aula7
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Universidade de So Paulo
Escola Politcnica da
Universidade de So Paulo
Aula 7
Recursos Hdricos Outorga de Direito de Uso 1a Parte
PHD 2344 Manejo de Recursos Naturais
Prof. Dr. Arisvaldo V. Mllo Jr.
Enga. Carla Voltarelli F. da Silva
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Usos consuntivos
Tipos de usos dos recursos hdricos
Dessedentao de animais
Irrigao Usos domsticos e consumo humano
Industrial
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Usos no-consuntivos
Tipos de uso dos rec. hdricos
Diluio de esgotos
Gerao de energia Piscicultura e aquicultura
Navegao
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Setor Demanda no Estado de So Paulo (2007) (m3/s)
Urbano 137
Industrial 138
Irrigao 178
TOTAL 453
Fontes: Plano Estadual de Rec. Hdricos 2004/2007
Demanda em So Paulo
Tipos de usos dos recursos hdricos
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Conflitos pelo uso da gua
Conflitos de disponibilidade quantitativa Conflitos de disponibilidade qualitativa Alto Tiet (RMSP), Piracicaba (PCJ),
Paraba do Sul (PBS): problemas de Quantidade e de Qualidade
Como resolver os conflitos?
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Doutrinas de direito de uso da gua
Direito Riprio Cdigo Justiniano (534 D.C.): a gua pertence ao
dono da terra ribeirinha
Ainda aplicado na frica do Sul e no Leste dos
EUA
Apropriao prvia Surgiu na acumulao do oeste dos EUA onde
vale ainda hoje
A gua pertence a quem chegou primeiro ao
local
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Direito de uso da gua
Frana 3 direitos de uso: particular, comum e pblico
Reino Unido Usos mediante licena das autoridades regionais
Chile e Austrlia: Leiles de gua Brasil
Constituio Federal de 1988 As guas constituem um bem de uso comum sob domnio
do Poder Pblico federal ou estadual (domnio pblico) Domnio da Unio: rios e lagos que banham mais de um
Estado; servem de limites com outros pases; se estendem ao estrangeiro ou dele provm (Rios Paraba do Sul, Paran, Piracicaba)
Domnio dos Estados: todos os corpos dgua subterrneos; corpos hdricos superficiais que banham um s Estado (Rios Tiet, Sorocaba, Aricanduva, Billings)
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Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia
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Constituio Federal de 1988
As guas so um bem de domnio do Poder Pblico mas no constituem seu patrimnio privado
Nem a Unio nem os Estados podem atuar como comerciantes de guas
Cabe Unio e aos Estados definir os critrios para permitir o uso desse bem
Todo uso da gua no Brasil deve ser autorizado pelo Poder Pblico
OUTORGA
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Outorga de direito de uso da gua
Instrumento de gesto para alocao de guas previsto na PNRH Lei Federal 9.433/97
uma autorizao concedida pelo Poder Pblico ao usurio
Quem concede a outorga? Depende da dominialidade das guas
guas federais: Agncia Nacional de guas (ANA)
guas estaduais: DAEE-SP, IGAM-MG, ING-BA
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QUEM DEVE SOLICITAR A
OUTORGA?
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Solicitao de outorga de uso da gua
A outorga exigida para todo uso que altere o regime, a quantidade ou a qualidade das
guas
Captaes superficiais
Extraes subterrneas
Lanamentos de efluentes (tratados ou no)
Aproveitamento hidreltrico
Canalizaes, barramentos, travessias, proteo
de leito, etc...
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Dispensa de outorga de uso da gua
So dispensados de outorga os pequenos ncleos populacionais de reas rurais e os
usos insignificantes
A definio de usos insignificantes varia de uma bacia para outra e tambm de um
Estado para outro
Rio Paraba do Sul: at 1 L/s
Rio So Francisco: at 4 L/s
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UF CAPTAO
SUPERFICIAL ACUMULAO SUPERFICIAL
CAPTAO SUBTERRNEA
PE 0,5 L/s 200.000 m3 5 m3/dia (0,06 L/s)
BA 0,5 L/s 200.000 m3 0,5 L/s
MG
1 L/s em geral 5.000 m3 em geral
10 m3/dia (0,12 L/s) 0,5 L/s em regio de escassez
3.000 m3 em regio
de escassez
RJ 0,4 L/s - 5 m3/dia (0,06 L/s)
SP 5 m3/dia (0,06 L/s) 1.000 m3 5 m3/dia (0,06 L/s)
RS Cada bacia hidrogrfica define os
valores considerados insignificantes 2 m3/dia (0,024 L/s)
Fontes: Bahia Decreto 6.296/97 Minas Gerais Deliberao CERH-MG 09/04 Pernambuco Decreto 20.423/98 Rio de Janeiro Lei 4.247/03 e Resoluo CERHI 09/03 Rio G. do Sul Lei 10.350/94, Decreto 37.033/96, Decreto 42.047/02 So Paulo Decreto 32.955/91 e Portaria DAEE 2.292/06
Usos insignificantes nos Estados
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Prazo da outorga de direito de uso da gua em SP
As outorgas podem ser renovadas O requerimento de renovao deve ser
solicitado ao DAEE at 6 meses antes do
vencimento da outorga
MODALIDADES DE OUTORGA PRAZO
MXIMO
CONCESSO (em casos de utilidade pblica) 10 anos
AUTORIZAO (se no configura utilidade pblica) 5 anos
LICENA (execuo de obras hidrulicas) Fim das obras
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Situaes em que a outorga cancelada (SP)
Se o titular no fizer uso do recurso hdrico durante 3 anos consecutivos
Se houver descumprimento das condies da outorga: vazes de captao, de
lanamento, requisitos de qualidade
Suspenso temporria: pode ocorrer em caso de aumento das demandas ou
insuficincia hdrica para atendimento a
todas as demandas
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Participao dos setores usurios na vazo outorgada at
2004
Irrigao 60%Abastecimento
17%
Indstria 12%
Aquicultura 2%
Dessedentao 1%
Outros 3% No informado 5%
Fonte: ANA, 2005.
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Vazo mdia por outorga para cada tipo de uso
0
10
20
30
40
50
Irrig
ao
Aba
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Out
ros
L/s
Fonte: ANA, 2005.
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Fonte: DAEE
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H uma quantidade mxima de outorgas a se conceder?
PODE-SE OUTORGAR
RETIRADAS
INDEFINIDAMENTE?
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Concesso de outorga
Cada bacia define um volume (ou vazo) mximo que se pode outorgar
para captaes
Em geral, esse limite mximo de retiradas definido com base em
cenrios de escassez hdrica Vazo
de referncia
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Concesso de outorga
Cada Estado e cada bacia adotam diferentes vazes de referncia
Em geral se adotam: Vazes de permanncia: Q95%, Q90%, etc.
Vazo mnima: Q7,10
Como se define o cenrio de escassez hdrica?
Qual vazo de referncia adotada?
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Vazo de referncia para outorga
Seu clculo exige o conhecimento da vazo na seo em que ser feita a
captao
Leitura dos postos fluviomtricos
Mtodos de Regionalizao de Vazes
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Vazes de permanncia (QP%)
Vazo associada a determinada frequncia de ocorrncia
No estudo de mnimas: a vazo relacionada com a % do tempo em que ela igualda ou superada
Q90%: vazo que igualada ou superada em 90% do tempo
So obtidas da curva de permanncia (ou curva de durao)
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Vazes de permanncia
Curva de durao - posto 5B-010
1
10
100
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Freqncia de excedncia P(%)
Q (
m3/s
)
Q90% = 2 m3/s
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Vazes de permanncia (QP%)
Ordenar as N vazes da srie histrica em ordem decrescente
Atribuir a cada vazo sua respectiva ordem m de classificao
Associe a cada vazo sua frequncia emprica de ser igualada ou superada (P = m/N)
Como construir uma curva de permanncia?
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Critrios de outorga pelas QP%
UF VAZO MXIMA OUTORGVEL
BAHIA 80% da Q90% em rios perenes
95% da Q90% em rios intermitentes
GOIS 70% da Q95%
PARAN 50% da Q95%
Fontes: Bahia Decreto 6.296/97 Gois Resoluo SEMARH 09/04 Paran Decreto 4.646/01
Vazo mxima outorgvel = K . QP%
-
Vazo Q7,10
Mdia histrica das vazes mnimas de 7 dias consecutivos, com perodo de retorno
de 10 anos
Varivel utilizada na avaliao de mananciais para abastecimento pblico
Usada como Vazo de Referncia para outorga, mas no leva em conta critrios
ambientais, nem econmicos
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UF VAZO MXIMA OUTORGVEL
MG 30% da Q7,10
RJ 50% da Q7,10
SP 50% da Q7,10
Fontes: Minas Gerais Portaria IGAM 10/98 Rio de Janeiro Portaria SERLA 307/02 So Paulo Lei 9.034/94
Vazo mxima outorgvel = K . Q7,10
Critrios de outorga pela Q7,10
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UGRHI Demanda global em 2007 (m3/s)
Q7,10 (m3/s)
PCJ 43 43
Alto Tiet 90 20
Pardo 21 30
Turvo/Grande 17 26
Fontes: Plano Estadual de Rec. Hdricos 2004/2007
Bacias crticas no Estado de SP
Critrios de outorga pela Q7,10
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5B-004
Vazes dirias do Rio Turvo em Olmpia/SP
Posto 5B-004
Como calcular a Q7,10?
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1) Seleo da amostra Srie histrica de vazes dirias de i anos (i 30 anos)
2) Formao da srie das Q7 mnimas observadas Clculo das mdias-mveis de 7 dias (Q7)
365 valores de Q7 para cada um dos i anos
Formar uma srie de i elementos, composta pela menor Q7 obtida em cada ano (Q7m)
3) A srie de i valores de Q7m deve ser ajustada a uma distribuio de probabilidades
4) Para cada perodo de retorno T desejado tem-se:
Mdia das Q7m Desvio pad. das Q7m
Fator de frequncia
Clculo da Q7,10
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Clculo da Q7,10
A expresso de KT varia conforme a distribuio probabilstica utilizada
Normal; Log-Normal
Gumbel; Log-Gumbel
Pearson; Weibull
Qual a melhor? Os resultados devem ser coerentes com a
realidade fsica da bacia
-
Distribuies de probabilidade
Distribuio de Gumbel
Distribuio Log Gumbel
Valem as mesmas expresses de KT e y, porm no se trabalha com as Q7m e sim com seu logaritmo
Distribuies Normal e Log-Normal
y
TS
yyK
-
Distribuio de Gumbel
onde
y
TS
yyK
Distribuio Log Gumbel
Valem as mesmas expresses de KT e y, porm no se trabalha com as Q7m e sim com seu logaritmo
Distribuies Normal e Log-Normal
As expresses esto disponveis em Excel
Distribuies de probabilidade
-
Gumbel para 5B-004
0
2
4
6
8
10
12
14
1 10 100T (anos)
Q7 (
m3/s
)
Observada Calculada
Log-Gumbel para 5B-004
0
2
4
6
8
10
12
14
1 10 100T (anos)
Q7 (
m3/s
)
Observada Calculada
Log-Normal para 5B-004
0
2
4
6
8
10
12
14
1 10 100T (anos)
Q7
(m
3/s
)
Observada Calculada
possvel melhorar os ajustes?
Ajustes obtidos
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Calcular a disponibilidade hdrica para outorga em uma seo do rio Turvo
(posto 5B-010);
Determinar a vazo mxima outorgvel segundo os diferentes critrios estaduais
de Q7,10 e de QP%.
Atividade para prxima aula
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Aula 7
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