avaliação do ppa
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1RELATRIO ANUAL DE AVALIAO ANO BASE 2012
VOLUME I
DIMENSO ESTRATGICA
PlanoMais Brasil
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3MINISTRIO DO PLANEJAMENTO, ORAMENTO E GESTOSECRETARIA DE PLANEJAMENTO E INVESTIMENTOS ESTRATGICOS
RELATRIO ANUAL DE AVALIAO ANO BASE 2012
VOLUME I
DIMENSO ESTRATGICA
Braslia - DF, Maio/2013
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4MINISTRIO DO PLANEJAMENTO, ORAMENTO E GESTOSECRETARIA DE PLANEJAMENTO E INVESTIMENTOS ESTRATGICOSESPLANADA DOS MINISTRIOS, BLOCO KFONE: 55 (61) 2020.4080FAX: 55 (61) 2020.4498CEP: 70040-906 Braslia DF
Site: www.planejamento.gov.br
2013, Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratgicos
Brasil. Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratgicos.
Plano Mais Brasil PPA 2012-2015 : Relatrio Anual da Avaliao : ano base 2012 / Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto/SPI. - Braslia : MP/SPI, 2013.
5 v.
Contedo parcial: Dimenso estratgica, v.1.
1. Planejamento e gesto Brasil. 2. Macroeconomia desenvolvimento. 3. Infraestrutura. 4. sustentabilidade e inovao. 5. sistema de proteo social. 6. Plano Plurianual 2012-2015. 7. insero internacional. I. Secretaria de Planejamento e Investimento Estratgico SPI.
CDU 338.262012-2015(81)v.1
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5Repblica Federativa do Brasil
Presidenta da Repblica Dilma Vana Rousseff
Vice-Presidente da RepblicaMichel Miguel Elias Temer Lulia
Ministros:
Advogado Geral da UnioLus Incio Lucena Adams
Ministra-chefe da Casa CivilGleisi Helena Hoffmann
Ministro-chefe da Controladoria Geral da UnioJorge Hage Sobrinho
Ministro de Estado da Agricultura, Pecuria e AbastecimentoAntnio Eustquio Andrade Ferreira
Ministro de Estado da Cincia, Tecnologia e InovaoMarco Antnio Raupp
Ministra de Estado da CulturaMarta Suplicy
Ministro de Estado da DefesaCelso Amorim
Ministro de Estado da EducaoAloizio Mercadante Oliva
Ministro de Estado da FazendaGuido Mantega
Ministro de Estado da Integrao NacionalFernando Bezerra Coelho
Ministro de Estado da JustiaJos Eduardo Cardozo
Ministro de Estado da Pesca e AquiculturaMarcelo Bezerra Crivella
Ministro de Estado da Previdncia SocialGaribaldi Alves Filho
Ministro de Estado da SadeAlexandre Rocha Santos Padilha
Ministro de Estado das CidadesAguinaldo Ribeiro
Ministro de Estado das ComunicaesPaulo Bernardo Silva
Ministro de Estado das Relaes ExterioresAntonio de Aguiar Patriota
Ministro de Estado de Minas e EnergiaEdison Lobo
Ministro de Estado do Desenvolvimento AgrrioGilberto Jos Spier Vargas
Ministra de Estado do Desenvolvimento Social e Combate FomeTereza Campello
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6Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio ExteriorFernando da Mata Pimentel
Ministro de Estado do EsporteJos Aldo Rebelo
Ministra de Estado do Meio AmbienteIzabella Mnica Vieira Teixeira
Ministra de Estado do Planejamento, Oramento e GestoMiriam Belchior
Ministro de Estado do Trabalho e EmpregoManoel Dias
Ministro de Estado do TurismoGasto Dias Vieira
Ministro de Estado dos TransportesCsar Augusto Rabello Borges
Ministro de Estado-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidncia da RepblicaGuilherme Afif Domingos
Ministro de Estado-chefe Interino da Secretaria de Assuntos Estratgicos da Presidncia da RepblicaMarcelo Crtes Neri
Ministro de Estado-chefe da Secretaria de Aviao Civil da Presidncia da RepblicaWellington Moreira Franco
Ministra de Estado-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidncia da RepblicaMaria do Rosrio Nunes
Ministra de Estado-chefe da Secretaria de Polticas de Promoo da Igualdade Racial da Presidncia da RepblicaLuiza Helena de Bairros
Ministra de Estado-chefe da Secretaria de Polticas para as Mulheres da Presidncia da RepblicaEleonora Menicucci de Oliveira
Ministro de Estado-chefe da Secretaria de Portos da Presidncia da RepblicaJos Lenidas de Menezes Cristino
Ministra-chefe da Secretaria de Comunicao Social da Presidncia da RepblicaHelena Chagas
Ministra de Estado-chefe da Secretaria de Relaes InstitucionaisIdeli Salvatti
Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidncia da RepblicaGilberto Carvalho
Ministro de Estado-chefe do Gabinete de Segurana InstitucionalJos Elito Carvalho Siqueira
Presidente do Banco Central do BrasilAlexandre Antonio Tombini
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7SUMRIO
APRESENTAO GERAL .............................................................................................. 9
INTRODUO ........................................................................................................... 11
A ESTRATGIA DE DESENVOLVIMENTO ..................................................................... 13
MACROECONOMIA PARA O DESENVOLVIMENTO ..................................................... 17
SISTEMA DE PROTEO SOCIAL ............................................................................... 27
INFRAESTRUTURA ..................................................................................................... 45
PRODUO COM SUSTENTABILIDADE E INOVAO ................................................ 55
INSERO INTERNACIONAL ...................................................................................... 65
ESTADO, FEDERALISMO, PLANEJAMENTO E GESTO ................................................ 77
CONSIDERAES FINAIS ........................................................................................... 87
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9APRESENTAO GERAL
O Governo Federal tem a satisfao de apresentar ao Congresso
Nacional e sociedade brasileira o Relatrio de Avaliao Anual do
Plano Plurianual 2012-2015, ano-base 2012, contendo uma descrio
dos principais resultados obtidos no exerccio em questo, a partir
da implementao das polticas pblicas traduzidas nos Programas
Temticos do plano vigente.
Alm de cumprir a determinao legal contida no Artigo 15 da Lei n 12.593, de 18
de janeiro de 2012, que institui o Plano Plurianual (PPA) para o perodo 2012-2015,
o presente Relatrio tambm auxilia a gesto e o aperfeioamento contnuo da
programao constante do PPA, de forma a possibilitar maior eficcia na alocao de
recursos e a ampliar a quantidade e a qualidade dos bens e servios disponibilizados
sociedade. Constitui tambm importante insumo para a reflexo sobre os principais
desafios a serem enfrentados pelo Pas na busca pela justia social e pelo desenvolvimento
econmico sustentvel.
Merece destaque neste primeiro ano de vigncia do PPA a continuidade dos avanos
sociais decorrentes da implementao de polticas relacionadas ao resgate e ampliao
da capacidade de planejamento e investimento do Estado brasileiro; universalizao de
direitos sociais com incluso de segmentos populacionais historicamente desfavorecidos;
participao social na formulao e implementao das polticas; s medidas econmicas
para fomentar o mercado interno; e postura ativa do governo na regulao da oferta
de bens e servios.
Foram fortalecidas as polticas de natureza universal relacionadas educao, ao trabalho,
sade, assistncia e seguridade social, alm de estendidos os programas de
transferncias de renda, de garantia de segurana alimentar e de fomento agricultura
familiar e de preservao do meio ambiente. Cabe tambm frisar os avanos obtidos
na atuao do Estado como investidor e indutor do investimento privado nas reas de
infraestrutura e das polticas industrial e tecnolgica.
Nesse contexto de transformaes significativas para o Pas, foi elaborado o presente
Relatrio, que consiste no primeiro conjunto de informaes estruturadas a partir do
Mdulo de Monitoramento Temtico do PPA 2012-2015, organizado fundamentalmente
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a partir de informaes fornecidas pelos rgos do Executivo Federal relativas ao ano-
base 2012. Ele abrange os 65 Programas Temticos do PPA e concentra-se nos campos
do monitoramento destinados s anlises situacionais dos Objetivos e das Metas de cada
Programa.
Com o objetivo de facilitar a leitura, o documento est organizado em dois volumes,
sendo o primeiro (Volume I) relativo Avaliao da Dimenso Estratgica do PPA e o
segundo (Volume II) relacionado ao Monitoramento dos Programas Temticos constantes
do Plano. No conjunto, os dois volumes fornecem um panorama geral do desempenho
da atuao governamental em suas diversas reas de atuao.
A Avaliao da Dimenso Estratgica do PPA compreende uma anlise geral do andamento
do conjunto de polticas prioritrias, explicitando seus resultados e perspectivas no
que se refere s potencialidades de gerao de oportunidades e ao enfrentamento
das desigualdades que ainda persistem na sociedade brasileira. Este texto conta com
uma seo dedicada estratgia nacional de desenvolvimento e outras seis referentes
aos eixos de polticas escolhidos para organizar a avaliao: macroeconomia para o
desenvolvimento, que contempla o comportamento das variveis macroeconmicas
que embasaram a elaborao do Plano; sistema de proteo social; infraestrutura;
produo com sustentabilidade e inovao; insero internacional; e Estado, federalismo,
planejamento e gesto.
O Volume II, que compreende o Monitoramento dos Programas Temticos do PPA,
apresenta, para cada Programa Temtico, a situao dos Indicadores, Objetivos e Metas,
alm da execuo financeira das aes oramentrias vinculadas s Iniciativas. Ele est
organizado em quatro tomos: I - Polticas Sociais; II - Polticas de Infraestrutura; III - Polticas
de Desenvolvimento Produtivo e Ambiental; e IV - Polticas de Soberania, Territrio e
Gesto. Cada uma das partes contm informaes especficas sobre o andamento das
polticas nela retratadas, especialmente na anlise situacional dos objetivos e das metas.
Pode-se, assim, fortalecer anlises que permitam a identificao da necessidade de
ajustes no curso das polticas, bem como atuar de forma proativa na superao dos
gargalos existentes implementao do PPA, orientando a atuao do Governo Federal
no sentido de construir um Brasil mais justo e igualitrio.
Boa leitura!
Miriam Belchior
Ministra de Estado do Planejamento, Oramento e Gesto
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INTRODUO
O presente documento o volume 1 do Relatrio Anual de Avaliao do
Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal para o perodo 2012-2015,
ano base 2012. Neste volume o objeto de avaliao a consecuo, no
primeiro ano de vigncia do PPA, das orientaes anunciadas em sua
dimenso estratgica. No volume 2 esta anlise complementada pelo
registro de monitoramento dos indicadores, objetivos e metas dos programas temticos
(dimenso ttica do PPA), bem como pelo registro da execuo financeira das iniciativas
com vinculao oramentria do Governo Federal no exerccio de 2012.
O Brasil, no ano passado, deparou-se com grandes desafios relacionados a um cenrio
econmico global adverso. A incerta retomada econmica nos Estados Unidos, os
problemas fiscais e monetrios da Unio Europeia e a desacelerao das economias
emergentes representaram deteriorao do cenrio externo, conjugada acentuao da
concorrncia internacional.
Em que pesem as dificuldades trazidas pelo quadro internacional, o pas continuou
a avanar em 2012, ampliando o emprego e reduzindo a pobreza. Isso significa que
as polticas pblicas do Governo Federal e as mudanas em curso no pas continuam
na direo correta, com destaque para: o Plano Brasil Sem Misria e a busca pela
superao da pobreza extrema, que j foi alcanada entre os beneficirios do Bolsa
Famlia; o Programa de Acelerao do Crescimento - PAC e o reforo dos investimentos
em infraestrutura; o Programa Minha Casa, Minha Vida e a melhoria das condies
habitacionais dos brasileiros mais pobres; os estmulos ao investimento e produo por
meio da desonerao tributria; e a reduo da taxa bsica de juros; a queda do preo
das tarifas de energia; a continuidade da diminuio do desmatamento; e a manuteno
das taxas de desemprego em seus mais baixos nveis histricos.
Tais avanos resultam da vitalidade da sociedade brasileira e da estratgia de
desenvolvimento do Governo Federal anunciada desde o PPA 2004-2007. Essa estratgia
enfatiza a necessidade de convergncia entre polticas sociais, econmicas e ambientais,
com vistas promoo da incluso social e melhoria da distribuio de renda, de
forma a efetivar a universalizao e a institucionalizao dos direitos estabelecidos
pela Constituio Federal de 1988. O PPA 2012-2015 refora este compromisso com o
desenvolvimento inclusivo reafirmando, numa quadra histrica de reordenamento dos
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polos dinmicos da economia mundial, a importncia do Estado e da democracia: seja
na indicao em conjunto com a sociedade do futuro desejado, seja no provimento de
meios e coordenao com o setor privado para o alcance da viso de futuro perseguida.
O presente volume conta com uma seo sobre a estratgia nacional de desenvolvimento
e 6 sees referentes aos eixos de polticas pblicas escolhidos para organizar a avaliao:
macroeconomia para o desenvolvimento; sistema de proteo social; infraestrutura;
produo com sustentabilidade e inovao; insero internacional; e Estado, federalismo,
planejamento e gesto. Por fim, so apresentadas consideraes finais.
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A ESTRATGIA DE DESENVOLVIMENTO
Esta seo explicita a estratgia de desenvolvimento inclusivo contida no
PPA vigente e nos dois planos plurianuais que o antecederam. Entende-
se que as polticas pblicas e as mudanas em curso, organizadas a partir
da estratgia de desenvolvimento, vm proporcionando, nos ltimos anos,
materialidade aos objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil,
conforme estabelece o artigo 3 da Constituio Federal: I - construir uma sociedade
livre, justa e solidria; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e
a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e IV - promover o bem
de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminao.
Cabe lembrar que o modelo de desenvolvimento proposto no PPA 2004-2007 realiza a
integrao entre, por um lado, a incluso social e a redistribuio de renda e, por outro,
os investimentos e o crescimento da renda e do emprego. A universalizao dos direitos
sociais bsicos e a transmisso dos ganhos de produtividade aos salrios estabelecem a
sinergia entre as polticas sociais e de investimento, promovendo o crescimento por meio
da expanso do mercado de consumo popular. (PPA 2004-2007, p. 67)
O PPA 2008-2011 destacou a ampliao dos investimentos sociais e em educao e
infraestrutura, sendo estes ltimos consolidados no Programa de Acelerao do
Crescimento PAC e no Minha Casa, Minha Vida. Assim, como forma de viabilizar a
Estratgia de Desenvolvimento, o PPA 20082011 prioriza: a) as polticas pblicas voltadas
para o crescimento e a promoo da distribuio de renda; b) a elevao da qualidade
da educao; c) o aumento da produtividade e da competitividade; d) a expanso do
mercado de consumo de massa; e) a utilizao da diversidade dos recursos naturais de
forma sustentvel; f) a melhoria da infraestrutura, inclusive urbana (em particular nas
regies metropolitanas); g) a reduo das desigualdades regionais; h) a segurana e o
fortalecimento da democracia e da cidadania. (PPA 2008-2011, p. 11)
Dessa forma, a preservao do padro de desenvolvimento baseado no crescimento
sustentado com incluso social requer que, ao longo do perodo do PPA 2012-2015,
sejam enfrentados novos desafios que emergem de um novo contexto internacional e das
profundas transformaes em andamento na sociedade e na economia brasileira. Dentre
estes desafios, esto: a compatibilizao das taxas de juros e cmbio com os objetivos
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14
de crescimento e estabilidade macroeconmica, ampliao das fontes de financiamento
de longo prazo, aperfeioamento do sistema tributrio, reduo das desigualdades,
erradicao da pobreza extrema e dinamizao do mercado interno, elevao do
investimento, ampliao da oferta e eficincia da rede de infraestrutura, aproveitamento
das oportunidades do pr-sal e fomento inovao. (PPA 2012-2015, p. 22)
Na prtica, desde a dcada passada, e aps aproximadamente duas dcadas de
relativa estagnao econmica, recuperou-se o crescimento econmico, sem prejuzo
da estabilidade macroeconmica; ampliou-se a taxa de investimento, tanto no setor
pblico como no privado; houve significativa formalizao nas relaes de trabalho;
o desemprego caiu e se encontra hoje em suas menores taxas histricas; os salrios
experimentaram substanciais aumentos, em especial os dos segmentos na base da
estrutura salarial, beneficiados por forte incremento no salrio mnimo; o gasto social vem
aumentando de forma considervel; o acesso da populao a bens e servios pblicos
vem sendo crescentemente ampliado; e a assistncia aos cidados de menor renda tem
se generalizado, com crescente proximidade a uma cobertura universal. Como resultado,
os indicadores de pobreza sofreram importante queda, a distribuio de renda melhorou
e a percepo generalizada na sociedade a de que o pas se encontra em trajetria de
progressivo aumento do bem-estar social.
Uma estratgia de desenvolvimento o desenho da conduo deliberada por governos
e atores sociais de um padro de desenvolvimento vivel. Isto inclui a indispensvel
contribuio do Congresso Nacional, que ao longo deste perodo tem elaborado,
aprimorado e aprovado legislaes fundamentais para as transformaes estruturais em
curso na sociedade brasileira.
Neste sentido, a estratgia exposta nos ltimos trs PPAs do Governo Federal contm
um projeto executvel de construo democrtica nacional, algo que, do ponto de vista
poltico, foi interrompido pelo regime militar no perodo de 1964 a 1985 e, do ponto de
vista econmico, foi obstado pelo baixo crescimento durante quase um quarto de sculo
dcadas de 1980, 1990 e a entrada dos anos 2000. Desde 2003, vem se consolidando
um novo e vivel padro de transformaes estruturais o qual, em termos analticos,
pode ser organizado a partir de quatro pontos centrais, interligados pela primazia da
ateno ao desenvolvimento social:
i. Em sua dimenso social, a estratgia de universalizao e institucionalizao
dos direitos da cidadania, incluso social das parcelas mais vulnerveis da
populao e melhoria na distribuio de renda;
ii. Em sua dimenso econmica, a estratgia caracteriza-se por:
a) Praticar uma macroeconomia e um financiamento para o desenvolvimento,
garantindo os objetivos de estabilidade macroeconmica e de crescimento
com redistribuio de renda;
-
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b) Dar curso e velocidade s trs frentes de expanso que se encontram
atuantes na economia brasileira: investimentos em produo e consumo
de massa; investimentos em infraestrutura econmica e social; e
investimentos em atividades intensivas em recursos naturais;
c) Promover as trs frentes de expanso por meio de avanos substanciais
nos terrenos da educao, cincia, tecnologia e inovao construindo
uma sociedade de conhecimento at o ponto em que o processo de
inovao possa tornar-se uma quarta frente de expanso da economia; e
potenci-las, tambm, fortalecendo os encadeamentos produtivos;
iii. As dimenses social e econmica devem guiar-se pela observncia
sustentabilidade ambiental, bem como ao desenvolvimento regional vale
dizer, a redistribuio de oportunidades e de renda entre regies do pas;
iv. A estratgia de desenvolvimento no pode prescindir de uma agenda de
contnuo aperfeioamento da insero internacional do pas nas esferas
poltica, econmica, social e de acordos sobre tratamento do meio ambiente
bem como de uma agenda de contnuo fortalecimento do Estado e da
institucionalidade a servio do desenvolvimento socioeconmico e da
plenitude democrtica.
Dando continuidade a esta trajetria, a viso de futuro anunciada no PPA 2012-2015
aponta para um pas que seja reconhecido:
Por seu modelo de desenvolvimento sustentvel, bem distribudo
regionalmente, que busca a igualdade social com educao de qualidade,
produo de conhecimento, inovao tecnolgica e sustentabilidade
ambiental; e
PorserumaNaodemocrtica,soberana,quedefendeosdireitoshumanos
e a liberdade, a paz e o desenvolvimento no mundo.
Essa viso de futuro se desdobra em 11 Macrodesafios: 1. Projeto nacional de
desenvolvimento; 2. Erradicao da pobreza extrema; 3. Cincia, tecnologia e inovao;
4. Conhecimento, educao e cultura 5. Sade, previdncia e assistncia social; 6.
Cidadania; 7. Infraestrutura; 8. Democracia e participao social; 9. Integridade e
soberania nacional; 10. Segurana pblica; 11. Gesto pblica.
A superao destes macrodesafios envolve uma srie de polticas pblicas que foram
organizadas em 6 eixos:
Macroeconomiaparaodesenvolvimento;
Sistemadeproteosocial;
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Infraestrutura;
Produocomsustentabilidadeeinovao;
Inserointernacional;e
Estado,federalismo,planejamentoegesto
Esta organizao por eixos, para fins de avaliao, revela a opo por uma anlise que
contemple a diversidade dos temas acionados nos macrodesafios e, ao mesmo tempo,
favorea a elaborao de snteses sobre tpicos correlatos, conforme demonstrado nas
prximas sees.
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MACROECONOMIA PARA O DESENVOLVIMENTO
A poltica macroeconmica tem sido conduzida, com xito, de forma
consistente com a estratgia de crescimento com estabilidade de preos
e redistribuio da renda.
A anlise da presente seo contempla a Lei que institui o Plano Plurianual
da Unio para o perodo 2012-20151, que em seu artigo 15, inciso I,
estabelece que o Poder Executivo encaminhar ao Congresso Nacional relatrio anual
com avaliao do comportamento das variveis macroeconmicas que embasaram a
elaborao do Plano, explicitando, se for o caso, as razes das discrepncias verificadas
entre os valores previstos e os realizados. Analisa-se inicialmente o desempenho no
que se refere s principais variveis macroeconmicas, e contemplam-se, ao final, as
principais iniciativas destinadas ampliao do investimento.
O cenrio macroeconmico anunciado no PPA 2012-2015 apresenta metas de inflao
e de resultado primrio do Governo Central. A meta de inflao, medida pelo ndice
Nacional de Preos ao Consumidor Amplo IPCA, era 4,5% em 2012, com intervalo de
tolerncia de 2,0 pontos percentuais para cima ou para baixo. Como o IPCA observado
em 2012 foi 5,84%, o ndice manteve-se dentro do intervalo de tolerncia. J a meta de
resultado primrio do Governo Central em 2012 era 1,57% do PIB2. Como o observado
foi 1,95% do PIB, conclui-se que foi superada a meta de resultado primrio estabelecida
para o primeiro ano de vigncia do PPA.
No que se refere aos parmetros macroeconmicos utilizados durante a elaborao do
PPA, destaca-se que a taxa de cmbio mdia (R$/US$) verificada em 2012 foi 1,95,
acima do valor estimado de 1,64. Quanto taxa over Selic em dezembro de 2012, o
observado foi 7,25% ao ano, abaixo do valor estimado de 12,50% ao ano, o que significa
importante mudana de patamar frente ao passado recente. Quanto ao Produto Interno
Bruto PIB, o observado foi 0,9%, abaixo do valor estimado de 5,0%. O impacto da
crise internacional e o processo de ajuste de estoques na indstria foram determinantes
para o resultado da economia no ano passado. Mesmo assim, o pas gerou 1,3 milho de
postos de trabalho com carteira assinada e o desemprego atingiu o nvel mais baixo da
srie. Nessa linha, o crescimento real da massa salarial em 2012 foi de 6,7% no conceito
1 Lei n 12.593, de 18 de janeiro de 2012.
2 Considerando a previso de deduo de 0,56% do PIB para investimentos do PAC, conforme anunciado no PPA 2012-2015 e na Lei de Diretrizes Oramentrias de 2012.
-
18
efetivo, acima do valor estimado de 4,71%, o que refora o carter inclusivo do modelo
de desenvolvimento vigente.
De fato, o crescimento do PIB abaixo do estimado em 2012 no impediu que o emprego
e os salrios prosseguissem suas trajetrias prvias de forte expanso. Impulsionada pela
expanso do emprego em setores de servios, intensivos em mo de obra, a taxa de
desemprego mdia nas principais regies metropolitanas reduziu-se a 5,5% em 2012.
Taxa mdia de desemprego (% da populao economicamente ativa)
0
2
4
6
8
10
12
14
2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003
12,3 11,5 9,8 10,0 9,3 7,9 8,1 6,7 6,0 5,5
Fonte: IBGE.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
As taxas de desemprego chamam a ateno por terem mantido sua trajetria de queda
mesmo diante da crise financeira iniciada em 2008, refletindo o crescimento do emprego
e da renda das famlias. Alm disso, verificou-se a continuidade na trajetria de elevao
do salrio mnimo, cujos nmeros so apresentados no grfico seguinte.
Evoluo do salrio mnimo real e nominal (R$)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
151,00
380,00 415,00
465,00 510,00
545,00
622,00
678,00
240,00 260,00
300,00
350,00
200,00
180,00
338,
5
368,
7
357,
1
388,
2
396,
2
435,
2
493,
9
509,
9
523,
0
562,
8
579,
8
584,
1
627,
7
678,
0
Salrio Mnimo RealSalrio Mnimo Nominal
+9%75%
* Salrio mnimo real em valores de 2013. O clculo de salrio mnimo real considera valores nominais, posio de dezembro de cada ano, deflacionados pelo INPC. O ano de 2013 refere-se a janeiro de 2013.Fonte: Banco Central do Brasil.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
-
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O aumento contnuo do salrio mnimo vem ampliando o poder aquisitivo das famlias e
influenciando favoravelmente a economia interna tambm por meio de transferncias da
Previdncia Social e Benefcio de Prestao Continuada. O atual ciclo de desenvolvimento
tem contado tambm com maior formalizao nas relaes de trabalho, com o
consequente aumento na proporo de contribuintes para a Previdncia Social.
Toda essa evoluo vem consolidando o modelo de crescimento com redistribuio
de renda. A reduo das desigualdades no ltimo decnio foi favorecida pelo crescimento
de renda mais acelerado entre a populao mais pobre do que o verificado nos extratos
superiores. Entre 2001 e 2011, a renda domiciliar real per capita dos 20% mais pobres aumentou em ritmo 7 vezes maior do que a dos 20% mais ricos.
Crescimento anual mdio da renda domiciliar real per capita por quintil
0
1
2
3
4
5
6
5,1% 4,2% 3,6% 2,4% 0,7%
20% mais ricos4 quintil3 quintil2 quintil20% mais pobres
Fonte: PNAD/IBGE.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
A evoluo favorvel da economia vem sendo acompanhada de estabilidade de preos. As metas de inflao vm sendo rigorosamente cumpridas desde 2004, como pode ser observado no grfico a seguir.
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20
Inflao ao consumidor - IPCA (% a.a.)
0
2
4
6
8
10
12
14
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
IPCALimites Superior e InferiorCentro da Meta
8,9 6,0 7,7 12,5 9,3 7,6 5,7 3,1 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8
Fonte: IBGE e Banco Central do Brasil.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
A queda na inflao em 2012 ocorreu em forma simultnea queda nas taxas de juros.
O Banco Central do Brasil promoveu a reduo dos juros para nveis mais condizentes
com o padro internacional, conforme mostra o prximo grfico.
Taxa real de juros ex-ante* (% a.a.)
0
2
4
6
8
10
12
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
Mdia2003-2006 = 10
Mdia2007-2010 = 6,2
Mdia2011-2012 = 2,9
9,4 11,2 11,4 7,9 7,7 6,9 5,8 6,2 4,5 1,4
* Taxa nominal (swap 360 dias) deflacionada pela mediana das expectativas de inflao acumuladas para os prximos 12 meses. Posio: 31 de dezembro de cada ano.Fonte: Banco Central do Brasil.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
Alm da queda na taxa bsica de juros, tambm vem ocorrendo a reduo nos spreads liderada pelos bancos pblicos, fato de grande importncia no s para o aumento no
ritmo de crescimento da economia como tambm para a melhoria no poder aquisitivo
das famlias e na distribuio de renda. Como, ainda assim, o nvel dos spreads bancrios no pas permanece elevado na comparao internacional, h todo um caminho ainda a
percorrer no sentido da convergncia em direo mdia internacional.
-
21
A menor inflao deu-se de forma simultnea ao deslocamento na taxa de cmbio a um
patamar mais adequado competitividade da economia nacional. De agosto de 2011
a dezembro de 2012 o real desvalorizou-se em cerca de 25% e a inflao continuou
dentro dos limites das metas previstas pelo Banco Central do Brasil.
Taxa de cmbio nominal (R$/US$)
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
2,0
2,1
2,2
Mar 2
013
Jan 2
013
Nov 2
012
Set 2
012
Jul 2
012
Mai 2
012
Mar 2
012
Jan 2
012
Nov 2
011
Set 2
011
Jul 2
011
Mai 2
011
Mar 2
011
Jan 2
011
Mdia do 1semestre de 2011: 1,63
Mdia do 2 semestre de 2011: 1,72
Mdia do 1 semestre de 2012: 1,87
Mdia do 2 semestre de 2012: 2,04
Mdia do 1 trimestre de 2013: 2,00
2,00
Fonte: Banco Central do Brasil.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
A desvalorizao ocorreu apesar da presso exercida pela expanso de liquidez praticada
pelos pases avanados em crise no perodo 2011-2012. Dada a importncia da varivel
cambial para a economia, a opo do Governo Federal tem sido atuar de forma a evitar
uma volatilidade excessiva, o que favorece a previsibilidade sobre o comportamento dos
preos e a estabilidade econmica.
O novo patamar cambial aponta para a preservao do equilbrio nas contas externas do
pas. A propsito, observe-se que em 2012 o pas continuou em posio favorvel como
credor externo lquido e resistente a crises internacionais porque, entre outras razes,
houve ampliao das reservas internacionais, que subiram de 352 bilhes de dlares em
2011 para 378,6 bilhes de dlares em 2012.
A reduo da taxa real de juros tem sido possvel pela adoo de polticas monetrias
e fiscais coordenadas. Esto sob controle os gastos com pessoal e a cobertura das
necessidades de financiamento da Previdncia Social no mbito do Governo Central,
enquanto as depesas com juros nominais do setor pblico apresentam consistente
trajetria de queda, conforme o grfico seguinte.
-
22
Despesas pblicas selecionadas (% do PIB)
0,5
1,5
2,5
3,5
4,5
5,5
6,5
7,5
8,5
9,5
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
Juros NominaisDespesa de Pessoal
1,11,5 1,6 1,8 1,8 1,7
1,2 1,3 1,1 0,9 0,9
7,78,5
6,67,4
6,86,1
5,5 5,3 5,25,7
4,94,5 4,3 4,3 4,4 4,4 4,3 4,3
4,8 4,7 4,4 4,2
Necessidade de Financiamentoda Previdncia Social
Fonte: Banco Central do Brasil.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
O xito se revela com clareza quando se observa a evoluo da dvida lquida do setor
pblico - DLSP, que vem caindo de forma consistente em proporo do PIB. Como
decorrncia da gerao de supervits primrios, a DLSP passou de 60,4%, em 2002,
para 35,2%, em 2012, como se observa no grfico abaixo.
Dvida lquida do setor pblico (% do PIB)
30
35
40
45
50
55
60
65
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
60,4 54,8 50,6 48,4 47,3 45,5 38,5 42,1 39,2 36,4 35,2
Fonte: Banco Central do Brasil e Ministrio da Fazenda.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
Alm disso, destaca-se a melhora do perfil da dvida, expresso pela diminuio da parcela
exposta volatilidade do mercado, como os ttulos atrelados ao cmbio, e o alongamento
do prazo mdio de vencimento. Isso possibilita maior previsibilidade e estabilidade no
manejo das polticas macroeconmicas.
A solidez fiscal permite a elevao consistente do investimento pblico, que por sua vez
estimula o investimento privado. Foi o que ocorreu, principalmente, a partir de 2007,
-
23
com a implantao do PAC. Enquanto o PIB cresceu em mdia 3,8% ao ano de 2007 a
2012, o investimento cresceu 6,9%. O grfico seguinte aponta a tendncia de elevao
do investimento pblico, com destaque para a Unio e as estatais federais.
Investimento do setor pblico (% do PIB)
0
1
2
3
4
5
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
0,20,1
1,1
1,2
0,2
0,2
1,0
1,2
0,30,1
1,0
1,2
0,4
0,2
1,0
1,4
0,4
0,3
1,1
1,1
0,5
0,4
1,4
1,4
0,6
0,4
1,8
1,4
0,8
0,4
1,9
1,6
0,6
0,3
1,7
1,4
0,6
0,5
2,0
1,4
4,4
Estados e Municpios(Recursos Prprios)Estatais Federais
Estados e Municpios (Transferncias da Unio)Unio
Fonte: Ministrio da Fazenda.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
O setor pblico vem cumprindo trs papis cruciais na acelerao da taxa de investimento
da economia, especialmente em momentos de piora do estado de confiana do setor
privado, como o que ocorreu devido crise financeira global:
Garantindoocrditoparainvestimentosprivadosviabancospblicos;e
Aumentandodiretamenteataxadeinvestimentoapartirdosinvestimentos
das administraes pblicas e das empresas estatais no Brasil
Diante da reduo dos investimentos privados e da concesso de crdito pelo sistema
bancrio privado, fruto da crise internacional iniciada em 2008, o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econmico e Social BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econmica
Federal cumpriram importante papel anticclico, evitando uma queda maior da atividade
econmica. O grfico seguinte ilustra a expressiva expanso na oferta de crdito nos
ltimos anos, especialmente pelos bancos pblicos, passando de 25,5% do PIB, em
2001, para 53,5%, em 2012.
-
24
Oferta de crdito 2001/2012* (em % PIB)
0
10
20
30
40
50
60
Bancos Estrangeiros
BancosPrivados Nacionais
BancosPblicos
201220122010200920082007200620052004200320022001
7,0
10,0
8,5
6,0
8,0
8,3
5,0
9,0
9,5
5,0
10,0
9,4
6,3
11,5
10,3
6,7
12,5
11,1
7,4
14,6
11,4
8,5
17,3
14,7
8,0
17,5
18,1
7,9
18,5
18,9
8,5
19,2
21,3
8,7
19,3
25,5
* Referente ao ms de dezembro de cada ano.Fonte: Banco Central do Brasil.Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
As concesses e as parcerias pblico-privadas tambm tm sido concebidas como
instrumentos para elevao do investimento. Tambm devem ser ressaltados os estmulos
no perodo recente ao mercado privado de financiamento de longo prazo, por meio da
MP 517/10 e da Lei n. 12.431/11, que em conjunto resultaram em:
Desoneraotributriadosrendimentosdettulosprivadosdelongoprazo
(durao de no mnimo 4 anos) emitidos por empresas no financeiras
associados a projetos de investimento na indstria e nos setores de
infraestrutura e adquiridos por investidores no residentes;
Modificaes na Lei das Sociedades Annimas (Lei n. 6.404, de 1976):
assembleia de acionistas definir o limite de emisso de ttulos de renda fixa;
InstituiodoFundodeInvestimentoemParticipaoemInfraestrutura(FIP-
IE) e do Fundo de Investimento em Participao na Produo Econmica
Intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovao (FIP-PD&I);
Regulamentao da oferta pblica das letras financeiras, ttulos de longo
prazo emitidos pelos bancos que, at ento, s podiam ser vendidos de
forma privada; e
Criaodeumfundodeliquidezparaosttulosprivadosapartirdedirecionamento
de 3 pontos percentuais dos compulsrios sobre os depsitos a prazo.
A Lei n 12.431 de 2011, em particular, instituiu incentivo fiscal ao financiamento
de investimentos em infraestrutura junto ao setor privado, em especial nas reas de
transportes e logstica, com o objetivo de promover o financiamento privado aos
investimentos de infraestrutura, reduzir os custos de captao de recursos a prazos
mais longos, e contribuir para o desenvolvimento do mercado de ttulos privados ainda
-
25
incipiente no Brasil. O incentivo consiste na iseno ou reduo do Imposto de Renda
sobre os rendimentos auferidos na aquisio de debntures emitidas para financiar
investimentos de infraestrutura.
Quanto recuperao da economia, foram tomadas medidas visando aumentar os
investimentos privados, entre as quais destacam-se:
Adoo do regime de concesses/PPP para investimento em logstica de
transporte (MP 576/2012); e
Reduodastarifasdeenergiaeltrica.
De forma complementar, diante de um perodo caracterizado por grandes incertezas no
cenrio internacional, com perspectiva de baixo crescimento dos pases mais desenvolvidos
e desacelerao da economia chinesa, o Governo Federal vem promovendo desoneraes
tributrias, resumidas no quadro a seguir.
Impacto das desoneraes tributrias (R$ bilhes)
MedidasImpacto (em R$ bilhes)
2012 2013 2014
Reduo da CIDE para zero para gasolina e diesel 8,9 11,4 11,4
Reduo do IPI (automveis, caminhes, material de construo, linha branca, BK, mveis, papel de parede etc.) 8,5 11,8 7,1
Reduo para zero do prazo de apropriao dos crditos de PIS/COFINS sobre aquisio de bens de capital 7,6 - -
Aumento dos limites das faixas de tributao do SIMPLES e MEI 5,7 5,9 6,5
REINTEGRA -Regime Especial de Reintegrao de ValoresTributrios para Empresas Exportadoras * 3,4 3,4 2,7
Desonerao da folha de pagamentos 3,8 16,0 24,7
Reduo do IOF sobre operaes de crdito pessoa fsica (de 3% para 1,5%) 2,8 3,6 3,6
Alquota zero de PIS/COFINS 1,1 1,6 -
Reduo Alquotas PIS/COFINS Indstria Qumica - 1,1 1,8
Banda Larga -Redes 0,5 1,0 1,0
Desonerao da Cesta Bsica - 5,5 8,2
Aumento do Limite do Lucro Presumido - - 1,0
Demais 2,2 10,9 22,0
TOTAL 44,5 72,1 91,5
* Corresponde a 75% do potencial para 2012 e 2013, pois o ltimo pedido de restituio trimestral do ano em questo (2012 ou 2013) ocorre no perodo seguinte (2013 ou 2014, respectivamente). Ou seja, em 2014, o valor de R$ 2,7 bilhes refere-se a impacto residual de 2013.Fonte: Ministrio da Fazenda.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
-
26
Na mesma linha, conforme anunciado no PPA 2012-2015, o Governo Federal mantm
a determinao de continuar avanando na simplificao do regime tributrio, de forma
a estimular a produo e o investimento, bem como de persistir na busca de maior
progressividade do sistema, como forma de acentuar a dinmica de distribuio de renda.
Neste sentido, outros pontos da agenda de reforma tributria esto em discusso, como:
novas alquotas do ICMS interestadual;
simplificaodacobranaPISeCOFINS;
alteraesnoFundodeParticipaodosEstados(FPE);
reduodocustodasdvidasestaduais;e
novadistribuiodosroyalties(petrleo,minerao).
Outro ponto a se destacar que o crescimento econmico dos ltimos anos foi
acompanhado de reduo expressiva do desmatamento, especialmente a partir do
lanamento do Plano de Preveno e Controle do Desmatamento na Amaznia, em
2004, conforme ilustra a figura a seguir.
PIB (R$ trilhes de 2012) e desmatamento (hectares/ano)
0
1
2
3
4
5
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
1995
PIB (R$ trilhes) Desmatamento (ha/ano)
Incio do PPCDAM
Fonte: Banco Central do Brasil, PRODES/INPE.Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
Apesar das dificuldades que persistem na economia internacional, a economia brasileira
continua crescendo gradualmente, num ambiente democrtico e socialmente inclusivo,
dando prosseguimento trajetria de acelerao verificada a partir do segundo semestre
de 2012. Como resultado das aes de poltica econmica, o ano de 2013 comea com
comportamento positivo: houve melhora na confiana dos empresrios, aumento do
investimento, aumento do nvel de utilizao da capacidade instalada e estoques em
nveis mais baixos.
-
27
SISTEMA DE PROTEO SOCIAL
A estratgia de desenvolvimento em curso no Brasil faz da justia social uma
das alavancas primordiais para o desenvolvimento. Nesse sentido, aborda-se
nesta seo o papel do sistema de proteo social como elemento central
para a estratgia de desenvolvimento em curso desde o PPA 2004-2007.
A ltima dcada foi marcada pela introduo de uma estratgia de desenvolvimento
que conjuga crescimento econmico com reduo das desigualdades sociais e regionais.
Nessa estratgia, central o papel da ampliao das polticas sociais, com destaque para
as polticas de transferncia de renda, gerao de empregos e valorizao do salrio
mnimo; a retomada dos investimentos em infraestrutura social e econmica; e o esforo
de ampliao e qualificao das redes de bens e servios pblicos, como sade, educao
e assistncia social. Em sua dimenso social, essa estratgia busca a universalizao e
institucionalizao dos direitos da cidadania, a promoo da incluso social das parcelas
mais vulnerveis da populao e a melhoria da distribuio de renda, resultando assim
em fortalecimento das polticas sociais.
Esse fortalecimento pode tambm ser visto como um movimento de expanso e
consolidao do sistema de direitos introduzido pela Constituio Federal de 1988. Esse
sistema, retratado na figura a seguir, abrange tanto polticas setoriais (sade, previdncia,
educao, desenvolvimento urbano, etc.) como polticas transversais (igualdade de gnero
e tnico-racial, crianas e adolescentes, juventude, idosos, pessoas com deficincia e
pblico LGBT), que buscam a garantia de direitos de pblicos especficos, por meio de
polticas executadas por diversos setores.
-
28
Sistema de direitos da Constituio Federal de 1988
Culturae esporte
Trabalhoe renda
EducaoDesenvolvimentoagrrio
Desenvolvimentourbano
Assistncia
Previdncia
Igualdade de gnero
Igualdade tnico-racial
Crianas e adolescentes
Idosos
Pblico LGBT
Pessoa com deficincia
Juventude
SadeJustia e
seguranacidad
Sistema deDireitos
Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
A seguir, detalha-se o processo de fortalecimento das polticas sociais, assim como so
apresentados a evoluo recente, os principais resultados e as perspectivas para polticas/
programas selecionados.
Fortalecimento das polticas sociais e do sistema de direitos da Constituio de 1988
O fortalecimento das polticas sociais caracterizado pela institucionalizao de novos
direitos, polticas pblicas e programas de governo; pela expanso dos gastos em polticas
sociais; e pela introduo de arranjos de gesto que enfatizam a criao de condies
para a efetivao das polticas sociais, sobretudo o alcance de pblicos e territrios mais
vulnerveis.
O processo de institucionalizao ocorreu mediante a criao de rgos de governo
dedicados exclusivamente a articular e gerir polticas voltadas a pblicos especficos,
como as Secretarias de Polticas para Mulheres, de Promoo da Igualdade Racial, e
de Direitos Humanos; a criao do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate
Fome e do Ministrio das Cidades; o estabelecimento de sistemas nacionais de polticas
pblicas, como o Sistema nico de Assistncia Social (SUAS); a expanso e a instituio de
-
29
novos direitos, como os direitos alimentao, moradia e educao pblica e gratuita
dos quatro aos 17 anos; a elaborao de diversas polticas nacionais; e a introduo e
institucionalizao de programas inovadores, como o Bolsa Famlia, o Universidade para
Todos (Prouni) e o Minha Casa, Minha Vida.
Seguindo esse movimento, o fortalecimento do gasto pblico federal em polticas
sociais, em 2012, alcana R$ 744 bilhes, o que corresponde a 16,9% do PIB3. Esse valor
representa um crescimento real de 128,2% com relao a 2000.
Evoluo do gasto em polticas sociais nos oramentos da Unio (R$ de 2012 e % do PIB)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
201220112010200920082007200620052004200320022001200010,0
12,5
15,0
17,5
20,0R$ milhes % do PIB
326 347 359 368 401 432 483 528 555 619 658 698 744
12,9
13,4 13,3 13,313,7
14,114,8 14,9 14,7
16,015,4
15,8
16,9
Fonte: SIOP/MP e Conta Nacionais/IBGE.Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
A ampliao das polticas sociais demandou avanos no planejamento e na gesto,
traduzidos pela definio e comunicao sociedade de compromissos de governo
ancorados em diagnsticos da realidade; pela capacidade de articulao de diferentes
reas de governo para a implementao de polticas; pela introduo de procedimentos de
monitoramento intensivo e acompanhamento das prioridades; e pela reao tempestiva
aos entraves identificados; e introduo de novos procedimentos de pactuao federativa.
O PAC e o Brasil Sem Misria BSM so exemplos emblemticos dos avanos ocorridos
no planejamento e na gesto das polticas sociais.
3 Para estimar o dispndio em polticas sociais nos oramentos da Unio, foi utilizada a execuo oramentria (valor liquidado) para as funes sade, trabalho, educao, segurana pblica, assistncia social, previdncia social, cultura, direitos da cidadania, urbanismo, habitao, saneamento, organizao agrria e desporto e lazer. Tambm foram consideradas aes da funo encargos especiais relacionadas s polticas sociais, como: transferncias do Fundeb e cota-parte do Salrio Educao, repasses da arrecadao de PIS/PASEP ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (para aplicao via BNDES em projetos de desenvolvimento econmico e social), integralizao de cotas ao Fundo de Arrendamento Residencial (financiamento do Minha Casa, Minha Vida), equalizao de juros para a agricultura familiar (Pronaf), subveno econmica destinada a implementao de projetos de interesse social em reas urbanas e rurais, entre outras.
-
30
Fazer com que os avanos nas polticas sociais chegassem a toda a populao e a todos os
territrios tambm requereu transformaes no processo tradicional de execuo, como a
introduo de rito prprio para a execuo descentralizada do PAC (transformao dessas
transferncias em obrigatrias); a reduo das contrapartidas; a facilitao de acesso a
projetos pelos municpios; e a instituio do Regime Diferenciado de Contratao (RDC),
que imprime maior agilidade aos processos licitatrios, melhoria tcnica dos projetos e
maior viabilidade econmica das obras.
A estratgia de desenvolvimento e a reduo das desigualdades sociais
A estratgia de desenvolvimento apresentada pelo PPA 2012-2015 d continuidade ao
padro de desenvolvimento j demarcado nos dois PPA anteriores, que tiveram como
caracterstica marcante a confluncia entre o crescimento econmico e a reduo das
desigualdades sociais. O grfico a seguir ilustra como, na ltima dcada, o pas logrou
experimentar, concomitantemente, crescimento do PIB per capita e forte queda da
desigualdade social, espelhada pela reduo do ndice de Gini4.
PIB per capita real* e ndice de Gini**
15.000
16.875
18.750
20.625
22.500
0,480
0,499
0,518
0,537
0,556
0,575
PIB per capita Real (R$) ndice de Gini
0,500
16.482
0,553
2011
2010
***
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
21.252
* Valores atualizados pelo deflator do PIB de 2011.** Rendimento mensal domiciliar.*** PNAD no foi coletada em 2010, devido realizao do Censo do IBGE. Fonte: NSCN/IBGE e PNAD/IBGE.Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
A reduo das desigualdades foi resultado da conjugao de melhorias no mercado
de trabalho e do efeito das polticas sociais, que fizeram com que a renda total da
populao mais pobre tivesse um crescimento superior quele verificado na populao
de maior renda.
4 O ndice de Gini mede desigualdade de renda em determinado grupo. O valor zero representa a situao de mxima igualdade e o valor um representa mxima desigualdade de renda.
-
31
Entre as polticas sociais que contriburam para a queda da desigualdade e a reduo
da pobreza, destacam-se as transferncias de renda reunidas nas aes relativas ao
programa Bolsa Famlia e aos benefcios previdencirios e assistenciais, principalmente
aqueles associados ao salrio mnimo, alm das polticas para expanso do acesso e
melhoria da qualidade da educao e da sade.
A poltica de valorizao do salrio mnimo resultou em crescimento real de seu poder de
compra, sendo que esse crescimento foi tambm, quase sempre, superior ao registrado
por todos os rendimentos. Enquanto o rendimento mdio real habitualmente recebido
de todos os trabalhos para a populao de sete regies metropolitanas5 cresceu 28,3%,
entre 2003 e 2012, o salrio mnimo real variou 69,9% no mesmo perodo.
A elevao do potencial de reduo da desigualdade e da pobreza propiciado pelas
transferncias previdencirias (inclui benefcios assistenciais) outro efeito positivo da
poltica de valorizao do salrio mnimo, uma vez que 67,5% dos beneficirios dessas
transferncias, ou 20,3 milhes de pessoas, ao final de 2012, recebiam mensalmente um
salrio mnimo. As transferncias previdencirias tm impactos redistributivos tambm
no territrio, j que as regies menos desenvolvidas do pas so tambm aquelas que,
proporcionalmente, recebem mais benefcios do que arrecadam. Esse efeito reforado
pela transferncia de renda diretamente s famlias em situao de pobreza e extrema
pobreza, efetuada no programa Bolsa Famlia, que alcanou, em 2012, cerca de 13,9
milhes de famlias em todo o Brasil.
Potencializar a previdncia social, enquanto ncleo estratgico da poltica social, passa
pela expanso da cobertura previdenciria para a populao em idade ativa. Medidas
recentes importantes foram realizadas para a ampliao da incluso previdenciria, com
destaque para alteraes na legislao, como a Lei n 12.470/2011, que reduziu de 11%
para 5% do salrio mnimo a alquota de contribuio do Microempreendedor Individual
MEI e o segurado facultativo de famlia de baixa renda que se dedique exclusivamente
ao trabalho domstico no mbito de sua residncia; e a Lei Complementar n 139/2011,
que ampliou o limite de faturamento do MEI, de R$ 36 mil para R$ 60 mil anual. Em
relao ao MEI, as inscries no programa saltaram de 77 mil, em 2010, para 2,66
milhes no final de 2012. O aquecimento do mercado de trabalho e a ampliao da
formalizao contribuem para a expanso da cobertura previdenciria, estabelecendo,
tambm, perspectiva positiva sobre a evoluo da poltica.
Brasil Sem Misria
O Brasil Sem Misria BSM tem como objetivo erradicar a extrema pobreza no Brasil, por
meio da combinao de transferncia de renda, incluso produtiva e acesso a servios
como assistncia social, educao e sade.
5 Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, So Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Fonte: Mercado de Trabalho Conjuntura e Anlise. IPEA/Ministrio do Trabalho e Emprego. Braslia, Ano 18, Fevereiro 2013.
-
32
No eixo Garantia de Renda, destacam-se um conjunto de inovaes ao programa Bolsa
Famlia: reajuste de 45% do valor do benefcio varivel; ampliao do limite de trs para
cinco filhos (incluso de 1,3 milho de crianas e adolescentes); e implementao de
benefcios para gestantes e nutrizes. Outra inovao foi a criao, no mbito da ao
Brasil Carinhoso, de benefcio para a superao da extrema pobreza complemento na
renda das famlias que permite a todos os seus membros superar essa situao. Destaca-
se ainda a incluso de beneficirios por meio da busca ativa populao em extrema
pobreza que ainda no era beneficiria do Bolsa Famlia. Como resultado dessa ao,
desde o lanamento do BSM, mais de 790 mil famlias extremamente pobres foram
includas no Cadastro nico e j esto recebendo o Bolsa Famlia, superando a meta de
640 mil famlias prevista para o final de 2012.
Reduo da extrema pobreza entre beneficirios do Bolsa Famlia (milhes de pessoas)
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
Mar 20132012 Brasil Carinhoso
2011 Brasil Sem Misria
Jan 2011
3,1 mi
16,5 mi2,5 mi
22,1 19,02,5
0,0
13,9
22,1 milhes de pessoas
superaram a extrema pobreza{
Pessoas extremamente pobres
Pessoas que superam a extrema pobreza
Pessoas em extrema pobreza,se no houvesse o Bolsa Famlia
Fonte: Cadastro nico para Programas Sociais e Folha de Pagamentos do PBF.Elaborao: Ministrio da Fazenda.
O lanamento do Brasil Carinhoso representou um aprofundamento na estratgia do
BSM de combate extrema pobreza, compreendendo um conjunto de aes nas reas
de assistncia social, sade e educao, tais como: o repasse adicional aos municpios (de
at R$ 1.362 por aluno/ano) referente s crianas de 0 a 48 meses beneficirias do Bolsa
Famlia matriculadas em creches pblicas ou conveniadas, que propiciou o atendimento
de 381,5 mil crianas; o aumento de 66% no valor repassado para alimentao escolar;
e a expanso da oferta de medicamentos e servios da rede de ateno bsica voltada
primeira infncia6.
O eixo Incluso Produtiva contempla estratgias para o meio rural e urbano. No meio
rural, destacam-se a ampliao da construo de cisternas (entre 2011 e 2012, 240,4
mil cisternas foram construdas no semirido) e a oferta de assistncia tcnica e extenso
rural ATER, combinada com a distribuio de sementes e fomento s atividades
6 Distribuio de sulfato ferroso para 1,4 milho de crianas de 0-5 anos, suplementao de vitamina A para 2,9 milhes de crianas, e aumento de 430% no nmero de pacientes que retiram medicamento para asma na rede Aqui Tem Farmcia Popular.
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produtivas rurais. At o final de 2012, foi contratada assistncia tcnica para 210 mil
famlias. Criou-se, ainda, o Bolsa Verde, que faz repasses trimestrais de R$ 300 para
famlias extremamente pobres que desenvolvam atividades de conservao ambiental,
e j beneficia a 34,2 mil famlias. Alm disso, fazem parte do eixo a expanso do Luz
para Todos (141,3 mil famlias j atendidas) e do Programa de Aquisio de Alimentos
PAA, que garante a compra da produo dos agricultores familiares. No meio urbano,
destacam-se as aes de qualificao por meio do Pronatec (266,7 mil pessoas inscritas
at o final de 2012), acesso ao microcrdito produtivo orientado Crescer, e formalizao
como microempreendedor individual MEI (ao final de 2012, o MEI contava com 2.665
milhes de trabalhadores inscritos).
O eixo Acesso a Servios contempla atendimento do pblico do BSM em creches,
expanso do programa Mais Educao, em escolas nas quais a maioria dos alunos so
beneficirios do Bolsa Famlia, alm da expanso das redes de assistncia social e sade.
No Mais Educao, em 2012, mais de 32 mil escolas aderiram ao programa, das quais
17 mil contam com maioria de estudantes do Bolsa Famlia. Na expanso da rede de
assistncia social, o Sistema nico de Assistncia Social SUAS est presente em 5.552
municpios, com mais de 25,2 milhes de famlias referenciadas. Destaca-se o avano
expressivo dos Centros de Referncia de Assistncia Social CRAS, que atingiu 7.884
unidades em 2012, e dos Centros Especializados de Referncia de Assistncia Social
CREAS, que alcanou a marca de 2.216 unidades.
Infraestrutura Social
O ciclo virtuoso entre o fortalecimento das polticas sociais e o desempenho econmico
tambm tem sido favorecido pelos efeitos dos investimentos em infraestrutura social
sobre os mercados de produo e consumo internos. A ampliao contnua dos
investimentos em infraestrutura social tem sido estratgica para a desconcentrao
territorial do crescimento econmico e da gerao de empregos, alm de promover a
cidadania, a igualdade de oportunidades e a melhoria da qualidade de vida.
Impulsionada pelo setor de desenvolvimento urbano, a carteira de investimentos em
infraestrutura social do PAC7, contratada desde 2007, alcanou o montante de R$ 152
bilhes em 2012, com abrangncia de 96% dos municpios brasileiros. Destaca-se que
a repartio percentual desses investimentos no territrio, relativamente distribuio
7 Obras de construo de moradias dignas para famlias de baixa renda, urbanizao de assentamentos precrios, conteno de encostas em reas de risco, saneamento bsico e mobilidade urbana, construo de creches, quadras esportivas, praas de esporte e cultura, unidades de pronto atendimento e unidades bsicas de sade.
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regional da atividade econmica, prioriza o Nordeste e o Norte, conciliando perspectivas
positivas de melhoria da qualidade de vida com a dinamizao dessas regies.
Distribuio espacial da carteira PAC de investimentos em infraestrutura urbana e social entre 2007 e 2012
LegendaCoef. % I nv. / % PI B
at 0,5de 0,5 at 0,75de 0,75 at 1de 1 at 22 ou mais
Fonte: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
A trajetria recente da construo civil ilustra essa relao virtuosa. Em conjunto com os
investimentos em infraestrutura produtiva e com a ampliao do crdito, o incremento
nos investimentos em infraestrutura social, especialmente no segmento de moradia, tem
impulsionado o dinamismo da construo civil. Entre 2004 e 2011, foram criadas quase
100 mil novas empresas na construo civil e gerados mais de 1,6 milhes de empregos
formais no setor, com maior intensidade do crescimento nas regies Nordeste e Norte.
No que tange melhoria da qualidade de vida, tambm so observados avanos
importantes. Adotando-se condies de moradia e de acesso a bens e servios essenciais
aos indivduos como referncias de materializao do bem-estar, observa-se, com base
em dados da PNAD/IBGE, expressiva elevao da proporo de pessoas vivendo em
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35
condies satisfatrias8 subiu de 37,0% em 2001 para 57% em 2011. positiva,
tambm, a tendncia de aproximao das melhorias no bem estar no que diz respeito
regio, faixa etria, raa/cor dos indivduos, entre outras.
Pessoas que vivem em domiclios com condio de bem-estar satisfatria
0 10 20 30 40 50 60 70 80
45
67
68
41
46
26
43
50
19
26Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste2001
0
20
40
60
80
57
65
49 50
37
48
24 28
Crianas e Adolescentes
NegrosBrancosTotal
201120012011
Fonte: PNAD 2001 e PNAD 2011.Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
Manter essa trajetria de expanso e acelerar os investimentos pblicos em desenvolvimento
urbano e infraestrutura social so fundamentais para o aproveitamento das mudanas
positivas que esto em curso no campo macroeconmico e nos espaos privados das famlias
e das empresas, proporcionando o bem estar coletivo. Alm disso, o desenvolvimento
urbano estratgico para o uso sustentvel dos recursos naturais, ao evitar a ocupao
predatria do espao, promover o uso racional da gua, contribuir para a conservao e
revitalizao das bacias hidrogrficas, reduzir a poluio e favorecer a eficincia energtica.
Com esse propsito, o Governo Federal vem fortalecendo as polticas de desenvolvimento
urbano, as quais ganham, na ltima dcada, abrangncia crescente e escala nacional. No
campo da moradia digna, o Programa Minha Casa Minha Vida tem se consolidado como
um modelo clere e abrangente de proviso de moradia. At 2012, foram contratadas
2,28 milhes de moradias, das quais 1,05 milho j foram entregues at o momento.
No saneamento, positiva a evoluo dos indicadores de cobertura dos servios de gua,
esgoto e resduos slidos, movimento que reflete, em grande medida, os investimentos
realizados no perodo: cerca de 1,7 mil empreendimentos com operaes correspondentes
a R$ 36,1 bilhes, estando previstos, para o quadrinio 2011-2014, cerca de R$ 45,8
bilhes.
8 Para esta anlise, foram definidos como domiclios com condio satisfatria de bem estar os que possuem concomitantemente as seguintes caractersticas: domiclios prprios ou cujo aluguel no ultrapassa 30% da renda domiciliar, localizados em aglomerados normais (propriedade do domiclio e do terreno), construdos com material permanente (paredes de alvenaria ou madeira aparelhada) e com pelo menos um banheiro de uso exclusivo, com densidade de at trs moradores por dormitrio, servidos por abastecimento de gua por rede de distribuio, com ou sem canalizao interna, ou por poo, nascente ou cisterna, com canalizao interna, esgotamento sanitrio feito por meio de rede ou fossa sptica, servios de coleta de lixo (quando localizados em rea urbana), iluminao eltrica, servio de telefone (fixo ou celular) e equipadas com, pelo menos, fogo, geladeira e televiso.
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Tambm tem sido fortalecida a induo de um novo paradigma de mobilidade urbana.
Orientada pelos princpios da acessibilidade universal, da distribuio mais justa dos espaos
urbanos, da prioridade dos modos de transportes no motorizados sobre os motorizados
e dos servios de transporte pblico coletivo sobre o transporte individual motorizado,
da mitigao dos custos ambientais, sociais e econmicos dos deslocamentos de pessoas
e bens, foi instituda a Poltica Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012), que
normatiza a regulao dos servios, os direitos dos usurios, as atribuies dos entes
federativos, o planejamento e gesto dos sistemas de mobilidade urbana. Alm disso,
foi elaborado o Plano Setorial de Mobilidade Urbana para Mitigao e Adaptao s
Mudanas Climticas.
Em consonncia com o novo marco da mobilidade, o Governo Federal tambm tem
promovido a alavancagem dos investimentos em sistemas coletivos estruturantes. No
mbito do PAC Mobilidade Grandes Cidades, foram selecionados investimentos de 32,5
bilhes (22,4 bilhes financiados com recursos federais) em centros urbanos com mais de
700 mil habitantes, com previso de implantao de cerca de 120 km de linhas de metr,
80 km de veculos leves sobre trilhos e 665 km de corredores de nibus. Ademais, foi
lanado o PAC Mobilidade Mdias Cidades, com previso de financiamento federal de R$
7 bilhes para investimentos em aquisio de equipamentos, modernizao e integrao
do transporte pblico, construo de estaes e terminais de nibus e melhorias de
infraestrutura j existente em cidades mdias (entre 250 e 700 mil habitantes).
Alm disso, perseguindo a promoo de resilincia das cidades, fundamental no contexto
de recorrncia de eventos climticos extremos aliados a passivos urbanos e ambientais,
o Governo Federal lanou o Plano Nacional de Gesto de Riscos e Resposta a Desastres
Naturais. At 2014, so previstos investimentos de R$ 18,8 bilhes em mapeamento de
reas de riscos; estruturao do sistema de monitoramento e alerta; fortalecimento do
Sistema Nacional de Proteo e Defesa Civil; e obras de preveno de desastres naturais.
Educao
A educao outra pea-chave do modelo de desenvolvimento em curso. Por um lado,
o aumento da escolaridade promove a democratizao do acesso a oportunidades,
proporcionando mobilidade social e contribuindo para a reduo das desigualdades. Por
outro, eleva a produtividade do trabalho, contribuindo para o crescimento econmico, o
aumento dos salrios e a diminuio da pobreza.
Nesse sentido, houve ampliao dos investimentos realizados e previstos na educao,
nos ltimos trs planos plurianuais. Como reflexo, observa-se evoluo considervel do
investimento pblico total em educao, nas trs esferas de governo, a qual passou de
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4,5% do PIB em 2005 para 6,1% em 2011. A expanso real dos gastos federais na funo
educao, de 215,4% no mesmo perodo, evidencia a colaborao da Unio para esse
movimento. Essa expanso foi impulsionada por importantes modificaes na legislao,
como a implantao do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e
de Valorizao dos Profissionais da Educao Fundeb e a queda da Desvinculao das
Receitas da Unio (DRU) para a educao.
Na educao bsica, foram realizados avanos institucionais, como a aprovao da Emenda
Constitucional n 59/2009, que estabeleceu como dever do Estado a educao bsica
obrigatria e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, a criao do Fundeb, a instituio do
piso salarial do magistrio e a criao do ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica
IDEB, acompanhada da definio de procedimentos de pactuao federativa de apoio aos
sistemas de ensino estaduais e municipais, organizados a partir da necessidade de elevao
da qualidade das redes.
Ainda na educao bsica, destacam-se iniciativas como: a implantao de programa
abrangente de apoio construo de escolas de educao infantil (Proinfncia),
incorporado ao PAC, que prev a construo de 6.000 escolas at 2014, das quais 3.135
j foram aprovadas; e o apoio ampliao no nmero de escolas da educao bsica que
ofertam educao em tempo integral, por meio do Mais Educao. Em 2012, 32.074
escolas aderiram ao Mais Educao, sendo que cerca de 54% delas contam com a maioria
de alunos de famlias beneficirias do Programa Bolsa Famlia.
Na educao profissional e tecnolgica, os principais avanos so a continuidade da
expanso da rede federal e a implementao do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Tcnico e Emprego Pronatec, criado em 2011, e que tem como objetivo expandir,
interiorizar e democratizar a educao profissional e tecnolgica. A meta do programa
ofertar 8 milhes de vagas at 2014, na rede federal de educao profissional e tecnolgica,
mas tambm nas redes estaduais, no Sistema S e no setor privado. At o momento, 2,5
milhes de pessoas tiveram a oportunidade de fazer cursos tcnicos e de formao inicial
e continuada, incluindo beneficirios dos programas federais de transferncia de renda,
trabalhadores desempregados, pessoas com deficincia e populaes do campo.
Na educao superior, destacam-se a expanso da rede federal, que persegue a
interiorizao por meio de novas universidades e cmpus, com destaque para a meta de
criao de 47 novos cmpus entre 2011 e 2014, dos quais 13 com atividades j iniciadas,
alm da ampliao da oferta de vagas nas unidades existentes (Reuni). Como resultado, as
vagas ofertadas em graduao presencial passaram de 140 mil em 2007 para 240 mil em
2012. Alm disso, o apoio infraestrutura de pesquisa nas novas universidades e cmpus
federais proporciona condies de avano cientfico e tecnolgico e, tambm, de aporte
de conhecimento para o desenvolvimento local.
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38
Ainda na educao superior, o Programa Universidade para Todos Prouni atingiu, em
2012, a marca de 1,1 milho de estudantes de baixa renda com acesso a cursos de
educao superior em instituies privadas de ensino, por meio da concesso de bolsas de
estudo integrais e parciais. Outro destaque o Fundo de Financiamento Estudantil FIES,
que propiciou, em 2012, acesso de mais de 372 mil estudantes ao ensino superior.
O Programa Cincia sem Fronteiras, lanado em 2011, outra iniciativa inovadora, com
o objetivo de formar e capacitar pessoas com elevada qualificao em universidades,
instituies de educao profissional e tecnolgica e centros de pesquisa estrangeiros de
excelncia. Outro objetivo atrair para o pas talentos e pesquisadores estrangeiros em reas
prioritrias de conhecimento. Contribui, assim, para a democratizao das oportunidades
e para a inovao e competitividade da economia brasileira. A expectativa que, at 2015,
101 mil pessoas recebam bolsas para estudar no exterior; em 2012, foram concedidas
21.418 bolsas para estudantes, em diferentes pases.
A educao tambm um dos eixos do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Deficincia Viver sem Limite, que j conta com a adeso de 21 estados. Para eliminar as
barreiras que impedem o acesso e permanncia na escola das pessoas com deficincias
beneficirias do Benefcio de Prestao Continuada BPC, foi dado incio, em 2012,
compra de 1.316 veculos escolares acessveis. Foram adquiridos, tambm em 2012,
equipamentos para implantao de 13,5 mil salas de recursos multifuncionais e 1,5 mil kits
de atualizao de salas j existentes.
Esses avanos na poltica educacional resultaram, de acordo com os ltimos dados da
PNAD/IBGE, em elevao nas taxas de frequncia escola para todas as faixas etrias at
os 17 anos, com destaque para a faixa de 0 a 3 anos e de 4 a 5 anos; elevao do nmero
mdio de anos de estudos da populao brasileira, sobretudo para as novas geraes; e
elevao da populao com mais de 25 anos e ensino superior completo.
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Taxa de freqncia escola
80 0
20
40
60
80
100
15 a 17 anos6 a 14 anos4 ou 5 anosAt 3 anos
2001
2011
21,3 78,2 98,3 83,810,6 55,1 95,3 81,1
Fonte: Microdados da PNAD/IBGE.Obs: No foi considerada a rea rural da Regio Norte, exceto Tocantins.Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
Alm da expanso da escolaridade, foi observada a tendncia de melhora na qualidade
da educao. O IDEB registra avanos importantes. Em 2011, os ndices alcanados para
os anos iniciais e finais do ensino fundamental foram 5,0 e 4,1, respectivamente, e, para
o ensino mdio, 3,7 valores superiores ou iguais s metas previstas. Para os prximos
anos, espera-se a continuidade do processo de melhoria na qualidade da educao,
conforme ilustrado no grfico a seguir.
IDEB - ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica PPA 2012-2015
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
3,8 3,8
3,5 3,5 3,5
3,4
20212020201920182017201620152014201320122011201020092008200720062005
3,8 3,8
3,5 3,5
3,4 3,4
3,9 3,9
4,2 4,2
3,8 3,8
3,4 3,4
4,2 4,2
4,6 4,6
4,04,0
3,7 3,7
3,5 3,5
3,63,5 3,5
3,4
4,6 4,6
5,05,0
4,14,1
3,93,9
3,7 3,73,7
4,94,9
4,4 4,4
3,9 3,9
5,2 5,2
4,74,7
4,3 4,3
5,5 5,5
5,0 5,0
4,7 4,7
5,7 5,7
5,2 5,2
5,0 5,0
6,0
5,2
5,5
IDEB anos iniciais EF (Real)IDEB anos iniciais EF (Meta PDE/PNE)IDEB anos nais EF (Real)IDEB anos nais EF (Meta PDE/PNE)IDEB ensino mdio EF (Real)IDEB ensino mdio EF (Meta PDE/PNE)
Fonte: PCPR, 2012.Elaborao: Ministrio da Educao.
O analfabetismo continua em queda no pas, resultado do esforo conjunto de todos
os entes federados, principalmente da implementao do Programa Brasil Alfabetizado,
que, em 2012, beneficiou 1,4 milho de pessoas.
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40
Sade
Na sade, a estratgia tem sido o fortalecimento contnuo do modelo estabelecido pela
Constituio de 1988, que define a sade como direito de todos e dever do Estado, e
institui o Sistema nico de Sade SUS, com diretrizes de integralidade do atendimento,
descentralizao federativa e participao da sociedade.
Todos os brasileiros so usurios do SUS, que no se restringe ao atendimento mdico,
abrangendo tambm a vigilncia em sade e aes de promoo da sade. Cerca de
145 milhes de pessoas dependem exclusivamente do SUS, ao lado de pouco mais de
48 milhes (segundo dados da Agncia Nacional de Sade Suplementar) que possuem
planos de sade privados. ao SUS que a maioria dos brasileiros recorre quando precisa
de atendimento de alta complexidade.
Para fazer frente ao desafio de consolidar um sistema pblico de sade de to grande
magnitude, tm sido buscados avanos institucionais, aperfeioamento contnuo da gesto
do SUS, ampliao da rede de atendimento e da cobertura populacional correspondente,
e melhoria da qualidade dos servios ofertados populao. A estratgia de Sade da
Famlia tem uma cobertura de 54,8% de toda a populao brasileira, contando com 33.304
equipes atuando em 5.298 municpios, das quais 1.109 foram implantadas em 2012.
A publicao da Lei Complementar n141/2012 um avano institucional que contribui
para a consolidao do SUS ao regulamentar dispositivos estruturadores e trazer inovaes
de gesto tanto para o Ministrio da Sade como para os estados e municpios, criando
condies para a ampliao do acesso e para a melhoria da qualidade da ateno e da
gesto em sade.
Outra norma que merece destaque o Decreto n 7.508/2011. Ao regulamentar a Lei n
8.080/90, que dispe sobre a organizao do SUS, o decreto, entre outros pontos, deixa
mais clara a estruturao das chamadas Redes de Ateno Sade, definidas como um
conjunto de aes e servios de sade articulados em nveis de complexidade crescente,
com a finalidade de garantir a integralidade da assistncia sade no mbito de regies
de referncia para o planejamento das redes (regio de sade), em consonncia com
diretrizes pactuadas pelas trs esferas de governo.
Para expanso do acesso e melhoria da qualidade dos servios, tem sido buscado o
aperfeioamento das redes de ateno sade, com nfase no planejamento regional e
na articulao dos servios e aes de sade, tais como: Rede de Urgncia e Emergncia
em 2012, o SAMU atuou com 2.851 unidades em todo o territrio nacional, sendo
que neste ano foram realizadas a compra de 2.180 ambulncias para renovao da frota;
Rede Cegonha todos os estados, DF e 4.959 municpios aderiram, com cobertura de
2,3 milhes de gestantes; Sade Mental; Pessoa com Deficincia; e Controle do Cncer.
-
41
Destacam-se, tambm, os esforos para expanso e qualificao da ateno bsica e
para ampliao do acesso a medicamentos.
Importante desafio que se coloca para o SUS a disponibilidade de profissionais de
sade em regies de difcil acesso ou com populaes de maior vulnerabilidade. Para
tanto, o Ministrio da Sade, em parceria com o Ministrio da Educao, instituiu o
Programa de Valorizao do Profissional da Ateno Bsica PROVAB. Em 2012, foram
inseridos 1.866 profissionais no programa com benefcios (bolsa e pontuao adicional
para concursos de residncia mdica), visando interiorizao de profissionais da sade.
Esses profissionais encontraro uma nova rede de ateno bsica com a implantao
dos programas de Requalificao das Unidades Bsicas de Sade (UBS) e de Melhoria do
Acesso e da Qualidade (PMAQ). O primeiro enfrenta o desafio de adequar a infraestrutura
de atendimento, investindo mais de R$ 3 bilhes em obras de reforma e ampliao das
UBS existentes e construo de novas unidades, todas em um novo padro de ambincia
e funcionamento. Em 2012, o programa beneficiou 3.872 municpios, sendo que
foram construdos neste ano 263 novas UBS. Se junta a isso a informatizao das UBS,
garantindo-se banda larga e implantao do telessade e do pronturio eletrnico, e o
SUS Ateno Bsica. O PMAQ, por sua vez, desenvolve processo de induo, avaliao
e certificao das equipes a padres de qualidade, permitindo ao municpio at dobrar
o repasse de recurso mensal por equipe bem avaliada. Somando os dois programas, so
mais de 5.200 municpios participantes.
Outro desafio que se destaca o envelhecimento da populao e a mudana do perfil
epidemiolgico, com a ocorrncia de doenas associadas a populaes de menor renda,
como mortalidade infantil, doenas infecciosas e doenas parasitrias, e, ao mesmo
tempo, de doenas tpicas do mundo desenvolvido, associadas a mudanas no estilo de
vida da populao (sedentarismo e alimentao rica em acar, gordura e sdio). Esse
cenrio pe em evidncia as relaes entre as polticas de incentivo prtica esportiva
e a sade. Neste contexto importante estimular um modelo de preveno s doenas
crnicas, ampliando esforos para reduzir agravos sade, como tabagismo e alcoolismo,
alm da promoo de campanhas para controlar fatores de risco j reconhecidos,
como hipertenso, obesidade e diabetes. Uma das estratgias adotadas foi a criao
do Programa Academia da Sade existem 155 unidades em funcionamento em 96
municpios , com o objetivo de contribuir para a promoo da sade da populao,
alm de outras iniciativas que visam a ampliar os equipamentos disponveis para a prtica
esportiva, como os Centros de Artes e Esporte Unificados.
Em relao assistncia farmacutica, destacam-se a ampliao do elenco e a garantia
de acesso a medicamentos e insumos estratgicos, bem como a ampliao do Programa
Farmcia Popular do Brasil inclusive nos municpios mapeados pelo Brasil Sem Misria.
O programa credenciou 4.901 farmcias e drogarias, totalizando 25.126 credenciados
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42
at 2012, em 3.730 municpios, que, somados s 558 unidades prprias, atende mais de
5 milhes de pessoas por ms.
Esses esforos vo se refletir na evoluo dos principais indicadores da sade da populao,
como o aumento na expectativa de vida e a queda das mortalidades infantil e materna.
Essa queda foi generalizada em todas as regies e mais intensa na Regio Nordeste, de
modo que o Brasil alcanou com quatro anos de antecedncia uma das mais importantes
metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio ODM.
Segurana pblica com cidadania
No campo da segurana, a superao da violncia permanece como um dos grandes
desafios para o alcance de condies plenas de bem estar social. Os homicdios, expresso
mais cruel da violncia, representam a principal causa externa de mortalidade no pas
em 2010, foram registrados mais de 50 mil, sendo suas principais vtimas os jovens
masculinos negros, entre 15 e 29 anos de idade, que responderam por 35,7% do total.
Para superao desse quadro, o Governo Federal tem procurado induzir um novo
paradigma de segurana pblica cidad, orientado pelo reforo do carter preventivo das
aes de segurana pblica e por sua integrao com as polticas sociais. Nesse campo,
destacam-se o lanamento de novos arranjos de polticas como o programa Crack,
Possvel Vencer, que j recebeu a adeso de 14 estados, o Plano de Enfrentamento
Violncia contra a Juventude Negra Juventude Viva, que em setembro de 2012 teve
sua primeira fase de implementao iniciada em Alagoas (estado com a maior taxa de
mortalidade de jovens), e o programa Brasil Mais Seguro, que ampliam a escala de apoio
federal para o aprimoramento das instituies policiais, especialmente no que se refere
sua aproximao com a vida comunitria e ao aumento da sua capacidade investigativa,
diferenciando pblicos e territrios mais vulnerveis ao fenmeno da violncia. Alm
disso, est em execuo o Plano Estratgico de Fronteiras, a partir do qual estruturado
um novo modelo de gesto, monitoramento e policiamento especializados da rea de
fronteira por meio da cooperao das trs esferas de governo.
O aprimoramento do sistema penitencirio brasileiro tambm elemento estratgico
para avanar na consolidao da segurana pblica cidad. Em 2011, observou-se um
dficit de 208.000 vagas no sistema, destacando-se que cerca de 40% da populao
carcerria estava presa em regime provisrio. Para lidar com esse cenrio, est sendo
implementado o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, com o propsito de
zerar o dficit de vagas feminino e reduzir o nmero de presos em delegacias de polcia.
Tambm foram institudas novas normas: Lei n 12.736/12, que permite ao juiz considerar,
na sentena condenatria, o tempo de priso provisria ou medida de segurana j
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cumprida pelo ru; Lei 12.714/2012, que trata da informatizao do acompanhamento
da execuo penal; Lei 12.403/2011, que amplia o uso das cautelares no processo penal;
e Lei 12.433/2011, que trata da remisso da pena por estudo. Alm disso, cabe ressaltar
inovaes importantes no campo da garantia de direitos e reintegrao social da pessoa
privada de liberdade, como a destinao de 90 mil vagas do Pronatec e a incluso integral
da populao carcerria no Plano Nacional de Imunizao.
Apoio agricultura familiar
Por fim, destacam-se as polticas governamentais de apoio agricultura familiar,
consolidadas no Plano Safra da Agricultura Familiar, pacote de medidas lanado
anualmente e voltado para o segmento, que incorpora: crdito Pronaf (volume contratado
passou de R$ 2,44 bilhes, na safra 2002/2003 para R$ 13 bilhes na safra 2011/2012);
instrumentos de seguro (Garantia-Safra e Seguro da Agricultura Familiar - SEAF); compras
institucionais (Programa de Aquisio de Alimentos - PAA, Programa de Garantia de
Preos Mnimos - PGPM e Programa Nacional de Alimentao Escolar - PNAE); garantia
de preos e renda (Programa de Garantia de Preos para a Agricultura Familiar - PGPAF);
e assistncia tcnica e extenso rural (de 2006 a 2012, valores executados passaram de
R$ 108 milhes para R$ 583 milhes), com foco na sustentabilidade e diversificao dos
sistemas de produo, na gerao de renda e agregao de valor e acesso a mercados
institucionais e privados.
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INFRAESTRUTURA
Um pas de dimenses continentais como o Brasil precisa ofertar
infraestrutura em condies adequadas para mobilizar a economia
nacional e as potencialidades regionais. O investimento em infraestrutura
irradia crescimento ao sistema econmico, ao gerar externalidades
positivas, ampliando a produtividade e a competitividade, reduzindo
custos e estimulando investimentos no conjunto da economia.
A estratgia do Governo Federal nesse sentido se apoia na expanso da oferta de
infraestrutura por meio da ampliao dos investimentos pblicos e privados. O lanamento
do PAC, em 2007, significou a retomada do planejamento integrado e dos investimentos
em infraestrutura no pas, paralisados ou em ritmo lento desde a dcada de 1980. Alm
de apresentar uma carteira robusta de investimentos, o programa promoveu alteraes
na legislao tributria; instituiu medidas de estmulo ao crdito e ao financiamento;
fortaleceu a capacidade institucional dos rgos; induziu a organizao das administraes
pblicas subnacionais; e removeu obstculos burocrticos, normativos, administrativos,
jurdicos e legislativos, que criavam restries execuo de projetos estruturantes nas
reas de infraestrutura.
Os resultados alcanados pelo PAC nos primeiros quatro anos (2007-2010) contriburam
para a expanso mdia da economia brasileira a 4,6% ao ano naquele perodo, taxa
significativamente maior que a verificada em perodos anteriores. Nesse novo cenrio,
a participao do investimento total no PIB passou de 16,4%, em 2006, para 18,4%,
em 2010. No mesmo perodo, a parcela dos recursos pblicos no PIB destinados ao
investimento, considerando os que compem o Oramento Geral da Unio e os realizados
por estatais, mais que dobrou, saltando de 1,6% para 3,3%.
A segunda fase do PAC incorpora e consolida as aes da primeira. O monitoramento
intensivo implantado para acompanhar o programa permitiu a deteco e mapeamento
dos principais entraves enfrentados na execuo de obras pblicas. O Regime Diferenciado
de Contratao RDC, institudo em 2011, um exemplo de inovao que amplia a
competitividade e a eficincia nas licitaes e contrataes pblicas.
Para o perodo 2011-2014 o PAC 2 prev uma carteira de investimentos de R$ 989,4
bilhes, conforme a tabela seguinte:
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Investimento em infraestrutura PAC 2 (2011-2014)R$ bilhes
Logstica 158,0
Energtica 466,3
Social e Urbano 365,1
Total 989,4
Fonte: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.Elaborao: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.
Para ampliar a taxa de investimentos em infraestrutura, alm de ampliar o investimento
pblico, o Governo Federal tem adotado uma srie de medidas para incentivar a
participao do setor privado. No mbito do crdito, promoveu a reduo da taxa de
juros e a ampliao das linhas de financiamento do BNDES. Prorrogou regimes especiais
como o Reidi, o Reporto e o Repetro. Ampliou mecanismos de financiamento, como a
criao do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FI-FGTS),
e de garantias, como a Agncia Brasileira Gestora de Fundos e Garantias (ABGF). Nos
casos de obras de construo civil, houve a suspe
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