo dia em que todo mal será lançado no fogo eterno.
Seja conosco. Dá-nos graça e perseverança nessa peregrinação
numa terra hostil e seca. Ajuda-nos em nossas fraquezas e levanta
os que caem vez por outra. Acima de tudo, hoje, nós te pedimos
que sejamos imbuídos de uma fome pela Tua santa Palavra, que é
lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos. Peço
isso em o nome de Jesus, nosso Mestre e Senhor. Amém.
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