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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CURSO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
NÍVEL: MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PRÓTESE DENTÁRIA
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA LINHA DE CIMENTO DE
QUATRO AGENTES CIMENTANTES: ESTUDO IN VIVO
�ANDRÉA MARA VENDRUSCULO
CANOAS – RS
2007
Livros Grátis
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8
ANDRÉA MARA VENDRUSCULO
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA LINHA DE CIMENTO DE QUATRO
AGENTES CIMENTANTES: ESTUDO IN VIVO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Odontologia do Curso de
Odontologia da Universidade Luterana do Brasil
como requisito final para obtenção do título de
Mestre em Prótese Dentária.
Orientador: Prof. Dr. Luis Artur Zeni Lopes
9
CANOAS-RS
2007
10
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AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTO ESPECIAL
EEPÍGRAFE
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS.........................................................................................
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS.......................................
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................
2. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................
3. PROPOSIÇÃO.............................................................................................
4. ARTIGO CIENTÍFICO..................................................................................
4.1 Introdução................................................................................................
4.2 Materiais e métodos................................................................................
4.2.1 Composição da Amostra...................................................................
4.2.2 Cimentação e avaliação dos corpos de prova...................................
4.3 Resultados...............................................................................................
4.4 Discussão................................................................................................
4.5 Conclusão..............................................................................................
4.6 Referências Bibliográficas.......................................................................
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................
6. ANEXOS.......................................................................................................
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Agradeço de maneira especial ao professor Luis Artur Lopes pelo
profissionalismo e atenção dispensada sempre que precisei, pela sua
sabedoria e competência ao ensinar, pela confiança e orientação que me
possibilitou concluir este trabalho.
Meu reconhecimento, minha admiração e meu muito obrigado.
12
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Agradeço a Deus, Senhor de nosso destino, que me concedeu determinação,
coragem e sabedoria para concluir este trabalho mesmo diante de certas
dificuldades, e por presentear-me com este bebê ao final desta etapa.
Aos meus amados pais Ildo e Eva pelo amor incondicional, exemplo de
determinação e força, pois foi graças à educação recebida que cumpri mais
esta tarefa.
Ao meu amor Pablo, pelo carinho, companheirismo e compreensão ao aceitar
minha ausência.
A colega Priscilla sempre disposta a ajudar, contribuiu grandiosamente no
cumprimento desta tarefa.
A companhia e amizade de meus colegas de Mestrado, principalmente
Caroline Pappen, Leonardo Federizzi e Fábio Soares, que conviveram comigo
nesta jornada.
Aos pacientes que colaboraram para a realização do trabalho, meu afeto e
minha gratidão.
13
“Quando alguém deseja algo,
Precisa saber que esta correndo riscos.
Mas é isto justamente que faz a vida interessante”
14
Autor desconhecido
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O objetivo deste estudo foi avaliar in vivo a perda de substância de
superfície por ação química e mecânica na película dos cimentos de fosfato de
zinco, cimento de ionômero de vidro convencional e modificado e cimento
resinoso. Foram selecionados 10 pacientes com ausência dos quatro molares
inferiores e confeccionadas próteses removíveis. No lugar de cada molar foi
colocado um núcleo de níquel-cromo e sobre estes confeccionados copings
metálicos com a mesma liga. Cada coping foi cimentado com um agente
cimentante diferente: fosfato de zinco (Shofu Japan), cimento de ionômero de
vidro convencional (Ketac Cem -3M ESPE USA), cimento de ionômero de vidro
modificado por resina (RelyX Luting Cement- 3M ESPE USA) e cimento
resinoso (RelyX- 3M ESPE USA). Após a cimentação foram realizadas
moldagens com silicona de adição Express (3M ESPE GERMANY) da interface
coping/núcleo, analisadas em MEV e mensuradas com a utilização do software
Carnoy a fim de avaliar a distância em micrômetros correspondente a
profundidade alcançada pela silicona de adição devido aos diferentes níveis de
perda de substância dos cimentos. Novas moldagens foram realizadas após 6
meses e 1 ano, analisadas da mesma forma e comparadas entre si. Os
resultados foram analisados pelos testes não paramétricos de Wilcoxon e
Friedman ao nível de significância de 5%. A partir dos resultados pode-se
concluir que apenas o cimento de fosfato de zinco apresentou perda de
substância estatisticamente maior do que os demais cimentos testados. E que
houve perda de substância estatisticamente maior no tempo de um ano do que
em 6 meses para todos os cimentos testados.
Palavras chave: solubilidade, degradação, cimentação,
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The aim of this study was to evaluate in vivo the loss of the substance of
the surface for chemical and mechanical action in the coating of the zinc
phosphate cement, glass ionomer cement(conventional and modified) and resin
luting cement. Ten patients, with the absence of the four inferior molar teeth,
were selected, and made removable prosthesis. In the place of each molar was
cemented a post of niquel-cromo and about these were made metallic copings
with the same alloy. Each coping was cemented with a different luting agent:
zinc phosphate cement (Shofu JAPAN), conventional glass ionomer cement
(Ketac Cem – 3M ESPE USA), modified glass ionomer cement (RelyX Luting–
3M ESPE USA) and resin luting cement (RelyX- 3M ESPE USA). After the
cementation, addition silicon impression were made (Express - 3M ESPE
GERMANY) of the interface coping / core, analyzed in MEV and measured
with Carnoy software in order to evaluate the distance, in micrometers,
correspondent to the profundity reached by the addition silicon due to the
different levels of the loss of the substances of the cement. New impressions
were analized by the tests after one year, analyzed the same way and
compared between them. The results were analyzed by no parametric tests of
the Wilcoxon and Frieddman to the level of significance of 5%. From the results
it’s possible to conclude that only the zinc phosphate cement showed loss of the
substance statistics greater than the rest of the tested cements and there was
the loss of the substance in six months for all the tested cements.
key words. solubility, degradation, cementation.
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Figura1 - núcleo modelado em resina duralay e núcleo em níquel cromo- pg. 26
Figura 2 - prótese com núcleos instalados na região do molar - pág.26
Figura 3 - vista oclusal dos núcleos instalados - pág. 26
Figura 4 - coping níquel-cromo sobre modelo de gesso – pág. 26
Figura 5 - molde com silicona de adição da fenda – pág. 29
Figura 6 – molde recortada indicando a linha de cimentação – pág.30
Figura 7 - imagem de MEV – pág. 31
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µm: micrômetro
Ph : potencial de íons H+
MEV : Microscópio eletrônico de varredura.
ULBRA: Universidade Luterana do Brasil.
mm : Milímetro.
USA: Estados Unidos da América
USP: Universidade de São Paulo
°C: Graus Célcios
FIG: figura
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Restaurações protéticas indiretas precisam ser unidas ao dente por meio
de agentes cimentantes, os quais apresentam necessidades reais ainda não
preenchidas.
O selamento marginal é um requisito relevante da prótese fixa, pois, a
solução de continuidade entre a restauração e o dente permite o ingresso de
bactérias e de suas toxinas, podendo culminar com a destruição do
remanescente dentário e causar danos pulpares (YOSHIDA et al. 1998). A
qualidade deste selamento marginal é influenciada pelas propriedades do
agente cimentante.
A solubilidade e desintegração frente aos fluidos deveria ser baixa ou
nula, já que os cimentos estão continuamente expostos a uma variedade de
ácidos, como os produzidos por microorganismos, pela degradação de
alimentos, stress mastigatório e as contínuas flutuações do pH e da
temperatura (ANUSAVICE 2005). De acordo com Mesu e Reedijk (1983), uma
avaliação quantitativa sobre o desempenho clínico da solubilidade dos
cimentos é difícil de ser obtida. Primeiramente porque os testes laboratoriais
não simulam necessariamente a prática clínica e há poucos estudos clínicos
com adequada metodologia e duração para estabelecer correlação com os
testes in vitro (MITCHEM 1978).
Os cirurgiões dentistas têm feito esforços exaustivos para reconstruir os
elementos dentais com restaurações que apresentem uma linha de cimentação
mínima ou nula, para que não ocorra exposição desta aos fluidos orais, o que
limitaria a longevidade da restauração.
No entanto, ainda não surgiu um agente cimentante completo, com
todas as propriedades físico-químicas e biológicas desejáveis e que pudesse
ser utilizado em todos os casos.
Sabemos, entretanto, que os cimentos tradicionais, como o cimento de
fosfato de zinco, tem sido ao longo das últimas décadas, o material mais
20
empregado na cimentação de restaurações metálicas fundidas e próteses fixas,
apesar de apresentar algumas limitações muito bem documentadas na
literatura, como exemplo a falta de adesão química com a estrutura dentária e
pH inicial baixo, que pode provocar lesão pulpar irreversível. Outro fator que
também é mostrado como negativo é a solubilidade relativamente baixa em
água e apreciavelmente maior em ácidos orgânicos como o acético, o lático e o
cítrico (ANUSAVICE 2005).
Os cimentos de ionômero de vidro vêm aumentando sua popularidade
entre os profissionais devido, entre outras propriedades, à sua capacidade de
liberar flúor, a adesão físico-química à estrutura dental e a expansão térmica
mínima. Por outro lado, como têm demonstrado suscetibilidade à umidade
durante sua presa, devem ser protegidos, para evitar a contaminação
prematura devido a alta solubilidade inicial, uma variável importante para o
sucesso clínico. Segundo Knobloch et al. (2000), uma das vantagens dos
cimentos de ionômero de vidro modificado por resina é que são menos
suscetíveis a esta umidade inicial.
Já os cimentos resinosos estão cada vez mais presentes na prática
clínica, principalmente quando da cimentação de restaurações adesivas.
Utilizando-se da técnica do condicionamento ácido e de materiais com
potencial de adesão a dentina estes cimentos são considerados virtualmente
insolúveis nos fluidos orais (BOTTINO, 2002).
21
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A solubilidade e desintegração no meio bucal parecem ser um dos
fatores determinantes na escolha de um cimento sendo uma importante
característica que pode influenciar na longevidade das próteses dentárias.
Clinicamente, a solubilização pode causar desintegração do agente cimentante,
levando à descimentação da restauração e a cárie recorrente. (YOSHIDA et al.
1998; HERSEK e CANAY, 1996). Em virtude disto, a solubilidade entre
diferentes agentes cimentantes vem sendo largamente estudada, tanto in vivo
quanto in vitro. (HERSEK E CANAY, 1996; PLUIM et al. 1984; MITCHEM E
GROMAS, 1978; YOSHIDA et al. 1998; BEECH E BANDYOPAHAYAY, 1983;
JACOBS E WINDELER, 1991; GEMALMAZ et al. 1998; WHITE et al. 1994;
WHITE et al. 1995, KNOBLOCH et al. 2000).
Devido à complexidade do meio oral, é impossível virtualmente
reproduzi-lo em um estudo in vitro. A produção ácida das bactérias encontrada
na cavidade oral (Lactobacillos e Streptococus Mutans), a oscilação da
temperatura e do pH, afetam diretamente a solubilidade dos cimentos
odontológicos (MESU, 1982). Paffenbarger et al. (1934), apresentaram os
primeiros testes convencionais acerca de algumas propriedades físicas do
cimento de fosfato de zinco incluindo a solubilidade. Relataram que a
combinação do efeito da solubilidade e erosão pode ser chamada de
desintegração do cimento. O teste de desintegração consistia em mergulhar
dois finos discos de cimento de fosfato de zinco em água destilada uma hora
após a preparação. Vinte e quatro horas após os discos eram removidos da
água e postos a secar. A quantidade de cimento perdida era determinada pelo
peso residual e representada em percentagem.
Beech e Bandyopahayay (1983) sabendo que intra - oralmente há um
fluxo de fluido e que os cimentos estão localizados em uma área onde há
grande acúmulo de placa e ácido lático resolveram realizar um teste de
laboratório com uma metodologia tal que daria resultados mais reais em tempo
mais curto de acordo com os observados clinicamente in vivo.
23
Estudos in vivo relativos à desintegração dos vários agentes cimentantes
foram realizados ao se colocarem pequenas amostras de cimentos em
próteses totais que podiam ser removidas da boca para que se mensurasse a
perda do material. (HERSEK E CANAY, 1996; PLUIM et al. 1984). Apesar de
nestes estudos os cimentos sofrerem a ação do meio oral, ficam muito sujeitos
à erosão e a abrasão devido à grande área de exposição.
Em seu estudo, Mitchen e Gromas (1978), eliminaram o efeito da
abrasão sobre os cimentos por meio da colocação de uma tela sobre as
amostras. Entretanto a área de exposição do cimento ao meio oral não
representava a situação clinica da linha de cimento da junção prótese dente.
Mesmo assim, o cimento de ionômero de vidro apresentou menor perda de
substância que o cimento de fosfato de zinco entre outros testados.
Um aspecto importante a considerar é a adaptação marginal. A
definição da dimensão da fenda marginal aceitável para restaurações
protéticas ainda é muito discutida, mas sabe-se que o sucesso da restauração
protética está na sua dependência (ROSENSTIEL et al, 1998).
Mezzomo (1994) relata que uma boa adaptação marginal depende de
vários fatores envolvidos nos passos clínicos e laboratoriais de confecção de
uma restauração protética, podendo ser traduzida como uma somatória de
distorções inerentes de cada etapa de confecção e das características dos
materiais empregados. Em um estudo realizado por Jacobs e Windeler (1991)
que avaliou in vitro a relação entre o tamanho da fenda e a desintegração do
cimento, mostrou que fendas marginais de 25, 50 e 75 µm não interferiram
estatisticamente na desintegração, mas esta aumentou significativamente
quando a fenda foi de 150 µm. Segundo Rosenstiel (2002), este estudo entre
outros, identificam a dissolução como o mecanismo responsável pela erosão
do cimento. Acreditam no sucesso das restaurações metálicas fundidas,
independentemente da prevalência das fendas marginais subgengivais de
difícil detecção (até 100 µm).
24
White et al. (1994) em estudo in vitro, verificaram a influência da fenda
marginal na microinfiltração de coroas cimentadas com diferentes agentes
cimentantes e concluiram que sozinha a fenda marginal não apresentou
correlações significantes com a microinfiltração. Em 1994, White et al.
realizaram estudo sobre microinfiltração in vivo cimentando coroas metálicas
em molares periodontalmente condenados, com cimento de fosfato de zinco e
cimento de ionômero de vidro modificado por resina com e sem adesivo
dentinário. O cimento de ionômero de vidro modificado por resina com ou sem
adesivo dentinário apresentou menor microinfiltração, comparado com o
cimento de fosfato de zinco. Constataram também que entre os grupos com e
sem adesivo dentinário não houve diferença estatisticamente significativa na
espessura da película e microinfiltração.
McLean e Fraunhofer (1971), estudando a espessura do filme de
cimento, de diferentes tipos de restaurações fixas, encontraram resultados que
variaram de 10µm a 160µm, e estabeleceram um patamar de fenda marginal
máxima que poderia ser considerado clinicamente aceitável da ordem de 120
µm (YEO et al. 2003). Já White et al. (1995) comparando in vivo o
assentamento de coroas totais cimentadas com cimento de ionômero de vidro
modificado por resina (com e sem o uso de adesivo dentinário) com fosfato de
zinco, concluiram que todos os cimentos apresentaram uma fenda marginal
semelhante que variou de 47 a 55 µm não sendo estatisticamente significativa,
sugerindo o ionômero de vidro modificado por resina uma alternativa à
cimentação convencional.
Em concordância com resultados acima citados Quintas et al. (2004),
estudaram a adaptação marginal vertical de copings cerâmicos com diferentes
materiais cerâmicos, linhas de terminação e agentes cimentante. Afirmaram
que a introdução no mercado de diferentes agentes cimentantes, ionoméricos e
resinosos, combinados com a técnica adesiva proporcionam várias alternativas
para cimentação, mas não produzem resultados significantes no tamanho da
fenda marginal.
Com relação aos tipos de cimentos Anusavice (2005) cita que por mais
25
de 80 anos o cimento de fosfato de zinco vem sendo usado como agente
cimentante universal. Apresenta boas características de manipulação e uma
comprovada longevidade na cavidade oral quando é usado para cimentação de
restaurações bem planejadas e bem adaptadas. Tem como desvantagem ser
irritante pulpar, não ser adesivo às estruturas dentárias e não apresentar
propriedades anti-cariogênicas. Mas por apresentar um consagrado uso clínico,
ele é considerado o material de eleição como controle para comparação com
novos agentes cimentantes (NETO 1989). Em revisão literária Rosenstiel et al.
(1998) afirmaram que cimentos tradicionais, como o fosfato de zinco,
apresentam alta solubilidade, e que o sucesso de restaurações usando este
cimento está na excelente adaptação entre a coroa e o dente preparado.
Anusavice (2005) relatou que os cimentos de ionômero de vidro unem-
se a estrutura dental liberando flúor. São superiores ao cimento de fosfato de
zinco em relação à solubilidade; porém apresentam propriedades mecânicas
comparáveis, com exceção ao módulo de elasticidade que é mais elevado. Já
os cimentos resinosos são virtualmente insolúveis e unem-se a dentina através
de um agente de união podendo estabelecer uma união forte com o esmalte
após técnica de condicionamento ácido.
Segundo Gemalmaz et al. (1998) a principal desvantagem do cimento de
ionômero de vidro é o tempo com que atinge suas propriedades limites.
Concluíram que sua alta solubilidade é devido ao contato com a água nos
primeiros 6 minutos após a mistura. Shillinburg (1998) afirma que o sucesso do
cimento de ionômero de vidro depende da rápida proteção oferecida contra a
hidratação e desidratação. É enfraquecido pela exposição imediata a umidade,
enquanto que o dessecamento, por outro lado, produz gretas por contração do
cimento recém-polimerizado. Sugere então, proteção imediata das margens do
cimento com verniz ou vaselina. Rosentiel (2002) sugere também deixar a faixa
de cimento intacta por 10 minutos.
Neto (1989), em revisão de literatura acerca de algumas propriedades
dos cimentos, chegou à conclusão que o ionômero de vidro apresenta maior
26
solubilidade em comparação com o cimento de fosfato de zinco, entretanto há
inúmeras referências que nos mostram conclusões contrárias.
Pluim et al. (1984), em experimento in vivo avaliando quantitativamente
a solubilidade, concluiram que o cimento de fosfato de zinco apresentou maior
solubilidade que o cimento de ionômero de vidro.
Hersek e Canay (1996) utilizaram amostras de cimentos que foram
colocadas na face lingual de dentaduras inferiores e após oito meses avaliadas
diretamente por microscopia eletrônica de varredura. Concluíram que o cimento
de fosfato de zinco e o cimento de policarboxilato apresentaram
aproximadamente igual solubilidade. O cimento de ionômero de vidro exibiu
significativamente menor solubilidade que os outros dois cimentos avaliados.
Yoshida et al. (1998) investigaram a solubilidade de 3 cimentos
resinosos (All-Bond, Panavia21, Super-Bond) com 3 tipos diferentes de
cimentos convencionais (Elite Cement 100- cimento de fosfato de zinco, HY-
bond Carbo Plus- Cimento de policarboxilato, Fuji I- cimento de ionômero de
vidro) com armazenamento em ácido lático trocado diariamente por 30 dias e
em água destilada. Concluiram que os três tipos de cimentos resinosos foram
significativamente menos solúveis que os convencionais independentes do
meio armazenado. E que o cimento de fosfato de zinco foi mais solúvel que o
cimento de ionômero de vidro.
Knobloch et al. (2000) realizaram um estudo in vitro comparando a
solubilidade em água, em ácido lático e também a sorção de água após sete
dias de cimentos resinosos e de ionômero de vidro modificado por resina
(Panavia 21, Enforce, Resiment, Vitremer Luting, Advace, Fuji Duet).
Concluíram que o Vitremer exibiu maior sorção de água e solubilidade em
ácido lático quando comparado com qualquer outro cimento testado. Também
afirmaram que o Fuji Duet apresentou maior solubilidade em água seguido em
ordem decrescente por Advance, Panavia, Vitremer, Enforce e Resiment.
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O objetivo do presente trabalho é avaliar comparativamente, in vivo, a
perda de substância de superfície por ação química e mecânica de quatro
diferentes tipos de cimentos (cimento de fosfato de zinco, cimento de ionômero
de vidro convencional, cimento de ionômero de vidro modificado e cimento
resinoso) nos tempos de 6 meses e 1 ano e sua relação com o tamanho da
fenda marginal.
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AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA LINHA DE CIMENTO DE QUATRO
AGENTES CIMENTANTES: ESTUDO IN VIVO
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AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA LINHA DE CIMENTO DE QUATRO
AGENTES CIMENTANTES: ESTUDO IN VIVO
QUALIFYING EVALUATION OF THE CEMENT LINE OF FOUR
CEMENTANT AGENTS: IN VIVO STUDY.
Andréa Mara Vendrusculo
*Aluna do curso de mestrado em prótese dentária
Luis Artur Zenni Lopes
*Mestre e Doutor em Prótese Dentária pela USP - São Paulo
**Professor titular das disciplinas de prótese dentária da graduação e pós-
graduação da ULBRA-Canoas.
Endereço para correspondência: Avenida João Antônio 310/101. Centro.
Sobradinho-RS. CEP 96900-000. E-mail: deia220@gmail.com
Artigo formatado segundo as normas para autores da Revista da Faculdade
de Odontologia da Universidade Federal do Rio grande do Sul ISSN 0022-
3913 (Conceito Qualis A Internacional da CAPES 2003) indexado ao Medline.
31
4.1 INTRODUÇÃO
Existem inúmeras soluções restauradoras indiretas que podem ser
indicadas para diversas situações clínicas específicas podendo influenciar ou
determinar na escolha do tipo de cimento a ser utilizado. Entre os fatores que
podem influenciar está o tipo de preparo e suas características mecânicas ou
ainda a resistência flexural do próprio material restaurador (ANUSAVICE 2005).
Hoje em dia o cirurgião dentista tem a opção de escolher entre vários
agentes para cimentação das restaurações protéticas: agentes convencionais
(fosfato de zinco, cimento de ionômero de vidro entre outros), cimentos
resinosos com e sem adesivos ou ainda intermediários a estes que são os
cimentos de ionômero de vidro reforçados com resina.
Uma das mais importantes propriedades que determina a durabilidade
de um agente cimentante é a resistência contra a dissolução ou degradação.
Um agente cimentante ideal deveria apresentar características de resistência e
ser insolúvel aos fluidos orais (MESU 1982). Os cirurgiões dentistas têm feito
esforços exaustivos para reconstruir os elementos dentais com restaurações
que apresentem uma linha de cimentação mínima ou nula, para que não ocorra
exposição desta aos fluidos orais, o que limitaria a longevidade da restauração.
A solubilidade entre diferentes agentes cimentantes vem sendo
largamente estudada, tanto in vivo quanto in vitro (MITCHEM E GROMAS,
1978; BEECH E BANDYOPAHAYAY, 1983; PLUIM et al. 1984; JACOBS E
WINDELER, 1991; WHITE et al. 1994; WHITE et al. 1995; HERSEK E CANAY,
1996; YOSHIDA et al. 1998; GEMALMAZ et al. 1998; KNOBLOCH et al. 2000).
De acordo com Mesu e Reedijk (1982), uma avaliação quantitativa sobre
o desempenho clínico da solubilidade dos cimentos é difícil de ser obtida.
32
Primeiramente porque os testes laboratoriais não simulam necessariamente a
prática clínica e há poucos estudos clínicos com adequada duração para
estabelecer correlação com os testes in vitro (MITCHEM E GROMAS, 1978).
Outro aspecto importante a considerar é a relação da solubilidade do
cimento com o tamanho da fenda marginal. A fenda, cujos limites aceitáveis
são de 80 µm, também dá condições à instalação de bactérias (MEZZOMO
1994). Segundo estudo realizado por Jacobs e Windeler (1991) onde avaliaram
in vitro a relação entre o tamanho da fenda e a desintegração do cimento de
fosfato de zinco, concluiram que fendas marginais de 25, 50 e 75 µm não
interferiram estatisticamente na desintegração, mas esta aumentou levemente,
embora com significância estatística quando a fenda foi de 150 µm. Para
Rosenstiel (2002), este estudo entre outros, identificam a dissolução como o
mecanismo responsável pela erosão do cimento. Acreditam no sucesso das
restaurações metálicas fundidas, independentemente da prevalência das
fendas marginais subgengivais de difícil detecção (até 100 µm).
A partir desta revisão de literatura nos propusemos a avaliar
comparativamente in vivo a perda de substância de superfície por ação química
e mecânica de quatro diferentes tipos de cimentos (cimento de fosfato de zinco,
cimento de ionômero de vidro convencional, cimento de ionômero de vidro
modificado e cimento resinoso) e sua relação com o tamanho da fenda
marginal.
4.2 MATERIAIS E MÉTODOS
Foram selecionados 10 pacientes com necessidade de prótese total ou
removível, com ausência dos molares inferiores. Faixa etária entre 35 e 50
anos de ambos os sexos. A natureza deste estudo foi explicada ao paciente e
este recebeu uma descrição por escrito; só assim obtivemos um consentimento
33
livre e esclarecido. O critério para inclusão foi pacientes com bom controle de
placa que possuam boa coordenação motora para realizar adequada higiene
oral e que apresentem ausência dos primeiros e segundos molares inferiores.
4.2.1 Composição da amostra
Foram confeccionados 40 núcleos metálicos com dimensões
padronizadas, sulcos na mesial e distal e anatomia semelhante ao núcleo de
um pré-molar inferior a partir de uma modelagem prévia realizada com resina
autopolimerizável (Duralay Reliance Dental Mfg Co Worth - USA) (fig. 1) e
replicações feitas a partir de um molde de silicone. Assim, foram fixados dois
núcleos de cada lado da prótese, na região do molar removido, com resina
acrílica autopolimerizável. A substituição dos dois molares da prótese
removível pelos corpos de prova de acordo com estudo de MESU (1983) não
pareceu ser desconfortável para o paciente (fig. 2 e 3) As moldagens dos
mesmos foram realizadas com silicona de adição (Express - 3M ESPE-
GERMANY) por meio da técnica de dois tempos. Para aproximar da realidade
de confecção das próteses fixas, as moldagens foram realizadas intra-
oralmente. Os moldes foram vazados com gesso especial tipo IV (Fuji Rock EP
– GC Belgium), os modelos troquelados e enviados ao laboratório para
confecção dos copings metálicos.
Todos os procedimentos laboratoriais foram realizados por um único
técnico em prótese dentária e pela própria pesquisadora.
Os copings apresentaram dimensões padronizadas com espessura de
metal em torno de 0,5 mm em todas as faces, exceto na face oclusal, pois o
que estabeleceu a espessura foi o contato com os dentes antagonistas ( fig. 4).
A liga utilizada foi níquel-cromo (Wiron 99 Bego - Alemanha). Realizou-se a
prova de cada coping e também ajuste oclusal. Marcações foram feitas nas
faces vestibular e lingual próximas ao término cervical a fim de servir de
orientação no momento da análise microscópica. Um fator de exclusão
considerado em relação à fenda marginal foi de que esta não ultrapassasse
34
170 µm, constatado através de análise microscópica prévia a cimentação.
Todas as peças metálicas receberam tratamento com jateamento de
óxido de alumínio (partículas de 50µm) tanto na superfície externa do núcleo
quanto na superfície interna dos copings.
Figura 1 núcleo modelado em resina Figura 2- prótese com núcleos
Duralay e núcleo em níquel cromo instalados na região do molar
Figura 3 vista oclusal dos núcleos Figura 4 coping níquel-cromo sobre
modelo de gesso
35
4.2.2 Cimentação e avaliação dos corpos de prova
Quatro tipos de cimentos foram selecionados: fosfato de zinco (Shofu-
Japan), cimento de ionômero de vidro convencional (Ketac Cem Easymix -3M
ESPE, USA), cimento de ionômero de vidro modificado por resina (RelyX
Luting Cement - 3M ESPE, USA) e cimento resinoso (RelyX- 3M ESPE ,USA).
Todos os cimentos foram manipulados conforme instruções do
fabricante pelo mesmo operador. A mistura então foi colocada no interior do
coping e assentada ao núcleo. Uma pressão digital por 3 minutos foi exercida
após o assentamento sobre cada coroa. A remoção dos excessos foi realizada
através do emprego de uma sonda exploradora, respeitando o tempo sugerido
pelo fabricante de cada cimento. Cada paciente teve seus quatro copings
cimentados, com os diferentes cimentos, em uma única sessão em sala com
temperatura controlada de 22ºC±3ºC.
Todos os procedimentos de cimentação foram realizados com a prótese
removível em boca, com isolamento relativo com roletes de algodão e sugador
a fim de evitar qualquer tipo de contato prematuro do cimento com saliva. A
ordem de cimentação foi a seguinte: Relyx, Relyx Luting, Ketac Cem e Fosfato
de Zinco. Um cuidado tomado foi para que não se colocasse dois cimentos
convencionais do mesmo lado na prótese removível, sendo então realizada
uma distribuição randomizada por meio de tabela de todos os cimentos.
Previamente à cimentação com o cimento RelyX foi realizado
condicionamento do núcleo com acido fosfórico a 37% por 30 segundos e após
a aplicação de duas camadas, seguidas de polimerização, de adesivo
dentinário Single Bond 2 (3M ESPE , Germany).
Trinta minutos após a cimentação do último coping foram feitas
36
moldagens da interface núcleo/coping com silicona de adição Express (3M
ESPE, Germany) - material a base de polivinilsiloxano - pela capacidade deste
material copiar detalhes de até 20 µm - (fig. 5), com a técnica de dois tempos.
A moldagem foi realizada na face vestibular e na face lingual de cada corpo de
prova. Cada molde foi recortado (fig.6) metalizado e as imagens capturadas em
um microscópio eletrônico de varredura (Philips XL20, Holanda).
As imagens foram analisadas com a utilização do software Carnoy 2.1
(Lab. Of Plant Systematics K.U. Leuven Flanders-Belgium) onde foi mensurada
na região da interface coping/núcleo (fenda marginal), a distância em
micrômetros correspondente a profundidade alcançada pela silicona de adição
devido aos diferentes níveis de perda de substância dos cimentos no local
onde foram realizadas as marcações de identificação, tanto na face lingual
quanto na face vestibular.
Figura 5 molde com silicona de adição da fenda
37
Figura 6 -molde recortada indicando a linha de cimentação
Os pacientes usaram normalmente a prótese, realizando a higiene com
escova e dentifrício, não podendo usar nenhum outro tipo de solução para
higiene. Todos foram monitorados mensalmente, motivados a fazer uso dos
aparelhos removíveis e controlar a higiene.
Novas impressões da linha de cimento foram realizadas com seis meses
e após, com 12 meses. Foi avaliada desta forma a quantidade da linha de
cimento e se houve perda de substância de superfície.
Os resultados foram analisados pelos testes Não-paramétricos Wilcoxon
e Teste de Friedman, ao nível de significância de 5%.
Em metade das amostras no tempo de 6 meses foi realizada duas
moldagens idênticas da linha de cimento. Tal procedimento foi aplicado a fim
de podermos avaliar a concordância de fidelidade de cópia entre as duas
moldagens utilizando o teste de coeficiente de correlação intraclasse.
38
Figura 7 - imagem de MEV
4.3 RESULTADOS
Os resultados obtidos nos diferentes grupos foram relacionados em
inicial, em um tempo de 6 meses e também no tempo de 1 ano.
Os valores apresentados nas tabelas 2 e 3 estão expressos em
micrômetros e correspondem a profundidade alcançada pela silicona de adição
na fenda marginal.
Os valores da tabela 2 para o tempo de 6 meses e 1 ano correspondem
a diferença entre estes tempos e os valores obtidos a partir do molde inicial da
interface no ato da cimentação.
114.5 µm
Marca no
metal
39
Na tabela 3 foi avaliado para cada tempo, a perda de substância entre
os diferentes cimentos.
Podemos afirmar que no tempo de 6 meses as duas moldagens
idênticas da linha de cimento apresentaram uma excelente concordância entre
a primeira e a segunda medida para todos os cimentos testados utilizando o
teste de coeficiente de correlação intraclasse (ric=0,997; p<0,001)
Tabela 1 - Correlação entre perda de substância (1ano-inicial) e tamanho
de fenda
Coeficiente de Correlação de Pearson Cimento
r p
Relyx Luting 0,178 0,452
Fosfato 0,309 0,186
Relyx 0,345 0,136
Ketak 0,186 0,433
Através do coeficiente de correlação de Pearson, ao nível de significância de
5%, verifica-se para todos os cimentos não haver correlação significativa entre
perda de substância e tamanho de fenda.
40
Tabela 2- Distribuição dos quartis da perda de substância para os
diferentes cimentos testados em relação ao tempo inicial. Análise
comparativa entre período de 6 meses e 1 ano.
Tempo Cimento
6 meses 1 ano
1º Quartil 5,00 25,75
2º Quartil 30,00 45,00
3º Quartil 53,25 62,75
RELYX
LUTING
Rank médio 1,52 B 2,45 A
1º Quartil 33,00 64,50
2º Quartil 60,00 102,00
3º Quartil 92,75 119,25 FOSFATO
Rank médio 1,80 B 2,90 A
1º Quartil 3,50 14,75
2º Quartil 10,50 25,50
3º Quartil 25,75 37,50 RELYX
Rank médio 1,27 B 2,17 A
1º Quartil 0,00 26,25
2º Quartil 17,50 35,50
3º Quartil 37,75 52,00 KETAK
Rank médio 1,58 B 2,60 A
Para cada cimento (comparação em linha), ranks médios seguido de letras
distintas diferem significativamente através do Teste Não-paramétrico
Wilcoxon, ao nível de significância de 5%
Através do teste não paramétrico Wilcoxon ao nível de significância de 5 %
verificou-se que no tempo de 1 ano os níveis de perda de substância foram
significativamente maiores que no tempo de 6 meses para todos os cimentos
testados.
41
Tabela 3 – Distribuição dos quartis da perda de substância para os
diferentes cimentos testados. Análise comparativa entre cimentos nos
tempos testados.
Tempo Cimento
Inicial 6 meses 1 ano
1º Quartil 0,00 5,00 25,75
2º Quartil 23,50 30,00 45,00
3º Quartil 55,50 53,25 62,75
RELYX
LUTING
Rank médio 2,63 A 2,63 B 2,40 B
1º Quartil 0,00 33,00 64,50
2º Quartil 30,50 60,00 102,00
3º Quartil 34,75 92,75 119,25 FOSFATO
Rank médio 2,45 A 3,75 A 3,90 A
1º Quartil 5,00 3,50 14,75
2º Quartil 49,00 10,50 25,50
3º Quartil 93,50 25,75 37,50 RELYX
Rank médio 2,95 A 1,88 B 1,70 B
1º Quartil 0,00 0,00 26,25
2º Quartil 0,00 17,50 35,50
3º Quartil 44,75 37,75 52,00 KETAK
Rank médio 1,98 A 1,75 B 2,00 B
Para cada tempo (comparação em colunas), ranks médios seguido de letras
distintas diferem significativamente através do Teste Não-paramétrico de
Friedman complementado pelo seu Teste de Comparações Múltiplas, ao nível
de significância de 5%
42
Através do Teste Não-paramétrico de Friedman, ao nível de significância de
5%, verificou-se não haver diferença entre as perdas de substância dos
cimentos no tempo inicial. Nos tempo 6 meses e 1 ano a perda de substância
do cimento de fosfato de zinco foi significativamente maior do que os outros
cimentos testados.
4.4 DISCUSSÃO
Existe na literatura alguma discordância sobre a relação entre
solubilidade, degradação, perda de substância e erosão dos cimentos dentais.
Walls et al. (1985) sugerem que a erosão pode ser definida como a quantidade
de material degradada pelo meio em que se encontra, sendo que inicialmente a
matriz dos cimentos é destruída pela dissolução (solubilização) nos fluidos
bucais e removida durante as funções normais no meio oral como contato com
o bolo alimentar e ação da escovação (abrasão), expondo uma nova camada a
ser atacada. Para Paffenbarger et al. (1934) a combinação do efeito da
solubilidade e erosão pode ser chamada de degradação do cimento ou como
nos referimos neste trabalho: perda de substância.
Pela pobre correlação entre testes laboratoriais e clínicos,
especialmente quando comparado diferentes sistemas de cimentos, torna-se
difícil a avaliação da estabilidade da linha de cimentação de novos e
melhorados cimentos em um ambiente clínico. Esta metodologia surge para
avaliar esta perda de substância.
No presente trabalho, procuramos simular alguns passos clínicos de
confecção de uma coroa metálica unitária sobre um núcleo metálico fundido. A
reprodução de etapas importantes na elaboração da restauração protética,
como a execução da moldagem e a cimentação realizada no meio oral, além
da influência da função mastigatória, hábitos de escovação, dieta entre outros
fatores, nos parece ter um papel muito importante na estabilidade da linha de
43
cimento na margem da restauração.
.Analisamos quantitativamente a perda de substância de diferentes tipos
de cimentos e sua relação com a variação no tamanho de fendas marginais.
Independente do tipo de restauração fixa empregada, sempre haverá
uma solução de continuidade ao longo da margem da restauração. O tamanho
da fenda marginal no presente estudo variou entre 20 e 169 µm, sendo
discrepâncias que estão em acordo com a realidade clínica, pois McLean e
Fraunhofer (1971) encontraram resultados que variaram de 10µm a 160µm, e
estabeleceram um patamar de fenda marginal máxima que poderia ser
considerada clinicamente aceitável da ordem de 120 µm.
O tamanho da fenda foi quantificado somente após a cimentação, pois
de acordo com White et al. (1994), em estudo in vitro, utilizando cimento de
fosfato de zinco, ionômero de vidro e cimentos resinosos revelaram que todos
os cimentos testados apresentaram similar discrepância vertical. Resultados
semelhantes também foram encontrados por Quintas et al. (2004) onde não
houve diferença estatisticamente significativa na discrepância marginal vertical
quando utilizados diferentes tipos de cimentos como fosfato de zinco, ionômero
de vidro modificado por resina (Fuji Plus) e cimento resinoso (Panavia F).
A avaliação da perda de substância através do molde de silicona de
adição em microscópio eletrônico de varredura partiu da metodologia de um
estudo clínico realizado por Felton et al. (1991).
Os resultados obtidos para a perda de substância na interface
coping/núcleo apresentaram-se significativamente maiores para o tempo de 1
ano do que em 6 meses para todos os cimentos testados. Acredita-se que
alguns fatores influenciaram este comportamento entre eles a solubilidade
inerente de alguns cimentos, associados à erosão e abrasão da película de
cimento.
Independente do tipo de cimento avaliado, resinoso, ionômero de vidro
modificado ou convencional, não houve diferença estatística entre eles em
44
relação à perda de substância no período de 6 meses e 1 ano, contrariando
uma suposta estabilidade da película do cimento resinoso encontrada em
algumas pesquisas. Knobloch et al. (2000) em estudo in vitro demonstraram
que o cimento de ionômero de vidro modificado por resina exibiu solubilidade
estatisticamente maior em ácido lático quando comparado com cimentos
resinosos.
A produção ácida das bactérias encontradas no ambiente oral,
lactobacilus e estreptococus mutans, influenciam na perda de substância da
película de cimento, sendo uma razão para críticas aos testes in vitro (MESU e
REEDIJK, 1983, YOSHIDA et al. 1998). Quando comparado os resultados
clínicos com os resultados dos testes de solubilidade em água, uma pobre
correlação foi observada (MITCHEM E GROMAS, 1978; BEECH E
BANDYOPAHAYAY, 1983). Subsequentemente, os resultados obtidos com os
testes de solubilidade em ácido lático tendem a ser mais acelerados do que
quando utilizada água destilada (YOSHIDA et al., 1998; BEECH E
BANDYOPAHAYAY, 1983; JACOBS E WINDELER, 1991; KNOBLOCH et al.,
2000) demonstrando maior concordância com os resultados clínicos.
A solubilização dos cimentos pode ser influenciada por condições do
teste, quando se tenta mensurar a exata quantidade de dissolução em água.
Alguns dos possíveis fatores que influenciam na solubilização incluem a
duração do teste, a concentração do soluto em dissolução no meio, o pH do
meio, o formato dos corpos de prova, a espessura da película do cimento, a
proporção pó/líquido do cimento (MESU 1982).
Na tabela 3, quando foi analisada a interface após 6 meses e 1 ano da
cimentação, observou-se que a perda de substância do cimento de fosfato de
zinco foi significativamente maior do que os demais cimentos. Este
comportamento do fosfato de zinco pode ser explicado pela sua solubilidade
relativamente baixa em água, mas apreciavelmente maior em ácidos orgânicos
como o acético, o lático e o cítrico encontrados no ambiente oral. (ANUSAVICE
1996). Hersek e Canay (1996) sugerem que a matriz do cimento de fosfato de
zinco, formada por íons zinco, é mais fraca que a matriz do cimento de
45
ionômero de vidro, formada por íons cálcio e alumínio, os quais o tornam mais
resistente à erosão. Pluim et al. (1984) avaliando quantitativamente a
solubilidade in vivo obtiveram como resultado uma perda menor de substância
do cimento ionômero de vidro comparada ao cimento de fosfato de zinco.
** De acordo com White et al. (1994) o cimento de ionômero de vidro
modificado por resina com ou sem uso de adesivo dentinário reduz
significativamente a microinfiltração de coroas cimentadas usando cimento de
fosfato de zinco como controle.
Contrariando os resultados da presente pesquisa, Yoshida et al. (1998)
demonstrou que os cimentos convencionais (cimento de ionômero de vidro e
cimento de fosfato de zinco) apresentaram uma maior solubilidade em ácido
lático que os cimentos resinosos. Esta diferença pode estar relacionada com o
tipo de metodologia empregada na pesquisa.
Como cimento de ionômero de vidro é altamente sensível ao contato
com umidade durante os primeiros 6 minutos após a mistura (GEMALMAZ et
al. 1998), expomos neste trabalho o cimento de ionômero de vidro à umidade
do meio oral somente após este período de tempo, fato que parece ter
influenciado na falta de diferença estatística na perda se substância deste
cimento comparado ao cimento resinoso e ao cimento de ionômero de vidro
modificado por resina.
No presente estudo, entre os ionômeros de vidro, ao final do tempo de 1
ano observou-se uma melhor estabilidade da linha de cimento do ketac Cem
em relação ao Relyx Luting, embora sem significância estatística, contrariando
alguns trabalhos que apresentaram metodologias direcionadas apenas para a
solubilidade. Já a perda se substância do cimento de ionômero de vidro
modificado por resina foi superior aos cimentos resinosos, estando de acordo
com os resultados de Knobloch et al. (2000) que ao avaliar a solubilidade em
ácido lático obteve a seguinte ordem decrescente de solubilidade: Vitremer >
Fuji Duet > Advance > Panavia > Resiment > Enforce.
Apesar de o cimento resinoso Relyx ter apresentado perda substância
46
estatisticamente significante entre o tempo de 6 meses e 1 ano, foi o que
apresentou uma maior estabilidade da linha de cimento comparativamente aos
demais cimentos testados.
A evolução dos cimentos resinosos e o lançamento de novos cimentos
como os cimentos auto-condicionantes tem aumentado cada vez mais a sua
utilização, uma vez que são indicados para todos os diferentes tipos de
restaurações protéticas, desde cimentação de pinos, inlays e onlays, facetas,
próteses parciais fixas adesivas e convencionais, e muitas vezes até com o
objetivo de compensar deficiências presentes nos preparos, principalmente
àquelas relacionadas com a falta de retenção e estabilidade.
Entretanto, apesar dos cimentos resinosos apresentarem propriedades
mecânicas superiores, principalmente relacionadas à sua capacidade de
adesão a estrutura dentária e a restauração, parece existir uma certa
preferência da classe odontológica na escolha da técnica de cimentação
convencional, quando ambas as técnicas podem ser indicadas (convencional e
adesiva). A característica da técnica de cimentação de passo único e a
simplificação da técnica apresentada nos cimentos convencionais parecem
influenciar nesta escolha.
Coroas cimentadas com cimentos resinosos exibiram menor micro
infiltração que os agentes cimentantes convencionais (WHITE et al. 1994). Por
esta razão Yoshida et al. (1998) relatam que ao utilizar cimentos resinosos,
coroas e próteses fixas serão capazes de resistir por maior período que as
próteses utilizando cimentos convencionais.
Embora os resultados desta pesquisa possam influenciar na escolha do
agente cimentante, a literatura ainda carece de estudos que venham realmente
comprovar o comportamento da película de cimento em um meio
extremamente complexo como é a cavidade oral.
47
4.5 CONCLUSÃO
Conclui-se a partir da metodologia que:
- Houve perda de substância estatisticamente maior no tempo de um ano do
que em 6 meses para todos os cimentos testados.
- O cimento de fosfato de zinco apresentou perda de substância
estatisticamente maior do que os demais cimentos testados.
- O cimento resinoso apresentou a maior estabilidade da linha de cimento
comparativamente aos demais cimentos, embora sem significância estatística.
- Entre os cimentos ionoméricos o cimento convencional apresentou melhor
estabilidade da linha de cimento que o cimento modificado por resina, embora
sem significância estatística.
4.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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48
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microleakage of cemented artificial crowns. J Prosthet Dent. 1994 mar; 71(3)
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50
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51
A estabilidade da linha de cimento é um dos fatores que podem
contribuir para a longevidade das restaurações protéticas e influenciar ou não
no sucesso das restaurações
A linha de cimento está exposta à degradação pela erosão e dissolução
no meio bucal, abrasão pela escovação ou ainda pelo contato com o bolo
alimentar. Os diferentes vetores de forças que as restaurações são
submetidas, as diferentes intensidades de forças durante a função e
parafunção também são variáveis que podem ou não influenciar no
comportamento da película de cimento. O controle destas em diferentes
experimentos com diferentes indivíduos se torna complexo e, portanto, uma
das dificuldades de ser controlada em experimentos desta natureza.
Informações mais precisas sobre o comportamento in vivo dos
diferentes tipos de cimentos são fundamentais a fim de fornecer dados
relevantes que podem direcionar a indicação do agente cimentante mais
adequado para a situação clínica que se apresenta
52
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
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O objetivo deste trabalho será avaliar comparativamente a perda de
substancia de superfície por ação química e mecânica de quatro diferentes tipos de
cimentos odontológicos utilizados para cimentação de próteses fixas. A maioria dos
estudos que avaliam o comportamento dos cimentos é realizada em laboratório,
portanto, é de grande validade este estudo em “boca”.
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Como já descrito anteriormente sua participação é muito importante, pois
poderemos analisar o comportamento do cimento em meio oral, porque podemos
levar a dentadura ao laboratório para análise
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55
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Primeiramente você receberá inteiramente grátis uma prótese inferior e serão
realizados os ajustes necessários para seu perfeito uso e comodidade. Após serão
inseridas na região dos dentes molares peças metálica parecidas com “pinos
dentários”, estes serão moldados e serão confeccionados dentes metálicos para
cimentação sobre os pinos. Sua prótese será levada ao laboratório para análise.
Você usará esta prótese normalmente por 12 meses e após este período pré
estabelecido sua prótese será novamente levada ao laboratório para análise.
Após o término do estudo os dentes e pinos metálicos serão retirados das próteses
e colocados novos dentes de acrílico e então você continuará com sua prótese
normalmente��
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Idem ao item 3��
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O único a ser citado é a estética, pois os dentes posteriores serão metálicos.��
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��������������Você receberá gratuitamente a prótese e prestará uma grande colaboração
com a ciência e pesquisa, pois são pouquíssimas as pesquisas realizadas “em
boca” existentes nesta área.
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Não existente����
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��������������A minha participação é isenta de despesas e não receberei ressarcimento
porque não terei despesas na realização das próteses e sim receberei
gratuitamente.
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56
: ��� � � % ( . � �$ # �� ! % . ' � / 0 � . # / �% �# �� � � �� �; / ! �� ��
�������������Você terá acompanhamento bimestral (exame clínico) e qualquer problema
que venha a surgir no período da pesquisa ou posteriormente a ela você receberá
assistência gratuita��
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Tenho a liberdade de recusar, desistir ou de interromper a colaboração
nesta pesquisa no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer
explicação. A minha desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou
bem estar físico. Não virá interferir na devolução da prótese, apenas prejudicará nos
resultados da pesquisa.��
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� � ��� � �= � ( � / ��� �$ # �� �= �)% �# �$ # �' ( �" � ! �$ � $ # �
������������Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas
concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados
pessoais não sejam mencionados.
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��������������Tenho a garantia de tomar conhecimento e obter informações, a qualquer
tempo, dos procedimentos e métodos utilizados neste estudo, bem como dos
resultados, parciais e finais, desta pesquisa. Para tanto, poderei consultar o
pesquisador responsável (acima identificado) ou o Comitê de Ética em Pesquisa da
ULBRA Canoas (RS), com endereço na Rua Farroupilha, 8001 – Prédio 14 – Sala
224, bairro São Luís, telefone (51) 477-9217, e-mail comitedeetica@ulbra.br��
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57
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58
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Perda de substância em micrômetros para cada paciente relacionando com o
tamanho da fenda marginal V e L e com os cimentos testados nos diferentes
tempos
36
VITREMER
37
FOSFATO
46
RELYX
47
KETAK
ALBINO
V- 20 L-20 V -20� L -41 V-109 L- 148 V-98 L-96
Inicial 0 24 0 0 72 0 158 73
6 meses 20 32 110 56 122 26 161 117
6 meses2
1 ano 58 32 117 59 132 26 194 129
36
VITREMER
37
FOSFATO
46
KETAK
47
RELYX
ANA F
V-42 L-46 V -45 L -70 V-20 L- 84 V-48 L-100
inicial 0 23 35 32 0 25 49 60
6 meses 28 70 129 128 0 35 74 79
6 meses2 26 68 126 131 0 39 78 77
1 ano 40 75 136 149 20 52 83 98
36
RELYX
37
KETAK
46
VITREMER
47
FOSFATO
GESSI
V-20 L-135 V-80 L- 20 V-123 L-105 V-52 L- 42
Inicial 0 23 32 0 51 0 24 31
6 meses 24 31 83 28 102 54 87 74
6 meses2
1 ano 36 44 85 35 113 63 196 123
59
36
FOSFATO
37
RELYX
46
KETAK
47
VITREMER
ILIANE
V- 53 L- 81 V-118 L-55 V- 20 L-20 V- 73 L- 59
inicial 23 24 139 38 0 0 63 49
6 meses 89 96 170 45 20 49 106 72
6 meses2 92 95 172 47 20 45 107 72
1 ano 126 128 192 47 38 52 113 81
36
KETAK
37
VITREMER
46
RELYX
47
FOSFATO
JANDIRA
V-112 L- 136 V- 43 L-169 V-92 L-73 V-71 L-42
inicial 48 82 0 168 171 130 31 50
6 meses 63 82 0 206 187 142 77 78
6 meses2 63 79 0 208
1 ano 86 115 0 219 192 142 100 99
36
RELYX
37
FOSFATO
46
VITREMER
47
KETAK
LEONICE
V-118 L-45 V- 118 L -20 V-160 L- 56 V-20 L-20
inicial 0 103 0 0 100 49 0 46
6 meses 0 106 89 39 159 51 0 46
6 meses2
1 ano 25 106 120 48 170 79 0 55
36
RELYX
37
KETAK
46
VITREMER
47
FOSFATO
MARCOS
V-95 L-42 V-20 L-20 V- 122 L-20 V- 20 L-20
inicial 67 0 41 0 48 20 O 61
6 meses 100 0 62 0 48 34 31 89
6 meses2 103 0 59 0 49 34 32 86
1 ano 123 0 71 52 62 48 63 98
60
36
KETAK
37
VITREMER
46
FOSFATO
47
RELYX
MIRTA
V-20 L-83 V-88 L-95 V- 86 L- 20 V-20 L-100
inicial 0 0 57 65 30 34 20 25
6 meses 0 21 61 65 87 62 20 34
6 meses2
1 ano 26 35 67 90 152 140 49 39
36
RELYX
37
KETAK
46
FOSFATO
47
VITREMER
P. PAULO
V-20 L-32 V- 42 L- 20 V-20 L-20 V-20 L- 20
inicial 0 83 0 0 34 45 0 0
6 meses 0 92 21 0 156 76 63 32
6 meses2 0 89 21 0 155 74 59 32
1 ano 23 113 62 0 183 129 64 34
36
RELYX
37
FOSFATO
46
VITREMER
47
KETAK
TERESA
V-97 L-164 V- 111 L- 69 V-22 L-111 V- 27 L -20
inicial 49 97 65 0 0 0 0 0
6 meses 54 127 145 113 86 72 60 41
6 meses2 124 145 122
1 ano 66 142 163 136 87 72 84 49
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Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
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