apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 55-56

Post on 10-Jan-2017

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• demasiado denotativo estou muito triste versus levar o leitor a inferir essa tristeza

• demasiado panfletário o país está assim ou assado, os pobrezinhos são muito infelizes

• demasiado prosaicohá palavras, e estruturas de sintaxe, que são demasiado burocráticas — a não ser que o objetivo seja parodiar essa linguagem

• lugares comunsduro e cruel versus duro e elegantíssimo ouduro e molíssimo ou duro e quase albicastrense

• rima torna o poema ingénuo, popularucho

• certas formas estróficas fixas, tambémquadrassoneto

Podem enviar — agora por mail — a reformulação, se for caso disso, ou mesmo outro poema que não padeça dos males que apontei.

(Textos que tiveram só um visto, sem um +, talvez não mereçam ser agora reformulados. Mas podem sempre escrever outro.)

Ter em conta que as rosas simbolizam a efemeridade (da beleza e) e da vida.

As rosas — «que se apagam / [...] / Tão cedo» e que são, como as folhas, «breves» — sempre foram associadas à efemeridade da beleza e à brevidade da vida, já que se degradam ao fim de pouco tempo. Na ode, o desejo de o sujeito poético se coroar com rosas («e basta») deve significar o reconhecimento da efemeridade da vida e da justeza de uma atitude de despojamento.

Eu amo as rosas

As rosas amo

Ordem das palavras torna-se menos natural, mais difícil, favorecendo imitação da sintaxe latina.

Essas volúveis

Essas volucres

«Volúveis» é adjetivo que implicava certa personificação e podia até remeter para ‘inconstância’. «Volucres» é mais estoicista.

Que no dia

Que em o dia

Estilo ficou arcaizado, complexificado, mais erudito.

No mesmo dia

Em esse dia

Idem

socegadamente

voluntariamente

Talvez a última versão vinque a faceta de «autocontrolo» (valorizando a vertente estoica relativamente à epicurista?).

Do nosso breve curso [curso breve]

O pouco que duramos

Desta vez, a evolução das três versões parece visar a simplificação, um estilo mais cru (tornando o final mais pessoal e triste?).

Lídia, amo as rosas dos jardins de Adónis, amo essas rosas volucres, que em o dia que nascem em esse dia morrem.

Predicado complemento diretoAmo essas rosas volucres modificador restritivo

para elas é eterna predicativo do sujeito

Façamos voluntariamente nossa vida […] modificador do grupo verbal

Aparentemente, o protagonista de «À média e à belga» (série Lopes da Silva) faz a apologia da «aurea mediocritas» (‘dourada mediania’) — conceito horaciano que vimos coadunar-se com a filosofia epicurista-estoicista de Ricardo Reis.

Na verdade, porém, o sketch apenas pretende brincar com uma característica das expressões idiomáticas (expressões que adquiriram um significado comum, não literal, que já não resulta da soma dos lexemas originais). Estas expressões figuradas comportam-se já como um lexema (palavra) único, independente. Por isso, se pretendermos encontrar equiva-lentes com base na troca de algum dos elementos que a constituíram originalmen-te, o resultado será absurdo / desastroso / risível.

Neste caso, uma das personagens pretende graduar as expressões, julgando chegar assim a aceções atenuadas da expressão inicial. Em vez de «à grande e à francesa», que significa ‘abundantemente; com pompa’, executaria as ações «à média e à belga», expressão que não está dicionarizada (e, claro, não existe).

Como a expressão «do bom e do melhor» significa ‘da mais alta qualidade; de categoria’, a personagem cria um «do mais ou menos e do razoável», que corresponderia a ‘assim-assim, de qualidade aceitável’. Finalmente, em vez de «és boa!» (que corresponde à aceção n.º 14 no verbete de «bom»), exclama «és mais ou menos!».

Outro idiomatismo que surge no episódio é «tirar a barriga de misérias», que significa ‘comer muito, depois de ter passado fome’ [‘auferir grandes vantagens, após um período de dificuldades’]. Não existe, entretanto, a expressão «ter a barriga remediada», que, supostamente, teria o sentido de ‘ter comido razoavelmente’.

Dada a quantidade de aceções que vemos em cada verbete em cima, percebemos que estas três palavras são claramente polissémicas.

TPC — Lê o texto de Alberto Caeiro na p. 83 do manual, o XXV de «O Guardador de Rebanhos» e responde a estes itens de grupo I de exame nacional: 1. Identifique três pormenores das bolas de sabão que os sentidos captam e justifique com elementos do poema; 2. Explique a identificação das bolas de sabão com «uma filosofia toda»; 3. Refira duas expressões que revelem a efemeridade das bolas de sabão e, naturalmente, das coisas; 4. Indique o modo e o tempo das formas verbais «são» (vv. 3, 6, 9) e «passa» (vv. 11 e 12) e refira os seus valores expressivos.

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