aspectos ecológicos de anfíbios anuros em paranapiacaba
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Aspectos ecológicos das popula ções de anfíbios anuros do
Alto da Serra de Paranapiacaba
Contribuições para a conservação da natureza
Victor DimitrovBiólogo e Pesquisador do Grupo de Estudos Herpetológicos da Fundação Santo André
Anfíbios Anuros de ParanapiacabaOs pontos estudados
Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba
Área 426 hectares.
Unidade de Conservação de proteção integral.
Possui a nascente do Rio Grande que é o principal formador da represa Billings.
O clima na região é o tropical úmido. A média annual de chuvas é 3.000 mm, podendo chegar a 4.000 mm. No mês mais seco chove 130 mm (junho) e no mais úmido 370 mm (janeiro).
Anfíbios Anuros de ParanapiacabaEsforço aplicado no campo
MetodologiaBusca ativa, segundo Heyer e colaboradores (1994)
CampanhasForam feitas 11 campanhas, com 4 noites de 5 horas p/ noite
Total de horas220 horas de observações e amostragens em Paranapiacaba
Anfíbios Anuros de ParanapiacabaRiqueza de espécies
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43
nº de amostragens
nº d
e es
péci
es
Chao1
Chao2
Jacknife1
Jacknife2
Bootstrap
Rarefação
Curvas produzidas a partir do cálculo feito por estimadores de riqueza e a
curva média da riqueza total do local de estudo
Anfíbios Anuros de ParanapiacabaRiqueza de espécies
Constância de ocorrência das principais espécies amostradas no PNM Nascentes de Paranapiacaba, Santo André, SP.
Bokermannohyla hylax (B. HYL); Scinax perpusillus (S. PER); Ischnocnema guentheri (I. GUE); Ischnocnema parva (I. PAR); Dendrophryniscus brevipollicatus (D.BRE); Leptodactylus marmoratus (L. MAR); Aplastodiscus albosignatus (A. ALB); Physalaemus moreirae (P. MOR); Vitreorana uranoscopa (V. URA); Aplastodiscus leucopygius (A. LEU); Aplastodiscus arildae (A. ARI).
67.44
60.47
48.8446.51
34.8830.23 27.91
25.5823.26
18.6 16.28
0
10
20
30
40
50
60
70
80
B. HYL
S. PER
I. GUE
I. PAR
D. BRE
L. MAR
A. ALB
P. MOR
V. URA
A. LEU
A. ARI
Val
or d
e C
onst
ânci
a (e
m %
)
Distribuição e caracterização do habitat Fonte de dados Databio - Distribuição espacial
Do total de espécies foram registradas 41% de generalistas e 59% de florestais.
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Vitreorana uranoscopa
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Arvores 11% 1,68% 7,299 3,481
Arbustos 22% 1,47% 4,289 3,481
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Aplastodiscus arildae
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Imbiri 66,67% 0,21% 12,108 3,481
3,7353,0396,076
+100cm
100cm
90cm
80cm
70cm
60cm
50cm
40cm
30cm
20cm
10cm
Estratificação Vertical
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Aplastodiscus leucopygius
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Brejo 33,33% 0,42% 52,444 3,481
Imbiri 66,67% 0,21% 12,108 3,481
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Bokermannohyla hylax
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Marantaceae 30,56% 12,14% 41,917 3,481
Helliconiaceae 5,56% 16,50% 10,020 3,481
0,0560,0031,4321,6180,0730,3992,3060,0680,994
+100 cm
100 cm
90 cm
80 cm
70 cm
60 cm
50 cm
40 cm
30 cm
20 cm
10cm
Estratificação Vertical
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Scinax perpusillus
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Araceae 8,51% 9,84% 18,226 3,481
Commelinaceae 10,64% 9,61% 6,219 3,481
Estratificação Vertical
5,8940,5880,0580,8830,0640,2370,3122,245
+100 cm
100 cm
90 cm
80 cm
70 cm
60 cm
50 cm
40 cm
30 cm
20 cm
10cm
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Dendrophryniscus brevipollicatus
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Bromélia 38% 7,14% 65,032 3,481
Commelinaceae 10% 10,37% 5,455 3,481
Estratificação Vertical
2,8933,9700,0020,4190,2021,5320,5520,0020,585
+100 cm
100 cm
90 cm
80 cm
70 cm
60 cm
50 cm
40 cm
30 cm
20 cm
10cm
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Ischnocnema guentheri
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Serrapilheira 76,74% 2,27% 53,861 3,481
Estratificação Vertical
1,1360,34213,4980,5191,691
+100 cm
100 cm
90 cm
80 cm
70 cm
60 cm
50 cm
40cm
30 cm
20 cm
10cm
Ischnocnema parva
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Serrapilheira 90,28% 1,70% 158,309 3,481
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Physalaemus moreirae
Distribuição e caracterização do habitat Utilização do habitat
Elemento no Habitat
Obs Ñ Obs X 2 Sig.
Serrapilheira 81,82% 0,42% 15,691 3,481
Distribuição e características do habitatFonte de dados Databio – Correlações clim áticas
temp. (ºC) x nº de sps
-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
Agua Fria(p=0.255)
Pontinha(p=0.205)
Tq do Gustavo(p=0.826)
Vacaria(p=0.164)
Gráfico com os coeficientes de Spearman mostrandoa correlação entre a temperatura do ar (ºC) e o número de espécies registrados para cada área estudada.
Variações intra e interespecíficas nas populaçõesIntrodução
Conceito Morfológico de EspécieEspécies são tipos; identificadas por caracteres próximos; reflete a existência de um número limitado de tipos básicos ; são meras expressões do mesmo tipo; semelhança morfológica é o critério de espécie.
Conceito Biológico de EspécieEspécies constituem populações; possui coesão genética do qual foi historicamente desenvolvido e que compartilha com os membros da população; assim uma espécie constitui (1) uma comunidade reprodutiva , (2) uma unidade ecológica , (3) uma unidade genética . Sumarizando, espécie são agrupamentos de populações naturais intercruzantes, reprodutivamente isolados de outros grupos com as mesmas características.
Variações intra e interespecíficas nas populaçõesIntrodução
Pergunta:
Como refletir sobre o movimento contínuo da evolução das espécies sob um ponto de vista fixo ou estático?
Resposta:
Qualquer olhar fixo ou estático sobre a natureza das espécies é irreal, imaginário e ideal uma vez que elas são moldadas pelo meio ambiente e por mecanismos de isolamento.
Variações intra e interespecíficas nas populaçõesIdentificando uma espécie na natureza
Variação GeográficaObtenção de dados sobre variações morfológicas e fisiológicas em espécies individuais ou em grupos.
História NaturalIdentificação de modos reprodutivos e diferenças de utilização do habitat reprodutivo.
GenéticaAcesso de informações em nível molecular dos cromossomos e genótipos.
EcologiaFocada na ocupação de nichos entre as espécies; riqueza; relações de obtenção energética e densidade populacional.
Variações intra e interespecíficas nas populaçõesA população de Ischnocnema parva de Paranapiacaba
DistribuiçãoFloresta Atlântica, ampla para o sudeste do Brasil
Modo ReprodutivoDesenvolvimento direto com deposição dos ovos na serrapilheira
Características MorfológicasPequeno porte (2 cm), com coloração bege ou cinzenta e mancha preta na região posterior do corpo, em torno da cloaca.
Variações intra e interespecíficas nas populaçõesA população de Ischnocnema parva de Paranapiacaba
Índice de ConstânciaC = 0.465
DiversidadeH = 0.086
OcorrênciasN = 46
Variações intra e interespecíficas nas populaçõesA população de Ischnocnema parva de Paranapiacaba
A1 A2
A3 A4
Jovens(40%; n = 2)Machos(40%; n = 2)Femeas(20%; n = 1)
Jovens(25%; n = 2)Machos(37,5%; n = 3)Femeas(37,5%; n = 3)
Jovens(50%; n = 1)Machos(0%; n = 0)Femeas(50%; n = 1)
Jovens(0%; n = 0)Machos(84%; n = 5)Femeas(16%; n = 1)
Variações intra e interespecíficas nas populaçõesA população de Ischnocnema parva de Paranapiacaba
A7 A8
A5 A6Jovens(20%; n = 2)Machos(50%; n = 5)Femeas(30%; n = 3)
Jovens(25%; n = 1)Machos(75%; n = 3)Femeas(0%; n = 0)
Jovens(66%; n = 2)Machos(33%; n = 1)Femeas(0%; n = 0)
Jovens(0%; n = 0)Machos(100%; n = 3)Femeas(0%; n = 0)
Variações intra e interespecíficas nas populaçõesA população de Ischnocnema parva de Paranapiacaba
Projeção dos resultados de PCA para 15 caracteres morfométricos em espécimes da população de I. parva.
As morfoespécies apresentam diferenças biométricas o que pode vir a gerar hipóteses sobre a ocorrência de espécies crípticas .
Em espécies crípticas faltam diferenças estruturais qualitativas e às vezes a sua separação pode ser complementada por estudos biométricos de caracteres múltiplos
Importância da conservação da naturezaSeleção natural das variedades
AdaptaçãoA temperatura, ao tipo de relevo e a oferta energética.
TolerânciaA bruscas variações climáticas e da paisagem.
ReproduçãoCapacidade de produção de proles férteis.
Importância da conservação da naturezaContinuação da evolução…
Manutenção do patrimônio genéticoAs populações tendem a ter aproximadamente o mesmo genótipo com pequenas variações das quais são selecionadas para ambientes específicos.
Cadenciamento do fluxo gênicoAs barreiras geográficas, por exemplo, retardam o fluxo gênico mas não impedem, fixando as espécies em determinado ambiente.
Impedimento de malogros reprodutivosA quebra dos mecanismos de isolamento causa introgressão genética do qual pode gerar híbridos.
Medidas para conservação da naturezaEducação voltada a reflexão da natureza
“A nova concepção da Natureza ficava, assim,
configurada em suas linhas gerais : tudo aquilo que se
considerava rígido, se havia tornado flexível; tudo
quanto era fixo, foi pôsto em movimento; tudo quanto
era tido como eterno, tornou-se transitório; ficara
comprovado que toda a Natureza se movia num eterno
fluxo e permanente circulação.”
Friedrich Engels, 1880
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