apostila funções

Post on 11-Jul-2015

122 Views

Category:

Education

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANA

Campus Cornelio Procopio

FUNCOES

ARMANDO PAULO DA SILVA

FERNANDO BRITO

GABRIELA CASTRO SILVA CAVALHEIRO

MARCIA REGINA PIOVESAN

THIAGO DE SOUZA PINTO

Cornelio Procopio - PR, 2012

Sumario

1. Funcoes 4

1.1. Operacoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

1.2. Funcoes especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

1.2.1. Funcao constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

1.2.2. Funcao identidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

1.2.3. Funcao do primeiro grau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

1.2.4. Funcao modulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

1.2.5. Funcao quadratica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

1.2.6. Funcao polinomial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1.2.7. Funcao racional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

1.28. Funcao exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1.2.9. Funcao logarıtmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1.3. Funcoes trigonometricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

1.3.1. Funcao seno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

1.3.2. Funcao cosseno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

1.3.3. Funcao tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

1.3.4. Funcao cotangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

1.3.5. Funcao secante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

1.3.6. Funcao cossecante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

1.4. Funcoes hiperbolicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

1.4.1. Seno hiperbolico e cosseno hiperbolico . . . . . . . . . . . . . . . . 22

1.4.2. Funcoes tangente, cotangente, secante e cossecante hiperbolicas . . 22

1.5. Funcao periodica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

2

1.6. Funcao par e funcao ımpar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

1.7. Funcao inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

1.7.1. Funcao sobrejetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

1.7.2. Funcao injetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

1.7.3. Funcao bijetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2. Aplicacoes 31

Referencias 35

1. Funcoes

Antes de definirmos formalmente o que e uma funcao, podemos pensar em um valor

que depende de outro. Por exemplo:

1. Uma relacao que expresse a area de um quadrado em funcao do comprimento do

lado.

2. A area A de um cırculo depende de seu raio r. A lei que conecta r e A e dada pela

equacao A = πr2. A cada numero real r positivo existe associado um unico valor

de A, e dizemos que A e uma funcao de r.

Definicao: Sejam A e B subconjuntos de R. Uma funcao f : A → B e uma lei ou

regra que a cada elemento de A faz corresponder um unico elemento de B. O conjunto

A e chamado domınio de f e e denotado por D(f). B e chamado de contra-domınio ou

campo de valores de f .

Escrevemos: f : A → B

x 7→ f(x)

IMPORTANTE:

a) nao deve haver excecoes: se f tem o conjunto A como domınio, a regra deve fornecer

f(x) para todo x ∈ A;

b) nao deve haver ambiguidades: a cada x ∈ A, a regra deve fazer corresponder um unico

5

f(x) ∈ B.

Exemplos:

1. Sejam A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 3, 4, 5}.

(a) f : A → B dada pelo diagrama abaixo e uma funcao.

(b) g : A → B e uma funcao de A em B.x 7→ x + 1

2. Sejam A = {3, 4, 5} e B = {1, 2}.

(a) f : A → B dada pelo diagrama abaixo nao e uma funcao de A em B.

(b) g : A → Bx 7→ x − 3

Nao e uma funcao de A em B, pois o elemento 3 ∈ A nao tem correspondente

em B.

6

Definicao: Seja f : A → B.

i) Dado x ∈ A, o elemento f(x) ∈ B e chamado de valor da funcao f no ponto x ou

de imagem de x por f .

ii) O conjunto de todos os valores assumidos pela funcao e chamado conjunto imagem

de f e e denotado por Im(f).

CUIDADO!

a) Nao se deve confundir f com f(x): f e a funcao, enquanto que f(x) e a imagem que

a funcao assume em x.

b) Nao confunir f(x) com f(A): f(x) e a imagem de x ∈ A por f , enquanto f(A) e o

conjunto

{f(x) ∈ B|x ∈ A}

que e a imagem direta de A por f (ou simplesmente, a imagem de f).

Definicao: Seja f uma funcao. O grafico de f e o conjunto de todos os pontos (x, f(x))

de um plano coordenado, onde x pertence ao domınio de f .

G(f) = {(x, f(x)) | x ∈ D(f)}.

1.1. Operacoes

Definicao: Dadas as funcoes f e g, sua soma f + g, diferenca f − g, produto f · g e

quociente f/g, sao definidas por:

i) (f + g)(x) = f(x) + g(x)

ii) (f − g)(x) = f(x) − g(x)

7

iii) (f · g)(x) = f(x) · g(x)

iv) (f

g)(x) =

f(x)

g(x), desde que g(x) 6= 0.

O domınio das funcoes f + g, f − g, f · g e a interseccao dos domınios de f e g.

O domınio de f/g e a interseccao dos domınios de f e g, excluindo-se os pontos onde

g(x) = 0.

Definicao: Se f e uma funcao e k e um numero real, definimos a funcao kf por

(kf(x)) = kf(x).

O domınio de kf coincide com o domınio de f .

Definicao: Dadas duas funcoes f e g, a funcao composta de g com f , denotada por

g ◦ f , e definida por

(g ◦ f)(x) = g(f(x)).

O domınio de g ◦ f e o conjunto de todos os pontos x no domınio de f tais que f(x) esta

no domınio de g.

Simbolicamente,

D(g ◦ f) = {x ∈ D(f) | f(x) ∈ D(g)}.

Veja o diagrama abaixo:

8

1.2. Funcoes especiais

Veremos agora algumas funcoes importantes, bem como suas principais caracterısticas.

1.2.1. Funcao constante

E toda funcao do tipo f(x) = k, que associa a qualquer numero real x um mesmo

numero real k. A representacao grafica sera sempre uma reta paralela ao eixo dos x,

passando por y = k.

• O domınio da funcao f(x) = k e D(f) = R.

• O conjunto imagem e o conjunto unitario Im(f) = {k}.

1.2.2. Funcao identidade

E a funcao f : R → R definida por f(x) = x.

• O grafico desta funcao e uma reta bissetriz do primeiro e terceiro quadrantes.

• O domınio de f(x) = x e D(f) = R

9

• O conjunto imagem e Im(f) = R.

1.2.3. Funcao do primeiro grau

Funcao do primeiro grau e toda funcao que associa a cada numero real x o numero

real ax + b, a 6= 0. Os numeros reais a e b sao chamados, respectivamente, de coeficiente

angular e linear.

Uma funcao f e crescente quando, a medida que x cresce, f(x) tambem

cresce. Quando f(x) decresce a medida que x cresce, dizemos que a funcao e

decrescente.

Quando a > 0, a funcao f(x) = ax + b e crescente e quando a < 0, a funcao

f(x) = ax + b e decrescente.

A funcao f(x) = ax + b, a, b ∈ R e chamada de funcao afim por muitos autores. Os

seguintes casos sao casos particulares:

i) Funcao do primeiro grau, quando a 6= 0.

ii) Funcao linear, quando a 6= 0 e b = 0.

iii) Funcao constante, quando a = 0.

10

1.2.4. Funcao modulo

A funcao definida por y = |x| chama-se funcao modulo. O seu domınio e o conjunto

D(f) = R e o conjunto imagem e Im(f) = [0, +∞].

• O grafico de f(x) = |x| e

1.2.5. Funcao quadratica

A funcao f : A → B dada por f(x) = ax2 + bx + c, a 6= 0, e chamada funcao do

segundo grau ou funcao quadratica.

• O domınio de f e D(f) = R.

• O grafico de uma funcao quadratica e uma parabola com eixo de simetria paralelo ao

eixo dos y. Se o coeficiente de x2 for positivo (a > 0), a parabola tem a concavidade

voltada para cima. Se a < 0, a parabola tem a concavidade voltada para baixo.

• A interseccao do eixo de simetria com a parabola e um ponto chamado vertice, o qual

e dado por

V = (−b

2a,−

4a).

11

• A interseccao da parabola com o eixo dos x define os zeros da funcao. No quadro

seguinte caracterizamos as diversas possibilidades.

1.2.6. Funcao polinomial

E a funcao f : R → R definida por f(x) = a0 + ax

1 + a2x2 + . . . + anx

n, onde

a0, a1, a2, . . . , an, a0 6= 0, sao numeros reais chamados coeficientes e n inteiro nao negativo,

determina o grau da funcao.

• O domınio e sempre o conjunto dos numeros reais.

• O grafico da funcao polinomial e uma curva que pode apresentar pontos de maximos e

mınimos.

12

Exemplos:

1. A funcao constante f(x) = k e uma funcao polinomial de grau zero.

2. A funcao f(x) = ax + b, a 6= 0 e uma funcao polinomial de 10 grau.

3. A funcao quadratica f(x) = ax2 + bx + c, a 6= 0, e uma funcao polinomial do 20

grau.

4. A funcao f(x) = 5x2 − 6x + 7 e uma funcao polinomial de grau 5.

1.2.7. Funcao racional

E a funcao definida como o quociente de duas funcoes polinomiais, isto e, f(x) =p(x)

q(x),

onde p(x) e q(x) sao polinomios e q(x) 6= 0.

• O domınio da funcao racional e o conjunto dos numeros reais excluindo aqueles x tais

que q(x) = 0.

Exemplos:

1. A funcao f(x) =x − 1

x + 1e funcao racional de domınio D(f) = R − {−1}.

13

2. A funcao f(x) =(x2 + 3x − 4)(x2 − 9)

(x2 + x − 12)(x + 3)e racional de domınio D(f = R−{−4,−3, 3}

1.2.8. Funcao exponencial

Chamamos de funcao exponencial de base a a funcao f de R em R que associa a cada

x real o numero real ax, sendo a um numero real, 0 < a 6= 1.

• O domınio da funcao exponencial e D(f) = R.

• A imagem da funcao exponencial e Im(f) = (0,∞).

• Com relacao ao grafico da funcao f(x) = ax podemos afirmar:

1. a curva que o representa esta toda acima do eixo das abcissas, pois y = ax > 0 para

todo x ∈ R;

2. corta o eixo das ordenadas no ponto (0, 1);

3. f(x) = ax e crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1.

14

1.2.9. Funcao logarıtmica

Dado um numero real a (0 < a 6= 1), chamamos funcao logarıtmica de base a a funcao

de R∗

+ em R que se associa a cada x o numero logax.

• D(f) = R∗

+ e Im(f) = R.

• Com relacao ao grafico da funcao f(x) = logax, (0 < a 6= 1) podemos afirmar:

1. esta todo a direita do eixo y;

2. corta o eixo das abscissas no ponto (1, 0);

3. f(x) = logax e crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1;

15

1.3. Funcoes trigonometricas

1.3.1. Funcao seno

Seja x um numero real. Marcamos um angulo com medida x radianos na circun-

ferencia unitaria com centro na origem.

Seja P o ponto de interseccao do lado terminal do angulo x, com essa circunferencia.

Denominamos seno de x a ordenada OP1 do ponto P em relacao ao sistema UOV .

Definimos a funcao seno como a funcao de R em R que a cada x ∈ R faz corresponder

o numero real y = sen x.

• O domınio da funcao seno e R e o conjunto imagem e o interevalo [−1, 1]

• Em alguns intervalos sen x e crescente e em outros e decrescente. Por exemplo: nos

intervalos [0,π

2] e [

2, 2π] sen x, e crescente. Ja no intervalo, [

π

2,3π

2] ela e decrescente.

• O grafico da funcao f(x) = sen(x) e denominado senoide.

16

1.3.2. Funcao cosseno

Seja x um numero real. Denominamos cosseno de x a absissa OP2 do ponto P em

relacao ao sistema UOV .

Definimos a funcao cosseno como a funcao f de R em R que a cada x ∈ R faz

corresponder o numero real y = cos x.

• O domınio da funcao cosseno e R e o conjunto imagem e o intervalo [−1, 1]

• Em alguns intervalos cos x e crescente e em outros e decrescente. Por exemplo, no

intervalo [0, π] a funcao f(x) = cos x e decrescente. Ja no intervalo [π, 2π], ela e crescente.

17

• O grafico da funcao f(x) = cos x e denominado cossenoide.

1.3.3. Funcao tangente

Definimos a funcao tangente como a funcao f de R − {π

2+ kπ, k ∈ Z} em R que a

cada x ∈ R faz corresponder o numero real y = tg x.

• O domınio da funcao tangente e R−{π

2+kπ, k ∈ Z} e o conjunto imagem e o conjunto

R

• O grafico da funcao tg x e da seguinte forma:

18

1.3.4. Funcao cotangente

Definimos a funcao cotangente como a funcao f de R−{kπ, k ∈ Z} em R que a cada

x ∈ R faz corresponder o numero real y = cotg x.

• O domınio da funcao cotangente e R − {kπ, k ∈ Z} e o conjunto imagem e o conjunto

R

• O grafico da funcao cotg x e da seguinte forma:

19

1.3.5. Funcao secante

Definimos a funcao secante como a funcao f de R−{π

2+kπ, k ∈ Z} em R que a cada

x ∈ R faz corresponder o numero real y = sec x.

• O domınio da funcao cotangente e R − {π

2+ kπ, k ∈ Z} e o conjunto imagem e o

conjunto (−∞, 1]⋃

[1, +∞)

• O grafico da funcao sec x e da seguinte forma:

20

1.3.6. Funcao cossecante

Definimos a funcao cossecante como a funcao f de R− {kπ, k ∈ Z} em R que a cada

x ∈ R faz corresponder o numero real y = cossec x.

• O domınio da funcao cotangente e R − {kπ, k ∈ Z} e o conjunto imagem e o conjunto

(−∞, 1]⋃

[1, +∞)

• O grafico da funcao cossec x e da seguinte forma:

21

1.4. Funcoes hiperbolicas

As expressoes exponenciais

ex − e−x

2e

ex + e−x

2

ocorrem frequentemente na Matematica Aplicada.

Estas expressoes definem, respectivamnte, as funcoes seno hiperbolico de x e cosseno

hiperbolico de x. O comportamento dessas funcoes nos leva a fazer uma analogia com as

funcoes trigonometricas.

22

1.4.1. Seno hiperbolico e cosseno hiperbolico

A funcao seno hiperbolico, denotada por senh, e a funcao cosseno hiperbolico, deno-

tada por cosh, sao definidas, respectivamente por

senh x =ex − e−x

2e cosh x =

ex + e−x

2.

O domınio e a imagem das funcoes senh e cosh sao:

D(senh) = (−∞, +∞),

D(cosh) = (−∞, +∞),

Im(senh) = (−∞, +∞) e

Im(cosh) = [1, +∞).

1.4.2. Funcoes tangente, cotangente, secante e cossecante hiperbolicas

As funcoes tangente, cotangente, secante e cossecante hiperbolicas, denotadas respec-

tivamente pot tgh, cotgh, sech e cosech sao definidas por:

• tgh x =senh x

cosh x=

ex − e−x

ex + e−x,

23

• cotgh x =cosh x

senh x=

ex + e−x

ex − e−x,

• sech x =1

cosh x=

2

ex + e−x,

24

• cosech x =1

senh x=

2

ex − e−x

1.5. Funcao periodica

Dizemos que uma funcao e f e periodica se existe um numero real T 6= 0 tal que

f(x + T ) = f(x) para todo x ∈ D(f).

• O numero T e chamado perıodo da funcao f .

• O grafico de uma funcao periodica se repete a cada intervalo de comprimento |T |.

Exemplos:

1. As funcoes trigonometricas sao periodicas.

2. A funcao constante e periodica e tem como perıodo qualquer numero t 6= 0.

25

3.

1.6. Funcao par e funcao ımpar

Dizemos que uma funcao f e par se, para todo x no domınio de f , f(−x) = f(x).

Uma funcao e ımpar se, para todo x no domınio de f , f(−x) = −f(x).

• O grafico de uma funcao par e simetrico em relacao ao eixo dos y e o grafico de uma

funcao ımpar e simetrico em relacao a origem.

1.7. Funcao inversa

Para falarmos de funcao inversa, precisamos antes estudar os conceitos de funcao

sobrejetora, funcao injetora e funcao bijetora.

26

1.7.1. Funcao sobrejetora

Definicao: Uma funcao f de A em B e sobrejetora se, e somente se, para todo y

pertencente a B existe um elemento x pertencente a A tal que f(x) = y.

Em sımbolos:

f : A → B, e sobrejetora ⇔ ∀y, y ∈ B, ∃x, x ∈ A|f(x) = y.

Note que f : A → B e sobrejetora se, e somente se, Im(f) = B.

Teorema: Se duas funcoes f de A em B e g de B em C sao sobrejetoras, entao a funcao

composta g ◦ f de A em C e tambem sobrejetora.

1.7.2. Funcao injetora

Definicao: Uma funcao f de A em B e injetora se, e somente se, quaisquer que sejam

x1 e x2 de A, se x1 6= x2, entao f(x1) 6= f(x2).

Em sımbolos:

f : A → B, e injetora ⇒ (∀x1, x1 ∈ A, ∀x2, x2 ∈ A)(x1 6= x2 ⇒ f(x1) 6= f(x2)).

Note que esta definicao e equivalente a: uma funcao f de A em B e injetora se, e

somente se, quaisquer que sejam x1 e x2 de A, se f(x1) = f(x2), entao x1 = x2.

Em sımbolos:

f : A → B, e injetora ⇒ (∀x1, x1 ∈ A, ∀x2, x2 ∈ A)(f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2).

27

Teorema: Se duas funcoes f de A em B e g de B em C sao injetoras, entao a funcao

composta g ◦ f de A em C e tambem injetora.

1.7.3. Funcao bijetora

Definicao: Uma funcao f de A em B e bijetora se, e somente se, f e sobrejetora e

injetora.

Esta definicao e equivalente a: uma funcao f de A em B e bijetora se, e somente se,

para qualquer elemento y pertencente a B, existe um unico elemento x pertencente a A

tal que f(x) = y.

Reconhecimento atraves do grafico: Pela representacao cartesiana de uma funcao f

podemos verificar se f e injetora ou sobrejetora ou bijetora. Para isso, basta analisarmos

o numero de pontos de interseccao das retas paralelas ao eixo dos x, conduzidas por cada

ponto (0, y) em que y ∈ B (contradomınio de f).

• se nenhuma reta corta o grafico mais de uma vez, entao f e injetora.

• se toda reta corta o grafico, entao f e sobrejetora.

• se toda reta corta o grafico em um so ponto, entao f e bijetora.

Exemplos:

1. Dado a ∈ R, 0 < a 6= 1, as funcoes f : R → R∗

+, onde f(x) = ax, e g : R∗

+ → R,

onde g(x) = logax, sao inversas uma da outra.

2. Funcao arco seno

Seja f : [−π

2,π

2] → [−1, 1], a funcao definida por f(x) = sen x. A funcao inversa

de f(x) sera chamada arco seno e denotada por

f−1 : [−1, 1] → [−π

2,π

2], onde f−1(x) = arc sen x.

28

Simbolicamente, para −π

2≤ y ≤

π

2,

y = arc sen x ⇔ sen y = x

3. Funcao arco cosseno

Seja f : [0, π] → [−1, 1], a funcao definida por f(x) = cos x. A funcao inversa de

f(x) sera chamada arco cosseno e denotada por

f−1 : [−1, 1] → [0, π], onde f−1(x) = arc cos x.

Simbolicamente, para 0 ≤ y ≤ π,

y = arc cos x ⇔ sen y = x

4. Funcao arco tangente

A inversa da funcao tangente e definida para todo numero real.

Seja f : (−π

2,π

2) → R, a funcao definida por f(x) = tg x. A funcao inversa de f(x)

29

sera chamada arco tangente e denotada por

f−1 : (−π

2,π

2) → R, onde f−1(x) = arc tg x.

Simbolicamente, para −π

2< y <

π

2,

y = arc tg x ⇔ tg y = x

5. Outras funcoes trigonometricas inversas

Podemos definir a funcao inversa da cotangente como

y = arc cotg x =π

2− arc tg x,

onde 0 < y < π.

As inversas da secante e da cossecante serao funcoes de x no domınio |x| ≥ 1, desde

que adotemos as definicoes:

y = arc sec x = arc cos (1

x)

y = arc cosec x = arc sen (1

x)

30

2. Aplicacoes

Nas mais diversas areas utilizam-se funcoes para a compreensao de fenomenos e re-

solucao de problemas. Formalmente podemos dizer que estamos modelando o mundo

ao nosso redor. E claro que essa afirmacao nao e completamente verdadeira, pois o

mundo ao nosso redor e altamente complexo e ao trabalharmos com um modelo fazemos

simplificacoes para reduzir essa complexidade.

Em geral, os modelos sao validados para que sejam efetivamente aplicaveis como

ferramentas para entender e analisar diferentes fenomenos. Os exemplos apresentados

aqui sao didaticos e, portanto, nao foram necessariamente validados.

Exemplos:

1. O preco de uma corrida de taxi, em geral, e constituıdo de uma parte fixa, chamada

bandeirada, e de uma parte variavel, que depende do numero de quilometros roda-

dos. Em uma cidade X a bandeirada e de R 10,00 e o preco do quilometro rodado

e de R 0,50.

(a) Determine a funcao que representa o preco da corrida.

(b) Se alguem pegar um taxi no centro da cidade e se deslocar para sua casa,

situada a 8 km de distancia, quanto pagara pela corrida?

2. Um aviao com 120 lugares e fretado para uma excursao. A companhia exige de

cada passageiro R 900,00 mais uma taxa de R 10,00 para cada lugar vago. Qual

o numero de passageiros que torna maxima a receita da companhia?

32

3. Restricao orcamentaria: Em nosso paıs, um dos problemas que os governos

enfretam diz respeito a alocacao de verbas para programas sociais e pagamento de

funcionarios. Vamos supor que existe um montante fixo M, a ser repartido entre os

dois propositos. Se denotarmos po x o montante a ser gasto com o pagamento de

funcionarios e por y o montante destinado aos programas sociais, temos

M = x + y.

Essa equacao e conhecida como restricao orcamentaria. Seu grafico e uma reta.

Como as variaveis x e y sao nao negativas, so a parte do primeiro quadrante e de

interesse para a analise.

(a) Qual a leitura pratica que podemos fazer desse grafico?

(b) Suponha que numa cidade X existam 200 funcionarios que ganham um salario

medio de R 800,00 mensais e que o montante M e de R 300.000,00 mensais.

Qual o montante mensal disponıvel para programas sociais? Os funcionarios

reivindicam 13% de aumento em seus salarios. Qual o impacto desse aumento

sobre os programas sociais?

33

4. Crescimento populacional: Para prever a populacao de um dado paıs numa

data futura, muitas vezes e usado um modelo de crescimento exponencial.

Para isso, observa-se o valor real da populacao em intervalos de tempo iguais,

por um dado perıodo de tempo. Calcula-se, a seguir, a razao entre a populacao

observada em perıodos consecutivos. Se a razao for aproximadamente constante,

em cada observacao, a populacao e dada pela populacao anterior multiplicada por

esta razao, que e chamada fator de crescimento.

A tabela a seguir apresenta dados da populacao brasileira no perıodo de 1940 a

1980.

Ano Populacao absoluta Razao

1940 41.165.289

1950 51.941.76751.941.767

41.165.289∼= 1, 26

1960 70.070.45770.070.457

51.941.767∼= 1, 35

1970 93.139.03793.139.037

70.070.457∼= 1, 33

1980 119.002.706119.002.706

93.139.037∼= 1, 2

(a) Usando esses dados, obter uma previsao para a populacao brasileira no ano

2000.

(b) Sabendo que a populacao brasileira no ano 2000 era de 169.799.170, qual o

erro cometido, em percentual, na previsao?

5. Decaimento radioativo: A massa de materiais radioativos, tais como o radio, o

uranio ou o carbono-14, se desintegra com o passar do tempo. Uma maneira usual

de expressar a taxa de decaimento da massa e utilizando o conceito de meia-vida

desses materiais.

A meia-vida de um material radioativo e definida como o tempo necessario para

que sua massa seja reduzida a metade.

Denotamos por M0 a massa inicial (correspondente ao instante t = 0) e por M a

massa presente num instante qualquer t, podemos estimar M pela funcao exponen-

34

cial dada por

M = M0e−kt

sendo K > 0 uma constante.

A equacao acima e conhecida como modelo de decaimento exponencial. A constante

K depende do material radioativo considerado e esta relacionada com a meia-vida

dela.

Sabendo que a meia-vida do carbono-14 e de aproximadamente 5.730 anos, deter-

minar:

(a) a constante K, do modelo de decaimento exponencial para esse material;

(b) a quantidade de massa presente apos dois perıodos de meia-vida, se no instante

t = 0 a massa era M0;

(c) a idade estimada de um organismo morto, sabendo que a presenca do carbono-

14 neste e 80% da quantidade original.

Referencias

FLEMMING, Diva M.; GONCALVES, Mirian Buss. Calculo A: Funcoes, limite, derivacao

e integracao. 6 ed. Sao Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

Apostila de Pre-Calculo - Unochapeco

IEZZI, Gelson; MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de Matematica Elementar.

Vol 1. Sao Paulo: Atual, 1993.

top related