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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI – UINIVALI
JANAINA DE AMORIM
AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FISICA E DE SERVIÇOS DE SANTA CATARINA
PARA A RECEPÇÃO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS.
São José
2006
iii
Dedico este trabalho à minha família, pelo incentivo, ajuda, amizade e
compreensão em todos os momentos do período acadêmico. Aos amigos
que conquistei nesta trajetória, principalmente para Kite, Manú e Thomaz,
que também fazem parte desta conquista. E em especial dedico este
trabalho, ao meu marido Rafael, pelo incentivo, compreensão, paciência,
dando força nos momentos difíceis e de angustias.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos representantes dos cruzeiros marítimos no Estado de Santa Catarina pelas valiosas
informações concedidas para esse estudo. A profª Msc. Micheline Sartori, pela dedicação,
auxilio, sinceridade e incentivo. Agradeço também as colegas de trabalho na VTC Tour Operator,
que me apoiaram e auxiliaram em todo este estudo.
v
TÍTULO
A qualidade da estrutura física e de serviços de Santa Catarina para a recepção de cruzeiros
marítimos.
ÁREA DE PESQUISA: Ciências Sociais Aplicadas
SUB-ÁREA: Turismo e Hotelaria
vi
RESUMO
O mercado de cruzeiros marítimos no Brasil é considerado ainda como recente em relação a
outros países do mundo que desenvolvem esta atividade. Porém é visível o quanto essa atividade
está crescendo no Brasil, a cada temporada mais navios são trazidos para a costa brasileira pelas
companhias internacionais de cruzeiros marítimos. Mas para que esta atividade continue em
crescimento e trazendo os benefícios econômicos é preciso que haja uma estrutura adequada para
recebê-los, dando aos passageiros a oportunidade de fazer um cruzeiro marítimo com segurança e
sem transtornos. O estudo em questão pretende analisar a qualidade das estruturas físicas e de
serviços nos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina para a recepção de cruzeiros
marítimos. Em uma comparação com os padrões de portos e pontos de desembarque nacionais e
internacionais nota-se que Santa Catarina tem muito que investir neste segmento. Porto Belo
atualmente é a cidade que mais recebe navios de cruzeiros no estado mesmo não oferecendo
estrutura adequada, porém possui grande apelo turístico conquistando armadores e turistas, é uma
cidade de boa divulgação, incentivando o consumo por parte dos passageiros para esse roteiro.
Mas além de Porto Belo, outras cidades do estado podem se destacar há mercado para todos
desde que se obtenha maiores facilidades e estrutura para receber esses passageiros. Através de
pesquisas em fontes primárias e secundárias, conclui-se que existem deficiências e que se não
forem tomadas às medidas corretas pode-se prejudicar o crescimento deste segmento não só em
Santa Catarina mais também no Brasil.
Palavras-Chave: Turismo, Cruzeiros Marítimos, Portos.
vii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Ficha Técnica dos navios da temporada 2005 / 2006 .................................................. 01
Quadro 2: Principais Fatores necessários para recepção de Cruzeiros Marítimos ....................... 02
Quadro 3: Estatística do número de passageiros que utilizam o Terminal de Cruzeiros Marítimos
em Miami ...................................................................................................................................... 04
Quadro 4: Listagem dos navios e destinos dos Cruzeiros Marítimos na temporada 2006/2007 .. 06
Quadro 5: recursos Humanos ....................................................................................................... 00
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Movimentação de passageiros de Cruzeiros Marítimos nos principais portos da América
do Norte .................................................................................................................................. 03
Figura 2: Mapa do porto de Vancouver ........................................................................................ 04
Figura 3: Terminais Ballantynes e Canadá Place ......................................................................... 05
Figura 4: Porto de Barcelona ........................................................................................................ 06
Figura 5: Porto de Miami .............................................................................................................. 07
Figura 6: Trafego ao porto de Miami ........................................................................................... 08
Figura 7: Terminal de Passageiros do Porto de Barcelona ........................................................... 09
Figura 8: Terminal de Ballantynes ............................................................................................... 10
Figura 9: Terminal Canadá Place ................................................................................................. 11
Figura 10: Informações Turísticas ................................................................................................ 12
Figura 11: Sistema de Segurança .................................................................................................. 13
Figura 12: Terminal Turístico de Passageiros no porto de Santos ............................................... 15
Figura 13: Porto de Santos ............................................................................................................ 15
Figura 14: Píer Mauá .................................................................................................................... 16
Figura 15: Navio de Cruzeiros Atracado no Píer de Itajaí ............................................................ 17
Figura 16: Píer Turístico de Itajaí ................................................................................................. 17
viii
Figura 17: Porto de São Francisco do Sul .................................................................................... 18
Figura 18: Porto de Imbituba ........................................................................................................ 00
Figura 19: Píer Porto Belo ............................................................................................................ 00
Figura 20: Píer de Canas Vieiras em Florianópolis ...................................................................... 00
Figura 21: Organograma Geral da Empresa ................................................................................ 00
JANAINA DE AMORIM
AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FISICA E DE SERVIÇOS DE SANTA CATARINA
PARA A RECEPÇÃO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS.
Tese de Conclusão de curso como requisito parcial
para a aprovação na disciplina do estagio Obrigatório
do curso de Turismo e Hotelaria da Universidade do
Vale do Itajaí; Centro de educação São José.
Orientador: Profª Michelini Sartori
São José
2006
JANAINA DE AMORIM
AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FISICA E DE SERVIÇOS DE SANTA CATARINA
PARA A RECEPÇÃO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS.
Este Trabalho foi elaborado como requisito parcial para aprovação da Disciplina estagio
Obrigatório do curso de Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de
Educação São José e examinada pelos seguintes professores:
_________________________ _________________________
Profª xxxxxxxxxxxxxxxxx Profª xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
_________________________ _________________________
Profª xxxxxxxxxxxxxxxxx Profª xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
SUMÁRIO
PARTE I: Relatório de Pesquisa
RESUMO ..................................................................................................................................... vi
LISTA DE QUADROS .............................................................................................................. vii
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ vii
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 01
1.1 - Contextualização................................................................................................................ 01
1.2 – Definição do problema....................................................................................................... 02
1.3 - Justificativa......................................................................................................................... 03
2. OBJETIVOS....................................................................................................................... 04
2.1 – Objetivo Geral..................................................................................................................... 04
2.2 – Objetivos Específicos.......................................................................................................... 04
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................... 05
3.1 - O transporte para o Turismo............................................................................................. 06
3.1.1 Transporte Rodoviário.......................................................................................................... 09
3.1.2 Transporte Aéreo ................................................................................................................. 11
3.1.3 Transporte Ferroviário ......................................................................................................... 12
3.1.4 Transporte Marítimo e os Navios de cruzeiros .................................................................... 14
3.2 O Mercado do Turismo de Cruzeiros no Brasil ................................................................. 16
3.3 Transportes Turísticos e Estruturas ................................................................................... 21
4 – RESULTADOS DA PESQUISA ......................................................................................... 28
4.1- Procedimentos metodológicos ............................................................................................ 28
4.1.1- População e amostragem .....................................................................................................29
4.1.2- Coleta de dados .................................................................................................................. 29
4.1.3- Análise e interpretação dos resultados................................................................................ 30
4.2- Plano de trabalho ................................................................................................................ 31
4.2.1- Etapas ................................................................................................................................ 31
4.2.2- Cronograma ..................................................................................................................... 31
4.3 - Estruturas de portos e pontos de desembarque ............................................................. 32
4.3.1 – Estrutura de Portos Internacionais ....................................................................................32
4.3.2 – Estrutura de portos e pontos de desembarque nacionais .................................................. 41
4.3.3 - Portos e pontos de desembarque em Santa Catarina ......................................................... 47
4.3.4 - Imagens de Portos no Brasil e no Mundo: Algumas comparações ................................... 55
4.4 - Análise da pesquisa ............................................................................................................ 63
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 76
6- REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 80
7- ANEXOS ................................................................................................................................. 84
8- APÊNDICES ........................................................................................................................... 90
PARTE II : Relatório de Estágio
1- IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO ................................................ 93
1.1- Dados da empresa: .............................................................................................................. 93
1.2- Dados do aluno .................................................................................................................... 93
2- JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 94
3- OBJETIVOS ........................................................................................................................... 95
3.1- Objetivo geral ...................................................................................................................... 95
3.2- Objetivos específicos ........................................................................................................... 95
4- DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................................... 96
4.1- Evolução histórica da organização .................................................................................... 96
4.2- Infra-estrutura física atual ................................................................................................. 96
4.3- Infra-estrutura administrativa .......................................................................................... 97
4.4- Quadro de recursos humanos ............................................................................................ 98
4.5- Serviços prestados ............................................................................................................... 98
5- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR SETOR ......................... 100
5.1- 1° Setor ............................................................................................................................... 100
5.1.1- Funções do setor ............................................................................................................... 100
5.1.2- Infra-estrutura do setor ..................................................................................................... 101
5.1.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor ......................................................... 101
5.1.4- Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................................. 101
5.1.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas ............................................. 102
5.2 - 2 º setor .............................................................................................................................. 103
5.2.1- Funções administrativas do setor ..................................................................................... 103
5.2.2- Infra-estrutura do setor ..................................................................................................... 104
5.2.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor ......................................................... 104
5.2.4- Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................................. 105
5.2.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas ............................................. 105
5.3 - 3º setor ............................................................................................................................... 106
5.3.1- Funções administrativas do setor ..................................................................................... 106
5.3.2 - Infra-estrutura do setor .................................................................................................... 107
5.3.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor ......................................................... 107
5.3.4- Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................................. 108
5.3.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas ............................................. 108
6- ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................ 109
7- CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 110
8- REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 111
9- ASSESSORIAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS ........................................................... 112
10- ANEXOS ............................................................................................................................. 113
10.1 - Documentos da universidade ......................................................................................... 114
1
1. INTRODUÇÃO
1.1- Contextualização
O turismo de cruzeiros marítimos é um dos segmentos turísticos que mais cresce em todo
o mundo, cada vez mais pessoas aderem por esse tipo de produto turístico. Movimentam mais de
US$ 25,4 bilhões por ano e cerca de 10,4 milhões de pessoas em todo o mundo. Antes
considerado caro e para turistas de terceira idade, hoje, ganha mercado entre diferenciados tipos
de públicos e faixas etárias. Novos conceitos foram conquistados.
O cruzeiro marítimo oferece hospedagem, transporte, diferenciados destinos em uma só
viajem, alimentação e muito entretenimento, em um só lugar. É um verdadeiro “Resort
Flutuante” (AMARAL, 2002). Os navios de cruzeiros marítimos além de serem um meio de
transporte turístico eles se tornaram uma atração turística.
No Brasil este produto ainda é muito recente comparado com outros continentes como
Europa e América do Norte. Porém nos últimos cinco anos tem sido responsável por grande
impacto econômico no país. A cada temporada que chega, mais navios vem para a costa
brasileira, movimentando cada vez mais o setor turístico.
Todos chegam ao final da temporada com resultados muito satisfatórios. Gerando renda
em diversos setores. Em 2005, o segmento gerou R$ 32 milhões em comissões para agências de
viagens brasileiras e os turistas deixaram R$ 130 milhões nos portos brasileiros em que os navios
atracaram Herman, (2006). Os brasileiros já descobriram que viajar de cruzeiro marítimo pode
ser uma forma bem mais barata e divertida, aliada a qualidade de serviços oferecidos.
A temporada dura geralmente de novembro a março, porém a comercialização de suas
cabines inicia bem antes. Para a temporada de 2006/2007 as cabines já estão disponíveis no
mercado em meados de março de 2006. Ou seja, nem tinha terminado ainda a temporada
2005/2006.
São em torno de 23 portos e pontos de desembarque do Nordeste ao sul do Brasil. Para as
cidades que recebem os cruzeiros marítimos, a economia é aquecida, pois os passageiros passam
o dia naquele destino, e utilizam opções de lazer, comercio, e alimentação. Fazendo com que
todos ganhem.
2
Em Santa Catarina já foram ou ainda são visitados basicamente cinco portos ou pontos de
desembarque, em São Francisco, Itajaí, Porto Belo, Florianópolis e Imbituba. Onde 3 são
estruturas portuárias e dois são pontos de desembarque, ou seja, não possui porto, os passageiros
são transportados do navio para a costa através de tenders ou lanchas.
A costa brasileira poderia ser ainda mais explorada. Vários outros destinos poderiam ser
incluídos nos roteiros dos cruzeiros marítimos, porém somente dois dos vinte e três pontos de
desembarque possuem infra-estrutura próximo ao ideal para a recepção de passageiros dos
padrões internacionais. O que acaba ocasionando problemas operacionais para as companhias de
cruzeiros. E comprometer a qualidade dos serviços prestados. Pois a diferença entre serviço a
bordo e falta de estrutura em terra, sem dúvida interfere na avaliação geral perante o passageiro
sobre todo o cruzeiro.
Este projeto vem com propósito de avaliar a qualidade dos portos e pontos de
desembarque em Santa Catarina, levantando essa problemática a fim de analisar o que a falta de
infra-estrutura e planejamento pode ocasionar neste segmento de mercado.
1.2- Definição do problema
O mercado de cruzeiros marítimos no Brasil já é uma realidade. Apesar de que é um
mercado ainda recente em relação a muitos países, o Brasil tem conquistado a cada ano mais
navios para as temporadas de verão entre novembro e março na costa brasileira.
Junto com o crescimento deste mercado no Brasil, Santa Catarina conhecida como
referencia nacional em qualidade de vida, também tem recebido diversos navios em sua costa
durante o verão. O que é um ponto positivo para o aquecimento da economia local.
No entanto é necessário descobrir se os destinos em que os cruzeiros marítimos
desembarcam seus passageiros em Santa Catarina estão preparados para esse volume cada vez
maior de pessoas. Se possuem uma estrutura física e de serviços, preparada para atender pessoas,
incluindo a segurança e o conforto desses passageiros.
A partir disto pergunta-se: Qual a estrutura física e de serviços dos portos e pontos de
desembarque que receberam cruzeiros marítimos em Santa Catarina?
3
1.3- Justificativa
O segmento de cruzeiros marítimos vem crescendo há bastante tempo em todo o mundo,
porém no Brasil sua comercialização ainda é considerada recente. A cerca de uma década
principalmente após o ano 2000 que os cruzeiros marítimos começaram a se popularizar no
mercado brasileiro. A cada temporada desde a reformulação nas leis de cabotagem no Brasil,
1995, tem aumentado a quantidade de navios pela costa brasileira. Conseqüentemente mais
pessoas estão aderindo a esse tipo de serviço.
Na temporada de 2005 / 2006 foram ao todo 06 navios fazendo a costa brasileira, fora os
navios de transito, na temporada de 2006 / 2007 serão o dobro, 12 navios estarão em destinos
brasileiros pelo período de novembro a março. O crescimento deste segmento sem dúvida traz
diversos impactos positivos economicamente e socialmente. Pois são gerados diversos empregos
diretos e indiretos. O fato de o navio parar praticamente cada dia em um lugar diferente, faz com
que seje realizada uma distribuição de renda, fazendo com que cada destino em que o cruzeiro
pare receba uma porcentagem destes benefícios.
Mas este crescimento pode ser prejudicado. O Brasil possui uma imensa extensão de
litoral atraente para vender aos turistas, teria a possibilidade para receber muito mais navios,
porém é possível que isso ocorra em função da insuficiência de estrutura nos portos e pontos de
desembarque. Esse fator pode ser ainda mais relevante para o estado de Santa Catarina que dos
cinco pontos de parada, apenas um apresenta terminal para embarque e desembarque de
passageiros.
4
2- OBJETIVOS
2.1- Objetivo geral
Avaliar a estrutura física e de serviços dos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina que
recebem Navios de Cruzeiros Marítimos.
2.2- Objetivos específicos
• Descrever a estrutura necessária para receber Navios de Cruzeiros
• Identificar estrutura física e de serviços disponíveis nos portos de Santa Catarina.
• Relacionar a estruturas física e de serviços disponíveis nos principais portos no Brasil e no
mundo com o cenário que se apresenta em Santa Catarina
• Analisar o posicionamento das empresas representantes de Navios de Cruzeiros quanto a
estrutura física e de serviços em Santa Catarina
5
3- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O homem desde sempre teve a curiosidade de conhecer o que existia em sua volta,
necessidade de desbravar novos lugares, seja por motivos de poder, religião, entre outros e até
por sobrevivência, esses deslocamentos já existiam muito antes da denominação turismo.
“Em seu sentido mais amplo, o turismo é o maior dos movimentos migratórios da história
da humanidade”.(RUSCHMANN, 1999, p.12).
Assim o turismo foi se desenvolvendo e ganhando importância em praticamente todo o
mundo. Sendo explorada por pessoas das mais variadas idades, classes sociais e etnias. E com
motivações variadas.
As motivações para a realização de uma viagem podem ser a lazer, negócios, eventos,
visita de parentes, entre outros. O fato é que cada vez mais pessoas se predispõem a sair do seu
convívio habitual para experimentar coisas novas. Com a globalização, e o crescimento de
grandes pólos, a valorização de lugares calmos com ênfase na natureza e o descobrimento de
novas culturas e costumes são grandes tendências da vida moderna, além de destinos e
equipamentos de turismo que tragam conforto, praticidade e aliam descanso, alimentação e
entretenimento em um só lugar, sem precisar que o passageiro tenha que ficar perdendo muito
tempo com filas e deslocamentos cansativos.
De acordo com publicação do Turinews (2006), Que relata uma pesquisa realizada pela
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) da USP – Universidade de São Paulo, para o
Ministério do Turismo, o lazer continua sendo a principal motivação para estrangeiros virem para
o Brasil.
O que significa que as pessoas além de viajarem a negócios, elas sentem a necessidade de
conhecer novos lugares, com intuito de “fugir” da sua rotina do dia a dia. E conseqüentemente
gera riquezas em inúmeros destinos. Isso comprova mais uma vez à proporção que a atividade
turística exerce dentro da economia direta e indiretamente de uma sociedade.
Sem dúvida o turismo hoje é um mercado com grande ascensão em todo o mundo. O
cenário mundial da economia demonstra que o turismo esta conquistando espaço definitivo junto
a diversos setores modernos.Com altas taxas de crescimento, tanto em números de turistas como
no dispêndio que realizam nos locais visitados. Dolenga (2004).
6
A atividade turística através do aumento do fluxo de turistas favorece o crescimento e a
economia de uma determinada região. De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT,
2002), são 660 milhões de viagens, gerando impacto em diversos segmentos da economia em
todo o mundo. Correspondente a 10% do produto interno bruto (PIB) mundial.
No Brasil, esse crescimento também é acelerado, Segundo Turinews (2006, p.19) “de
2004 para 2005 o índice de chegada de estrangeiros no país cresceu em 11,78%, de 4,7 milhões
para 5,3 milhões de turistas”. Enquanto o crescimento do turismo internacional cresceu 5% em
todo o mundo no ultimo ano, o que significa que esse índice representa que o Brasil está mais que
o dobro da média Mundial.
Crescimento significativo em todo o mercado. Lembrando que para uma determinada
região se desenvolver turisticamente ela precisa ter a disposição do turista assim como da
comunidade, toda uma infra-estrutura básica como rede de esgoto, água, luz, hospitais,
segurança, acessos, transporte, estrutura de apoio, como restaurantes, entretenimento, opções de
comercio, restaurantes, entre outros, e a infra-estrutura turística como os meios de hospedagem
principalmente.
Sempre visando a sustentabilidade, pois sem um planejamento eficaz, os impactos podem
tornar-se negativos, ao invés de renda e desenvolvimento a região, traz a destruição de recursos
naturais, desvalorização cultural e desrespeito a comunidade.
Voltando ao início da evolução do turismo, analisando toda a trajetória deste
desenvolvimento, é preciso lembrar que existem alguns aspectos imprescindíveis a se considerar.
O transporte, por exemplo, é diretamente relacionado a esta evolução. Pois é o transporte que
interliga as áreas a serem visitadas. Portanto o transporte é fator imprescindível para a atividade
turística. Sem ele pode-se dizer que o turismo seria algo muito menor e pouco significativo, em
relação a todo o dinamismo visto hoje.
3.1 O transporte para o Turismo
O transporte é elemento chave para as atividades turísticas. Segundo Palhares, (2002, p
21), Qualquer um que já tenha saído de viagem, de férias, ou a negócios, sabe que para alcançar
seu destino, precisa utilizar um meio de transporte: automóvel, ônibus, avião, trem, navio, etc... É
fato, portanto, que o turismo não existe sem o transporte.
7
O turismo nada mais é que diversos serviços e equipamentos turísticos interligados,
unindo interesses do poder público e de empresas privadas, as empresas são quem oferecem estes
serviços ao mercado, sobrevivendo do lucro adquirido por esta prestação de serviço. E o poder
público exerce papel imprescindível, auxiliando e subsidiando informações e facilidades para as
empresas prestadoras de serviços e equipamentos turísticos e entidades de classe organizarem
entre si. Além de ter a obrigação de oferecer infra-estrutura básica e de acesso para a população,
conseqüentemente atingindo também o turista. E o transporte acaba sendo um dos principais
pontos chaves em toda essa cadeia organizacional.
O que comprova a dependência do turismo perante o transporte, pois turismo nada mais é
que o deslocamento de pessoas viajando ou permanecendo em outro local fora de seu ambiente
usual, por menos de um ano consecutivo seja por motivo de lazer, negócios ou outros
Organização Mundial do Turismo (1994 apud, PALHARES, 2002).
Reafirmando essa importância do transporte no desenvolvimento do turismo, Lamb e
Davidson (apud PAGE, 2001, p.16), dizem que, Transporte é um dos três componentes
fundamentais do turismo. Os outros dois são o produto turístico (a oferta) e o mercado turístico (a
demanda). Sem o transporte a maioria das formas de turismo não poderia existir.
É importante ressaltar, que nem todo o deslocamento feito através de transportes é
turismo. A utilização de meios de transportes como ônibus públicos, escolares, metros ou
automóveis, para motivos habituais, do dia a dia, não é considerado turismo, mesmo que utilizado
um meio de transporte para efetuar este deslocamento.
Em função da globalização, da tecnologia aplicada aos transportes e meios de
comunicação cada vez mais eficientes, aos poucos a função tempo e distância foram diminuindo,
antes nunca imaginaria ser possível chegar ao outro lado do mundo, de forma tão rápida, segura e
cômoda. Hoje, esta distância pode ser feita em torno de algumas horas por via aérea.
Foi aliado com o transporte que o turismo se desenvolveu, tendo hoje opções para chegar
a quase todas as partes do mundo. Permitindo as pessoas uma gama de informação cultural, e
liberdade de escolha de um destino muito maior, incluindo qualquer parte do globo terrestre.
Em relação a essa superação do tempo, Tolley e Turton (1995, apud PAGE 2001),
apontam quatro fases principais na tecnologia dos transportes: 1° - A transição do cavalo de ação
8
do vento para formas mais avançadas; 2° - A introdução do motor a vapor; 3° - O
desenvolvimento do motor a combustão; 4° - O uso do motor a jato.
E o turismo sempre utilizou e utiliza até hoje, quase todos os tipos de transporte, seja ele
por via aérea, marítimo ou terrestre. E dentro dessas vias, existem diferenciados veículos que
atingem as pessoas de acordo com a necessidade e destino escolhido pelo viajante. Outro fator
que os transportes podem interferir é que além de interligar regiões e destinos turísticos, podem
constituir ainda como o próprio atrativo turístico não apenas em sua infra-estrutura, mas na
qualidade de serviços oferecidos, e o conteúdo turístico incorporado ao meio.
De acordo com a classificação de Collier (1994, apud PAGE 2001), as principais opções
de transportes turísticos são, através da Água: Navios de cruzeiros, Navios de passageiros
comerciais, Ferries, Vias Aquáticas internas. Através da terra: Carro, Ônibus regular ou fretado,
Trailers e motocasa, Trens. E pelo ar: Serviços comerciais, Vôos fretados, Vôos panorâmicos.
Cooper (2001, p.307), afirma “o transporte é elemento essencial do produto turístico de
duas formas: é o meio de alcançar a destinação e é o meio de movimentar-se nela. Cada vez mais,
sendo o transporte visto como parte do lazer, a viagem é vista como uma atração em si e
certamente como parte da experiência turística”.
Em uma viajem de turismo, as primeiras coisas que o turista pensa são nos meios de
transportes e alojamentos que ele irá utilizar para a viagem. O turista cria uma expectativa de
hospitalidade, esperando que suas necessidades e desejos sejam correspondidas por todo o
período da viajem. E para isso o turista terá que estar recebendo serviços de boa qualidade desde
o embarque.
Com esta expansão do turismo de lazer, eventos e negócios, e com a quantidade cada vez
maior de pessoas viajando com mais freqüência seja qual for à motivação desta viajem.
Conseqüentemente mais empresas de transportes foram aparecendo, e muitas delas sentiram a
necessidade de se colocar de forma diferenciada no mercado de atuação. Para não perder fatia do
mercado tão dinâmico e concorrido.
Em função desta dinâmica de mercado, as empresas de transportes têm se dedicado cada
vez mais às necessidades e ao perfil dos seus passageiros. Seja qual for essa necessidade, à busca
pelo melhor preço, maiores opções de destinos e rotas, rapidez no deslocamento, conforto, etc...
Mas principalmente a qualidade nos serviços oferecidos e na proposta da empresa.
9
Já que o deslocamento é o elemento básico para que o turista chegue ao local turístico
escolhido. Toda a imagem que o turista vai ter sobre a viagem inicia desde o embarque. E
qualquer falha que ocorrer prejudica todo o sistema de qualidade do pacote. Por isso que é
necessário que a elaboração de um pacote ou um produto turístico seja realizado de forma
organizada, tendo um compromisso com a qualidade, buscando sempre a opção mais adequada
do meio de transporte, seus componentes e qual melhor caminho a percorrer. Jesus, (2004).
Esta tem que ser também uma preocupação do próprio meio de transporte. Hoje este
mercado esta tão segmentado em função dessas necessidades diferenciadas de cada individuo,
que é possível ver na filosofia de cada empresa de transporte, essas diferenças nitidamente. O que
é importante para uns pode ser supérfluo para outros, depende da realidade e do momento que
cada passageiro está vivenciado. Um exemplo é a proposta da companhia aérea Gol “voar mais
por menos”, o que é maravilhoso pra muitos pode não ser para outros que procuram mais
conforto, atendimento diferenciado ou uma comida mais elaborada. As tarifas da companhia Gol
geralmente são mais baratas, porém seus serviços também são reduzidos.
Deste modo o transporte sempre esteve e estará presente na expansão do turismo, é
importante analisar a sua evolução até os dias de hoje, pois é elemento chave para a compreensão
de todo esse desenvolvimento.
3.1.1 Transporte Rodoviário
Afirma Palhares (2002), que os veículos rodoviários modernos, principalmente o
automóvel e o ônibus, assim como os aviões, proporcionaram que o turismo se desenvolvesse
como atividade acessível a um número cada vez maior de pessoas.
O transporte rodoviário é responsável não só por grande parte da interligação de uma
região, mas também serve para interligar um transporte a outro para se chegar ao destino final.
São diversos tipos de transportes que entram nesta classificação, sendo utilizado por terra.
A escolha do transporte a ser utilizado depende muito do destino em que se quer chegar, qual o
motivo da viajem, das condições econômicas do viajante, e também das características dos meios
de acesso que ele irá encontrar.
10
Cada meio de transporte tem a sua particularidade, De acordo com (PALHARES, 2002 p.
186).
“O automóvel, por exemplo, permite que seus proprietários possam utilizá-lo como
forma de transporte independente, servindo as suas necessidades quando bem
desejarem... Já os ônibus oferecem a possibilidade de deslocamento de um maior numero
de pessoas, quer em serviços regulares ou fretados”.
Os transportes rodoviários podem ser utilizados, seja para o deslocamento dos turistas de
região para região, ou para o deslocamento destes turistas no destino que estão visitando. Seja ele
táxi, automóvel alugado, ônibus tanto fretado como o regular, vans, trailers, motocasa,
caminhões e também transportes alternativos, como bicicletas, motos, ou de tração animal como
cavalos, carruagens e charretes. As Charretes, em uma cidade histórica, podem ser utilizadas para
trajetos curtos, em um city tour por exemplo, desde que em estradas pequenas, não em rodovias é
claro. Neste caso o meio de transporte acaba se tornando uma das atrações da destinação turística.
O desenvolvimento principalmente dos automóveis particulares e dos ônibus, que
conseguiram a atingir uma camada ainda maior de pessoas. De acordo com Palhares (2002), no
âmbito do turismo, permitiu que um maior número de viagens fossem realizadas e com cada vez
mais freqüência, tornando-se, em alguns paises a primeira forma de transporte no segmento
turístico.
Com o desenvolvimento na industria dos automóveis após o termino da Segunda Guerra
Mundial, os automóveis foram fabricados em escala industrial e tornaram-se um bem acessível
para uma parcela da população mundial. Com esse crescimento ouve a necessidade de construção
de rodovias, ocorrendo o desenvolvimento não só da industria automobilística, mas também no
turismo que recebeu um grande impulso. Palhares, (2002). Foi nessa época que muitas cadeias
hoteleiras passaram a surgir ao longo das rodovias.
Em função da expansão das auto-estradas interestaduais alguns destinos tornaram –se
mais acessíveis, o que possibilitou a indústria hoteleira e demais serviços turísticos
desenvolverem-se nestes novos pólos turísticos.
No Brasil o transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, é
responsável por uma movimentação superior a 140 milhões de usuários /ano. É o meio de
transporte mais utilizado no país. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT,
2006), o ônibus no serviço interestadual é responsável por quase 95% do total dos deslocamentos
11
realizados no país. É a principal modalidade na movimentação coletiva de usuários. Sua
participação na economia brasileira é expressiva, assumindo um faturamento anual superior a R$
2,5 bilhões na prestação dos serviços regulares prestados pelas empresas permissionárias, onde
são utilizados 13.400 ônibus.
Ainda a ANTT, (2006), explica que em um País com uma malha rodoviária de
aproximadamente 1,8 milhões de quilômetros, sendo 146 mil asfaltados (rodovias federais e
estaduais), a existência de um sólido sistema de transporte rodoviário de passageiros é vital.
O transporte rodoviário acaba sendo o mais acessível no Brasil. O caso do ônibus é em
geral o transporte mais barato para se viajar principalmente por médias e longas distâncias,
comparado com o carro também proporciona comodidade ao viajante, já que em viagens longas
dirigir seu próprio carro pode ser algo muito cansativo e perigoso. Sendo assim este tipo de
transporte atingi uma enorme camada da população do país. Já que o avião é rápido, porém ainda
é caro para a maioria das pessoas, e as linhas ferroviárias são praticamente inexistentes.
3.1.2 Transporte Aéreo
Uma grande conquista em toda a evolução do transporte e também do turismo e a rapidez
com que hoje se cruza o mundo, esta diretamente ligada ao transporte aéreo. Segundo Palheres
(2002), a humanidade experimentou a primeira etapa da consolidação da capacidade de cruzar
ares por meio dos primeiros balões. O primeiro projeto realmente de sucesso para vôos tripulados
nestes engenhos foi desenvolvido pelos irmãos Montgolfier, na França, em 1783.
A evolução tecnológica destes balões motorizados e direcionáveis deu origem aos
“dirigíveis”espécie de balões com motor possíveis de direcioná-los. Após os dirigíveis veio o
primeiro “avião” que até hoje, causa controvérsia de quem foi o primeiro a voar com esse
equipamento, alguns concluem que foram os irmãos Wrigth com o Flyer III, ou Alberto Santos
Dumond com 14 Bis no período entre 1905 e 1906. Palhares (2002).
Com essa descoberta única, os dirigíveis foram se aprimorando, e construindo cada vez
mais aeronaves. Mais tarde focadas para vôos comerciais, segundo Palhares (2002), o primeiro
vôo internacional regular diário foi inaugurado em 25 de agosto de 1919, de Londres a Paris.
12
E a partir destes primeiros passos, surgem novas companhias, regulamentação da
atividade, processo de adaptação às mudanças do mercado, entre outros aspectos de evolução,
como os aviões a jato que comemoram 54 anos do inicio desta evolução no transporte mundial.
Hoje faz parte do dia a dia de milhares de pessoas em todas as partes do mundo. Um
acontecimento de extraordinária importância na evolução da aviação comercial. Ampliou a
capacidade de transporte de passageiros e cargas, introduziu novas condições de conforto e
segurança. (TURISNEWS, 2006).
De acordo com ANAC, (2002), No Brasil são cerca de 35 companhias aéreas que
transportam passageiros e cargas. Neste ano que levou a melhor foi a Gol Linhas Aéreas, segundo
noticia divulgada no site Aerobusiness, (2006), a revista de economia Exame entregou à
companhia Gol Linhas Aéreas o prêmio “maiores e melhores de 2006” como melhor empresa
brasileira no setor de transportes. Em 2004 a mesma publicação especializada tinha já escolhido a
Gol como “Empresa do Ano”.
3.1.3 Transporte Ferroviário
É importante ressaltar dois períodos da trajetória e evolução do transporte ferroviário em
todo o mundo. Com o desenvolvimento do transporte rodoviário e aéreo o transporte ferroviário
perdeu grande espaço no mercado dos transportes e turístico, retomando com novas tecnologias.
Segundo Palhares (2002, p.283):
Com o aparecimento e o desenvolvimento do transporte rodoviário, a tecnologia
ferroviária, que se expandira largamente durante o século XIX, passou a perder cada vez
mais importância em muitos paises, dentre eles o Brasil. Entretanto, a partir de meados
da década de 1960, no Japão, e do inicio da década de 1980, na Europa, o surgimento
dos trens de alta velocidade, permitiu uma maior competição da tecnologia ferroviária,
não só com o modo rodoviário, mas até mesmo com o aéreo.
No âmbito turístico, o transporte ferroviário foi ganhando cada vez mais espaço, mesmo
os trens de modelo antigo, se transformam hoje e pontos turísticos que retratam toda uma época.
Mas esse posicionamento para o segmento turístico teve inicio na Europa há séculos atrás.
Quando Thomas Cook organiza e agencia uma viagem para 500 pessoas, e realiza o primeiro
fretamento ferroviário.
Palhares (2002) relata que, “No dia 05 de julho de 1841, um trem foi especialmente
designado para transportar mais de 500 pessoas entre duas cidades. Surgia ai não só a
13
primeira viagem charter de trem, mais também o inicio de uma grande idéia que iria
definitivamente associar o transporte com o turismo”.
Nesta época, com o sucesso das primeiras viagens, Thomaz Cook montou a primeira
agencia de viagens do mundo, junto com o desenvolvimento e crescimento das ferrovias, resultou
no crescimento do turismo. Essa evolução foi se tornando tão rápida que empresas foram se
especializando no atendimento ao turista.
Segundo Palhares (2002), A primeira ferrovia de passageiros foi criada em 1830... Desde
então este tipo de transporte desenvolveu rapidamente sua infra-estrutura, conquistando a
preferência de diversos paises das nações Européias prolongando-se para territórios além-mar,
como os Estados Unidos e o restante do mundo.
Com o passar do tempo, a perda de mercado para outros tipos de transportes e após a
entrada de novas tecnologias no transporte ferroviário, com a criação dos trens de Alta
Velocidade (TAV). O que vemos hoje são diferenciados tipos de trens eficientes, rápidos e que
oferecem diversos de serviços turísticos aos passageiros, inclusive hospedagem.
É o caso dos “trens – hotéis”, que tem permitido uma ampliação do produto rodoviário
principalmente no turismo. De acordo com Palhares (2002), O transporte ferroviário
exclusivamente destinado a ao segmento turístico tem despertado cada vez mais interesse,
principalmente aqueles voltados às viagens cênicas, como trens panorâmicos, e as viagens
nostálgicas efetuadas em antigas locomotivas a vapor.
É hoje em muitos países como, por exemplo, na Europa, um transporte rápido e eficiente,
competindo diretamente com o transporte aéreo e o terrestre, que tem como ponto positivo o
acesso aos terminais, a maioria localiza-se na parte central das cidades, difere dos aeroportos que
se situam em geral afastados dos grandes centros.
No Brasil, a primeira ferrovia instalada foi em 30 de abril de 1854 Palhares, (2002), com
objetivo principal de escoar produção agrícola do interior para os portos. Na década de 1930 com
a crise do café, e em 1950 com a implantação do rodoviarismo o sistema ferroviário no Brasil
entrou em crise (Palhares 2002).
O investimento acabou sendo pequeno para melhorar as condições de viagens de trem,
com a redução nas tarifas aéreas, e o investimento nos transportes rodoviários na época, resultou
na diminuição cada vez maior das linhas ferroviárias operantes. Restaram alguns trens turísticos,
14
são principalmente para destinos de curto a médio prazo, onde a atração principal é o próprio
trem e a historia que pode ser contada através das paisagens encontradas pelo caminho.
Segundo Palhares, (2002), Em relação aos trens exclusivamente turísticos, o país
apresenta alguns serviços voltados para este segmento... Entretanto, o caso da EF Paranaguá, no
Paraná seja a de maior sucesso. Interligando Curitiba ao Porto de Paranaguá, cortando a serra do
mar e a mata atlântica.
3.1.4 Transporte Marítimo e os Navios de cruzeiros
O transporte marítimo pode ser dividido em ferry de curta distância e cruzeiros marítimos.
Existem outras categorias como o transporte em vias aquáticas internas e pequenas embarcações
de lazer, mas estas têm menos significado como meio de transporte, uma vez que são mais
produtos da destinação em si, Cooper (2002 p. 310).
Os serviços de ferrys incluindo ou não veículos, podem exercer papel importante de
comunicação entre destinações afastadas como ilhas, por exemplo. Além de poder servir como
atrativo daquela região já que é uma forma diferente não tão convencional a maioria dos tipos de
transportes.
Já os cruzeiros marítimos têm como objetivo fazer com que seus hóspedes desfrutem de
ótima infra-estrutura que os navios oferecem. Aliando principalmente, hospedagem e transporte
em um só lugar. Proporcionando ao passageiro conhecer diversos lugares diferentes sem ter que
trocar de meio de transporte e hospedagem em cada lugar que passar.
O desenvolvimento que conhecemos hoje sobre cruzeiros marítimos teve início em
meados de 1840, onde naquela época, os navios serviam para transportes de cargas, e com o
passar dos anos, e a necessidade das pessoas migrarem para outros continentes, os cargueiros
foram sendo adaptados para o transporte de passageiros.
Naquela época muitas pessoas iam migrar da Europa para a América do Norte, onde a
principal função dos cruzeiros era cruzar o Atlântico com maior rapidez possível. Não havia a
preocupação de atender as diversas e diferenciadas necessidades dos passageiros. Muito diferente
dos dias de hoje.
15
Segundo Amaral (2002), Somente após o projeto da companhia White Star Lines, a
corrida nos mares do Atlântico Norte começou a ser superada. Foram projetados e criados três
navios: o Olympic, o Titanic e o Britanic. O Titanic é considerado o grande marco dos cruzeiros,
na realidade uma verdadeira lenda dos mares ao naufragar em trágico acidente durante sua
viagem inaugural em abril de 1912.
Em função das mudanças que começam a ocorrer com outros meios de transportes,
modificando o foco dos navios, se especializando cada vez mais em transporte de cargas e não
mais de pessoas.
Com a evolução tecnológica dos modos de transportes e com o surgimento do avião a
jato, as linhas de navegação, que simplesmente transportavam passageiros de um pais para outro,
desapareceram. Palhares (2002 p. 233).
Isso ocorreu, pois o custo beneficio, de uma viagem de avião comparada a uma viagem de
navio nos quesitos relacionados a preço, tempo de viagem, e restrições de locais para
desembarque, eram visíveis. Já que com avião é possível parar em qualquer região diferente dos
navios que obrigatoriamente precisam ser em regiões litorâneas, custam menos e chegam
consideravelmente mais rápido.
Aos poucos as companhias de navegação começam a explorar o segmento de cruzeiros
marítimos, se preocupando cada vez mais com o bem estar do passageiro, onde a função de
transportar passageiros não é o mais importante.
O objetivo dos cruzeiros é de que seu passageiro sinta –se em um resort flutuante, onde
ele tem a sua disposição uma gigantesca infra – estrutura, onde ele tem tudo num só lugar,
restaurantes, hospedagem, entretenimento, serviços altamente qualificados e transporte, pois
geralmente nos navios enquanto o passageiro dorme o navio viaja, proporcionando a cada
amanhecer um destino diferente, transformando os navios em interessantes opções de
entretenimento, com muita comodidade. O que vemos hoje é que os cruzeiros marítimos se
tornaram muito mais que transporte turístico, são na verdade a atração da viagem.
Segundo Dwyer e Forsyth (1998 apud PALHARES 2002) e Wood (2000, apud, Palhares
2002), os cruzeiros marítimos são o segmento turístico que mais cresce em todo o mundo.
Apenas nos Estados Unidos, entre os anos de 1981 a 2000, teve um crescimento médio anual de
7,5% no numero de leitos ofertados.
16
“Imagine você desfazendo sua mala somente uma vez” Sun & Sea (2006), esse é um
ponto chave na propaganda de uma companhia de cruzeiros, com essa frase ressalta o ponto
positivo de se fazer um cruzeiro, o passageiro embarca no navio, conhece diversas cidades
diferentes e só precisa desfazer e fazer as malas uma única vez, pois sua acomodação é o mesmo
lugar que o transporte, onde subentende-se também a comodidade de não precisar enfrentar
diversas filas de check in e hospedagens diferentes, a cada cidade visitada.
A indústria de cruzeiros, baseada em pesquisas de mercado, desenvolveu uma série de
inovações como novos destinos, novos projetos de navios com design avançado, atividades a
bordo e em terra, alterações na duração dos itinerários, refletindo os novos padrões de férias na
atualidade. (AMARAL, 2002, p.208).
Ainda Amaral (2002), ressalta que os cruzeiros marítimos apresentam um nível de
satisfação dos clientes é incomparável com outros tipos de viagens de lazer e férias. A maioria
das experiências dos passageiros excedem as expectativas na maior parte dos quesitos referente à
viagem de cruzeiro marítimo. E ainda aponta que um cruzeiro é o sonho de 50% de todos os
adultos americanos.
Antes os cruzeiros marítimos eram relacionados somente com pessoas mais velhas, essa
não deixa de ser uma realidade. Porém as empresas estão se segmentando e buscando novos tipos
de público, o que vemos hoje são diversas faixas etárias freqüentando esse tipo de produto
turístico. Desde crianças, jovens e adultos, além é claro da terceira idade.
A diferença é que cada tipo de passageiro procura embarcar em um tipo de navio que seje
mais parecido com o seu jeito de ser. Antes navios era sinônimo de glamour, requinte,
sofisticação, somente a alta sociedade poderia freqüentar. Hoje existem companhias com os
perfis mais diferenciados, com preços também diferenciados. O que atrai diversos tipos de
públicos.
3.2 O Mercado do Turismo de Cruzeiros no Brasil
De acordo com Herman, presidente da Associação Brasileira de representantes de
Cruzeiros Marítimos - ABREMAR (2006), Os cruzeiros marítimos movimentam mais de US$
25,4 bilhões por ano e cerca de 10,4 milhões de pessoas em todo o mundo.
17
E no Brasil esse crescimento não é diferente, desde a modificação das leis de cabotagem o
turismo de cruzeiros marítimos na costa brasileira só vem aumentando. A cada temporada novos
navios apostam no mercado brasileiro, aumentando o número de opções a cada ano.
Revivendo esse crescimento ao passar dos anos, verificamos através da história como
começou a se desenvolver este segmento no Brasil. De acordo com Amaral (2002, p. 91):
O segmento de cruzeiros marítimos no Brasil teve inicio com os navios do Loyd
Brasileiro, com os fretamentos organizados pela Agaxtur, e Linea C, Costa Crociere...
Os fretamentos que marcaram o inicio dos cruzeiros marítimos brasileiros deram
seqüência a esporádicas visitas dos grandes transatlânticos, como SS France e o Queen
Elizabeth 2.
De acordo com Fabio de Freitas1, (2002), os últimos navios de passageiros foram às
saudosas “Princesas” do Lloyd Brasileiro, que foram vendidos e deixaram as águas brasileiras na
década de 1970. Com este fato a Agaxtur assina contrato com a Italiana Costa Cruzeiros,
trazendo para o Brasil alguns navios da companhia, que na época do frio Europeu,
conseqüentemente verão na América do Sul, os navios da companhia ficavam praticamente
parados. Um bom negócio para ambas as partes, foi através desta parceria que determinou o
grande sucesso da Agaxtur neste segmento.
Nesta época navios estrangeiros continuaram a freqüentar a costa brasileira, mas sem
poder realizar o transporte de passageiros entre os portos, já que a navegação de cabotagem era
monopolizada pelos navios nacionais, visando à proteção da marinha mercante. Este quadro
mudou após 16 de agosto de 1995, com a Emenda constitucional n° 7, que alterou o artigo 178 da
constituição, que não permitia a navegação de cabotagem para navios de cruzeiros de bandeira
estrangeira. (PALHARES 2002).
Sem dúvida este foi o divisor de águas, nas três temporadas seguintes, ocorreu um
aumento de 109% no número de escalas desses navios em portos brasileiros, passando de 154
para 323. Freitas, (2002).
Em 2001, a vinda do navio Splendour of the Seas representado pela Sun & Sea é
considerado um importante passo para o crescimento do segmento dos cruzeiros marítimos na
costa brasileira. Apesar de ter realizado somente duas temporadas no Brasil, ele marcou uma
nova etapa com um crescimento assustador deste segmento no Brasil. (SUN & SEA, 2006).
1 Capitão de Longo curso da Marinha Mercante. Coordenador de Turismo Náutico da EMBRATUR, no ano de 2002.
18
Hoje, o crescimento do turismo de cruzeiros no Brasil tem merecido destaque atual e um
competitivo cenário turístico comparado com o índice de crescimento do restante do mundo.
Elevando a cada temporada o número de passageiros que realizam viagens de cruzeiros
marítimos. Por esse motivo que a cada temporada mais navios vem para a costa brasileira,
desfrutar de novas oportunidades em períodos de frio em outros países.
Segundo Herman (2006), “Em 2005, o segmento gerou R$ 32 milhões em comissões para
agências de viagens brasileiras e os turistas deixaram R$ 130 milhões nos portos brasileiros em
que os navios atracaram. Enquanto o setor fala de crescimento mundial da ordem de 12%, o
Brasil deve apresentar incremento de 20% este ano, em número de leitos”.
Porém, toda essa movimentação é fruto de muito trabalho, e dedicação perante as
empresas representantes deste mercado no Brasil, e que ainda há um grande desafio a cada
temporada. Desde o inicio desse crescimento às empresas tem investido muito em divulgação da
qualidade nos serviços e investindo diretamente na divulgação de preços acessíveis e vantagens
em relação a muitos outros destinos e opções turísticas.
Para fazer com que as viagens de cruzeiros se popularizem cada vez mais, mostrando aos
turistas que viagens de cruzeiros já é uma realidade no Brasil, e também quebrar antigos
paradigmas que “cruzeiros são para idosos, ou que custam absurdamente caro”.
Na revista Viagem e Turismo, (MONTEIRO, 2006), apresenta uma matéria que compara
os cruzeiros marítimos da costa brasileira, com os resorts de praia em todo o país. Uma
interessante matéria que mostra ao leitor os prós e contras de se fazer uma viagem de cruzeiro ou
optar por um resort, comparando 11 quesitos, apontando a infra-estrutura, a alimentação, o lazer
e destinos.
No quesito preço baixo quem venceu foi o cruzeiro, o que para muitos é uma surpresa. Já
que imaginam que os cruzeiros seriam mais caros, o que não é uma realidade. Já no quesito infra-
estrutura e comida, os dois empatam. Vale ressaltar que os dois tipos de empreendimentos
possuem seus pós e contras, vai do perfil de cada pessoa, e qual o seu objetivo. Mas essa pesquisa
é importante também para um conhecimento maior em relação a estes serviços perante o público.
A temporada 2005 / 2006 foi considerada a melhor dos últimos cinco anos. O que
comprova a ascensão deste mercado em todo o mundo e principalmente no Brasil, um produto
muito recente no país se comparado com outros paises e continentes. Resultado de grande
19
investimento por parte das empresas que associação que trabalha para captar esses navios para a
costa brasileira.
Segundo Herman, vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas Marítimas -
ABREMAR e diretor da Costa Cruzeiros, em artigo disponível no site da Associação afirmar, “O
sucesso dos cruzeiros chegou para ficar”. Ainda não terminada a temporada 2005/2006, já
estavam sendo lançados os roteiros para a temporada 2006/2007, que compõem uma das opções
mais concorridas da atualidade, férias a bordo dos cruzeiros marítimos que se dedicam a compor
a beleza exuberante da nossa costa.
O retorno do Splendour of the Seas, para a temporada 2007 / 2008 já está confirmada, e
ao contrario dos outros navios que lançam suas tarifas aproximadamente 09 meses antes da
temporada, as tarifas do Splendour já estão disponíveis para serem comercializadas, a
praticamente dois anos de antecedência. O que promete aquecer ainda mais esse mercado.
A Associação Brasileira dos Representantes de Empresas Marítimas (ABREMAR) faz um
balanço da temporada 2005/ 2006 e revela em números o sucesso dos navios na costa brasileira.
Eram ao total 8 navios na costa brasileira que entre o período de novembro de 2005 a março de
2006 registraram uma temporada considerada a melhor dos últimos 5 anos. O porto de Santos
registrou um aumento de 72% nos passageiros em transito e recebeu em torno de 350 mil
passageiros durante a temporada 2005 / 2006. Crescimento equivalente a 55,5% em relação a
temporada anterior.
Na matéria divulgada pela Associação Brasileira dos Representantes de Empresas
Marítimas - ABREMAR, três dos oito navios estrearam na temporada 2005 / 2006 no Brasil, com
destaque para o Island Star, que teve seu lançamento mundial inédito no Brasil, o navio pertence
à companhia Island Cruises. Que obteve na temporada de 2004/ 2005 99% de ocupação no Island
Escape, o que animou a empresa e trazer ao Brasil mais um navio o Island Star. “De acordo com
o Eduardo Nascimento Diretor da Sun & Sea (representante do navio para o Brasil), os dois
navios obtiveram na temporada 2005/2006 um índice de 104% de ocupação”.
MSC e a Costa Victoria, também estão empolgados com o resultado da temporada 2005/
2006, tanto que na próxima novos navios virão à costa brasileira. A segunda empresa a Costa
Victoria traz o mega-navio Costa Fortuna com capacidade para 3470 passageiros que ira
substituir o Costa Romântica.
20
Um ponto que teve grande crescimento e aceitação do público em relação às temporadas
anteriores, foram os cruzeiros temáticos. “O Costa Vitória foi o palco das Emoções Pra Sempre,
de Roberto Carlos, e ainda realizou mais 03 cruzeiros temáticos... O Grand Mistral ofereceu
shows de Ivete Sangalo e Fábio Jr.
O MSC Armonia ofereceu os Cruzeiros Gastronômico Rumo ao Norte e o Artmar, de
artes plásticas. A atriz Regina Duarte apresentou a peça teatral Coração Bazar a bordo do Blue
Dream. No Island Star teve o Wellness Cruise, cruzeiro focado em fitness. O campeão em
viagens temáticas foi o Island Scape com; Pânico Em Alto-Mar,, Party Cruises, cruzeiros para
solteiros, cruzeiros focados em Vibe Fest On Board e ainda o cruzeiro Zen Cruise focado na
Yôga.
Navio Ano Comp. Larg. Deck Piscina Ton. Passag.
Costa Victoria 1996 252,5 32 12 3 77.166 2.400
Costa Romântica 1993 221 31 10 2 53.049 1.697
MSC Armonia 2001 251 28 8 2 58.600 2.223
Mistral 2000 216 29 8 2 47.300 1.600
MSC Melody 1982 205 30 8 2 35.143 1.250
Island Star 1990 208 29 10 2 46.811 1.700
Island Escape 1982 185 27 9 1 40.132 1.750
Blue Dream 2000 181 25,5 11 1 30.200 832
Fonte: Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas – ABREMAR.
QUADRO 1: FICHA TÉCNICA DOS NAVIOS DA TEMPORADA 2005 / 2006.
E este número tende a aumentar, para a temporada 2006 / 2007, estão previstos mais
navios circulando pelo país, na temporada de outubro de 2006 a março de 2007. E a expectativa
por um índice de passageiros ainda maiores que a última temporada.
De acordo com Herman (2006), serão 12 navios em águas brasileiras, que transportarão
330 mil turistas num período cada vez mais extenso (de outubro de 2006 a abril de 2007) - 43,5%
acima da estação anterior.
Em uma pesquisa desenvolvida pelo Ipeturis e pela FIPE – Fundação instituto de
Pesquisas Econômicas da USP (Universidade de São Paulo)2, divulgada pela ABREMAR (2006).
Que teve por objetivo caracterizar a demanda e dimensionar os impactos econômicos das viagens
de cruzeiros marítimos no Brasil, na temporada 2005/2006. Revela que há uma firme decisão dos
2 A amostra envolveu 1.123 entrevistas (cerca de 90% com passageiros e 10% com tripulantes), durante a última
temporada, envolvendo todas as fases da viagem (chegadas, traslados e saídas) e em vários tipos de cruzeiros (mini,
Nordeste, Buenos Aires, etc).
21
entrevistados em consumir cruzeiro (não trocariam essas viagens por outras, no Brasil e/ ou no
exterior. A grande maioria (94,8%) pretende realizar outro cruzeiro (índice de satisfação),
Segundo a Fipe.
Os impactos econômicos diretos dos gastos dos passageiros geraram R$ 55,6 milhões
de renda e cerca de 4,2 mil empregos. Já os gastos dos operadores dos cruzeiros
marítimos, com bens e serviços, superaram a cifra de R$ 267 milhões e, em termos de
impactos diretos, esses gastos foram responsáveis pela geração de R$ 89 milhões de
renda e cerca de 2,7 mil empregos.
Conforme informação de Mauricio Voss da empresa VTC, os passageiros de cruzeiros
possuem poder aquisitivo relativamente alto e deixam em média USD 100,00 por dia na cidade
onde visitam, multiplicando isso pelo número de passageiros, multiplicado pelo número de
navios que desembarcam em cada local, sem dúvida a comunidade local tem um ganho direto.
Além é claro das pessoas que retorno ao local em outras oportunidades com estadias mais longas.
3.3 Transportes Turísticos e Estruturas
O transporte possui subdivisões, e o turismo é um dos setores econômicos que a
indústria do transporte pode atuar; investir e interagir dentro do mercado como um todo. É fato
que o turismo não acontece sem o transporte. O turismo é tão dependente do transporte que se
ocorrer algum tipo de mudança ou crise no mercado dos transportes, ou em uma determinada
empresa de transporte, seja ela aérea, marítima ou terrestre, pode ocorrer uma decadência
gigantesca nas atividades turísticas, da região afetada.
Um caso recentemente ocorrido no Brasil foi à crise da companhia aérea Varig, uma
empresa nacional com atividade principal focada no transporte civil em trechos nacionais e
internacionais, por trafego aéreo. Em função desta crise, várias pessoas tiveram que mudar seus
planos de viajar. A demanda se tornou maior do que a oferta, causando grandes problemas em
diversos setores e segmentos de mercados, não somente no turismo.
Para o transporte atuar diretamente no mercado turístico, ele necessita de diversos outros
fatores que englobam toda a dimensão do transporte, junto com um eficaz planejamento que
consiga suprir as necessidades dos passageiros, não somente a necessidade do veículo de
deslocamento.
22
De acordo com Palhares, (2001, p. 29) o transporte define-se como quatro elementos
constituintes:
Via: é o meio pelo qual o transporte se desenvolve. A mesma pode ser
totalmente natural, como no caso do ar ou do mar, ou mesmo artificial, tais
como rodovias e as estradas de ferro. Veiculo: os diversos veículos de
transportes são construídos para operarem em determinado tipo de via e
influenciarão muita a escolha do modo de transporte pelo viajante. Força Motriz:
o desenvolvimento da força motriz esta fortemente relacionado com a tecnologia
dos veículos e vias. Terminal: é o lugar no qual se tem acesso aos meios de
transportes.
Sendo assim conclui-se que transporte engloba muito mais do que o veículo em si, tudo
está interligado exigindo infra-estrutura de acesso, assim como nos terminais aonde chegam e
saem passageiros ou cargas. No âmbito do turismo onde o enfoque são os passageiros, além da
qualidade do transporte englobando o veiculo, a força motriz, vias de acesso e terminais, é
imprescindível existir no destino uma estrutura para alimentação, hospedagem, entretenimento,
serviços e segurança.
Os sistemas de transportes compreendem desde as condições de estradas, sinalização,
semáforos, higiene e segurança, e até o atendimento. Voltando ao exemplo anterior, da Varig,
com a crise na companhia aérea, ocorreu uma diminuição de rotas aéreas em determinados
pontos, e com a dificuldade de acesso terrestre a algumas cidades, gerou menor fluxo de
visitantes causando impacto direto na economia da região.
O turismo constitui-se de elementos básicos para que ocorra em uma determinada região.
São esses elementos unidos que vão formar um pacote ou uma destinação turística. E é a
qualidade e a infra-estrutura de cada elemento junto com um planejamento eficaz que engloba
todos esses fatores que vai delimitar o sucesso da destinação. Infra-estrutura básica de energia
elétrica, água e esgoto, infra-estruturas de acesso e de segurança, opções de transportes assim
como de alimentação, hospedagem e de lazer que vão tornar uma destinação de qualidade, todo
este processo envolve não só empresas privadas mais sem duvida o poder público e a comunidade
local.
A hospedagem é elemento indispensável para acontecer o turismo, sem ela o turista não
tem como ficar na destinação. A alimentação, e a diversidade gastronômica típica de uma região
é um considerável produto turístico, é a oportunidade de oferecer algo diferente e peculiar da
região. É importante haver uma diversidade de ofertas de restaurantes com uma capacidade de
carga condizente ao número de pessoas que visitam a destinação.
23
Além de hospedagem e alimentação, as opções de lazer e comércio integrados com o
restante das estruturas turísticas são essenciais. Qualquer localidade deve proporcionar não só ao
turista mais também a sua população opções de lazer. O turista chega a uma região e quer fazer
algo diferente do seu cotidiano. Belezas naturais não são o bastante, elas sim podem ser um
atrativo, porém não podem ser as únicas atrações.
Outro fator predominante nessa cadeia organizacional do turismo em uma localidade são
os acessos para se chegar à destinação. Fator importantíssimo que interfere diretamente na
qualidade e sucesso da destinação turística, um acesso ruim restringe muitas pessoas de irem
aquele local, seja por comodidade, facilidades e até por segurança. Acessos mal organizados
podem ocasionar problemas sérios tanto a localidade como ao equipamento turístico. Os acessos
podem ser as estradas, os portos, os aeroportos, estações de trem. Estradas pitorescas, estreitas e
sinuosas podem se tornar uma grande atração ao local, desde que bem sinalizada e cuidada.
Ao poder público fica a responsabilidade de fiscalizar construções de equipamentos
turísticos, cuidando para que os empreendimentos sejam construídos de forma correta respeitando
o plano diretor, as paisagens, o meio ambiente local e a arquitetura tradicional. Além de planejar
de forma sustentável a construção de estradas sem descaracterizar a vegetação nativa, e o
ambiente.
E é ai que entra o planejamento adequado às destinações. Todos devem estar interligados,
na maioria das vezes, o grande fator limitante de uma região ou de um equipamento turístico
geralmente não são os veículos de transportes, mas sim toda a infra-estrutura do entorno, desde o
acesso, tanto quanto dos terminais de recebimento de passageiros e igualmente da infra-estrutura
local.
O planejamento é ponto principal deste universo, é o que determinará de que forma a
atividade turística de uma localidade se desenvolverá. Um planejamento quando bem elaborado
possibilita detectar soluções para os problemas que possam vir a ocorrer, evitando com ações
previamente analisadas que problemas prejudiquem o andamento e execução do projeto e
também do meio onde existe.
Segundo Ruchmann (1997), O planejamento ocupa-se em direcionar a construção de
equipamentos de forma adequada evitando efeitos negativos nos recursos que reduzem e destroem sua
atratividade natural. O planejamento tem como finalidade ordenar as ações do homem sobre o seu
território.
24
A falta de planejamento, ou um plano deficiente podem ocasionar diversos impactos
negativos e irreversíveis ao meio natural, cultural e históricos de uma localidade ou região, pode -
se perder verdadeiras riquezas, que depois de destruídas talvez nunca se recuperem.
Mas o que acontece em grande parte dos destinos turísticos é um pouco diferente, o
turismo foi acontecendo de forma desordenada, prejudicando diretamente os aspectos sócios –
ambientais e históricos das regiões, fazendo com que a destinação perca sua identidade, o que
interfere diretamente na qualidade de vida dos autóctones, e sem dúvida na qualidade dos
serviços e equipamentos turísticos oferecidos.
No Brasil esse quadro é comum, a profissionalização no setor de turismo no Brasil é
muito recente, por isso deixa a desejar no que se trata de infra-estrutura e planos de
desenvolvimento.
A realidade do Brasil em questões de infra-estrutura é um fator preocupante, de acordo
com matéria exibida no portal exame, (PADUAN, 2006), a característica comum a todos os
países em crescimento acelerado é o ritmo intenso de investimentos em obras de infra-estrutura.
Nações como China e Índia vivem atualmente uma febre de construções de novas usinas
hidrelétricas, portos, estradas, ferrovias e saneamento básico, num gritante contraste com o
marasmo do setor no Brasil.
Os setores mais preocupantes no Brasil são a falta de investimento dos transportes e
saneamento básico, que atingem números altíssimos em todo o Brasil. Ainda em matéria no
portal exame (PADUAN, 2006), mostra estudo da consultoria McKinsey sobre os principais
problemas que afligem a economia brasileira, a precariedade da infra-estrutura, fruto de décadas
de descaso e pouco investimento, tornou-se uma das maiores barreiras ao crescimento do país.
No âmbito do turismo, cada vez mais o Brasil tem recebido turistas de todo o mundo,
atraídos por belezas naturais, carnaval, futebol, entre outros milhares de atrativos. Porém o
problema de congestionamentos, sistema de água e esgoto precário, a falta de segurança, falta de
estruturas adequadas para desembarques, atendimento desqualificado, exploração abusiva do
turista, entre outros problemas... Mostram uma realidade não tão satisfatória do turismo no país.
O mercado de cruzeiros marítimos no cenário nacional brasileiro está em ascensão,
Segundo Fraga, (2002), Entre todos os segmentos do turismo o de cruzeiros marítimos é,
certamente um dos mais rentáveis e promissores. Com atraso de pelo menos vinte anos o Brasil,
25
parece finalmente ter despertado para a importância deste segmento do turismo, ainda que seus
portos sejam “mal aparelhados e campeões de ineficiência e greves”.
A falta de infra-estrutura no país limita as empresas de cruzeiros marítimos. (VIAGEM E
TURISMO, 2006 p. 58):
Na temporada 2006 / 2007 os navios irão a 32 portos, de Fortaleza ao sul da
Argentina (11 fora do Brasil). Segundo Ricardo Amaral representante dos Island
“A falta de estrutura limita”. Rodolfo Szabo, da CVC concorda: “Tiramos Morro
de São Paulo, Parati e Florianópolis dos itinerários pela dificuldade de fundear
os navios”.
Silva (2002, p. 170) ressalta, uma empresa de cruzeiros marítimos não faz sucesso
sozinha. Ela precisa de ajuda do destino. Entende-se como destino os portos, os terminais, a
cidade, as autoridades, enfim, toda a estrutura disponível para atrair um novo parceiro.
A destinação precisa estar pronta para receber esses passageiros, o mercado está cada
vez mais segmentado e exigente, o que força as empresas e destinações se equiparem e
organizarem cada vez mais para receber seus clientes. Amaral (2002 – p. 41) afirma, os clientes
de cruzeiros marítimos estão cada vez mais exigentes e conscientes da qualidade do serviço
oferecido. Certamente serão notados os casos de grandes discrepâncias entre as opções oferecidas
a bordo e as condições oferecidas em terra.
Essa diferença de serviços entre os portos e o cruzeiro sem dúvida atinge diretamente no
padrão de qualidade do produto como um todo. Segundo a ISO 9000:2000, (Apud CARDOSO,
1995), qualidade é a capacidade de um conjunto de características intrínsecas a um produto,
sistema ou processo, para satisfazer os requisitos dos clientes e de outras partes interessadas.
Mesmo o navio oferecendo serviços de primeira a bordo, no momento do desembarque a
qualidade pode cair quando o passageiro se depara com um porto desorganizado, sem espaço
adequado para o recepcionar. A qualidade é analisada como um todo envolvendo todo o processo
desde o inicio do desenvolvimento do produto ou serviço até o consumo final pelo cliente.
O termo Qualidade vem do latim Qualitas, e é utilizado em diversas situações, mas o seu
significado nem sempre é de definição clara e objetiva. Propriedade ou condição natural de uma
pessoa ou coisa que a distingue das outras; atributo; característica; predicado; aptidão;
capacidade; dom; virtude; modo de ser; carácter; índole; Infopédia (2006).
Cada um tem uma forma diferente de julgar a qualidade do produto adquirido, pois as
pessoas possuem necessidades e expectativas diferentes umas das outras. Está relacionada
26
diretamente às percepções de cada indivíduo. Diversos fatores como cultura, modelos mentais,
tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam diretamente nesta
definição.
Porém existem fatores básicos em uma destinação turística para qualificar o local, e sem
dúvida todos concordam que a infra-estrutura é um dos pontos chaves neste sistema
organizacional.
Os produtos cruzeiros marítimos necessitam de diversos fatores de estrutura física como
também logísticas e operacionais, nos portos em que param. Silva, (2002), explica os fatores que
abrangem tais estruturas. Os principais fatores físicos, logísticos e operacionais são:
FATORES ITENS
Berços seguros e aparelhados Cabeços, amarradores, sistema de fornecimento de água,
eletricidade de 220v e 440v, linhas telefônicas...
Instalações para passageiros Ambulatórios. cadeiras de rodas para deficientes físicos e
idosos, banheiros, cambio de moedas, lanchonetes,
instalações para bagagens como esteiras, serviço de auto-
falante, sinalização e telefones públicos...
Formalidades rápidas Despacho acelerado pelas autoridades no horário marcado
pelas agências marítimas para a chegada do navio.
Provisões Área separada para embarque / desembarque de peças de
reposição ou para reparos, empilhadeiras e guindastes
operantes...
Serviços de reparos náuticos Oficinas de reparo e armazenamento de equipamentos de
bordo.
Segurança Detectores de metal e de drogas, controle do acesso de
estranhos e ambulantes.
Fonte: Silva (2002), Quadro produzido pela autora, 2006.
QUADRO 2: PRINCIPAIS FATORES NECESSÁRIOS PARA RECEPÇÃO DE
CRUZEIROS MARÍTIMOS.
Os portos mais importantes do Brasil na recepção de cruzeiros marítimos é o terminal de
Concais em Santos e o terminal de Mauá no Rio de Janeiro, esses dois portos são os mais
27
equipados em relação ao restante do Brasil, possuem parte dos pontos acima. Porém também
possuem diversos problemas em relação à logística e estrutura para navios de passageiros.
Outro problema são as taxas cobradas pelos portos por uma infra-estrutura inexistentes
ou ineficientes. É preciso ver as companhias como parceiras, dando opções interessantes de
negócio para que ambos os lados saiam ganhando. Os portos precisam oferecer serviços com
padrões que condizem com as taxas pagas pela companhia. Não só em função do preço justo, mas
também em função da concorrência com o restante do mundo Silva (2002).
Na realidade mundial as companhias de cruzeiros estão investindo em navios cada vez
maiores. A solução encontrada pelas companhias para as embarcações menores além das
temporadas de frio na Europa e Estados Unidos à alternativa é de novos destinos, que é o caso do
Brasil, Oriente Médio, entre outros. Assim as companhias selam acordo com empresas locais,
onde todos ganham, companhia, empresa representante, e os destinos visitados.
É preciso ficar atento às mudanças e dificuldades encontradas. Enquanto concorrentes
estão investindo cada vez mais em seus portos e novas opções de terminais, o Brasil parece estar
acomodado com a situação. De acordo com Silva (2002), Em Cingapura está sendo construído
um novo terminal, que custará cerca de US$ 270 milhões; E em Vancouver, Canadá, está sendo
construído um terminal que acomodará 3 navios simultaneamente, ao custo de US$ 79 milhões.
Ambos destinos considerados imaturos para o mercado de cruzeiros marítimos. Que concorrem
também as baixas temporadas dos cruzeiros na Europa e Estados Unidos.
Se o Brasil não se agilizar e investir mais nesse tipo de infra-estrutura, sem dúvida será
ameaçado a perder fatia de mercado com outros países mais evoluídos em questões de estrutura
nos portos e portões de entrada nas destinações.
4 – RESULTADOS DA PESQUISA
4.1 Procedimentos metodológicos
28
“O método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir
um fim dado ou um resultado desejado” (CERVO, 1996, p.21).
A utilização da metodologia neste estudo permitiu apresentar os procedimentos
utilizados que proporcionaram um desenvolvimento coerente com o tema. A pesquisa é de caráter
exploratório, pois visa uma familiarização do tema, com a realidade do Estado de Santa Catarina.
Para Gil (1999, p.43) “pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de
proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato”.
Ou seja, para o autor, a pesquisa exploratória tem como objetivo, o desenvolvimento de
uma análise, a busca no levantamento de problemas, questionamentos, realização de uma análise
posterior com o apoio em entrevistas informais. (GIL, 1999).
Para a coleta de dados e caracterização do tema, foi realizada pesquisa em fontes
secundarias, onde os dados foram coletados através de registros de pesquisas, bibliografias
específicas, artigos e noticias de revistas e jornais científicos, e disponibilizados em sites.
Utilizou-se o instrumento de pesquisa entrevista estruturada, para esta coleta de dados em
fontes primárias, foram aplicadas às empresas representantes de navios de cruzeiros marítimos no
estado de Santa Catarina. Após a coleta dos dados realizou-se uma análise através da verificação
do conteúdo juntamente com a opinião dos entrevistados (Apêndice A).
Marconi e Lakatos (2001, p. 107) caracterizam a entrevista como “uma conversação
efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a
informação necessária”.
Quanto à abordagem, será classificada como pesquisa qualitativa, pois não faz uso de
instrumentos estatísticos, e onde são feitas análises mais profundas em relação ao que está sendo
estudado, visando a análise e interpretação do problema.
Para Malhotra (2001, p. 155), “pesquisa qualitativa é uma metodologia de pesquisa não-
estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras que proporciona insights e compreensão
do contexto do problema”.
Este método normalmente é utilizado quando o entendimento do contexto social e
cultural é um elemento importante para a pesquisa, sendo necessário aprender a observar,
registrar e analisar interações entre pessoas e sistemas (RICHARDSON, 1999).
29
Na concepção de Raupp e Beuren (2003, p.93), “na pesquisa qualitativa concebem-se
análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado, e visa destacar
características não observadas por meio de estudo quantitativo”.
4.1.1- População e amostragem
A população desta pesquisa refere-se às empresas atuantes que representam cruzeiros
marítimos no estado de Santa Catarina, e os administradores dos portos além das prefeituras
responsáveis pelos pontos de desembarque que recebem os cruzeiros marítimos no Estado, com o
objetivo de verificar suas impressões a respeito da infra-estrutura dos portos e pontos de
desembarque no estado para receberem esses cruzeiros.
4.1.2- Coleta de dados
A coleta de dados de fontes primárias ocorreu com a realização de entrevistas
direcionadas as empresas atuantes que representam as companhias de cruzeiros marítimos da
costa brasileira em Santa Catarina, a MK representante da MSC, a VTC, representante da Island
Cruises, a CVC de Florianópolis e a Trips and Tours representando a Costa Cruzeiros. Desta
amostra foi realizada duas entrevistas gravadas, e uma entrevista foi enviada e respondida via
correio eletrônico, pois não foi possível realizar entrevista gravada por motivos de acessibilidade.
Uma das empresas, porém não forneceu resposta, realizei contato por intermédio de correio
eletrônico e por telefone, porém até o termino desta pesquisa não foi respondido o roteiro desta
entrevista. Esta pesquisa foi aplicada a apenas um integrante de cada empresa. O roteiro de
entrevista tanto a gravada como as enviadas por correio eletrônico possuíam as mesmas
perguntas.
A segunda etapa para a coleta de dados estabelecida neste estudo, não obteve sucesso.
Seria focada aos representantes dos portos, no caso das cidades que possuem pontos de
desembarque a pesquisa seria aplicada à prefeitura e / ou secretaria de turismo, para que ambas
pudessem expor a situação que se encontra a estrutura para recepção de cruzeiros marítimos e
também mostrar possíveis projetos para esse mercado, a coleta destes dados seriam através de
30
questionários fechados enviados por correio eletrônico. Porém o viés desta pesquisa se encontra
justamente neste ponto, pois foram enviados os questionários para os portos de Itajaí no setor de
planejamento e superintendência, Imbituba para os setores de superintendência e prefeitura
municipal e São Francisco do Sul no setor de superintendência, nas cidades de Porto Belo para a
prefeitura e secretaria de turismo da cidade e Florianópolis para a secretaria de turismo, e nenhum
foi respondido. Os questionários foram enviados para a entre o período de 17 a 30 de outubro,
confirmações de recebimento via telefone também ocorreram neste período, insistências via
telefone e correio eletrônico foram realizadas até o dia 17 de novembro.
Os questionários e entrevistas abordaram pontos referentes ao planejamento, a infra-
estrutura física e de serviços disponíveis nos portos e pontos de desembarque, desde o
atracamento dos navios, até o embarque e desembarque dos passageiros de forma segura e
eficiente.
4.1.3- Análise e interpretação dos resultados
O Objetivo da pesquisa foi verificar as impressões dos profissionais que atuam no
mercado de cruzeiros marítimos, a respeito da estrutura dos portos e pontos de desembarque para
recepção dos cruzeiros marítimos em Santa Catarina.
A entrevista focou temas sobre a infra-estrutura que os portos e pontos de desembarque
oferecem as companhias de cruzeiros, e as dificuldades encontradas. A maioria respondeu,
somente a empresa Trips and Tours, representante da Costa Cruzeiros em Santa Catarina não
enviou resposta. Segundo sua própria interpretação, disse não estar apto para responder.
Estas entrevistas foram de grande valia para este estudo, já que através delas foi possível
verificar com mais clareza os problemas encontrados por parte dos representantes destes
cruzeiros no estado de Santa Catarina. Todos os entrevistados mostraram – se interessados no
tema deste estudo.
4.2- Plano de trabalho
4.2.1- Etapas
31
1° Definição do Tema e Objetivos
2° Fundamentação Teórica – consulta a bibliografias sobre o tema e
consulta a registros em arquivo de pesquisas já realizadas.
3° Elaboração e agendamento do roteiro de entrevistas e questionários
4° Realização das entrevistas.
5° Análise dos dados coletados
6° Entrega do relatório de pesquisa
4.2.2- Cronograma
Definição do tempo a ser disponibilizado para realizar cada etapa. O período foi dividido
em quinzenas, a partir do dia 08 de agosto até o dia 21 de novembro.
Etapas 1°
quin.
2°
quin.
3°
quin.
4°
quin.
5°
quin.
6°
quin.
7°
quin.
Definição do Tema e Objetivos X X
Fundamentação Teórica X X X
Elaboração e agendamento das entrevistas X X
Realização das entrevistas X X
Analise dos dados coletados X X
Entrega do relatório de pesquisa X
4.3 - Estruturas de portos e pontos de desembarque
32
Os destinos que os navios oferecem são os mais variados, oferecendo assim diferenciados
atrativos turísticos além da estrutura a bordo. O Caribe é o destino mais visitado por passageiros
de cruzeiros marítimos, é o que oferece maiores opções de roteiros, tem como atrativo principal o
apelo da busca por belezas naturais. Diferentes de cruzeiros no Mediterrâneo ou Norte Europeu,
onde o foco é o apelo cultural e histórico. Cada passageiro se identifica com um determinado
roteiro, ou vários, Alasca, Havaí, Caribe, Riviera Mexicana, Mediterrâneo, Ilhas Gregas, América
do sul, Ásia, Pacifico, Austrália e Oceania, Terra do Fogo, costa brasileira... São diversas
possibilidades, porém é o perfil do passageiro que ira decidir qual a melhor opção. (AMARAL,
2002).
Os equipamentos de cruzeiros estão cada vez mais avançados e maiores, A tendência das
companhias é acomodarem mais pessoas dentro de um único navio, oferecendo mais
entretenimento a bordo, fazendo com que ganhem na quantidade cada vez maior de consumo
dentro do navio. Assim a cada ano novos navios cada vez maiores e mais modernos estão sendo
fabricados.
A competição entre as companhias está acirrada, em 2004 a Cunard lançou o Queen Mary
2, que até o ano de 2006 era o maior navio de cruzeiros do mundo, sendo superado pelo Freedom
of the seas da companhia Royal Caribbean foi lançado em junho de 2006, e tem seus embarques e
desembarques no porto de Miami, com roteiros destinados as ilhas do caribe. O Freedom of the
seas com seus 63 metros de altura é equivalente a um prédio de 20 andares e acomoda até 4.000
passageiros. Possui uma vasta opção de entretenimentos a bordo, desde mini golf, pista de
patinação, ring de boxe, parque aquático, e a principal atração do navio, uma piscina de ondas.
4.3.1 – Estrutura de Portos Internacionais
Os principais pólos de cruzeiros marítimos do mundo estão sem dúvida instalados na
América do Norte e Europa. A Flórida nos Estados Unidos é o estado onde os portos mais
recebem navios de cruzeiros marítimos (Figura 1), os portos de Everglades, Canaveral, Palm
Beach, Tampa e Miami fazem com que o estado se destaque neste aspecto. Mas o porto de Miami
que é considerado a “capital mundial dos cruzeiros marítimos”.
33
A proximidade com o Caribe, considerado o destino mais visitado por navios e
passageiros de cruzeiros, faz com que Miami tenha uma maior movimentação de navios de
cruzeiros, além de ser o porto que mais recebe meganavios no mundo, recebe navios com
capacidade superior a três mil passageiros. Em 2000 recebeu 3.364.643 passageiros, gerando 1,91
bilhão de dólares na região. É também porto base de mais de 17 navios de cruzeiros, fazendo com
que praticamente todos os dias haja pelo menos um navio partindo.(PALHARES, 2002).
Fonte: (PEISLEY, 1998, apud PALHARES, 2002).
FIGURA 1- MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS DE CRUZEIROS NOS
PRINCIPAIS PORTOS DA AMÉRICA DO NORTE.
Outro porto importante na América do Norte é o de Vancouver, no Canadá, tendo como
principal destino os cruzeiros do Alasca, também considerada uma das principais rotas de
cruzeiros marítimos. Segundo a Autoridade Portuária de Vancouver (VPA 2000, apud
PALHARES, 2002 p. 275), “em 2000 embarcaram um total de 527.517 passageiros e
desembarcaram 526.472, perfazendo um total de 1.053.989 passageiros movimentados, em 336
diferentes viagens”.
34
A organização física e de logística para toda essa demanda são sem dúvida indispensáveis,
a eficiência da operacionalização é o ponto chave para que esses serviços sejam realizados de
forma segura e confortável para os passageiros, e acima de tudo rentável para as companhias de
cruzeiros e portos. Essa estrutura envolve diversos fatores, que intercalados formam a estrutura
adequada para a realização de todo o cruzeiro marítimo.
Este é o aspecto que será abordado com maior ênfase neste estudo. Os terminais onde
embarcam e desembarcam passageiros não são somente um complemento, o terminal faz parte do
serviço, é por este motivo que as companhias se preocupam com os destinos que irão oferecer
para seus passageiros, o fato é que para o passageiro o cruzeiro marítimo não se inicia somente
no navio, onde ele se sente bem, com serviços diferenciados, hospedagem, alimentação e
entretenimento com qualidade.
A viagem começa desde que o passageiro sai de casa, e precisa de um transporte para se
locomover até o porto, as condições de acesso, estacionamentos seguros, estruturas para
embarque em locais adequados, serviços ágeis, locais adequados para bagagens, nos destinos
oferecidos em paradas com opções de lazer em terra, entre outros pontos. E a qualidade de todos
esses serviços juntos irá influenciar na avaliação geral do cruzeiro por parte dos passageiros.
Tanto os portos assim como os aeroportos são terminais que integram os meios de
transporte junto a suas regiões de influência. Portanto seus terminais de passageiros precisam
primeiramente oferecer infra-estrutura de acesso e parada para os meios de transporte, no caso
dos portos, oferecer infra-estrutura adequada para atracação e abastecimento dos navios de forma
segura e eficiente. No caso de grandes portos como, por exemplo, Miami, Vancouver e outros,
entre chegadas e saídas de navios podem representar um fluxo de milhares de pessoas e o
abastecimento de toneladas de produtos, combustíveis, água, além de recolhimento de rejeitos
(PALHARES, 2002).
Numa dimensão internacional pode-se destacar estruturas completamente voltadas a esse
segmento turístico, onde portos e pontos de desembarque assim como destinos visitados são
organizados e estruturados em função dos navios e dos passageiros de cruzeiros marítimos. Em
contra partida esses passageiros também consomem em terra, gerando renda aos destinos
visitados. E os portos lucram ao receberem cada vez mais navios de cruzeiros, pagando por taxas
e serviços oferecidos pelos portos.
35
Conforme (AMARAL, 2002), é importante mostrar as duas diferentes classificações de
portos para a recepção de cruzeiros marítimos, portos de trânsito, são para escalas durante um
cruzeiro, sem embarques e desembarques, somente como transito de passageiros, o ideal é que os
atrativos turísticos ofereçam excursões terrestres em quantidade suficiente para operar com
grandes navios e oferecer qualidade à altura e uma infra-estrutura básica ampliada. Neste caso os
terminais de embarque e desembarque possuem menor importância que os atrativos turísticos
locais.
E os portos principais chamados de turnaround, que são os portos onde acontecem
embarques e desembarques em largas escalas concentrando o início e o término de um cruzeiro.
Normalmente esses portos possuem fácil acesso e situam-se próximos a aeroportos internacionais
e aos maiores mercados consumidores de cruzeiros e em estratégicos pontos permitindo a criação
de roteiros atrativos.
No caso dos roteiros que tem o Caribe como destino, em geral o porto principal é Miami,
que possui uma infra-estrutura considerada adequada e focada para o embarque e desembarque de
passageiros. E as ilha por onde passam os roteiros investem em infra-estrutura do destino,
promovem feiras próximo aos portos e pontos de desembarque, oferecem diversas opções de
passeios e excursões.
No Brasil os principais portos para embarques e desembarques são os portos de Santos e
Rio de Janeiro, são esses portos também que possuem melhor infra-estrutura para recepção de
cruzeiros marítimos no país. Porém quando comparados aos padrões de infra-estrutura dos portos
internacionais, conclui-se o quanto o investimento e planejamento de infra-estrutura relacionado
aos portos principais e portos de transito é defasado. O motivo desta falta de investimentos se dá
por ser uma atividade considerada ainda recente, em relação a outros paises, no Brasil esta
atividade teve maior impulso somente a partir da reformulação das leis de cabotagem no Brasil
em 1995, que as companhias internacionais começaram a explorar essa atividade na costa
brasileira. Porém, desde a lei ter entrado em vigor, já faz em média 10 anos e conforme pesquisa
realizada, nota-se que muito pouco foi feito nos portos do Brasil para este segmento. A maioria
dos portos ainda são focados principalmente para o transporte de cargas.
De acordo com a avaliação dos empresários de cruzeiros marítimos no Brasil,
(PANROTAS, 2006), Santos investe em melhorias, porém estão sempre com dois anos de
defasagem. A previsão é de problemas nos embarques nessa temporada, pois serão 11 navios na
36
costa brasileira, em algumas escalas, eles fazem rodízio, mas em Santos todos tem que estar no
mesmo horário. “A previsão é que o embarque que levava em torno de 30 minutos levará em
torno de 1 hora e meia em algumas saídas”. Segundo Eduardo Nascimento (presidente da
Abremar), “cobrando U$ 42 por pessoa de taxa portuária, o porto deveria fazer muito mais”.
Sobre o segundo maior porto do Brasil, ainda (PANROTAS, 2006), mostra, o Rio de Janeiro que
era um terminal bom, já está pequeno e amontoado.
Infra-estrutura para recepção de passageiros significa a junção de alguns itens básicos
para que essa atividade seje realizada de forma que proporcione segurança e agilidade nos
processos operacionais. Além é claro, da estrutura voltada a esse mercado por parte dos destinos
de transito, como oferta de excursões, atividades culturais, boas opções para alimentação como
restaurantes típicos, por exemplo.
Para Amaral e Palhares (2002), entende-se por itens mínimos necessários de infra-
estrutura básica, a segurança, limpeza, plataformas de embarque e desembarque de passageiros,
recepção e atendimento tais como registro de entradas e saídas, alfândegas, posto de informações,
banheiros, telefones, ambulatórios, sistema adequado para a manipulação das malas, proteção
contra chuva, transportes como táxi e ônibus, estacionamentos, assentos para espera, ar
condicionado. E uma infra-estrutura ampliada seria ter a disposição dos passageiros opções de
alimentação, pontos de compras como souvenires farmácia, jornais e revistas, fingers para
embarque.
A atividade de cruzeiros marítimos em âmbito internacional ao contrário do Brasil não é
uma atividade recente, e continua em pleno crescimento, com isso já possuem padrões
excelentes, e estão sempre com novos projetos para a ampliação destes serviços, com isso os
portos internacionais possuem estruturas cada vez mais avançadas e eficientes voltadas a essa
atividade. Com a função de comparação entre as estruturas dos portos com padrões internacionais
e as estruturas encontradas no Brasil, cabe aqui, uma breve descrição destas estruturas em três
dos principais portos que recebem cruzeiros marítimos do mundo.
O porto de Miami possui os terminais de passageiros maior e mais avançado do estado da
Florida, é considerada a capital dos cruzeiros marítimos é um exemplo em infra-estrutura, o porto
oferece aos seus passageiros facilidades, segurança e eficiência, com equipamentos e serviços
modernos, ótimo acesso, relativamente próximo ao aeroporto internacional, oferece aos
37
passageiros estacionamentos situados na frente dos terminais individuais para cruzeiros, serviço
de táxi em todos os terminais, possuem empresas de locação de carro no próprio porto.
Com o crescimento do mercado dos cruzeiros marítimos o porto de Miami tem projetos
para ampliações. Segundo porto de Miami, o acesso ao porto é feito pela ponte portuária bulevar,
passam em torno 25.000 veículos por dia, é necessário ampliar este acesso, pois a previsão para
2020, é que serão mais de 69.000 os números diários dos veículos que usam o bulevar portuário.
(Porto de Miami, 2005). Além do projeto de acesso, o porto de Miami esta construindo três novos
terminais para cruzeiros marítimos, com um custo estimado de U$ 30 milhões cada. Juntos terão
capacidade para 4.000 passageiros.
Ano Passageiros % de mudança
1999 3,112,355 5%
2000 3,364,643 8.1%
2001 3,391,091 0.8%
2002 3,642,990 7.4%
2003 3,960,614 8.7%
2004 3,499,584 -11.6%
2005 3,605,201 3.0%
Fonte: Miami-Dade County, 2006.
QUADRO 3: ESTATISTICA DO NÚMERO DE PASSAGEIROS QUE UTILIZAM O
TERMINAL PARA CRUZEIROS MARÍTIMOS EM MIAMI.
Outro Porto de grande importância na América do Norte é o porto de Vancouver. E o
porto principal para o início e término dos cruzeiros que fazem Vancouver – Alasca, um dos
roteiros mais populares do mundo. Segundo informação do porto de Vancouver, anualmente de
maio a setembro, perto de 300 visitas de navio e 1 milhão de passageiros passam pelo porto para
embarque e desembarque. Em 2006 nos seus dois terminais, o porto receberá 28 navios durante a
temporada.
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Segundo estatísticas realizadas pelo porto de Vancouver (2004), o mercado de cruzeiros é
o segundo maior gerador de empregos e impactos econômicos, Cada parada de um cruzeiro gera
14 trabalhos diretos, cada navio deixa U$ 1,5 milhões em benefícios econômicos para a região.
São anualmente 5.584 trabalhos diretos, U$ 181 milhões em salários, U$ 566 milhões de
distribuição de renda na região.
O Porto de Vancouver possui dois terminais ambos localizados em áreas centrais da
cidade. Oferecem todas as conveniências e serviços modernos para uma experiência positiva e
segura de um cruzeiro marítimo. (PORTO DE VANCOUVER, 2004).
Fonte: Porto de Vancouver, 2004
FIGURA 2: MAPA DO PORTO DE VANCOUVER
O terminal Canadá Place está localizado próximo ao centro perto do shopping, opções de
restaurantes, hotéis e opções de entretenimento. Este terminal possui 03 ancouradores, com 506,
329 e 274 metros de comprimento, de 8,4 a 10 metros de profundidade, com duas gangway3
automáticos com sensor de maré, ficam um em cada ancourador. Os serviços disponíveis para os
navios: possui uma área especifica para as bagagens, serviço de reboque 24 horas, segurança,
recolha de lixo 24 horas, entre outros. Para os passageiros o terminal oferece, carrinhos
individuais de bagagens, lobby de passageiros, áreas de estacionamento coberto, acesso com
diversos bancos, serviço de informações, restaurantes, hotel cinco estrelas.
3 O mesmo que Marinas.
39
O terminal Ballantyne também próximo ao centro, e próximo ao Canadá Place. Esse
terminal foi inteiramente renovado e ampliado em 1995. Possui 2 ancouradores com 366 metros
de comprimento e 10 metros de profundidade, possui também 2 gangways automáticas com
sensores de maré, área especifica de bagagens, oferece os mesmos serviços que o Canadá Place,
porém não possui hotel em sua estrutura. Vancouver Port Authority, 2004.
Fonte: Porto de Vancouver, 2004
FIGURA 3: TERMINAIS BALLANTYNES E CANADA PLACE
Outro exemplo de referencia de portos mundiais é o porto de Barcelona, a cidade oferece
aos passageiros um acesso direto ao mar mediterrâneo, fazendo com que este porto receba por
ano em média de um milhão de passageiros de cruzeiros marítimos. Além da estrutura portuária
Barcelona é uma cidade turística famosa em todo o mundo, oferece diversas opções de
entretenimento, como opções culturais, museus, entre outras diversas opções. Além de ótimos
restaurantes e hotéis.
40
São ao todo sete terminais operantes. Estes terminais de passageiros estão situados
próximo ao centro (Anexo A), oferecendo ao passageiro uma ótima e eficaz rede de conexões,
tanto nas linhas aeroportuárias, assim como para as estações ferroviárias. Todas essas vantagens é
que fazem com que o porto de Barcelona movimente tantos passageiros durante o ano. Porto de
Barcelona, (2003).
Fonte: Porto de Barcelona, 2003.
FIGURA 4: PORTO DE BARCELONA
O porto de Barcelona oferece as companhias de cruzeiros e aos passageiros serviços
altamente qualificados, fazendo com que o cruzeiro embarque e desembarque com segurança.
Segundo informações sobre os serviços oferecidos, o porto de Barcelona destaca um plano de
segurança onde possui a presença de guardas nos molles com intuito de cuidar dessa região, além
de terem a colaboração do corpo de bombeiros, polícia nacional, guardas civis e policia portuária.
Nos terminais possuem sistemas de segurança altamente qualificados. (PORTO DE
BARCELONA, 2003).
Outro serviço importante oferecido pelo porto de Barcelona é o serviço de manutenção e
reparos dos barcos e navios. Este setor está preparado para trabalhar com navios de cruzeiros
desde 220 metros de comprimento. O porto de Barcelona também oferece o serviço de recolha de
lixo, de resíduos tóxicos, de materiais recicláveis, água suja, entre outros resíduos. Além de
disponibilizar água potável para os navios. (PORTO DE BARCELONA, 2003).
41
4.3.2 – Estrutura de portos e pontos de desembarque nacionais
Os portos acima citados são referências mundiais, porém já exercem essas atividades há
bastante tempo, conseqüentemente investindo cada vez mais em seus portos. Um pouco diferente
do que acontece no Brasil, é interessante verificar seus padrões para que se possa ter um
parâmetro do que se pode melhorar nos portos brasileiros. O Brasil possui uma enorme costa
litorânea, (cerca de 7.500 quilômetros de litoral) com potencial para diversos tipos diferenciados
de cruzeiros marítimos, porém as infra-estruturas dos portos e das cidades que recebem cruzeiros
marítimos, assim como a defasagem na legislação brasileira perante esse segmento de mercado,
tornam-se um grande empecilho para futuros incrementos limitando o crescimento neste tipo de
segmento de mercado.
A falta e uma legislação específica voltada para a atividade de navios de cruzeiros. É
preciso estabelecer uma legislação padronizada e coerente com as necessidades do turismo dos
cruzeiros marítimos, em âmbito e normas internacionais, para que os portos também se
organizem e invistam nas exigências desta legislação para que se possa oferecer uma estrutura e
serviços de maior qualidade.
Em entrevista realizada pela Cruise On Line (2004) com Carlos Eduardo Bueno Netto
diretor da Brasil Cruise, mostra também essa dificuldade, Em resposta à pergunta realizada pela
Cruise online, Bueno Netto diz que a reivindicação de gostaria de fazer ás autoridades federais,
estaduais e municipais é a regulamentação do setor, que é necessária, tanto para os portos, quanto
armadores, receptivo e turistas. Que as entidades que representam este segmento participem na
construção da regulamentação da atividade. “E não o seu inferno burocrático / fiscal,
inviabilizador do uso turístico de uma costa de 8.000 km, cheia de maravilhosos recortes, sem
furacões, tufões ou tornados e com 270 dias de sol ao ano” (AVIATION ON LINE, 2004).
De acordo com matéria apresentada na revista da Associação comercial do Rio de Janeiro
– ACRJ, (2005), que também aponta o problema da legislação diz que maior problema é que “o
turismo marítimo no Brasil é órfão de legislação”. Em 2002 foi editado um decreto que define
como portos internacionais o primeiro e o último porto visitado por cada embarcação no país.
Esse decreto fez com que os portos intermediários não tivessem a obrigação de realizar os
procedimentos de fiscalização, diminuindo a burocracia e os custos operacionais para os
armadores, assim a costa brasileira acabou atraindo mais navios para diferentes portos brasileiros.
42
Porém o Brasil tem muito que fazer para chegar aos padrões desejados. E sem dúvida uma
legislação coerente irá também interferir na qualidade dos serviços prestados, assim como no
ponto principal deste estudo, a melhora da infra-estrutura dos portos brasileiros.
Segundo Renê Hermann, diretor geral da Costa Cruzeiros no Brasil, o país tem o potencial
para embarcar cinco milhões de passageiros, mas a limitação da estrutura portuária para embarcar
e desembarcar essa quantia de pessoas ainda constitui um grave problema.
Da temporada de 2005/2006 para a temporada de 2006/2007, o numero de cruzeiros
marítimos praticamente dobrou, serão 12 navios, enquanto na temporada de 2005/2006 eram 07
navios de cruzeiros, e de acordo com as expectativas das companhias todos tendem a ter
ocupação em média de 99%. Um percentual bem interessante.
Os 12 navios que virão a costa brasileira na temporada 2006/2007 irão visitar em torno de
24 portos e pontos de desembarque em todo o país, e em torno de 10 portos internacionais. Onde
os principais pontos de embarque e desembarque são os portos de Santos e Rio de Janeiro.
Navios Companhias Destinos
Blue Dream CVC Salvador, Porto Seguro, Vitória, Santos, Punta del Este, Buenos
Aires & Terra do Fogo
Costa Fortuna Costa Cruzeiros Rio de Janeiro, Santos, Ilhabela, Salvador, Ilhéus,
Recife & Maceió.
Costa
Romântica
Costa Cruzeiros Recife, Maceió, Salvador, Ilhéus, Rio de Janeiro,
Armação dos Búzios, Cabo Frio, Santos, Ilhabela,
Imbituba, Porto Belo, Buenos Aires, Montevidéu,
Punta del Este, Port Stanley, Ushuaia, Puerto Madryn,
Baia Garibaldi & Punta Arenas.
Grand Voyager CVC Fortaleza, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju,
Salvador, Porto Seguro, Vitória, Armação dos Búzios,
Rio de Janeiro, Angra dos Reis & Santos.
Grand Amazon Iberostar Manaus, Mancaparu & Novo Airão
Island Escape Island Cruises Recife, Salvador, Ilhéus, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Rio de
Janeiro, Angra dos Reis, Ilhabela, Santos, Porto Belo,
43
Florianópolis.
Island Star Island Cruises Salvador, Ilhéus, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Rio
de Janeiro, Angra dos Reis, Ilhabela, Santos, Porto
Belo, Florianópolis, Punta del Este Montevidéu &
Buenos Aires.
Mistral CVC Armação dos Búzios, Cabo Frio, Angra dos Reis, Rio
de Janeiro, Salvador, Ilhéus, Santos & Ilhabela.
MSC Armônia MSC Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Santos &
Salvador.
MSC Sinfonia MSC Rio de Janeiro, Armação dos Búzios, Santos, Ilhabela,
Ilhéus, Punta del Este e Buenos Aires.
Pacific CVC Natal, Recife, Fernando de Noronha, Maceió, Fortaleza
& João Pessoa.
Sky Wonder CVC Salvador, Maceió, Armação dos Búzios, Cabo Frio,
Angra dos Reis, Santos & Montevidéu.
Fonte: Viagens de Navio (2006)
QUADRO 04: LISTAGEM DOS NAVIOS E DESTINOS DOS CRUZEIROS MARÍTIMOS
NA TEMPORADA 2006/2007.
A maioria dos portos acima citados é voltado principalmente no setor de cargas, muitos
recebem cruzeiros marítimos, porém possuem pouca infra-estrutura voltada para esse segmento.
O que causa sérios riscos de segurança e problemas de operacionalização da recepção de
cruzeiros marítimos. Limitando o crescimento deste segmento de turismo no país. No Brasil os
dois principais portos que possuem uma certa infra-estrutura para recepção de cruzeiros
marítimos são também os que mais recebem esses cruzeiros marítimos.
Este estudo busca focar a estrutura dos portos de Santa Catarina, portanto os principais
portos do Pais, o de Santos e do Rio de Janeiro, mesmo que possuem diversos problemas, serão
considerados como exemplo nacional assim como os portos internacionais para realizar uma
comparação direta com os portos e pontos de desembarque do estado em questão.
44
O terminal de Concais no porto de Santos como já comentado antes, é um dos principais
responsáveis pelo embarque e desembarque de passageiros que realizam cruzeiros marítimos na
costa brasileira e alguns roteiros para a Argentina e Uruguai. É também ponto de transito para
navios de cruzeiros que fazem temporada na Argentina e Chile, como é o caso dos roteiros que
fazem Buenos Aires a Valparaiso e vice e versa, por exemplo.
Segundo informações divulgadas pelo porto de Santos, o terminal de Concais foi
inaugurado provisoriamente em 1998 utilizando um antigo armazém de carga adaptado, sendo
inaugurado definitivamente em 1999. Desde a sua inauguração o Concais fez ampliações e hoje o
complexo conta com uma área total de 34.500 m² e tem capacidade para recepção simultânea de
7 navios e 20 mil passageiros por dia.
Santos está relativamente próximo aos aeroportos de São Paulo, está a 72 km de
congonhas e a 87 quilômetros de Guarulhos. O acesso das principais cidades do estado de São
Paulo é feito através de modernas rodovias, o que se torna um acesso fácil. De acordo com site do
porto de Santos, o terminal possui 30 balcões de check-in, recepcionistas trilíngue, sanitários,
ambulatório médico, serviço de UTI móvel, equipamentos com esteiras, scanner para malas,
espaços administrativos para o representante do armador, operadoras e agências de turismo,
Agência Marítima e operadores portuários. Também possui postos das Secretarias de Turismo
Municipal e Estadual, Delegacia de Atendimento ao Turista, Alfândega, Polícia Federal,
Autoridade Federal, Autoridade Portuária e Vigilância Sanitária.
O Salão de embarque de passageiros possui 4.500 m²,equipado com ar-condicionado,
som, e luzes de emergência. Também possui lojas de conveniência, roupas, souvenir, telefonia,
internet, livraria, sorveteria, cafeteira, lanchonete entre outros. Já o salão de desembarque de
passageiros, ocupa ao total de 5.200 m², conta com sanitários, carrinhos para bagagem, cabine
para celular pré-pago, posto para Correios, stands promocionais, cabines telefônicas para
chamadas nacionais e internacionais e ponto para táxi. (VIVA SANTOS, 2006).
Outro ponto importante sobre os serviços oferecidos são os estacionamentos, o terminal
de Concais possui uma área total de 3.900 m² de estacionamento coberto, com capacidade para
600 veículos. É incluso na tarifa do estacionamento o seguro contra roubo e incêndio, assim os
passageiros podem deixar seus carros no pátio com segurança e tranqüilidade. O valor do
estacionamento para os passageiros no terminal marítimo de Concais é de R$ 35,00 por dia. Além
da área descoberta que corresponde a uma área total de 5.240 m² que é destinado ao
45
estacionamento dos visitantes. A empresa ainda disponibiliza um serviço VIP de estacionamento,
o valet service, com lava-rápido, vigilância 24 horas e manobristas habilitados. Para realizar
todos estes serviços, é mantida, durante a temporada, uma equipe de mais de 20 pessoas - entre
manobristas, controladores e vistoriadores.
Segundo informações do porto de Santos (2006), existem diversos projetos para o
melhoramento dos serviços oferecidos. “Ainda em 2006 está previsto o fechamento do vão
existente entre o Armazém do Terminal e o vizinho Frigorífico, o que criará um espaço interno
para a movimentação de passageiros”. Outro projeto é que a área onde atualmente trafegam trens
se crie uma espécie de terminal de ônibus, vans, carros... Para facilitar a operacionalização e
diminuir o desgaste dos passageiros.
O porto do Rio de Janeiro é também um dos principais portos do Brasil. É um dos que
mais recebe passageiros de cruzeiros marítimos no país, desde embarques, desembarques,
cruzeiros de transito e paradas dos cruzeiros de cabotagem. Conseqüentemente por esse motivo
assim como o terminal de Concais em Santos, o pier de Mauá é um dos terminais que possuem as
melhores infra-estruturas dos portos brasileiros. O porto do Rio de Janeiro incluindo o setor de
cargas é administrado pela companhia Docas do Rio de Janeiro – CDRJ. E o píer de passageiros é
operada pela empresa Píer Mauá e está localizado praticamente no centro da cidade na Baia de
Guanabara.
A empresa Píer Mauá tem ao longo dos anos efetuado algumas melhorias no terminal do
Rio de Janeiro, com intuito principal de atrair cada vez mais navios de cruzeiros. De acordo com
Palhares (2002), essas melhorias nos terminais foram, a climatização da estação, pintura,
implantação de sistema de som, reforma dos banheiros, ampliação dos números de balcões de
check in. Implantaram guichê de informações turísticas, cabines telefônicas, joalherias, lojas de
artesanato, lanchonetes, acesso a Internet, posto médico para serviços de primeiros socorros, o
setor de bagagens foi duplicado, ocupa uma área total de 2.500 m², carros especiais para o
embarque e desembarque das malas de dentro do navio para o terminal, carrinhos de mão para
bagagens.
Em relação ao transporte, disponibilizam ônibus para transportar os passageiros do
terminal par ao navio e vice-versa, balcão de táxis, área de estacionamento para ônibus das
operadoras e agencias de viagens, com acesso coberto, construção de um heliporto, com opções
de vôos panorâmicos pela cidade. Para a segurança foram instalados equipamentos de raios-X, e
46
de detectores de metais, além de um circuito fechado de TV. Além de reforço na equipe de
seguranças, contratação de estagiários de turismo para auxiliar nas operações de embarque e
desembarque agilizando esse processo e contratação de empresa especializada para limpeza.
Além dos serviços de imigração, policia e receita federal.
Conforme informações Píer Mauá (2005), na parte técnica da estrutura para a atracagem
dos navios, o píer oferece um acesso com luzes de navegação modernas além de bóias para
sinalização, águas calmas podendo operar navios que medem até 36 pés.
De acordo com a estimativa da Secretaria especial de Turismo - Riotur e do Pier Maua
S/A divulgada em agosto de 2006, a temporada de 2006 / 2007 será positiva para o rio de Janeiro.
“A previsão é de que o porto receba 338 mil turistas (entre passageiros e tripulantes) número 30%
maior em relação ao mesmo período do ano passado”.
Desde a temporada de 1998 / 1999, a quantidade de passageiros vem aumentando
consideravelmente, segundo Riotur, naquele ano (1998 / 1999) 22 navios atracaram, trazendo 61
mil visitantes. No ano seguinte (1999 / 2000) já ouve um aumento para 66 mil visitantes e em
2000 / 2001 foi o total de 91 mil, um crescimento quase de 50%.
“No último verão (2005/2006), o Píer Mauá recebeu 35 embarcações, totalizando 193 mil
passageiros, quantitativo 217% maior que o quantitativo da temporada do ano base de
1998/1999”. (RIOTUR, 2006). Para o Secretário Especial de Turismo do Rio de Janeiro, Rubem
Medina (RIOTUR, 2006), “o aumento a cada ano de passageiros é sinal de que os armadores
acreditam no produto turístico Rio de Janeiro”. Para a temporada 2006 / 20074, entre as
embarcações que já estão confirmadas está o Costa Fortuna e o Queen Mary.
Sem dúvida o porto de Santos e o porto do Rio de Janeiro são os principais e mais bem
equipados do Brasil, porém como já foi comentado anteriormente, essas estruturas são limitadas,
e defasadas para o número de passageiros e navios que estão vindo para a costa brasileira.
4 Estimativas para 2006/2007 – 250.914 passageiros / 87.820 tripulantes / 338.734 potenciais turistas.
47
4.3.3 - Portos e pontos de desembarque em Santa Catarina
Santa Catarina é um dos estados do Brasil que está em alta no mercado turístico, as
opções de lazer e atrativos são os mais diversos. Santa Catarina é considerada um dos estados
com maior qualidade de vida. No âmbito do turismo o estado reúne diferentes culturas e
geografia acidentada. Unindo serra e mar, calor e frio, praia e neve, cultura Açoriana, Alemã,
Italiana entre outras. Festas típicas e gastronômicas, eventos de esportes e científicos.
Recentemente no dia 31 de outubro 2006, Aconteceu a 6°Edição do prêmio Melhor
Viagem e Turismo 2006, neste evento, Santa Catarina recebeu o segundo lugar na categoria de
melhor estado, o primeiro lugar ficou para o estado Baiano. E Florianópolis recebeu também o
segundo lugar na categoria de melhor cidade, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. (BELA E
SANTA CATARINA, 2006).O que comprova o potencial que o estado oferece para atividades
turísticas.
Em relação ao recebimento de cruzeiros marítimos não é diferente. Diversos navios param
na costa catarinense, e esse número tem aumentado acompanhando a tendência deste segmento
no Brasil. No estado são ao todo cinco pontos de desembarque, já incluindo os portos do estado.
São os portos de São Francisco, de Itajaí, de Imbituba e os pontos de desembarque de Porto Belo
e Florianópolis.
Os portos do estado, assim como a maioria dos portos do Brasil, possuem ênfase nos
navios cargueiros, e os pontos de desembarque não oferecem condições adequadas para o
atracamento dos navios.Portanto os portos e pontos de desembarque de Santa Catarina possuem
pouca ou nenhuma estrutura voltada ao mercado de cruzeiros marítimos, as estruturas utilizadas
para recepção desses navios de passageiros são adaptadas, ou utilizam as mesmas estruturas que
utilizam para os navios de cargas.
A SANTUR (2003), coloca como principais dificuldades desse segmento, pontos como a
legislação federal inadequada e legislação específica inexistente; dificuldade de infra-estrutura
local de atracação, sinalização; Burocracia do desembaraço de passageiros; e altas taxações de
impostos federais.
48
Portanto, assim como o mercado de cruzeiros marítimos no Brasil, Santa Catarina também
tem como principais problemas uma legislação mais adequada, e principalmente à falta de
estrutura física e de serviços nos portos e pontos de desembarque do estado.
De acordo com a pesquisa realizada por Machado (2003), os aspectos que são levados em
consideração para a escolha um local para a atracação de cruzeiros marítimos pelos armadores e
também pela SANTUR, são os calados (profundidade média de 8/9 metros); os ventos; o nível
cultural e de profissionalização dos destinos, as condições geográficas dos portos, a
multidiversidade de etnias, a segurança, qualidade de vida e uma boa estrutura portuária (não
interessando os portos de cargas).
O porto com melhor estrutura para atender os passageiros no estado é o porto de Itajaí,
que investiu em um píer próprio para passageiros. O porto de Itajaí é um porto de administração
municipal, seu píer para passageiros está localizado no centro da cidade. Foi inaugurado em
2000, e o objetivo da sua construção foi atrair navios de passageiros e incrementar o turismo na
cidade e região. (PORTO DE ITAJAÍ, 2006).
O Píer de Itajaí possui estrutura exclusiva para recepção de cruzeiros marítimos e
embarcações de lazer. Possui 05 dolfins, 02 de amarração e 03 de atracação, 10 metros de calado,
220 metros de plataforma do cais de 945 metros em concreto, Alfândega, salas para Policia e
Receita Federal, terminal de passageiros, plataforma de embarque e desembarque, espaço para
instalações administrativas, além de infra-estrutura básica e um bom acesso.
Itajaí localiza-se em uma região privilegiada, pois está próxima aos principais pontos
turísticos do estado. Por exemplo, o Parque Beto Carrero World em Penha, o parque Unipraias,
em Balneário Camboriú, Porto Belo, Blumenau, Brusque, Joinville e até Florianópolis.
Oferecendo possibilidades de diferenciadas excursões em cidades turísticas, e cidades que se
destacam pelo comércio da região. E seu terminal é o primeiro de seu tipo no Brasil e foi
elaborado baseado no cais turístico de Barcelona, (VIAGENS DE NAVIO, 2006).
Mesmo sendo o porto que oferece melhor estrutura para cruzeiros marítimos no estado, o
porto de Itajaí não possui a confirmação de que receberá cruzeiros marítimos na temporada de
2006/ 2007. Segundo artigo do Diário Catarinense, em junho de 2006, A falta de interesse
turístico pela cidade, é o motivo pelo qual os armadores e representantes dos navios no Brasil
suspendam as escalas em Itajaí. A CVC operadora de viagens, na temporada passada, por
49
exemplo, era responsável por 11 das 20 escalas de cruzeiros marítimos na cidade, além de
oferecer a opção inédita no estado de embarque no Píer de Itajaí. Este ano todas as paradas da
CVC em Santa Catarina aconteceram em Porto Belo.
A falta de apelo turístico é a justificativa apresentada pela CVC para descartar a cidade
dos roteiros que incluem o Sul do Brasil na temporada 2006/2007. Segundo Rodolfo Szabo,
diretor comercial marítimo da CVC, neste mesmo artigo diz, “O município tem uma ótima
estrutura para receber cruzeiro, mas o destino não vende. A cidade não está nos sonhos de quem
quer viajar de navio”.
Além da CVC outras companhias também suspenderam as escalas de navios de cruzeiros
em Itajaí. A cidade portuária está fora da rota de cruzeiros marítimos na temporada de 2006
/2007. O que é uma pena para a cidade, pois a cada navio de cruzeiros que paravam em Itajaí,
eram arrecadados cerca de R$ 24 mil só em taxas portuárias e de locomoção no canal, sem contar
com o que os passageiros deixavam em cada parada. (DIARIO CATARINENSE, 2006, apud
SECRETARIA EXECUTIVA DE ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL, 2006).
O porto de São Francisco, e o porto de Imbituba são totalmente voltados aos navios de
cargas, são navio considerados bons em relação a atracamento, profundidade e capacidade para
navios de grande porte, porém não existe na estrutura desses portos uma opção diferenciada para
atender aos passageiros de navios de cruzeiros. Por isso acabam não sendo portos atraentes para
os armadores de cruzeiros marítimos.
O porto de São Francisco está localizado na parte leste da Baia de Babitonga em São
Francisco do Sul, costa norte de Santa Catarina, a 215 quilômetros da capital, Florianópolis. É
administrado pelo governo do estado de Santa Catarina, voltado para o comércio de cargas. A
atividade de recebimento de cruzeiros marítimos ainda não é uma realidade por dois fatores, não
possui estrutura voltada para esse segmento, segundo dois representantes de cruzeiros marítimos
no estado a cidade está situada um pouco longe dos principais destinos turísticos do estado, além
de ter que depender da BR 101, o que acaba criando um problema para a operacionalização.
Ainda por fonte dos representantes de cruzeiros no estado em pesquisa realizada abaixo,
comentam que o porto de São Francisco tem planos de investir em um píer adequado para
passageiros, resta saber se neste plano inclui divulgação para captar cruzeiros para esse destino
também. Segundo representante da CVC de Florianópolis (2006), “A prefeitura de São Francisco
50
esta reformando o porto e se tudo correr bem na próxima temporada teremos mais essa opção de
porto para um desembarque mais adequado, porém o problema da distancia vai continua”.
O porto de Imbituba está localizado ao sul do litoral do estado de Santa Catarina, próximo
ao centro da cidade. É administrado pela companhia Docas de Imbituba. O Porto foi construído
em uma enseada aberta ao mar, possuindo águas abrigadas e profundas, o canal de acesso ao
porto é igualmente profundo, permitindo a navegação de navios de grande porte a qualquer hora
do dia e da noite. Atualmente conta com quatro Berços de Atracação com 9,5m de calado cada
um. O porto de Imbituba possui terminais e vias pavimentadas. (CIA DOCAS DE IMBITUBA,
2006).
Seu enfoque, como já comentado acima, é do transporte de cargas. Na temporada 2006 /
2007 dos cruzeiros marítimos, De acordo com a escala prevista para 2006/2007 pela Santur
(Anexo B) e pela confirmação da Costa Cruzeiros, Imbituba receberá o navio Costa Romântica
da companhia Costa Cruzeiros. Mesmo não possuindo terminal próprio para passageiros e pouca
infra-estrutura para recepção desses cruzeiros, o porto de Imbituba oferece atracamento seguro e
com capacidade para navios de grande porte, com poucas opções no estado a companhia optou
por este porto, diferente de Florianópolis, onde o fundeamento é feito longe da costa e os
passageiros são transportados por tenders ou lanchas, que muitas vezes devido ao mal tempo os
navios não podem atracar.
O porto de Imbituba a uns bons anos atrás já havia recebido cruzeiros marítimos em seu
porto, algumas dessas paradas foram realizadas de última hora, por problemas em portos e pontos
de desembarques vizinhos, porém devido à falta de estrutura mínima necessária para a recepção
de navios de cruzeiros, assim como estrutura turística, e a pouca divulgação do local. Ficou bons
anos sem receber esse tipo de navio. Eis a oportunidade para a cidade de desempenhar um bom
trabalho e investir neste segmento, já que a cidade assim como sua administração tem atualmente
respirado ares de divulgação e incentivo ao crescimento do mercado turístico, através recentes
eventos com enfoque internacional na região. Como até o momento já existe uma confirmação da
companhia para a temporada de 2006 / 2007, a cidade possui tempo hábil para se organizar e
colher bons frutos no futuro.
Florianópolis é a capital do estado de Santa Catarina, uma ilha banhada por 100
belíssimas praias com dunas, lagoas, e muita mata atlântica. Possui diversas áreas de preservação
51
permanente e parques ecológicos. Recebeu recentemente o segundo lugar no premio Melhor
Viagem e Turismo de 2006, na categoria de melhor cidade para visitar do Brasil, perdendo
somente para o Rio de Janeiro, (BELA E SANTA CATARINA, 2006). Hoje conhecida como
uma das cidades com maior qualidade de vida do Brasil. Está em alta na mídia, é um destino bem
procurado tanto nacional como internacionalmente.
O local do desembarque é realizado na praia de Canas Vieiras, a 27 km (PMF, 2006) do
centro da cidade. Florianópolis não possui portos ou píers, por este motivo o embarque e
desembarque dos passageiros são realizados através de lanchas ou tenders, os navios que visitam
a cidade param em torno de 1,5 km de distancia da praia.
Segundo guia turístico da PMF – Prefeitura Municipal de Florianópolis (2006), Canas
Vieiras é uma praia procurada principalmente por Argentinos, é hoje uma das praias com melhor
infra-estrutura de serviços e lazer para o turista durante a alta temporada. Possui um mini-centro
onde os turistas têm uma variedade de opções de compra, restaurantes e lazer.
Florianópolis sem dúvida é uma cidade que atrai turistas, isso é fato. Armadores de
cruzeiros marítimos bem que tentam trazer para a “ilha da magia” seus navios para pararem nas
águas da capital do Estado. O grande problema gira em torno da falta de estrutura física e de
serviços diretamente relacionados com o atracamento, embarque e desembarque dos passageiros.
Florianópolis é uma cidade que sem dúvida chamam a atenção em um roteiro de cruzeiros, porém
a falta de um píer com condições seguras de atracamento, faz com que os armadores tenham que
optar por outros destinos do estado, mesmo que todos apresentem problemas de estrutura,
Florianópolis acaba se tornando a pior opção neste aspecto.
Inúmeras vezes por mal tempo as paradas na cidade tiveram que ser transferidas para
outros portos ou pontos de desembarque, o que causa enormes problemas operacionais, perca de
tempo e decepção dos passageiros. Para a temporada de 2006 / 2007, a Costa cruzeiros e a CVC
tiraram Florianópolis dos seus roteiros, a CVC optou por Porto Belo, e a Costa Cruzeiros terá
nesta temporada paradas em Imbituba. Já a MSC por enquanto não possui paradas no estado.
Nesta temporada até o momento somente os navios da companhia Island Cruises estão
confirmados para pararem em Florianópolis, porém se caso ocorrer algum imprevisto como
condições climáticas desfavoráveis em Florianópolis às paradas serão transferidas para ouros
portos, as opções pode ser Itajaí neste caso. (DIARIO CATARINENSE, 2006, apud
SECRETARIA EXECUTIVA DE ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL, 2006).
52
Acredita-se que Florianópolis, com todas suas belezas naturais e potencialidade turística,
apresente alguns pontos interessantes e viáveis para a construção de um píer com condições
adequadas para atracamento de navios. De acordo com pesquisas informais sabe-se que diversos
projetos já foram apresentados para prefeitura municipal da cidade, secretaria de turismo, assim
como governo de estado. Porém até hoje nada foi posto em prática. Também por fontes informais
acredita-se que pontos possíveis para ser construído um píer turístico, visando menor impacto
ambiental possível, seriam as praias dos Ingleses, ou em Ponta das Canas, ambas no norte da ilha,
a cerca de 30 km do centro.
Leva-se em consideração que para a criação de um píer turístico adequado é necessário
estudar todas as variáveis para a viabilidade deste empreendimento, principalmente por questões
ambientais, culturais, de capacidade de carga e custos. Como este estudo não possui objetivo pela
busca destes projetos, não se pode avaliá-los, portanto não cabe aqui dizer que são opções
corretas ou não a serem seguidas. Mas vale dizer que existem, e de alguma forma a solução ainda
pode ser encontrada.
Em Santa Catarina a opção mais procurada pelos armadores dos cruzeiros marítimos para
aportarem seus navios é a cidade de Porto Belo. Possui excelente localização geográfica, fica
próximo a 6km da praia de bombinhas, a 64 km de Florianópolis e 26 km de Balneário Camboriú,
além de a cidade possuir belezas naturais e águas tranqüilas. (CIASC, 2006).
Porto Belo não dispõe de porto, por isso é utilizado o sistema de tender ou lanchas para
realizar o embarque e desembarque dos passageiros. Os navios param a mais ou menos 20
minutos de lancha entre o navio e o píer de desembarque que está localizado na marina de Porto
Belo. Mesmo não oferecendo estrutura adequada para os passageiros à marina de Porto Belo fica
localizada a 2 km do centro da cidade, onde os passageiros encontram opções de bares,
restaurantes e lojas (VIAGENS DE NAVIO, 2006).
De acordo com conversa informal com um representante da casa do Turista em Porto
Belo, ele explica que o desembarque em Porto Belo é realizado no Iate Clube de Porto Belo, e
conta com boa estrutura. O transporte até o centro do município é feito por bondinhos turísticos,
táxis ou barcos, e as agências de receptivo oficiais têm exclusividade no acesso ao porto.
Szabo, diretor comercial dos cruzeiros marítimos da CVC, explica, “Embora Porto Belo
não tenha uma estrutura própria para transatlânticos, estes ficam fundeados em uma baia e
protegidos contra ventos fortes, o que facilita a locomoção de passageiros entre o navio e a terra
53
firma”. E ainda diz que “Porto Belo vende muito bem como destino”. (DIARIO CATARINENSE
2006 apud SECRETARIA EXECUTIVA DE ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL, 2006).
Uma atração interessante a quem vai para Porto Belo é a ilha de Porto Belo, um
empreendimento turístico que oferece praias calmas e rasas, onde a principal atração são as
atividades náuticas. Na ilha também se encontra o museu da família Schurmam5, opções de
restaurantes, bar e souvenir.
A primeira vez que a cidade recebeu um cruzeiro marítimo foi em 1998, foi de forma
improvisada quando, por inviabilidade de atracarem em Itajaí em virtude da maré, foi transferido
para atracar em Porto Belo. Com o apoio da Polícia Militar, secretaria de turismo e escunas de
Porto Belo que os desembarques aconteceram.
Desde então a cada ano as paradas de cruzeiros em Porto Belo foram aumentando, hoje é
a cidade que mais recebe cruzeiros marítimos em Santa Catarina. Para a temporada 2006 / 2007
já estão confirmadas 34 escalas de navios. Sem dúvida essas paradas irão causar impacto positivo
para a economia local, já que o previsto será em torno de 43 mil passageiros e 14 mil tripulantes
(PREFEITURA DE PORTO BELO, 2006).
Como já foi comentado, Porto Belo também não possui estrutura adequada para a
recepção de cruzeiros marítimos, não oferece um terminal apropriado, com opções de posto de
informações, sanitários, ambulatórios, etc... porém, os navios são atracados em águas calmas
dando uma certa segurança aos armadores para realizar o trajeto de lancha ou tender. Tem uma
localização privilegiada, está muito próximo ao centro da cidade, onde pode ser sanado
“qualquer” tipo de emergência. Além de oferecer inúmeras opções de atividades de
entretenimento aos passageiros. A cidade conquistou os turistas.
Na opinião do representante da CVC de Florianópolis, “Porto Belo, como receptivo de
cidade é o melhor local de santa Catarina, é também localizado próximo a cidades turísticas, tem
acesso fácil, e por ser uma baia mais tranqüila é melhor para atracamento do que Florianópolis”.
De acordo com informações informais cedidas pelo representante da casa do turista de
Porto Belo, o município aprovou junto ao ministério do turismo a construção de um terminal
turístico de passageiros no centro da cidade. O que sem dúvida promete um incremento ainda
maior para o estado e para Porto Belo, já que a cidade já é a preferida pelos armadores.
5 Família de velejadores Brasileiros que deu a volta ao mundo.
54
Comparando os portos internacionais e toda a sua estrutura física conforme podemos
analisar nas fotos abaixo, conseqüentemente os portos nacionais de Santos e Rio de Janeiro, e
chegando aos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina verifica-se que existe um grande
problema nesta questão de estrutura, tanto no Brasil, mais principalmente nos portos do estado,
que é o enfoque deste estudo. Santa Catarina esta deixando muito a desejar no segmento de
cruzeiros marítimos, o que é uma pena, principalmente na capital do Estado. Que por ser uma ilha
poderia explorar melhor esse potencial.
Os armadores de navios optam por dois aspectos principais, em primeiro lugar, a estrutura
física e em segundo lugar a infra-estrutura como cidade, o apelo turístico. A cidade tem que ser
atrativa, os armadores tem por objetivo principal vender os cruzeiros, torná-los rentável. É o
exemplo de Itajaí, um porto considerado pela maioria dos armadores como a melhor estrutura
física para recepção de cruzeiros marítimos no Estado, no entanto não será utilizada para esse
fim, pois falta divulgação do destino.
55
4.3.4 – Imagens de Portos no Brasil e no Mundo: Algumas comparações.
Porto de Miami (Figuras 5 e 6): Capital dos cruzeiros marítimos, porto com boa
organização e estrutura, excelente acesso. No Brasil ainda não existe portos com esses padrões.
Fonte: Porto de Miami, 2006. Fonte: porto de Miami, 2006.
FIGURA 5: PORTO DE MIAMI FIGURA 6: TRAFEGO AO PORTO DE MIAMI
Porto de Barcelona (Figura 7): Terminais bem localizados, modernos e funcionais,
próximos ao centro. Oferece inúmeras opções de lazer e cultura.
Fonte: Porto de Barcelona, 2003.
FIGURA 7: TERMINAL DE PASSAGEIROS DO PORTO DE BARCELONA
56
Porto de Vancouver (Figuras, 8, 9,10 e 11): Terminais de grande fluxo, infra-estrutura
planejada, fácil acesso, ótima localização. Serviços impecáveis de segurança, comunicação e
informações.
Fonte: Porto de Vancouver, 2004 Fonte: Porto de Vancouver, 2004
FIGURA 8: TERMINAL BALLANTYNES FIGURA 9: TERMINAL CANADÁ PLACE
Fonte: Porto de Vancouver, 2004 Fonte: Porto de Vancouver, 2004
FIGURA 10: INFORMAÇÕES TURÍSTICAS FIGURA 11: SISTEMA DE SEGURANÇA
57
Porto de Santos: Terminal Concais (Figuras - 12 e 13) próprio para passageiros, maior
estrutura para recepção de cruzeiros marítimos do Brasil. Estrutura relativamente boa, não
comparada aos padrões internacionais. Segundo estudo, é necessário maior investimento,
demanda será maior que o espaço disponível.
Fonte: Viva Santos, 2006.
FIGURA 12: TERMINAL TURISTICO DE PASSAGEIROS NO PORTO DE SANTOS
Fonte: Prefeitura Municipal de Santos, 2006.
FIGURA 13: PORTO DE SANTOS
58
Porto do Rio de Janeiro: Terminal de Mauá (Figura 14). Segunda maior estrutura para
recepção de cruzeiros marítimos no país. Assim como o terminal de passageiros de Santos possui
boa estrutura, porém precisa de ampliação. Os investimentos não estão acompanhando o
crescimento do número de navios e passageiros.
Fonte: Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro,2006.
FIGURA 14: PÍER MAUÁ.
59
Píer turístico de Itajaí (Figura 15 e 16): Localizado próximo ao centro, possui espaço para
policia e receita federal, alfândega. Não é a estrutura ideal se comparada com os principais portos
do país. Mais oferece estrutura básica para se realizar embarques e desembarques. É considerado
a melhor estrutura disponível no estado de Santa Catarina. Porém Não possui apelo turístico. Não
receberá cruzeiros marítimos na temporada de 2006 / 2007.
Fonte: Porto de Itajaí, 2006.
FIGURA 15: NAVIO DE CRUZEIRO ATRACADO O PÍER DE ITAJAÍ.
Fonte: FITUR, 2006.
FIGURA 16: PÍER TURÍSTICO DE ITAJAÍ.
60
Portos de São Francisco ( Figura 17) e Imbituba (Figura 18): Voltados somente para o
setor de cargas, não possuem estrutura para atenderem passageiros. Imbituba por sua localização
e por falta de melhores opções irá receber cruzeiros marítimos na temporada 2006 / 2007.
São Francisco está investindo em projetos para passageiros de cruzeiros marítimos.Porém
possui localização considerada não privilegiada, pois está longe de grandes pólos receptores.
Fonte: Ministério dos Transportes, 2006.
FIGURA 17: PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL
Fonte: Companhia Docas de Imbituba, 2006.
FIGURA 18: PORTO DE IMBITUBA
61
Píer de Porto Belo (Figura 19): O atracamento é feito em uma baía de águas tranqüilas,
em cerca de 1 km da costa sendo utilizado sistema de tender ou lanchas. Não possui estrutura
ideal para atracamento, porém oferece maior segurança que Florianópolis, por causa da
interferência das marés e ventos. Porém é a cidade que mais recebe cruzeiros marítimos no
estado. Possui apelo turístico, oferece inúmeras opções de lazer ao passageiro.
Fonte: Ilha de Porto Belo (2006)
FIGURA 19: PIER DE PORTO BELO E NAVIO DE CRUZEIROS AO FUNDO.
62
Píer de Canas Vieiras – Florianópolis ( Figura 20): Em Florianópolis assim como em
Porto Belo, não possui estrutura de atracamento junto à costa. O deslocamento dos passageiros é
feito através de tender ou lanchas. Por motivos de mal tempo os navios são impossibilitados de
atracar. Considerado a pior estrutura do estado X uma das cidades mais procuradas no Brasil.
Fonte: Guia Floripa, 2003.
FIGURA 20: PIER DE CANAS VIEIRAS EM FLORIANÓPOLIS.
63
4.4- Análise da pesquisa
Coleta 01 - Representantes das companhias de cruzeiros marítimos de Santa Catarina:
Pergunta 1: Como você vê o crescimento do turismo de cruzeiros marítimos no Brasil nos
últimos anos?
MK - O brasileiro vem descobrindo o cruzeiro marítimo como uma excelente alternativa para sua
viagem de férias. No ano passado embarcaram 250.000 passageiros e a expectativa é de 350.000
para este ano, com um potencial ainda maior de desenvolvimento estamos muito longe da
saturação do mercado, por isso a cada ano as companhias de cruzeiros trazem mais e maiores
navios para nossa costa, pois vêem este grande potencial. Nossa companhia teve um índice de
ocupação de 98% na temporada passada comprovando o acerto nos investimentos realizados.
VTC – O crescimento ele pode ser considerado bastante bom, porque a cada ano há um aumento
significativo de navios vindo para a costa brasileira, na temporada passada (2005/2006) nós
tínhamos 06 navios, para essa temporada já temos 12 navios. Fora os navios que estão fazendo os
cruzeiros de transito, eles passam pelo litoral brasileiro e fazem apenas uma ou duas escalas, são
os que vão normalmente para o sul da Argentina até Valparaiso no Chile. Considerando o número
de navios de um ano para outro, tivemos um crescimento como pode se observar de quase 100%.
CVC – O movimento do turismo de cruzeiros nos últimos anos cresceu sensivelmente, só esse
ano a temporada da CVC deve chegar a 130.000 passageiros embarcados nos navios. De 2003
pra cá o crescimento tem sido, muito além do que se esperava, cerca de uns 40%, tanto que a
própria hotelaria tem reagido através de reclamações que o mercado de cruzeiros tem atrapalhado
roteiros rodo aéreos.
Isso se deve primeiro ao baixo custo do cruzeiro já incluindo algumas atrações como
shows, entretenimento, junto com hospedagem, alimentação e transporte incluso, é o custo
beneficio que o passageiro tem ao adquirir uma cabine.
64
Nos últimos dois anos a média de navio na costa brasileira era de 06 navios, para a
temporada de 2006/2007 terão 12 navios, fala - se que para a temporada 2007/2008, pode -se
chegar até uns 15 navios.
No caso da CVC sentimos esse crescimento também se deve a uma situação que a CVC
adotou do sistema all inclusive, nos temos hoje três navios onde o passageiro não tem despesa
nenhuma dentro do navios, a não ser se ele usar cassino ou loja.
A popularização desses cruzeiros na costa brasileira se deu de cinco anos pra cá, pois
antes disso, essa atividade era tida como atividade de elite, só fazia cruzeiros quem tinha uma
situação financeira boa, porque eram roteiros consideravelmente caros. Onde o passageiro
acabava optando por um pacote aéreo. Hoje essas condições se inverteram, o cruzeiro acaba
saindo mais barato que muitos pacotes aéreos pelo país.
Analise da Autora:
É unânime a visão dos representantes das companhias de cruzeiros marítimos do Estado
sobre o crescimento deste segmento no Brasil. Onde a cada temporada o número de pessoas que
aderem a esse tipo de lazer vem aumentando, o que todos frisam é que a próxima temporada
(2006 / 2007) a costa brasileira irá receber o dobro de navios que a temporada anterior. Causando
sem dúvida um positivo impacto econômico em todo o litoral. Todos concordam que o Brasil
possui capacidade ainda maior de receber mais navios. A MK, representante da MSC em Santa
Catarina, afirma que a companhia que representa “teve um índice de ocupação de 98% na
temporada passada comprovando o acerto nos investimentos realizados”. De acordo com
informações coletadas, esse não foi um índice de méritos somente da MSC, mais sim de quase
todas as companhias que atuaram na temporada de 2005 / 2006, segundo acesso a informações de
fontes secundaria, todas as companhias tiveram percentuais parecidos com o da MSC, o que
prova mais uma vez o sucesso deste segmento em águas brasileiras.
Pergunta 2: Como você qualifica a infra-estrutura nos Portos de Santa Catarina para recebimento
de cruzeiros marítimos?
MK - O problema dos portos não é exclusivo do estado de Santa Catarina, pois faltam terminais
adequados para recebermos os turistas, apesar da cobrança de taxas portuárias em valores
65
elevadíssimos. Não se vê uma movimentação efetiva das autoridades, apesar das promessas. O
que esperamos agora é que as taxas portuárias se revertam em investimentos exclusivos na
melhoria dos portos. Além deste problema temos que salientar o acesso a alguns locais, por
exemplo, em Florianópolis, apesar da parada de alguns navios na temporada passada próximo à
Ilha do Francês, sabemos que este local não é apropriado, pois é desprotegido causando
desconforto freqüente aos passageiros.
VTC – Deplorável é uma situação bastante caótica, não há uma estrutura física adequada,
principalmente em Florianópolis, já no porto de Porto Belo a estrutura já é bem melhor, porém
não é adequada, no porto de Itajaí, existe uma estrutura que poderíamos qualificar como muito
boa, no entanto a cidade de Itajaí não tem os apelos turísticos, fazendo com que os navios não
atraquem naquele porto, o que é uma pena, pois um grande investimento, e os navios de cruzeiros
não querem parar ali porque não tem atração, a cidade de Itajaí não vende o produto cruzeiros de
forma tão acentuada como Porto Belo e Florianópolis. São Francisco e Imbituba são cidades que
ainda não tem uma infra-estrutura turística preparada para receber não tem também atrativos que
justifique a parada de cruzeiros, ou até devem ter, porém não são divulgados pela mídia adequada
em cima da cidade, então a cidade não é conhecida, o que acaba não vendendo.
Os cruzeiros que irão parar em Imbituba essa temporada de 2006/2007 vão com intuito
único de fazer a parte fiscal, ou seja, da receita o alfandegamento do navio para poder entrar em
águas territoriais brasileiras. Também em função do mau tempo e da estrutura que não existe em
Florianópolis eles são obrigados a atracar em um porto maior e com estrutura para atracamento
melhor. Pois com as dificuldades encontradas em Florianópolis, não permite que o navio fique
ancorado de forma segura para que a policia e a receita federal faça toda a parte burocrática a ser
feita.
CVC – Com esse crescimento, com essa grande demanda, as cidades ainda não tiveram tempo de
se prepararem para esse tipo de turista. Por isso que o Brasil ainda tem toda essa deficiência de
locais para atracamento. Mas o problema aqui no sul é a péssima infra-estrutura, no sudeste e
nordeste as estruturas de portos estão melhores que as do sul. Não que estejam adequadas, porém
possuem situações um pouco melhores pelomenos de atracamento.
66
Os únicos portos especializados, que possuem uma certa infra-estrutura para atender os
passageiros são os portos de Santos e do Rio de Janeiro. Possuem sala de embarque, policia
federal,sanitária. Mesmo assim ainda são acanhados, não se comparam a portos internacionais,
como na Europa e Estados Unidos. Que possui uma infra-estrutura enorme a disposição dos
passageiros.
Em Santa Catarina, com exceção de Itajaí que possui um terminal turístico, os outros
portos ainda não tem uma estrutura especifica para navio de cruzeiros, na realidade é um serviço
feito dentro de condições precárias. O porto de Imbituba terá parada de navios de cruzeiros, mais
também não é uma estrutura adequada, o porto é totalmente voltado ao setor de cargas, nem o
porto nem a cidade oferece ainda uma estrutura para passageiros. “É um quebra galho”, é o caso
de emergência, pois o navio que a Costa vai atracar é muito grande e lá comporta esse navio.
Florianópolis, não possui estrutura nenhuma, o atracamento é feito em Canas Vieiras na
baia e depois tem que ter o serviço de remoção dos passageiros de lanchas, o que causa
transtornos e custos pra as empresas. Quando tem mal tempo não dá para atracar lá.
São Francisco do Sul também não oferece estrutura. São portos mais para o lado de
cargueiros do que de passageiros. Comercial e não de turismo. Porém existe projetos e
investimentos para esse tipo de mercado turístico.
Na temporada de 2006 / 2007, a CVC só terá parada em Santa Catarina em Porto Belo,
que também não possuem estrutura adequada. Sistema com locomoção de lancha, porém é a
distância são mais próximas para as lanchas irem e voltarem. O atracamento é mais tranqüilo,
pois é em uma baia de águas calmas. Diferente de Florianópolis, que possui problema de maré, é
mar grosso, tem problema de atracamento.
O porto de Itajaí possui estrutura, tem um píer turístico, mas os navios não param lá, isso
se deve a algumas regras, é um porto altamente comercial, e ele esta em uma classificação
internacional. Como o foco turístico tem uma operacionalização diferenciada, quando os navios
de cruzeiros param, acaba existindo muita circulação dentro da área do porto, por isso arrisca
perderem essa classificação para o fator comercial de cargas. È mais ou menos a ISSO 9002 só
que é marítimo e o porto não quer perder isso. Sem dúvida no estado de Santa Catarina seria a
melhor opção comparado com os outros portos do estado.
Analise da Autora:
67
Mais uma vez 100 por cento dos representantes em Santa Catarina de companhias de
cruzeiros marítimos entrevistados possuem a mesma posição sobre a infra-estrutura disponível
nos portos do estado. De acordo com o diretor da VTC, “é uma situação bastante caótica”,
concordam que a situação de Florianópolis é a que causa maior preocupação, pois a insegurança é
nítida onde é realizada a atracagem dos navios. Porto Belo mais uma vez é colocado como
principal ponde de desembarque do estado, é uma cidade que não possui estrutura adequada
porém é uma cidade atrativa e não tem problema de falta de segurança para desembarcar os
passageiros,com marés, ventos fortes e mal tempo.
Outro ponto interessante que os representantes apontaram, é que essa dificuldade e falta
de infra-estrutura não acontece somente em Santa Catarina, é um problema que ocorre no Brasil
inteiro, mesmo os portos considerados os de melhor estrutura para recepção de cruzeiros
marítimos no país possuem alguns problemas operacionais. Para o representante da CVC esse
problema vem justamente pelo país ainda estar iniciando neste segmento turístico, “com essa
grande demanda, as cidades ainda não tiveram tempo de se prepararem para esse tipo de turista.
Por isso que o Brasil ainda tem toda essa deficiência de locais para atracamento”. Mas ressalta
que mesmo tendo problemas em toda a costa Brasileira, Santa Catarina se comparada com o
sudeste e nordeste ainda consegue ser de situação pior.
O representante da MK ressalta também um ponto preocupante, são as taxas abusivas
cobradas pelos portos do Brasil. “O que esperamos agora é que as taxas portuárias se revertam
em investimentos exclusivos na melhoria dos portos”. Mesmo tendo todos esses problemas de
infra-estrutura, segundo informações secundarias as taxas brasileiras conseguem ser uma das
mais caras do mundo. É hora de investir para colher bons frutos no futuro.
Pergunta 3: Quais as principais dificuldades encontradas pelas companhias em relação à infra-
estrutura encontrada em Santa Catarina para a recepção de cruzeiros marítimos?
MK - Santa Catarina é um estado privilegiado com uma costa maravilhosa, apesar disso os portos
atuais estão localizados em regiões mais voltadas ao transporte do que o turismo propriamente
dita. Veja o exemplo de Itajaí, pois a alternativa para passeios seria Balneário Camboriú (em
época de temporada a infra-estrutura local é sofrível até para o turismo tradicional), Blumenau e
região (o acesso á esta região é através de uma estrada em mão dupla, sem acostamento, com
68
buracos e sem nenhuma segurança em época de temporada com o aumento do número de
veículos). Ou seja, o ideal seria buscar alternativas em cidades que permitam maior respeito ao
turista, com acesso através de estradas seguras, infra-estrutura de passeio mais adequado a este
tipo de turismo que traz recursos para a economia local.
VTC – A dificuldade maior é justamente da estrutura física, porque em havendo a estrutura
física, os navios virão e virão cada vez mais para Santa Catarina, desde que essa estrutura exista e
que tenhamos espaço físico adequado que tenhamos a estrutura de suporte para o receptivo que
tenham guias devidamente cadastrados, e colocados de ordem que não tenham problemas de
“gritaria e bagunça” enfim que não haja a disputa pelo turista de forma desorganizada, como a
gente vê muitas vezes em alguns portos, onde o turista é atacado para fazer esse ou aquele
serviço, precisaria um pouco mais de organização. Mas a parte principal sem dúvida é a estrutura
física que não existe.
CVC – As principais dificuldades encontradas nos portos de Santa Catarina para a
recepção de cruzeiros marítimos, primeiramente a falta de infra-estrutura dos portos para o
mercado turístico, todo atracamento tem que ter vigilância sanitária, policia federal e eles não tem
estrutura rígida para esse atendimento, não é que nem Santos, Rio que possui uma delegacia da
receita federal, uma delegacia da policia federal, tem uma delegacia da sanitária, dentro dos
terminais. Aqui você tem que depender da vinda das equipes usar o sistema de lancha, ir pro
navio fazer a fiscalização e voltar, então ai já começa a dificuldade.
Em relação aos portos é que desde o inicio eles foram construídos para cargas e não para
passageiros, o que se torna um problema, pois o operacional de um para o outro é totalmente
diferente.
Somente o porto de Itajaí foi adaptado para passageiros, porém ainda possui problemas
operacionais. Mesmo assim é o melhor que existe no estado.
Outra dificuldade são os problemas com locomoções, e ofertas de entretenimento nas
destinações onde os navios param. A gente é obrigada a criar estrutura nessas cidades para
satisfazer o cliente. No caso da CVC a gente que faz o transporte destes passageiros, porque
quando você para, você cria passeios para oferecer aos passageiros, com isso muitas vezes a
gente precisa deslocar de uma cidade para outra tendo que levar o turista para o passeio e voltar
69
em tempo hábil para que ele possa embarcar, assim acaba surgindo outro problema, depender
muitas vezes da Br 101, que em muitos casos está congestionada, com buracos, etc...
Analise da Autora:
Além da falta de estrutura adequada dos portos e pontos de desembarque já mencionada
anteriormente, pois sem dúvida é o fator principal. As empresas questionam a falta infra-estrutura
turística na cidade e opções de diferentes atrativos, e de acesso. Existe algumas situações em que
o navio atraca e o passageiro não possui opções de passeios, entretenimento, comercio ou
restaurantes naquele local. A cidade deixa de ganhar, pois os próprios armadores precisam
organizar excursão e inventar atrativos para satisfazer seus clientes. Em relação às infra-
estruturas de acesso, o que acaba tornando o deslocamento problemático é ter que depender de
estradas e rodovias congestionadas, sem manutenção, esburacadas, tornando o trajeto difícil e
demorado.
Pergunta 4: Quais os fatores decisivos para a escolha dos portos ou pontos de desembarque de
um roteiro de cruzeiro Marítimo?
MK - Roteiros turísticos atrativos (praias, parques, etc), infra-estrutura de acesso aos locais de
turismo, gastronomia, segurança, conforto (porto).
VTC – À parte de infra-estrutura e estrutura física como um todo. Pois a falta de estrutura por sua
vez causa a insegurança no desembarque.
CVC – A escolha dos portos é feita primeiramente por conta de uma estrutura física para
atracamento mais próximo da adequada. Porque o fundeamento em alto mar (quando o navio para
numa baia em alto mar, quando não tem cais), toda a logística se torna mais complicada, precisa
baixar as lanchas do navio ir e voltar diversas vezes, depende do nível das marés, etc.
A imagem da cidade no roteiro também influência na escolha do local a atracar, procura-
se depois da estrutura um porto, uma cidade que ofereça atrativos e estrutura que ela pode
oferecer pro turista, não só na própria cidade mais também na região.
70
Analise da Autora:
Todos apontaram que a estrutura do porto para uma atracagem segura é o primeiro ponto a ser
analisado. Depois as infra-estruturas de acesso, alimentação, segurança, estacionamento, opções
de entretenimento, localização privilegiada enfim estrutura do porto e estrutura turística da
cidade. E por fim se a cidade tem apelo turístico, se ela “vende”.
Pergunta 5: As taxas e exigências cobradas pelos portos variam de um destino para outro?
MK - As companhias no Brasil cobram um valor médio em função de Santos e Rio de Janeiro,
que são os portos de embarque tradicionais e que oferecem a melhor infra-estrutura, apesar de
ainda serem aquém do necessário. Se compararmos com as taxas cobradas em outros países, o
Brasil com certeza liderará o ranking dos mais caros do mundo.
VTC – As taxas são cobradas de acordo com a estrutura de cada porto, cada porto faz o seu
preço, tanto é que a atracagem de um navio em Santos custa hoje mais de 60.000 mil reais, e se
ele for atracar aqui em Florianópolis, com a FIT, a estrutura que nós temos, a onde é usado à
estrutura do píer de Canas Vieiras, custa aproximadamente 5.000 mil reais. Então em cima disso
que as empresas de navegação fazem os seus cálculos para que os passageiros então paguem
essas taxas portuárias para utilizar o serviço. Um porto com taxas mais baratas não
necessariamente é melhor, pois taxas baratas significa pouca estrutura, e pouca estrutura significa
mais mão de obra para as companhias de cruzeiros. A mão de obra acaba encarecendo, então se
nós tivermos um atracadouro, um píer com certeza pagaremos uma taxa maior mais a empresa
não se abstém de pagar essas taxas desde que tenha segurança e que essa taxa seja justa de acordo
com os serviços oferecidos.
CVC – Existe uma taxa fixa em dólar pelo número de dias de navegação e mais as taxas
operacionais dos portos, que é o atracamento do navio. As taxas dos portos variam de um local
para outro. Dependem dos serviços que são oferecidos. A taxa portuária não é só cobrada pelo
embarque e desembarque, mais também pelos serviços oferecidos pelo porto.
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Essas taxas são pagas para as prefeituras ou pra empresa que administra o porto onde cada
serviço tem seu preço. Existe valores diferenciados dos portos do sul, sudeste e nordeste do país.
Por exemplo, quando você para em Itajaí que é atracado você tem uma taxa maior do que
se você parar em Florianópolis que é fundeado, pois é a taxa somente do embarque e
desembarque. Existem taxas por passageiros embarcados, desembarcados, por locomoção do
navio, e se você precisa de um rebocador e o pratico as taxas são mais caras.
Analise da Autora:
O representante da MSC indica que as taxas no Brasil são cobradas segundo um
parâmetro mais ou menos dos portos do Rio e de Santos, já que esses portos são os mais bem
estruturados no país. Para a VTC e CVC, acreditam que as taxas são cobradas relativas as
estruturas de cada porto, de acordo com os serviços utilizados. Portanto, se comparar as taxas do
porto de Santos com as taxas do píer de Florianópolis, sem dúvida terá uma enorme diferença,
porém isso não quer dizer que a companhia está tendo lucro nisso, pois por Florianópolis não
oferecer um serviço adequado, a companhia se desgasta em mão-de-obra e logísticas para atender
da melhor forma possível os passageiros, gerando outros custos que acabam não compensando,
em virtude de todo o transtorno causado pela falta de estrutura do porto, sem dúvida valeria mais
a pena pagar uma taxa maior, porém que oferecesse mais serviços adequados.
Outro ponto importante levantado pela MK, é que as taxas portuárias do Brasil são
consideradas as taxas mais caras do mundo, o que causa aos armadores um sentimento de
indignação, já que além de terem as taxas mais altas, são os portos com menos estrutura também.
Isso não é correto, já que essas taxas seriam para investir em melhorias dentro dos portos.
Pergunta 6: As empresas que comercializam esses cruzeiros no Brasil possuem algum tipo de
organização entre si, para reivindicar melhorias nos pontos de recebimento de navio no país e no
estado?
MK - Fundada em janeiro deste ano, a Associação Brasileira de Representantes de Empresas
Marítimas (ABREMAR) inicia o seu programa de trabalho na perspectiva de trabalhar com
afinco pela regulamentação dos cruzeiros de cabotagem.
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VTC – Existe sim uma Associação das empresas ela é atuante, poderia até ser mais atuante, briga
junto aos órgãos federais, estaduais, e municipais, mais em função da burocracia que existe
dificilmente conseguem chegar onde gostariam. Então hoje existe uma associação que é a
ABREMAR, aonde os principais representantes dos cruzeiros marítimos da costa brasileira são
associados.
CVC – As companhias de cruzeiros não possuem um tipo de associação especifica da classe.
Pois alguns navios são arrendados, por exemplo, a CVC arrenda por temporada os navios, a costa
e a MSC operam os navio no mundo inteiro. Com isso acaba não conseguindo fazer algum tipo
de associação. Na realidade acabamos ficando ligados a ABAV, porém não em uma associação
específica de cruzeiros marítimos. Cada empresa luta por suas reivindicações. A ABREMAR é
mais focado para o lado comercial e não turístico destas reivindicações.
Analise da Autora:
Para os representantes da MSC e da Island Cruises (MK e VTC), ambos indicam como uma
associação atuante neste mercado é a ABREMAR, uma associação composta pelos principais
representantes dos cruzeiros marítimos na costa brasileira. Eles atuam junto aos órgãos
municipais, estaduais e federais para que ocorram melhoras na estrutura deste setor no Brasil e
pela complementação da regulamentação dos cruzeiros de cabotagem.
Já para o representante da CVC de Florianópolis, a ABREMAR é sim uma associação abrange os
representantes de cruzeiros no Brasil, porém com intuito mais comercial e não reivindicações
turísticas.
Pergunta 7: Na sua opinião o que ainda é necessário para melhorar a qualidade nos serviços
prestados pelos portos e pontos de desembarque que recebem cruzeiros marítimos?
MK – Em Florianópolis, basicamente a criação de um terminal protegido, evitando-se parar ao
largo, pois os navios estão sempre sujeitos às condições meteorológicas e também a finalização
da duplicação das estradas de acesso às praias. PORTO BELO, não tem tantos atrativos quanto
73
Florianópolis, mas é uma boa alternativa.O problema passa a ser para os passeios para Blumenau
e região e a super população da região durante a temporada, fazendo aparecer as falhas de infra-
estrutura.
VTC – Voltamos à infra-estrutura, em havendo uma infra-estrutura adequada para que os navios
atraquem vamos ter a oferta de serviços que esses navios se propõem a usar, e por conseqüência
as pessoas vão começar a se apresentar, eu ofereço isso, eu ofereço aquele serviço, então a
qualidade dos serviços automaticamente ela tende a melhorar no momento em que você tem a
disputa pelo teu cliente quando eu falo disputa é uma forma tranqüila, limpa, sem qualquer
transação excusa, que eventualmente podem ocorrer em alguns casos, onde alguns perueiros
tentam pegar os passageiros a qualquer custo, o que não recomendamos, mais em havendo a
melhora da infra-estrutura física, a prestação e qualidade de serviços tende a melhorar
sensivelmente. Porque você pode controlar e pode oferecer um serviço de maior qualidade
sabendo que o navio realmente vai atracar. Pois havendo problemas de intempéries, os navios não
atracam e deixam todos literalmente “a ver navios”.
CVC – O que é necessário é ter pelomenos uma boa estrutura de atracamento. Porque se não o
navio tem que baixar todas as lanchas. Com a quantidade de passageiros essas lanchas ficam
praticamente o dia inteiro indo e voltando para transportar os passageiros, e isso é custos para a
empresa, gera custo de mão de obra, custo de combustível, além do transtorno que causa, e a
perda de tempo.
Então o ponto principal é melhorar a estrutura para embarque e desembarque; Depois
melhorar a estrutura do destino, para que o passageiro tenha a oportunidade de fazer compras,
saborear a comida local, o artesanato e os diferenciais daquela região. Atrativos que incentive o
passageiro consumir. No fim o próprio operador do navio acaba criando situações para que o
passageiro possa gastar naquela cidade ou região. A CVC possui um departamento que opera os
serviços oferecidos para os passageiros em terra. Ou seja, além de organizar o navio, o próprio
navio hoje oferece toda uma estrutura de serviço para que o passageiro possa saber o que ele pode
fazer naquela cidade. E esses pacotes são todos montados e operados pela própria CVC. A gente
terceiriza alguma coisa de transporte, porém a operação, e coordenação, de guias, entre outra, é
tudo da CVC quem faz.
74
Quando o navio para em determinados lugares, por exemplo, no caribe, o passageiro já
encontra uma estrutura local. Eles montam pequenos centros comerciais as feiras de artesanato e
atrativos de compras, e alimentação próxima à parada do navio de cruzeiros. Tudo ali perto, o
passageiro não precisa ir atrás, desceu já encontra tudo. Essas cidades se preparam. As nossas
ainda não tem essa política, tem que correr atrás.
Esses são os pontos críticos, atracamento adequado, estrutura para os passageiros, não
temos como fazer embarque e desembarque local, tudo tem que sair de Santos ou Rio de Janeiro.
No ano passado a CVC teve saída de Itajaí, mais esse ano não terá por problemas locais.
Analise da Autora:
Mais uma vez todos concordam com os mesmos pontos, onde sem dúvida o investimento
na estrutura de atracamento é o principal problema que precisa ser verificado. Principalmente em
Florianópolis, é necessária a construção de um terminal seguro, que ofereça serviços de
qualidade. O representante da VTC aponta que se melhorar a estrutura, também terá como
organizar melhor as empresas que oferecem os serviços de receptivo. Pois aponta que hoje os
passageiros são abordados de forma inadequada para realizarem passeios e excursões, o que
causa uma imagem de desorganização e que se caso um passageiro compra um serviço de alguém
não credenciado e que ofereça um serviço adequado, pode colocar o passageiro em situação
complicado. Pois o navio tem horário certo para continuar viagem independente se o passageiro
embarcou ou não.
Outro aspecto é em questão da estrutura oferecida pelos destinos onde os navios param,
essas cidades deveriam se organizar de forma eficiente para também ter opções para oferecer aos
passageiros. Tendo a oportunidade de se beneficiar com a visita desses passageiros através do
consumo fora do navio nestes destinos, através da gastronomia local, opções de entretenimento e
comercio local com opções de artesanato e produtos típicos. Ninguém resiste a uma lembrança de
um lugar especial. Diversas pesquisas assim como entrevista com os representantes das empresas
de cruzeiros marítimos no estado comentaram que a maioria das pessoas que consomem cruzeiros
marítimos são na maioria das vezes pessoas com poder aquisitivo relativamente alto, o consumo
que essas pessoas tem nas cidades onde visitam também é considerado mais alto que os roteiros
aero-rodoviário. De acordo com os representantes da VTC e CVC de Florianópolis, cada
75
passageiro deixa em cada cidade que para em média de U$ 70 a U$ 100 dólares por dia,
multiplicando isso pelo número de passageiros por navio, pelo número de passageiros, número de
navios e por fim número de atracagem, no final de uma temporada se tem um resultado bastante
interessante para as comunidades daquele local.
Além do lucro que se pode extrair deste tipo de atividade a CVC aponta um filão de
mercado que Santa Catarina está perdendo por não ter estrutura ideal para embarque e
desembarque local. Por exemplo, se passageiros de Santa Catarina e Rio Grande do Sul quiserem
realizar um roteiro para Buenos Aires, precisam sair de suas cidades de avião até São Paulo ou
rio de Janeiro, pegar um transporte e ir até Santos (no caso de São Paulo), para embarcar no navio
e depois voltar para o sul, parar em alguma cidade de Santa Catarina e ir até Buenos Aires. Ou até
roteiros que saíssem de Santa Catarina e fossem até o Rio, Santos ou Nordeste. Se os portos de
estado tivessem estrutura para realização de embarques locais, Teria uma opção mais interessante
para os passageiros do Sul do País, que cada vez mais também consomem navios de cruzeiros.
76
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da estrutura física e de serviços dos
portos e pontos de desembarque de Santa Catarina que recebem Navios de Cruzeiros Marítimos.
Para se chegar a este objetivo foi necessário realizar uma busca de inúmeros dados relacionados a
este tema, através de pesquisa bibliográfica, assim como artigos de revistas, jornais e web. Além
de uma entrevista estruturada com as empresas que representam esses navios e atuam no mercado
de cruzeiros marítimos no estado de Santa Catarina.
Tendo com experiência profissional estar trabalhando em uma operadora de viagens onde
seu principal produto é a representação de navios de cruzeiros marítimos tanto na costa brasileira
assim como no exterior, e conseqüentemente estar lidando com este produto diariamente, é
impossível não avaliar a diferença entre os padrões internacionais e falta de estrutura tanto em
âmbito nacional como também nos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina, que igual
o restante do Brasil possui diversas possibilidades de destinos, porém não aproveitadas pela falta
de estrutura tanto física e de serviços.
Vale a pena comentar que é também provado que uma das justificativas para esse atraso
de investimentos de estruturas dos portos no Brasil, como já visto é a recente mudança na
constituição da legislação que permite a navegação de cabotagem de navios com bandeiras
estrangeirais na costa brasileira, que entrou em vigor há apenas uma década atrás (1995). Isso
explica em termos a pouca estrutura e ainda o empirismo deste setor no país.
O mercado de cruzeiros marítimos no Brasil é hoje, um segmento em ascensão, na
temporada de 2006/2007 os navios de cabotagem na costa brasileira irão dobrar em relação à
temporada anterior. Cada vez mais empresas estrangeiras estão investindo seus navios em águas
brasileiras. E esses investimentos trazem retorno direto para a economia do país, além de gerar
inúmeros empregos diretos e indiretos, o mercado de cruzeiros marítimos possui uma dinâmica
muito interessante em relação à divisão de riquezas a diversas cidades ao mesmo tempo.
Os navios possuem a característica de passar por diversos lugares em um só roteiro, esta
dinâmica funciona de forma bem interessante, na maioria dos navios, durante a noite enquanto
seus passageiros estão aproveitando as dependências do navio às opções de entretenimento, ou
estão dormindo o navio está se locomovendo em direção a outro destino, onde ao início do dia o
77
passageiro acorda em um lugar diferente cheio de novas expectativas e vontade de descer do
navio para conhecer os diferenciais daquela cidade, e principalmente consumir, seja no comercio
local, seja nos restaurantes, ou nos passeios oferecidos em terra.
Porém como já visto neste estudo, muitos destinos ainda não acordaram para essa
realidade, e não investem neste nicho de mercado. Deixando muitas vezes o passageiro sem
opção para conhecer as características e atrações do destino. De acordo com o que foi
apresentando neste estudo, verifica-se que o perfil dos passageiros que viajam em cruzeiros
marítimos são na maioria das vezes pessoas com poder aquisitivo relativamente alto, e o consumo
que essas pessoas tem nas cidades onde visita, também é considerado bem interessante e
lucrativo.
Cada passageiro deixa em cada cidade que para em média de U$ 70 a U$ 100 dólares por
dia. Outro ponto positivo para as comunidades locais é que se o passageiro foi bem tratado e não
consegui realizar todas as opções do que gostaria em somente um dia certamente voltará e ficará
por mais tempo, uma semana, quinze dias pelo menos, pois uma cidade como Florianópolis, por
exemplo, com certeza não se conhece em apenas 8 horas.
Outro problema em questão é o que possui mais enfoque nesta pesquisa, são as estruturas
disponíveis nos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina são deficientes Exceto Itajaí,
que possui estrutura para passageiros, mesmo não sendo tão expressivo quanto aos portos de
Santos e Rio de Janeiro e muito menos adequada aos padrões internacionais, é a única estrutura
física dedicada ao embarque de passageiros no Estado. Porém existe um outro problema, a cidade
não possui apelo turístico e conseqüentemente não chama a atenção dos passageiros para comprar
roteiros que incluam esta cidade, as empresas acabam optando por outro destino.
A falta de investimentos nos portos do país de maneira geral ficou estagnada por décadas,
tanto para embarque e desembarque de cargas, mas principalmente para embarque e desembarque
de passageiros, já que esta atividade era menos explorada no Brasil. Hoje se passa por
dificuldades de logística e estruturas físicas.
As empresas representantes de cruzeiros no Estado comentam que infelizmente a
legislação portuária, e a trabalhista não estão adequadas ao setor e não colaboram para seu
desenvolvimento. O investimento em infra-estrutura não tem acompanhado o desenvolvimento
do mercado de cruzeiros. Esses sem dúvida são aspectos que não estão inclusos em meus
78
objetivos, porém merecem uns estudos mais aprofundados, levantando toda a legislação vigente
no que se refere aos cruzeiros marítimos.
Empresas de cruzeiros marítimos deixam de parar em algumas destinações por falta de
estrutura adequada para receber seus passageiros, questões que sem dúvida podem interferir na
qualidade do serviço prestado pela empresa, causando má impressão aos passageiros e muitas
vezes põe em risco a segurança dos mesmos.
Todos esses pontos tiram a tranqüilidade dos armadores de navios de cruzeiros é por um
motivo muito importante para eles, à falta de estrutura nos portos e a falta de opções nas cidades
podem interferir diretamente na qualidade final do produto. Fazendo com que o contraste dos
excelentes serviços oferecidos dentro do navio, para os serviços inadequados e o transtorno que
essa falta de estrutura possa dar ao passageiro fora do navio interfiram na opinião dos
passageiros.
Mas esses problemas sem dúvida não abrangem somente os portos, mais sim todo o
sistema de transporte no país, tanto o sistema rodoviário quanto o aéreo. O sistema de transporte
np Brasil está passando por problemas generalizados neste aspecto, o que interfere diretamente
em diversas atividades inclusive diretamente nas atividades turísticas.
Muito se investe em divulgação, pouco se faz em infra-estrutura, é a impressão que se tem
quando o número de pessoas visitando o país só cresce, enquanto os investimentos não são para
captar novas possibilidades, nem para prevenir problemas operacionais, os investimentos são
apenas para remediar problemas já existentes. O que ocasiona sérios problemas operacionais para
as empresas que operam transportes turísticos, além dos impactos negativos a destinação e
população local. A proporção do crescimento de pessoas viajando pelo país seja por transporte
aéreo, rodoviário ou marítimo, em relação aos investimentos com infra-estrutura é assustador.
Abordando todos esses aspectos foi possível neste estudo atingir todos os objetivos pré-
estabelecidos.Relacionar a estruturas física e de serviços disponíveis nos principais portos no
Brasil e no mundo com o cenário que se apresenta em Santa Catarina. Foi de Grande valia para
avaliar a situação do mercado de cruzeiros marítimos no Estado e seu potencial de crescimento
em função destes aspectos.
Analisar o posicionamento das empresas representantes de Navios de Cruzeiros quanto à
estrutura física e de serviços em Santa Catarina, pode-se verificar a posição dessas empresas
perante o mercado em que atuam.
79
Este estudo permite que outras pesquisas sejam desenvolvidas, aspectos como a
legislação, serviço de receptivo para cruzeiros, estrutura de comércio das cidades, estruturas de
acesso, podem ser abordados de forma a complementar um mapa deste cenário de mercado.
80
6- REFERÊNCIAS
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<http://www.portoitajai.com.br/institucional/pier.php > Acesso em 11 de out. de 2006.
84
7- ANEXOS
ANEXO A – Escala de navios de turismo prevista para 2006/2007
Data Dia da Semana Porto Navio
29/11/2006 Quarta-feira Porto Belo Seadream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
100
Data Dia da Semana Porto Navio
06/12/2006 Quarta-feira Porto Belo Seadream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
100
Data Dia da Semana Porto Navio
16/12/2006 Sábado Porto Belo Sky Wonder
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
11:00 18:00 1.550
Data Dia da Semana Porto Navio
19/12/2006 Terça-feira Porto Belo Island Escape
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 19:00 1.750
Data Dia da Semana Porto Navio
19/12/2006 Terça-feira Porto Belo Island Star
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 19:00 1.875
Data Dia da Semana Porto Navio
25/12/2006 Segunda-feira Imbituba Costa Romântica
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
09:00 18:00 1.700
Data Dia da Semana Porto Navio
27/12/2006 Quarta-feira Porto Belo Island Escape
85
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
11:00 22:00 1.750
Data Dia da Semana Porto Navio
28/12/2006 Quinta-feira Porto Belo Grand Voyger
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
11:00 22:00 836
Data Dia da Semana Porto Navio
29/12/2006 Sexta-feira Porto Belo Blue Dream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 17:00 830
Data Dia da Semana Porto Navio
03/01/2007 Quarta-feira Imbituba Costa Romântica
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
09:00 18:00 1.700
Data Dia da Semana Porto Navio
04/01/2007 Quinta-feira Porto Belo Sky Wonder
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
11:00 18:00 1.550
Data Dia da Semana Porto Navio
05/01/2007 Sexta-feira Porto Belo Island Star
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
08:00 17:00 1.875
Data Dia da Semana Porto Navio
07/01/2007 Domingo Porto Belo Island Star
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 20:00 1.875
Data Dia da Semana Porto Navio
12/01/2007 Sexta-feira Imbituba Costa Romântica
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
09:00 18:00 1.700
86
Data Dia da Semana Porto Navio
13/01/2007 Sábado Porto Belo Seadream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
Data Dia da Semana Porto Navio
13/01/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 17:00 830
Data Dia da Semana Porto Navio
20/01/2007 Sábado Porto Belo Seadream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
100
Data Dia da Semana Porto Navio
20/01/2007 Sábado Porto Belo Sky Wonder
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
11:00 1.550
Data Dia da Semana Porto Navio
20/01/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 17:00 830
Data Dia da Semana Porto Navio
23/01/2007 Terça-feira Porto Belo Costa Romântica
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
08:00 18:00 1.700
Data Dia da Semana Porto Navio
26/01/2007 Sexta-feira Porto Belo Island Escape
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 19:00 1.750
Data Dia da Semana Porto Navio
27/01/2007 Sábado Porto Belo Sky Wonder
87
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
11:00 18:00 1.550
Data Dia da Semana Porto Navio
27/01/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 17:00 830
Data Dia da Semana Porto Navio
28/01/2007 Domingo Porto Belo Island Star
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 20:00 1.875
Data Dia da Semana Porto Navio
31/01/2007 Quarta-feira Porto Belo Seadream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
100
Data Dia da Semana Porto Navio
13/02/2007 Terça-feira Porto Belo Island Escape
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 19:00 1.750
Data Dia da Semana Porto Navio
13/02/2007 Terça-feira Porto Belo Infinity
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
1.950
Data Dia da Semana Porto Navio
14/02/2007 Quarta-feira Imbituba Costa Romântica
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
09:00 18:00 1.700
Data Dia da Semana Porto Navio
16/02/2007 Sexta-feira Porto Belo Seadream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
100
88
Data Dia da Semana Porto Navio
16/02/2007 Sexta-feira Porto Belo Sky Wonder
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
11:00 18:00 1.550
Data Dia da Semana Porto Navio
23/02/2007 Sexta-feira Porto Belo Costa Romântica
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
09:00 18:00 1.700
Data Dia da Semana Porto Navio
24/02/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
12:00 18:00 830
Data Dia da Semana Porto Navio
25/02/2007 Domingo Porto Belo Island Star
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 20:00 1.875
Data Dia da Semana Porto Navio
03/03/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
10:00 17:00 830
Data Dia da Semana Porto Navio
03/03/2007 Sábado Porto Belo Sky Wonder
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
11:00 18:00 1.550
Data Dia da Semana Porto Navio
04/03/2007 Domingo Imbituba Costa Romântica
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
09:00 18:00 1.700
Data Dia da Semana Porto Navio
13/03/2007 Terça-feira Porto Belo Island Escape
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
89
10:00 19:00 1.750
Data Dia da Semana Porto Navio
24/03/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream
Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo
12:00 18:00 830
Fonte: SANTUR, 2006.
89
ANEXO B – MAPA DO PORTO DE BARCELONA
90
8- APÊNDICES
Anexo A – Roteiro de Entrevista aos representantes dos cruzeiros Marítimos em Santa
Catarina
Esta pesquisa tem por objetivo, verificar as impressões dos profissionais que atuam no
mercado de cruzeiros marítimos, a respeito da estrutura dos portos e pontos de desembarque1
para recepção dos cruzeiros marítimos em Santa Catarina.
1. Como você vê o crescimento do turismo de cruzeiros marítimos no Brasil nos últimos
anos?
2. Como você qualifica a infra-estrutura nos Portos de Santa Catarina para recebimento
de cruzeiros marítimos?
3. Quais as principais dificuldades encontradas pelas companhias em relação à infra-
estrutura encontrada em Santa Catarina para recepção de cruzeiros marítimos?
4. Quais os fatores decisivos para a escolha dos portos ou pontos de desembarque de um
roteiro de cruzeiro Marítimo?
5. As taxas e exigências cobradas pelos portos variam de um porto para outro?
6. As empresas que comercializam, esses cruzeiros no Brasil, possuem algum tipo de
organização entre si, para reivindicar melhorias nos pontos de recebimento de navio no país e
no estado?
7. Na sua opinião o que ainda é necessário para melhorar a qualidade nos serviços
prestados pelos portos e pontos de desembarque que recebem cruzeiros marítimos?
1 Cidades que não possuem porto, porém recebem cruzeiros marítimos. Em Santa Catarina, por exemplo:
Florianópolis, e Porto Belo.
91
Anexo B – Questionário direcionado aos representantes dos Portos e pontos de
Desembarque de Santa Catarina
Esta pesquisa tem por objetivo, verificar a qualidade da estrutura e serviços dos portos e
pontos de desembarque2 para recepção dos cruzeiros marítimos em Santa Catarina.
1. Como você vê o crescimento do turismo de cruzeiros marítimos no Brasil nos últimos
anos?
2. O que tem modificado na rotina dos portos e pontos de desembarque em geral, desde a
popularização deste tipo de transporte turístico?
3. Quais taxas as companhias de cruzeiros precisam pagar para atracar neste Porto ou
ponto de desembarque? E para quem essas taxas são pagas?
4. Quais os serviços e estrutura oferecida aos navios de passageiros e aos passageiros?
5. O que é necessário para que companhia e porto fechem um contrato durante uma
temporada?
6. Em média quantos navios e passageiros desembarcam neste porto durante o ano?
7. Existe algum projeto que vise maiores investimentos na infra-estrutura para a recepção
de cruzeiros marítimos no porto ou ponto de desembarque em questão?
8. Na sua opinião o que ainda é necessário para melhorar a qualidade nos serviços
prestados pelos portos e pontos de desembarque que recebem cruzeiros marítimos?
2 Pontos de desembarque são as cidades que não possuem porto, porém recebem cruzeiros marítimos.
92
PARTE II
93
1- IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO
1.1- Dados da empresa
Razão Social: VTC Tour Operator Ltda.
CNPJ: 95.870.069/0001-82.
Inscrição Estadual: Isenta.
Registro na EMBRATUR:
Nome Fantasia: VTC Tour Operator
Endereço completo: Rua Jerônimo Coelho, 170 sala 103 / 105, centro Florianópolis, Santa
Catarina, cep: 88010-050.
Proprietário: Mauricio Voss.
Supervisores de Estágio: Claudia Brasil e Ana Eing.
1.2- Dados do aluno
Nome: Janaina de Amorim
RG: 3541402
CPF: 008.685.509-30.
Endereço: Rua Elizeu Di Bernardi, 470, apto 104, Campinas, São José – Santa Catarina, cep:
88101-150
Telefone: (48) 84224339.
Entidade de Ensino: UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí – campus São José – SC.
94
2- JUSTIFICATIVA
As atividades do Estágio Supervisionado estão fundamentadas na Lei no 6.494, de
07/12/1977, regulamentada pelo Decreto no 87.497, de 18/08/1982, Pareceres normativos
CST no 326, de 06/05/1971, Resolução 015/CONSUN/ CaEn/04 da Universidade do Vale do
Itajaí e pelas normas administrativas aprovadas pela Coordenação do curso de Turismo e
Hotelaria.
“O estágio é o elemento fundamental que permeará todo o currículo dos cursos de
Turismo e Hotelaria, do primeiro ao ultimo semestre, possibilitando a formação do aluno e o
redimensionamento das propostas do projeto pedagógico do curso”. Bissoli (2002, p. 16).
O estagio oferece ao aluno a oportunidade de aplicar na pratica a teoria estudada
durante todo o processo de graduação. É também no estágio que o acadêmico tem a
oportunidade de decidir em qual área ele se identifica, facilitando a busca pelo segmento que
mais se encaixa dentro da área escolhida.
Além de abrir portas no mercado de trabalho, possibilitando ao acadêmico demonstrar
sua capacidade. Um estagiário competente, e responsável, sem duvida pode se tornar um
funcionário e crescer dentro da empresa.
Segundo Gadzanis, apud (BISSOLI, 2002), O Estagio Supervisionado em Turismo e
Hotelaria, facilita também ao inicio de uma futura função profissional, e o fim da graduação.
A escolha pela operadora VTC Tour Operator, para realização do estagio obrigatório
não foi por acaso, já que este ambiente já era de meu convívio profissional desde janeiro de
2005. Porém, além de ser meu ambiente de trabalho, achei interessante realizar meu estagio
neste local, em função de ganhar tempo, já que estou habituada ao sistema da empresa, e
também por operadora, ser uma área de interesse profissional.
A VTC Tour Operator, é uma operadora de grande importância e reconhecimento
perante as agencias de viagens de Santa Catarina. Pois oferece atendimento diferenciado,
proporcionando ferramentas competitivas aos seus clientes (os agentes), para vender mais e
melhor. É representante exclusiva no estado, de diversos produtos de qualidade e ótima
aceitação no mercado. Além de ter a preocupação ética de nunca ultrapassar as agencias,
evitando o atendimento a clientes diretos.
95
3- OBJETIVOS
3.1- Objetivo geral
Desenvolver atitudes e hábitos profissionais, bem como adquirir, exercitar e aprimorar
conhecimentos técnicos nos campos do Turismo e da Hotelaria.
3.2- Objetivos específicos
• Identificar na literatura especializada os fundamentos teóricos de agenciamento e
transportes turísticos;
• Reconhecer a estrutura administrativa e organizacional da VTC Tour Operator;
• Empregar os conhecimentos teóricos nos diferentes setores a serem percorridos durante a
realização do Estágio;
• Reunir as informações observadas e vivenciadas no campo de Estágio para fins de
relatório e compreensão;
• Processar o Relatório de Estágio;
• Identificar uma situação com potencial de mudança ou melhoria a ser planejada no Projeto
de Ação ou desenvolver um Projeto de Pesquisa, exigência parcial para obtenção do título
de bacharel em Turismo e Hotelaria.
96
4- DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
4.1- Evolução histórica da organização
A VTC Tour Operator, (Voss Turismo e cambio), foi fundada em 01 de abril de
1993.Seu atual diretor é o agente de viagens Mauricio Voss, inicialmente a VTC foi
constituída com intuito de ser representante dos cursos EF – Educaion First, é uma empresa
especializada em cursos de idiomas e de trabalho no exterior. Posteriormente com a venda e o
afastamento da agencia Ilhatur, Mauricio começou a dar maior ênfase na VTC. Aonde assim
conquistou novas representações, começou a trabalhar como operadora e agencia de viagens.
Hoje a VTC tem matriz e filial, onde a matriz é responsável pela operação dos pacotes e
produtos comercializados, e a filial que tem como nome fantasia ITM, é responsável pelo
atendimento ao público na qualidade de agência de viagens.
Ao longo desta evolução tiveram por um curto período, uma filial em Blumenau, onde
tentaram também dar ênfase na EF e a parte de representações de produtos para agencias de
viagens. Segundo Mauricio, “Nosso objetivo inicial foi ter uma gama de serviços que pudesse
atender na VTC as agências de viagens, na época era o aluguel de carro, reservas de hotéis,
seguro, forfait, vistos, curso de idiomas e passagens aéreas”. “Nos tornamos uma empresa
atacadista, na área de turismo”.
4.2- Infra-estrutura física atual
A VTC Tour Operator esta em processo de expansão, recentemente transferiu sua sede
para uma sala mais ampla, antes tinha em torno de 25 m², hoje com aproximadamente 90 m².
Atualmente está localizada a rua Jerônimo Coelho, 170, 1° andar, salas 103/105, centro
Florianópolis. Com essa ampliação possibilitou uma melhor divisão dos setores, e novas
contratações, proporcionando um melhor atendimento a seus clientes, e também um melhor
ambiente de trabalho a seus funcionários.
A VTC possui uma recepção equipada de um computador, uma central telefônica e
fax. Localizada em local estratégico próximo a entrada do estabelecimento, separada dos
outros setores por divisórias possibilitando que a recepcionista filtre quem chega à operadora
97
e direcione o cliente para a pessoa correta. É nesse ambiente que os clientes aguardam o
atendimento.
O setor de operação possui atualmente uma ilha com espaço para 4 atendentes,
estruturados com quatro computadores, 04 telefones headfone sem fio, duas impressoras, e
uma multifuncional, com scanner, copiadora e impressora. O setor de vistos é composto por
uma sala mais reservada com espaço para atendimento ao público, já que é um produto
diferenciado, os passageiros e agentes de viagens que acabam indo até a operadora para
obterem maiores informações. Possui duas mesas com dois computadores e dois telefones
headfone sem fio.
O setor comercial é localizado próximo à sala da diretoria, o espaço para reuniões e ao
almoxarifado onde encontram-se os matérias promocionais.O setor administrativo financeiro
encontra-se separado, está localizado a rua Jerônimo Coelho, 263. A vtc tem a disposição dos
funcionários uma copa - cozinha com frigobar, pia com armário e cafeteira. Todos os setores
são bem divididos de forma funcional.
4.3- Infra-estrutura administrativa
Fonte: Elaborado pela Autora, 2006.
FIGURA 1: ORGANOGRAMA GERAL DA EMPRESA
Diretoria
Gerência de Vendas Gerência Adm.
Operações Promoção
Recepção
Serviços Gerais
Sup. Comercial
Auxiliar
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4.4- Quadro de recursos humanos
Setores N° de funcionários
Diretoria 02
Gerência de Vendas 01
Gerência Administrativa / Financeira 01
Supervisão Comercial 01
Operações 03
Promoção 01
Recepção 01
Auxiliar 01
Serviços Gerais 01
Total de Funcionários 12
Fonte: Elaborado pela Autora, 2006.
QUADRO 01: RECURSOS HUMANOS
4.5- Serviços prestados
A VTC é uma operadora turística, que presta serviços às agencias de viagens que
atuam em Santa Catarina. A VTC fornece uma série de serviços diferenciados, entre eles os
principais a serem destacados é a representação a nível estadual dos cruzeiros marítimos das
companhias Royal Caribbean, Celebrity e Island Cruises através da Sun & Sea
(Representante geral no Brasil situada em São Paulo).
Também a nível estadual, possui a representação da Operado Flot de São Paulo, onde
possui inúmeras opções de pacotes em todo o Mundo, principalmente na Europa, América do
Norte, América Central, América do Sul, Ásia e África.
Presta serviço de concessão de vistos e consulares, onde o passageiro recebe dos
atendentes todas as informações necessárias sobre todos os paises do mundo em relação a
documentação exigida para cada pais, este serviço é realizado através de uma parceria com o
Despachante Celestino de São Paulo.
99
Outro Serviço bem definido e de grande repercussão na VTC, é a representação em
Santa Catarina dos planos de assistência ao passageiro da Travel Ace, uma empresa renomada
neste segmento.
Além de todos os serviços acima citados a VTC possui mais de 1.000 serviços on line
como hotelaria, serviços de transfer, locação de carros e passeios em diversas cidades em
todo o Mundo.
100
5- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR SETOR
5.1- 1° Setor: Vendas e Operação de Cruzeiros Marítimos
Responsável pelo setor: Claudia Brasil
Período: 01 de Agosto a 22 de Agosto de 2006.
Nº de horas: 150 horas.
5.1.1- Funções do setor:
O Setor de cruzeiros marítimos desenvolve diversas ações desde a cotação do produto
a ser oferecido para as agências até a emissão do voucher. Essas ações são realizadas via
sistemas GDS3 e sistema on line via Internet. Abaixo algumas das funções realizadas pelo
operador neste setor.
• Atender as solicitações feitas pelas agências através de e-mail, telefone e ferramentas
de bate papo como MSN (Messenger) e SKYPE.
• Fornecer Informações, curiosidades e particularidades dos navios da frota das
companhias que a VTC representa e os destinos que estes percorrem durante os cruzeiros;
• Realizar reserva de lugares através do GDS SABRE, ou do CRUSING POWER
(Sistema via Internet para realização de reservas de cruzeiros das companhias que a VTC e a
Sun Sea representa);
• Enviar confirmação da reserva informando número de reserva, nome correto dos
passageiros, devidos valores e taxas e as condições de pagamentos;
• Solicitar o fechamento do cruzeiro para a companhia após o recebimento ou garantia
do pagamento da agência de viagens;
• Lançar dados dos passageiros no sistema;
• Emitir e montar o voucher dos passageiros;
3 Global Distribuition System – Sistema de Distribuição Global. Sistema Utilizado pelas companhias aéreas,
agências e operadoras de viagens para realizar reservas de diversos produtos.
101
5.1.2- Infra-estrutura do setor:
O Setor de cruzeiros Marítimos possui uma ilha de operações onde acomodam 04
mesas interligadas, quatro cadeiras, uma para cada operador, junto com 04 computadores, 04
head fone, 02 impressoras e uma multifuncional, que serve como scanner, copiadora e
impressora.
Para a operação dos navios o setor possui recursos on line para verificação de
disponibilidade e reservas. Possui neste setor também brochuras que auxiliam na busca dos
itinerários e especificações de cada navio, além de CDs e DVDs que tornam o cruzeiro algo
mais real, palpável, podendo visualizar de melhor forma como é cada navio e qual perfil de
cliente se encaixa com cada itinerário e cruzeiro.
5.1.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor
O acadêmico teve grande participação direta em todas as atividades realizadas pelo
setor, desde o atendimento as agências até a finalização da venda junto com a emissão dos
vouchers.
• Atendimento as agencias de viagens, fornecendo informações gerais sobre os
cruzeiros;
• Realização de reservas;
• Envio de confirmações das reservas realizadas para as agencias;
• Solicitação de fechamento dos cruzeiros para a companhia.
• Lançamento dados dos passageiros no sistema;
• Emissão e montagem dos vouchers dos passageiros;
5.1.4- Conhecimentos técnicos adquiridos
Neste setor o acadêmico adquiriu conhecimentos técnicos e humanos de toda as
atividades que envolvem a operacionalização da venda de cruzeiros marítimos, além de
vivenciar a importância em que a operação representa dentro de todo o mercado.
• Realização de reservas de cruzeiro no sistema SABRE e CRUISING POWER.
102
• Visualização dos mapas dos navios, aprendendo como são distribuídas as cabines e as
áreas sociais de um navio de passageiros voltado à atividade turística.
5.1.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.
Como aspectos positivos do setor é o dinamismo e a facilidade com que se pode estar
realizando reservas dentro de um sistema, e todas as informações que estão ali inseridas.
Possibilitando ali mesmo informar dados importantes de cada passageiro, como por exemplo,
idade, e documentação, assim como identificar as especificações de cada cabine, como
tamanho e localização, além da disposição dos ambientes sociais, como restaurantes e área de
lazer. Evitando “surpresas” aos passageiros.
Para a operação a venda acaba sendo fácil de realizar, como os prazos caem
automaticamente, e só se garante a cabine mediante o pagamento da cabine ou o documento
de garantia da agência, evita –se preocupações de prazos e multas. A emissão é feita
praticamente toda via São Paulo e ao contrario da maioria das reservas aéreas o pagamento
com cartão de credito não precisa ser lançado no sistema é feito somente via autorização de
debito e cópia de documentação.
Para o passageiro a comodidade é garantida, ao contrario de outros produtos turísticos,
o navio oferece a hospedagem, transporte, entretenimento e alimentação em um só lugar, o
que evita diversos problemas operacionais durante o percurso, como extravio de malas, ou os
cansativos check ins e check outs.
Como fator limitante, poderia citar a ausência de um sistema operacional utilizado pela
Sun e Sea – Representante nacional dos cruzeiros que a VTC comercializa. Sistema tal, que
possibilite o atendente montar com maior agilidade as confirmações enviadas para as
agências, após efetuar reserva no GDS ou Cruising Power. Hoje essas confirmações são
realizadas em um documento do Word, onde todas as informações precisam ser alteradas de
uma a uma conforme é modificado o passageiro, a data, o itinerário. Assim a margem de erro
e a rapidez destas ações seriam muito maiores.
Esse sistema além das confirmações também possibilita a melhor organização dos
pagamentos já efetuados, na emissão de relatórios por datas de saída e por navios que foram
vendidos. Que hoje para ter esse controle somente contando manualmente processo por
processo, dificultando e atrasando ainda mais o trabalho do operador.
103
Como sugestão fica a implantação deste sistema na VTC, além de investimentos com
treinamentos específicos para o sistema junto com a Sun Sea, e treinamentos para
aperfeiçoamento dos conhecimentos sobre a infra-estrutura dos navios e regras e
particularidades dentro dos cruzeiros e nos destinos por eles realizados. Pois com a correria do
dia a dia muitos detalhes passam despercebidos.
5.2 - 2 º setor: Venda e Operação de Pacotes Internacionais
Responsável pelo setor: Claudia Brasil
Período: 23 de Agosto a 15 de Setembro de 2006.
Nº de horas: 150 horas.
5.2.1- Funções do setor
Neste setor o Operador realiza diversas funções desde passar informações e
particularidades de cada pacote comercializado, assim como montar forfaits e finalizar a
venda com a emissão de voucher, ou com a conferência do mesmo quando vem pronto da
Flot. Segue algumas ações descritas em tópicos abaixo.
• Atender as solicitações feitas pelas agências através de e-mail, telefone e ferramentas
de bate papo como MSN (Messenger) e SKYPE.
• Enviar para a agência o pacote já montado, desde que disponível, fornecendo
informações como descritivo e preço do pacote solicitado. Para os Forfait, ou seja, que não
estão prontos de acordo com a necessidade do passageiro é preciso juntar informações de
preços e descritivos relevantes ao destino e montar um novo pacote.
• Realizar a reserva aérea junto com a Operadora ou no sistema GDS, dependendo do
pacote ou destino que será comercializado. Após o aéreo confirmado, é necessário entrar com
a reserva da parte terrestre, esta reserva é feita através de um sistema via rede fornecida pela
operadora que a VTC representa, a FLOT. A operadora possui um período de até 48 horas
para confirmar a reserva, que dependendo do caso pode até ser instantânea, dependendo do
fornecedor local.
• Enviar confirmação da reserva para a agencia, informando numero de reserva, nome
correto dos passageiros, devidos valores e taxas e as condições de pagamentos.
104
• Emitir voucher e passagem aérea, ou dependendo do caso, solicitar a operadora Flot,
toda essa documentação.
5.2.2- Infra-estrutura do setor
O Setor de Pacotes internacionais desfruta da mesma infra estrutura do setor de
cruzeiros marítimos, ou seja são praticamente as mesmas pessoas que realizam as duas
funções. Portanto este setor também possui uma ilha de operações onde acomodam 04 mesas
interligadas, quatro cadeiras, uma para cada operador, junto com 04 computadores, 04 head
fone, 02 impressoras e uma multifuncional, que serve como scanner, copiadora e impressora.
Para a operacionalização do setor de pacotes internacionais possui recursos de dois
sistemas on line para realização de reservas. Um vinculado à operadora Flot, onde se torna
mais rápido e prático a operação dos pacotes representados por eles. E outro interligado
diretamente com uma operadora Espanhola, o que é possível visualizar disponibilidade e
realizar reservas de diversos serviços como hospedagem, traslados e passeios em todo o
mundo.
Possui neste setor também brochuras que auxiliam na busca dos itinerários, que são
disponibilizados pela VTC também para as agências, todo o material disponível é dividido por
regiões e operadores locais, onde facilita a busca. Além do material escrito, todos os pacotes
estão disponíveis com valores atualizados, mapas e descritivos, no site da operadora. Podendo
visualizar de melhor forma cada pacote.
5.2.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor
O estagiário realizou diversas funções, desde a montagem dos pacotes, até a realização
das reservas e a conferência e emissão de voucher. Abaixo, maior detalhes das funções
exercidas pelo estagiário neste setor.
• Atendimento as agências de viagens, respondendo as dúvidas e solicitações realizadas
pelas agências;
• Realização de reservas da parte aérea e terrestre, dos pacotes oferecidos;
• Envio de confirmações das reservas realizadas para as agências;
105
• Solicitação e emissão de voucher e passagem aérea;
5.2.4- Conhecimentos técnicos adquiridos
O estágio neste setor proporcionou maior clareza e agilidade na montagem de pacotes
turísticos. A funcionalidade do sistema disponibilizado pela operadora FLOT oferece maior
facilidade na reserva e comercialização dos pacotes.
• Aprendeu a operar, reservas aéreas e terrestres, junto ao SABRE e ao sistema da
FLOT representações turísticas;
• Desenvolveu maior agilidade e habilidade no processo de busca e montagem de
pacotes turísticos, na negociação de reservas, bloqueios e principalmente resolver problemas
de forma rápida e eficaz.
5.2.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.
A diversidade dos produtos oferecidos neste setor é enorme, o que traz ao operador um
amplo conhecimento que envolve destinos dos mais variados e suas particularidades. É um
aspecto positivo, pois é obrigatório aprender a operar sistemas diferenciados, que incluem
diversos itens até chegar ao produto final, que são os varias opções de transportes,
alimentação, hospedagem e serviços.
Como fato limitante ao setor é a sobre carga dos operadores, pois são apenas três
operadores para atender as solicitações de todas as agências do estado. Que além de
operacionalizarem os pacotes internacionais também operam nos cruzeiros marítimos. Os
outros atendentes ficam responsáveis pelo setor de vistos e de seguros. Esta sobrecarga sem
dúvida pode afetar diretamente na qualidade do atendimento e da operação, causando uma
demora na resposta para as agências, e possíveis falhas na operação do produto. Já que são
produtos complexos, e que tomam tempo.
Como solução para este problema o ideal seria ter pelo menos mais um operador
minimizando a sobre carga de todos os atendentes. Outra opção seria dividir a equipe para
atendimento a cruzeiros marítimos, e pacotes internacionais, o que faria com que os
operadores se especializassem cada um nos seus produtos.
106
A segunda opção talvez não caberia para a VTC neste momento, já que é uma empresa
relativamente pequena, em fase de expansão, com poucos funcionários neste setor, essa
remodelação poderia causar alguns problemas, por exemplo, se por acaso um funcionário está
sozinho responsável pela operação de cruzeiros marítimos faltasse, e o restante estivesse na
operação de pacotes internacionais, o setor de cruzeiros estaria desfalcado, e os outros não
teriam tanta habilidade para atender este produto, além de sofrerem a resistência por parte das
agencias que estavam acostumadas a ser atendidas pela pessoa que faltou.
5.3 - 3º setor: Administrativo Financeiro
Responsável pelo setor: Ana Eing
Período: 18 de Setembro a 12 de Outubro de 2006.
Nº de horas: 150 horas.
5.3.1- Funções administrativas do setor
O estágio no setor financeiro mostra a importância de informações claras e
extremamente corretas para o fechamento de todo o processo operacional de cada produto
vendido. E mostra o quanto cada setor depende do outro para chegar a um resultado final
satisfatório e organizado. Abaixo seguem algumas ações realizadas no setor para que este
controle seja eficiente.
• Realizar cobranças das agências de viagens;
• Verificar e identificar pagamentos que foram realizados;
• Realizar pagamentos para os fornecedores;
• Realizar pagamentos de salários para os funcionários;
• Emitir faturas, recibos, boletos – bancários, ordem de passagens, solicitação de
reembolsos, comissões e notas fiscais, através do sistema STUR4;
• Emitir de relatórios de despesas e rendimentos da empresa;
• Realizar cálculos de comissionamento para as agências e pagamentos para os
fornecedores;
4 Sistema para a informatização de Agências de Viagens.
107
• Realizar controle de contas a receber, contas a pagar, fluxo-caixa;
• Realizar pagamentos de comissões para as agências;
• Enviar documentação para contabilidade;
• Emissão de relatórios de despesas, receitas brutas e liquidas.
• Emissão de relatório de ranking de clientes.
5.3.2- Infra-estrutura do setor
O setor é interligado com o financeiro da agência de viagens ITM, que tem o mesmo
Diretor. A VTC tem em sua disposição a gerente administrativa e financeira que é quem
realiza toda a parte financeira da operadora. Neste setor possui uma mesa com três cadeiras,
um computador, um cofre, dois armários, uma impressora, uma copiadora, 01 telefone.
Para a operação destas atividades, o setor financeiro tem a sua disposição o sistema
STUR, que permite realizar todas os recibos, faturas, emissão de relatórios.
5.3.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor
Neste setor o acadêmico realizou diversas atividades relacionadas diretamente com o
setor de operações, como cobrança das agências e cálculos de pagamentos para os
fornecedores, abaixo funções detalhadas realizadas pelo acadêmico.
• Realização de cobranças das agências de viagens;
• Verificação e identificação de pagamentos que foram realizados;
• Emissão de recibos e faturas para as agências através do sistema STUR;
• Emissão de relatórios de despesas e rendimentos da empresa;
• Realização de cálculos de comissionamento para as agencias e pagamentos para os
fornecedores;
• Emissão de relatórios de despesas, receitas brutas e liquidas.
• Emissão de relatório de ranking de clientes.
108
5.3.4- Conhecimentos técnicos adquiridos
Com o estagio realizado neste setor o acadêmico desenvolveu agilidade na operação
do sistema STUR, além de aprender a calcular os comissionamento, das agências assim como
da operadora.
• Adquiriu maior agilidade com sistema STUR, e cálculos de comissionamento das
agências e pagamentos para fornecedores.
• Aprendeu a Emitir de relatórios de despesas, receitas brutas e liquidas; e também
emitir relatório de ranking de clientes;
5.3.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.
O setor administrativo financeiro da VTC age de forma sempre correta, com
integridade perante seus funcionários, assim como clientes e fornecedores. O setor financeiro
procura fazer seus pagamentos sempre em dia, o que favorece para uma imagem positiva
perante seus fornecedores e seus clientes. Os funcionários recebem sempre em dia, em geral
pagam antes do 5° dia útil do mês. A relação entre funcionários e setor administrativo é
aberta, onde o funcionário pode dar sua opinião.
Por não ter um setor financeiro junto a estrutura da operadora, torna –se um fator
limitante novamente a sobrecarga dos operadores, já que em grande maioria eles que acabam
fazendo a cobrança dos pagamentos das agências, assim como emitindo recibos e realizando
cálculos de comissionamento e pagamento dos fornecedores.
109
6- ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O estágio supervisionado obrigatório na VTC Tour Operator, proporcionou o maior
aprendizado em relação à operacionalização de produtos turísticos como um todo, e tudo que
envolve neste segmento, desde a sua montagem, até a comercialização e enfim a assistência
dada ao passageiro através da agência de viagens na viagem propriamente dita.
O estágio proporcionou também um maior aprendizado em solucionar problemas
operacionais de forma ética, rápida e eficaz. Além de aprender a lidar com os relacionamentos
inter pessoais dentro do universo dos funcionários e clientes que envolvem a VTC Tour
Operator.
O setor de cruzeiros marítimos despertou grande interesse cientifico em relação ao seu
crescimento e impactos, conseguindo sentir na prática como este segmento tem significado
para o mercado do turismo, é como é visível este crescimento, nota – se que cada vez mais
pessoas estão optando por este tipo de transporte e entretenimento seja a turismo ou até a
negócios.
Enfim o estagio Obrigatório vem com intuito de proporcionar ao acadêmico uma
vivencia pratica do que foi ensinado ao longo de toda a graduação. Dando ao estagiário a
chance de mostrar suas habilidades e conquistar um lugar no mercado de trabalho.
110
7- CONCLUSÃO TÉCNICA
O estágio curricular supervisionado possibilita aos estagiários a experiência de
vivenciar na prática o que lhe foi ensinado durante o processo acadêmico. A realização do
estagio na VTC Tour Operator, ambiente conhecido pela acadêmica, permitiu uma melhor
maneira de vivenciar o dia a dia de todos dos setores, vendo a empresa como um todo e não
somente um setor isolado.
Possibilitou uma analise critica e profissional perante os pontos positivos e o que
precisa ser melhorado, tendo uma visão de toda a estrutura e a operacionalização da empresa.
Analisando, também de forma critica o próprio desempenho como atendente, verificando de
que forma o próprio trabalho poderá ser mais útil e eficaz.
Neste ambiente de trabalho, também foi possível, adquirir, exercitar e aprimorar
conhecimentos técnicos na área de operadora e agências de viagens. Além de vivenciar
diariamente questões éticas, a empresa procura passar para seus funcionários a importância de
sempre respeitar o espaço que a empresa ocupa no mercado como uma operadora, nunca
ultrapassando seus limites. Esta é uma regra que a empresa acredita ser imprescindível para
continuar passando confiança a seus clientes.
Outro fator relevante que se adquire através das situações práticas no dia a dia do
estágio, é a capacidade principalmente de resolver problemas de forma rápida e eficaz, e
aprender a lidar com situações de pressão. Além de adquirir uma maturidade no
relacionamento com a própria equipe de trabalho, aprendendo a respeitar opiniões adversas e
testar suas próprias aptidões e limitações.
111
8- REFERÊNCIAS
VTC TOUR OPERATOR, 2006. Disponível em: http://www.vtc.com.br. Acesso em: 15 set.
2006.
BOSSILI, Maria Ângela Marques Ambrizi. Estágio em Turismo e Hotelaria – São Paulo:
Aleph, 2002.
112
9- ASSESSORIAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS
• Professora Responsável pelo Estágio: Msc. Karine Von Gilsa.
• Professora Orientadora: Msc. Michelini Sartori
113
10- ANEXOS
10.1- Documentos da universidade
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