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Aula de Sociologia 1 e 2 Turma do Intensivo

Prof. Robson Vieira

1. O nascimento da Sociologia

1. O nascimento da sociologia O objetivo da sociologia é aumentar ao máximo o conhecimento do homem e da sociedade através da investigação científica.

Características do senso comum O senso comum é aquele pensamento

mais imediato, superficial, cheio de sentimentos e muitas vezes carregado de preconceitos.

O senso comum é um conjunto de saberes simples, pouco elaborados, e resultam da experiência de vida, e não de investigações científicas.

A Sociologia e as características do conhecimento científico forma mais aprofundada de entendimento e

explicação dos fenômenos que acontecem na realidade.

O método científico procura evitar que julgamentos de valor, atrapalhem a análise dos fatos.

A Sociologia é uma ciência preocupada com os problemas que o homem enfrenta na vida em sociedade.

O objetivo dela é desenvolver um olhar sociológico que possibilite ao individuo compreender o contexto social do mundo contemporâneo.

CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

• Acontecimentos históricos, ocorridos a partir do século XV, que a influenciaram o Surgimento da Sociologia:

• Renascimento, a Revolução Científica, o Iluminismo, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.

Novas características sociais: • Nova postura do homem ocidental diante da natureza e do

conhecimento; • Novos valores; • Fortalecimento do “espírito do capitalismo”; • Instalava-se uma sociedade baseada na distinção pela posse de

riqueza e não pela origem, nome e propriedade fundiária; • Sacralização da ciência; • Surge uma nova categoria social: a burguesia comercial;

CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

Características do Positivismo Comtiano

• Busca de objetividade; • Cabe à ciência positiva identificar as leis naturais da sociedade para

resolver problemas concretos; • Reformar a sociedade e estabelecer a síntese do conhecimento

cientifico; • O progresso do espírito humano (evolução) está especialmente

baseada no desenvolvimento da ciência.

Nascimento da Sociologia AUGUSTE COMTE

A lei dos três estados (ou estágios)

2. Sociologia Clássica

Fato Social

“Os fatos sociais consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao

indivíduo, dotadas de um poder de coerção”

Émillie Durkheim 1. Coerção: Força sobre as pessoas.

2. Exterioridade: Mecanismos prontos independente da vontade do indivíduo.

3. Generalidade: Aplicado a todos ou à maioria deles.

Objeto

Solidariedade

Solidariedade Mecânica (Unidade)

Unidos por valores religiosos; e

semelhanças entre as consciências individuais

Solidariedade Orgânica

(Não há unidade)

Unidos através da divisão do trabalho social; os

indivíduos não se assemelham, são

diferentes e necessários, como os órgãos de um ser

vivo

Solidariedade

Solidariedade Mecânica (Unidade)

Unidos por valores religiosos; e

semelhanças entre as consciências individuais

Solidariedade Orgânica

(Não há unidade)

Unidos através da divisão do trabalho social; os

indivíduos não se assemelham, são

diferentes e necessários, como os órgãos de um ser

vivo

A ação social Ação social => toda conduta humana dotada de sentido

Ação tradicional

Para que o Estado exista População deve obedecer à uma autoridade, reconhecida como legítima.

Tipos puros legítimos de dominação

Racional-legal Tradicional Carismática

Tipos puros legítimos de dominação

Tipos puros legítimos de dominação

Tipos puros legítimos de dominação

Karl Marx

A) Relações de trabalho: Escravidão Servidão Trabalho assalariado

No capitalismo, o trabalho transforma-se em MERCADORIA

Propriedade

Também não é livre Vende o trabalho

MANUFATURA MEDIEVAL PREÇO JUSTO

CAPITALISMO LUCRO

B) Alienação:

Forma máxima de alienação

Propriedade Privada

Perda de algo, privação O Operário é um apêndice da máquina

C) Mais Valia:

Como ampliar a mais valia?

Aumento de tecnologia e/ou de jornada de trabalho

“Aumento de valor” Trabalho não remunerado pelo patrão

Classes Sociais e luta de classes

A expressão Luta de Classes por Karl Marx. O que é luta de classes? diz respeito a expressão dos conflitos entre as diferentes classes

sociais, grupos dominantes (reis e burguesia) e grupos dominados (servos e trabalhadores), portadoras de interesses completamente opostos e inconciliáveis entre si. Tais lutas são travadas no âmbito econômico, político e ideológico.

3. O processo de socialização

A socialização é um processo que implica interação social, entre o indivíduo que está a ser socializado e a sociedade que o envolve.

Este processo tem inicio na primeira infância e prolonga-se ao

longo da vida, denominando-se de socialização primária a que ocorre na primeira infância e socialização secundária a que ocorre a partir da fase da adolescência.

Mas o que é Socialização?

SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA: quando ainda crianças, a família é responsável pela transferência de

informações. Nela formamos nossa personalidade e consciência, observando as atitudes ,

modos e normas de nossos familiares. Fase de identificação dos outros que nos rodeiam, as normas e regras da

sociedade, passando também a ser reconhecido como membro dessa sociedade.

interiorização de regras e atitudes. SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA: inicia-se no final da infância, sendo oferecido por diversos tipos de

organização e instituição. Fase que o sujeito recebe uma carga de conhecimentos específicos que irá

ajudá-lo na compreensão das relações sociais estabelecidas no interior da sociedade.

visão mais ampla do mundo, acompanhada de diversos significados .

INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS PELA SOCIALIZAÇÃO

As principais instituições sociais são: Instituições Familiares; Instituições de Ensino; Instituições Religiosas; Instituições Políticas; Instituições de Lazer; Mídias; Redes Sociais; Etc.

A CONVIVÊNCIA HUMANA

Os indivíduos criados fora da convivência humana, em prolongado isolamento social, dificilmente adotam hábitos humanos.

Há absoluta necessidade da convivência com o grupo para que o comportamento humano se manifeste e se desenvolva.

É a partir da convivência que os seres humanos se articulam e estabelecem formas de comunicação e cooperação, ou seja, se socializam e se sociabilizam.

4. Cultura e sociedade

O que é Cultura?

É tudo aquilo que resulta da criação humana. São ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social (é um sistema simbólico).

é o conjunto de tradições, crenças e costumes de determinado grupo

social. Assim, a cultura representa o patrimônio social de um grupo e a soma de padrões dos comportamentos humanos.

O que é Cultura?

A cultura é parte fundamental no processo de socialização do indivíduo, uma vez que o torna um ser social.

Uma cultura não é estática, ela está em constante mudança de acordo com os acontecimentos vividos por seus integrantes.

CULTURA MATERIAL E IMATERIAL; PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE CULTURAL

PATRIMÔNIO CULTURAL é o conjunto de BENS MATERIAIS e IMATERIAIS considerados importantes para a IDENTIDADE de um povo.

Os bens patrimoniais promovem a valorização das representações sociais formadoras de identidades coletivas.

A diversidade cultural engloba um conjunto de culturas existentes, ou seja, a variedade de culturas diferentes em um determinado local.

A diversidade significa pluralidade, variedade e diferenciação, conceito que é considerado o oposto total da homogeneidade.

A diversidade cultural Objetivo: conceito criado para compreender os processos de diferenciação entre as

várias culturas que existem ao redor do mundo. Resultado: o contato e o estudo sobre outras culturas reduziu o preconceito

cultural/etnocentrismo/genocídio/etc. promover a aceitação do outro.

O que é diversidade cultural?

Alteridade Um dos princípios fundamentais da alteridade é que o homem na sua

vertente social tem uma relação de interação e dependência com o outro. Por esse motivo, o "eu" na sua forma individual só pode existir através de um contato com o "outro".

Quando é possível verificar a alteridade em uma cultura? Quando um indivíduo é capaz de se colocar no lugar do outro, em uma

relação baseada no diálogo e valorização das diferenças existentes. Tolerância: Tolerância é um termo que vem do latim "tolerare" que significa

"suportar", "aceitar". A tolerância é o ato de indulgência perante algo que não se quer ou que não se pode impedir.

Alteridade e Tolerância

5. Mundo do trabalho

Divisão Social do Trabalho

Karl Marx Alienação/

Conflitos de classes Sociedade enquanto luta

Émile Durkheim Solidariedade/ Coesão social

Sociedade harmônica

DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO: UMA VISÃO SOCIOLÓGICA

Valorização do trabalho O Renascimento - Momento de transição entre a Idade Média e Idade Moderna: Durante muito tempo o trabalho era reservado aos destituídos O trabalho dava seus primeiros passos para valorização A hegemonia dos preceitos do protestantismo O trabalho começou a adquirir um sentido religioso de vocação e serviço a

Deus.

Trabalho e a Religião => A ética protestante e o Espírito do Capitalismo. O protestante tem o trabalho com uma dádiva de Deus, sendo isso objeto de

valorização do trabalho. Valoriza a riqueza e o trabalho em detrimento da preguiça e a ostentação. Racionaliza o trabalho para obter êxito material em nome da fé.

Valorização do trabalho

Revolução Industrial - Séculos XVIII, XIX e XX: Trabalho nas industrias cada vez mais racionalizado;

Com o aumento da produção, aumenta o consumo;

O consumo dita o modo de vida da sociedade moderna;

As tecnologias proporcionam maior igualdade entre homens e mulheres no trabalho;

O surgimento da classe;

O trabalhador tem que se especializar cada vez mais.

As transformações estão relacionadas à busca, cada vez mais acelerada pelo lucro. Essas transformações concretizam-se em dois aspectos: 1.Processos de trabalho e produção: automatização que obriga o

trabalhador a ser “utilizável” em várias funções

2.Mobilidade dos mercados de trabalho: através do uso de trabalhadores temporários, tercerizados, rotativo, em que é possível “sucatear” a força de trabalho gerando mais lucro

TRANSFORMAÇÕES RECENTES NO MUNDO DO TRABALHO

Aula de Sociologia 3 e 4 Turma do Intensivo

Prof. Robson Vieira

6. Raça e etnia

Raça • A raça (do italiano razza) é um conceito que obedece a diversos parâmetros para

classificar diferentes populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características genéticas ou fenotípicas.

• Os antropólogos, entre o século XVI até o final do século XX, acreditavam que existiam raças humanas diferentes;

• o Projeto Genoma Humano analisou a genética de diferentes raças, os resultados apontaram que as diferenças genéticas entre as raças eram muito pequenas, e mostraram que as diferenças genéticas entre uma pessoa negra e um caucasiano não existem.

• O próprio conceito biológico de raças humanas se tornou bastante desacreditado e condenado entre os biólogos e entre os antropólogos.

• Assim, para a espécie humana "raça" corresponde a um conceito social, não a conceito científico.

• Grupo de indivíduos que apresenta um conjunto de características sociais comuns como: a língua, os costumes e a religião.

Etnia

Crime de racismo x Injúria racial

INJÚRIA RACIAL

• ocorre quando são ditas ou expressadas ofensas a determinados tipos de pessoas, tendo como exemplo chamar um negro de “macaco”. Esse exemplo já ocorreu em vários casos no futebol, em que jogadores foram ofendidos por essa palavra e alguns entraram com processo. No caso, seriam julgados como injúria racial, onde há a lesão da honra subjetiva da vítima. A acusação de injúria racial permite fiança e tem pena de no máximo oito anos, embora geralmente não passe dos três anos.

RACISMO

• Já o racismo é mais grave, considerado como um crime inafiançável e imprescritível. Para o crime ser considerado como racismo, tem que menosprezar a raça de alguém, seja por impedimento de acesso a determinado local, negação de emprego baseado na raça da pessoa. Como exemplo, pode-se considerar o impedimento de matrícula de uma criança em uma escola por ela ser negra.

Racismo- é o conjunto de teorias, crenças e práticas que visam estabelecer uma hierarquia entre as raças previamente constituídas pelo Racialismo (concepção ideológica que divide a humanidade em raças)

Racismo Institucional

• “O Racismo Institucional é atualmente a questão mais ampla da expressão da discriminação racial, xenofobia e intolerância. Ele refere-se a práticas institucionais que tendem a pôr o grupo vitimizado em constante posição de desvantagem em relação ao grupo dominante na sociedade em diversas áreas, tais como educação, emprego, oportunidade de carreira, habitação, saúde e outros benefícios desigualmente distribuídos.”( Por Peter Fry –Prof. Titular de Antroplogia do Instituto de Filosofia e Ciências Socias (IFCS) da UFRJ.)

7. GÊNERO

O conceito de gênero tem a ver com a diferenciação social entre os homens e as mulheres. Conjunto de representações sociais e culturais construídas a partir da

diferença biológica dos sexos; Para Grossi (2005), Gênero é uma construção cultural, processado na

educação formal e informal de homens e mulheres, que determina relações de dominação.

Gênero

Foram construídas historicamente, em decorrência de um modelo de sociedade Patriarcal, baseado numa forte organização sexual hierárquica: domínio masculino na esfera familiar o homem na esfera pública a mulher na esfera doméstica

Na contraposição dessa organização social, nasce o Feminismo,

tendo características de um movimento social e político, com objetivo de igualdade dos sexos.

As desigualdades de gênero:

O que é Feminicídio?

Feminicídio significa a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, classificado como um crime hediondo no Brasil.

Agressões físicas e psicológicas, como abuso ou assédio sexual, estupro, escravidão sexual, tortura, mutilação genital, negação de alimentos e maternidade, espancamentos, entre outras formas de violência que gerem a morte da mulher, podem configurar o feminicídio.

Feminicídio no Brasil De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nos

últimos anos pelo menos 50 mil mulheres foram mortas no Brasil, sendo os assassinatos enquadrados como feminicídio.

O estudo ainda aponta que 15 mulheres são assassinadas por dia no país, devido a violência por gênero.

O que é Feminicídio?

O feminicídio pode ser classificado em três situações: Feminicídio íntimo: quando há uma relação de afeto ou de parentesco entre a

vítima e o agressor; Feminicídio não íntimo: quando não há uma relação de afeto ou de parentesco

entre a vítima e o agressor, mas o crime é caracterizado por haver violência ou abuso sexual;

Feminicídio por conexão: quando uma mulher, na tentativa de intervir, é morta por um homem que desejava assassinar outra mulher;

Em 1949, Simone de Beauvoir abria

caminhos para a teorização em torno das desigualdades construídas em função das diferenças entre os sexos. Aponta problemáticas relativas às

instâncias de poder na sociedade e refletindo sobre as razões históricas e os mitos que fundaram a sociedade patriarcal.

Simone de Beauvoir: "Ninguém nasce mulher, torna-se mulher"

8. MOVIMENTOS SOCIAIS

MOVIMENTOS SOCIAIS

“Quem disse que o meu direito termina onde começa o seu? O meu direito não acaba nunca. Nem o seu. Ou a gente aprende a conviver respeitando o direito um do outro (ainda que sejam bem diferentes) ou não andaremos juntos".

Os Movimentos Sociais - Definição

São ações sociais coletivas de caráter sócio-político

e cultural que viabilizam distintas formas da

população se organizar e expressar suas demandas.

É de fundamental importância a participação dos Movimentos Sociais: na política para o fortalecimento da democracia; Tornar a democracia um valor social que ultrapassa os

momentos eleitorais; no processo de inclusão social e na conquista de direitos,

visando o bem comum; Construir novas relações sociais; no combate a corrupção na esfera publica; marcar presença em Partidos Políticos, visando debater, discutir

e defender questões econômicas, sociais, culturais e políticas.

A IMPORTÂNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

São agrupamentos de indivíduos envolvidos num empenho organizado para gerar ou combater a alterações na sociedade ou no grupo do qual fazem parte. Possuem três características: a) representam alguém, falam em nome de alguém, defendem os

interesses de alguém; b) sempre lutam contra alguma coisa, buscam vencer uma oposição ou indiferença; c) mesmo representando um grupo específico fazem isto invocando os interesses de toda a coletividade

MOVIMENTOS SOCIAIS EM AÇÃO

Enfraquecimento dos movimentos sociais

Manipulação política e ideológica; Individualismo; alienação imposta por grupos que ocupam as esferas de poder; Centralização das lideranças dentro dos movimentos; Falta de espaço e visibilidade para exporem suas ideias e

reivindicações (basicamente na mídia, Casas Legislativas e Partidos políticos); Não reconhecimento de classe social; Etc.

9. CIDADANIA, DEMOCRACIA E DIREITOS HUMANOS

O que é cidadania?

Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e

sociais estabelecidos na constituição. Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos contribuem para uma sociedade mais equilibrada.

Segundo Dalmo Dallari:

“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.

(DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14)

O que é cidadania?

Nos países ocidentais, a cidadania moderna se constituiu por etapas. E a cidadania só é plena se for dotada de todos os três tipos de direito: Civil

Político

Social

1. Civil: direitos inerentes à liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento; direito de propriedade e de conclusão de contratos; direito à justiça; que foi instituída no século XIX; 2. Político: Formação do Estado Democrático representativo e envolve o direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou eleitor, de participar e reivindicar nos movimentos sociais, constituída no século XIX; 3. Social: conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social, as pessoas passaram a ter direito à educação básica, assistência à saúde, programas de lazer, acesso ao sistema judiciário, etc., são conquistas do século XX.

Evolução do direito:

Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

Direitos Humanos são valores, princípios e normas que se referem ao respeito à vida e à dignidade.

São eles: direito a vida, liberdade, segurança pessoal, propriedade, votar e ser eleito, trabalho, lazer, saúde, alimentação, habitação, seguridade social, educação, cultura, etc. São os chamados direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais que

influenciaram a elaboração de diversas Constituições e a legislação de vários países.

Os direitos humanos estão consagrados em declarações, convenções e pactos internacionais, sendo a referência maior a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A Constituição do Brasil se compromete no artigo 1º, à

prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais e, no art. 5º e os seguintes, definem os direitos e garantias fundamentais.

Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

I. Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. II. Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades

estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

princípios (universalidade, liberdade com igualdade, não discriminação)

Democracia: sistema político no qual a soberania emana do povo, isto é, do conjunto de cidadãos, que podem exercer o governo diretamente, como na Grécia Antiga (democracia direta) ou por meio de representantes livremente escolhidos de forma periódica (democracia representativa moderna).

A democracia moderna se caracteriza também: ◦ pelo respeito às liberdades individuais e coletivas; ◦ pelo respeito aos direitos humanos; ◦ pela divisão do poder do Estado em três poderes (Executivo, Legislativo e

Judiciário); ◦ pela igualdade de todos perante a lei; ◦ pela existência de formas de controle das autoridades pelos cidadãos.

DEMOCRACIA

Tipos de democracia:

Democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseado em um número de distinções. A distinção mais importante acontece entre: Democracia direta (algumas vezes chamada "democracia pura"), onde o povo

expressa sua vontade por voto direto em cada assunto particular, isto é, os cidadãos decidem diretamente cada assunto por votação. A democracia direta se tornou cada vez mais difícil, e necessariamente se aproxima mais da democracia representativa, quando o número de cidadãos cresce. Democracia representativa (algumas vezes chamada "democracia indireta"), onde o

povo expressa sua vontade através da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram, isto é, os cidadãos elegem representantes em intervalos regulares, que então votam os assuntos em seu favor. OBS: Muitas democracias representativas modernas incorporam alguns elementos da democracia direta, normalmente utilizando o referendo ou o plebiscito.

10. DESIGUALDADE SOCIAL

DESIGUALDADE SOCIAL

Definição: É a diferença de acesso que gera uma organização hierárquica.

Existem diferentes tipos de desigualdades: sociais, econômicas, políticas, culturais, sexuais, justas, injustas, etc.

Na sociedade, as desigualdades sociais são o resultado de uma

distribuição desigual dos recursos.

DESIGUALDADE SOCIAL

Inúmeras são as causas: Má distribuição de renda Má administração dos recursos Lógica de acumulação do mercado capitalista (consumo, mais-valia) Falta de investimento nas áreas sociais, culturais, saúde e educação Falta de oportunidades de trabalho Corrupção etc.

DESIGUALDADE SOCIAL

As consequências da desigualdade social: miséria e a pobreza; Periferização; Marginalização; a criminalidade e o aumento cada vez maior de índices de violência; mortalidade infantil; desnutrição e da própria fome, não só envolvendo crianças como famílias em todo o

mundo, que não têm recursos suficientes para manter suas necessidades básicas e diárias.

desigualdade social também intensifica o surgimento de mais e mais classes sociais; Atraso do progresso gradativo de uma nação em vários aspectos; disparidade social no que diz respeito ao acesso à educação, saúde, moradia, emprego

e outros que são de direito do cidadão.

11. QUESTÃO DA CRIANÇA

Ao longo da história humana, as crianças foram utilizadas como mão de obra barata durante a Revolução Industrial; foram sacrificadas em nome de divindades; foram feitas prostitutas, foram sacrificadas por nascerem com problemas físicos; etc.

No Brasil, existe uma parcela significativa de crianças abandonadas, vivendo nas ruas em absoluto estado de pobreza, longe de seus familiares e sem frequentar uma escola. Essas crianças vivem rejeitadas nas ruas, muitas vezes, alienando sua realidade através das drogas; praticando pequenos delitos; são alvos de grupos de extermínio; enfim, vivem à margem da sociedade.

Violências praticadas contra elas: espancamento, trabalho infantil, trabalho doméstico (diferente de colaboração doméstica), escravidão, violência sexual, privação, cárcere, etc.

Fatores que levam as crianças para as ruas: Mães adolescentes, desemprego, drogas, abuso

sexual, espancamento, fome, miséria, “desestruturação familiar”, falta de planejamento familiar.

Criança uma questão social

Em 20 de novembro de 1959 a ONU publicou a Declaração dos Direitos da Criança. OBJETIVO: fazer com que todos os povos respeitassem as crianças, assegurando a elas

saúde, carinho, educação, alimentação e moradia, ou seja, cuidado, proteção e dignidade.

Em 20 de novembro de 1989, diversos países, inclusive o Brasil, assinaram a Convenção Sobre o Direito da Criança;

OBJETIVO: incluir proteção jurídica a todas as crianças, em todos os países, dada a sua condição de falta de maturidade e de dependência de pessoas adultas no tocante a sobrevivência, além das condições desumanas em que vivem milhares de crianças em todo mundo.

Em 1990, No brasil, além de alguns trechos da constituição, o Estatuto da Criança e do Adolescente passam a resguardar às crianças e adolescentes:

OBEJETIVO: Assegurar o direito à alimentação, à família, à escola, à moradia, à saúde e ao lazer, entre outros direitos. Contudo, isso não acontece plenamente.

Direitos das Crianças

12. VIOLÊNCIA

“Violência é um comportamento que causa intencionalmente dano ou intimidação moral a outra pessoa, ser vivo ou dano a quaisquer objetos. Tal comportamento pode invadir a autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado”.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):

Violência

A Sociologia entende que a violência não é um fator “natural”. A violência, em sua essência, é uma construção social que instituí relações de dominação.

A violência e da criminalidade ao longo da história da humanidade

“O Processo Civilizador” – Norbert Elias

com o passar dos séculos a sociedade vem sofrendo um movimento de constante “humanização” em busca da tentativa da superação dos instintos resultando assim em uma sociedade onde optamos pelo diálogo e a lei em detrimento da violência e a justiça sumária (feita com as próprias mãos);

Para Elias, seria insuportável para uma pessoa educada em nossos dias viver há cem ou duzentos anos atrás, pois o conceito do que é socialmente aceito mudou profundamente ao longo de nossa história .

A violência e da criminalidade ao longo da história da humanidade

Vigiar e punir - Michael Foucault analisou como a violência ao longo de nossa história foi sendo deixada de

lado na hora de punirmos os que cometem crimes.

Toda a obra pretende analisar o que levou a tais mudanças de comportamento frente aos criminosos durante esse curto período de tempo.

Em um trecho da obra, o autor descreve com detalhes o suplício de um condenado no séc. XVIII, que assim como Cristo e Tiradentes , teve sua condenação executada em praça pública para o deleite de toda a população, inclusive crianças, em uma cena que se alguém de nossa época presenciasse, certamente, julgaria aquela sociedade como desumana e barbara .

Uma explicação criminológica

Muitos cientistas do século XIX e início do século XX como Cesare Lombroso, acreditava que as pessoas teriam predisposições genéticas e portanto, naturais a praticar o crime. Para combater o crime seria fundamental a EUGENIA.

Uma explicação sociológica

Já o Sociólogo Èmile Durkheim, em contraposição a visão da criminologia lombrosiana acreditava que nenhuma sociedade está livre do crime, nem o crime é um problema do delinquente. O crime é normal, é um padrão social, é um fato social ligado às condições

fundamentais de qualquer vida em coletividade. O crime pode indicar a degeneração dos laços de solidariedade entre indivíduos

e grupos. Contudo, Durkheim considerava que o crime poderia assumir um desequilíbrio da vida social, quando se configurava em uma situação de anomia.

O que é a violência simbólica? É um conceito desenvolvido por Pierre Bourdieu, que corresponde ao poder de

impor um processo de submissão pelo qual os dominados percebem a hierarquia social como legítima e natural.

Por exemplo: as mulheres pertencem ao espaço privado (a casa), e os homens, ao espaço público (o trabalho). Isso é um tipo de violência simbólica.

Esta característica de violência é visível também nas mídias e, mais precisamente, nas mensagens publicitárias. Estas mensagens revelam algumas imagens legítimas.

Por exemplo: As mulheres são subrepresentadas nas publicidades de produtos para lavar. As posições de subordinação são distinguidas como normais, mas são, cada vez mais, controversas. Estas publicidades espalham mensagens referentes às desigualdades e relações de força.

Cultura da violência “O Brasil é um país violento. É um país onde a "cultura da violência" é quase estruturante.

É o acerto de contas, é a reafirmação masculina, é o gesto arrogante, é a instituição do "dono do pedaço". É um país onde o peão,o fazendeiro, o juiz, o policial, o doutor puxam a arma com muita facilidade.

É um país que apresenta uma taxa regular e persistente de 27 mortes por 100 mil habitantes, ou algumas dezenas de milhares de mortes violentas por ano. E que tem 14 cidades entre as mais violentas do mundo.

É um país onde os criminosos matam, mas também o "cidadão comum" e o Estado (um e outro responsáveis por 2/3 dos assassinatos). Um país que mata mulheres, mata gays, mata-se no trânsito. Um país em que o consenso contra a morte é estimular mais mortes (como nos apelos a mortes de criminosos ou culpados de homicídios).”

https://jornalggn.com.br/blog/weden/notas-sobre-nossa-cultura-da-violencia

Por ocorre a cultura da violência?

Naturalização da violência Desumanização dos indivíduos Perseguição/aniquilamento Exclusão/marginalização Punição seletiva Etc.,

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