apresentação para décimo ano, aula 1 2

Post on 11-Jul-2015

2.602 Views

Category:

Technology

2 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

luisprista@netcabo.pt

luis.prista@esjgf.com

Sumários

• não os passaremos em aula• se quiserem muito ter sumários,

vão a Gaveta de Nuvens

http://gavetadenuvens.blogspot.com

combinamos que há consulta com regularidade

moodle

Material

• trazer sempre manual (um por aluno!)• trazer sempre folhas para redacções• não deitar fora as fichas que entregar• ir pondo no caderno todos os

trabalhos• trazer lápis, borracha, caneta

Gramáticas?

• aproveitar o que já tenham de anos anteriores

• páginas informativas ao longo do manual

• anexo no final do manual

Lugares na sala

• manterem os lugares que escolherem para Português

Telemóveis

Trabalho na aula

• o trabalho orientado pelas folhas que for dando é, em geral, individual

• ter paciência e tentar compreender as folhas pela leitura

Avaliação

• Não há «pontos» («testes sumativos»)

• Serão avaliados por tudo o que se for fazendo (em aula e em casa)

Escrita

• redacções na aula• redacções em casa

Leitura

• questionários de compreensão• em geral, as fichas que vão sendo

feitas em aula (mesmo que não as leve)

• leituras combinadas (= «Leitura contratual»)

Falar & Ouvir

• questionários de compreensão (de gravações ou de vídeo)

• leitura em voz alta, recitação, etc.

Gramática [= Funcionamento da Língua]

• testes pequenos de vez em quando

• teste mais geral já perto do final do período?

• restantes trabalhos mais informais em aula

Como se determina a classificação?

Resumo do programa

compreensão oral • Entrevista (radiofónica e televisiva)• Crónica radiofónica

expressão oral• Reconto• Relato de vivências/experiências• Descrição/Retrato• Entrevista

expressão escrita• Declaração• Requerimento• Carta• Relatório• Reconto• Relato de vivências/experiências• Descrição/retrato• Textos expressivos e criativos• Resumo de textos informativos-

expositivos• Síntese de textos informativo-expositivos

leitura• Textos informativos (declaração,

requerimento, contrato, regulamento, relatório, verbetes, artigos científicos e técnicos)

• Textos de carácter autobiográfico (memórias, diários, cartas)

• Poesia lírica de Camões• Textos expressivos e criativos• Poesia do século XX portuguesa e de

países lusófonos• Textos dos media (artigos de apreciação

crítica, crónicas)

• Textos narrativos e descritivos• Contos/novelas do século XX (em

português/da literatura universal)

funcionamento da língua• Variação e normalização linguística;

Variedades do português• Propriedades prosódicas (altura,

duração, intensidade); Constituintes prosódicos (entoação, pausa)

• Estruturas lexicais (campos lexical e semântico).

• Relações semânticas entre palavras (hiperonímia, hiponímia; holonímia, meronímia)

• Deícticos (pessoais, espaciais, temporais)

• Discurso; Actos ilocutórios (directos e indirectos; assertivos, directivos, compromissivos, expressivos, declarações, declarações assertivas); Princípios reguladores da interacção discursiva (de cooperação; de cortesia)

• Adequação discursiva; Oral e escrito; Registos formal e informal; Formas de tratamento

• Modos de relato do discurso (directo, indirecto, indirecto livre); Verbos introdutores

• Coesão textual; Anáfora e catáfora; Co-referência

• Coerência• Protótipos textuais (descritivo, narrativo)• Paratextos (título, índice, prefácio,

posfácio, rodapé, bibliografia)• Dicionário, glossário, enciclopédia,

terminologia, thesaurus

estudo da estrutura da língua(= gramática p. d.)

vs.

estudo da língua enquanto assunto(= cultura linguística)

Sequências do manual

Textos autobiográficos

• diários, memórias, auto-biografias, cartas, auto-retratos...

• poesia lírica de Camões

Abre o livro na p. 259, que é toda dedicada à Interacção discursiva (no fundo, à conversação). Se deres um salto à p. 256, perceberás que o assunto é de Funcionamento da língua e se insere numa área da linguística com que este ano vais trabalhar quase pela primeira vez, a Pragmática (e linguística textual).

A pragmática estuda o modo como a língua é usada pelo falante para atingir os seus objectivos comunicativos. (Dentro da linguística há outras áreas, aliás mais conhecidas de anos anteriores:

a morfologia estuda a estrutura das palavras; a sintaxe estuda a combinação das palavras em frases; a fonologia estuda os sons das palavras; a semântica estuda o significado das palavras. Enquanto estas áreas se ocupam mais da língua enquanto sistema, a pragmática preocupa-se com o que as pessoas pretendem fazer quando usam esse sistema.)

A página 259 apresenta-nos os princípios que regem a conversação:

Princípio de cooperaçãoCada participante deve fazer

com que a sua contribuição para a conversa seja apropriada ao propósito desta. Desdobra-se em quatro máximas conversacionais:

máxima de qualidade | Tenta que a tua contribuição seja verdadeira.

máxima de modo | Sê claro.

máxima de quantidade | Dá tanta informação quanto o necessário.

máxima de relevância (ou relação) | Dá informação pertinente.

Princípio de cortesia (ou delicadeza)Cada participante na conversa deve

usar estratégias adequadas a preservar uma boa relação com o seu interlocutor. Por exemplo, usará formas de tratamento («tu», «você», «o senhor», «o Luís», etc.) que respeitem a distância social; ao dar ordens, evitará ser demasiado directo («podias fechar a janela?», em vez de «fecha a janela»); em certos casos, recorrerá a eufemismos («não creio que tenha sido assim», por «estás a mentir»).

No último parágrafo da página refere-se ainda que o saber partilhado (ou conhecimento mútuo) também beneficia a comunicação. O locutor partilha com o seu interlocutor uma série de conhecimentos, crenças, representações, valores, etc., o que faz que a compreensão decorra também do que não é dito mas está subjacente.

Nos sketches que vamos ver (Gato Fedorento, Série Lopes da Silva), pelo menos um dos intervenientes infringe uma das máximas conversacionais ou o princípio da cortesia. A comunicação poderia ficar em risco. (É claro que neste caso as infracções ao princípio da cooperação e à cortesia servem para criar situações cómicas.)

Para completar o quadro, usarás quantidade, qualidade, relevância, modo, princípio de cortesia.

Inspector que não sabe fazer perguntas

As perguntas do inspector não têm relação com a informação anterior, não são pertinentes, não se cumprindo por isso a máxima de relevância.

Falta por motivos profissionais

No início, a intervenção do funcionário preguiçoso é insuficiente em termos de informação («Passa-se isto assim assim»), falhando a máxima de quantidade. Há depois expressões ambíguas («Não posso vir ao emprego por motivos profissionais»), o que corresponde a quebra da máxima de modo. No final, enquanto o patrão,

ao dar os pêsames ao segundo funcionário, cumpre o princípio de cortesia, o funcionário preguiçoso infringe-o («Arranjam cada uma para não trabalhar!» é um comentário contra o que está convencionado numa situação daquelas).

O que eu gosto do meu Anselmo!

Quando Anselmo diz que a mulher nem gosta assim tanto dele — mentindo, para que não se conclua que... —, infringe a máxima de qualidade.

Bode expiatórioO empregado que arca com as

culpas de todas as incompetências no escritório repete «A culpa foi minha. Não há desculpa para o que fiz. Se alguém deve ser responsabilizado, sou eu. É impressionante a minha irresponsabilidade!». Poderíamos reconhecer aqui uma infracção à máxima de quantidade, se

expiar'remir uma culpa pela penitência'

'sofrer as consequências de'

vs.

espiar

considerássemos que houvera excesso de informação. No entanto, provavelmente foi mais a máxima de modo que falhou, já que ser claro inclui ser breve.

Filho do homem a quem parece que aconteceu não sei quê [e genérico do episódio]

Tanto o pai como o filho, ao «pronominalizarem» muito, omitindo palavras com referentes perceptíveis, tornam a comunicação inviável, por falta de clareza (falha a máxima de modo,

embora se possa pensar que o que falta é mesmo a informação). No genérico final, também falha a máxima de modo, mas agora por demasiadas repetições (poder-se-ia pensar que a infracção é à máxima da quantidade, por excesso de informação, mas não creio).

Dia em que se pode chamar nomes aos colegas

Os vocativos desagradáveis permitidos à quinta-feira e as expressões grosseiras nos minutos para assédio seriam infracções ao princípio de cortesia. A singularidade da situação vem de essas inconveniências serem autorizadas, e até estimuladas, pelas regras do escritório.

Chamada por enganoNa conversa entre jornalista e

senhora da Venda Nova falha sobretudo a máxima de relevância, na medida em que a interlocutora insiste em fazer relatos e pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o objectivo do telefonema (falar da guerra do Iraque). No final, a mesma senhora disfarça uma sua infracção ao princípio de cortesia («meu cabeça de porco»).

A tua camisa é feia

Os epítetos deselegantes que cada uma das interlocutoras dirige à outra constituiriam infracções ao princípio de cortesia; no entanto, elas não parecem senti-los como ofensivos (só é tomada como indelicadeza a referência à camisa feia).

Conversa na esplanada

Os vários amigos não se interessam pela história do indivíduo que tem uma alface de estimação: ou se desviam para outro assunto («É o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está ser defendido pelo seu amigo («mas há alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem a máxima de relevância.

Matarruano sonhador

O filósofo matarruano desvia-se do tema da pergunta que lhe era feita: não coopera com o jornalista que o entrevista por não cumprir a máxima de relevância, já que a informação a que chega invariavelmente não é pertinente para o objectivo da conversa.

Bomba a bordo

O insólito resulta de comissário e comandante agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o que acaba por viabilizar a interacção o passageiro bombista.

Era um velho muito velho, sentado à porta da Torre de Arzila, as barbas todas brancas, os cabelos quase pelos ombros, calçava umas alpercatas rotas, vestia uma estranha camisa comprida...

Parecia uma pastelaria muito asseada, plantada à beira do caminho para a praia, as montras todas reluzentes, os bolos quase do momento, tinha umas gomas dulcíssimas, vendia uns nutritivos gelados naturais...

Depois, de criares tu também um novo começo de texto, prossegue mais umas linhas a sua redacção, mas agora já sem a mesma preocupação de seguir a sintaxe original.

O tipo do texto fica à tua escolha, embora as duas primeiras linhas do texto de Alegre (que te servirão de matriz) pareçam convidar a um início descritivo. O teu texto não tem de ter um fecho, uma conclusão.

top related