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ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS EM CRIANÇAS NA FASE
ESCOLAR DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA CIDADE DE TRÊS CORAÇÕES- MG
Beatriz Aquino CAETANO1*
, Maria Clara Pereira de Rezende ALVES1, Natielle Reis ANDRADE
1
Brunna Sullara VILELA2
1 Graduandas em Nutrição
2 Nutricionista, mestre e professora do Curso de Nutrição da Unincor
RESUMO
Introdução: A idade escolar é o período que precede o estirão da puberdade, no qual ocorre intenso crescimento
necessitando de aporte energético elevado. A utilização de táticas que possam desviar a atenção da criança para o
alimento não é um meio correto, visto que esses costumes implicam a percepção dos alimentos por eles.
Portanto, deixar que a criança participe no preparo dos alimentos e mudar a forma de apresentação, são
estratégias que se tornam fundamentais nessa fase de construção de novos hábitos alimentares. Objetivo: Avaliar
a aceitação das crianças para com elaborações mais saudáveis de uma escola situada na cidade de Três Corações,
MG. Materiais e métodos: Aplicou-se um questionário para a verificação de preferência alimentar dos alunos.
Através deste, foram executadas intervenções por meio de preparações com alimentos de alto índice de rejeição,
com o desígnio de uma análise sensorial, embasados nestes alimentos. Para a realização da análise utilizou-se o
método da escala hedônica com expressões faciais. Resultados: De modo geral, todos os alimentos ofertados
para as crianças tiveram boa aceitação. Perante o comparativo da escala hedônica, os números mais
significativos são positivos a todas as três preparações, mostrando que alimentos oferecidos de maneira diferente
podem ser atrativos e inseridos no cotidiano, favorecendo uma melhor qualidade nutricional. Conclusão: O
resultado da análise sensorial averiguou que os alimentos comumente excluídos da alimentação das crianças,
podem ser inseridos no seu cotidiano de maneiras e consistências diferentes.
Palavras-Chave: Criança; fase escolar; nutrição; alimentação saudável.
ABSTRACT
Introduction: School age is the period that precedes the growth spurt of puberty, in which intense growth occurs
requiring high energy supply. The use of tactics that may divert the attention of the child to food is not a correct
method, since these customs imply the perception of the food by them. Therefore, letting the child participate in
the preparation of food and change the way of presentation are strategies that become fundamental in this phase
of building new eating habits. Objective: To evaluate children's acceptance of healthier elaborations at a school
located in the city of Três Corações, MG. Materials and methods: A questionnaire was used to verify students'
food preference. Through this, interventions were carried out by means of preparations with foods of high rejec-
tion rate, with the purpose of a sensory analysis, based on these foods.
In order to perform the analysis, the hedonic scale method with facial expressions was used. Results: In general,
all foods offered to children were well accepted. Compared to the hedonic scale, the most significant numbers
are positive for the three preparations, showing that the foods offered in a differentiated way can be attractive
and inserted in the daily life, favoring a better nutritional quality. Conclusion: The result of the sensory analysis
found that the foods commonly excluded from children´s feeding can be inserted into their daily lives in different
ways and consistencies.
Keywords: Child; school stage; nutrition; healthy eating.
INTRODUÇÃO
A idade escolar requer maior
exigência nutricional, pois precede o estirão
pubertário, onde ocorre um intenso
crescimento necessitando de um aporte
energético mais elevado. Intervenções na
promoção de hábitos alimentares saudáveis
e conhecimentos em nutrição propostas
durante esse período proporcionam uma
melhor qualidade de vida (BERTIN et al.,
2010).
O crescimento e desenvolvimento
ideal para cada fase do indivíduo é um fator
importante para a determinação do seu
estado nutricional, postura esta que envolve
conhecimento e domínio do assunto
abordado, favorecendo a saúde na fase
adulta (MALTA et al., 2017).
A ingestão de alimentos de alto
valor calórico e baixo valor nutricional é
um problema na atualidade das famílias,
contribuindo de forma negativa com a
promoção de hábitos de vida saudável e
desencadeando, possivelmente, doenças
decorrentes a má alimentação (RIBAS;
SILVA, 2008).
No Brasil, as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) correspondem a
75% das causas de morte prematuras e, com
isso, resultam na perda de qualidade de
vida. As DCNT são doenças multifatoriais
que elevam os riscos de fatores
relacionados à morbidade a todos os ciclos
da vida (RIBAS; SILVA, 2008).
Os hábitos alimentares saudáveis
são estratégias consideradas instrumentos
importantes para a promoção de saúde.
Influências fisiológicas, psicológicas e
socioculturais, podem contribuir para o
processo de construção de práticas
saudáveis obtidas pelo escolar (RAMOS;
SANTOS; REIS, 2013).
Nessa fase os escolares já
apresentam suas preferências e aversões por
determinados alimentos. Estratégias
relacionadas à aceitação mostram que as
pessoas se alimentam pelo cheiro, cores,
temperatura e sabores, muitas vezes
desprezando o valor nutricional destes
(REZENDE; NEGRI, 2016).
As práticas de atividades
relacionadas com a alimentação
desenvolvidas no ambiente escolar podem
promover estratégias como criação de
receitas, aproveitamento integral de
alimentos, jogos recreativos, associação das
cores aos benefícios dos alimentos, dar
ênfase à importância do consumo das
frutas, legumes e verduras, ensinar a criança
sobre a pirâmide alimentar e a seus
benefícios (BRASIL, 2008).
A utilização de táticas evasivas que
possam desviar a atenção das crianças,
como celular, TV e brincadeiras no
momento da refeição, não é um meio
correto, visto que esses costumes dificultam
na percepção dos alimentos e na sensação
de saciedade. Porém, deixar que a criança
participe no preparo dos alimentos, na
elaboração do seu prato fazendo mudanças
na forma de apresentação, auxiliam nessa
fase a construção de novos hábitos
alimentares saudáveis (KACHANI;
ABREU; LISBOA, 2005).
Tendo em vista o exposto, este
trabalho tem como objetivo avaliar a
aceitação de escolares para com
elaborações saudáveis de uma escola da
rede estadual de ensino, situada na cidade
de Três Corações, MG.
REFERENCIAL TEÓRICO
Caracterização dos Escolares
A fase escolar inicia-se aos 7 e se
estende até os 10 anos é um período que a
criança está encontra se na fase escolar.
Com isso, surge um novo ciclo de relações
com diferentes pessoas, padrões e culturas.
Dessa forma, essa fase sofre por influências
do ambiente familiar e escolar tendo como
resposta final mudanças nos hábitos
alimentares (BARROS, 2013).
O ambiente familiar é um exemplo
para o comportamento das crianças em
relação aos hábitos alimentares, assim, é
importante orientar aos pais e/ou
responsáveis pelas crianças, quanto aos
alimentos que serão ofertados, pois os
hábitos e as práticas adquiridos nessa fase
estendem-se por todas as demais fases da
vida (BARROS, 2013).
A alimentação irá influenciar no
desenvolvimento infantil no qual
corresponde a uma das fases mais
expressivas na vida do ser humano, devido
a grandes alterações motoras,
desenvolvimento e mudanças graduais com
avanços acelerados no aprendizado, isso
ocorre devido ao comando motor que
permite a criança desenvolver noções
fundamentais para o seu avanço intelectual
no decorrer desse estágio (ROSA NETO et
al., 2007; MEDINA; ROSA; MARQUES,
2006).
Em relação ao crescimento, a
crianças está na fase que precede a fase do
estirão. O primeiro estirão acontece no
primeiro ano de vida que é chamada de pós-
natal. Depois, o segundo estirão, acontecerá
na puberdade, momento este que as
meninas iniciam o desenvolvimento antes
que os meninos, com uma duração de
menor tempo (FAGUNDES, 2012).
O crescimento físico ocorre de
maneira natural devido às modificações
morfológicas do corpo e se estende até
completar a estatura de um adulto, portanto
o equilíbrio nutricional irá favorecer no
desenvolvimento (APARÍCIO, 2010).
A alimentação da fase escolar
apresenta grande problema em relação à
qualidade dos alimentos que são
consumidos, isso ocorre, pois eles tendem a
preferir alimentos de alta densidade
energética, como, doces, frituras,
refrigerantes e salgadinhos (SILVA, 2009).
Portanto, é de suma importância
introduzir alimentos saudáveis e trabalhar
através de estratégias, para que ocorra um
declínio no consumo de alimentos
ultraprocessados (BARROS, 2013).
Hábitos alimentares do escolar
A alimentação tem grande
importância no processo das diferentes
etapas da vida do ser humano,
principalmente na fase escolar, na qual a
criança apresenta um metabolismo muito
acentuado, ocorrendo um aumento do
consumo alimentar. É importante salientar
que hábitos inadequados podem permanecer
pela vida adulta basicamente se não forem
reparados (SILVA, 2009).
As escolhas dos alimentos durante
as compras podem contribuir para a
construção de hábitos no momento da
escolha do alimento para a criança é
importante averiguar se é adequado o
consumo de acordo com seus hábitos
culturais e principalmente nutricionais
(SILVA, 2009).
Desta forma, fatores
socioambientais, mídia e a indústria
alimentícia oferecem produtos
diferenciados e que chamam atenção
voltada para essa fase, interferindo no
momento da escolha (VEIGA NETO;
MELO, 2013).
Devido a esses fatores uma
alimentação equilibrada exige mudanças e
planejamentos diários, desse modo não é só
a qualidade e a porção dos alimentos que
são importantes para as crianças, mas
também definir horários para fazer as
principais refeições do dia, realizar
pequenos lanches antes das grandes
refeições para evitar o consumo excessivo,
pois a ausência de disciplina pode implicar
na qualidade da alimentação da criança
(SILVA, 2009).
A adequação da alimentação em
relação às recomendações nutricionais
indicadas para cada fase do crescimento
infantil contribui para o desenvolvimento
ideal e, portanto, previnem diversas
doenças decorrentes de uma alimentação
desequilibrada
(RAMOS;STEIN;APARÍCIO, 2018).
Doenças ocasionadas pela má
alimentação
Embora, o escolar faça reserva de
energia para o estirão, é comum o ganho de
peso inadequado, caracterizando sobrepeso
e obesidade (BERTIN et al., 2010).
Segundo a Organização mundial da
saúde (OMS, 2017) o número de crianças e
adolescentes obesos em todo o mundo
aumentou dez vezes nas últimas quatro
décadas. Se as tendências atuais
continuarem crescendo, haverá mais
crianças e adolescentes com obesidade do
que com desnutrição moderada e grave até
2022.
A atenção no controle de peso na
infância é de grande importância, pois além
de prevenir o excesso de peso, também
reduz a predisposição a doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT), como a
Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes
Melitus e a dislipidemia (RIBAS; SILVA,
2008).
Na dislipidemia há uma correlação
entre os níveis de gorduras presentes no
sangue e elementos de sua composição,
como a ocorrência de doenças
cardiovasculares e metabólicas. Essas
alterações lipídicas ocorrem principalmente
pelo excessivo consumo de carboidratos e
gorduras. Os tratamentos podem ser
medicamentosos ou não medicamentosos
(BRASIL, 2011).
Outra doença comum, atualmente,
entre crianças e adolescentes é a
hipertensão arterial sistêmica (HAS),
identificada como um importante fator de
risco para a aterosclerose e trombose
(BERNARDI et al., 2017), se exteriorizam,
predominantemente, por acometimento
cardíaco, cerebral, renal e vascular
periférico, fazendo parte do grupo de
doenças cardiovasculares como o fator que
mais gera mortes no mundo (PASSOS;
ASSIS; BARRETO, 2006).
Também, classificado como uma
DCNT inclui-se o diabetes mellitus. É uma
doença que tem como base a deficiência
total ou parcial na produção da insulina. Os
pacientes com diabetes apresentam quadro
clínico com elevação dos níveis de glicose
no sangue, causados por uma redução na
produção de insulina, uma diminuição do
efeito da insulina ou ambas (IZZO;
VIEIRA; NOVELLO, 2014).
Educação alimentar e nutricional
A escola possui um papel primordial
em relação à alimentação da criança no
momento da seleção dos alimentos, pois é o
lugar em que ela passa a maior parte do
tempo. Por isso, cabe aos educadores
promover recreações e alertar quais os
alimentos são os melhores para uma
alimentação saudável. É de suma
importância introduzir no meio educativo,
oficinas de culinárias voltadas para a prática
nutricional, pois permite que a criança
manipule e experimente as receitas,
estimulando os sentidos sensoriais
(PEREIRA; SARMENTO, 2012).
As preferências devem ser
observadas, tanto quanto os alimentos e
preparações, o local onde são feitas as
refeições, quem as prepara e as atividades
frequentes da criança (APARÍCIO, 2010).
Por isso na primeira fase da
infância, é importante que os pais forneçam
no cotidiano, refeições e lanches saudáveis.
Com esse hábito a criança irá ingerir os
nutrientes adequados para o
desenvolvimento ideal. Forçar a comer tudo
o que é ofertado pode trazer uma
consequência grave, pois com esse ato a
criança pode ultrapassar do limite de
saciedade. Acredita se que as crianças com
déficit de saciedade são as mais suscetíveis
às grandes porções de comida, o que
poderia explicar o excesso de peso e
conseqüentemente o aumento do tamanho
das porções de alimentos com alta
densidade energética (SICHIERI; SOUZA,
2008).
As preferências e o padrão alimentar
das crianças são adquiridos através dos
responsáveis, que na maioria das vezes não
conseguem lidar com a resistência das
crianças pelos novos alimentos. Portanto
devem-se criar variações dietéticas, como
oferecer os alimentos diversas vezes,
modificando o modo de preparo e a
apresentação dos pratos na hora de colocar
na mesa. Outra estratégia é pedir para a
criança auxiliar no momento da preparação
e deixar dispor os alimentos no próprio
prato, instigando a uma melhor aceitação
(RAMOS; STEIN, 2000; KACHANI et al.,
2005).
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram avaliados 112 alunos da fase
escolar, de ambos os sexos, de uma escola
estadual da cidade de Três Corações, MG.
Primeiramente, aplicou-se um questionário
para a verificação do consumo alimentar
dos alunos do colégio Estadual Bueno
Brandão, no qual conteve uma tabela com
os nomes de frutas e hortaliças que as
crianças marcaram suas preferências
alimentares e aversões de alimentos.
Através deste método de pesquisa,
foram executadas intervenções por meio de
preparações com alimentos de alto índice de
rejeição explicito nos resultados dos
questionários, com o objetivo de expor o
escolar a uma análise sensorial, embasada
nestes alimentos.
A análise sensorial utilizou o méto-
do da escala hedônica de expressão facial
(ANEXO 1). No qual se define por um pro-
cedimento de graduação da preferência dos
alimentos expostos. Para a realização dos
testes afetivos, foram atribuídos à escala os
seguintes valores: “Desgostei Muitíssimo”:
1; “Desgostei”: 2; “Indiferente”: 3, “Gos-
tei”: 4; “Gostei Muitíssimo”:5 (GASTAL-
DON et al., 2007).
Foram apresentadas aos alunos 3
preparações nomeadas como: “Inhaminho”
(APENDICE 2), Iogurte industrializado e
“Suco do Hulk” (APENDICE 3). A
metodologia empregada foi expor de forma
aleatória os alimentos para realizar a
degustação. A exposição ao alimento
ocorreu de maneira individualizada para
que não existisse interferência de opinião
entre colegas de classe. Nos intervalos das
degustações foram fornecidos 50 ml de
água para cada criança, para a realização do
enxágue da boca entre uma amostra e outra,
com intuito de não interferir no paladar na
avaliação da próxima porção. Após a
degustação realizada, as crianças receberam
a escala hedônica (ANEXO 1), como
conclusão da análise sensorial de cada uma
das receitas. No entanto, para a realização
desse projeto foram realizados três
encontros na escola Estadual Bueno
Brandão. No qual o primeiro dia foi à
entrega do termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE) aos pais, no segundo
dia foi aplicado o questionário de
freqüência alimentar e o último dia foi
finalizado com a análise sensorial.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi realizada uma análise sensorial
em uma escola estadual situada na cidade
de Três corações - MG, no qual 112 alunos
da fase escolar participaram do estudo
através do consentimento dos pais e da
escola.
Primeiramente, os alunos entre 7 e
10 anos foram expostos a um questionário
de preferências alimentares (Figura 1)
aplicado pelos estudantes de nutrição.
Mediante o resultado do
questionário, foram selecionados os
alimentos com maior índice de rejeição para
a elaboração de uma receita. O item
selecionado para a receita foi o “Inhame”,
onde as crianças além da rejeição também
não conheciam em seu paladar.
A inclusão dos alimentos nutritivos
para crianças pode contribuir para uma
alimentação equilibrada favorecendo o
funcionamento correto do organismo, sendo
importante no desenvolvimento dos hábitos
saudáveis. Prevenindo a desnutrição e a
obesidade, isso se acomete por causa da alta
contribuição nutricional dos alimentos
(GARCIA et al., 2015).
A receita escolhida para o
comparativo foi nomeada como
“Inhaminho” de sabor morango, o intuito
Figura 1. Preferência dos alimentos.
foi elaborar um alimento prático em que o
sabor e a textura se aproximassem a de um
iogurte industrializado. O “Inhaminho”
continha Inhame, morango, banana, água e
mel.
Quando executada a análise sensorial, foi
entregue aos escolares uma folha com a
escala hedônica, composta por expressões
faciais, para a identificação fidedigna da
degustação do alimento. A pesquisa de
Gastaldon (2007) elaborou empadas
integrais contendo farinha de trigo integral
e farinha de aveia a fim de verificar a
aceitação do alimento para com as crianças
em fase escolar. Assim a análise sensorial
constatou uma boa aceitabilidade de 43,9 %
de acordo com a escala hedônica.
Figura 2. Comparação entre os dois tipos de
iogurte oferecidos para as crianças.
Segundo Silvério, Prado e Colombo
(2010), os alimentos industrializados, por
possuírem em sua composição substâncias
como sódio, carboidratos e principalmente
o açúcar, se tornam mais palatáveis do que
uma preparação com alimentos in natura.
Segundo Gloria (2014), as comidas
ultraprocessadas possuem grandes
quantidades de açúcares e gorduras
chamando a atenção das crianças e
provocando o aparecimento da obesidade.
Em contrapartida a aceitação do
iogurte inhaminho foi bastante satisfatória
se comparado pela aceitação indicada por
“adorei” nos gráficos, em que se oferecem
ao escolar os dois iogurtes, tradicional
industrializado e o preparado de inhame
verificam-se uma pequena vantagem de
apenas 4% para o iogurte industrializado.
Foi realizada uma terceira exposição
para essas crianças, no qual ofertamos uma
receita nutritiva, de um suco verde,
nomeado como “Suco do Hulk”, elaborado
com água, abacaxi, pepino, couve e
adoçante estévia. Os ingredientes
escolhidos para esta preparação teve o
intuito de analisar a percepção do paladar
das crianças na identificação dos alimentos
contidos na preparação, e principalmente a
aceitabilidade deste.
Carvalho e Basso (2016) analisou a
aceitabilidade de tortas preparadas com
talos de couve-flor e de brócolis e com
cascas de cenoura e de beterraba. Também
foi avaliado o valor dos nutrientes de talos.
Através dos resultados foi possível
constatar que os talos e as cascas são ótimas
fontes nutricionais e mediante ao uma
análise sensorial constatou que houve uma
boa aceitação das tortas com relação ao
gosto, apresentação, textura e cor.
Como identificado na figura 4, o
“Suco do Hulk” obteve boa aceitabilidade,
sendo uma ótima escolha para lanches, e
complementação de uma alimentação pelo
alto valor nutricional.
Figura 3- Análise Sensorial: “Suco do Hulk”
Nessa fase escolar o principal fator é
a qualidade dos alimentos ofertados no
cotidiano, no qual há uma grande
preferência por alimentos ricos em gorduras
e carboidratos, tais como: frituras,
salgadinhos e refrigerantes, desencadeando
o aumento de doenças relacionadas ao
estado nutricional (SILVA, 2009).
Segundo Souza (2014) a
alimentação saudável é fundamental para o
desenvolvimento físico, emocional e
intelectual satisfatório, promovendo
qualidade de vida. Orientações nutricionais
escolares devem ser inseridas no cotidiano
dos alunos para combater a desnutrição e
obesidade.
De um modo geral, todos os
alimentos ofertados para as crianças desta
fase, apresentaram boa aceitação por eles.
Isso mostra a importância de incentivar a
preparação e escolhas por alimentos
saudáveis. A figura 4 mostra a comparação
entre os três alimentos oferecidos.
Figura 4- Comparativo da avaliação da aceitabilidade dos alimentos ofertados.
As necessidades nutricionais para
cada fase colaboram para o
desenvolvimento ideal e assim prevenindo
doenças que podem aparecer com o
transcorrer de uma alimentação
desequilibrada (RAMOS; STEIN;
APARÍCIO, 2018). Ressaltando a
importância da alimentação saudável na
qualidade de vida, assim entende-se que é
essencial o papel da família e da escola,
pois apresentam um ambiente privilegiado
para a educação nutricional (SILVA, 2009).
Diante o resultado comparativo da
escala hedônica no qual os números mais
significativos são positivos a todas as três
preparações, mostrando que alimentos
oferecidos de maneira diferente podem ser
atrativos e inseridos no cotidiano,
favorecendo em uma melhor qualidade
nutricional.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a análise sensorial
mostrou que os alimentos comumente
excluídos da alimentação das crianças nesta
fase, podem ser inseridos no cotidiano, de
maneiras e consistências diferentes, com
preparações simples e fáceis que sejam bem
aceitas por elas.
As crianças quando expostas a
preparações com aparências pouco
interessantes geram aversão por
determinados alimentos. Desta forma, a
educação alimentar e nutricional associada
às preparações apresentadas de formas
diferentes podem auxiliar na inserção de
alimentos antes rejeitados e contribui para a
alimentação da criança.
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(SciELO).
Apêndice A:
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Nome:_______________________________________________________________________________
As informações contidas neste prontuário visam firmar acordo por escrito, mediante o qual o responsável pelo
menor ou o próprio sujeito objeto de pesquisa, autoriza sua participação, com pleno conhecimento da natureza dos
procedimentos e riscos a que se submeterá o paciente, com capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.
I - TÍTULO DO TRABALHO EXPERIMENTAL:
ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS EM CRIANÇAS NA FASE
ESCOLAR DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA CIDADE DE TRÊS CORAÇÕES - MG
Pesquisador Responsável: Prof. Ms. Brunna Sullara Vilela
II - OBJETIVOS
Avaliar a aceitação das crianças escolar para com preparações saudáveis.
.
III - JUSTIFICATIVA
Grandes alterações vêm surgindo nos hábitos alimentares das crianças em idade escolar. A principal
dificuldade desse período é a qualidade dos alimentos ingeridos aumentando o consumo de industrializados, ricos em
gorduras saturadas e açúcares, como, salgadinhos e refrigerantes e deixando de lado as frutas e hortaliças. Essas
mudanças negativas podem ser ocasionadas por influência da mídia, alimentação no ambiente escolar e a própria
alimentação da família que se torna um espelho para a criança (SILVA, 2009).
IV - PROCEDIMENTOS DO EXPERIMENTO
AMOSTRA-
Avaliar 112 alunos da fase escolar, de faixa etária entre 7e 10 anos, de ambos os sexos, de uma escola da
cidade de Três Corações, MG.
EXAMES
Não serão realizados exames.
V - RISCOS ESPERADOS
Há o risco de constrangimento e/ou desconforto ao experimentar as preparações saudáveis, bem como, ao avaliar o consumo alimentar.
VI – BENEFÍCIOS
Após a realização da avaliação da aceitabilidade, será possível apresentar aos alunos preparações saudáveis,
levando a um maior conhecimento e interesse, contribuindo para alimentação saudável e, consequentemente para uma
melhor qualidade de vida.
VII - RETIRADA DO CONSENTIMENTO
O responsável pelo menor ou o próprio sujeito tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer
momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo ao atendimento a que está sendo ou será submetido
na Unincor.
VIII – CRITÉRIOS PARA SUSPENDER OU ENCERRAR A PESQUISA
Quando uma das partes se recusarem a continuar a pesquisa.
IX - CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO
PACIENTE MENOR DE IDADE
Eu_______________________________________________________________, responsável pelo menor
_________________________________________________, certifico que, tendo lido as informações acima e
suficientemente esclarecido (a) de todos os itens, estou plenamente de acordo com a realização do experimento. Assim,
eu autorizo a execução do trabalho de pesquisa exposto acima.
Três Corações, _____ de __________________ de 20_.
NOME (legível) ___________________________________________RG_________________
ASSINATURA______________________________________________
PACIENTE MAIOR DE IDADE
Eu_________________________________________________________________, certifico que, tendo lido as
informações acima e suficientemente esclarecido (a) de todos os itens, estou plenamente de acordo com a realização
do experimento. Assim, eu autorizo a execução do trabalho de pesquisa exposto acima.
Três Corações, _____ de __________________ de 20_.
NOME (legível)___________________________________________RG_________________
ASSINATURA______________________________________________
ATENÇÃO: A sua participação em qualquer tipo de pesquisa é voluntária. Em caso de dúvida quanto aos seus direitos,
escreva para o Comitê de Ética em Pesquisa da Unincor. Endereço – Av. Castelo Branco, 82 – Chácara das Rosas, Três
Corações – MG. No caso de qualquer emergência entrar em contato com contato com a Brunna Sullara Vilela, no
Departamento de Nutrição, nos telefones de contato: 035 3239 1000 ou 031 991100574.
ANEXO 1 - Questionário de preferências alimentares
Alimentos Gosto
Não Gosto
Morango
Pêra
Melão
Melancia
Maracujá
Manga
Banana
Abacaxi
Inhame
Batata Salsa
Mandioca
Brócolis
Batata
Chuchu
Abóbora
Abobrinha
Couve
Beterraba
Cenoura
Tomate
Alface
Refrigerante
Batata frita
Sorvete ou picolé
Chocolate
Bolacha recheada
ANEXO 2 – Escala hedônica
(ANEXO 3) Preparações oferecidas aos escolares.
Receita “Inhaminho”.
Ingredientes:
- Banana
-Inhame
-Morango
-Mel
-Água
Modo de preparo:
Bater todos os ingredientes no liquidificador e acrescentar água aos poucos até ficar em
consistência de iogurte.
Receita “Suco do Hulk”.
Ingredientes:
-Abacaxi
-Pepino
-Couve
-Adoçante Stévia
-Água
Modo de preparo:
Bater todos os ingredientes no liquidificador.
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