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Auto Sueco, SalvadorCaetano e Hipogestinvestem em AngolaOs três grupos nacionais do sector automóvel vão investir, no total,mais de 57 milhões de euros na expansão no mercado angolano.Sara Piteira Motasara.mota@economico.pt

A crise de vendas em Portugal eo elevado potencial de cresci-mento de Angola estão a levar as

empresas nacionais do sectorautomóvel a investir na expan-são naquele mercado africano.Presentes em Angola há 20anos, os grupos Auto Sueco,Salvador Caetano e Hipogestpreparam-se para investir, nototal, cerca de 41,48 milhões dedólares (o equivalente a 57,6milhões de euros ao câmbio ac-tual) na abertura de novos espa-ços em várias províncias ango-lanas.

"O investimento global daAuto Sueco Angola, nos próxi-mos dois anos, será de cerca de20 milhões de dólares [14,4 mi-lhões de euros]", avança o di-rector-geral da Auto Sueco An-gola, Aníbal Barbosa, ao DiárioEconómico. Já em Janeiro de2012, o grupo vai arrancar comnovas operações no Lubango,província da Huíla, e em Luca-pa, na província da Luanda Nor-te. No mês seguinte será a vez deentrar na cidade de Malange. A

empresa tem, actualmente, re-presentações em Luanda, a ca-pital angolana, no Lobito e emBenguela.

Angola é já "o maior investi-mento fora de Portugal" do gru-po Hipogest, como assume fon-te oficial da empresa. No merca-do angolano, o grupo lideradopor Hipólito Pires tem váriasempresas ligadas ao sector au-

tomóvel (SADASA, MuniqueMotors, HRZ - Aluguer de Via-turas), estruturas metálicaspara engenharia (Engifénix) e

imobiliário (Hipogest Imobiliá-ria) no mercado angolano.

Presente até agora em Luan-da, Viana e Lobito, o grupoprepara-se para abrir, já nopróximo ano, mais duas em-presas em Angola: a Camauto,na área do comércio de veícu-los, e a África Frozen, no sectorda indústria e comércio de pro-dutos alimentares.

"Terminámos um investi-mento de 34 milhões de dólares

[24,4 milhões de euros] em Via-na, com cerca de 60% com ca-pital próprio. Para 2012, esta-mos a estudar um investimento

partilhado no Lobito, cerca de40 milhões de dólares [28,8 mi-lhões de euros], sendo que o

grupo investe 50%", adiantafonte oficial do grupo Hipogest. •

"Após um ano de conjunturadifícil em 2010, este ano tem-semostrado significativamentemelhor. Acreditamos num de-sempenho bastante positivo daeconomia em Angola", salienta,por seu turno, o director -geralda Auto Sueco Angola, AníbalBarbosa.

O grupo liderado por TomásJervell distribui viaturas, má-quinas de construção e equipa-mentos industriais, e faz pós-venda da marca Volvo. Forneceainda vidros para viaturas e in-dustria, através das empresasAS Parts, Civiparts, Ex-pressGlass e As Glass. No mer-

cado angolano, a Auto Sueco

prevê facturar, este ano, 150milhões de dólares (108 milhõesde euros), mais 57,5% que noano passado. Neste país africa-no, emprega 576 pessoas.

Também o grupo SalvadorCaetano, presente em Angolaatravés da importação e retalhoautomóvel, prepara-se para in-vestir 14 milhões de dólares(10,08 milhões de euros ), entre2012 e 2013, revela fonte oficialdo grupo. Este grupo empregahoje 181 pessoas, no entantoprevê duplicar este número nos

próximos três anos.No ano passado, a Salvador

Caetano registou um volume de

negócios de 61,95 milhões dedólares (44,6 milhões de euros).Valor que a empresa prevê au-mentar em 10% já este ano, eem mais 20% em 2012.

"Dado o crescimento verifi-cado na economia angolana e o

potencial de desenvolvimentoque o país tem, Angola é certa-mente um importante merca-do para os grupos portuguesesinvestirem", realça o secretá-rio-geral da Associação Auto-móvel de Portugal (ACAP),Hélder Pedro. ¦

INVESTIMENTO AUTO SUECO

14r 4 milhões

O investimento da Auto Sueco

Angola, nos próximos dois anos,será cerca de 20 milhões dedólares (14,4 milhões de euros).0 grupo vai arrancar com novas

operações no Lubango, emLucapa e na cidade de Malange.

INVESTIMENTO HIPOGEST

28,8 milhõesO grupo concluiu uminvestimento de 34 milhões de

dólares (28,8 milhões de euros)em Viana, com 60% com capitalpróprio. Para 2012, vai investir40 milhões de dólares (45,7milhões de euros) no Lobito.

GRUPO AUTO SUECO

A Auto Sueco em Angola comerciali-

za as marcas Volvo, Volvo Penta, Vol-

vo Construction Equipment, SDMO

e Grove. Além disso, fornece peças

para automóveis, camiões e vidros

para viaturas e indústria, através

das empresas AS Parts, Civiparts,

ExpressGlass e As Glass.

GRUPO HIPOGEST

Tem várias empresas ligadas aosector automóvel e imobiliário no

mercado angolano. O grupo comer-cializa como importadores as mar-cas: BMW, MAN e GVM. Tem ainda o

'franchising' em exclusivo da Hertz('rent-a-car'), Meteor (óleos e lubri-ficantes) e Maxiparts (peças de au-tomóveis).

GRUPO SALVADOR CAETANO

O grupo continua presente em Ango-la no retalho e importação automó-

vel. Comercializa as marcas Ford, VW

Comerciais, Audi e Seat, ém seis con-

cessionários dispersos pelo mercado

angolano. A Salvador Caetano em-

prega 181 pessoas em Angola.

TRÊS PERGUNTAS A...

ANÍBAL BARBOSA

Director-geral da Auto Sueco Angola

"Angola temacrescentado valoraos accionistas"0 mercado angolano é

estratégico para o grupo AutoSueco. Como tal, no próximoano, o grupo vai reforçara sua presença em Angola.

Angola é um mercadoapetecível?Angola encontra-se politicamenteestável e numa fase de

desenvolvimento económico

que a torna um alvo apetecível à

captação de Investimento privado.O mercado encontra-se mais

exigente e mais regulado,com uma economia aberta, a

crescer e com crédito. As nossas

perspectivas apontam para umcrescimento moderado mas quenos permitirá concretizar osnossos planos de expansão internae nos garantirá a sustentabilidadeda operação. O mercado aindaestá muito deficitário em algunssectores nos quais será importantea presença de empresas comconceitos modernos e inovadores.A Auto Sueco tem previstonovos investimentospara Angola?

Os nossos objectivos contemplamo desafio estratégico da expansãointerna para as províncias e

uma nova unidade de pós-vendanoutra localidade em Luanda,além do novo escritório-sede que

inauguraremos no primeirotrimestre do próximo ano.É um mercado Importantepara a Auto Sueco?Sim. O mercado angolanotornou-se estratégico etem acrescentado valoraos accionistas e ao grupo.Temos contribuído para o seucrescimento tanto em termos deresultados, como em experiênciade internacionalização. Tem-nospermitido a diversificaçãode negócios no 'aftermarket'[veículos usados] de ligeirose pesados, veiculando novas

oportunidades de crescimentointernacional.»

Derrapagem navenda de carrosameaça milharesde empregos

ACAP alerta para o risco deencerramento de empresas.O investimento dos grupos por-tugueses em Angola intensifi-cou-se nos últimos anos. Umaestratégia justificada, em parte,pela contracção do mercadoportuguês: as vendas de carrostêm caído mês após mês e asmarcas dê automóveis prepa-ram-se para fechar um dos pio-res anos dê sempre.

O cenário é tão adverso quepoderá mesmo levar ao encer-ramento de muitas empresas(sobretudo concessionários) eao desemprego de milhares depessoas. "Nas empresas conces-sionárias de automóveis a que-bra é ainda superior, porque se

trata, fundamentalmente, devendas a retalho", realça o se-cretário -geral da AssociaçãoAutomóvel de Portugal (ACAP),Hélder Pedro. O responsávelalerta ainda que "esta situaçãopoderá colocar em risco largasdezenas dê milhares de postosde trabalho do sector, assimcomo a sobrevivência das pró-prias empresas".

Para já), o balanço que aACAP faz cjeste ano feito é "ex-tremamente negativo", pois a

queda de mercado total temvindo a afcentuar-se de mêspara mês, sendo de 23,4% noperíodo acumulado de Janeiro aSetembro", explica Hélder Pe-

dro. Só em Setembro, compa-rando com o mesmo mês do anoanterior, a queda foi de menos34,3%, tendo sido apenas ven-didas 11.838 unidades.

Nenhum construtor automó-vel conseguiu vender mais demil viaturas ligeiras de passa-geiros em Setembro, sendo queas vendas neste segmento caí-ram 33,8%, para 9.220 unida-des. Entre Janeiro e Setembro dedeste ano, as vendas de ligeirosde passageiros recuaram 23,5%,para 123.540 viaturas. No anopassado, no mesmo período, fo-ram vendidos 161 mil veículos,revela a ACAP. No 'top 20' dasmarcas mais vendidas em Por-tugal, todas registaram um re-cuo em Setembro, face ao mes-mo mês em 2010. Também os li-geiros comerciais caíram 35,1%e os pesados 48,9%.

Por marcas, a Renault - que élíder de mercado há 13 anos -tem vindo a perder terreno paraa rival alemã Volkswagen (VW).Entre Janeiro e Setembro, ape-nas 1.122 unidades ficaram a se-parar as vendas destas duasmarcas no segmento de ligeirosde passageiros. Já no mercadode ligeiros (passageiros e co-merciais ligeiros), essa diferen-ça foi de 3.673 veículos, deacordo com os dados divulgadosno início de Outubro da ACAP.Mesmo assim, "a Renault pre-tende manter o estatuto de

marca mais vendida em Portu-gal", reforça Ricardo Oliveira,director de comunicação daempresa em Portugal.

A marca francesa tem hojeuma quota de mercado nos veí-culos ligeiros de 11,8%, com umtotal de 17.435 carros vendidos.Porém, a marca francesa per-deu 47,8% (689 unidades) nasvendas de ligeiros no mês pas-sado, face a Setembro de 2010.Foi a maior descida entre as

quatro marcas mais vendidasem Portugal. ¦ S.P.M.

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