apresentação para última aula suplementar

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PPT usado na segunda aula suplementar (de revisões avulsas para o exame).

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Comer bem ao pequeno-almoço.

Usar caneta com que se escreva bem.

Riscar quando for preciso.

Não usar abreviaturas (nem as minhas siglas).

Não escrever na coluna das cotações.

Caso seja preciso, usar a página para continuação das respostas que não couberem (assinalando bem a resposta de que se trata).

Ocupar o tempo talvez quase proporcionalmente à própria cotação:

metade do tempo para a interpretação dos dois textos

(grupo I = 50%)

cerca de quinze minutos para a gramática (II = 20%)

a meia-hora final para a redacção

(III = 30%)

Na redacção não estar demasiado preocupado com o número de palavras (a mais). Ter cuidado, isso sim, com a revisão e a qualidade do texto.

Nas respostas às perguntas sobre o texto, ter cuidado com a redacção.

(Evitar repetições, pôr pontuação; em princípio, retomar a pergunta ao responder. Respeitar maiúsculas/minúsculas. Cumprir as regras da citação.)

Critérios de correcção (aspectos que devem saber)

Redacções demasiado curtas levam de imediato «0».

A ambiguidade e/ou ilegibilidade de uma resposta implicam a atribuição de «0».

Nas perguntas de escolha múltipla fechadas assinalar mais do que um item leva de imediato a «0».

Se na redacção se apresentar um texto que não siga o tema proposto, leva-se «0».

Nas perguntas de interpretação também se descontam os erros (as falhas de pontuação, de acentuação, as falhas de citação, etc.).

Portanto, ter cuidado com o «acabamento». Valerá a pena ensaiar na folha de rascunho? (Pelo menos, reler bem, emendar o que se escreveu.)

Os Lusíadas

Proposição

Nas estrofes 1-3 do Canto I — correspondentes à Proposição — o poeta anuncia ir cantar (louvar) os guerreiros ilustres («as armas e os barões assinalados») que, «por mares nunca dantes navegados», alçançaram locais até então desconhecidos («passaram ainda além da Tabrobana»).

Diz também ir cantar os reis que ampliaram a área de influência cristã e o próprio território nacional («dilataram a fé e o Império»).

Cantará, enfim, todos aqueles que se «vão da lei da Morte libertando», isto é, os que, pelos seus feitos, se tornaram imortais.

Na 3.ª estrofe da Proposição, o poeta procura valorizar os Portugueses relativamente aos heróis antigos, o «sábio grego» (que é Ulisses) e o «Troiano» (recurso estilístico para significar Eneias), os heróis das epopeias de Homero e de Virgílio. Também as conquistas de Alexandre e de Trajano são inferiores às dos Portugueses. Portanto, «Cesse tudo o que a Musa antiga canta / que outro valor mais alto se alevanta».

O poeta anuncia ir louvar os feitos dos portugueses (dos que chegaram à Índia, dos reis que lutaram pelo cristianismo e pelo alargamento do reino, dos heróis que se distinguiram pela bravura).

Acha que se deve deixar de glorificar os feitos de heróis antigos, já que as acções dos portugueses têm ainda mais valor.

Cantando espalharei por toda a

parte,

Se a tanto me ajudar o engenho e a arte[,]

As armas e os barões assinalados

Que, da Ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca dantes navegados,

Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas,

Daqueles Reis que foram dilatando

A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando,

E aqueles que por obras valerosas

Se vão da lei da Morte libertando.

Cessem do sábio Grego e do Troiano

As navegações grandes que fizeram;

Cale-se de Alexandro e de Trajano

A fama das vitórias que tiveram;

Que eu canto o peito ilustre Lusitano

A quem Neptuno e Marte obedeceram.

Cesse tudo o que a Musa antiga canta,

Que outro valor mais alto se alevanta.

Consílio dos deuses

Adjuvantes Sujeito

Júpiter Portugueses

Vénus

Marte Objecto

Chegada à Índia

Oponente

Baco

Presidente da sessão: Júpiter

1) Fados querem que os portugueses venham a alcançar a Índia e lá construir um império.

2) a armada de Vasco da Gama está fatigada e a precisar de ajuda.

A favor: Vénus

1) gostava dos portugueses, porque os achava parecidos com os romanos, descendentes de Eneias, seu filho e fundador de Roma.

2) tinha a esperança de vir a ser estimada e celebrada pelos portugueses e o seu culto levado ao Oriente.

Contra: Baco

1) temia que os portugueses viessem a ultrapassá-lo em fama e poderio na Índia.

A favor: Marte

1) era um antigo apaixonado por Vénus.

2) achava que Baco era movido pela inveja.

3) considerava que Júpiter não devia voltar atrás com a decisão que pensava tomar e devia ajudar os portugueses, que bem o mereciam.

Inês de Castro

Pela estrofe 118 ficámos a saber que, tendo Afonso IV regressado a Portugal após a grande vitória que tivera na Batalha do Salado, aconteceria um episódio digno de memória, o de Inês de Castro, que, depois de assassinada, foi rainha. Que loucura permitiu que quem dominou os mouros, levantasse agora a espada contra uma dama frágil?

Ao lermos as estrofes 119 a 121, vimos que Inês está feliz e tranquila, junto à cidade de Coimbra; ignora, porém, que o Amor gosta de banhar os seus altares com sangue.

Pelas estâncias 122-123 sabemos que Pedro, viúvo de Constança, recusa («enjeita») casar-se com as princesas que lhe são apresentadas, por amor a Inês. Percebemos também que o seu velho e sensato pai, Afonso IV, ouvindo os murmúrios do povo e vendo os caprichos do filho, decide matar Inês.

Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho trouxeram Inês perante o rei. Afonso já estava inclinado a perdoar-lhe. Contudo, o povo fê-lo aprovar a morte de Inês. Esta, com palavras tristes e piedosas, devidas apenas à saudade do seu príncipe e dos filhos, que a magoava mais do que a própria morte, levantou os olhos, com lágrimas, e, reparando nas crianças cuja orfandade temia, falou assim ao cruel avô:

«Se até se viu animais terem compaixão pelas crianças, como aconteceu com as pombas que alimentaram Nino e com a loba que amamentou Rómulo e Remo, tu, que tens aparência de humano, respeita estas criancinhas. Se soubeste matar os mouros, tens de saber também ser clemente e deixar viver quem nada fez para (merecer) perder a vida. Podes até desterrar-me na Cítia ou em África. Podes pôr-me entre leões e tigres, que talvez aí encontre a piedade que não tive da parte dos homens. Aí, com o amor e o pensamento naquele por quem morro, criarei os filhos de Pedro.»

O rei, já comovido com as palavras de Inês, queria perdoar-lhe, mas o destino e o povo não o permitem. Os algozes arrancaram das espadas. Ó corações sanguinários, mostram-se ferozes contra uma dama? Tal como Pirro se armou contra Políxena, último consolo da velha mãe, e a matou, enquanto esta, com os olhos mansos postos na mãe, se oferecia ao sacrifício, também os «brutos matadores» embeberam as espadas no colo de alabastro que sustinha os seios que tinham provocado a paixão daquele que depois a faria rainha.

Devias, ó Sol, em sinal de horror, afastar naquele dia, da vista destes [«brutos matadores»], os teus raios, como os afastaste da lúgubre mesa de Tiestes, quando este comia os seus próprios filhos pela mão de Atreu!

Vós, ó vales côncavos, que pudestes ouvir as últimas palavras da fria boca de Inês, quando agonizava, repetistes durante muito tempo o nome que lhe ouvistes, o nome do seu amado Pedro.

Assim como a cândida e bela margarida silvestre («bonina») que foi cortada antes do tempo perdeu o aroma e tem a cor murcha por ter sido maltratada pelas mãos irrequietas («lascivas») da menina que a trouxe na grinalda, também está morta a pálida donzela, com as rosas do rosto secas e tendo perdido, com a doce vida, a cor branca e rosada.

As ninfas do Mondego, chorando, recordaram durante longo tempo aquela morte horrorosa e, para eterna memória, transformaram as lágrimas choradas por Inês e pelas ninfas em fonte pura.

Puseram a essa fonte o nome, que ainda dura, «dos amores de Inês», amores que ali se passaram. Veja-se como é fresca a fonte que rega as flores; e veja-se que a água é de lágrimas e o nome é de amores.

Não decorreu, porém, muito tempo sem que Pedro visse feita a vingança das feridas mortais, porque, ao tomar o governo do reino, vingou-se dos homicidas, que andavam fugidos.

Conseguiu que lhe fossem entregues («alcançou‑os») por um outro Pedro, rei crudelíssimo também, porque, ambos inimigos da vida humana, fizeram entre si o mesmo pacto cruel e injusto que César Augusto fez com Lépido e António.

Este (D. Pedro I de Portugal) foi rigoroso punidor de latrocínios (‘roubos’), mortes e adultérios. As suas melhores diversões e alívio («refrigério») das saudades de Inês eram exercer crueldades sobre os maus.

Justiceiro («justiçoso») e livrando as cidades de todos os insultos («vitupérios») dos poderosos e castigando os ladrões, deu à morte mais homens do que o fizeram o vagabundo Alcides ou Teseu.

De D. Pedro à Batalha de Aljubarrota

O filho que deixou, D. Fernando, bem diferente nasceu... Por seu descuido, esteve o reino quase a ser conquistado pelos Castelhanos, que a todo o momento entravam pelo nosso País dentro, assolando-o, assassinando gente, perseguindo e roubando os habitantes...

Mole, sem energia, D. Fernando não cumpria os seus deveres de rei e só pensava na mulher, D. Leonor Teles, que era uma castelhana traidora, desejosa de entregar a nossa Pátria ao domínio dos seus patrícios. Rei fraco, D. Fernando não sabia resistir aos embustes da formosa Leonor Teles. E um fraco rei faz fraca a forte gente... Fortes eram decerto os Portugueses, mas tão mal mandados e governados, que pareciam fracos também, afinal...

Portugal andava ao acaso, sem tino, como um barco levado no furor de uma tempestade... São homens para vencer tempestades, os Lusitanos, embora às vezes os julguem descuidados ou adormecidos. Mais uma vez mostraram que o não estavam...

Morto D. Fernando, reagem os nossos contra os perigos que os cercam. Elegem rei o mestre de Avis, D. João I, e matam os fidalgos que os traíam.

D. Leonor Teles, que tinha uma filha casada com o Rei de Castela, incita o genro a invadir Portugal. Dizia ela que a sua filha era a herdeira do reino! Queria impô-la à força como rainha, e entregar a nossa Pátria aos Castelhanos!

Os Portugueses serem governados por estrangeiros... Podia lá ser!... Juntam-se todos em torno do Mestre de Avis e preparam-se para combater os inimigos, que, de Castela, da Andaluzia, de Toledo, da Galiza, da Biscaia, das Astúrias (de toda a Espanha, enfim) avançavam sobre a nossa terra. Era o maior exército que jamais os Castelhanos tinham formado!

O perigo era tremendo. Mas D. João, a quem a força cresce com a coragem, ajudado pelo grande Nun’Álvares Pereira, organizou logo milícias aguerridas, chamou o povo a combater, estimulou os ânimos fracos, entusiasmou os valentes, envergonhou os cobardes. Alguns resistiam ainda, mal habituados a lutar. Mas Nun’Álvares vai falar-lhes e persuadi-los. A mão na espada, o olhar firme, clama a esses habitantes compatriotas:

«Como pode haver gente portuguesa que recuse lutar, gente deste país que sempre foi o maior na guerra? Não será dever nosso defender a Pátria? Negará um português a sua fé, o seu amor, o seu esforço e a sua inteligência, deixando o Reino sujeitar-se a outrem? Não sois vós, meus amigos, descendentes daquela raça que venceu já os Castelhanos à sombra da bandeira do heróico Afonso Henriques? E no tempo de D. Dinis, a vossa coragem não era a mesma? Se D. Fernando foi quem vos tornou tão fracos, tomai-vos fortes agora com o vosso Rei novo!

Tão grande ele é, que se o igualardes no valor, desbaratareis tantos exércitos quantos quiserdes... E, se estas palavras vos não movem, se o medo vos prende as mãos cobardes, eu sozinho resistirei ao jugo alheio... Eu só, com os meus vassalos e com esta espada, defenderei do inimigo a terra que nunca ninguém subjugou. E não só destes inimigos de hoje. mas de todos aqueles que vierem ainda, contrários à nossa Pátria e ao nosso Rei... »

As palavras de Nun’Álvares, tão cheias de patriotismo e ardor, fazem chorar de vergonha os fidalgos medrosos. Não querendo nenhum deles passar por cobarde, e compreendendo então os perigos que ameaçavam Portugal, seguiram todos Nun’Álvares. O povo, esse, sempre pronto a lutar pela Pátria, já preparava e limpava as armas para a batalha. D. João reúne os seus soldados em Abrantes e de lá sai, com Nun’Alvares e Antão Vaz de Almada. Em Aljubarrota encontram o exército comandado pelo Rei de Castela.

Despedidas

83

Os navegadores foram presenteados por D. Manuel, para que se preparassem para a viagem com mais entusiasmo.

84

As naus já estavam prontas no porto de Lisboa. Os marinheiros e os soldados estão animados.

85

Vestidos de várias cores, os soldados vinham pelas praias.

86

Depois de os tripulantes estarem preparados com tudo quanto uma tal viagem implicava, preparámos também a alma para a morte.

87

Assim partimos da ermida de Santa Maria de Belém. Declaro-te, ó Rei, que ainda duvido estar diante de ti, tão longe da pátria de que me apartei com tanta saudade.

88

Naquele dia, a gente da cidade afluiu a Belém. E nós fomos caminhando para os batéis.

89

O povo julga que morreremos em tão longa viagem. Homens, mães, esposas, irmãs desconfiam de que não nos verão mais.

90

Uma mulher pergunta ao filho por que a deixa sozinha, ele que era o seu alívio e amparo na velhice.

91

Outra mulher, de cabeça descoberta, perguntava ao marido por que razão ia arriscar a vida no mar, vida que era mais dela do que dele próprio.

92

A estas e outras palavras que as mulheres diziam por amor respondiam os montes, quase movidos de piedade.

Adamastor

Mas, cinco dias depois [...], numa noite em que sopravam ventos prósperos, estando nós de vigia, uma nuvem imensa, que os ares escurecia, apareceu de súbito sobre as nossas cabeças. Tão temerosa e carregada vinha que os nossos valentes corações se encheram de pavor!

O Mar bramia ao longe, como se batesse nalgum distante rochedo. Tudo infundia pavor. E nunca na nossa viagem tínhamos encontrado nuvem tão espessa e tão assustadora. Todas as tempestades pareciam vir dentro dela, para de lá saírem e nos assaltarem. Erguendo a voz ao Céu, supliquei piedade a Deus.

Mal acabava de rezar — e logo uma figura surgiu no ar, robusta, fortíssima, gigantesca, de rosto pálido e zangado, de barba suja, de olhos encovados, e numa atitude feroz. Os cabelos eram crespos e cheios de terra. A boca era negra. Os dentes amarelos.

Tão grandes eram os seus membros, que julguei ver um segundo colosso de Rodes, esse colosso que era uma das sete maravilhas do Mundo, de tal maneira alto que, diz-se, por baixo das suas pernas passavam à vontade enormes navios!...

Num tom de voz grossa, como a voz do mar profundo, começou a falar-nos. Arrepiámo-nos todos, só de ouvir e de ver tão monstruosa criatura. Disse então o Gigante, voltando-se para nós:

— Ó Gente ousada mais do que nenhuma outra, que nunca descansais de lutas e combates, já que não temeis ultrapassar os limites onde ninguém mais chegou, e navegar os mares que me pertencem; já que vindes devassar os meus segredos escondidos, que nenhum humano deveria conhecer — ouvi agora os danos que prevejo para vós, para a vossa raça, que subjugará no entanto ainda todo o largo Mar e toda a imensa Terra.

Ficai sabendo que todas as naus que fizerem esta viagem encontrarão — castigo merecido do seu atrevimento sem par! — as maiores dificuldades nestes meus domínios. E sofrerão o horror de tormentas desmedidas.

Punirei de tal modo a primeira armada que vier aqui depois da vossa frota, que os seus tripulantes mal sentirão talvez o perigo de me defrontarem. Mas hão-de chorar depois o dano que eu lhes fizer...

Hei-de-me vingar de quem primeiro me descobriu, do vosso Bartolomeu Dias, fazendo-o naufragar aqui mesmo. E outras vinganças imprevistas executarei...

D. Francisco de Almeida deixará aqui a sua glória e os troféus que arrancar aos Turcos. Manuel Sepúlveda verá aqui morrer os filhos queridos, verá aqui sofrer mil ferimentos a sua mulher, que os negros cafres hão-de torturar e matar.

E tantos, tantos mais dos vossos, hão-de experimentar a fúria do meu ódio pela audácia de me inquietarem, perturbando a solidão em que vivo e quero viver...

Era tão assustador o que me dizia o monstro horrendo, que eu o interrompi, perguntando-lhe quem ele era, e porque estava assim tão zangado.

Retorcendo a boca e os olhos, e lançando um espantoso brado, respondeu-me em voz pesada e amarga, como quem se aborrecera da pergunta feita:

— Eu sou aquele oculto e grande Cabo, a quem vós tendes chamado Tormentório, e que ninguém, a não ser vós, Portugueses, algum dia conheceu e descobriu. Sou um rude filho da Terra, e meu nome é Adamastor.

Andei na luta contra o meu Deus, contra Júpiter, e, depois, fiz-me capitão do mar e conquistei as ondas do Oceano. E então me apaixonei por Tétis, princesa do mar e filha de Neptuno. Ai de mim!... Sou tão feio, tão horrível, que ela nem me podia olhar!

Determinei conquistá-la à força e lhe participar esta minha intenção. Tétis fingiu aceitar o meu pedido de casamento... E julguei certa noite vê-la e supus que vinha visitar‑me e combinar as nossas bodas. Deslumbrado, corri como doido para ela e comecei a abraçá-la. Mas nem sei de tristeza como conte o que me sucedeu...

Julgando abraçar quem amava, achei-me de repente abraçado a um duro monte, coberto de mato bravio e espesso. Tétis transformara-se em rocha feia e fria!

Vendo um penedo a tocar a minha fronte, em lugar do rosto angélico de Tétis, penedo me tornei também, de desespero. Em penedos se me fizeram os ossos, a carne em terra inculta, e estes membros e esta figura que te horroriza estenderam-se pelo mar fora.

Enfim, a minha grandíssima estatura converteu-se neste remoto Cabo. E, para redobrar as minhas mágoas, Tétis anda-me sempre cercando, transformada em onda. E, como as ondas, que ora estão junto da praia, ora dela fogem para o mar alto, assim faz a princesa do Oceano: ora está perto, ora longe de mim, nunca se deixando prender, nunca ficando tranquila entre os meus braços de pedra...

Assim contou a sua história o Gigante Adamastor... E logo em seguida a nuvem negra, que nos escondia o céu, desfez-se — e o Mar bramiu ao longe, muito ao longe...

De novo rezei a Deus, pedindo-lhe que nos guardasse dos perigos que o Adamastor anunciara.

Tempestade

Queria Veloso continuar a heróica narrativa — dos Magriços —, quando o mestre do navio lhe pediu, e aos seus ouvintes que estivessem alerta... É que se anunciava já a tempestade que Baco projectara desencadear...

De facto, uma nuvem negra corria sobre a frota, e o vento crescia assustadoramente. Impetuosa, desencadeia-se a terrível procela.

Rompe-se a vela grande da nau de Veloso, pois não houvera tempo de amainá-la.

Alaga-se o navio todo com as ondas que o envolvem espumando, e a água entra pelos porões.

Correm os marinheiros a dar à bomba, para evitar o naufrágio, que parece certo.

Nunca a fúria do vento foi mais cruel do que nessa hora! Nunca o Mar foi tão perigoso!

O navio maior, em que navegava Paulo da Gama, irmão de Vasco, leva o mastro quebrado.

Umas vezes o Mar levanta as naus ao céu, outras fá-las descer como atraídas para as profundas do Inferno.

Dir-se-ia que a tempestade queria despedaçar o Mundo inteiro.

Relâmpagos e raios, como jamais se viram, faíscam e fuzilam.

Na costa, há montes que são derrubados, raízes que são desenterradas e postas ao ar, e as fundas areias ficam todas revolvidas, como por íntima convulsão da Terra...

Tão perto da Índia estavam os Portugueses — e tão impossível se lhes afigura lá chegar, nessa hora de tragédia!

O Oceano tragaria ali naus e marinheiros, se a tempestade por fim não abrandasse.

Vasco da Gama, entre o furor da procela, ergue a sua alma a Deus. E enquanto os marinheiros lutam contra a fúria do Oceano, a Deus suplica porto e salvamento.

Sossega o Mar, então. Cala-se o vento um pouco.

As nuvens fogem, deixando ver no céu a estrela Vénus, a estrela que tem o nome da protectora dos Lusitanos.

A luz da estrela carinhosa acalma os elementos furiosos, anuncia a madrugada alegre, e traz força e coragem aos corações dos tripulantes. Cai o vento. Amainam as ondas. E as naus portuguesas retomam outra vez o seu rumo para a Índia. Baco invejoso fora vencido de novo, e já não poderia contrariar os desígnios da gente lusitana... A manhã clareava nos outeiros por onde passa o Rio Ganges, quando da gávea alta os marinheiros enxergaram terra, pela proa das naus.

Voa dos corações o medo. Foge a sombra de temor que os desvairava.

O piloto melindano, jubilosamente, exclama que a terra que se avista enfim é Calecute, cidade da Índia!...

Resumo

Foquemo-nos então na epopeia. Os Lusíadas estão divididos em dez cantos, a maioria deles com mais de cem oitavas/estâncias/estrofes. O esquema rimático da cada estrofe é a-b-a-b-a-b-c-c (ou seja, há rima cruzada e emparelhada). Quanto à métrica, os versos são decassilábicos/decassílabos (têm dez sílabas métricas).

Como é típico dos poemas épicos (por exemplo, a Eneida, de Vergílio, ou a Odisseia/Ilíada, de Homero), a narração começa a meio da história, já os Portugueses estão no oceano Índico (enquanto, no Olimpo, os deuses se preparam para reunir/um consílio). Já tinham, portanto, passado o Cabo das Tormentas (ou Cabo da Boa Esperança).

Mas esse momento tão difícil, como o resto da viagem até Melinde, ser-nos-á contado dentro do discurso do Gama ao rei dessa localidade africana. É o episódio do Adamastor, o infeliz apaixonado pela ninfa Tétis. Antes, já o Gama contara ao seu simpático anfitrião vários episódios da história de Portugal, uns de conteúdo quase lírico (como o de Inês de Castro), outros de guerra (como o da Batalha de Aljubarrota).

A despedida das naus, que, há quase quinhentos e dez anos, saíram da praia do Restelo, também se inclui na longa analepse. Já a tempestade (provocada por Baco) é posterior a esse discurso encaixado: acontece quando as naus já se aproximam da Índia. Antes de regressarem, os navegantes foram recompensados por Vénus com uma passagem por uma ilha paradisíaca, a ilha dos Amores.

Falta só lembrar que, ainda antes da narração, há três estrofes de Proposição (em que o poeta anuncia o assunto do poema), duas de «Invocação» (às Tágides) e umas tantas de «Dedicatória» (a D. Sebastião).

Proposição propor

Invocação invocar (pedir, chamar)

Dedicatória

Narração

Orações

Oracões coordenadas

copulativas

adversativas

disjuntivas

conclusivas

Comi o rinoceronte / e bebi o ornitorrinco.

Vou ao Nepal, / mas passo por Almada.

Ou vou à Lua / ou vou à Terra.

Não houve ARS, / por conseguinte fiquei a comer iogurtes.

Orações subordinadas

Adverbiaistemporaiscausaisconcessivasfinaisconsecutivascondicionaiscomparativa

Substantivas

completivas

relativas (sem antecedente)

Adjectivas

relativas explicativas

relativas restritivas

Substantivas

Completivas

Ele disse / que és linda. complemento directo

Relativas (sem antecedente)

Quem vai ao mar / perde o lugar. sujeito

Orações adjectivas

relativa restritiva

Os alunos que fizeram a simulação de Matemática vão ter excelentes notas.

relativa restritiva

O Ronaldo que prefiro é o do Barcelona.

relativa explicativa

Cristiano Ronaldo, que assinou um belo contrato, marcou dois golos.

Subordinadas substantivas

O alfaiate garantiu-me / que o fato fica pronto a tempo do casamento.

Os próprios actores acham surpreendente / que a comédia esteja a ter tamanho êxito.

Subordinante / Subordinada completiva

[= complemento directo]

Subordinadas adverbiais

Achei a conferência tão aborrecida, / que me vim embora mais cedo.

Subordinante

Subordinada consecutiva

Ele pregava tantas partidas aos colegas, / que acabou por ser expulso do colégio.

Subordinante / Subordinada consecutiva

Se o pescador desistisse, não teria conseguido o seu objectivo.

Embora possamos ter problemas, a força de vontade vence sempre.

Ela é bela / como o sol é.

Subordinante / Subordinada comparativa

Ela é bela como o sol.

período simples

Ele come mais do que o Hélio.

período simples

Ele come mais lesmas / do que o Hélio come besouros.

Subordinante / Subordinada comparativa

Palavras homónimas

ora = ‘reza’ || ora = ‘além disso’

canto = ‘da sala’ || canto = 'música'

a) Quem casa quer casa

b) O fecho das calças estragou-se. De Inverno eu fecho as janelas, à noite.

c) Os alpinistas gostam da neve. Este ano, talvez neve na serra da Estrela.

homónimas têm som e grafia iguais, mas são palavras diferentes, com sentido diferente.

Diacronicamente, são palavras convergentes.

Palavras homófonas concerto = consonância (de vozes e

instrumentos)conserto = reparação

asso = forma do verbo «assar»aço = metal

à = a + ahá = forma do verbo «haver»

a) conselho vs. __________

b) censo vs. ___________

c) sela vs. ____________

homófonas escrevem-se de modo diferente mas têm idêntica pronúncia.

Palavras homógrafas

gosto = forma do verbo «gostar»

gosto = nome

«gosto» e «gosto» têm a mesma grafia, mas sons diferentes. São palavras homógrafas, porque têm grafia igual mas som diferente.

a) molho vs. ___________

b) pôde vs. pode

Palavras parónimas

a) fluorescentes / fosforescentes

b) compreensível / compreensivo

c) descrição / discrição

parónimas = parecidas

a) Não se deve infringir as normas do regulamento.

Ontem, no jogo de futebol, o 9.° 2.ª esteve à beira de infligir uma pesada derrota ao 9.° 5.ª, mas tal não aconteceu.

b) Sempre que vão mungir a vaca, ela começa a mugir: não quer separar-se do seu hipopotamo-zinho.

c) Para se viver bem, é preciso suar as estopinhas, diz o clero.

A campainha tem de soar com muitíssima força para que toda a gente do 9.º 2.ª chegue a tempo à sala de aula.

d) O Director de turma ratificou o horário da reunião apresentado pelos seus alunos.

O professor rectificou todos os erros do texto que o aluno lhe apresentou apressadamente.

e) Foi necessário dilatar as pupilas para fazer o exame à vista.

Fez questão de delatar o seu amigo ao próprio juiz.

f) A proposta dos alunos parecia diferir da sugestão dada pelo professor.

O Director Executivo não pôde deferir o requerimento: era ilegal expulsar todos os alunos.

g) Todos viram o submarino imergir em poucos minutos. Desapareceu assim aos olhos dos mirones.

Todos viram o submarino emergir em poucos minutos. Logo as gaivotas o rodearam em voos cruzados de grande elegância.

Antónimos

causa / efeito

anoitecer / amanhecer

liberdade / prisão

tirar / ____

concreto / ____

estéril / fértil

Sinónimos

bêbado / embriagado

fixo / imóvel

ancião / ______

nojo / repulsa

pleno / ______

Classes de palavras

Substantivo (Nome)AdjectivoVerboDeterminantePronomeNumeralAdvérbioPreposiçãoConjunçãoInterjeição

nomes (substantivos)

tristezacadeira

JoãoCoimbrarebanho

adjectivos

rude

cansado

tristíssimo

advérbios

irritadamente, provavelmente

apenas, agora, já, talvez

não, devagar, depressa,

bem, mal, nunca, ....

verbos

pessoa

número

modo

tempo

aspecto

pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª)

número (singular, plural)

modo (indicativo, conjuntivo, condicional, imperativo, infinitivo)

tempo (presente, futuro, ....)

1.ª conjugação (AR)

2.ª conjugação (ER + «pôr»)

3.ª conjugação (IR)

determinantes

determinantes artigos

definidos: a, o, as, os

indefinidos: um, uma, uns, umas

determinantes demonstrativos

este

esse

aquele

o mesmo

o outro

tal

determinantes possessivos

meu, minha

teu, tua

seu, sua

nosso, nossa

vosso, vossa

seu, sua

determinantes relativos

cujo, cuja

quanto, quanta

determinantes interrogativos

qual

quanto

que

determinantes indefinidostodo (toda, todos, todas)

outronenhumalgumcertomuitopoucotanto

qualquercada

pronomes pessoais

eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas;

me, te, o/a, nos, vos, os/as, se;

me, mim, te, ti, lhe, ele, ela,

nos, nós, vos, vós, lhes, eles, elas, si

pronomes possessivos

[cfr. determinantes]

pronomes demonstrativos

isto, isso, aquilo

[cfr. determinantes]

pronomes relativos

que

o qual

quem

quanto

onde

pronomes indefinidos

alguém

algo

ninguém

tudo

nada

outrem

[cfr. tb. determinantes]

pronomes interrogativos

o quê

onde

quem

que

[cfr. tb. determinantes]

preposições

a, ante, após, até, com, de,

contra, desde, em, entre, por,

para, sem, sob, sobre, durante,

perante, conforme, consoante, ...

Contracções

de preposição com determinantes

de + a = da

de + esta = desta

em + a = na

por + o = pelo

em + o = no

em + os = nos

de + o = do

em + uma = numa

a + os = aos

por + as = pelas

em + esse = nesse

a + a = à

conjunções

e, mas, porém, todavia, contudo, ou, nem, logo,

portanto, quando,

enquanto, se, embora,

....

interjeições

ah, oh, oxalá, irra, bis,

olá, upa, ufa, bravo, ...

preposição + nome vs.

advérbio de modo

Com frequência frequentemente / frequente

Em resumo

resumidamente / resumida

Com efeito

efectivamente / efectiva

De súbito

subitamente / súbita

Com sinceridade

sinceramente / sincera

Com franqueza

francamente / franca

Segundo a lei

legalmente / legal

Sem preocupações despreocupadamente / despreocupada

Ele cumpre com rigor os roubos de que o encarregam. | Cumprimentei-te com educação. | Lês sempre à pressa. | Irei salvar-te, com certeza. | Tiveste, de novo, um 99,9%.

rigorosamente / educadamente / apressadamente / certamente / novamente

Funções sintácticasSujeitoPredicadoComplemento directoComplemento indirectoComplementos circunstanciaisVocativoPredicativo do sujeitoPredicativo do complemento directoAgente da passivaAtributoDeterminativoAposto

vocativo

Agora te vejo, Onzeneiro, meu parente.

aposto

Camilo, o grande romancista do século XIX, morreu há uns tempos.

Predicativo do sujeito

O coprólito continuou parado, mas reparou que o jacaré estava ansioso. Permaneceu mudo e, quando Gil Vicente — assim se chamava o jacaré — ficou mais calmo, perguntou-lhe se queria ir ver o Auto da Barca.

— Não, obrigado. Estou cansado! Seria uma péssima companhia. E a avenida do Colégio Militar é demasiado seca. E já agora: estas frases parecem estúpidas (ou feitas à pressa numa tarde de segunda-feira antes das aulas de terça) — respondeu Gil Vicente.

Predicativo do complemento directo

Consideras Machado de Assis o melhor escritor.

predicativo do sujeito

Machado de Assis é o melhor escritor.

Consideras / que Machado de Assis é o melhor escritor.

complemento directo

Consideras Machado de Assis o melhor escritor.predicativo do c. directo

complemento directo

Consideras Machado de Assis o melhor escritor. predicativo do compl. directo

Acho o morcego-rabudo com muito bom aspecto.

O morcego-rabudo está com bom aspecto.

Acho / que o morcego-rabudo está com bom aspecto.

Acho o morcego-rabudo com muito bom aspecto.

Tenho o Eduardinho por excelente aluno.

Tenho o Eduardinho por excelente aluno.

compl. directo

predicativo do c. directo

O professor considerava errada aquela ideia. Por mais que pensasse no assunto, não vencia o impasse. Todos achavam as frases uma tontice, mas ele julgava-as sobretudo deselegantes. E tinha de eleger o texto gramatical mais estúpido de todos. Era mesmo aquele.

Elejo Fernando Pessoa o melhor poeta português. Porém, também considero Camões um belo zarolho. Já Simão Sabrosa julgo-o um sabujo nojento. Enfim, acho todos os jogadores do Benfica intelectuais do mais alto gabarito.

Hiperónimos & hipónimos

hiperónimo

clube

hipónimos

Benfica | Sporting | Porto | Boavista

hiperónimos

cor

hipónimos

verde | azul | amarelo | vermelho

a) A palavra «profissão» é hiperónimo de professor

[ou qualquer outra profissão]

b) A palavra «bicicleta» é hipónimo de meio de transporte

[veículo; transporte]

c) A palavra «tristeza» é hipónimo de sentimento

d) A palavra «mamífero» é hiperónimo de baleia

[qualquer nome de mamífero]

Polissemia

Tem aftas na língua

É bom a língua portuguesa

prato (recipiente)

prato (ementa)

prato (da balança)

prato (instrumento musical)

Como procurar num dicionário?

limpos / limpo [adjectivo / masculino, singular]

reconstruíra / reconstruir [verbo / infinitivo]

eficácia / eficácia [substantivo]

projécteis / projéctil [substantivo / singular]

aldeães / aldeão [substantivo / singular]

continham-se / conter [verbo / infinitivo]

dólares / dólar [substantivo / singular]

Alguns verbos derivados

conter (con + Ter)

continha

conteve

contivera

contém

contivesse

manter

deter

suster

pôr

compor

repor

dispor

depor

contrapor

impor

supor

expor

Superlativos absolutos sintéticos «eruditos»

ou irregulares

grande > enorme

nobre > nobilíssimo

pobre > paupérrimo

pequeno > mínimo

negro > nigérrimo

baixo > ínfimo

célebre > celebérrimo

cruel > crudelíssimo

áspero > aspérrimo

acre > acérrimo

fácil > facílimo

difícil > dificílimo

doce > dulcíssimo

fiel > fidelíssimo

amigo > amicíssimo

sábio > sapientíssimo

amargo > amaríssimo

Arcaísmos

Arcaísmos Formas actuais

esperar-me-ês esperar-me-eis

havês haveis

is ides

irês ireis

Arcaísmos Formas actuais

leixês deixeis

mano mão

veniredes vireis

vinrá virá

Neologismos

Estrangeirismos

Regionalismos

Derivação imprópria

(ou conversão)

O tonto só diz disparates.

O cantarolar dos pássaros enerva-me.

Esperava um sim mas ouviu um não.

Onomatopeias

tiquetaque

miau

cocorococó

coaxar

pum!

Plural das palavras compostas

Nomes compostos sem hífen:

aguardente > aguardentes

passatempo > passatempos

Palavras compostas por verbo ou palavra invariável + nome ou adjectivo:

guarda-sol > guarda-sóis

vice-presidente > vice-presidentes

Palavras compostas por nome + nome ou adjectivo:

amor-perfeito > amores-perfeitos

obra-prima > obras-primas

[mas palavras-chave, ideias-força]

Palavras compostas por vários elementos ligados por preposição

fim-de-semana > fins-de-semana

água-de-colónia > águas-de-colónia

varapaus

clarabóias

ferrovias

malmequeres

pontapés

chapéus de sol tenentes-coronéis

abaixo-assinados gentis-homens

pães-de-ló saca-rolhas

pés-de-cabra sempre-vivas

Futuro e Condicional com pronomes

Põe no futuro todos os verbos

Tu lembras-te disso, ou fui eu que te contei?

Tu lembrar-te-ás disso ou serei eu que te contarei?

Tu lembras-te disso, ou fui eu ______ te contou?

Recursos estilísticos ou expressivos

(figuras de estilo)

EufemismoMetáforaHipérbolePersonificaçãoApóstrofeMetonímiaAntíteseAnáforaComparaçãoIroniaRepetição de adjectivos

Antítese

«Sem causa, choro e rio»

«O homem põe e Deus dispõe»

“Que, da Ocidental praia Lusitana” sinédoque

“Que eu canto o peito ilustre Lusitano”

metonímia

“E vós, Tágides minhas, pois criado”

apóstrofe

“Os ventos brandamente respiravam”

personificação, metáfora

“De outra pedra mais clara que diamante”

hipérbole

“Rompem-se as folhas, ferve a serra erguida”

hipérbole

Tu, só tu, puro Amor, com força crua” apóstrofe

“Tirar Inês ao mundo determina” eufemismo

“Mas ela, os olhos, com que o ar serena”

personificação, hipérbole

“Vós, ó côncavos vales, que pudestes”

apóstrofe

“Correu ao mar o Tejo duvidoso” hipérbole, personificação

Aprende a sofrer como um homem.

comparação

Transformemos em metáfora:

_____________________________

Não percas a coragem, sê um homem.

metáfora

Puxem, mãos. Aguentem, pernas. Cabeça, não me falhes.

Há personificações. O velho, estabelecendo diálogo com as mãos, as pernas, a cabeça, dá-lhes qualidades de pessoas. Repare-se também no efeito de repetição, de paralelismo.

Que figura de estilo encontra na frase «Os olhos da princesa eram duas esmeraldas brilhantes e belas»?

A. comparação

B. metonímia

C. metáfora

D. sinédoque

A. comparação

B. metonímia

C. metáfora

D. sinédoque

Tempos compostos

a) tenha acabado (Pretérito Perfeito do Conjuntivo composto)

b) tivesse assistido (Mais-que-perfeito do Conjuntivo composto)

teria podido (Condicional composto)

c) tenham comprado (Pretérito Perfeito do Conjuntivo composto)

d) terem comprado (Infinitivo Pessoal composto)

e) ter saído (Infinitivo Pessoal composto)

f) teria conseguido (Condicional composto)

tivesse estado (Mais-que-perfeito do Conjuntivo composto)

g) tiveres compreendido (Futuro do Conjuntivo composto)

h) tiveres visto (Futuro do Conjuntivo composto)

Problemas de ortografia

Júpiter

Vénus

dizendo

atrás

atrázatráz

traz

atrás

atrázatráz

traz

folheei

desfolhei

têm havido

tem havido

haverão de fazer

vocês

há cinco anos

há pouco tempo

tive

estive

tivesse

estivesse

tínhamos

estávamos

rápida

rapidamente

alguém

ninguém

também

Pôr

Impor

Repor

Supor

Contrapor

Compor

Vir

Intervir (intervim, interveio, intervieste)

Convir (convim, conveio, convieste)

atrás / detrás

traz (trazer)

posar (pose)

pousar

ia

íamos

armasse (se o armasse cavaleiro)

arma-se (em parvo)

De repente

Se calhar

Com certeza

demonstrar

mostrar

Oh!

Ó

levantámo-nos

levantámos

vêem (ver)

vêm (vir)

derivado a = por causa de

= devido a

a partir de

com certeza

«chatice» = aborrecimento

«chateado» = aborrecido

«à rasca» = em dificuldades

«desenrascar» = desenvencilhar

Registos (ou Níveis de língua)

calão

popular

familiar

corrente

cuidado

literário

gíriasregionalismos

variedades / variantes

(sul-americana, europeia, africanas)

do português

Características do português do Brasil (vs. português europeu)

colocação dos pronomes

ausência do artigo definido (antes do possessivo)

perifrástica com gerúndio

tratamento («você» em vez de tu)

parte do léxico

república

agradavelmente (agradável)

Porque é que ....?

olharão, farão, ...

estão

são

Fenómenos fonéticos

adição

(inserção de sons)

no princípio: prótese

no meio: epêntese

no final: paragoge

supressão

(perda de sons)

no princípio: aférese

no meio: síncope

no final: apócope

alteração (mudança de sons)

aproximação a um som vizinho: assimilação

diferenciação relativamente a um som vizinho: dissimilação

contracção de duas vogais numa só: crase

contracção de duas vogais num ditongo: sinérese

transposição

passagem de um som para outro ponto da palavra: metátese

Útil para diálogo ou texto narrativo

Variar os verbos «dicendi» (os introdutores do discurso directo):

disse, afirmou, perguntou, exclamou, pediu, propôs, ordenou, impôs, anuiu, contrapôs, discordou, respondeu, retorquiu, considerou, etc.

Categorias da narrativa

Personagens

planas / modeladas (redondas)

personagens-tipo

colectivas / individuais

protagonista / secundária / figurante

Caracterização

directa / indirecta

Narrador

Presença

Participante / Não participante

Posição

Objectivo / Subjectivo

Modos de apresentação

Narração

Descrição

Diálogo

Monólogo

Sequência narrativa

por encadeamento

por encaixe

por alternância

Contar-lhe-ias o que aconteceu.

Visitá-las-ei se passar em Faro.

Ela encontrá-lo-á sem ajuda.

as | so | ci-a| ção

par | rei | ra

fra | ter | ni | da | de

mu | lher

ma | nhã

en | xo | fre

Levantei-me cedo porque quero chegar a horas. / causal

Se tiver tempo, acabo isso! / condicional

O concerto esgotou logo que a bilheteira abriu. / temporal

Fizeram uma tal confusão que ninguém se entendeu. / consecutiva

Disfarçou-se com um bigode postiço para que ninguém o reconhecesse. / final

Pensávamos que nada disto aconteceria. / completiva

A roupa que eu usei estava rota. / relativa restritiva

Embora estivesses atrasado, foste à máquina dos chocolates. / concessiva

gato B

crocodilo U

colega B

cantora U

mulher B

borboleta U

bode B

aldeão B

Tempos compostos (tenho pensado / temos feito): ter + particípio passado

Voz, ou Forma, Passiva (foi visto / é comentado): ser + particípio passado

Perifrástica (vou andando / estou a chegar): ir, estar, etc. + infinitivo (em geral precedido de preposição) ou gerúndio.

A que horas terminou o filme, Miguel?

A que horas, Miguel, terminou o filme?

Os meus pais viram-no na rua.

A notícia foi dada já muito tarde.

O nosso colega afirmou que o chefe chegara.

Comi a maçã.

Este jovem é talentoso.

A selecção ganhou o jogo.sujeito predicado c. directo

O Pedro contou uma história verdadeira.

sujeito predicado complemento directo

O João é muito bom aluno. sujeito verbo cop. predicativo do sujeito

predicado nominal

Astrogildo achou o trabalho óptimo.Sujeito Predicado C. directo Predicativo

do C. directo

Ninguém ficou indiferente.Sujeito V. Cop. Predicativo do sujeito

Predicado Nominal

Denotação = Frase 2

Conotação = Frase 1

O Brasil fica longe. / próprio

Hoje, só bebi um café / comum, concreto

Deram-me uma mochila vermelha. / comum, concreto

Tens boa memória? / abstracto

A minha turma é grande. / colectivo

Tive uma grande alegria. / abstracto

rapazinho / rapaz / rapagão

cãozinho / cão / canzarrão

boquinha / boca / bocarra

casinha / casa / casarão

Mil e oitocentos consultórios dentários aderiram este ano à quinta edição do Mês da Saúde Oral da Colgate e da Medicina Dentária(SPEMD), que decorre até ao final de Outubro.

Durante este mês, profissionais de saúde oral de todo o país, incluindo ilhas, realizam gratuitamente check-ups dentários a quem quiser.

Se desejar saber qual é o estado da sua boca basta marcar o 808205206, entre as 09h00 e as 23h00. Do outro lado da linha alguém lhe dirá quais os consultórios aderentes mais próximos da sua área de residência. Depois, só precisa de marcar o rastreio. Ah! Mas lembre-se de que esta consulta, gratuita, não contempla a realização de tratamento nem qualquer realização de radiografias.

1 – computador, João, Alfornelos / nome

2 – andarás, estou, vivendo / verbo

3 – ah!, ufa!, valha-me Deus!, oxalá / interjeição

4 – alegremente, mal, depressa, muito / advérbio

5 – ele, me, te, nós / pronome pessoal

6 – amargo, bela, maior, afável / adjectivo

7 – pois, quando, e, se / conjunção

8 – o, um, os, as / determinante artigo

9 – em, entre, a, após / preposição

10 – esta, aquela, esses / determinante demonstrativo

Ontem = complemento circunstancial

a mãe do Ivo = sujeito

ofereceu = predicado

aos alunos = complemento indirecto

chupetas de chocolate = complemento directo

Activa / O desempenho da banda foi aplaudido pelos fãs

Passiva / O namorado ofereceu-lhe o anel.

Passiva / Os colegas escolheram o delegado.

Activa / As minhas sapatilhas foram calçadas pelo Tiago.

Passiva / Um peixe-formiga mordeu-o.

7.

À personagem, que estava angustiada e desejosa de se libertar, a noite parecia mais longa do que efectivamente seria.

8.

A vontade de emigrar para os Estados Unidos mantinha-se e não era apenas o resultado de um sonho: era também a consequência de as pessoas quererem sobreviver e não terem condições nos seus países de origem.

9.

A frase em causa mostra que o leitor referido não tinha razão: o passageiro queria ganhar o seu sustento de modo legítimo (ganhar o «pão» através do «trabalho»), não nos surge com o perfil de indivíduo ganancioso.

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