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SUBCOMISSÃO DO TRIGO
RELATÓRIO FINAL
RELATOR: DEPUTADO HEITOR SCHUCH
Porto Alegre, Junho/04
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
COMPOSIÇÃO
RELATOR
Deputado Heitor Schuch (PSB)
MEMBROS
Deputado Edemar Vargas (PTB)
Deputado Elvino Bohn Gass (PT)
Deputado Frei Sérgio Gorgen (PT)
Deputado Iradir Pietroski (PTB)
“ ...se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, ele fica só; mas se morrer,
produz muito fruto...”
(João 12.24)
Agradecimentos
Agradecemos às entidades e autoridades que representam o setor em nível estadual e federal
que colaboraram com esta pesquisa, dentre as quais, Apassul, Banco do Brasil, Banrisul,
Bolsa de Valores do RS, Conab, Embrapa, Fetag, Farsul, Fecoagro, Sinditrigo, Secretaria de
Estado da Agricultura e Abastecimento, Ministério da Agricultura, Pecuária e
Cooperativismo. Agradecer em especial a Comissão de Agricultura Pecuária e
Cooperativismo desta Casa pela parceria e ajuda dispensados através da assessoria e de seu
Presidente, Deputado Jerônimo Göergen. Agradecer aos demais colegas da Subcomissão
pelo apoio e trabalho desenvolvidos em conjunto.
ÍNDICECOMPOSIÇÃO.......................................................................................................................................................1
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS...........................................................................................................................4
1.1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................... 41.2 HISTÓRICO...........................................................................................................................................................71.3 OBJETIVOS...........................................................................................................................................................9
1.3.1 objetivo geral........................................................................................................................................... 91.3.2 objetivos específicos.................................................................................................................................9
1.4 DURAÇÃO DOS TRABALHOS...................................................................................................................................10
2 TRIGO - CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA E DEMANDA....................................................................11
2.1 CENÁRIO DA OFERTA E DEMANDA MUNDIAL DO TRIGO...............................................................................................112.2 OFERTA E DEMANDA DO BRASIL........................................................................................................................... 122.3 OFERTA E DEMANDA NO RS................................................................................................................................. 132.4 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO................................................................................................................................ 182.5 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NO RS...................................................................................................................... 18
3 RESUMO DAS REUNIÕES E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS.......................................................................... 19
3.1 EM 15-12-2003: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA UNIDADE DA COTRISOJA EM SELBACH.................. 203.2 EM 15-12-2003: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA DE VEREADORES DE GIRUÁ.....................213.3 EM 25-02-2004: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA EMBRAPA PASSO FUNDO............................................24
3.3.1 MANEJO ...............................................................................................................................................263.3.2 CULTIVARES........................................................................................................................................ 263.3.3 ZONEAMENTO AGRÍCOLA.................................................................................................................273.3.4 MELHORAMENTO E QUALIDADE ALIMENTAR..............................................................................273.3.5 SISTEMA DE PLANTIO DIRETO.........................................................................................................273.3.6 PROGRAMA MIPGRÃOS ARMAZENADOS........................................................................................ 273.3.7 A QUESTÃO DO CONTROLE DE DOENÇAS ....................................................................................283.3.8 PARCERIAS...........................................................................................................................................283.3.9 TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA.................................................................................................28
3.5 REUNIÃO COM O PRESIDENTE DA APASSUL.................................................................................... 303.6 EM 12 /04/2004 - REUNIÃO DIREÇÃO DA FUNDACEP.......................................................................333.7 AUDIÊNCIA COM O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO ......................................................... 35 ............................................................................................................................................................................36
4 TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO COM AS ENTIDADES ...................................................................37
4.1 FETAG/RS......................................................................................................................................................... 37 4.2 FECOAGRO/RS ......................................................................................................................................... 394.3 SINDITRIGO .............................................................................................................................................. 424.4 FARSUL........................................................................................................................................................45
1LOGÍSTICA E INFRA-ESTRUTURA PARA O TRIGO............................................................................. 46
5.1 CONTRIBUIÇÃO DA BOLSA DE MERCADORIA E CORRETORES SOBRE COMERCIALIZAÇÃO DO TRIGO .........................................................................................................................................................485.2 FORMAÇÃO DE PREÇOS .........................................................................................................................495.3 SUGESTÕES E PROPOSTAS..................................................................................................................... 505.4 PERFIL DO SETOR DE PANIFICAÇÃO NO ESTADO........................................................................... 50
6 RESUMO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS TRITICULTORES E DEMAIS ELOS DA CADEIA TRIGO NO RIO GRANDE DO SUL..............................................................52
6.1 NA VISÃO DOS PRODUTORES DE TRIGO............................................................................................ 526.1.1 PRODUÇÃO..........................................................................................................................................52
6.1.1.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................526.1.2 MERCADO............................................................................................................................................ 53
6.1.2.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS ............................................................................................................................536.1.3 PROGRAMA DE INCENTIVO À PRODUÇÃO DE TRIGO................................................................. 546.1.3.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS ................................................................................................................ 54
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
6.1.4 PREÇO MÍNIMO...................................................................................................................................55 6.4.1.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................55
6.1.5 SEGURO AGRÍCOLA............................................................................................................................55 6.1.5.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................56
6.1.6 CRÉDITO RURAL................................................................................................................................. 56 6.1.6.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................56
6.1.7 NOVAS CULTIVARES ..........................................................................................................................56 6.1.7.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................56
6.1.8 CLASSIFICAÇÃO DO TRIGO.............................................................................................................. 57 6.1.8.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS............................................................................................................................57
6.1.9 PESQUISA E EXTENSÃO RURAL........................................................................................................58 6.1.9.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................58
6.1.10 CUSTO DE PRODUÇÃO DO TRIGO................................................................................................ 58 6.1.10.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS...........................................................................................................................58
6.2 NA VISÃO DA INDÚSTRIA DE TRIGO................................................................................................... 596.2.1 AUMENTO NA DEMANDA ................................................................................................................. 59
6.2.1.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................596.2.2 INTEGRAÇÃO DA CADEIA TRIGO.....................................................................................................59
6.2.2.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................606.2.3 TRIBUTAÇÃO .......................................................................................................................................60
6.2.3.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................606.2.4 QUALIDADE DO TRIGO GAÚCHO....................................................................................................60
6.2.4.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................616.2.5 QUALIFICAR RECURSOS HUMANOS................................................................................................61
6.2.5.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................616.2.6 INFRA-ESTRUTURA E LOGÍSTICA.................................................................................................... 61
6.2.6.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................626.2.7 DESVANTAGEM COMPETITIVA ........................................................................................................62
6.2.7.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS.............................................................................................................................62
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ..................................................63
ANEXOS................................................................................................................................................................ 71
ANEXOS................................................................................................................................................................ 71
ANEXO I – TABELA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO.......................................................... 72
ANEXO II – EVOLUÇÃO DO PREÇO MÉDIO NOMINAL MENSAL DO TRIGO.................................. 73
ANEXO III – COMPARATIVO DO CUSTO/RENTABILIDADE................................................................. 74
ANEXO IV – DEMONSTRATIVO DO CUSTO DE PRODUÇÃO................................................................ 75
ANEXO V – DOCUMENTOS ENCAMINHADOS A ENTIDADES.............................................................. 76
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO,.................................................................................................................... 76
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO, ..............................................................................................80
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO, ..............................................................................................80
OF. GAB. Nº .116/04 PORTO ALEGRE, 05 DE MAIO DE 2004..................................................................82
OF. GAB. Nº .116/04 PORTO ALEGRE, 05 DE MAIO DE 2004..................................................................82
EXCELENTÍSSIMO SENHOR,................................................................................................................................... 82
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 INTRODUÇÃO1.1 INTRODUÇÃO
O pão permeia toda a história do Homem, principalmente pelo seu lado
religioso. É o símbolo da vida, alimento do corpo e da alma, símbolo da partilha. Foi
sublimado na multiplicação dos pães, na Santa Ceia, e até hoje simboliza a fé, na missa
católica – a hóstia.
O trigo desempenhou e ainda exerce um importante papel no processo de
desenvolvimento da agricultura gaúcha e da economia do Rio Grande do Sul. Apesar dos
problemas enfrentados pelos produtores ao longo de sua história, ainda continua sendo uma
das principais alternativas de cultivo no inverno.
A triticultura gaúcha passou por duas fases distintas. A primeira, durante o
período de subvenção à produção e à comercialização. No período onde eram praticados
subsídios, os produtores de trigo recebiam preços acima dos praticados no mercado
internacional.
O segundo período caracterizou-se a partir dos anos 90, pelo fim da política de
incentivos e proteção para a cultura, jogando o mesmo na competição do mercado
internacional e como moeda de troca especialmente no Mercosul, acarretando uma
significativa queda na produção nacional.
Durante muitos anos, vários fatores foram apontados como causadores dos
altos e baixos na produção do cereal no Estado. A falta de liquidez no mercado, doenças,
fatores climáticos, altos custos de produção, preços baixos, armazenagem deficiente,
qualidade do produto, juros elevados, tributação excessiva, concorrência externa entre outros,
influenciaram negativamente na produção.
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
O avanço da tecnologia fez com que vários problemas enfrentados fossem
eliminados ao longo do tempo, favorecendo os produtores no cultivo do trigo. Atualmente, os
produtores alegam que, fora o problema de ordem climática, o fator mercado tem sido a
principal causa dos altos e baixos no cultivo do trigo em nosso Estado. Os acordos e tratados
comerciais, na maioria das vezes, dificultaram e inibiram maiores investimentos que são
fundamentais e necessários para dar competitividade ao trigo gaúcho e brasileiro.
No final dos anos 80 e início da década de 90, o país foi submetido a uma nova
abertura comercial que abalou a já fragilizada triticultura gaúcha e brasileira. Até então, o
Estado era detentor do monopólio da compra de todo o trigo. Em 21 de novembro de 1990,
através da lei 8.096, decretou-se a saída do complexo agroindustrial do trigo.
Embora o Estado reconheça a importância do cultivo do trigo, pouco tem sido
realizado para inserir o cereal no patamar que merece dado sua importância sócio-econômica.
A influência do mercado externo, o fator clima, os baixos preços no mercado interno, a falta
de um seguro que garanta uma renda mínima, os problemas de armazenagem e logística, a
infra-estrutura ineficiente, os altos custos de fretes, os altos custos de produção, a
concorrência desleal, os preços subsidiados no mercado internacional, as taxas de juros e
prazos de pagamento diferenciados deixaram os produtores gaúchos sem condições de
competir tanto no mercado interno como externo nos últimos 15 anos.
Nas últimas duas safras, os produtores do Rio Grande do Sul e do Brasil
voltaram a investir na cultura, onde os gaúchos praticamente dobraram o volume de produção
na safra 2003. Os fatores que contribuíram para isso foram a redução da produção mundial de
trigo, as políticas internas de governo com adoção de instrumentos de apoio à
comercialização tais como: o aporte de recursos para crédito de custeio e comercialização,
elevação do preço mínimo, lançamento de contratos de opção, LEC (Linha Especial de
Comercialização), PEP (Prêmio para Escoamento de Produto), aquisição direta da agricultura
familiar, entre outros.
Mesmo com adoção das medidas acima relacionadas, não foram garantidos
preços remuneradores e liquidez na comercialização da safra gaúcha, frustrando os
produtores, apesar do desempenho expressivo na produção, resultado do ganho de
produtividade.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Frente às dificuldades acima relacionados, houve a necessidade de verificar se
os principais entraves e gargalos que a cadeia do trigo vem enfrentando e que tem impedido a
sustentabilidade na produção do cereal no Estado.
A instalação da Subcomissão do Trigo da Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul teve como foco verificar as causas da fragilidade na produção e
comercialização do trigo, apurando as causas e possíveis soluções para o setor, numa visão de
integração entre todos os elos da cadeia agroindustrial do cereal, com a finalidade de
fomentar de forma conjunta a produção e o abastecimento do mercado gaúcho e brasileiro, e,
caso for necessário, o mercado externo.
O referido estudo parte da análise do comportamento dos preços da matéria-
prima praticados no mercado, dos custos de produção, das medidas de apoio de políticas
públicas, das políticas de abastecimentos, da tributação, do crédito, da concorrência desleal e
das dificuldades na logística.
As verificações e proposições aqui apresentadas têm como objetivo colaborar
para a expansão e continuidade da atividade tritícola, diante do desafio atual de conseguir-se a
inserção competitiva do triticultor gaúcho em uma economia globalizada, assegurando
remuneração ao produtor de trigo. A garantia de renda só se dará através da conquista de
novos mercados. Esse é nosso maior desafio: conquistar mercados internos e externos e sua
continuidade.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
1.2 HISTÓRICO1.2 HISTÓRICO
Em 23 de outubro de 2003, ocorreu reunião na Comissão de Agricultura
Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa com os representantes da cadeia trit no
Rio Grande do Sul, para tratar sobre a comercialização da safra 2003 de trigo. Uma das
deliberações da Comissão foi a de criar uma Subcomissão para tratar da cadeia trigo no
Estado. Em 30 de outubro de 2003, em reunião extraordinária da Comissão de Agricultura,
Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, foi
apreciado o requerimento do Deputado Heitor Schuch, solicitando a constituição de uma
Subcomissão do Trigo.
Na data de 27 de novembro, antes da reunião ordinária da Comissão de
Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa, na Sala José Antônio
Lutzenberger, foi instalada a Subcomissão do Trigo, originando a RDI nº 117 /2003, e
processo nº 20777/01.00 03-1, designando os membros titulares e suplentes. Foi designado o
Relator, Deputado Heitor Schuch eos Deputados Iradir Pietroski, Elvino Bohn Gass, Frei
Sérgio Görgen e Edemar Vargas.como integrantes da Subcomissão. A Subcomissão realizou
três reuniões de trabalho no interior do Estado: a primeira em Selbach, a segunda em Giruá e
a terceira em Passo Fundo – regiões com destaque na produção de trigo.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
Reunião de instalação da Subcomissão
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Uma série de documentos e sugestões foram apresentados pelas lideranças dos
produtores, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Sindicatos Rurais e cooperativas, Câmaras de
Vereadores, produtores e técnicos. Dos documentos e relatos colhidos, das apresentações
assistidas, foram colhidos dados, sugestões, posicionamentos, denúncias e proposições, que
possibilitaram a conclusão e os encaminhamentos que fazem parte do relatório final da
Subcomissão do Trigo.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
1.3 OBJETIVOS1.3 OBJETIVOS
1.3.1 OBJETIVO GERAL
Apresentar, descrever e apontar os principais problemas que atingem a
comercialização da safra gaúcha de trigo, com a finalidade de sugerir soluções possíveis.
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar e apurar os principais aspectos ligados à competitividade da cadeia produtiva
do trigo no Rio Grande do Sul.
• Apurar os freqüentes problemas na comercialização das safras enfrentados pelos
produtores, apurando as causas dos baixos preços, bem como avaliar a formação dos
preços no mercado, comportamento dos custos de produção para os produtores, as
importações realizadas pela indústrias gaúchas anualmente.
• Identificar os principais gargalos e entraves históricos que a cadeia produtiva do trigo
enfrenta em relação à disponibilidade de crédito, logística, armazenagem, assistência
técnica, tecnologia, classificação, tributação, pesquisa e extensão rural, taxas de juros,
instrumentos de comercialização, intervenção do poder público, seguro agrícola, Proagro,
fatores climáticos.
• Avaliar a importância econômica e social da cultura do trigo para o Estado do Rio Grande
do Sul, verificando as inter-relações e impactos que existem com outras culturas de verão
e demonstrar as possíveis conseqüências que o aumento ou redução da área e produção
podem causar para a economia gaúcha e aos produtores.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
1.4 DURAÇÃO DOS TRABALHOS1.4 DURAÇÃO DOS TRABALHOS
A Subcomissão do Trigo foi instalada no dia 27 de novembro de 2003, e teve
como data prevista para seu encerramento o dia 15 de junho de 2004, respeitando assim os
cento e vinte dias regimentais.
O RDI nº 117/2003 regulamenta esta Subcomissão e consta, na íntegra, nos
anexos do presente relatório.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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2 TRIGO - CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA E DEMANDA2 TRIGO - CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA E DEMANDA
Julgamos importante descrever de forma sucinta o quadro de oferta e demanda
no mundo, no Brasil e no Estado do Rio Grande do Sul, para evidenciar a importância que o
cereal tem para a segurança alimentar para 9 milhões de gaúchos e de 170 milhões de pessoas
só no Brasil e para mais de 6 bilhões de pessoas em todo o mundo .
O cenário de oferta de demanda contém uma série de informações que, há
anos, vem preocupando os produtores de trigo em nosso Estado. Para tanto, é através da
avaliação e interpretação dos dados que pode-se buscar alternativas para a retomada ou não da
produção deste importante cereal e por políticas públicas de apoio à triticultura gaúcha e
nacional. Os dados mostram que há anos o Brasil produz volume insuficiente para garantir a
necessidade interna de trigo, porém, existem razões que fazem com que continuemos
produzindo menos que a demanda e o produtor enfrentando problemas no momento da venda
da safra.
2.1 CENÁRIO DA OFERTA E DEMANDA MUNDIAL DO TRIGO2.1 CENÁRIO DA OFERTA E DEMANDA MUNDIAL DO TRIGO
A tabela 1 mostra dados mundiais de produção, importação, consumo,
exportação e estoque final de trigo em milhões de toneladas. A produção mundial de trigo
estimada em 588,7 milhões de toneladas para a safra 2004/2005, ou seja, um acréscimo em
relação ao ano anterior. Os dados da safra 2003/2004 mostram que esta é uma das menores
safras mundiais de trigo nos últimos cinco anos.
As projeções para os estoques indicam uma queda de 4% para safra 2004/2005.
Já pelo lado do consumo, houve uma pequena recuperação. Importante ressaltar que a partir
da safra 2000/2001 a produção mundial de trigo está sendo inferior ao consumo,
consequentemente os estoques foram reduzindo-se. O volume de exportações anuais nos
últimos cinco anos foi da ordem de 105 milhões de toneladas, com tendência de redução para
patamares de 100 milhões de toneladas nos próximos anos, representando uma queda superior
a 5% no comércio mundial de trigo. A tendência para o trigo gaúcho para os próximos anos é
de manter o mercado externo conquistado na última safra, onde exportamos mais de 1,3
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
milhão de toneladas de trigo. Além disso, o Estado tem plenas condições de gerar oferta de
trigo para abastecer o mercado interno. O que vai definir o destino da produção serão os
níveis de preços.
Os principais países exportadores são Argentina, Canadá e Austrália, que
exportam em torno de 70% de suas produções internas, demonstrando grande competitividade
na produção deste cereal, embora em alguns deles é preciso considerar os subsídios dados aos
produtores .
Tabela 1- . Oferta e demanda mundial de trigo em milhões de toneladasSafra Estoque Produção Importação Consumo Exportação Estoque
Inicial Final
1998/99 191,8 589,9 102,0 579,3 102,0 202,4
1999/00 202,4 585,2 112,7 584,4 112,7 208,9
2000/01 208,9 581,4 104,0 583,8 104,0 206,4
2001/02 206,4 580,8 110,8 585,4 110,8 201,9
2002/03 201,9 566,9 110,0 601,7 110,0 167,1
2003/04( 1) 167,1 549,6 103,6 587,9 103,6 128,8
2004/05 ( 2 ) 164,1 588,7 101,6 594,2 101,6 123,3Fonte: World Agricultural Supply and Demand/USDA - maio/2004(1) Estimativa
(2) Previsão
OBS: Os estoques iniciais de um ano/safra não são necessariamente conincidentes aos estoquesfinais do ano/safra anterior, e refletem as ifnormações contidas na base de dados do USDA.
2.2 OFERTA E DEMANDA DO BRASIL2.2 OFERTA E DEMANDA DO BRASIL
A tabela 2 indica os dados fornecidos pela Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB) sobre a oferta e demanda brasileira de trigo para o período de 1998
a 2004, com base em dezembro de 2003. Importante ressaltar que os dados de produção não
são coincidentes com as estatísticas do IBGE para o período citado na tabela, mas muito
semelhantes. Cada instituição tem uma forma de levantamento dos dados. Para o IBGE, a
maior produção de trigo que o Brasil teve foi no ano de 1987, com 6.034 milhões de
toneladas. Permaneceu com uma produção inferior a 5,5 milhões até 1989 e, a partir da safra
1990, caiu para patamares da ordem de 3 milhões de toneladas, coincidentemente , data em
que caiu o monopólio da compra estatal do trigo.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
O dado mais alarmante é o volume de trigo que o Brasil importou em média
nos últimos 5 anos, da ordem de 7 milhões de toneladas e produziu, no mesmo período, um
média de 3,2 milhões de toneladas segundo a Conab, ou seja, volume para atender 30% da
demanda nacional. Não é aceitável que o Brasil, com uma população de mais de 170 milhões
de pessoas, que consome mais de 10 milhões de toneladas anuais de trigo equivalente em
grãos, e que dispõe de uma condição privilegiada de solo e clima, permaneça com o atual
quadro de oferta e demanda de trigo. Urge a necessidade da retomada da produção nacional.
Tabela 2 - Quadro de oferta e demanda trigo Brasil em mil toneladasSafra Estoque Produção Importação Supirmento Consumo Exportação Estoque
Inicial Final
1998 627 2.188 7.139 9.954 9.340 5 609
1999 609 2.403 7.718 10.730 9.975 3,2 752
2000 752 1.658 7.632 10.042 9.324 1,6 716
2001 716 3.194 7.055 10.966 10.193 2,6 770
2002 770 2.914 6.853 10.538 9.770 3,7 764
2003 764 5.851 5.070 11.732 10.111 1.303 270
2004* 270 5.900 4.970 11.139 10.111 800 228
Fonte: CONAB, - abril /2004* Estimativa
2.3 OFERTA E DEMANDA NO RS2.3 OFERTA E DEMANDA NO RS
Os dados do IBGE, mostram que o Rio Grande do Sul semeou 1.063 milhão de
hectares de trigo em 2003 e colheu 2,3 milhão de toneladas. As boas condições climáticas
favoreceram a boa produtividade conseguidas pelos produtores na safra passada, superior a 2
mil kg por hectare(vide tabela 4) A demanda estimada no Estado é de 1 milhão de toneladas
como mostra a tabela 3.
Cabe observar que as indústrias gaúchas importaram, em média, nos últimos 5
anos (tabela 5), mais de 450 mil toneladas anuais de trigo de fora do país, mais precisamente
da vizinha Argentina, nosso tradicional fornecedor. O setor industrial alega que isso é
necessário para fazer a mistura com o trigo gaúcho, para atender as necessidades do setor de
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
panificação, massas, biscoitos, uso doméstico e outros usos que exigem cada vez mais
tipificação de farinhas.
O setor industrial consome entre 800 a 950 mil toneladas/ano de trigo grão que
somado a reserva destinada para semente e outros usos num volume estimado em 180 mil
toneladas chegando a uma demanda estimada de 1,12 milhão de toneladas. Se considerarmos
que o Estado produziu nas últimas 5 safras, uma média de 1 milhão de toneladas., somadas às
importações anuais e, sem considerar os estoques remanescentes contata-se que sempre
sobrou trigo gaúcho no mercado. Nesta última safra, além da demanda anual necessária para
moagem, sobraram mais de 1,5 milhão de toneladas de trigo gaúcho.
A alternativa encontrada pelos produtores, cooperativas e comerciantes foi a
exportação. Isso gera uma insegurança entre os produtores na hora de plantar, pois, temem
não conseguir vender a safra a preços compensatórios, prática que normalmente ocorre nos
anos onde a produção supera a demanda estadual, como foi o caso da safra de 2003, onde
produzimos o dobro da safra de 2002. (vide tabela3) . Pelo quadro de oferta e demanda,
observa-se que, no Estado, nas últimas 5 safras a produção praticamente foi equilibrada com
demanda. No entanto, se levarmos em conta o volume de importação, sobraram em média
mais de 400 mil toneladas de trigo gaúcho, que todos os anos precisa ser transferido para
outros mercados seja ele interno ou externo.
Situação complicada para os produtores na medida que nossa logística é
problemática , visto que o valor do frete geralmente é elevado, tornando nosso grão menos
competitivo que o trigo importado, além de outros fatores como a tributação desigual em
alguns Estados, prazos, taxas de juros e câmbio que fazem com que os industriais moageiros
nos principais centros consumidores optem pelo trigo importado ou de outras regiões do país
em detrimento do trigo gaúcho.
O quadro atual de oferta e demanda de trigo no Estado, segundo agentes do
mercado e da FecoAgro/RS, indica que foram exportados 1,3 milhão de toneladas, mais as s
para moagem das indústrias no Estado que até maio de 2004 era da ordem de 250 mil
toneladas, significando que já foi comercializado mais de 1,5 milhão de toneladas, restando
em estoque de aproximadamente 600 mil toneladas. Esse volume está ajustado à demanda da
indústria até o final do ano, sem levar em conta as importações mensais.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
A indagação dos produtores é até quando vão permanecer com insegurança na
hora de vender a safra. Os preços médios recebidos pelo produtor de trigo, comparados com a
evolução dos custos de produção, mostra as oscilações de preços e da rentabilidade ao longo
dos anos. (vide anexo III) O comportamento dos preços do trigo nos últimos anos, demonstra
que o mesmo tem mercado garantido, na medida que os preços da paridade do cereal
importado forem desfavoráveis aos importadores.
Os dados históricos de importação de trigo pelo Rio Grade do Sul, como
mostra a tabela 03, chega a 45% da demanda o que além de gerar grande dependência
externa, gera insatisfação dos produtores e contribui para aumentar o déficit comercial.
Somente em 2003 o Brasil gastou US$ 1 bilhão de suas divisas com importação de trigo. As
450 mil toneladas importadas pelos gaúchos representaram um dispêndio de US$ 81,4
milhões.
Os gastos com importações de cada tonelada de trigo possibilitariam financiar
o equivalente a 1 hectare de custeio na qual se poderia produzir cerca de 1.800 kg/ de grão por
hectare . O Estado tem um potencial de área a ser explorada de 1,2 milhão de hectares, a uma
produtividade de 2.000 kg por hectare, poderíamos produzir um volume superior a 2,5
milhões de toneladas a cada safra se as condições climáticas fossem favoráveis.
Ainda poderíamos movimentar toda uma cadeia sócio-econômica através de
ocupação racional das terras do Rio Grande do Sul; redução dos custos das demais culturas
em rotação nas propriedades entre 15% e 20%; comercialização de insumos e máquinas e
equipamentos; ocupação de mão-de-obra – geração de empregos em todos os elos da cadeia
trigo; mais industrialização para exportação de farinhas e farelos com valor agregado
diferenciado para o mercado; contribuição para melhoria de renda gaúcha; movimentação
financeira nas comunidades; maior racionalidade e aproveitamento do sistema de
armazenagem; contribuição para redução do déficit da balança comercial; geração de tributos
para a União, Estados e municípios; mais desenvolvimento das comunidades no interior;
decentralização do desenvolvimento.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
15
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Tabela 3 : quadro de oferta e demanda de trigo no RS em mil toneladasOFERTA 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004*
Produção 1.035 590 516 725 891 1.075 1.126 2.395 2.300
Importação 300 367 350 448 602 534 438 511 400
Suprimento 1.335 957 866 1.173 1.493 1.609 1.564 2.906 2.700
DEMANDASetor Industrial 850 900 900 920 930 950 940 950 950
Reserva sementes 100 45 65 80 90 110 115 120 120
Outros(rações) 70 60 100 90 95 50 70 60 60
Demanda total 1020 1005 1065 1090 1115 1110 1125 1130 1130
Exportação 1300 1000
Estoque Final 315 83 378 499 439 476 570Fonte: Fecotrigo/FecoAgro/RS/Sinditrigo/Abitrigo/IBGE/Conab/Sesex
Tabela 4: Produção no RS e no Brasil
RIO GRANDE DO SUL BRASIL
SAFRA
AREA COLHIDA
PRODUCAO
RENDIMENTO
PH SAFRA
AREA COLHIDA
PRODUCAO
RENDIMENTO
PH
(ha) (t) (Kg/ha) MEDIO (ha) (t) (Kg/ha) MEDIO
1980 1.358.522 1.016.243 748 74,71 1980 3.122.107 2.701.613 865 76,101981 903.501 1.072.456 1.187 77,29 1981 1.920.142 2.209.631 1.151 77,851982 1.308.052 516.790 395 70,42 1982 2.827.929 1.826.945 646 74,121983 690.566 797.422 1.155 76,81 1983 1.879.078 2.236.700 1.190 76,821984 634.187 611.632 964 74,60 1984 1.741.673 1.983.157 1.139 76,691985 970.804 1.001.958 1.032 76,41 1985 2.676.725 4.320.267 1.614 79,371986 1.197.724 1.808.002 1.510 75,64 1986 3.864.255 5.689.680 1.472 76,571987 998.324 1.783.449 1.786 78,06 1987 3.455.897 6.034.586 1.746 78,921988 1.051.188 1.605.043 1.527 78,21 1988 3.476.288 5.745.670 1.653 80,401989 808.649 1.461.720 1.808 78,12 1989 3.282.319 5.555.184 1.692 75,661990 988.158 1.168.628 1.183 73,83 1990 2.680.989 3.093.791 1.154 73,971991 617.413 682.684 1.106 1991 2.049.461 2.916.823 1.423 1992 489.317 902.861 1.845 1992 1.955.621 2.795.598 1.4301993 598.312 917.325 1.533 1993 1.482.231 2.197.354 1.4821994 554.129 806.983 1.456 1994 1.348.853 2.096.259 1.5541995 270.247 334.525 1.238 1995 994.734 1.533.871 1.5421996 587.368 1.035.481 1.763 1996 1.795.985 3.292.759 1.8331997 478.209 590.622 1.235 1997 1.521.545 2.489.070 1.6361998 384.614 516.636 1.343 1998 1.408.852 2.269.847 1.6111999 396.931 725.953 1.829 1999 1.249.764 2.461.856 1.9702000 557.145 891.409 1.600 2000 1.138.687 1.725.792 1.5162001 613.131 1.075.912 1.755 2001 1.727.392 3.364.949 1.9482002 794.187 1.126.624 1.419 2002 2.043.983 2.925.890 1.4312003 1.063.194 2.395.554 2.253 2003 2.488.149 5.899.795 2.371
IBGE- Abril/04 IBGE- Fev/04
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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SAFRA PRODUÇÃO DEMANDA IMPORTAÇÃO PREÇO DISPÊNDIO(em milhões/t) (em milhões/t) (em mil/t) ( em US$/t) ( em milhões)
1996 1.035.481 1.020.000 411.000 217,00 89.187.000,00
1997 590.622 1.040.000 368.000 162,69 59.869.920,00
1998 516.636 1.050.000 602.000 125,00 75.250.000,00
1999 725.953 1.050.000 448.000 120,00 53.760.000,00
2000 891.409 1.090.000 596.682 115,39 68.851.135,98
2001 1.075.912 1.050.000 533.428 131,69 70.247.133,32
2002 1.126.624 1.100.000 411.381 146,49 60.263.202,69
2003 2.395.554 1.100.000 511.162 159,16 81.356.543,92
Fonte: SECEX- FECOAGRO/RS- IBGE- CONAB
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
Trigo - RS
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
3.000.000
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
ha -
t
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
Kg/h
a
Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)
Trigo - Brasil
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
ha -
t
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
Kg/
haÁrea Colhida (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)
Tabela 5: Dispêndio com importação no RS
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
2.4 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO2.4 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
No Rio Grande do Sul existe uma capacidade instalada nas unidades industriais
de moagem de 2,1 milhões de toneladas, que transformam aproximadamente 900.000
toneladas de trigo grão. Praticamente 70% da matéria-prima industrializada é consumida no
Estado, o restante 30% é destinada a outros mercados no país. Segundo dados do setor de
panificação, existia no Brasil em 1998 52.000 padarias, sendo que aproximadamente 20%
delas localizavam-se na região sul. A demanda nacional de farinha de trigo por segmento de
mercado tinha a seguinte composição:segmentos panificação, 55%, uso doméstico 17%, usada
na fabricação de massas 15%, destinado a biscoitos 11% e outros usos 2%. A demanda de
farinha para panificação nas pequenas padarias as consideradas artesanais, era na faixa de
82% , enquanto que os supermercados absorviam 18%. O segmento de biscoitos e massas na
metade da década de 90 absorviam 5% e 10% respectivamente da farinha consumida no país.
Na tabela 3 deste estudo, verifica-se que a média de importação pelo Estado do
Rio Grande do Sul foi de 524 mil toneladas nos anos de 2000, 2001 e 2002, representando
um dispêndio superior a U$$ 70 milhões de dólares. Em nível de Brasil as importações nos
últimos anos ultrapassaram o volume de 7 milhões de toneladas, gerando um gasto superior a
800 milhões de dólares.
Cada vez mais a pesquisa precisa desenvolver variedades que atendam à
segmentação de mercado, assim o Brasil caminhará para uma redução efetiva da dependência
do trigo importado.
2.5 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NO RS2.5 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NO RS
O trigo se constitui na principal cultura de inverno no Rio Grande do Sul. A
retomada do cereal como atividade estratégica para o setor agrícola gaúcho é relevante, dada a
geração de empregos em toda a cadeia produtiva. Conforme os dados do Censo Agropecuário
(IBGE, 1985), naquele ano, existiam no Estado 83.245 agricultores que cultivavam trigo, com
uma área média de 1,4 ha por produtor. Uma década depois o Censo de 1995/96 do IBGE
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
18
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
revelou que o número de triticultores no Estado reduziu-se para 33.677, ou seja, uma queda de
60%, com uma área média colhida de 9,89 hectares.
Neste ano de 2003 certamente aumentou o número de agricultores que
produziram trigo. O dados do censo apontaram ainda que 82,89% dos produtores tinham
imóveis com área abaixo de 50 hectares. Os números indicam a importância estratégica que a
retomada do trigo exercerá para os agricultores familiares. Segundo estudo “Série Realidade
Rural” que trata do Trigo, volume 32 , “o aumento da área cultivada nas últimas safras trouxe
para a atividade trigo 48.020 estabelecimentos que não se ocupavam com a triticultura por
ocasião do censo de 1995/96”. O mesmo estudo estima que em 2002 aproximadamente
81.696 estabelecimentos foram envolvidos no cultivo dos 794.187 hectares ocupados com
trigo no Estado.
Esse quadro justifica plenamente o esforço de todos os integrantes da cadeia
produtiva, produtores, indústrias, consumidores e governos pela retomada da atividade trigo
.Das 52.000 padarias que existiam no Brasil em 1998, 20% delas localizavam-se na região
sul. Pode-se inferir que somente no Rio Grande do Sul temos mais de 5.500 estabelecimentos
funcionando, que por sua vez desempenham um papel social importante na geração de mais
de 40 mil empregos segundo o Sindipan. Por outro lado, não está computado o número de
empregos gerados na industrialização da farinha, no setor de transporte, na distribuição e
outros setores envolvidos na cadeia como um todo. Considerando apenas o valor bruto da
produção (VBP) anual , somente no ano de 2003, com uma produção gerada de 2.3 milhões
toneladas a um preço médio de R$ 429,00 a tonelada, tivemos um VBP de R$
986.700.000,00. Somando os valores gastos com insumos básicos, com máquinas e
implementos agrícolas, os valores ultrapassam o giro de R$ 1 bilhão a cada safra. Importante
ressaltar que a cada 15 hectares cultivados, é gerado um emprego.
3 RESUMO DAS REUNIÕES E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS3 RESUMO DAS REUNIÕES E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
19
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
3.1 EM 15-12-2003: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA UNIDADE DA3.1 EM 15-12-2003: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA UNIDADE DA
COTRISOJA EM SELBACHCOTRISOJA EM SELBACH
A audiência teve como objetivo avaliar e debater os baixos preços do trigo
safra 2003 e alternativas de comercialização da safra, frente ao mercado sem interesse de
compra de trigo gaúcho, e foi presidida pelo Deputado Heitor Schuch , relator da
Subcomissão de trigo. A mesa dos trabalhos foi composta, além do Deputado, pelos senhores,
Darci Hartmann, Prefeito municipal de Selbach, Inque Schneider,. presidente dos Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Selbach, representando os sindicatos da região e Fetag/RS,
gerente do Banco do Brasil de Selbach e Aurélio Vicari, presidente da Cotrisoja de Tapera.
Participaram da reunião os representantes dos Sindicato de Trabalhadores Rurais de Fortaleza
dos Valos, Tapera, Ibirubá, Não-Me-Toque e produtores de trigo da região.
O encontro teve a seguinte pauta:
• Avaliação do cenário nacional do mercado de trigo;
• Avaliação medidas de apoio à comercialização do trigo no RS;
• Ouvir as entidades e lideranças dos produtores e demais integrantes da cadeia trigo sobre a
comercialização da atual safra e perspectivas para safra 2004.
Síntese das Avaliações:
Repetiu-se novamente a falta de liquidez na venda da safra de trigo em 2003.
O produtor foi induzido a aumentar a área plantada, frente os bons preços
praticados no mercado, e dado o significativo aumento no preço mínimo para vigorar na safra
2003.
Na região do Alto Jacuí, os produtores estão frustados frente aos baixos preços
ofertados no mercado, sendo que a média praticada estava na faixa de R$ 20,00 a saca,
abaixo do preço mínimo e inferior à paridade com o trigo importado e muito aquém do custo
de produção de R$ 25,00 a saca.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
20
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Na avaliação da Cotrisoja de Tapera, o preço só não foi menor graças às
exportações previstas. As principais reivindicações e os encaminhamentos apresentadas pelos
presentes foram :
a) Intervenção junto ao Ministério da Agricultura para implementação de instrumentos de comercialização que possam reverter os baixos preços de trigo praticados no mercado gaúcho, da ordem de R$ 20,00 a saca, abaixo do preço mínimo e da paridade do trigo importado.
b) Que o Governo Federal garanta efetivamente o preço mínimo para os agricultores familiares;
c) Que o governo Federal, através da CONAB, e Ministério de Segurança Alimentar e Combate à Fome ( MESA) inclua o trigo na compra direta de toda a produção da agricultura familiar, para garantir renda e recompor estoques estratégicos do Governo Federal, para colocação no Programa Fome Zero.
d) Que o governo do Estado coloque os armazéns da Cesa à disposição dos produtores para formação de estoques estratégicos do Governo Federal, ou arrende para os produtores ou cooperativas.
e) Implantação imediata do seguro renda para os agricultores ( seguro agrícola);
f) Preservar e desenvolver variedades que atendam as demandas da indústria e setor de consumo de farinha e derivados do trigo;
g) Que o governo destine recursos para estudos sobre variedades de trigo que seja resistente a doenças e resistente a chuvas, ou até mesmo pesquisa de trigo transgênico se necessário para dar resistência ao trigo gaúcho;
h) Continuar abrindo mercados em nível internacional para Exportação do trigo gaúcho como forma de garantir melhor preço ao produtor;
i) Iniciar o debate e a inclusão do trigo nos negócios via Bolsa de Mercadorias, transformando em moeda de troca ou melhor, ser mais um instrumento de apoio ao financiamento da safra;
j) A cadeia produtiva do trigo, juntamente com os governos federal e estadual, tem que desenvolver ou colocar em prática um Plano Estratégico para a triticultura brasileira;
k) Criar linha de crédito de apoio à pesquisa e aos produtores para segmentação e segregação do trigo no Estado já para próxima safra.
3.2 EM 15-12-2003: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA DE3.2 EM 15-12-2003: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA DE
VEREADORES DE GIRUÁVEREADORES DE GIRUÁ
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
A audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores de Giruá e contou
com a presença das seguintes entidades: Cotap- Cooperativa Triticola de Giruá – LTDA,
Cotrirosa- Cooperativa Triticola de Santa Rosa, Câmara de Vereadores de Giruá, Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Giruá, Banrisul – Agência de Giruá, Sindicato Rural de Giruá,
Banco do Brasil, Agência de Giruá, Emater- Escritorio de Giruá, Coopermil- Cooperativa
Mista de Santa Rosa LTDA, Câmara de Vereadores de Santa Rosa, Prefeito Municipal de
Giruá, Representante da FecoAgro/RS , representante do Deputado Elvino Bonh Gass e
produtores rurais de Giruá e Santa Rosa.
A mesa dos trabalhos foi composta pelo Deputado Heitor Schuch, relator da
Subcomissão Trigo da Assembléia Legislativa , Prefeito Municipal, Presidente da Câmara de
Vereadores, Representantes dos Sindicatos de Trabalhadores e Sindicato Rural de Giruá.
Na avaliação feita, tanto por parte dos vereadores como pelos representantes
das entidades de produtores rurais, Giruá foi o município que mais cresceu em área cultivada
com trigo no Estado. Segundo os dados apresentados pelo representante da Emater, na safra
1998 eram cultivados 5 mil hectares de trigo e a produção obtida foi de 5 mil toneladas com
uma produtividade média de 1 mil kg/ha. Na safra 2003, foram cultivados 30 mil hectares de
trigo, onde foram colhidas 60 mil toneladas, a produtividade média foi de 2 mil kg/ha. O
crescimento no município foi de 6 vezes a área cultivada em 1998, enquanto a produção
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
22
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
cresceu mais de 10 vezes. Significa que os produtores acreditaram e apostaram na cultura do
trigo. Comparando com o crescimento do Estado, este foi de apenas 3 vezes na área cultivada
no mesmo período, e 2 vezes no ganho de produção e produtividade.
A indignação do produtores e da Comissão Municipal do Trigo do Município
de Giruá foi com relação à constante falta de liquidez e principalmente os baixos preços
praticados no mercado na diferentes safras, apesar da produção de trigo no Brasil ser inferior
a 50% da demanda estimada de 10,2 milhões de toneladas. Isso é inaceitável na visão das
entidades e produtores.
No final do encontro, a Comissão Municipal do Trigo do Município de Giruá,
entregou ao Relator da Subcomissão de Trigo na Assembléia Legislativa, uma Pauta de
Sugestões e Reivindicação.
a) Definição da política de comercialização para a cultura do trigo, antes do plantio da safra 2004 e 2005;
b) Disponibilização, em tempo hábil, dos programas governamentais para comercialização tais como:
- Programa de Escoamento da Produção ( PEP )- Leilão de Contratos de Opção;- LEC- Linha Especial de Crédito e Comercialização;- EGF- para cooperativas e indústrias, sendo que para estes últimos, com aplicação dos
recursos limitados ao momento de colheita da safra;- Prolongamento do vencimento dos custeios e trigo para 30/05, de 2004 sem custos
adicionais ao produtor, mantendo os juros contratados no custeio;c) Desenvolvimento de um programa estadual para exportação de trigo e incentivos para as
exportações atuais, de forma que, pela iniciativa privada ou pelas ações governamentais, torne-se um mecanismo permanente;
d) Criação de mecanismo, em nível federal, para tributação do produto importado, promovendo assim a equivalência de preço do produto nacional;
e) Criação de uma CPI da comercialização do trigo em nível estadual e federal, a exemplo do que ocorreu com a criação da CPI da carne;
f) Suspensão da entrada de trigo de outros países, bem como das mesclas de farinhas, no momento da colheita e comercialização da safra brasileira;
g) Estruturação de programa de seguro agrícola com custos compatíveis;
Essas foram as sugestões apresentadas pelas lideranças do Município de Giruá
e Região, como forma de contribuir para a sustentabilidade na produção de trigo, já que o
município apresenta um dos maiores índices de crescimento na produção e produtividade de
trigo no Estado.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
23
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
3.3 EM 25-02-2004: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA EMBRAPA PASSO3.3 EM 25-02-2004: AUDIÊNCIA PÚBLICA NA EMBRAPA PASSO
FUNDOFUNDO
Sob a presidência do Deputado Heitor Schuch, e com a presença dos Senhores
Erivelton Ramon , diretor do Centro Nacional de Pesquisa de Trigo de Passo Fundo,
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, Técnicos da Emater/RS, Cooplantio,
além de responsáveis técnicos de cada setor de pesquisa que integram a Embrapa trigo e
produtores da região de Passo Fundo.
A referida reunião teve como objetivo discutir a situação da pesquisa e
extensão rural . Segundo o diretor da Embrapa Trigo de Passo Fundo, a viabilização da
triticultura no Rio Grande do Sul e no Brasil, passa necessariamente por aspectos
fundamentais, ao qual o Centro de Pesquisa tem como meta, colocar à disposição dos
produtores e demais elos da cadeia trigo no Estado. Como entidade pública, entende que o
dever da instituição é dar respostas às demandas dos produtores e demais elos da cadeia trigo
em relação à pesquisa, no sentido de contribuir para o futuro da nossa triticultura.
A entidade, ao longo dos anos, vem desenvolvendo ações na área de Pesquisa e
Desenvolvimento, dando prioridade como ente público a um programa de abrangência
nacional em relação a trigo. O primeiro desafio foi desenvolver variedades de trigo que se
adaptassem às diferentes regiões de produção. O esforço maior foi consolidar as
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
24
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
características já incorporadas ao material nacional , adaptando o trigo a diferentes
ecossistemas. Dentro do Rio Grande do Sul cada região sofre com os diferentes
comportamentos climáticos.
O segundo desafio foi o de incorporar aumento de produtividade. Mais
recentemente, na década de 90 , com o fim do monopólio do Governo Federal na
comercialização de todo trigo produzido no Brasil , o desafio passou a ser a incorporação de
características qualitativas ao trigo nacional que era taxado como de má qualidade. Ainda no
início dos anos 90 a Embrapa disponibilizou trigos com alta força de glúten e estabilidade.
Foram liberados para o plantio cultivares com qualidade para uso na fabricação de biscoitos e
bolos, que exigiam força de glúten baixa, cultivares com características de glúten para
panificação, para massas e cultivares melhoradoras, que misturadas a trigos com
características de qualidades insuficientes, possibilitam elaborar qualquer tipo de produto
industrial derivado de trigo. Segundo a direção da Embrapa Trigo, atualmente a legislação
brasileira incorpora as características de qualidade demandadas pela indústria instalada no
país , permitindo que o Brasil passa a fornecer trigo para outros países o que ocorreu com
mais de 1 milhão de toneladas de trigo gaúcho da safra 2003 onde foi exportado.
No momento atual, o grande desafio que a pesquisa da Embrapa vem
enfrentando e em certos aspectos já superados é na competitividade do trigo . Nosso estado é
o que mais sofre com o problema da competitividade em função das condições climáticas, de
logística, e distância dos centros de consumo. Segundo Benami Bacaltchuk pesquisador da
Embrapa Trigo, a pergunta que mais se repete entre os produtores gaúcho é “vamos conseguir
produzir trigo com qualidade e competitividade para garantir a preservação tanto dos
mercados interno e externo abertos recentemente?” Aí vem a responsabilidade das instituições
de pesquisa onde as mesmas devem priorizar suas atividades em áreas que atendam os
interesses dos vários segmentos do mercado de trigo como: 1) criação de novas cultivares; 2)
qualidade industrial; 3) redução de riscos climáticos; 4) resistência as doenças e pragas; 5)
adaptação aos diferentes ambientes ; 6) tolerância ao complexo de acidez nociva do solo.
Tudo isso visa atender os diversos usos na segmentação de mercado e regiões produtoras no
estado e em outros estados produtores de trigo no Brasil.
Outra ação apontada por Benami foi com relação à redução de custos de
produção que está relacionada aos seguintes aspectos – a) controle biológico de pragas e
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
25
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doenças; b) sistemas de suporte à tomada de decisões para controle de doenças ; c) redução de
perdas por erosão através do sistema de plantio direto na palha; d) racionalização da
recomendação de adubação; e) redução de consumo de combustível; f) aumento da eficiência
pela capacitação de mão-de-obra; g) redução de uso de mão-de-obra; h) redução de doses de
defensivos; i) redução de perdas na colheita; j) redução de perdas no transporte; k) redução de
perdas em armazéns; l) redução de perdas no processamento; m) integração de lavoura-
pecuária; Ressalta Benami que é preciso as entidades estarem sempre atentas em relação ao
mercado, identificando nichos para produtos diferenciados, novos mercados, exportação,
especialidades e agregação de valores possibilitando a sustentabilidade na produção. A área
de fomento a produção ocupa um destaque importante , tanto pela iniciativa privada,
organização dos produtores, e aquelas ligadas a política de governo como definição de linhas
de crédito, questão tributária, infra-estrutura entre outras que fazem a diferenciação em termos
de buscar a tão almejada competitividade e qualidade na oferta de trigo em nosso Estado.
O diretor da Embrapa Trigo apresentou toda a equipe técnica que pesquisa
trigo, na oportunidade em que apresentaram as principais tecnologias geradas e os desafios
que a entidade vêm desenvolvendo e enfrentando no apoio à produção de trigo.
A missão da Embrapa é “Viabilizar soluções tecnológicas para o
desenvolvimento sustentável do agronegócio de trigo e de outros cereais de inverno, em
beneficio da sociedade”. A entidade gera e disponibiliza as seguintes tecnologias para o trigo
e cultivos de inverno.
3.3.1 MANEJO
A missão é buscar quebra de paradigma, visando aumentar o potencial de rendimento. Gerar
tecnologias e informações colocando a disposição dos produtores, para resolver problemas de
pragas, doenças, ervas daninhas, fatores físico químico, água, luz temperatura entre outros.
3.3.2 CULTIVARES
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Criação de cultivares que visam dar competitividade paro o agronegócio do trigo. Para tanto
já foram lançadas 58 cultivares de trigo, com ampla adaptação as diversas regiões e que
permitiram expressivo aumento na produtividade e produção de trigo no Brasil.
3.3.3 ZONEAMENTO AGRÍCOLA
A Embrapa Trigo conseguiu, através do desenvolvimento do zoneamento agrícola para o
trigo, reduzir os riscos de perdas na lavoura por adversidades climáticas, propiciando ainda a
redução nas taxas de seguro agrícola no Brasil (Proagro). Através de informações sobre o
comportamento climático, define-se as regiões e suas épocas mais apropriadas para o plantio
do trigo, regiões com maior ou menor potencial de rendimento, indicações tecnológicas para
ambientes diferentes como elementos de tomada de decisão do produtor .
3.3.4 MELHORAMENTO E QUALIDADE ALIMENTAR
A cada ano são lançadas cultivares de trigo próprias para a indústria de panificação, de
biscoitos e de massa, com o intuito de manter e melhorar a qualidade dos alimentos derivados
do trigo. A pesquisa em melhoramento quer disponibilizar ao produtor variedades segregadas
com características desejadas pelo mercado.
3.3.5 SISTEMA DE PLANTIO DIRETO
A Embrapa Trigo orgulha-se de estar entre as instituições pioneiras no estudo e
desenvolvimento desse sistema. Através de ações multidisciplinares e interinstitucionais, a
Embrapa viabilizou e difundiu o sistema de plantio direto. Em parceria com a indústria,
desenvolveu máquinas mais eficientes e adequadas à realidade do produtor. Continua com sua
equipe de pesquisadores estudando variedades de Kits de plantio que equipam as mais
modernas semeadoras vendidas no mercado.
3.3.6 PROGRAMA MIPGRÃOS ARMAZENADOS
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Através do manejo integrado de Pragas de Grãos Armazenados, desenvolvido
pela Embrapa Trigo, permite eliminar pragas que atacam os grãos e causam danos estimados
em 10% da produção anual brasileira. Há também as perdas qualitativas provocadas por
pragas que desvalorizam ou desclassificam o grão comercialmente. Com o uso da técnica ,
diminuem-se os riscos à saúde humana e animal e a poluição ambiental, pela racionalização
de uso de pesticidas destinados ao controle de pragas de grãos armazenados. Essa técnica esta
a disposição dos produtores, cooperativas e demais armazenadores tendo como foco a
tolerância zero que visa melhor a qualidade e conservação da matéria-prima trigo e outros
grãos em relação a limpeza, higienização, adequação nas instalações para melhorar o padrão
de qualidade e imagem do trigo gaúcho.
3.3.7 A QUESTÃO DO CONTROLE DE DOENÇAS
A cultura do trigo é susceptível à incidência a uma série de doenças que atacam a cultura e
demandam controle. O desenvolvimento de tecnologias capazes de permitir a preservação da
saúde humana e de animais, bem como do ambiente. O controle biológico de pulgões de trigo
é exemplo disso, é a redução do uso de inseticidas. Em breve o controle biológico de doenças
poderá ser usado em substituição a fungicidas no tratamento de sementes de trigo. Estima-se
que o controle biológico pode incrementar entre 10 a 12% na germinação de sementes e no
rendimento de grãos. O controle e manejo de pragas é um problema para os produtores ,
tecnologias que oneram menos o custo de produção e menos poluentes ao meio ambiente é o
que a pesquisa trabalha, estudando os principais gargalos que ocorrem no campo, no
laboratório e no pós-colheita.
3.3.8 PARCERIAS
A Embrapa Trigo mantém com indústria, empresas e instituições, sejam públicas ou privadas,
na área de pesquisa e extensão rural, agroindústria, produção de sementes, na difusão de
tecnologias que beneficiam os produtores.
3.3.9 TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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O centro de pesquisa contribui na formação e capacitação de agricultores, técnicos e
estudantes , através de cursos, treinamentos, dias de campo. Além dessas atividades, coloca a
disposição dos triticultores, uma série de publicações que tratam de resultados de pesquisa ou
novas tecnologias voltadas ao trigo.
Abaixo segue respostas das perguntas enviadas às entidades integrantes da cadeia produtiva
do trigo no Rio Grande do Sul , respondida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Trigo de
Passo Fundo.
1) Quais os principais problemas e desafios enfrentados pelo Centro Nacional de Pequisa de Trigo (CNPT) de Passo Fundo?
Os problemas enfrentados pela Embrapa, nos últimos 5 anos pelo menos, referem-se à disponibilidade de recursos para atender às demandas da sociedade, pois eles estiveram nesse período, muito aquém das necessidades. Técnicamente, os maiores problemas da pesquisa, referem-se às condições de ambiente, que impõem limitações tanto à produtividade (rendimento do trigo) como à qualidade do mesmo. O ambiente (clima) desfavorável favorece a ocorrência de doenças e diminui a qualidade do trigo. A diminuição da qualidade é provocada por doenças, especialmente a giberela, e por chuva na maturação, que provoca a germinação na espiga, alterando a composição protêica do grão.
2) Quais as políticas e medidas de apoio que devem ser implantadas para incentivar a pesquisa em relação a trigo?
As políticas e medidas a serem implementadas poderia ser no tocante ao estímulo de parcerias interinstitucionais, como por exemplo, com a Fepagro e com a Emater. Com a Fepagro, ativando novamente a pesquisa com trigo e, com a Emater, treinamentos com os seus técnicos para o repasse de tecnologias aos produtores, especialmente os da agricultura familiar, incentivando a moagem em moinhos coloniais e o uso da farinha na propriedade. É nosso desejo implementar um programa para a fabricação caseira de pães, biscoitos e bolos e a organização de cooperativas para a comercialização desses produtos, aumentando a renda das famílias. Contatos com a Emater já estão sendo feitas e precisamos agilizar esses processos.Precisamos melhorar a infra-estrutura de armazenamento, para a propriedade e fora dela.Também precisamos criar mecanismos para viabilizar a exportação do trigo para outros estados, usando o produto pelas famílias de baixa renda (mesmo que o trigo não possua qualidade industrial), com características para panificação caseira e fabricação de biscoitos e bolos.Além da exportação para outros estados, poderíamos viabilizar a exportação desse trigo para outros países, criando, assim, mercado adicional para o produto.
Erivelton Scherer RomanChefe GeralEmbrapa TrigoC. Postal, 45199001-970 Passo Fundo - RS
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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3.5 REUNIÃO COM O PRESIDENTE DA APASSUL3.5 REUNIÃO COM O PRESIDENTE DA APASSUL
Em 27 de março de 2004, o relator da Subcomissão do Trigo da Assembléia
Legislativa, Deputado Heitor Schuch reuniu-se em Vacaria com o Presidente da Apassul , Sr
Narciso Barison Neto, para ouvir a entidade sobre a situação da produção de semente de trigo
no Estado.
Na avaliação de Barison Neto o sistema de produção de sementes no Estado
está desarticulado e cada vez mais se desestruturando. Iniciou com a questão das variedades
de soja transgênicas que entraram no Estado sem controle e sem nenhum acompanhamento e
respeito às normas técnicas conforme previa a legislação vigente. O setor de sementes
organizado significa a garantia de proteção dos materiais gerados e colocação no mercado de
produtos com padrões de qualidade, atendendo à demanda cada vez mais segmentada.
Com a nova lei de sementes, teremos um sistema de produção de semente
certificada e um sistema de semente não certificada, porém com controle de gerações. Para
tanto, segundo a Apassul, o sistema de produção de semente não certificada, que
supostamente vai resultar na semente comercial, possui controle de gerações (será produzida
tendo como origem a semente certificada e poderá ser multiplicada, por no máximo, duas
gerações). É importante ressaltar que a semente fiscalizada foi um sistema implantado sem
controle de gerações, que utilizava semente de origem conhecida e controlava a qualidade da
semente produzida, através de padrões de lavouras e de semente. Para o assessor da Apassul,
Antônio Eduardo Loureiro da Silva , há um paradóxo. Entende, como não há correlação entre
controle de gerações e produtividade, a exigência de controle de gerações , também na
semente não certificada é desprezável. O mesmo ressalta que o detentor da cultivar, pode
fazer esta exigência , independente da lei. Esta estabelece que a semente poderá ser produzida
sem ser feita a comprovação de origem genética, quando ainda não houver tecnologia
disponível para a produção de semente genética da respectiva espécie. Além destes dois
sistemas haverá a possibilidade de o produtor produzir a sua própria semente. Ou seja a
semente para uso próprio que foi instituída através do Artigo 10º , da Lei de Proteção de
Cultivares: quantidade de reprodução vegetal guardada pelo produtor, a cada safra, para
semeadura ou plantio exclusivamente na safra seguinte em sua propriedade ou outra qualquer, Relatório Final da Subcomissão do Trigo
Deputado Heitor Schuch, Relator
30
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
para cálculo da quantidade, os parâmetros registrados para a cultivar no Registro Nacional de
cultivares.
Para o especialista em semente, Loureiro da Silva, muitos estão esperançosos
com a nova legislação, pois entendem que haverá maior controle da semente para uso próprio
e consequentemente da semente bolsa branca ( semente com nenhum controle e padrão legal).
Por outro lado esquecem ou ainda não perceberam o custo deste processo e valores das taxas
de serviço público que serão implementadas.
O setor sementeiro do Rio Grande do Sul vive um momento difícil. As taxas de
utilização de sementes vem reduzindo sistematicamente. Barison Neto diz que é preciso
reverter esse quadro. Estima-se 65% da semente de trigo segue os padrões recomendados no
passado. O patamar de uso de semente fiscalizada ultrapassava a 90% de trigo semeada. O
momento é de motivar todos os segmentos do setor de sementes, público e privados,
principalmente as entidades que congregam os produtores rurais consumidores e instituições
de assistência técnica, crédito e extensão rural, para repensarem juntos a forma de ação e
principalmente reformular o sistema de produção de sementes no Estado do Rio Grande do
Sul. Enquanto outros Estados mantiveram suas estruturas públicas funcionando, o mesmo não
aconteceu aqui, onde foram negligenciadas por vários anos ações sistemáticas que davam
suporte ao setor de semente no Estado.
Precisamos gerar novas variedades com alto padrão genético. A genética é o
principal fator na semente. É fundamental que se defina de uma vez por todas a lei de
biossegurança, onde possa ser liberada a pesquisa nacional através da Embrapa e outras
instituições de pesquisa, para evitar a dependência futura a exemplo do que vem acontecendo
com a soja transgênica. Precisamos desenvolver cultivares de trigo resistente a geadas, para
isso é necessário termos nossa ciência própria sem depender de concorrentes ou de terceiros.
Não se pode negligenciar o controle quanto a doenças e quanto a assistência
técnica. É preciso que o poder público exerça seu papel regulamentador e fiscalizador das
normas estabelecidas pelo mesmo. Outro fator fundamental é a base de dados estatísticos de
controle de cultivares disponíveis no mercado a cada safra confiáveis que estejam à
disposição do setor de consumo de sementes. Para que isso aconteça, será necessário a união
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
31
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
em uma bandeira única, setor privado e setor público ambos dando suporte para que o sistema
de produção de sementes funcione.
Todos sabem que nenhuma atividade informal gera tributo, e foge totalmente
do controle de possíveis doenças ou outros fatores que podem gerar insegurança ao produtor e
por conseqüente a sociedade como um todo. A Apassul é contra o caminho da informalidade
e da insegurança.
O grande desafio é desenvolver um Plano Estadual de Reestruturação do setor
de semente no Estado. Assim estaremos evitando que cultivares de trigo continuem sendo
vendidas aos produtores por preços elevados sob alegação que é um produto diferenciado
portando com maior potencial produtivo em termos de produtividade, resistência e de
qualidade, o que na verdade não se confirma na prática. O que se quer é evitar a
desestruturação crescente do setor de sementes e a exploração do produtor e sim colocar a
disposição dos agricultores materiais seguros e a preços acessíveis no mercado que atenda as
demandas do mercado.
Na visão da Apassul, existe uma falha na implementação de política para o
setor de sementes no Estado, apesar dos esforços do poder público. É preciso que o Estado
estabeleça critérios e defina diretrizes para sua atuação na área de semente. Caso isso não
venha ocorrer, risco do descontrole, da desorganização, da falta de dados, é iminente.
QUESTÕES RESPONDIDAS PELA APASSUL À SUBCOMISSÃO DO TRIGO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA:
1- Quais os principais problemas, dificuldades e desafios enfrentados pela Apassul no que
se refere À produção de sementes de trigo para atender os produtores, o consumo interno
ou mesmo para exportação da produção de trigo no Rio Grande do Sul?
- Aumento do uso de sementes bolsa branca (produtores sem registro no Mapa e/ou SAA).
- Falta de apoio das entidades de assistência técnica e Extensão Rural.
2- Na visão da sua instituição, quais são as políticas e medidas de apoio que devem ser
implementadas para fomentar o setor de sementes e a produção do trigo como forma de
apoio a produção gaúcha de trigo (setor público e privado )?
- na difusão do uso e na comercialização de Sementes Certificadas ou Fiscalizadas.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
32
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
- na exportação para outros Estados: ICMS incidindo (embora com redução na base de
cálculo) na exportação de sementes de Trigo.
3.6 EM 12 /04/2004 - REUNIÃO DIREÇÃO DA FUNDACEP3.6 EM 12 /04/2004 - REUNIÃO DIREÇÃO DA FUNDACEP
O relator da Subcomissão do Trigo da Assembléia Legislativa ouviu o Diretor
da Fundação Experimentação e Pesquisa da Fecotrigo de Cruz Alta, José Riedel, para quem o
trigo passa por três questões chaves:
a) questão técnica – nesse campo, se faz necessário uma maior integração entre a pesquisa, a extensão rural e assistência técnica no sentido de buscar as melhores alternativas para o cultivo do trigo em nosso Estado.
b) questão de logística – somos um Estado que tem uma demanda limitada, a 1 milhão de toneladas, porém nos últimos anos em média importou mais de 500 mil toneladas o que significa que precisamos colocar em outros mercados a cada safra praticamente a metade da produção gaúcha de trigo. Não foi diferente na safra 2003. A posição geográfica do Rio Grande do Sul expõe a fragilidade na competição do nosso trigo com o trigo nacional e o importado.
c) questão de mercado – raros são os anos que os produtores de trigo não enfrentam problemas de liquidez na hora da venda da safra. Talvez o Estado sofre por não ter ainda uma marca forte do trigo gaúcho dentro da nosso potencial. È uma questão cultural nossa que precisa ser avaliada, dadas as condições de solo, de clima e genética – isso não existe no Estado. O exemplo está no mercado Argentino, com a produção do trigo pão e do Canadá com o trigo melhorador.
Para buscar uma identidade do trigo gaúcho, precisamos desenvolver e definir
ou dividir o Estado por regiões considerando suas características de solo e clima para que a
pesquisa possa acompanhar com seus estudos técnicos os cultivares que melhor se adaptem e
respondem a cada ambiente ou região. O foco desse esforço é valorizar o trigo gaúcho para se
tornar um fornecedor de determinado tipo de trigo para o segmento do mercado seja ele
interno ou externo. Sabe-se que a segregação por região é mais difícil de operacionalizar em
detrimento do comportamento cultural dos produtores e dos técnicos. Nesse contexto, terá que
se definir onde pode produzir trigo e onde não pode se produzir trigo – isso é forte para os
produtores entender.
Quem será responsável pela implementação desta proposta: através de um
Fórum conjunto entre entidades de pesquisa e assistência técnica do setor público, privado,
das organizações representativas dos produtores. O primeiro passo é ouvir a base de
sustentação da estrutura atual de suporte financeiro, infra-estrutura como cooperativas,
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
33
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
armazenadores, agentes do mercado, indústria , padarias, entre outros. A partir do consenso
se possível, definir o zoneamento da produção de trigo no Rio Grande do Sul.
Na atual estrutura de produção e no atual sistema de classificação do trigo,
vamos continuar com preços diferenciados, e mais quem garante que vamos ter sempre a
mesma qualidade dadas as condições diferenciadas de clima de solo? Certamente,
precisaremos investir em infra-estrutura em genética e em gestão estratégica.
Mesmo que tal sugestão não venha acontecer, o Estado tem uma função
importante no que refere-se à fiscalização e monitoramento da produção de sementes, sem
atuação ou com atuação tímida, a proliferação de sementes de saca branca crescerá . O
mapeamento da produção de sementes facilitará a adequação na cobrança de royalties em
função da Lei de proteção das cultivares.
A realidade do mercado indica que cada vez mais o controle e a certificação de
produtos é uma realidade, não podemos andar na contramão da história. Não basta boa
vontade é preciso pragmatismo, continuidade de projetos, resultados favoráveis e divisão de
tarefas.
Para finalizar, entendemos que ações centradas nas seguintes questões técnicas
para buscar a tão sonhada sustentabilidade na produção de trigo no Estado são importantes:
1) Qualidade do grão - pesquisa de cultivares resistentes a chuva na colheita e combate a pragas que possam gerar perdas qualitativas e quantitativas do trigo – sem dúvida terá que haver evolução na pesquisa.
2) Doença- o problema da giberella- situação ainda não resolvida que precisa evoluir. A questão da toxina – outro problema que demandará grandes investimentos.
3) Armazenagem – não é de hoje que o diagnóstico aponta para necessidade de investimentos. As estruturas existentes na sua maioria, são frágeis frente as exigências do mercado. Perdas qualitativas depreciam o valor da matéria-prima.
4) Tamanho da área e da safra gaúcha – que alternativa nos resta no Estado, pois temos 5 milhões de hectares, desse total 1,7 milhão de hectares para potencial rotação. Por outro lado, o mercado é restrito a 1 milhão de toneladas – que culturas ou atividades vamos ocupar o restante da área no inverno? O trigo como commoditie significa marca, tipo nessas condições o trigo gaúcho tendo sua marca certamente terá seu nicho de mercado e os produtores não mais serão comprados e sim venderão o seu trigo a um preço diferenciado dentro das características e potenciais existentes.
5) Outro ponto frágil é a falta de laboratórios equipados que expõe as deficiências nas análise das pesquisas desenvolvidas.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
34
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
6) Dentro dessa premissa apresentada sugere-se a restruturação do setor de sementes, com atuação mais efetiva do estado nos laudos técnicos buscando sempre a integração com produtores .
7) Sugerimos que o Estado através da Fundação de Pesquisa realize investimento em pesquisa de trigo, com dotação orçamentária ou através de parecerias ou entidades do setor privado.
8) Na logística, o Estado e o governo federal, devem investir na conservação da malha rodoviária e incentivo a outros meios de transporte da safra de trigo que coloque o trigo gaúcho em outro patamar de competição no mercado .
9) Dentro de uma visão de integração setorial por áreas afins, sugere-se que de forma conjunta, se pense estratégias de reestruturação dos centros de pesquisa através de uma central de programas e projetos distribuindo responsabilidades , com aporte de recursos financeiros e humanos para desenvolver dentro de uma gestão eficiente com resultados para toda a cadeia . Isso se viabilizará através de convênios de gestão.
10) Que determinado percentual do imposto de importação de trigo seja repassado para as instituições de pesquisa .
Essas foram as ponderações e alternativas feitas pelo Diretor do Fundacep-Fecotrigo de Cruz Alta, entidade de pesquisa mantida por 40 cooperativas agropecuárias.
3.7 AUDIÊNCIA COM O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,3.7 AUDIÊNCIA COM O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
O Deputado Heitor Schuch esteve em audiência no Ministério da agricultura e
Abastecimento no sentido de verificar quais foram as providências tomadas em relação as
sugestões e preposições envidas pela Subcomissão do Trigo da Assembléia Legislativa do
RS. Foi recebido pelo Diretor de Abastecimento do MAPA, Sr. José Maria dos Anjos.
O diretor de Abastecimento, informou ao Deputado Heitor Schuch, que o preço
mínimo do trigo para safra 2004 ficará o mesmo, valor de R$ 400,00 a tonelada para o trigo
pão.
O ministério informou ainda que a tendência é de haver escassez de recursos
para atender a demanda a juros de 8,75% ao ano. Disse que a linha Pronaf estaria garantido.
O Deputado manifestou a insatisfação que gerará entre os agricultores se tais
medidas se confirmarem, em especial com relação ao não reajuste no preço.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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4 TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO COM AS ENTIDADES 4 TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO COM AS ENTIDADES
Após realizarmos audiências públicas e reuniões com entidades que integram a
cadeia trigo, julgamos importante enviar questionários para as principais entidades que
deparam-se com freqüência com problemas relacionados ao trigo, para ouvir seu relato sobre
os principais problemas e desafios que o setor vem enfrentando, e também colher das mesmas
sugestões e proposições.
4.1 FETAG/RS4.1 FETAG/RS
A Fetag/RS encaminha à Subcomissão do Trigo da Assembléia Legislativa um
relato dos problemas e desafios que os agricultores familiares enfrentam na produção do trigo
bem como sugestões e proposições e alternativas de políticas a serem implementadas para a
retomada e fomento a produção de trigo em nosso Estado.
1- Quais os principais problemas e desafios enfrentados pelos agricultores familiares na visão da Fetag/RS? • Em anos de safra boa, como a de 2003, os agricultores enfrentam problemas de não ter
para quem vender o produto.
• Dificuldade dos agricultores em acessar as tecnologias de ponta para o trigo embora
muitos deles conseguem aplicar.
• Com freqüência os agricultores enfrentam excesso de chuvas na colheita.
• Permanência de doenças como a giberela que exige tratamentos e onera o custo da
lavoura.
• A cada safra os custos dos insumos básicos aumentam mais que a inflação e supera os
aumentos do preço do trigo no mercado.
• Preços baixos no pico de oferta da safra gaúcha, ficando abaixo do preço mínimo e abaixo
do custo de produção e também do preços de paridade do trigo importado, gerando
prejuízos ao setor .
• Concorrência desleal de trigo importado que entra no brasil com o auxilio de subsídios
praticados nos países fornecedores do cereal que refletem no mercado interno do trigo.
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• Apesar de ter avançado em alguns aspectos, perdura a burocracia no acesso ao crédito e
pior, exigência por parte dos agentes financeiros de reciprocidade.
• Baixo percentual de recursos da linhas Pronaf, e das linhas do crédito rural, destinado para
agricultura familiar representando menos de 20% do total de custeio aplicado no estado,
representando em valor apenas R$ 44 milhões contra um valor R$ de 252 milhões
investidos .
• Deficiência na armazenagem, o agricultor familiar não tem estrutura para armazenar a
safra de trigo, com elevadas taxas cobradas no armazenamento.
• Fragilidade e Ineficiência de um seguro agrícola que dê segurança ao agricultor familiar
em investir e aumentar o nível de produção.
• O trigo é uma atividade de elevado risco, dado as variações climáticas.
• Falta de um diálogo mais efetivo entre os produtores e indústria, o agentes do mercado
para definir qual o tipo de trigo que deve ser plantado.
• Dificuldade de análise laboratorial no momento da entrega da safra junto a cooperativas
ou empresas compradoras do cereal, isso deprecia o valor do produto.
2- Quais as principais políticas e medidas de apoio que devem ser implementadas para
incentivar a produção de trigo pelos agricultores familiares no RS?
A Fetag/RS sugere as seguintes proposições :
• Incluir no programa troca-troca da Secretaria da Agricultura do Estado, a semente e
insumos para o plantio do trigo destinado aos agricultores familiares.
• Que o governo do Estado, reformule o programa estadual de seguro agrícola vigente
através de subsídio ao prêmio , no sentido de ampliar seu grau de abrangência, para o trigo
é imprescindível o seguro pelo fato de ser uma atividade de alto risco.
• Que a Embrapa concentre e amplie a pesquisa em trigo para gerar tecnologias que sejam
adequadas e aproprias aos agricultores familiares .
• Que o governo federal, agilize o processo de regulamentação do seguro agrícola, para que
o mesmo seja implementado imediatamente.
• Que o governo federal defina uma política que seja duradoura de aquisição de toda a
produção de trigo gerada pelos agricultores familiares caso os preços no mercado forem
inferiores ao preço mínimo ou abaixo do preço da paridade do trigo importado.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• Que o governo do Estado, através da Emater amplie os serviços dando prioridade na
assistência técnica aos agricultores familiares, para repasse de tecnologias mais
apropriadas e atuais em relação a trigo, e que ações sejam planejadas e executadas
conjuntamente com a Fetag/RS de acordo com o Protocolo de Cooperação Técnica já
existente.
• Que o governo do Estado aporte mais recursos para que a Fepagro possa desenvolver e
ampliar a pesquisa em trigo.
• Que o governo do Estado faça contratos de cooperação técnica para desenvolvimento da
assistência técnica e pesquisa junto as entidades representativas dos agricultores com a
finalidade de melhor a renda do agricultor e o nível tecnológico da atividade trigo.
• Que as indústrias gaúchas, gaúchas dê preferência pela compra da safra de trigo gaúcho.
• Que seja criado um grupo de trabalho , com a participação do setor de governo, pesquisa,
assistência técnica, agricultores, agentes do mercado, setor moageiro, consumidores,
panificadores , para debater os gargalos e alternativas de fomento a produção e
desenvolvimento da cadeia trigo no estado e que o mesmo seja coordenado pela Câmara
setorial do trigo e Secretaria da Agricultura.
4.2 FECOAGRO/RS 4.2 FECOAGRO/RS
A FecoAgro/RS é a entidade sucessora da Fecotrigo no Estado que exerceu no
passado um papel preponderante na definição das políticas voltadas para o trigo. Na visão da
Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul- FecoAgro/RS,
os principais problemas e desafios enfrentados pelos produtores e cooperativas de trigo são:
• falta de uma política adequada de preços;
• dificuldade na comercialização da safra;
• altas taxas de juros no crédito de custeio e de comercialização;
• excesso de chuva na colheita;
• crédito insuficiente para:
• custeio, investimento e comercialização do trigo no estado;
• alto custo da lavoura;
• deficiência na classificação no momento da recepção do produto dado a deficiência de
estrutura no recebimento e na armazenagem;
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
39
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• falta de seguro agrícola adequado para trigo;
• Proagro inadequado;
• falta de uma maior integração da cadeia apesar de ter melhorado a cada ano;
• dificuldade de controlar o padrão de qualidade;
• duplicidade de análise do produto;
• tributação desigual ( interna e externa);
• alta carga tributária local
• fretes elevados – elevado custo Brasil;
• deficiência técnica na armazenagem do trigo;
• desestruturação do sistema de produção de sementes;
• concorrência desleal com o trigo importado e na farinha;
• falta de política de escoamento da safra;
• produtividade do trigo ainda baixa;
• ações limitadas da pesquisa e extensão por falta de investimentos e recurso financeiros e
de RH;
• ausência de políticas de estoques estratégicos;
• burocracia no acesso ao crédito;
• perdas na colheita;
• perdas na armazenagem e elevados custos de manutenção de estoques e conservação do
grão em períodos longos de estoques.
• Quebra de contrato entre vendedores e compradores de trigo no momento da entrega do
produto.
• Colheita concentrada o que leva um fluxo intenso de descarga;
• Produtos com características diferentes chegando ao mesmo tempo;
• Níveis variados de tecnologias nas propriedades ;
• Necessidade de secagem na colheita ;
PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS
• desemprego;
• reduz a competitividade das lavouras de verão , soja e milho entre 15 e 20% ;
• menos alternativas de produção no inverno;
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
40
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• menos renda ao produtor;
• êxodo rural;
• maior dispêndio com importações;
• desestruturação da triticultura;
• ociosidade na indústria moageira;
• desestímulo do produtor;
• redução da área plantada ;
• excesso de dependência de matéria-prima importada;
• mercado conturbado;
• perdas de arrecadação de impostos;
RELACIONAMOS E SUGERIMOS AS SEGUINTES SUGESTÕES PARA POLÍTICAS E MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA O FOMENTAR A PRODUÇÃO DE TRIGO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
• organizar a cadeia trio no Rio Grande do Sul;
• realizar campanhas junto à sociedade para demonstrar a importância sócio-econômica do
trigo para o Estado;
• revisão da política tributária na esfera federal e estado para o setor trigo, estabelecendo
igualdade de tratamento tributário;
• implementar políticas de viabilização da cultura através de plano plurianual;
• qualificar a estrutura de análise e de armazenamento do cereal, modernizando o setor com
novos investimentos ;
• avançar na profissionalização da cadeia trigo;
• estudar demandas de trigo interna e externa conforme segmentação do mercado;
• avançar na profissionalização dos produtores de trigo;
• mapear as demandas dos clientes para estruturar a lavoura por tipo de grãos demandados
pelo mercado;
• crédito para desenvolvimento e uso de novas tecnologias;
• mais crédito para custeio, comercialização, investimento para política de modernização e
adequação do sistema de armazenagem;
• salvaguardas para o trigo gaúcho e brasileiro;
• tarifação compensatória;
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
41
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• que seja criado um grupo de trabalho coordenado pela Câmara Setorial Estadual do Trigo,
onde com a participação dos produtores, cooperativas, indústria moageira, setor de
panificação, consumidores, governo do Estado e federal, setor de pesquisa e assistência
técnica, para tratar dos problemas e possíveis alternativas de solução para os entraves que
a cadeia enfrenta.
• Melhorar a comunicação entre os produtores, pesquisa e comercialização, no que refere
aos parâmetros para determinação das classes pão e brando e outros tipo;
• Estabelecer uma metodologia para avaliação do fluxo de comercialização e sua liquidez
comercial de cada variedade de trigo gaúcho enquanto a mesma esteja sendo avaliada nas
questões técnicas de cultivo.
• Pensar na redução do número de variedades, com a finalidade conseguir um melhor
uniformidade dos lotes a serem comercializados;
4.3 SINDITRIGO 4.3 SINDITRIGO
As sugestões e preocupações apontadas pelo Sindicato da Indústria de Trigo do
Rio Grande do Sul- Sinditrigo fazem parte do seu planejamento realizado em 2003 que
contou com a participação de todos os elos da cadeia trigo no Estado onde foram apontadas as
seguintes proposições.
1)PROMOVER A QUALIFICAÇÃO TÉCNICA, UNIFICAÇÕ E DIVULGAÇÃO DE
CONCEITOS TÉCNICOS PARA A CADEIA TRIGO GAÚCHO ATRAVÉS DE:
• reativar o Propan para médios e pequenos negócios visando capacitar as médias e
pequenas empresas;
• realizar cursos específicos para o segmento;
• promover curso de tecnologia de alimentos, com ênfase no segmento trigo;
• implementar programa de estágios em pequenos negócios;
• integrar as áreas técnicas;
• ordenar a realização de eventos da cadeia trigo;
• promover a criação de parceria entre pesquisa- moinhos- produtores- cooperativas e
insumos.
• disponibilizar treinamento aos profissionais da cadeia trigo;
• desenvolver a capacitação da mão-de-obra; Relatório Final da Subcomissão do Trigo
Deputado Heitor Schuch, Relator
42
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
2) DESENVOLVER CAMPANHA DE MARKETING PARA AUMENTAR O
CONSUMO DE DERIVADOS DE TRIGO
• promover a abertura da colheita do trigo;
• divulgar os benefícios dos derivados e quebras de tabus ;
• desenvolver produtos de maior valor nutricional como linha institucional;
• assegurar a participação ativa dos derivados de trigo no programa Fome Zero e merenda
escolar;
3) AMPLIAR A INTEGRAÇÃO DA CADEIA DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL
• realizar reuniões com formadores de opinião unificando interesses (fabricantes de pães,
biscoitos, panificadores, moinhos, produtores, cooperativas, pesquisa) , envolvendo todos
os segmentos para reivindicar interesses comuns;
• integrar moinhos, comerciantes, pesquisa e produtores;
• reativar a câmara setorial do trigo ;
• levar informações a toda à cadeia trigo;
4) QUALIFICAR , CLASSIFICAR E CERTIFICAR O TRIGO GAÚCHO
• conscientizar os centros de pesquisa, produtores e cooperativas de produtores e
armazenadores;
• aplicação da portaria de classificação;
• segregar na armazenagem conforme a finalidade de uso;
• certificação do trigo na origem - unidades armazenadoras;
• manter o Proazem para ampliar o volume de recursos para armazenamento;
5) ASSEGURAR RECURSOS PARA A PESQUISA DO TRIGO
• assegurar regularidade no fluxo de recursos governamentais para a pesquisa;
• assegurar uma participação mais ativa da iniciativa privada no desenvolvimento da
pesquisa através de parcerias;
• aumentar a produtividade e a qualidade do trigo;
6) ENCAMINHAR PAUTA DE REIVINDICAÇÕES VISANDO A
COMPETITIVIDADE DA CADEIA TRIGORelatório Final da Subcomissão do Trigo
Deputado Heitor Schuch, Relator
43
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• articular pauta conjunta de reivindicações entre Moinhos, Produtores de trigo e Indústrias
de derivados;
• assegurar preço mínimo que remunere os custos de produção;
• elaborar uma pauta para importação de trigo e derivados;
• equalizar a tributação dos produtos da cesta básica;
• proteção do mercado local contra subsídios praticados em outros países;
• buscar a equiparação tributária nacional e internacional;
• gestionar a revisão do Proagro ;
Prezado Senhor,Deputado Estadual Heitor SchuchRelator da Subcomissão de Trigo Conforme combinado, encaminhamos as referidas respostas. Atenciosamente, SINDITRIGO-RS -------------------------------------------------------------------------------------
Resposta -Pergunta 1: Quais os principais problemas, dificuldades e desafios enfrentados pelas indústrias na produção de farinha de trigo no Rio Grande do Sul?
O maior desafio da Cadeia Trigo é promover o aumento da demanda no final da Cadeia, representado pelos produtos industrializados (que possuem como matéria-prima base a farinha de trigo) dirigidos através do pequeno e médio varejo, como padarias, mercados e supermercados com padaria própria e pequenas indústrias de alimentos em geral que possui carências voltadas para a qualificação da mão-de-obra e pela quase ausência de planejamento de marketing e vendas, constituindo uma "represa" de potencial para consumo, não obstante a participação das grandes industrias de pães, massa e biscoitos no mercado. Analisando-se a cadeia trigo nos últimos anos, observa-se um crescimento do setor produtivo de trigo, com a incorporação de novas tecnologias e variedades as quais vem, cada vez mais adequando-se às necessidades do setor moageiro, que foi o elo da cadeia que mais evoluiu, apresentando até ociosidade de sua capacidade instalada justificada pelas carências acima citadas, pelo próprio mercado importador de farinhas de outros países, dentre outras dificuldades que constituem o atual cenário da competitividade: -Infra-estrutura de transporte ferroviário deficiente; -Alto custo de transporte-navegação lacustre(Rio Grande-Porto Alegre); -Falta (ainda que menor) de trigos para panificação; -Problemas tributários internos e interestaduais; -Concorrência da farinha da Argentina subsidiada;
Resposta-Pergunta 2:
Na visão da sua instituição, quais são as políticas e medidas de apoio que devem ser implementadas para incentivar a produção de trigo e fortalecimento do setor da indústria gaúcha de farinha e dos panificadores para atender o consumidor final dos derivados do trigo ( setor público e privado) ?
Analisando as mudanças do mercado nos últimos 10 anos, onde observa-se uma tendência cada vez maior do consumo de produtos prontos e semi-prontos para consumo, conclui-se a importância cada vez maior do produto preparado(industrializado). Desta forma, lê-se como principal item desta classe de produtos, "o pão", acompanhado de suas variações e derivados. Para termos uma idéia, o consumo de pão no Brasil é muito baixo, comparado com as médias mundiais, o que projeta uma possibilidade pessimista de, no mínimo dobrar o consumo destes produtos. Este baixo consumo,
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
44
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
comparativamente a outros países, está relacionado com a diferença na qualificação da mão-de-obra, já que em termos tecnológicos de equipamentos e instalações, as diferenças são mínimas. Mão-de-obra qualificada permite agregar ao produto final três itens que são fundamentais para garantir o alto consumo: Qualidade, padronização e variedade de produtos, que na pequena empresa e varejo de alimentos, podemos constatar problemas em relação a estes itens. Sendo assim, podemos indicar: -A implementação de um grande projeto de qualificação de mão-de-obra para a pequena e média empresa de alimentos; -A implementação de projeto de incentivo ao consumo de pães e derivados, subsequente ao projeto acima citado; - Inclusão de pães e derivados na merenda escolar; - Implementação de projetos e ações da Cadeia Trigo que influenciem na solução dos problemas relacionados a infra-estrutura e custos de transporte, produção de trigos para panificação e concorrência das farinhas argentinas.
Essa foi a contribuição que o Sindicato da indústria de trigo encaminhou para a Subcomissão de Trigo da Assembléia Legislativa como forma de colaborar para fomentar a produção de trigo no Rio Grande do Sul.
4.4 FARSUL4.4 FARSUL
Resumo das respostas do questionário respondido pela Farsul para constar
neste Relatório onde constam as principais sugestões da entidade.
Principais problemas da cultura do trigo:
• - Falta de política definida de comercialização;
• - Alto risco de perdas por adversidades climáticas;
• - Falta de seguro que garanta os investimentos de custeio;
• - Falta de recursos suficientes para desenvolvimento da cultura.
Políticas e medidas Importantes:
• Implementação de política de garantia de comercialização;
• Manutenção do Contrato de Opção do governo federal;a) entendimento prévio da cadeia;
b) determinação de preços mínimo adequados.
• Criação e implementação de seguro de garantia da produção;
• Disponibilização dos recursos necessários, com acesso para todos;
• Garantir a via de exportação
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
45
11 LOGÍSTICA E INFRA-ESTRUTURA PARA O TRIGOLOGÍSTICA E INFRA-ESTRUTURA PARA O TRIGO
Tanto os produtores como os exportadores ,operadores de mercado de trigo, e
indústrias queixam-se da ineficiência ou morosidade do setor público na promoção de
melhoria na logística e infra-estrutura.
“A falta de continuidade administrativa, legislação que privilegia o
corporativismo, distorções das políticas de investimentos, recursos alocados em
obras que servem muitas vezes apenas para manter à ineficiência e ao mão
gasto”.
Na visão dos operadores dos portos e do mercado, o Estado deve apenas
exercer seu papel de controlador dos portos, deixando para a iniciativa privada as operações.
Assim o Estado preserva seu papel de controlador de forma neutra e com tratamento igual a
todos os operadores de portos. “ A sugestão é que as estruturas públicas nesse setor, seja
arredado as instalações e equipamentos para iniciativa privada, isso possivelmente reduzirá
custos ao poder público, e poderá aumentar a eficiência nas operações”.
A grande luta , conjunta, entre o produtor, operadores e Estado, e agentes do
mercado de trigo é para buscar a “ competitividade do trigo gaúcho no mercado interno e
externo” . É preciso que os processos na logística sejam mais ágeis .
Há deficiências como o calado nos portos, que reduz o poder de carga dos
navios, o que encarece o valor do frete.
No caso do trigo, é necessário pensar na possibilidade de interiorização com
uso de modais possíveis – rodoviários, hidroviário e ferroviário. No Estado e país, ainda falta
uma cultura portuária, sobre a importância de um porto e de uma política portuária nacional.
Tanto o mercado interno de trigo como o mercado internacional, exige cada
vez mais velocidade na logística como fator de competitividade. Outro fator limitador para o
transporte do trigo gaúcho para outras regiões do país é o imposto de renovação da marinha
mercante, de 25% sobre o valor do frete, o governo deveria retirar este tributo e tornar os
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
fretes mais competitivos.
Outro dado que preocupa os produtores e agentes do mercado de trigo, é o
transporte e a estocagem dos produtos de uma forma geral que consomem em média 27% das
receitas. Na Europa, esse percentual é de apenas 9% . Como as indústrias ou exportadores de
trigo gaúcho poderão ter preços competitivos para outras regiões do mercado interno e
externo se na corrida por mercados já parte com uma desvantagem como essa? A deficiência
e ineficiência no transporte, resulta em prejuízos significativo aos produtores, indústrias e a
cadeia de trigo do Rio Grande o Sul frente aos demais mercado de trigo seja ele interno ou
externo.
É preciso que o Estado resgate a importância da multimodalidade ( uso
integrado de rodovias, ferrovias, hidrovias), para facilitar o escoamento da safra de grãos do
interior do estado até o porto com valor de frete menor.
Segundo dados da Associação Brasileira de Terminais Portuários ( ABTP)
mostra que 90% do transporte de mercadorias dentro do Estado são realizadas através de
rodovias, 7% e feito via ferroviária e 3% por hidrovias.
No Estado, existem 11,8 mil quilômetros de rodovias estaduais mais 984
quilômetros de rotas federais. Os demais modais de transporte a oferta é menor, são 3.100
quilômetros de ferrovias e aproximadamente 750 quilômetros de hidrovias ( sendo que alguns
trechos só é possível navegar com a maré cheia). Há no estado ainda a baixa qualidade da
infra-estrutura oferecida principalmente na conservação das estradas.
Dados recentes divulgados pelo Secretário dos Transporte do Rio Grande do
Sul, mostrou que 52% das estradas gaúchas estão em bom estado. Outros 33% foram
considerados regulares e 15%, ruins. Esses números indicam que somente a metade das
nossas rodovias estão em condições normais de trafegabilidade.
O setor de logística e infra-estrutura no estado, enfrenta problemas sérios de
conservação, de necessidades urgentes de reparos, tem muito ainda que melhorar para dar o
tão esperado diferencial aos produtos gaúchos colocados em outros mercados.
Relatório Final da Subcomissão do Trigo
Deputado Heitor Schuch, Relator
47
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Abaixo, a resposta do terminal Termasa e Tergrasa de Rio Grande.
Excelentíssimo Sr Deputado Heitor Schuch:
Atendendo à vossa solicitação, estamos lhe enviando as respostas do questionário da Subcomissão Trigo da Assembléia Legislativa, que foi enviado ao Sr. Caio Cesar F. Viana.. Tendo conhecimento de sua importância para nosso estado e país, anexamos.
QUESTÕES :
1. Quais os principais problemas, dificuldades e desafios enfrentados pela Termasa e Tergrasa no
que se refere a logística e escoamento da safra destinada para outros estados ou para exportação
da produção de trigo no Rio Grande do Sul ?
TERMASA e TERGRASA não tiveram nenhuma dificuldade em operacionalizar internamente as
1.300.000 Ton que recebeu em 2003/2004 para exportação. Os dois gargalos mais críticos ocorreram por
conta da precariedade da Rodovia BR/392 trecho entre Caçapava do Sul e Santana da Boa Vista, e a falta de
drenagem do canal de acesso do Porto de Rio Grande, que manteve por diversas vezes navios presos sem
condições de saída aguardando marés Altas, problema que foi solucionado posteriormente ao nível de 40 pés
de profundidade.
2. Na visão da sua instituição, quais são as políticas e medidas de apoio que devem ser
implementadas para facilitar a logística do trigo como forma de apoio à produção gaúcha de trigo
(setor público ou privado) ?
Uma das questões primordiais de políticas públicas para apoiar não só o trigo
mas todas commodities agrícolas, é o aprofundamento do porto de Rio Grande para 43-44 pés
e manutenção das vias rodoviárias pluviais em condições plenas de uso.
Essa foram as sugestões encaminhadas pelos Terminal portuário, Termas e
Tergrasa , responsável pela maioria das operações de exportação de trigo realizadas neste ano
para o mercado interno e principalmente para o mercado externo.
5.1 CONTRIBUIÇÃO DA BOLSA DE MERCADORIA E CORRETORES5.1 CONTRIBUIÇÃO DA BOLSA DE MERCADORIA E CORRETORES
SOBRE COMERCIALIZAÇÃO DO TRIGO SOBRE COMERCIALIZAÇÃO DO TRIGO
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
48
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Não existe uma cultura por parte dos produtores em negociar sua safra através
da Bolsa de Mercadorias. Atualmente o que e feito via Bolsa são os Leilões de Trigo através
da CONAB, para operacionalização dos contratos de opção ou operações de AGF ou EGFs. É
importante que seja aberto uma janela para que os produtores de trigo realizem operações de
venda de trigo via Bolsa. Tratativas vem ocorrendo para que isso seja efetivado. As vendas só
vão acontecer se houver um conscientização e aceitação pelos produtores e indústria. Temos
que mostrar ao setor produtivo que a venda via bolsa é um espécie de financiamento, fator
positivo neste momento de escassez de recursos via crédito rural para custeio das safras. É o
caminho para o autofinanciamento.
Muitos produtores firmam negócios chamados de gaveta. Os contratos de
compra e venda realizadas via Bolsa, gozam de plena garantia. As operações são transparente
e tem confiabilidade. Transparência no sentido que todos os que operam no mercado nesta
modalidade, tem acesso as posições de oferta e demanda e níveis de preços e a operação é
igual para todos. Têm confiança porque têm parâmetro de preços e as negociações são
realizadas com indicativo de quanto vale o produto no mercado.
5.2 FORMAÇÃO DE PREÇOS 5.2 FORMAÇÃO DE PREÇOS
O mercado de trigo gaúcho é limitado ao consumo mensal da ordem de 70 mil
toneladas mês o equivalente entre 800 e 900 mil toneladas ano destinado a moagem. O Rio
Grande do Sul, depende de preços de outros mercados, interno e externo. Ficamos na
dependência da demanda da indústria e a demanda é diluída ao longo dos 12 meses do ano o
que reduz a liquidez . Além desses fatores, estamos sujeitos a variações climáticas , geadas ,
chuvas na colheita apesar de já possuir trigo mais resistentes.
Nosso trigo é taxado e classificado no mercado como fraco, claro, e com maior
oferta de produto com característica de brando. Os moinho de fora do Estado ditam os preços
pela competitividade que possuem na venda da farinha que é determinada pelo fator
localização e tributação diferenciada.
Fato novo ocorreu a partir de outubro de 2003, passamos a exportar trigo. A
expectativa no mercado é se vamos repetir ao vendas internacionais em 2004 e se teremos
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
49
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
novamente uma safra com produto de boa qualidade como obtido na safra 2003, ou se vamos
competir com outros fornecedores que ocupam fatia no mercado internacional, que poderão
voltar a fornecer a preços menores?
Além das exportações a intervenção do governo com mecanismo de
sustentação de preços, fizeram com que os preços não caíssem mais.
5.3 SUGESTÕES E PROPOSTAS5.3 SUGESTÕES E PROPOSTAS
• - Que o famoso custo-Brasil seja reduzido, desonerando o setor produtivo, dando
competitividade ao produto nacional.
• Que o valor dos pedágios sejam diferenciados para o transporte da safra .
• Que a tributação sobre o frete seja diferenciada para que se possa reduzir o valor do
mesmo.
• Que os governos federal e estadual façam manutenção e conservação das rodovias.
• Que haja mais negociação e acordo entre produtor, armazenador, cooperativas e
indústrias para dividir os custos do carregamento dos estoques ao longo do ano.
5.4 PERFIL DO SETOR DE PANIFICAÇÃO NO ESTADO5.4 PERFIL DO SETOR DE PANIFICAÇÃO NO ESTADO
Um mercado que vem mudando seu perfil , novos competidores ganham
espaço, é o de massas de pão congeladas e pré-prontas. Sua fabricação é realizada em fornos
de pequeno porte e baixo custo, expandindo-se cada vez mais em pequenos comércios,
competindo com padarias tradicionais e com redes de supermercados.
A média de consumo brasileiro de consumo de pão é de 27 quilos per capita.
No Rio Grande do Sul, a média de consumo é de 37 quilos anuais. Isso representa dois
pãezinhos de 50 gramas por dia.
A organização mundial da saúde recomenda o consumo de pelo menos 60 kg
por habitante ano.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
50
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Para o Sindicato das Indústrias de Panificação ( Sindipan/RS), o pão
congelado não representa concorrência às padarias tradicionais. O que mais preocupa é o
mercado informal, pois cerca de 40% dos produtos seriam oriundos de estabelecimento
irregulares. Grandes quantidades de pães são vendida nos grandes centros como Porto
Alegre, sem origem, com nenhum tipo de higiene. Há uma verdadeira guerra de preços entre
os pequenos estabelecimentos.
O setor enfrenta dificuldades de repassar para o preço final do pão os
constantes aumentos dos custos como energia elétrica e tributos. A guerra de preços e o
baixo consumo tem levado ao fechamento de muitas padarias no Estado.
O Sindipan/RS tem cadastradas 5,5 mil padarias, que geram 40 mil empregos.
Supõe-se que outras 1,5 mil estariam funcionando de forma clandestina.
Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria
revela que são três os segmentos que operam com a venda direta ao consumidor – padarias,
supermercados e pontos de venda de massa e pão congelado. Sendo que as padarias ainda são
preferidas por 79,5% dos moradores de Porto Alegre como local para compra do pão, 13,7%
optam pelo supermercados e 6,8% são indiferentes quanto ao local de compra.
Segundo os dados do Centro de Estudos e Pesquisa da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, o preço do pão subiu menos do que a média da inflação nos últimos 10
anos na Região Metropolitana e Porto Alegre. Enquanto o preço do pão subiu133,3%, o
Índice de Preços ao Consumidor ( IPC) no mesmo período variou 188%.
Há uma busca pela qualificação por parte das padarias, no sentido de melhorar
a gestão, controlar processos, para aumentar as vendas e os lucros.
O setor entende que tem espaço para aumentar o consumo de pão , mas a crise
que as pessoas enfrentam não permite o aumento das vendas no curto prazo.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
51
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
6 RESUMO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS ENFRENTADOS 6 RESUMO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS ENFRENTADOS
PELOS TRITICULTORES E DEMAIS ELOS DA CADEIAPELOS TRITICULTORES E DEMAIS ELOS DA CADEIA
TRIGO NO RIO GRANDE DO SULTRIGO NO RIO GRANDE DO SUL
Concluída a etapa de ouvir os produtores e lideranças que representam os
triticultores no Estado sobre as dificuldades que enfrentam ao longo dos anos em relação à
comercialização da safra gaúcha, bem como das ponderações trazidas pelos demais elos da
cadeia trigo, julgamos ser importante registrar, neste trabalho, os problemas vivenciados na
visão dos produtores, das industrias , dos agentes de mercado, dos operadores da logística,
dos agentes da pesquisa e das entidades representativas dos produtores.
A relevância das informações, sob nossa ótica, será de grande valia para a
formulação das conclusões a serem apresentadas.
Cada segmento envolvido na cadeia trigo que participou direta ou
indiretamente dos trabalhos da Subcomissão do Trigo, forneceu subsídios que servirão como
proposições e alternativas para ações imediatas, com o objetivo de garantir a sustentabilidade
da produção de trigo no Rio Grande do Sul.
6.1 NA VISÃO DOS PRODUTORES DE TRIGO6.1 NA VISÃO DOS PRODUTORES DE TRIGO
6.1.1 PRODUÇÃO
No cenário atual, observa-se que a produção no Estado foi de 2,3 milhões de toneladas, contra
uma demanda anual da ordem de 1,1 milhão de toneladas. Tal situação contribuiu para que os
preços recebidos pelo produtores na safra 2003 fossem abaixo do preço mínimo definido pelo
governo federal, de R$ 400,00 a tonelada , abaixo do custo de produção de R$ 25 a saca. e
abaixo do preço de paridade com o trigo importado, gerando insatisfação aos produtores.
6.1.1.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
52
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Definição, por todos os elos que integram a cadeia trigo no Estado,
de um plano plurianual de produção de trigo, bem como uma política de controle e tamanho
das safras, que seja capaz de garantir o abastecimento interno (Estado e Brasil) e também
exportar se necessário, visando a garantia de preços remuneradores ao trigo.
Que o governo do Estado amplie a abrangência do seguro agrícola e
que o governo federal, ainda nesta safra, comece a operar com o seguro de renda ao produtor ,
diferente do Proagro, que protege mais os agentes financeiros.
6.1.2 MERCADO
Com relação ao mercado gaúcho de trigo, verificou-se falta de
liquidez nos meses subsequentes à colheita, desinteresse dos compradores pelo trigo gaúcho,
muitas indústrias estavam abastecidas com trigo da safra anterior e de trigo importado. Isso
fez com que o produtor recebesse preços na faixa de R$ 20,00 a saca (vide anexo II) muito
aquém dos custos de produção. Por outro lado, o preço do pão de 50 gramas nas padarias e
derivados do trigo da própria farinha, não baixou para os consumidores.
Diante da falta de liquidez no mercado, restou os produtores e
cooperativas e agentes do mercado, optar pela exportação de 1,3 milhão de toneladas de trigo
gaúcho, fato histórico.
6.1.2.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Em relação ao mercado interno, dever ser adotadas medidas de apoio
à transferencia do trigo gaúcho para outras regiões de grande consumo, através de incentivos
via infra-estrutura e logística e também na questão tributária.
Também são necessárias linhas de crédito para adequação técnica no
parque de armazenagem, para garantir a segmentação e tipificação da matéria-prima a fim de
atender as necessidades do mercado.
Liberação de recursos para EGF para produtores, indústria,
cooperativas e demais agentes do mercado, para comercialização da safra , bem como para
EGF semente, em montante suficiente para atender o cultivo da área planejada e em tempo
hábil.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
53
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Com a segmentação da matéria-prima, revisar a forma de
classificação do trigo como forma de valorizar o trigo gaúcho, que serve para abastecer os
vários segmentos de mercado, mas que na hora do produtor vender a safra o preço ofertado é
diferenciado, por ser um produto para outros usos que não seja para o pão.
• Garantia de aquisição pelo governo do trigo da agricultura familiar ao preço mínimo ,
caso os preços no mercado forem inferiores aos praticados internamente.
• Revisar a portaria de classificação, visando reduzir os deságios e valorizar o trigo brando.
• Manter a TEC em 13% nas importações de trigo procedente de terceiros mercados.
• Criar mecanismo que proíba a entrada de farinha pré-mistura procedente da Argentina.
• Que o governo federal adote rígido controle fitossanitário na entrada do trigo importado
seja ele de qualquer origem.
• Que sejam mantidos em vigência e acionados, se necessário, todos os instrumentos de
apoio à comercialização da safra que proporcionem liquidez na comercialização ( EGF,
AGF, contrato de opção, LEC, CPR, PEP)
6.1.3 PROGRAMA DE INCENTIVO À PRODUÇÃO DE TRIGO
Há anos, o Brasil desponta como um dos países que mais importa trigo no mundo.
Existe um quadro de desequilíbrio entre oferta e demanda interna, onde anualmente são
importadas 7 milhões de toneladas gerando um dispêndio da ordem de US$ 1 bilhão. No
entanto, não temos uma definição de uma política de estoques estratégicos por parte do
governo federal, para garantir o abastecimento do mercado e regular preços. Geralmente os
recursos bancários para financiar o custeio e a comercialização da safra são em quantidade
inferior à demanda, falta de adequação técnica no parque de armazenagem, sem contar com
problemas de ordem climática e de doenças que afetam a lavoura de trigo.
6.1.3.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
É fundamental que seja posto em prática o plano plurianual para o
desenvolvimento da cadeia produtiva do trigo no Brasil, apresentado pelo setor ao governo
federal, onde estabelece estratégias e metas para os próximos cinco anos.
O Estado deve elaborar seu plano plurianual integrado às metas
nacionais , com programas de elevação da produtividade, expansão da área de plantio e da
adoção e aprimoramento das tecnologias já existentes, parceria entre o governo do Estado e
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
54
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
produtores, cooperativas e indústrias, com suporte necessário para garantir a armazenagem do
trigo, assistência técnica, crédito via Banrisul, conservação continuada das estradas para
facilitar o escoamento da safra. Garantir equalização tributária com demais Estados para
facilitar a colocação da farinha gaúcha nos centros de consumo.
Criar um “conselho regulador da produção do trigo gaúcho” ,
integrado pelo setor produtivo, agentes do mercado, setor de produção de sementes,
assistência técnica, pesquisa, governo e indústrias.
6.1.4 PREÇO MÍNIMO
Anualmente é definido o preço mínimo de garantia para o trigo, no entanto, isso não
vem acontecendo na prática. O governo federal vem a cada safra implementando novos
instrumentos para garantia da comercialização. Somente os agricultores familiares têm a
oportunidade de vender a safra ao governo, mas é pequeno o volume adquirido.
6.4.1.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Que o governo federal estabeleça uma política estratégica para
formação de estoques, e que o mesmo disponibilize recursos para garantir aquisição de toda a
produção dos agricultores familiares.
Corrigir anualmente o Preço Mínimo de Garantia com base na
variação dos custos de produção, e na paridade do produto importado.
Que o governo do Estado, através da CESA, disponibilize os
armazéns com tarifa especial para armazenamento de trigo aos produtores, cooperativas e
moinhos de trigo, com o objetivo de melhor escoamento da safra e a garantia da segregação
de qualidade demandada pelo mercado e facilitar a execução da política de garantia de preços
mínimos quando necessário.
6.1.5 SEGURO AGRÍCOLA
A cultura do trigo é uma das atividades que enfrenta elevado grau de risco, devido às
adversidades de ordem climática. O produtor tem a opção do Proagro, mas este não cobre
todos os gastos efetivos aplicados na lavoura. Este é um tema que sempre está na ordem do
dia , mas que ainda carece de uma solução prática para sua implementação.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
55
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
6.1.5.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Que o governo federal estabeleça um seguro renda, com subsídio ao prêmio, para
atender a todos os produtores para valer ainda na safra 2004. Que o governo do Estado faça
uma revisão e reestruturação do programa de seguro agrícola visando ampliar o universo de
abrangência de produtores, com subsídio através de dotação orçamentária do Estado, como
forma de garantia de continuidade na produção de trigo.
6.1.6 CRÉDITO RURAL
Os produtores continuam enfrentando uma enorme burocracia no momento de
acessar o crédito, que muitas vezes causa transtornos e constrangimentos que levam o
mutuário a desistir de uma linha especial de crédito, como é o caso do Pronaf, optando por
fazer pacotes junto a fornecedores de insumos, encarecendo os custos da lavoura.
6.1.6.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Disponibilizar recursos suficientes para o custeio anual, via agente
oficial do governo federal, em montantes suficientes para possibilitar incremento tecnológico,
e que atenda os aumentos da área plantada. Mesma medida deve ser adotada pelo governo do
Estado, colocando recursos à disposição dos produtores através do Banrisul com taxa de juros
da linha Pronaf e do crédito rural, com taxas máximas de 8,75% ao ano.
Que sejam mantidas ou se possível reduzidas as atuais taxas de juros
praticadas no Pronaf e dos recursos controlados aplicados no Crédito Rural.
Aumentar os percentuais de recursos destinados para custeio de trigo
aos agricultores familiares.
6.1.7 NOVAS CULTIVARES
Cada vez mais o mercado vem demandando matéria-prima com características
que atendem às exigências do consumo estratificado. As indústrias alegam que as maioria das
variedades produzidas no Estado não atendem a maior fatia do mercado de farinha de trigo,
que é destinada à fabricação de pão, por isso importam da Argentina para fazer mescla.
6.1.7.1 MEDIDAS NECESSÁRIASRelatório Final da Subcomissão do Trigo
Deputado Heitor Schuch, Relator
56
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• Que seja incentivado através de parcerias com as instituições de pesquisa , sejam elas
públicas ou privadas, com disponibilização de recursos humanos, materiais ou financeiros
para criação e lançamento de novas cultivares que visem dar competitividade à cadeia do
trigo gaúcho, próprias para atender a indústria de panificação, de biscoitos, de massa, uso
doméstico , e outros usos e assim atender a segregação de trigo desejada pelo mercado.
• Delinear padrão de qualidade para cada região específica , bem como as cultivares
recomendadas para cada região no Estado.
• Definir critérios e parâmetros para avaliação das variedades existentes e classificação das
variedades a serem lançadas pelas entidades de pesquisa no Rio Grane do Sul, bem como
a eliminação ou desclassificação de variedades que não atendem mais aos objetivos
propostos.
• Restringir o crédito oficial, seguro agrícola e Proagro ao produtor que está produzindo
fora do programa estabelecido ou estiver cultivando variedades não recomendadas dentro
da regionalização da produção de trigo.
6.1.8 CLASSIFICAÇÃO DO TRIGO
Questiona-se a estruturação da tabela atual de classificação do trigo. Na visão
dos produtores, as características e tipos de produto diferenciados da forma como vem sendo
aplicada na verdade deprecia o valor do produto tornando-se muitas vezes referência de preço
no mercado e é referência para o próprio governo na operacionalização dos instrumentos de
apoio à comercialização da safra. Em muitos casos, ocorre uma diferença de classificação nas
amostras analisadas pelo vendedor e o comprador, com resultados diferentes.
6.1.8.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
• Revisão imediata da portaria de classificação do trigo, como forma de valorizar os
diferentes tipos de trigo, e valorizar mais o produto no mercado.
• Armazenar o trigo em condições adequadas, separando-o, visando manter a qualidade do
produto e atender às exigências do mercado.
• Manter atualizado o cadastro de todos os armazéns e silos existentes no Estado
registrando suas condições técnicas de armazenagem.
• Segregação do trigo pela qualificação física no recebimento da safra.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
57
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• Melhorar as condições dos laboratórios que fazem análise do trigo no Estado.
6.1.9 PESQUISA E EXTENSÃO RURAL
Frentes às exigências por qualidade e tipificação de produto cada vez maior das
indústrias e demandantes de farinha, é necessário que sejam levadas ao produtor as mais
modernas técnicas disponíveis, para propiciar a evolução na tecnologia aplicada pelos
produtores.
6.1.9.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
1. Que o governo federal aporte mais recursos para Embrapa e demais instituições de
pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias de ponta, o mesmo deve ser adotado pelo
governo do Estado, dotando condições as suas entidades na área de pesquisa e extensão
rural , e principalmente possibilitar a transferência de tecnologias aos produtores e demais
elos da cadeia trigo.
2. Que o governo federal crie um fundo para os valores arrecadados com o imposto de
importação de trigo e que os recursos sejam destinados às instituições que desenvolvem
pesquisa de trigo.
6.1.10 CUSTO DE PRODUÇÃO DO TRIGO
A partir da safra de 1997, com o uso mais intenso da tecnologia do plantio
direto nas operações de lavouras, os custos reduziram-se significativamente em função da
diminuição de uma série de operações, reduzindo os prejuízos aos produtores. Assim como as
indústrias optam por adquirir trigo no mercado que mais lhe favorece, independente de ser
gaúcho, paranaense, argentino, ou americano. Para o produtor o que interessa é que os preços
no mercado ou na aquisição pelo governo superem os custos de produção e que tenham
liquidez no momento da venda da safra ( vide anexo III).
6.1.10.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
58
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Que os centros de pesquisa desenvolvam tecnologias e coloquem à
disposição dos produtores para proporcionar a redução do custo da formação da lavoura. Que
o governo do Estado inclua no programa troca-troca o fornecimento de insumos para a
lavoura de trigo aos agricultores familiares.
6.2 NA VISÃO DA INDÚSTRIA DE TRIGO6.2 NA VISÃO DA INDÚSTRIA DE TRIGO
6.2.1 AUMENTO NA DEMANDA
Na ótica do setor industrial, um dos maiores desafios da cadeia trigo é
promover o aumento da demanda no final da cadeia, pelos produtos industrializados que
possuem como matéria-prima a farinha de trigo . É preciso aumentar o consumo “ per capita “
dos derivados do trigo.
6.2.1.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Desenvolver uma campanha de marketing para aumentar o consumo.
Para isso é preciso despertar o interesse do empresário para a necessidade do marketing, para
que através dele se divulgue os benefícios dos derivados. As indústrias terão que investir mais
em produtos de maior valor nutricional como linha institucional.
Outra medida importante é assegurar a participação ativa dos
derivados de trigo no programa Fome Zero e na merenda escolar de pães e derivados de trigo,
fornecidas através dos estabelecimentos públicos mantidos pela União, Estados e municípios.
Redução na ociosidade da capacidade instalada do parque moageiro
gaúcho.
6.2.2 INTEGRAÇÃO DA CADEIA TRIGO
Embora venham ocorrendo avanços nas negociações entre os elos que fazem
parte da cadeia trigo, é preciso avançar mais para promover uma maior integração entre os
segmentos. Relatório Final da Subcomissão do Trigo
Deputado Heitor Schuch, Relator
59
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
6.2.2.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Como forma de integração, realizar e promover agendas de reuniões,
encontros técnicos conjuntos com formadores de opinião unificando interesses entre os
fabricante de pães, biscoitos, moinhos, produtores, cooperativas e pesquisadores.
Tornar a Câmara Setorial do Trigo, tanto em nível estadual como
federal, instrumento de debate dos problemas e encaminhamentos de soluções dos entraves
que surgirem, que dificultam o desenvolvimento da cadeia trigo .
6.2.3 TRIBUTAÇÃO
As indústrias gaúchas além de enfrentar dificuldades de colocar a farinha nos
grandes centros consumidores no país devido à questão da logística, e tributações que são
diferentes entre os Estados. È preciso fiscalizar a farinha importada da Argentina, denominada
de pré-mistura, com adição de sal e que paga imposto de exportação de apenas 5% na
Argentina, enquanto para a farinha comum e para o grão este imposto é de 20%, gerando
uma concorrência desleal para as indústrias gaúchas.
6.2.3.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
• Que o governo federal adote medidas no sentido de proibir a entrada de farinha pré-
mistura importada da Argentina.
• Que o governo do Estado adote mesmo tratamento tributário praticado nos demais
Estados no sentido de dar competitividade ao trigo e à farinha gaúcha.
6.2.4 QUALIDADE DO TRIGO GAÚCHO
As indústrias reconhecem a incorporação de novas tecnologias e variedades as
quais vem, cada vez mais, adequando-se às necessidades do setor moageiro, mas entendem
que é possível dar continuidade avançando ainda mais pois, só assim, elas poderão remunerar
melhor os produtores. “Ainda ocorre falta ( ainda que menor ) de trigos para panificação.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
60
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
6.2.4.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
• Que sejam definidos pelos técnicos e pela pesquisa, as vocações regionais e padrões de
trigo que o Rio Grande do Sul deve produzir.
• Que seja reestruturado o parque de armazenagem no Estado para facilitar a segmentação
da matéria-prima.
• Desenvolvimento de variedades de trigo com maior resistência à diversidade de clima.
• Classificação do trigo na armazenagem.
• Segregar na armazenagem o trigo conforme a finalidade de uso.
• Estabelecer certificação do trigo na origem.
• Manter, incentivar e ampliar os programas e volumes de recursos para armazenamento.
6.2.5 QUALIFICAR RECURSOS HUMANOS
Na ótica do setor industrial, é preciso promover a qualificação técnica,
unificando e divulgando conceitos técnicos para todas as pessoas que estão envolvidas na
cadeia trigo. Hoje o fator conhecimento é fundamental para o desenvolvimento de produtos.
6.2.5.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Implementação de um grande projeto de qualificação de mão-de-
obra a exemplo do Propan para dar oportunidade às empresas do pequeno e médio varejo,
como padarias, mercados e supermercados com padaria e pequenas indústrias de alimentos
em geral, que possuem carências nesta área tornando potencial para aumento no consumo e
melhoria das suas receitas.
6.2.6 INFRA-ESTRUTURA E LOGÍSTICA
A maioria das indústrias concentram-se próximas ao centro consumidor. As
deficiências e frete elevado no transporte da região da produção para deslocamento até a
indústria muitas vezes torna nosso trigo mais caro para o industrial, e menos competitivo que
o produto importado. Claro que outros fatores influenciam na competitividade, é o caso das
taxas de juros, prazos de pagamentos, qualidade do produto, câmbio .
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
61
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
6.2.6.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
Melhorar a conservação das rodovias estaduais e federais no Estado.
Melhorar e tornar mais ágil a multimodalidade do transporte do trigo até as indústrias e ao
porto de Rio Grande para exportação de trigo para outras regiões do país ou exterior.
Gestionar junto ao Governo Federal, para que seja reduzido o
percentual de 25% cobrado sobre o frete marítimo destinado a marinha mercante.
6.2.7 DESVANTAGEM COMPETITIVA
Apesar da evolução tecnológica utilizada pelos produtores do Rio Grande do
Sul, ainda é possível avançar em termos de ganhos de produtividade e melhoria genética no
trigo, tornando mais rentável aos produtores, e que atenda as necessidades da indústria.
Outros fatores que inibem a competitividade do trigo gaúcho é a pesada carga tributária, a
infra-estrutura ineficiente, a taxas de juros e a desigualdade de benefícios fiscais concedidos
entre Estados.
6.2.7.1 MEDIDAS NECESSÁRIAS
• Implementar isonomia tributária entre os Estados produtores de trigo, isonomia na saída
de farinha para outros regiões do país. Essa medida permitirá o aumento das vendas de
farinha pelas indústrias moageiras gaúchas a outros Estados.
• Criação de variedades de trigo com características para fabricação de pão, para atender o
setor de maior demanda por farinha.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
62
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
O presente trabalho representa um primeiro esforço de sistematizar, sob
o enfoque dos diversos segmentos que representam a cadeia trigo no Estado, os principias
problemas, desafios e medidas recomendados para serem adotados tanto pela iniciativa
privada como pelos governos, através de políticas públicas. Embora não tivesse maiores
pretensões analíticas, procurou-se sempre que possível, registrar as principais variáveis que
mais interferem no processo produtivo e no mercado.
Procurou-se levantar os problemas e desafios estratégicos e estruturais
enfrentados pela cadeia trigo no Estado, no sentido de juntar esforços permanentes para
encontrar alternativas para a sustentabilidade da produção de trigo no RS, dado a sua
importância socio-econômica.
Após a criação da Subcomissão do Trigo foram realizadas ações dentro
do prazo previsto. Foram realizadas reuniões e audiências públicas no interior do Estado, com
a finalidade de ouvir os elos da cadeia produtiva do trigo, propiciando foro de debates e
discussões a cerca do assunto. Participaram produtores, indústrias, cooperativas, agentes do
mercado, agentes financeiros, prefeituras, Câmaras de Vereadores, instituições de pesquisa,
entidades de assistência técnica entre outros, que contribuíram para as conclusões dos
trabalhos desta Subcomissão . Também ocorreram audiências com instituições bancárias e o
Ministério da Agricultura, para buscar apoio ao setor.
No decorrer das atividades da Subcomissão do Trigo, ficou evidenciado
a necessidade de adoção de medidas tanto pelo poder público como pela iniciativa privada ,
para que a retomada da produção de trigo seja duradoura.
Constatou-se que o produtor, no tempo da compra estatal, geralmente,
não enfrentava grandes problemas na comercialização. No máximo até o mês de fevereiro do
ano seguinte a maior parte da safra já estava vendida, ou seja, existia liquidez através da
intervenção do Estado. Em 21 de novembro de 1990, através da Lei 8.096, foi quebrado o
monopólio da compra estatal do trigo.
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Curiosamente, em 1989 ocorreu a última safra em que o Rio Grande do
Sul produziu o equivalente a 1,5 milhão de toneladas, caindo sucessivamente nos anos
seguintes. Recuperamos o patamar superior a 1 milhão de toneladas a partir da safra 2001,
sendo que em 2003 colhemos a maior safra da história.
Com saída do governo da compra de trigo em 1990, tanto as indústrias
como os produtores de trigo não estavam preparados para atuar num mercado onde os
patamares de preços oscilam de acordo com a lei da oferta e demanda. De um lado, as
indústrias passaram a ter liberdade na compra da matéria-prima e de, outra parte, os
produtores passaram a depender do interesse da indústria e dos agentes do mercado na
aquisição do trigo. Como a maioria dos moinhos não tinha capacidade de armazenagem
suficiente para estocagem, comprava somente o necessário para seu uso no curto prazo,
prática que ainda vem ocorrendo.
A venda da safra passa a ter problema de liquidez. Novamente entra a
intervenção do governo com mecanismos de apoio à comercialização da safra para possibilitar
que os produtores e cooperativas esperassem por momentos de preços melhores no mercado e
para que a indústria pudesse manter estoques. Vigorava também o AGF (Aquisição do
Governo Federal) onde o governo adquiria o trigo que estava financiado via crédito oficial
dentro do Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). O volume de trigo adquirido
em AGF era vendido posteriormente em leilões através da CFP (companhia de financiamento
da produção) hoje substituída pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Decorridos 15 anos da queda da compra estatal, embora a oferta sempre foi inferior à
demanda, no Brasil, raros foram os anos que o governo não precisou adotar mecanismos de
apoio para que o produtor pudesse vender a safra.
No momento atual, se debate a questão da fome no Brasil. Convivemos com
uma enorme contradição. A safra de trigo brasileira segundo o IBGE foi de 6 milhões de
toneladas em 2003, um crescimento na produção nacional de 100%, o que é suficiente para
abastecer menos de 60% da demanda nacional que supera 10 milhões de toneladas .
O crescimento da área plantada foi estimulada pela expectativa de bons preços
no mercado interno e externo no momento do plantio. Os triticultores gaúchos plantaram em
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
64
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
2003 1 milhão de hectares, segundo dados do IBGE, Conab e Emater, 24% superior à safra
anterior, e colheu 2,3 milhões de toneladas o dobro do volume produzido no ano de 2002.
Apesar da oferta ser menor que a demanda no Brasil, os produtores gaúchos
enfrentaram novamente dificuldades de vender o trigo da safra passada onde as ofertas de
preço situavam-se na faixa de R$ 20 a saca, no pico da colheita.
Novamente, ocorreu a falta de liquidez na comercialização da safra. Os
produtores alegaram que os preços ofertados no mercado para o trigo não cobriram os custos
da lavoura, consequentemente, não garantem rentabilidade ao produtor.
Por outro lado, o volume de importações de trigo no Estado foi superior a 400
mil toneladas nos últimos 3 anos (vide tabela 5), que somados à produção esperada, teremos
um volume de oferta superior a 2,5 milhões de toneladas, frente a um consumo gaúcho na
casa de 1,1 milhão de toneladas. Ou seja, teremos que buscar outros mercados para o nosso
trigo.
Os produtores gaúchos enfrentam todos os anos a concorrência do trigo
colhido mais cedo no Paraná e do produto argentino. Na verdade, os triticultores enfrentam
há anos a concorrência do trigo importado da Argentina e de terceiros mercados, com pesados
subsídios.
A alternativa encontrada pelos produtores e cooperativas para garantir
melhores preços foi o caminho da exportação do trigo para o mercado internacional. O trigo
gaúcho foi bem aceito no mercado externo, a dúvida que fica é se vamos conseguir dar
continuidade nas exportações e se vamos ter novamente uma safra de boa qualidade e
produtividade como foi a safra passada.
As indústrias alegam que precisam importar trigo, pelo fato da oferta de
trigo pão produzido no Estado ser aquém das necessidades e por isso importam trigo da
Argentina para atender as necessidades do mercado consumidor de farinhas.
Outros fatores apontados pelos agentes do mercado de trigo e pela própria
indústria é a questão da qualidade, e quantidade de trigo pão, e os problemas do Custo Brasil,
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
65
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
que onera o setor, através da pesada carga tributária, logística e infra-estrutura ineficientes,
taxa de juros elevadas e demandas reprimidas.
Além dos fatos já descritos, a Subcomissão do Trigo procurou apurar as causas
dos problemas enfrentados na cadeia trigo, avaliando os principais gargalos enfrentados pelos
produtores no processo produtivo e na venda da safra, da mesma forma verificar as
dificuldades e desafios dos demais elos da cadeia trigo no Rio Grande do Sul. Por isso,
julgamos fundamental relacionar a seguir, as sugestões e proposições levantadas no decorrer
das ações , que poderão auxiliar na adoção de políticas públicas e na resolução dos problemas
que atingem a cadeia produtiva do trigo.
Assim sendo, propõe-se:
• Que o governo do Estado juntamente com o Governo Federal , estabeleça uma estratégia
de médio e longo prazo, envolvendo todos os agentes da cadeia produtiva, com a
finalidade de fomentar e fortalecer a produção de trigo no Rio Grande do Sul e país.
• Que o Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Agricultura e Câmara Setorial do
Trigo, onde participam representantes de todos os setores da cadeia trigo, firmem
compromissos que garantam estabilidade na produção, garantia de fornecimento aos
agentes do mercado, liquidez na comercialização e rentabilidade dos setores.
• Que sejam definidas metas sobre volume a ser produzido nos próximos anos, visando
abastecer no mínimo 60% do mercado brasileiro nos primeiros anos até chegar próximo à
demanda total (conforme sugestão já encaminhada recentemente ao Governo Federal
pelos integrantes da cadeia produtiva).
• Que o Estado reúna ainda no ano de 2004 todas as entidades representativas da cadeia
produtiva, juntamente com poder público estadual e federal a exemplo do que já ocorreu
em 2001 no Paraná, com a finalidade de definir uma “estratégia para a recuperação da
triticultura gaúcha e nacional”.
• Faz-se necessário também a manutenção de medidas de apoio à comercialização ainda
para a safra 2004, como aporte de recursos para EGF a produtores, cooperativas,
indústrias e EGF sementes, pelo governo federal e estadual, através de seus agentes
financeiros, Banco do Brasil e Banrisul, visando garantir a sustentação de preços e
produção.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
66
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• Além do EGF que sejam colocados a disposição dos produtores, caso necessário, outros
instrumentos de sustentação de preços como: PEP (Prêmio de Escoamento do Produto),
Contrato de Opção, CPR (Cédula de Produto Rural), LEC (Linha Especial de
Comercialização), entre outros.
• Que o governo federal aporte recursos para garantir a compra direta da produção de trigo
da agricultura familiar, para garantir renda e recompor estoques estratégicos de alimentos
do governo federal em 2004.
• Sugere-se que seja mantida a TEC para entrada de trigo de origem de terceiros mercados.
• Que seja Criado no Rio Grande do Sul, o “ Grupo do Trigo” para de deliberar e contribuir
com sugestões técnico-políticas visando a recuperação da triticultura gaúcha e que o
mesmo seja coordenado pela Secretaria da Agricultura.
• Que seja dada equiparação tributária do ICMS na comercialização interestadual da farinha
de trigo, visando dar competitividade ao trigo gaúcho frente aos demais estados e regiões.
• Revisão e reestruturação e implementação do programa de seguro agrícola no estado e
Brasil, com forma de garantia de produção para o trigo.
• Que sejam adotadas políticas de apoio a pesquisa para o desenvolvimento da cultura, e
que a arrecadação proveniente da TEC do trigo com origem em terceiros mercados seja
destinada para pesquisa.
• Que o Governo Federal e estadual garantam mais recursos para readequação técnica
operacional do parque de armazenagem de produtores e cooperativas e indústrias visando
a segregação do trigo de acordo com o padrão de qualidade exigido pelo mercado.
• Que a Comissão do Mercosul na Assembléia Legislativa Gaúcha sugira ao Governo
Federal, a adoção de medidas na defesa da cadeia produtiva do trigo nacional, de
preferência criando um imposto de importação compensatório no Brasil de 15% sobre a
farinha pré-mistura proveniente da Argentina, ou no desenvolvimento de gestões junto às
autoridades do País vizinho para que haja a equalização nos impostos de exportação da
cadeia de trigo.
• Que a Secretarias de Agricultura do Estado seja responsável pela coordenação e a
divulgação do Plano estratégico de recuperação a atividade trigo bem como no apoio e na
execução do programa estadual de trigo proposto.
• Que as entidades de pesquisa públicas e privadas, estabeleçam experimentação e pesquisa
em áreas localizadas, carentes de informações sobre cultivares adaptadas a determinadas
regiões e atendo as necessidades dos produtores e demandas do mercado.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
67
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
• Recomenda-se que as indústrias, juntamente com as entidades representativas dos
produtores de trigo, com base na análise do mercado, planejam e definam a quantidade de
trigo desejada para o consumo ao longo do ano por segmentação de consumo.
• Determinar um marca para o trigo gaúcho( identidade para o trigo gaúcho).
• Melhorar a comunicação entre a pesquisa, produção e mercado.
Em fim, o Rio Grande do Sul, tem produtores capacitados, e regiões aptas a
produção de trigo, tem um mercado limitado, mas com a integração da cadeia produtiva será
possível de forma gradativa, eliminar os gargalos e restrições e poderemos transformar o
Estado em um fornecedor de trigo para as demais regiões do país e para o mercado externo.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
68
Pelas razões expostas, fica aprovado este Relatório.
Deputado Heitor Schuch (PSB)
Relator
Deputado Iradir Pietroski (PTB)
Deputado Elvino Bohn Gass (PT)
Deputado Frei Sérgio Görgen (PT)
Deputado Edemar Vargas (PTB)
FICHA TÉCNICA
Técnicos:
Tarcísio Minetto – Chefe de Gabinete Bancada PSB
Anselmo Piovesan – Chefe de Gabinete Dep. Heitor Schuch
Colaboração:
Lisiana Santos – Gab. Dep. Heitor Schuch
Silvana Dalmás – Gab. Dep. Heitor Schuch
ANEXO I – TABELA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DEANEXO I – TABELA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE
TRIGOTRIGO
PRODUÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO( ATESTADA) EM 2001, 2002,2003 E BRUTARECEBIDA EM 2004(T) PRINCIPAIS CULTIVARES
ATESTADA (t) RECEBIDA (t)Nº CULTIVARES 2001 2002 2003 2004
1 Onix 505,2 5.232,21 29.850,662 BRS 179 3.569,26 15.870,47 25.569,72 29.023,893 BRS194 147,00 1.242,15 5.200,15 17.500,884 FUNDACEP 30 6028,09 12.042,36 12.930,68 12.830,635 ALCOVER 759,7 2.512,27 9.001,796 BRS 177 60,27 1.057,01 3.743,57 8.545,577 CEP 24 - INDUSTRIAL 5.396,44 7.076,02 6.397,17 7.955,588 CEP 27 - MISSÕES 8.922,05 9.662,06 9.110,57 6.560,129 RUBI 8.337,02 10.568,59 7.404,15 5.370,62
10 CD 105 28,45 926,66 1.232,46 5.035,9411 JASPE 100,00 772,92 4.999,3912 OUTRAS 41.527,81 36.206,88 17.491,49 24.382,58
TOTAL 74016,39 96017,1 97597,36 161057,65* PREVISÃO SEMENTE ATESTADA EM 2004 : 108.687 TONELADAS
ANEXO II – EVOLUÇÃO DO PREÇO MÉDIO NOMINAL MENSAL DO TRIGOANEXO II – EVOLUÇÃO DO PREÇO MÉDIO NOMINAL MENSAL DO TRIGO
Mês 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Janeiro 8,55 9,66 7,52 8,28 9,58 11,15 12,09 15,01 28,42 21,50
Fevereiro 8,40 8,60 7,20 8,18 10,02 11,48 12,12 15,22 29,25 22,50
Março 8,20 9,90 7,90 8,38 10,76 11,56 13,20 15,53 29,87 22,71
Abril 7,80 11,40 8,86 8,72 11,35 12,50 13,23 15,85 29,70 22,90
Maio 7,75 13,20 9,72 8,66 11,98 12,65 14,15 16,50 28,88 26,92
Junho 6,90 14,10 9,22 8,79 12,02 12,81 15,50 17,81 28,00
Julho 8,32 7,10 13,87 8,87 9,35 12,21 13,02 16,50 20,50 25,17
Agosto 8,50 7,20 13,75 9,00 9,28 12,80 13,65 17,10 22,83 24,20
Setembro 11,52 6,90 12,90 8,50 9,39 13,05 13,18 16,05 25,10 22,75
Outubro 9,53 7,10 9,20 8,20 8,96 12,65 12,58 14,70 32,02 21,50
Novembro 11,98 8,30 7,95 8,25 9,37 12,01 11,87 15,00 31,94 20,80
Dezembro 11,85 8,60 7,80 8,30 9,45 12,25 11,68 15,02 27,90 21,00
M édia Ano 10,28 7,73 11,03 8,46 8,90 11,72 12,34 14,56 21,35 25,80 23,31
Fonte: Cooperativas
ANEXO III – COMPARATIVO DO CUSTO/RENTABILIDADEANEXO III – COMPARATIVO DO CUSTO/RENTABILIDADE
Ano 1995 1996 1997 1998* 1999 2000 2001** 2002** 2003** 2004***
Preço MercadoMédio R$/saca 7,73 11,03 8,46 8,90 11,72 12,34 14,56 21,35 25,80 22,24
Rentabilidade/custo% (40,38) (17,83) (31,93) (14,82) (1,15) (10,29) 0,38 39,00 (0,06) (23,55)
Preço MínimoR$/saca (1) 7,14 7,80 7,80 9,42 11,10 12,30 13,50 17,10 24,00 24,00
Rentabilidade/custo% (44,95) (41,88) (37,25) (9,86) (6,41) (10,61) (6,90) 11,33 (7,01) (17,50)
Custo de ProduçãoR$/saca 12,97 13,42 12,43 10,45 11,86 13,76 14,50 15,36 25,81 29,09
Produtividade
Em sacas/ha 38 38 40 40 40 40 40 40 40 40
FONTE: CONAB/MA/FECOTRIGO/FECOAGRO/RS* ADOTADO SISTEMA DE CÁLCULO PARA PLANTIO DIRETO** PREÇOS PRÁTICADOS DE JANEIRO A DEZEMBRO*** PREÇOS MÉDIOS PRÁTICADOS DE JANEIRO A MARÇO DE 20041- Considerado preço do trigo qualidade superior2- Custo estimado base 01/03/04
ANEXO IV – DEMONSTRATIVO DO CUSTO DE PRODUÇÃOANEXO IV – DEMONSTRATIVO DO CUSTO DE PRODUÇÃO
RUBRICAS CUSTO GERAL
CUSTO ATUAL EM 01-03-04
35 ha R$/ha % R$/sc 60kgCUSTO OPERACIONAL MÁQUINAS E IMPLEMENTOS
4.426,01 126,46 10,87 3,16
Combustíveis 2.402,87 68,65 5,90 1,72 Lubrificantes 199,08 5,69 0,49 0,14 Filtros 123,76 3,54 0,30 0,09 Conservação e Reparos 1.700,30 48,58 4,17 1,21 MÃO-DE-OBRA 2.225,32 63,58 5,46 1,59 Própria 0,00 0,00 0,00 0,00 Contratada 2.225,32 63,58 5,46 1,59 INSUMOS MODERNOS 18.909,56 540,27 46,43 13,51 Fertilizante - base 7.262,50 207,50 17,83 5,19 - cobertura 2.224,11 63,55 5,46 1,59 Semente 3.832,00 109,49 9,41 2,74 Defensivos - herbicida 899,50 25,70 2,21 0,64 - inseticida 168,00 4,80 0,41 0,12 - fungicida 4.480,00 128,00 11,00 3,20 - formicida 43,45 1,24 0,11 0,03 TRANSPORTE EXTERNO 1.408,72 40,25 3,46 1,01 Insumos 190,72 5,45 0,47 0,14 Produção 1.218,00 34,80 2,99 0,87 BENEFICIAMENTO 357,70 10,22 0,88 0,26 SOMA (A) 27.327,31 780,78 67,09 19,52CUSTO FIXO CONSTRUÇÕES/INSTALAÇÕES
586,37 16,75 1,44 0,42
Depreciação 324,86 9,28 0,80 0,23 Conservação e Reparos 235,37 6,72 0,58 0,17 Consumo 26,14 0,75 0,06 0,02 MÁQUINAS E IMPLEMENTOS
6.496,15 185,60 15,95 4,64
Depreciação 4.716,82 134,77 11,58 3,37 Remuneração do Capital 1.779,33 50,84 4,37 1,27 INSUMOS MODERNOS 249,55 7,13 0,61 0,18 Calcário 249,55 7,13 0,61 0,18SOMA (B) 7.332,07 209,49 18,00 5,24TERRA 3.836,61 109,62 9,42 2,74 Remuneração ao fator 3.696,00 105,60 9,07 2,64 I.T.R 140,61 4,02 0,35 0,10SOMA (C) 3.836,61 109,62 9,42 2,74 CUSTO DO FINANCIAMENTO
2.235,19 63,86 5,49 1,60
Juros 854,79 24,42 2,10 0,61 Proagro 1.088,77 31,11 2,67 0,78 Assistência Técnica 291,63 8,33 0,72 0,21SOMA (D) 2.235,19 63,86 5,49 1,60TOTAL (A+B+C+D) 40.731,18 1.163,75 100,00 29,09NOTA : O Funrural como é ônus de comercialização, não está computado no custo, mas deve ser considerado em cálculo de rentabilidade.AGREGAÇÃO CUSTO DE PRODUÇÃO P/ EFEITO DE ANÁLISE
R$/ha R$/t R$/sc 60Kg
1. Custo Operacional + Custo do Financiamento.....................
844,64 351,93 21,12
2. Custo Operac. + Custo do Financiamento + Custos Fixos..........
1.054,13 439,22 26,35
3. Incluída a Remuneração ao Fator Terra ................ 1.163,75 484,70 29,09Fonte: Fecotrigo - FecoAgro/RS
ANEXO V – DOCUMENTOS ENCAMINHADOS AANEXO V – DOCUMENTOS ENCAMINHADOS A
ENTIDADESENTIDADES
Of. GAB. Nº. 035/2004 Porto Alegre, 10 de Fevereiro de 2004.
Excelentíssimo Senhor Ministro,
Ao cumprimentá-lo, dirijo-me a Vossa Excelência na qualidade de relator da Subcomissão do Trigo da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, para encaminhamento de algumas preocupações e proposições por parte dos produtores, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Sindicatos Rurais e cooperativas, a respeito da comercialização da safra 2003 de trigo gaúcho e propostas para Plano Safra 2004.
A safra de trigo gaúcha em 2003 foi a melhor dos últimos 14 anos com produtividade média acima de 2 mil quilos por hectare, de acordo com os dados do IBGE, e de boa qualidade atingindo pH acima de 80.
Até o momento, aproximadamente 50% da safra foi vendida e os produtores aguardam melhora do preço no mercado. Mais de 55% da área plantada no Estado foi financiada e os produtores precisam vender a safra para liquidar os financiamentos mas os preços baixos não garantem renda.
O bom desempenho da safra 2003 deveu-se às condições climáticas favoráveis e expectativa inicial de bons preços no mercado, aliado aos investimentos tecnológicos realizados pelos agricultores.
A demanda no Estado é da ordem de 1,1 milhão de toneladas, considerando uso industrial, reserva de sementes e outros usos. A produção da safra 2003 foi de 2,1 milhão de toneladas. O produtores continuam com dificuldade na comercialização da safra anterior. Os baixos preços poderão influenciar os produtores a reduzir a área a ser plantada em 2004, pondo em risco a retomada da produção nacional .
Senhor Ministro, a pressão sobre os preços continua sendo verificada no mercado de trigo gaúcho, mesmo passado o pico da colheita. As ofertas de preços oscilavam na primeira semana de fevereiro de 2004 na casa de R$ 21 a 22 o saca com poucos negócios e preços inalterados. As atuais cotações estão abaixo do preço mínimo fixado para safra 2003 de R$ 400 (R$ 24 saca) e inferior aos custos da lavoura e abaixo do preço paridade com o trigo importado.
Os agricultores não concordam em vender a safra atual abaixo do custo de produção, ou até mesmo abaixo do preço mínimo fixado pelo governo federal. Apesar da oferta ser menor que a demanda no Brasil, estima-se que atenderá 50% da demanda nacional que é superior a 10 milhões de toneladas.
Frente à conjuntura atual de mercado e preocupado com o futuro do cereal, e diante dos fatos acima relatados, solicitamos o apoio do Ministro da Agricultura no sentido de definir com urgência o Plano Safra das lavouras de inverno com aporte de recursos e preço mínimo remunerador para o trigo safra 2004 conforme os Custos de Produção (vide anexo) acompanhado de medidas abaixo relacionadas que visam dar sustentação de preços e renda aos produtores e principalmente garantir no futuro a estabilidade na produção de trigo em nosso Estado e país .
1- Que o Governo Federal, através da CONAB, e Ministério de Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA) garanta a compra direta de toda a produção de trigo da agricultura familiar;
2- Que o Governo Federal aporte recursos para EGF para o trigo destinado a indústria e semente, para os produtores e cooperativas visando a sustentação de preços.
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
3- Que seja adotado mecanismo de apoio à remoção do trigo produzido no Rio Grande do Sul, como forma de abastecer outras regiões do país que dependem do trigo importado.
4- Que o governo adote no plano safra trigo 2004 medida no sentido de dificultar a importações de trigo, até que seja comercializado toda a produção do trigo gaúcha e nacional.
5- Que seja mantida a LEC – Linha Especial de Crédito a Comercialização. Instrumento que agiliza o financiamento de estocagem, baseado no preço de mercado do produto e não no preço mínimo.
6- Proibir a entrada de farinha pré-mistura importada da Argentina, criar regras para coibir a entrada de farinha “ maquiada “ ( adição de 0,3% de sal), que paga imposto de exportação na Argentina de apenas 5%, enquanto que para a farinha e o grão de trigo este imposto é de 20%.
7- Que o Governo Federal contemple no planto safra inverno o Contrato de Opção de venda para o trigo, tendo como objetivo sinalizar uma trajetória de preço para o mercado. Esse contrato com liquidação a partir de janeiro, podendo ser antecipado caso os preços no mercado forem inferiores ao preço mínimo.
8- Correção no preço mínimo conforme variação do custo de produção, de R$ 400 para R$ 461 a tonelada e com base no preço paridade no mercado internacional.
9- Aporte de recursos superior a R$ 1 bilhão para safra de trigo no Brasil, e de R$ 364 milhões para o Rio Grande do Sul, demanda estimada pela FecoAgro/RS para custeio da safra 2004.
10- Liberação de financiamento de R$ 729 por hectare de trigo conforme custo. 11- Estruturação de programa de Seguro Agrícola com custos compatíveis para o trigo.12- Definição da política de comercialização e recursos para a cultura do trigo antes do plantio
da safra, oportunizando ao produtor conhecer em tempo hábil os programas e instrumentos governamentais de apoio a produção.
13- Manutenção do sistema de crédito e custeio alongado, com liquidação dos contratos em cinco parcelas a partir de janeiro do ano seguinte à contratação.
14- Revisão da legislação que trata do frete marítimo como forma de baratear o custo do frete .
15- Aumento nos limites do custeio da safra hoje limitado a R$ 150 mil por produtor.16- Risco de falta de espaço para armazenamento da safra de verão caso a safra 2003
permanece estocada.Lembramos que estas proposições são oriundas da Subcomissão do Trigo da Assembléia
Legislativa do Rio Grande do Sul como forma de sugestão, com objetivo de dar continuidade a retomada da produção desse importante cereal de inverno. Estas são reivindicações dos produtores, sindicatos de trabalhadores rurais, Fetag/RS e cooperativas e FecoAgro/RS e demais integrantes da cadeia trigo, que querem preservar e ampliar a produção de trigo.
Ao Excelentíssimo Senhor,Roberto Rodrigues,Ministro da Agricultura e Abastecimento,Brasília/DF
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Of. GAB. Nº. 049/2004 Porto Alegre, 03 de março de 2004.
Excelentíssimo Senhor Ministro,
Ao cumprimentá-lo, dirijo-me a Vossa Excelência na qualidade de parlamentar que representa os interesses dos agricultores familiares , e como relator da Subcomissão do Trigo da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, para encaminhar sugestões , oriundas dos agricultores familiares, sindicatos, cooperativas a respeito da atividade trigo e outras culturas de verão safra 2004/2005 .
A Agropecuária gaúcha, foi o setor de destaque no ano de 2003, com uma taxa de crescimento de 18,5% . Ao nível de Brasil a expansão foi da ordem de 5%. Esse desempenho expressivo foi resultado , principalmente , dos crescimentos nas produções de milho ( 39,1%) , soja ( 70,7%), e trigo ( 83,8%), culturas em que o Estado é um dos maiores produtores no país.
Deve-se destacar que os desempenhos do milho, da soja e do trigo, foram resultado dos crescimentos em suas produtividades: 43,8%, 57,2% e 39,8% respectivamente. As cultura do arroz e fumo, culturas importantes no Estado tiveram, quedas em suas produções na safra passada- 14,2% e 5,2% . Já a produção animal teve um desempenho inferior ao da lavoura.
A noticia sobre aprovação dos preços de garantia para os cereais de inverno, mantendo os mesmos valores que vigoraram na safra passada, para o trigo bem como para triticale, cevada, canola e a aveia, gerou descontentamento entre os produtores. Nossa sugestão encaminhada ao Ministério, foi de reajustar para R$ 461,00 a tonelada para o preço mínimo do trigo, para compensar a elevação nos custos de produção.
Lamentamos a não alteração no preço mínimo do trigo, aprovado recentemente, mas, é preciso que o governo federal, mantenha e amplie os atuais instrumentos de apoio ao custeio da safra e principalmente aqueles voltados para comercialização da safra com mecanismos de sustentação de preços .
Senhor Ministro, solicitamos o empenho do Ministério da Agricultura para implementação de medidas que venham garantir a continuidade do bom desempenho do setor agropecuário no último ano, com garantia de renda aos produtores , ao qual relacionamos abaixo.
SAFRA DE INVERNO
1- Aprovação urgente da equalização das taxas de juros , e liberação imediata dos recursos destinados ao custeio da safra de inverno oriundos do tesouro nacional.
2- Imediata liberação das normas operacionais para que os agentes financiadores possam liberar e disponibilizar imediatamente o acesso aos recursos para pré-custeio e custeio da safra de trigo 2004.
3- Urgência na regulamentação do Seguro Agrícola, para ser implementado ainda na safra de inverno 2004, com subvenção do prêmio.
4- Liberação de financiamento de R$ 729,00 por hectare de trigo conforme o custo de produção.( vide anexo)
5- Aporte de recursos superior a R$ 1 bilhão para safra de trigo no Brasil, e de R$ 364 milhões para os produtores gaúchos visando atender a demanda estimada para 2004. ( vide anexo )
6- Lançamento de Contrato de Opção para o trigo antes do início do plantio da safra com preço de referência de R$ 27,00 a saca para vencimento em janeiro de 2005, com base nos custos e no preço de paridade de importação.
7- Proibir a entrada de farinha pré-mistura importada da Argentina.8- Garantia de compra de toda safra dos agricultores familiares, caso os preços no mercado sejam
inferiores ao preço mínimo estabelecido. 9- Revisão na atual portaria de classificação do trigo, o atual modelo deprecia os preços, dado as
características genéticas do trigo gaúcho. Mesmo que não seja trigo classificado como trigo pão, os demais tipos precisam ser valorizados evitando preços baixos no mercado.
OUTRAS PREOCUPAÇÕES:
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
1- Empenho do Ministério da Agricultura na busca de solução para o caso da Parmalat visando evitar mais prejuízos aos produtores de leite.
2- Interferência do Ministro junto ao Sindicato da Indústria de fumo para que sejam retomadas as negociações com os produtores e suas entidades representativas , para discutir preço e comercialização da safra atual.
3- Que o Ministério da Agricultura, interfira junto ao Ministério da Fazenda para que não haja elevação na carga tributária sobre os insumos agrícolas, em decorrência da incidência do PIS/COFINS , evitando a elevação nos custos das lavouras, já que os produtores familiares não podem se creditar, em função de não terem contabilidade nas propriedades.
4- Que o Ministério da Agricultura, interfira junto ao Ministério dos Transporte para que sejam realizadas urgentemente operações de melhoria e conservação nas estradas junto as regiões produtoras e acesso aos portos brasileiros.
5- Desburocratizar o acesso ao crédito, pois, muitos produtores, ficam impossibilitados de acessar os recursos dadas as exigências de garantias reais , para isso é preciso flexibilizar as mesmas.
6- Ampliar os limites de crédito individual para os produtores para safra 2004/05.7- Reduzir as atuais taxas de juros para agricultura de 8,75% ao ano.8- Aumentar dos atuais 25% da exigibilidade bancária para recursos obrigatórios dos depósitos à
vista, destinados ao custeio e comercialização da safra para patamares superiores a 30%.9- Que os preços mínimos para safra de verão 2004/05 sejam reajustados com base nos custos de
produção e no preço paridade com produto importado.10- Que seja garantido a aquisição de produtos da agricultura familiar , destinando aos programas
sociais, através da formação de estoques estratégicos do governo.11- Maior aporte de recursos para pesquisa pública visando repassar tecnologia de ponta aos produtores
e melhoria na competitividade principalmente dos agricultores familiares.12- Garantir aporte de recursos para o Brasil superior a R$ 40 bilhões para financiamento de custeio e
comercialização da safra 2004/005. 13- A demanda estimada para o Rio Grande do Sul para 2004/05 é superior a R$ 5 bilhões. Na safra
passada foram aplicados R$ 3,3 bilhões no Estado, atendendo menos de 30% da demanda por crédito rural .
As proposições acima apontadas, tem como objetivo colaborar para a expansão da políticas públicas a serem adotadas na safra de inverno e verão 2004/005, como forma de garantir a sustentabilidade de crescimento do setor nos últimos anos, e principalmente garantir renda aos produtores. Para tanto, é necessário a manutenção dos programas de custeio e investimentos adotado na safra passada, com ampliação de novos instrumentos e programas, atendendo as expectativas do setor agrícola e pecuário de nosso país.
Ao Excelentíssimo Senhor,Roberto Rodrigues,Ministério da Agricultura e Abastecimento,Brasília/DF
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
79
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Of. GAB Nº. 105/2004 Porto Alegre, 22 de abril de 2004.
Excelentíssimo Senhor Ministro,
Os produtores rurais do Estado do Rio Grande do Sul foram os que mais
sofreram com a estiagem que assolou o sul do País. Sabemos do esforço do
Governo Federal em liberar recursos para auxiliar mais de 250 mil produtores
atingidos e mais 350 municípios em situação de emergência.
A forma encontrada pelos produtores para amenizar prejuízos da seca, é
investir nas culturas de inverno mais especificamente no trigo para recompor a
renda ainda em 2004.
No ano passado foram financiados no Estado, 580 mil hectares do total de
mais de 1 milhão de hectares cultivados com trigo, representando 55% da área
financiada, onde foram aplicados mais de R$ 250 milhões em custeio. Para a atual
safra o valor anunciado é de R$ 300 milhões, ainda insuficientes para atender a
demanda que é da ordem de R$ 390 milhões.
Em 2004, além de enfrentarem o problema da seca, parte dos produtores
estão com dificuldades de conseguir recursos para custeio do trigo a juros de
8,75% ao ano.
Segundo eles, ao procurarem os agentes financeiros para acessar só terão
garantido o acesso a recursos com taxa de juro de 8,75% produtores com renda
anual de até R$ 40.000,00. Os demais produtores com renda superior e que não
acionaram o crédito para custeio de trigo na safra passada dificilmente terão
recursos com esta taxa de juros. Os recursos ofertados tem juro superior a 18% ao
ano. Somente no Estado, a previsão é de que 1500 triticultores com financiamentos
superiores a R$ 40 mil, terão que recorrer a fontes alternativas se necessitarem de
mais recursos.
Frente aos fatos acima relatados, solicitamos o empenho do Ministério da Agricultura no sentido de gestionar junto ao Ministério da Fazenda para que sejam atendidos os seguintes pleitos dos produtores gaúchos:
1- O mix de taxa de juro que está sendo proposta pelos agentes é um
absurdo, supera 18% ªª, inviável para o nível de rentabilidade desta
cultura. Caso isso ocorrer, o produtor corre sério risco de fazer um
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
80
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
lavoura com baixos investimentos comprometendo a produtividade
esperada e poderá não conseguir saldar as contas no final da safra.
2- Que 100% dos recursos destinados ao custeio da safra de trigo 2004
sejam disponibilizados aos produtores a juros de no máximo 8,75% ao
ano sem redução do teto praticado na safra passada de R$ 150 mil.
3- Liberação urgente dos recursos para custeio de trigo, priorizando os
agricultores que mais sofreram com a seca.
Certos de contar com Vossa apreciação, renovamos nossos cumprimentos.
Ao Excelentíssimo Senhor,Roberto Rodrigues,Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,Brasília/DF.
c.c. para Ministério da Fazenda, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Banco do Brasil, Banco do Estado do RS, Secretaria da Agricultura do RS, Câmara Setorial do Trigo e Governo do Estado do RS.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
81
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Of. GAB. Nº .116/04 Porto Alegre, 05 de maio de 2004.
Excelentíssimo Senhor,
Os produtores rurais do Estado do Rio Grande do Sul
foram os que mais sofreram com a estiagem que assolou o sul do país. Sabemos do esforço
do Governo do Estado em liberar recursos para auxiliar mais de 250 mil produtores atingidos
e mais de 370 municípios em situação de emergência.
A forma encontrada pelos produtores para amenizar
prejuízos da seca, é investir nas culturas de inverno mais especificamente no trigo para
recompor a renda ainda em 2004.
No ano passado foram financiados no Estado, 580 mil
hectares do total de mais de 1 milhão de hectares cultivados com trigo, representando 55%
da área financiada, onde foram aplicados mais de R$ 250 milhões em custeio. Para a atual
safra o valor anunciado é de R$ 320 milhões, pelo Banco do Brasil, ainda insuficientes para
atender a demanda que é da ordem de R$ 390 milhões.
Sabemos da importância do Banrisul em destinar
novamente recursos para custeio e comercialização da safra de trigo 2004.
Em 2004, além de enfrentarem o problema da seca,
parte dos produtores estão com dificuldades de conseguir recursos para custeio do trigo a
juros de até 8,75 ao ano.
Segundo, ao procurarem os agentes financeiros para
acessar sé terão garantido o acesso a recursos com taxa de juro de 8,75%, sob alegação de
limitação de recursos. Neste caso muitos produtores terão que recorrer fontes alternativas
se necessitarem de mais recursos. As taxas de juros para a suplementação de recursos,
supera a casa de 18% ao ano, elevada para os atuais níveis de rentabilidade da atividade.
Frente aos fatos acima relatados, solicitamos o
empenho do Banrisul, no sentido de aportar recursos para que sejam atendidos os
seguintes pleitos dos produtores gaúchos:
mix de taxa de juro que está sendo proposta pelos agentes é um absurdo, supera 18%
ao ano, inviável para o nível de rentabilidade desta cultura. Caso isso ocorrer, o produtor
corre sério
risco de fazer uma lavoura com baixos investimentos comprometendo a produtividade
esperada e poderá não conseguir saldar as contas no final da safra.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
82
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Que 100% dos recursos destinados aos custeio da safra de trigo 2004 pelo Banrisul,
sejam disponibilizados aos produtores a juros de no máximo 8,75%ao ano sem redução
do teto praticado na safra passada de R$ 150 mil.
Liberação urgente dos recursos, em patamar superior aos liberados na safra passada,
para custeio do trigo, priorizando aos agricultores que mais sofreram com a seca.
Certos de contar com o acolhimento deste pleito, renovamos cordiais saudações.
Ao Excelentíssimo Senhor,
Nelson Marchesan Júnior,
Diretor de Agronegócios do Banrisul,
N/C
c.c para Ministério da Agricultura, Ministério da Fazenda, Ministério do Desenvolvimento
Agrário, Banco do Brasil, Secretaria da Agricultura do RS, Câmara Setorial do Trigo e
Governo do Estado do RS.
Relatório Final da Subcomissão do TrigoDeputado Heitor Schuch, Relator
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