artigo constipação

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5/16/2018 Artigo Constipação - slidepdf.com

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Prevalência e Definição

Problema freqüente na população pediátrica. Ainda não foram feitos estudos com grandes grupos populacionais, mas

tudo indica que caso fossem feitos apenas confirmariam a alta prevalência da

constipação no Brasil.Não há uma definição concreta do que classifica constipação. Alguns

autores valorizam o aumento da consistência das fezes enquanto outrosusam o termo para se referir a retardo na defecação.

 A constipação é um sintoma definido pela ocorrência de qualquer uma dasseguintes manifestações, independentemente do intervalo entre asevacuações: eliminação de fezes duras, em cíbalos, na forma de seixos oucilíndricas com rachaduras, dificuldade ou dor para evacuar, eliminaçãoesporádica de fezes muito volumosas que entopem o vaso sanitário oufreqüência de evacuações inferior a 3 por semana, exceto em crianças emaleitamento natural exclusivo.

Constipação crônica pode ser reconhecida a partir das complicações,principalmente escape fecal e dores abdominais recorrentes.

Incontinência fecal refere-se à falta de controle do esfíncter decorrente decausas orgânicas como anomalias anorretais e disfunções neurológicas,como nos pacientes com meningomielocele.

Fisiopatologia e etipatogenia

 A dinâmica da evacuação se dá da seguinte maneira:1. O cólon absorve água e eletrólitos, conduz as fezes a partir do intestinodelgado e armazena as fezes, especialmente no sigmóide, antes daevacuação.1. O reflexo gastrocólico se propaga a partir do sigmóide proximal até oterminal, empurrando as fezes para o reto.1. Quando as fezes chegam ao reto, receptores sensíveis ao estiramentoativam o reflexo reto-anal do esfíncter interno, formado por musculatura lisa,permitindo que o conteúdo retal seja percebido de modo discriminado paragases, líquidos ou fezes pastosas.1. O indivíduo pode então, se for o caso, contrair a musculatura esqueléticado esfíncter externo para retardar o processo até um momento apropriado.1.  A posição ideal para a defecação é a de agachamento, com contração

da musculatura abdominal durante a inspiração, relaxamento do esfíncter externo do ânus e contração do músculo elevador do ânus.Essa dinâmica é alterada pela constipação funcional crônica.Um importante fator coadjuvante ou desencadeador da constipação é a

evacuação dolorosa, secundária à eliminação de fezes muito duras, fissurasanais ou proctite associada à alergia ao leite de vaca.

 A dor causa comportamento retentivo, onde a criança contrai amusculatura glútea e o esfíncter externo do ânus para impedir a evacuação. Alongo prazo isso pode provocar distensão progressiva da ampola retal emegarreto.

Cerca de um quinto dos pacientes com constipação funcional apresenta o

início do problema na época de treinamento do controle do esfíncter externo,nos primeiros dois anos de vida.

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O desmame é considerado um período no qual o lactente podedesenvolver constipação. Um estudo feito com 240 lactentes entre 2 e 20semanas de idade demonstraram que até a oitava semana de vida afreqüência diária de evacuação era superior nos lactentes em amamentamento natural. Esses também possuíam maior volume de fezes.

Outro fator alimentar importante na prevenção da constipação é aingestão de fibras. Apesar de haverem poucos estudos analisando oconsumo de fibras por crianças com e sem constipação, os que já foramfeitos indicaram que o consumo de fibras na dieta alimentar de criançascom constipação é inferior.

Tratamento

 Apesar da elevada prevalência de constipação, nem sempre a criançarecebe tratamento específico para esse problema. Muitas vezes, existeresistência da família às medidas terapêuticas da constipação, ou ainda, a

família nem sempre valoriza as manifestações clínicas de constipação queseus filhos apresentam.

O tratamento tem como objetivo eliminar ou aliviar os sintomas maisinstalados e prevenir ou minimizar a ocorrência de complicações.

Oferece bons resultados e deve ser feito levando-se em conta a gravidadeda constipação e a idade da criança.

O programa terapêutico deve constar fundamentalmente de quatro itens:educação, desimpactação, recondicionamento do hábito intestinal normal eprevenção da reimpactação.

 Assim, tradicionalmente são incluídas no tratamento as seguintes etapas:orientação geral, esvaziamento do fecaloma, tratamento de manutenção erecondicionamento esfincteriano.1.  A orientação consiste em dialogar com os pais, explicando osmecanismos de retenção e escape fecal, esclarecendo que o paciente nãopossui culpa. É fundamental que se reduza a tensão familiar e o sentimentode insegurança e inferioridade do paciente, para que sua auto estima nãoseja afetada.1. O esvaziamento do fecaloma é feito com o emprego de enemas. Entreas substâncias mais utilizadas estão a glicerina e a vaselina.1. O tratamento de manutenção é basicamente a adoção de novos hábitosalimentares, com a inclusão de alimentos ricos em fibras. No início devem

também ser aplicados laxantes, com dose reduzida progressivamente.1. Para o recondicionamento do hábito intestinal as crianças são orientadasa permanecerem sentadas no vaso sanitário, por pelo menos cinco minutosapós as principais refeições, com a finalidade de aproveitar o reflexogastrocólico para desencadear a evacuação.

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