aula 3 organização do financiamento em saude

Post on 24-May-2015

7.727 Views

Category:

Health & Medicine

4 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

Módulo 3 - Financiamento em saúde, pós-graduação em auditoria

TRANSCRIPT

Financiamento em Saúde

Módulo 3 – Organização do financiamento da

saúde pública no Brasil

PÓS-GRADUAÇÃO AUPEX

REGULAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA

NOS SERVIÇOS DA SAÚDE

Itajaí, março de 2012

1. As três esferas de gestão (União, Estados e

Municípios) tem responsabilidade pelo financiamento

do sistema único de saúde;

2. Redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais

e regionais, a ser contemplada na metodologia de

alocação de recursos;

DIRETRIZES PARA O FINANCIAMENTO DO SUS

3. Repasse Fundo a Fundo, definido como modalidade

preferencial de transferência de recursos entre os

gestores.

4. Financiamento Federal de custeio constituído em

blocos de recursos.

DIRETRIZES PARA O FINANCIAMENTO DO SUS

LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990

Art. 3º Repasse dos recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e condicionamento do cumprimento das seguintes diretrizes/normas para recebimento desses recursos pelos Municípios, Estados e DF:

1. Criação do Fundo de Saúde;

2. Formação do Conselho de Saúde;

3. Elaboração do plano de saúde;

4. Elaboração dos relatórios de gestão;

5. Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;

6. Comissão para elaboração de Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS)

Lei Nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990

DISPÕE SOBRE:

Art. 1º Participação da comunidade na gestão do SUS

Art. 2º Alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS)

Art. 3º Repasse dos recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS)

Fluxo de financiamento do SUS

Impostos e Contribuições

Orçamento Ministério da Saúde

Fundo Nacional de Saúde

Estados e

Municípios

Estabelecimentos

de Saúde

Transferências Fundo a Fundo

Convênios

Remuneração por Prestação

de Serviços

Os Recursos para o Custeio da Assistência são alocados como Tetos

Estaduais e Municipais

Adaptado de Duplat, 2008

Normas Operacionais Básicas (NOB)

• Definiram os critérios para organização e

gestão do SUS

– NOB 01/91

– NOB 01/92

– NOB 01/93

– NOB 01/96

NOB 01/91

• Definiu a Unidade de Cobertura ambulatorial (UCA)

• Instituiu a Autorização de Internamento Hospitalar (AIH)

• Criou o Fator de Estímulo à Municipalização (FEM)

• Reforçou a necessidade de criação dos Conselhos

Estaduais e Municipais de Saúde (CES e CMS)

• Definiu recursos para financiamento de Programas

Especiais de Saúde e investimentos no setor saúde

NOB 01/91

– Institui sistema de alocação de recursos

4 fluxos:

• 1) Financiamento das internações hospitalares-

pagamento direto do MS aos prestadores de

serviços (públicos e privados)

• Havia uma quota máxima por estado de AIH

• 2) Financiamento da assistência ambulatorial-

cálculo em base per capita - Unidade de

cobertura Ambulatorial- UCA (valores

diferenciados entre grupo de estados

multiplicados pelo tamanho da população)

NOB 01/91

– 3) Recursos destinados a investimentos em

equipamentos e ampliação de unidades assistenciais

existentes (1-5% do teto ambulatorial)

– 4) Estímulo à municipalização (valor per capita

equivalente a 5% do UCA)

Institui sistema de alocação de recursos

NOB 01/91

• Críticas:

– Reprodução do modelo do INAMPS de transferência

de recursos

– Não implementação das transferências Fundo-a-

Fundo

– Desconsideração de ações de interesse coletivo

– Remuneração baseada em realização de

procedimentos assistenciais

NOB 01/92

• Criação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde

(CONASS)

• Criação do Conselho Nacional de Secretários Municipais

de Saúde (CONASEMS)

• Normatização do Fundo Estadual de Saúde

– Sem maiores evoluções em relação à NOB 91

• IX Conferência Nacional de Saúde: “Municipalização é o

caminho” - priorizar a descentralização

NOB 93

• “Assistência integral universalizada e equânime,

regionalizada e hierarquizada, e para a prática de

responsabilidade sanitária em cada esfera de governo, em

todos os pontos do sistema”.

• Estabelece 3 níveis de autonomia de gestão do sistema

– Incipiente

– Parcial

– Semiplena

• Criação do teto financeiro para cobertura hospitalar:

transferências diretas fundo-a-fundo

• Estímulo à formação de Comissões Intergestoras

Bipartites, Tripartites e Consórcios de Saúde

Intermunicipais.

NOB 96

• Ênfase na descentralização da gestão da assistência da

saúde

• Criação de duas modalidades de gestão para Municípios:

– Gestão Plena da Atenção Básica

– Gestão Plena do Sistema

• Criação de duas modalidades de gestão para Estados:

– Gestão Avançada do Sistema

– Gestão Plena do Sistema

NOB 96

• Novo modelo de Atenção com prioridade na Atenção

Básica e Promoção da Saúde.

• Criação de Programações Pactuadas Integradas (PPI)

como instrumento de reorganização do modelo de

atenção e gestão do SUS

– Atividades de assistência ambulatorial e hospitalar

– Vigilância sanitária

– Epidemiologia para controle de doenças

NOB 96

• Categorias de repasses financeiros

– Transferências globais de recursos baseadas em valor

per capita

– Pagamento por serviços médicos assistenciais

prestados

– Incentivos à programas específicos

NOB 96

• Atenção básica

– PAB fixo: valor per capita, definido pelo CNS

– PAB variável: estímulo financeiro na implementação:

• Programa de Saúde da Família (PSF)

– Acréscimo de 3% sobre o valor do PAB para

cada 5% de população coberta, até cobertura de

60%

– Acréscimo de 5% para cada 5% para cobertura

entre 60 e 90%

– Acréscimo de 7% para cada 5% para cobertura

entre 90 e 100%

– Limite = 80% do valor de PAB original

NOB 96

• PAB variável

• Programa de Agentes Comunitários de Saúde

(PACS)

– Acréscimo de 1% sobre o valor do PAB para

cada 5% de população coberta, até cobertura de

60%

– Acréscimo de 2% para cada 5% para cobertura

entre 60 e 90%

– Acréscimo de 3% para cada 5% para cobertura

entre 90 e 100%

– Limite: 30% do valor do PAB original

– Percentuais não cumulativos entre estratégias

NOB 96

• PAB variável

• Programa de Saúde Bucal

• Programa de Combate às Carências Nutricionais

• Ações básicas de Vigilância Sanitária

• Ações básicas de Vigilância Epidemiológica e

Ambiental

NOB 96

• Outros fluxos de recursos

– Fração Assistencial Especializada (FAE)

• Montante de procedimentos ambulatoriais de

médias complexidade, medicamentos e insumos

excepcionais, órteses e próteses ambulatoriais e

Tratamento Fora do domicílio (TFD), sob gestão do

estado.

– Teto Financeiro da Assistência do Município

(TFAM)

– Teto Financeiro da Assistência do Estado (TFAE)

– Índice de Valorização de Resultados (IVR)

• até 2% do teto financeiro do estado

NOB 96

• Outros fluxos de recursos

– Remuneração por Serviços Produzidos

• Pagamento direito aos prestadores estatais ou

privados contratados e conveniados

– Remuneração de Internações Hospitalares (AIH)

– Remuneração de Procedimentos Ambulatoriais de

Alto Custo / Complexidade (APAC)

NOB 96

• Outros fluxos de recursos

– Remuneração Transitória por Serviços Produzidos

• Municípios sem gestão semiplena

– Fatores de Incentivo e Índices de Valorização

• Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e

da Pesquisa em Saúde (FIDEPS) e Índice de

Valorização Hospitalar de Emergência (IVH-E)

NOB 96

• Custeio das Ações de Vigilância Sanitária

– Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo

– Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS)

– Índice de Valorização do Impacto em Vigilância

Sanitária (IVISA)

– Programa desconcentrado de Ações de Vigilância

Sanitária (PDAVS)

– Ações de Média e Alta Complexidade em Vigilância

Sanitária

NOB 96

Mais de 100

modalidades de

transferência de

recursos

Pacto pela Saúde (2006)

Pacto pela Vida

Pacto pela Defesa do SUS

Pacto de Gestão

Portaria GM/MS nº 204 de 29/01/2007

SUS

Regulamenta o financiamento e a transferência

dos recursos federais para as ações e os serviços

de saúde, na forma de blocos de financiamento,

com o respectivo monitoramento e controle.

Blocos de financiamento

SUS

• Os blocos de financiamento são constituídos por

componentes, conforme as especificidades de

suas ações e dos serviços de saúde pactuados.

• Os recursos referentes a cada bloco de

financiamento devem ser aplicados nas ações e

serviços de saúde relacionados ao próprio bloco

Blocos de financiamento

SUS

– Fica vedada a utilização dos recursos para

pagamento de :

– servidores inativos

– servidores ativos, exceto aqueles

contratados exclusivamente para

desempenhar funções relacionadas aos

serviços relativos ao respectivo bloco,

previsto no Plano de Saúde

Blocos de financiamento

SUS

• Gratificação de função de cargos

comissionados, exceto aqueles diretamente

ligados às funções relacionadas aos serviços

relativos ao respectivo bloco, previsto no Plano

de Saúde

• Pagamento de assessorias / consultorias

prestadas por servidores públicos pertencentes

ao quadro do próprio Estado ou município

Blocos de financiamento

SUS

• Obras de construções novas, exceto as que se

referem a reformas e adequações de imóveis já

existentes, utilizados para a realização de ações

e/ou serviços de saúde.

Políticas de saúde

SUS

Quais são os blocos?

I – Atenção Básica

II – Atenção de Média e Alta Complexidade

Ambulatorial e Hospitalar

III – Vigilância em Saúde

IV – Assistência Farmacêutica

V – Gestão do SUS

I – Bloco da Atenção Básica

SUS

• 2 componentes:

– Piso de Atenção Básica (PAB) fixo

– Piso de Atenção Básica (PAB) variável

I – Bloco da Atenção Básica

SUS

• PAB fixo

– Valor de R$ 10,00 a R$ 18,00 por habitante

• Portaria 1902, de 9 de julho de 2011

– Valores até R$ 23,00

• Municípios até 50 mil habitantes e pontuação

I – Bloco da Atenção Básica

SUS

• PAB variável

- Saúde da Família

- Agentes Comunitários de Saúde

- Saúde bucal

- Compensação de especificidades regionais

- Fator de Incentivo de Atenção Básica aos povos

indígenas

- Incentivo para Atenção à Saúde Penitenciária

- Saúde do Adolescente em conflito com a Lei

- Outros que venham a ser instituídos

II – Bloco de Atenção de Média e Alta

Complexidade Ambulatorial e Hospitalar

SUS

2 componentes:

1. Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade

2. Fundo de Ações Estratégicas e compensação

II – Bloco de Atenção de Média e Alta

Complexidade Ambulatorial e Hospitalar

SUS

1. Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade –

MAC

– CEO (Centro de Especialidade Odontológica)

– Laboratório de Prótese Dentária

– SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)

– CRST (Centro de Referência em Saúde do

Trabalhador)

II – Bloco de Atenção de Média e Alta

Complexidade Ambulatorial e Hospitalar

SUS

1. Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade –

MAC

– Adesão à Contratualização dos Hospitais de

Ensino, Hospitais de Pequeno Porte e Hospitais

Filantrópicos

– Incentivo de Integração do SUS – INTEGRASUS

– FIDEPS (Fator de Incentivos ao Desenvolvimento do

Ensino e Pesquisa Universitária em Saúde)

– Programa de Incentivo de Assistência à População

Indígena – IAPI

– Outros que venham a ser criados

II – Bloco de Atenção de Média e Alta

Complexidade Ambulatorial e Hospitalar

SUS

2. Fundo de Ações Estratégicas e compensação -

FAEC

O FAEC será composto pelos seguintes itens:

– CNRAC (Central Nacional de Regulação de Alta

Complexidade)

– Transplantes e procedimentos vinculados

– Ações estratégicas ou emergenciais, de caráter

temporário e implementados c/ prazo pré-definido

– Novos procedimentos não existentes na tabela

– Cirurgias eletivas de Média Complexidade (projetos)

III – Bloco de Vigilância em Saúde

SUS

1 Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde –

- Subsistema de vigilância epidemiológica em âmbito

hospitalar

- Laboratórios de saúde pública

- Atividades de promoção à saúde

- Registro de Câncer de base populacional

- Serviço de verificação de óbitos

- Campanhas de vacinação

III – Bloco de Vigilância em Saúde

SUS

1 Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde –

– Monitoramento de resistência a inseticidas p/ o Aedes

aegypti

– Contratação dos agentes de campo

– AIDS/DST

– Recursos federais de acordos internacionais:

• Fortalecimento da Gestão da Vigilância em

Saúde (VIGISUS II)

• Programa DST/AIDS

III – Bloco de Vigilância em Saúde

SUS

2. Vigilância Sanitária

- Ações de Vigilância Sanitária – denominado

TFVISA

IV – Bloco de Assistência Farmacêutica

SUS

1. Componente Básico

- parte financeira fixa: valores per capita para aquisição

de medicamentos da AB; contrapartida municipal e

estadual;

- parte financeira variável: valores per capita para

aquisição de medicamentos para programas de HAS, DM,

asma, rinite, saúde mental, saúde da mulher, alimentação e

nutrição e combate ao tabagismo

IV – Bloco de Assistência Farmacêutica

SUS

Componente Estratégico

- Controle de endemias: tuberculose, hanseníase,

malária, leishmaniose, doença de Chagas e outras doenças

endêmicas

- anti-retrovirais do programa DST/AIDS

- sangue e hemoderivados

- imunobiológicos

IV – Bloco de Assistência Farmacêutica

SUS

Medicamentos de Dispensação Excepcional

- responsabilidade do Ministério da Saúde e Estados

- dispensação por meio de APAC (Autorização para

Procedimento de Alta Complexidade)

V – Bloco de Gestão do SUS

SUS

1. Qualificação da Gestão do SUS - ações de:

– Regulação, controle, avaliação, auditoria e

monitoramento

– Planejamento e orçamento

– Programação

– Regionalização

– Gestão do trabalho

– Educação em saúde

– Incentivo à participação e controle social

– Informação e informática em saúde

– Estruturação de serviços e organização de assistência

farmacêutica

V – Bloco de Gestão do SUS

SUS

• 2. Implantação de Ações e Serviços de Saúde

– Implantação de CAPS

– Qualificação de CAPS

– Implantação de Residências Terapêuticas

– Fomento para redução de danos em CAPS AD

– Inclusão social pelo trabalho

– Implantação de CEO

– Implantação de SAMU

– Reestruturação dos Hospitais Colônias de Hanseníase

– Implantação de CRST

– Adesão à contratualização dos Hospitais de Ensino

– Outros que venham a ser criados

Portaria 836, de 23 de abril de 2009

SUS

– Insere o Bloco de Investimentos na Rede de

Serviços de Saúde na composição dos blocos

de financiamento relativos à transferência de

recursos federais para as ações e os serviços

de saúde no âmbito do SUS.

Financiamento em Saúde

Módulo 3 – Organização do financiamento da

saúde pública no Brasil

PÓS-GRADUAÇÃO AUPEX

REGULAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA

NOS SERVIÇOS DA SAÚDE

Itajaí, março de 2012

top related