aspectos filosóficos da ia luis otavio alvares filipo perotto

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Aspectos Filosóficos da IAAspectos Filosóficos da IA

Luis Otavio Alvares

Filipo Perotto

Fronteiras da IAFronteiras da IA

• Quais os limites da IA?– O que um computador poderá fazer?– O que um computador não poderá fazer?

• Por quê?

Fronteiras da IAFronteiras da IA

• Inteligência no homem e na máquina– qual a diferença em termos de capacidades?

X

IA e Ficção CientíficaIA e Ficção Científica

A Metáfora do Homem-MáquinaA Metáfora do Homem-Máquina

“Chamarmo-nos de máquina ajuda-nos em nossa auto-compreensão; não nos define, tampouco limita a essência humana”. (J. O. de la Mettrie, 1748).

O que é Inteligência Artificial?O que é Inteligência Artificial?

“As imagens públicas da Inteligência Artificial têm sido criadas ao longo dos anos através da incapacidade de gerar uma definição clara e precisa da disciplina, das controvérsias sobre seus propósitos e objetivos, e ainda da produção de sistemas que aliam o fantástico ao maravilhoso. Por detrás escondeu-se um trabalho persistente na busca de teorias científicas, de princípios orientadores e unificadores, de hipóteses sobre a verdadeira natureza da mente.” (Allen Newell).

“Gosto de pensar na Inteligência Artificial como a apoteose científica de uma longa tradição cultural.” (Pâmela McCorduck)

O que é Inteligência Artificial?O que é Inteligência Artificial?

Literatura

Filosofia

Matemática

Biologia

Computação

IA

Psicologia

Vésperas da IAVésperas da IA

• 1943 – Modelo de Neurônio (McCulloch e Pitts)• 1950 – “Computing Machinery and Intelligence” (Turing)• 1952 – “Desing for a Brain” (Ashby)

“[...] que propriedades deve possuir o sistema nervoso para que se comporte ao mesmo tempo de forma mecânica e adaptativa [...]” (Ashby).

O Nascimento da IAO Nascimento da IA• 1956 - Conferência de Dartmouth

“Propomos que se leve a cabo uma revisão da inteligência artificial de dois meses e dez homens, no Dartmouth College de Hanover, New Hampshire. A revisão é para fazê-la seguir adiante, baseado na conjectura de que qualquer aspecto do aprendizado ou qualquer outro fenômeno da inteligência pode em princípio ser descrita de forma tão precisa que pode permitir a uma máquina simulá-los” (McCarthy).

Tempo de SonhosTempo de Sonhos• 1956 – Teórico Lógico (Newell, Shaw, Simon)• 1959 – Perceptron (Rosenblatt)• 1965 – Lógica Fuzzy (Zadeh)

“O colapso dos sonhos utópicos dos anos 60 deu oportunidade aos pragmáticos, os quais aproveitaram para, durante a década de 70, afastar imediatamente a disciplina do trabalho sobre os fundamentos.” (Helder Coelho, 1999).

Tempo de Trabalho PragmáticoTempo de Trabalho Pragmático

• 1969 – “Perceptrons” (Minsky e Papert)• 1970... – Sistemas Especialistas

• 1973 – Mundo dos Blocos (Winograd)

• 1975 – Algoritmos Genéticos (Holland)

• 1976 – MYCIN (Shortliffe)

• 1982 – Backpropagation

• 1986 – Agentes Reativos (Brooks)

IA Forte x IA FracaIA Forte x IA Fraca

• IA Fraca: as máquinas podem simular um comportamento inteligente, agir como se fossem inteligentes

• IA Forte: as máquinas podem realmente pensar e não apenas simular o pensamento

IA FracaIA Fraca

• Alguns filósofos acreditam que a IA seja impossível; que as máquinas não têm possibilidade de agir com inteligência.

“A IA, procurada dentro do culto do computacionalismo, não apresenta nem mesmo um fantasma de chance de produzir resultados duráveis... é hora de desviar os esforços dos pesquisadores de IA - e os consideráveis recursos disponibilizados em seu apoio - para outros campos que não a abordagem computacional” (Sayre, 1993)

As máquinas podem pensar?As máquinas podem pensar?

Os filósofos estão interessados em comparar as duas arquiteturas - a humana e a da máquina.

máquinas podem pensar?

• máquinas podem voar?

• máquinas podem nadar?

Computing Machinery and Computing Machinery and Intelligence [Turing, 1950]Intelligence [Turing, 1950]

• Em vez de perguntar se máquinas podem pensar, sugeriu um teste de inteligência comportamental (teste de Turing)

O Argumento da InaptidãoO Argumento da Inaptidão• Uma máquina nunca poderá:

– ser amável– bonita– amigável– ter iniciativa– ter senso de humor– cometer enganos– apaixonar-se– gostar de morangos com creme– aprender a partir da experiência– ser o sujeito de seu próprio pensamento– fazer algo realmente novo– fazer alguém se apaixonar por ela

O Argumento da InaptidãoO Argumento da Inaptidão

Os computadores hoje:

• jogam xadrez, damas, ...

• Inspecionam peças em linhas de montagem

• verificam a grafia de documentos

• pilotam aviões e helicópteros

• fazem diagnóstico de doenças

• ....

A Objeção MatemáticaA Objeção Matemática

• Certas sentenças matemáticas são em princípio insolúveis para sistemas formais específicos.

Exemplo: teorema da incompletude de Gödel.

• Filósofos como J.R. Lucas (1961) afirmaram que esse teorema mostra que as máquinas são mentalmente inferiores ao seres humanos

• Roger Penrose também escreveu dois livros com argumentos nessa linha:– The emperor’s new mind (1989)– Shadows of the mind (1994)

O Argumento da Informalidade do O Argumento da Informalidade do ComportamentoComportamento

• O comportamento humano é complexo demais para ser capturado por qualquer conjunto simples de regras, e que como os computadores não podem fazer nada mais além de seguir um conjunto de regras, eles não podem gerar um comportamento tão inteligente quanto o dos seres humanos.

• O principal defensor desta visão foi o filósofo Hubert Dreyfus: What computers can’t do (1972). What computers still can’t do (1992).

• Mas as críticas se referem a sistemas programados logicamente a partir de fatos e regras que descrevem o domínio

IA Forte: as máquinas podem IA Forte: as máquinas podem realmente pensar?realmente pensar?

• Somente quando uma máquina conseguir escrever um soneto ou compor um concerto em conseqüência de ter pensado e ter sentido emoções, e não pela disposição aleatória de símbolos, poderemos concordar que a máquina irá se equiparar ao cérebro - isto é, se ela não apenas escrever, mas souber o que escreveu (Geoffrey Jefferson, 1949)

• argumento da consciência

e da intencionalidade

SimulaçãoSimulação

• “Ninguém supõe que uma simulação em computador de uma tempestade nos deixará molhados... Então, por que alguém em seu juízo perfeito iria supor que uma simulação em computador de processos mentais realmente teria processos mentais?” (John Searle, 1980)

SimulaçãoSimulação

• Uma simulação feita por Hollywood de uma tempestade usando irrigadores e ventiladores deixa os atores molhados.

• A simulação de uma adição em computador é uma adição. A simulação em computador de um jogo de xadrez é um jogo de xadrez.

• Os processos mentais são como tempestades ou como a adição ou jogos de xadrez? Tudo depende de nossa teoria sobre estados e processos mentais

“É a mente de um cérebro como um programa de computador? Não. Um programa simplesmente manipula símbolos, enquanto que um cérebro atribui significado a eles.” (Searle).

SimulaçãoSimulação

Printf(“estou me sentindo mal”);

O experimento do quarto chinês O experimento do quarto chinês (Searle, 1980)(Searle, 1980)

• Searle descreve um sistema hipotético que passa no teste de Turing mas que (segundo Searle) o programa não entende nada de suas entradas e saídas.

• O sistema: um ser humano, que compreende apenas o português, equipado com um livro de regras escrito em português e diversas pilhas de papel, sendo algumas em branco e outras com inscrições indecifráveis (o ser humano é a CPU, o livro de regras o programa e o papel o dispositivo de armazenamento). O sistema está num quarto com uma pequena abertura para o exterior. Por essa abertura passam papéis com símbolos indecifráveis. O ser humano encontra símbolos correspondentes no livro de regras e segue as instruções que podem incluir escrever símbolos em novas folhas de papel, encontrar símbolos nas pilhas, reorganizar as pilhas, etc. Eventualmente, as instruções farão com que um ou mais símbolos sejam transcritos em uma folha de papel que será repassada ao exterior do quarto.

O Quarto ChinêsO Quarto Chinês

O experimento do quarto chinês O experimento do quarto chinês (Searle, 1980)(Searle, 1980)

• Do exterior percebemos um sistema que está recebendo a entrada na forma de instruções em chinês e está gerando respostas em chinês, que são sem dúvida “inteligentes”.

• Searle argumenta que a pessoa no quarto não entende o chinês (dado inicial). O livro de regras e o papel não entendem chinês. Então, não está acontecendo nenhuma compreensão do chinês. Por conseguinte, de acordo com Searle, a execução do programa correto não gera necessariamente compreensão.

O experimento da prótese cerebral O experimento da prótese cerebral (Glymour 1970, Searle 1980, Moravec 1988)(Glymour 1970, Searle 1980, Moravec 1988)• Suponha que a neurofisiologia tenha se desenvolvido a

ponto de que o comportamento de entrada/saída e a conectividade de todos os neurônios do cérebro humano estejam perfeitamente compreendidos.

• Suponha que possamos construir dispositivos que imitem este comportamento e possam ter uma interface uniforme com o tecido neural

• Suponha que uma técnica cirúrgica especial possa substituir gradualmente os neurônios da cabeça de alguém pelos dispositivos artificiais sem interromper o funcionamento do cérebro

O experimento da prótese cerebralO experimento da prótese cerebral

• O que aconteceria com o comportamento externo da pessoa?

• E como ficaria a sua consciência?

IA: Discursos e ConceitosIA: Discursos e Conceitos

• Propósito: Estudar a mente x Fazer programas?

• Observação: Comportamento x Estrutura?

• Natureza: Simular a Inteligência x Construir?

• Referência: Inteligência Humana x Geral?

• Modelo: Simbólico x Conexionista?

IA: Discursos e ConceitosIA: Discursos e Conceitos

• Corporalidade?

• Racionalidade?

• Intencionalidade?

• Consciência?

• Representação?

• Emoções?

Aspectos Filosóficos da IAAspectos Filosóficos da IA

Luis Otavio Álvares

Filipo Perotto

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