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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA Área de Concentração Dentística Preventiva e Restauradora CLAUBER ROMAGNOLI AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DE UM CIMENTO ENDODÔNTICO À BASE DE MTA Londrina 2012

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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA

Área de Concentração Dentística Preventiva e Restauradora

CLAUBER ROMAGNOLI

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DE UM CIMENTO ENDODÔNTICO À BASE DE MTA

Londrina 2012

CLAUBER ROMAGNOLI

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DE UM CIMENTO ENDODÔNTICO À BASE DE MTA:

Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Mestrado em Odontologia, Área de Concentração Dentística Preventiva e Restauradora Orientador: Prof. Dr. Murilo Baena Lopes

Londrina

2012

AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná

Biblioteca Central Setor de Tratamento da Informação

Romagnoli, Clauber. R662a Avaliação das propriedades físico-químicas de um cimento

endodôntico à base de MTA / Clauber Romagnoli. Londrina : [s.n], 2012. vi; 62p. Dissertação (Mestrado). Odontologia. Dentística Preventiva e

Restauradora. Universidade Norte do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Murilo Baena Lopes 1- Odontologia - dissertação de mestrado – UNOPAR 2- Dentística

3- Cimentos – base MTA 4-Materiais dentários 6- Propriedades físico-químicas I- Lopes, Murilo Baena, orient. II- Universidade Norte do Paraná.

CDU 616.314-089.27/.28

DEDICATÓRIA

Primeiramente agradeço a Deus por estar sempre ao meu lado, me

protegendo, guiando meus passos e me dando ânimo e forças para continuar nesta

batalha. Permitindo que os obstáculos encontrados neste período fossem vencidos e

a normalidade estabelecida, por me dar saúde e me abençoar na hora em que mais

precisei.

Aos meus pais, Claudio e Suely, pela bela educação e formação que me

deram, por sempre me apoiarem e incentivarem em todos os desafios os quais

decidi enfrentar. Por nunca medirem esforços para que meus irmãos e eu

pudéssemos concluir nossos estudos, sempre nos disseram que o estudo é a melhor

herança que os pais deixam aos filhos. Obrigado pela maestria com a qual me

ensinaram a honestidade e a honradez que um homem sempre deve ter. Amo

vocês!

A minha esposa Dafne, por estar sempre ao meu lado, pela paciência que

teve comigo neste período, pelo apoio e dedicação nas horas mais difíceis. Obrigado

pelo carinho e amor. Eu a amo!

Ao meu irmão, Claudio, que sempre me ensinou a olhar e viver a odontologia

com amor, com certeza sua torcida e seus incentivos contaram muito para que eu

pudesse alcançar mais esse objetivo. Obrigado pelo apoio de sempre e parabéns

pelo excelente profissional que é.

À minha irmã, Carla, por sua amizade, preocupação, amor e carinho para

comigo. Obrigado por sempre me apoiar e estar sempre disposta a ajudar no que

fosse preciso.

AGRADECIMENTOS

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Ao meu orientador professor Dr. Murilo Baena Lopes

Pela paciência e confiança depositadas em mim. Pelos seus conhecimentos e

ensinamentos de pesquisador, que com certeza foram muito válidos para o

desenvolvimento deste trabalho. Meu muito obrigado!

Ao professor Dr. Alcides Gonini Júnior

Pelo seu conhecimento e capacidade de ajudar. Pela pessoa comunicativa e

atenciosa que é. Obrigado por fazer parte desta história.

Aos professores do mestrado

A todos os membros que compõe e compuseram o corpo docente do programa de

Mestrado em Odontologia da Unopar, pelos momentos de dedicação e experiência

transmitidas. Pela convivência e amizade adquirida nesse período.

Aos amigos do curso de mestrado

Arinílson, João Fernando, Renata, Luciene, Vanina, Luciana, Vivian, Karla, Míula,

Anderson, Sílvia e Denise. Pelos bons momentos vividos nesta caminhada, pelas

trocas de experiências, pelas conversas, pelos momentos de seriedade e

descontração, pela amizade adquirida ao longo desse curso. Vocês serão lembrados

com admiração, por esse momento especial vivido .

Aos colegas de mestrado turma de ortodontia

Pela amizade e convivência durante o curso, pelas experiências trocadas e

adquiridas, pelos momentos vividos dentro e fora da sala de aula. Obrigado por

também participarem dessa história!

Aos meus amigos e incentivadores: Mauro Celso Boer, Douglas Giordani

Negreiros Cortez e Renato Interliche

Obrigado pela amizade, confiança e ensinamentos passados ao logo desses anos

juntos. Obrigado pelo convite e incentivo para a minha introdução na vida

acadêmica, pelos conselhos sempre bem vindos e pelo exemplo de pessoas que

são. Pois sem o apoio e incentivo de vocês nada disso estaria acontecendo.

Muito obrigado!

Aos professores e alunos de graduação

Pela convivência e bons momentos durante e após o estágio na graduação.

A todos os meus amigos que sempre me apoiaram e torceram por mim.

A TODOS VOCÊS MEU MUITO OBRIGADO!

AGRADECIMENTOS

À Universidade Norte do Paraná, UNOPAR, representada pela Chanceler, Profa.

Elisabeth Bueno Laffranchi e pela Reitora, Profa. Wilma Jandre Melo.

À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, representada pelo Prof. Dr. Hélio

Hiroshi Suguimoto;

Ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, representada pelo Prof. Ruy

Moreira da Costa Filho;

À Coordenadoria do Curso de Mestrado em Odontologia, representada pelo

Prof. Dr. Alcides Gonini Júnior;

Ao Prof. Dr. Luis Reinaldo de Figueiredo Walter, pelos ensinamentos passados;

À Angelus e Dentsply pela doação dos materiais utilizados nesse trabalho,

confiança e incentivo a pesquisa;

A todos os funcionários da secretaria, clínica e laboratório de odontologia da

UNOPAR;

A todos aqueles que direta ou indiretamente

contribuíram para realização e finalização desse trabalho

MEUS MAIS SINCEROS AGRADECIMENTOS.

ROMAGNOLI, Clauber. Avaliação das propriedades físico-químicas e mecânicas de um cimento endodôntico à base de MTA: Propriedades físico-químicas de materiais odontológicos. 2010 - 2012. 20 folhas. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2011.

RESUMO O objetivo neste estudo foi avaliar in vitro, o tempo de endurecimento (TE),

escoamento (ES), radiopacidade (RP), estabilidade dimensional (ED), solubilidade

(SB), e módulo de elasticidade (ME) dos cimentos MTA Fillapex e AH Plus®. Para

determinar o TE, dez anéis de cobre foram preenchidos com cada cimento e

testados com agulha Gillmore. Para o ES, o cimento foi colocado em placa de vidro

e, após 180 s, foi colocada uma placa de vidro sobre o cimento, com um peso de

120 g sob a mesma. Após 10 min, os diâmetros dos cimentos foram aferidos com

auxílio de um parquímetro digital. No teste RP, foi confeccionada uma matriz circular

em teflon com 10,0 mm diâmetro e 1,0 mm de altura. Com esta matriz foram feitas

20 moldagens com silicone de adição para obtenção de 20 moldes, os quais foram

preenchidos com os cimentos e levados à estufa para aguardar 3 vezes mais o

tempo de endurecimento, os cimentos foram removidos dos moldes e radiografados

e a densidade radiográfica determinada pela escala de alumínio confeccionada para

o teste. Para o teste ED, foi confeccionada uma matriz cilíndrica de teflon com 6,0

mm diâmetro e 12,0 mm de altura. Com esta matriz foram feitas 20 moldagens com

silicona de adição, obtendo-se 20 moldes cilíndricos que foram preenchidos com os

cimentos, cobertos por lâmina de vidro e armazenados à 37ºC. As amostras foram

medidas, armazenadas em água por 30 dias para, então, serem secas e novamente

medidas. Para o teste SB, uma matriz circular de teflon 1,0 mm de espessura e 15,0

mm de diâmetro foi confeccionada e moldada 20 vezes, os moldes circulares, foram

preenchidos com os cimentos, presos às placas de vidro e armazenados à 37ºC. As

amostras foram pesadas, colocadas em água deionizada e, após 7 dias, secas e

pesadas novamente. Os líquidos foram analisados em espectrofotômetro. Os dados

foram submetidos à ANOVA e ao teste de Tukey com 5% de nível de significância. O

cimento AH Plus® foi mais radiopaco que o MTA Fillapex, ambos os cimentos

apresentaram tempo de endurecimento satisfatório, apesar de os fabricantes

indicarem somente o tempo de presa inicial, o escoamento do MTA Fillapex foi maior

que o AH Plus®, o MTA Fillapex apresentou maior solubilidade. Verificou-se que

ambos os cimentos encontra-se dentro dos padrões estabelecidos pela norma ISO

6876/2001.

Palavras-chave: Cimentos à base de MTA; materiais dentários; propriedades físico-químicas.

ROMAGNOLI, CLAUBER. EVALUATION OF THE CHEMICAL-MECHANICAL PROPERTIES OF A MTA BASED CEMENT. 2010 - 2012. 20 PAGES. DISSERTATION (MESTRADO EM ODONTOLOGIA) – CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE, UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ, LONDRINA, 2011.

ABSTRACT

The cement has an essential paper in the canal treatment, filling all the space

that the gutta-percha cannot fill, due to its physical limitations. The objective of this

work was to evaluate the in vitro time of setting (TE), the flowability (ES), radiopacity

(RP), dimentional stability (ED), solubility (SB) and elastic modulus (ME) of the

cements FiIlapex and AH Plus®. To determinate the TE, copper rings were filled with

the cements and tested with a Gilmore needle. For the ES, the cement was placed

on a glass slab, and after 180 s, another glass slab was placed on the cement with a

load of 120 g. After 10 min, the diameter of the cements was measured by a digital

caliper. Fot the RP test, a circular Teflon matrix was made with 10 mm diameter and

1 mm high. 20 addition silicone impression were made, obtaining 20 molds, which

were filled with cement and stored at 37°C on the oven during 3 times the setting

time. The specimens were removed from the molds and radiographed and the radio

density was determined by an aluminun scale made for the test. For the ED test, a

cylindrical Teflon matrix with 6mm diameter by 12 mm high was confectioned. 20

addition silicone impression were made, obtaining 20 molds, which were covered by

a glass slab and stored at 37°C on the oven. The specimens were weighted, stored

in water during 30 days and then re-weighted. For the SB test, a circular Teflon

matrix of 1mm thickness and 15 mm diameter were confectioned and 20 molds were

made, wich were filled with cement, sticked to the glass slab and stored at 37ºC on

the oven. The specimens were weighted, stored in the water during 7 days and then

re-weighted. The remaining liquid were analised in a spectofotometer. The data was

submitted to ANOVA and Tukey’s test at 5% of significant level. The cement AH Plus

was more radiopaque than the MTA Fillapex. Both cements showed satisfactory

setting time, although the manufactures indicates only the initial setting time. The

flowability of MTA Fillapex was higher than AH Plus. The MTA Fillapex showed

higher solubility. It was verified that both cements follow the ISO 6876/2001

recommendations.

Key words: MTA cements, dental materials, physical-chemical properties

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 e 2 Anel de cobre antes da inserção do cimento. .................................. 27

Figura 3 Anéis de cobre fixados em uma placa de vidro, já

com o cimento inserido. ................................................................... 27

Figura 4 Imagem do escoamento ................................................................... 28

Figura 5 Escala de alumínio com aumento de 0,5 mm de

alumínio em cada degrau. ................................................................ 29

Figura 6 Matriz cilíndrica de teflon 12 X 6 mm. .............................................. 29

Figura 7 Espectroscópio utilizado para medir a presença de

material na água. ............................................................................. 29

Figura 8 Matriz circular de teflon 1,0 X 15,0 mm ........................................... 30

Figura 9 e 10 Agulha de Gillmore 1 Libra, maior e menor aumento. ...................... 32

Figura 11 Agulha de Gillmore 1/3 de libra sobre uma amostra

do cimento a ser testado. ................................................................. 32

Figura 12 Amostra do escoamento (A- Placa de vidro, cimento,

placa de vidro e B - peso utilizado). ................................................. 33

Figura 13 Imagem do circulo formado pelo cimento entre as

placas de vidro, após o teste de escoamento. ................................. 33

Figura 14 Escala de alumínio ........................................................................... 35

Figura 15 Imagem radiográfica de uma amostra do cimento AH

Plus comparada à escala de alumínio. ............................................ 35

Figura 16 Imagem radiográfica de uma amostra do cimento

MTA Fillapex comparada à escala de alumínio. .............................. 35

Figura 17 Imagem de uma matriz de resina com cimento sendo

analisada em polaroscópio .............................................................. 36

Figura 18 Imagem das duas bisnagas do cimento AH Plus® .......................... 63

Figura 19 Imagem da seringa do cimento MTA Fillapex ................................. 63

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composição dos cimentos ................................................................... 26

Tabela 2 Valores referentes aos tempos de presa inicial e final em horas e entre parênteses, em minutos do cimento MTA Fillapex. ....................................................................................... 54

Tabela 3 Valores referentes aos tempos de presa inicial e final em horas e entre parênteses, em minutos do cimento AH Plus®. O fabricante informa que o tempo mínimo de presa é de 8 horas ou 480 minutos. ..................................................... 54

Tabela 4 Valores médios do tempo de presa em segundos. .............................. 32

Tabela 5 Diâmetros menores e maiores (em mm) dos círculos obtidos no teste de escoamento do cimento MTA Fillapex. ................................................................................................ 55

Tabela 6 Diâmetros menores e maiores em (mm) dos círculos obtidos no teste de escoamento do cimento AH Plus®. ....................... 55

Tabela 7 Valores médios do escoamento em milímetros .................................... 33

Tabela 8 Solubilidade do AH PLUS®: .................................................................. 56

Tabela 9 Solubilidade do MTA FILLAPEX .......................................................... 56

Tabela 10 Comparações entre os valores médios da solubilidade em porcentagem para os cimentos MTA Fillapex e AH Plus®. ................................................................................................... 34

Tabela 11 Medidas dos cilindros de MTA Fillapex ................................................ 57

Tabela 12 Medidas dos cilindros de AH Plus® ...................................................... 57

Tabela 13 Estabilidade dimensional em porcentagem .......................................... 34

Tabela 14 Avaliação da água em espectrofotômero ............................................. 58

Tabela 15 Análise da água por espectrometria. .................................................... 34

Tabela 16 Radiopacidade em mm de alumínio (Valores médios) ......................... 59

Tabela 17 Radiopacidade em mm de alumínio (MTA Fillapex e AH Plus®) ................................................................................................... 35

Tabela 18 Análise da tensão em polaroscópio (MPa) MTA Fillapex ..................... 60

Tabela 19 Análise da tensão em polaroscópio (MPa) AH Plus® ........................... 60

Tabela 20 Análise da tensão em polaroscópio (MPa) média ................................ 36

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 17 2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A OBTURAÇÃO DO

SISTEMA DE CANAIS RADICULARES ........................................................... 17 2.2 MATERIAS USADOS NA OBTURAÇÃO ENDODÔNTICA......................... 17 2.2.1 Material em estado sólido .................................................................... 17 2.2.2 CIMENTOS ENDODÔNTICOS ............................................................ 19 2.2.3 Cimento resinoso á base de resina epóxica ........................................ 21 2.2.4 Agregado de Trióxido Mineral (MTA) ................................................... 23 3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 25 4 MATERIAL E MÉTODO ......................................................................................... 26 4.1 Tempo de endurecimento ........................................................................... 26 4.2 Escoamento ................................................................................................ 27 4.3 Radiopacidade ............................................................................................ 28 4.4 Estabilidade dimensional ............................................................................ 29 4.5 Solubilidade ................................................................................................ 30 4.6 Análise fotoelástica ..................................................................................... 30 4.7 Análise estatística ....................................................................................... 31 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 32 5.1 TEMPO DE PRESA .................................................................................... 32 5.2 ESCOAMENTO .......................................................................................... 33 5.3 SOLUBILIDADE .......................................................................................... 34 5.4 ESTABILIDADE DIMENSIONAL ................................................................. 34 5.5 RADIOPACIDADE ...................................................................................... 35 5.6 ANÁLISE FOTOELÁSTICA ......................................................................... 35 6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 37 6.1 Tempo de Presa ......................................................................................... 37 6.2 Escoamento ................................................................................................ 40 6.3 Solubilidade ................................................................................................ 41 6.4 Radiopacidade ............................................................................................ 43 6.5 Estabilidade Dimensional ............................................................................ 44 6.6 Análise Fotoelástica .................................................................................... 46 7 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 47 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48 APÊNDICE ................................................................................................................ 54

14

1 INTRODUÇÃO

O tratamento do sistema de canais radiculares compreende uma seqüência

de procedimentos, que dependem de uma boa execução para que se possa obter

um sucesso no resultado final do tratamento, obtendo uma limpeza profunda dos

canais, um controle dos microorganismos patogênicos e um adequado selamento

apical e coronário dos canais, prevenindo sua reinfecção.

É essencial que materiais usados na obturação sejam compatíveis com a

cicatrização. Isto é alcançado pelo selamento do sistema de canais radiculares nas

extremidades, tanto coronal quanto apical. A obturação apical bloqueia a saída para

os tecidos periapicais de microorganismos que eventualmente tenham sobrevivido

no canal radicular após sua limpeza e instrumentação. A obturação coronal previne a

reinfecção do espaço pulpar pelo ambiente oral. (COHEN; HARGREAVES, 2007.).

Uma vez que a guta-percha não possui adesão à superfície dentinária (SIQUEIRA;

RÔÇAS; LOPES, 1999.), o cimento endodôntico deveria apresentar bom

escoamento e adesão, para que pudesse penetrar nas irregularidades e preencher

todo o espaço entre os cones de guta-percha e as paredes dos canais radiculares.

Ingle (1956) demonstrou um estudo em que a maioria dos fracassos do

tratamento endodôntico estaria relacionada com a incorreta obturação do canal, não

obtendo o correto preenchimentos dos espaços anatômicos dos canais radiculares.

Outro fator conhecido nos dias de hoje que leva ao insucesso do tratamento, é a

ausência por um longo período do selamento coronário, que impede a ocorrência de

infiltrações dos fluidos bucais e bactérias por parte da coroa dental.

Atualmente a maioria das obturações é realizada pela associação de cones

de guta-percha e cimento. Os cimentos realizam várias funções durante a obturação

do sistema de canais radiculares: lubrifica e auxilia no assentamento do cone

principal, participa como agente de união entre os cones e as paredes do canal e

preenche os espaços anatômicos que o material obturador primário não foi capaz de

atingir. Embora participe como coadjuvante no processo da obturação endodôntica,

tem sido mostrado que os cimentos influenciam no resultado final do tratamento

endodôntico. (ÖRSTAVIK et al., ERIKSEN et al., 1988).

15

Os avanços da tecnologia adesiva reforçaram a busca de meios para

minimizar a infiltração, aumentando o selamento entre o material obturador e as

paredes do canal (TAY et al. 2005). Com esse objetivo, diversos cimentos vêem

sendo estudados e desenvolvidos para o uso endodôntico. Entre eles temos

atualmente o AH Plus® (Dentsply De Trey, Konstanz, Alemanha) à base de resina,

que possui propriedades importantes como o selamento de longa duração, grande

estabilidade dimensional e alta radiopacidade, mostrando uma elevada força de

adesão quando comparado a outros cimentos (GETTLEMAN; MESSER; EI DEEB,

1991; UNGOR; ONAY; ORUCOGLU, 2006), além de boa propriedade biológica

(SCARPARO; GRECCA; FACHIN, 2009).

O agregado de Trióxido Mineral (MTA) foi descrito por Torabinejad et al. em

1995, como sendo um novo material para utilização em retro preparo. O MTA é um

pó composto de silicato tricálcio, óxido de bismuto, silicato dicálcio, alumínio tricálcio,

alumínio-férrico tetracálcio e sulfato de cálcio desidratado que endurece por

hidratação para tornar-se um gel coloidal com um ph 12,5 similar ao do Ca(OH)2

(SCHWARTZ R. et al. 1999). O tempo de presa do cimento é de três a quatro horas,

e sua força de compressão após a presa PE de 70 MPa, que é comparável à do IRM

(Composição reforçada do Óxido de Zinco e Eugenol), (TORABINEJAD et al.1997).

Foi demonstrado que o MTA possui a capacidade de estimular a liberação de

citocinas das células ósseas, indicando que ele promove ativamente a formação de

tecido duro (TORABINEJAD et al.1995). Também foi mostrado que o MTA tem

propriedades antimicrobianas similares às do OZE (Óxido de Zinco e Eugenol

reforçado por EBA), e não possui efeito citotóxico (OSORIO RM. et al. 1998). O MTA

foi proposto como um medicamento potencial para os procedimentos de pulpotomia,

capeamento pulpar com pulpite reversível, aplicação e reparo da perfuração

radicular (TORABINEJAD et al.1997). O material é biocompatível, permitindo a

regeneração e a cementogênese apical, quando usado como material de obturação

do ápice radicular (TORABINEJAD et al.1997), e sua capacidade seladora é melhor

que a do amálgama ou OZE (FOGEL et al. 2001). Proporciona um selamento

efetivo á dentina e cemento, é estéril, radiopaco, não apresenta contração de

polimerização, e promove reparo biológico e regeneração do ligamento periodontal

(BOGEN; KUTTLR, 2009). Este por apresentar dificuldades na manipulação e pouco

o tempo de trabalho, seu uso como cimento obturador de canal radicular era limitado

(CAMILLERI, 2008). Porém, sua formulação está sendo aprimorada no sentido de

16

agregar polímeros e outras substâncias para melhorar, as características como

escoamento, tempo de presa e força de adesão, sem alterar sua propriedade de

biocompatilidade (CAMILLARI, 2009).

Segundo Camilleri e Pitt Ford (2006), estudos recentes sobre os constituintes

deste material tem esclarecido que, o MTA é um cimento á base de silicato de cálcio

ao invés de uma mistura de óxidos, os cimentos á base de silicato de cálcio mais

recentes no mercado são o Endo-C.P.M.-Sealer (EGEO S.R.L., Buenos Aires,

Argentina) e o ProRood Endo Sealer (Dentsply Tulsa Dental Specialties). Neste

mesmo seguimento, se encontra em desenvolvimento o cimento MTA Fillapex

(Angelus, Londrina, PR, Brasil).

O cimento MTA Fillapex é um cimento endodôntico à base de MTA, foi

desenvolvido para ser usado em obturações de canais radiculares da dentição

permanente em combinação com cones de guta-percha. O Fillapex é composto por:

Resina salicilato, Resina diluente, Resina natural, Óxido de bismuto, Sílica

nanoparticulada, Agregado trióxido mineral e Pigmentos. Possui as seguintes

características: Selamento marginal de longa duração, alta radiopacidade,

estimulação da formação de tecido duro no ápice dental e em locais de perfuração,

baixa expansão de presa, baixa solubilidade em flúidos tissulares, excelente

viscosidade para obturação de canais radiculares, não mancha a estrutura dental,

não contém eugenol, não interferindo com materiais de restaurações resinosos,

possui tempo de trabalho apropriado para procedimentos endodônticos. Seu tempo

de trabalho é de 30 minutos, e seu tempo mínimo de presa é de 120 minutos.

De acordo com o fabricante, a composição química do Endo-C.P.M.-Sealer é

similar ao MTA, mas com a adição de carbonato de cálcio para reduzir o pH. Além

disso, esse também contém cloreto de cálcio para a redução do tempo de presa e

aperfeiçoamento das propriedades de manipulação e selamento (BORTOLUZZI et

al., 2006).

O objetivo neste estudo é avaliar in vitro, o tempo de endurecimento (TE),

escoamento (ES), radiopacidade (RP), estabilidade dimensional (ED), solubilidade

(SB), e módulo de elasticidade (ME) dos cimentos MTA Fillapex e AH Plus®.

17

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE

CANAIS RADICULARES

A obturação é definida e caracterizada como um preenchimento

tridimensional do canal radicular, sendo necessárias quantidades mínimas de

cimento endodônticos, usados em conjunto com a guta-percha, para estabelecer um

vedamento adequado (GUTMANN; WITHERSPOON, 2000).

Através da obturação elimina-se o espaço vazio anteriormente ocupado pela

polpa dental, que poderia funcionar como local de estabelecimento de

microorganismos. Além disso, resíduos de irritantes persistentes após os

procedimentos de desinfecção podem ser sepultados, não tendo acesso aos tecidos

peri-radiculares. Da mesma forma, estando o canal devidamente preenchido e

selado, os microorganismos seriam impedidos de ingressar no sistema de canais

radiculares (SIQUEIRA JR; RÔÇAS; LOPES, 1999).

2.2 MATERIAS USADOS NA OBTURAÇÃO ENDODÔNTICA

2.2.1 MATERIAL EM ESTADO SÓLIDO

Diversos materiais já foram propostos para a obturação dos canais

radiculares. Atualmente, o material sólido mais utilizado na obturação do sistema de

canais radiculares é o cone de guta-percha, que é aceito universalmente e

considerado até hoje padrão de ouro nas obturações endodônticas (KAYA et al.,

2008).

Em 1843, o Dr. José de Almeida apresentou espécimes de guta-percha á

Royal Asiatic Society, em Londres. Mais tarde, em 1867, Bowman introduziu o uso

dessa substância em Endodontia (SIQUEIRA JR; RÔÇAS; LOPES, 1999).

18

A guta-percha é um polímero do metilbutadieno ou isopreno, apresentando

assim um isomerismo com a borracha, sendo, porém, mais dura, mais quebradiça e

menos elástica que esta. A verdadeira guta-percha é obtida a partir da coagulação

do látex de árvores da Malásia, dos gêneros Payena ou Palaquium, da família das

sapotáceas. Na verdade, muitos produtos disponíveis comercialmente podem não

ser guta-percha. Alguns fabricantes admitem a utilização da balata, extraída da

árvore Manilkara bidentata, também da família das sapotáceas, a qual é abundante

no Brasil, principalmente na Amazônia (SIQUEIRA JR; RÔÇAS; LOPES, 1999).

Os cones apresentam uma composição básica de guta-percha (19 a 20%),

óxido de zinco (60 a 75%), radiopacificadores, como o sulfato de bário (1,5 a 17%) e

outras substâncias, como resinas, ceras e corantes (1 a 4%). A presença do óxido

de zinco confere a rigidez e atividade antibacteriana aos cones de guta-percha

(SIQUEIRA JR; RÔÇAS; LOPES,1999; GUTMANN; WITHERSPOON, 2000).

Os cones de guta-percha se adaptam facilmente ás irregularidades do canal

quando utilizados em várias técnicas de obturação, são bem toleradas pelos tecidos

periapicais, são radiopacos, podem ser facilmente plastificados por meios físicos e

químicos, possuem estabilidade dimensional, alteram a cor da coroa do dente e

podem ser facilmente removidos do canal radicular. Porém, possuem desvantagens

como pequena resistência mecânica, dificultando seu uso em canais curvos e

atresiados, e pouca adesividade, o que exige a complementação da obturação com

cimentos endodônticos (SIQUEIRA JR; RÔÇAS; LOPES, 1999).

Dessa forma, o adequado selamento do sistema de canais radiculares

depende do emprego do cimento endodôntico (SIQUEIRA JR.; RÔÇAS; LOPES,

1999; GUTMANN; WITHERSPOON, 2000; LEE et al., 2002; MAMOOTIL; MESSER,

2007). A adesão do cimento obturador tanto à guta-percha quanto a dentina é

desejável para a obturação de melhor selamento apical após a obturação

endodôntica (SAUNDERS; RASHID, 1991).

19

2.2.2 CIMENTOS ENDODÔNTICOS

O uso de um cimento endodôntico durante a obturação de um canal radicular

é fundamental para o sucesso do tratamento, pois melhora a possibilidade de

obtenção de um selamento impermeável, além de servir como material de

preenchimento das irregularidades do canal e dos espaços entre as suas paredes e

os cones. Além disso, os cimentos podem passar através dos canais laterais e

acessórios e auxiliar no controle microbiano (GUTMANN; WITHERSPOON, 2000)33.

Segundo Schwartz (2006), o cimento endodôntico ideal deveria apresentar as

seguintes propriedades:

Ser de fácil manipulação;

Passível de uso em diferentes técnicas de obturação;

Ser insolúvel nos fluidos orais;

Apresentar estabilidade dimensional e não degradar com o tempo;

Ser radiopaco;

Apresentar adesividade ás paredes do canal sem ser afetado por

agentes oxidantes;

Não apresentar contração de polimerização;

Ter atividade antibacteriana;

Ser de fácil remoção em caso de retratamento e colocação de

retentores e

Aumentar a resistência radicular.

No entanto, um cimento que apresente todos estes critérios ainda não foi

desenvolvido.

Existem várias formulações de cimentos utilizados na Endodontia. Os mais

antigos são os cimentos á base de óxido de zinco e eugenol, amplamente difundidos

e usados. Esses cimentos apresentam baixa resistência á compressão e alta

solubilidade e, ainda, pouca adesão a dentina (LEE et al., 2002; TAGGER et al.,

2002).

20

Na década de 70 as propriedades biológicas dos materiais obturadores foram

estudadas intensivamente, deixando os estudos das propriedades físicas em um

patamar menos intenso. Atento a esse detalhe, Grossman (1976), no intuito de

ajudar clínicos e endodontistas a entenderem melhor os materiais que utilizavam,

realizou uma avaliação do tamanho das partículas dos cimentos, relacionando-as

com o tempo de presa e escoamento. Realizou, também, testes de adesão, e

infiltração marginal. Do menor para o maior tamanho de partícula, a ordem

encontrada foi a seguinte: AH 26, Roth 811, Kerr sealer, Roth 801, Mynol, RC2B, N2,

N2 sem chumbo, Procosol, cimento de óxido de zinco e eugenol e Diaket. Sendo o

Tubil-seal apresentado na forma de pasta, não foi possível testá-lo de acordo com o

tamanho das partículas. O autor não encontrou, correlação entre o tamanho das

partículas e o tempo de presa, apesar de observar que, quanto menor a partícula

maior a facilidade de espatulação diminuindo o tempo para a realização desse

processo. Os cimentos mais flúidos foram o AH 26, Mynol, Rooth 801 e Roth 811; os

que não tiveram fluidez foram: Diatek, N2, N2 sem chumbo, RC2B, e óxido de zinco

e eugenol. No tempo de presa observou-se que o ProcoSol e o AH 26 tiveram os

maiores tempos, ficando com 40 e 32 horas, respectivamente, Os cimentos com

menor tempo de presa foram Kerr sealer e Tubil-seal com tempos aquém de uma

hora. Com relação ao teste de adesividade, os melhores foram o AH 26 e Diaket; o

cimento de óxido de zinco e eugenol apresentou uma adesividade mínima nesse

estudo. Quanto à infiltração marginal o Diaket apresentou o melhor comportamento,

enquanto os piores foram o óxido de zinco e eugenol e o Mynol.

Neste mesmo ano (1976), McComb Smith chamaram a atenção para a

natureza empírica dos cimentos endodônticos, enfatizado pelo grande número

desses materiais existentes comercialmente, onde sua utilização parece estar ligada

mais à tradição dos mesmos do que necessariamente à suas qualidades. Com isso

os autores testaram várias propriedades físicas de nove cimentos endodônticos

comercializados e dois experimentais à base de policarboxilato. Foram avaliados a

fluidez, tempo de presa, radiopacidade, força compressiva, adesão à dentina e

solubilidade. Os resultados encontrados mostraram que os cimentos experimentais

apresentaram vantagens sobre os comerciais em resistência, adesão e solubilidade.

Confirmaram que os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol apresentam alta

solubilidade e baixa adesividade à dentina. O AH 26 apresentou bons resultados de

21

adesão resistência e escoamento, sendo o único material comercial que manteve

adesão à dentina na presença de água, apesar de apresentar uma solubilidade

considerada elevada para um cimento epóxico.

Örstavik (1983) se mostrou preocupado com a ampla variabilidade das

propriedades físico-químicas existente entre os vários cimentos endodônticos

presentes no mercado até aquele momento. Os testes realizados nos produtos

existentes no mercado não possuíam um padrão onde se permitisse a comparação

entre eles. Com este intuito, resolveu realizar testes entre 23 cimentos endodônticos

presentes no mercado seguindo a especificação da ISO para cimento fosfato de

zinco (ISO 1566-1978). Foram realizados os testes de escoamento, tempo de

trabalho e resistência à compressão. O teste de tempo de trabalho foi realizado com

o auxílio de um reômetro monitorando as contínuas mudanças na viscosidade dos

cimentos. Citou o autor que alguns materiais foram afetados pelo movimento

oscilatório do reômetro e, notadamente o ProcoSol, que não atingiu o endurecimento

nas 24 horas do teste. Concluiu que o escoamento dos cimentos endodônticos varia

amplamente, sendo altamente dependente da proporção Pó/líquido que seja ideal

para o uso clínico.

Com os avanços na tecnologia adesiva surgiram cimentos resinosos, com o

objetivo de aumentar o selamento entre as paredes do canal e o material obturador

(TAY et al, 2005). Cimentos á base de resina epóxica, como o AH Plus®, têm

demonstrado uma força de adesão mais alta á dentina comparados com os cimentos

á base de óxido de Zinco e eugenol, ionômero de vidro e hidróxido de cálcio

(TAGGER et al, 2002).

2.2.3 CIMENTO RESINOSO Á BASE DE RESINA EPÓXICA

O cimento resinoso AH Plus® (Dentsply De Trey, Konstanz, Alemanha), usado

como referência em muitas pesquisas, possui propriedades biológicas e físico-

químicas importantes.

O AH Plus® é comercializado em 2 pastas, sendo a pasta A composta por

resina epóxica Bisfenol-A, resina epóxica Bisfenol-F, tungstato de cálcio, sílica, óxido

22

de zircônio e pigmentos de óxido de ferro. Já a pasta B contém dibenzil-diamina,

aminoadamantano, triciclodecanodiamina, tungstenato de cálcio, óxido de zircônio,

sílica e óleo de silicone. A manipulação do cimento deve ser feita pela mistura do

mesmo volume da pasta A e B (1:1) com uma espátula metálica até atingir a

consistência homogênea. O tempo de trabalho é de 4 horas a uma temperatura de

23°C e o tempo de presa é de 8 horas a 37°C.

Scarparo; Grecca; e Fachin (2009), demonstraram que este cimento

apresenta resposta inflamatória em tecido conjuntivo de ratos inferiores aos de

óxidos de zinco e eugenol (EndoFill) e resinoso (Endo-Rez).

Além disso, apresenta selamento de longa duração, grande estabilidade

dimensional, alta radiopacidade, baixa solubilidade, mostrando uma elevada força de

adesão quando comparado a outros cimentos (GETTLEMAN; MESSER; EI DEEB,

1991; UNGOR; ONAY; ORUCOGLU, 2006; NUNES et al., 2008).

Ungor; Onay; e Orucoglu (2006) mostraram que a força de adesão da

combinação AH Plus®/guta-percha foi mais alta que a de um novo sistema de

obturação á base de resina metacrilato, Resilon/Epiphany.

Em um estudo realizado por Rahimi et al. (2009), o cimento á base de resina

epóxica AH Plus® demonstrou possuir força de adesão mais alta se comparado aos

cimentos á base de resina UDMA EndoRez e RealSeal através do teste de tração.

Além disso, a força de adesão com uma camada de cimento mais espessa foi

significativamente maior do que quando o cimento foi testado em uma camada fina.

É constante a procura por um cimento endodôntico ideal. Encontrar um

cimento que preencha boas qualidades físico-químicas permitindo uma boa resposta

do organismo quando este se encontrar em contato com o remanescente periapical

é o anseio dos endodontistas. O AH Plus® mostrou-se um cimento com ótimas

qualidades físico-químicas, então, (Duarte, Demarchi e Moraes (2004)) na tentativa

de melhorar ainda mais essas qualidades, realizaram um estudo verificando o pH e a

liberação de cálcio do cimento AH Plus® e do mesmo modificado por meio de adição

de 5% e de 10 % de hidróxido de cálcio. Os cimentos foram espatulados e colocados

em tubos de 1cm de comprimento por 1,5 mm de diâmetro e imersos em 20 mL de

água deionizada. Uma quantidade de 4 mL de água foi retirada dos frascos após 24,

23

48 horas; 7, 14 e 30 dias para a determinação do pH. A liberação dos íons cálcio foi

verificada com auxílio de um espectrofotômetro de absorção anatômica. Como era

esperado, a capacidade alcalinizadora e a liberação de íons cálcio cresceram em

função da maior adição de hidróxido de cálcio ao cimento.

2.2.4 AGREGADO DE TRIÓXIDO MINERAL (MTA)

Ao agregado de trióxido mineral (MTA) foi introduzido para ser usado em

retro-preparos endodônticos, com o aprofundamento em suas propriedades, passou

a ser indicado em casos de perfurações patológicas ou iatrogênicas, bem como em

retro-obturações. Estudos têm mostrado que o MTA promove reações teciduais

favoráveis, caracterizada pela ausência de diversas resposta inflamatórias, a

presença de uma cápsula fibrosa e a indução da formação de um tecido

mineralizado de reparo (TORABINEJAD; WATSON; PITT FORD, 1993).

O agregado de trióxido mineral é baseado no cimento de Portland, consistindo

na combinação de trióxidos minerais (AI2O3-óxido de alumínio; Fe2O3-óxido férrico;

SO3-óxido de enxofre; Bi2O3-óxido de bismuto) com outras partículas minerais

hidrofílicas, o qual se cristaliza na presença de umidade.

A utilização do MTA vem sendo ampliado, como por exemplo, como material

de capeamento pulpar (PITT FORD et al., 1996; BAKLAND, 2000), em pulpotomias

de dentes permanentes e nos dentes decíduos (EIDELMAN; HOLAN; FUKS, 2001),

em procedimentos de apicificação em sessão única de dentes com ápice incompleto

e polpa necrosada (WITHERSPOON; HAM, 2001), atuando como material de

barreira apical (SHABAHANG; TORABINEJAD, 2000), e como cimento de obturação

de canais radiculares (HOLLAND et al, 1999).

As características físico-químicas do MTA dependem do tamanho das

partículas, da proporção pó-líquido, da temperatura, e da presença de água e bolhas

de ar incorporadas durante a mistura. Seu pH inicial é 10.2 quando manipulado

aumenta para 12.5 após 3 horas, permanecendo constante. Apresenta uma

resistência a compressão de 40 MPa em 24 horas e 67 MPa após 21 dias. Devido a

sua natureza hidrófila, não requer campo seco para ser utilizado. Além disso,

24

estudos in vitro revelaram uma boa capacidade de selamento (TORABINEJAD;

WATSON; PITT FORD, 1993; BORTOLUZZI et al., 2009).

Apesar das características favoráveis, o MTA não apresenta propriedades

físicas para ser usado como cimento endodôntico. O cimento resultante da mistura

do pó e água é difícil de manipular, o tempo de presa é de duas horas e 45 minutos,

mas o tempo de trabalho é menor do que quatro minutos (GOMES-FILHO et al.,

2009).

A ampliação das indicações de uso do MTA como material para obturação de

canal radicular exigiu o desenvolvimento de uma nova formulação, otimizando sua

força de adesão e seu tempo de presa, sem comprometer sua biocompatibilidade

(CAMILLERI, 2008). Com esse objetivo, o aditivo mais utilizado tem sido o cloreto de

cálcio, que diminui o tempo de presa do MTA e melhora sua capacidade seladora

(BORTOLUZZI et al., 2006; KOGAN et al., 2006).

25

3 PROPOSIÇÃO

O presente trabalho avaliou o comportamento físico-químico de dois cimentos

obturadores de canais radiculares: o cimento AH Plus e o cimento MTA Fillapex.

26

4 MATERIAL E MÉTODO

Foram utilizados os cimentos AH Plus® (Dentsply De Trey, Konstanz,

Alemanha) e MTA Fillapex (Angelus, Londrina, PR, Brasil).

Utilizamos três conjuntos do cimento AH Plus®, listados com o lote de

fabricação:

Pasta A lotes: 0912000532 / 1009004004 / 0905002013

Pasta B lotes: 0912000276 / 0912000876 / 0905001678

Utilizamos nove seringas de cimento MTA Fillapex, listado com lote de

fabricação:

Foram seis seringas com lote: 18250 e três seringas com lote: 16681.

Composição dos cimentos: Tabela 1.

AH Plus–Pasta A AH Plus–Pasta B MTA Fillapex

COMPOSIÇÃO Resina Epóxica

Bisfenol-A

Resina Epóxica

Bisfenol-F

Tungstato de Cálcio

Sílica

Óxido de Zircônio

Pigmentos de Óxido de

Ferro

Dibenzil-Diamina

Aminoadamantano

Triciclodecanodiamina

Tungstenato de cálcio

Óxido de zircônio

Sílica

Óleo de Silicone

Resina de

Salicilato

Resina Diluente

Resina Natural

Óxido de Bismuto

Sílica

Nanoparticulada

Trióxido Agregado

Mineral

Pigmentos

4.1 Tempo de endurecimento

Foram utilizados 10 moldes circulares de cobre, com diâmetro interno de 10,0

mm e espessura de 2,0 mm. Estes moldes foram mantidos em estufa a 37 ± 2 °C e

95 ± 2% de umidade relativa. Após a inserção dos cimentos (n=10) nestes moldes,

foram contados 150 segundos do início da mistura e foram testados com uma agulha

Gillmore 1/3 de libra verticalmente à superfície, em intervalos de 15 minutos, quando

a amostra começou a apresentar sinais de endurecimento o teste passou a ser

realizado a cada 60 segundos medindo o tempo de presa inicial. Quando o mesmo

27

não apresentou mais marcações com a agulha de Gillmore 1/3 de libra foi

considerado tempo final da presa inicial e passou a ser realizado o teste de presa

final com a agulha de Giilmore 1 libra, quando não deixou mais marcas na superfície

o material foi considerado endurecido. (ISO 6876:2001, p. 4).

Figura 1 e 2. Anel de cobre antes da inserção do cimento.

Figura 3. Anéis de cobre fixados em uma placa de vidro, já com o cimento inserido.

4.2 Escoamento

Com o auxílio de uma seringa descartável de 5 mL, 0,5 mL de cada cimento

foi colocado no centro de uma placa de vidro. Decorridos 180 segundos do início da

mistura, uma segunda placa de vidro foi colocada sobre os cimentos, e sobre a

última, um peso adicional, com 120 g. Após 10 min. do início da espatulação do

cimento, o peso sobre a placa de vidro foi removido e os diâmetros (horizontal e

vertical) menores e maiores dos discos formados pelos cimentos foram aferidos com

o auxílio de um paquímetro digital (Digimess, Shoko, China). Para a validação do

teste, os discos formados pelos cimentos deveriam ser uniformemente circulares e

apresentar, em seus diâmetros maiores e menores, uma variação não maior que 1,0

28

mm. As amostras que não cumpriram estes requisitos foram descartadas e o teste

repetido, até que fosse obtido 10 discos de cada cimento necessários para a

realização do estudo. (ISO 6876:2001).

Figura 4. Imagem do escoamento

4.3 Radiopacidade

Foi confeccionada uma matriz de parafina com 1,0 mm de espessura e 10,0

mm de diâmetro. Esta matriz foi moldada com Silicone por Adição Aquasil (Dentsply)

10 vezes para cada cimento. Nesses moldes foram inseridos os cimentos,

recobertos com papel celofane e em seguida levados à estufa 37°C. Após seu

endurecimento, foram realizadas radiografias digitais com a escala de alumínio, foi

utilizado o sistema de radiografia digital Schick, que possui um dispositivo acoplado

de carga, e por um cabo encaminha a imagem capturada a um computador,

aparecendo imediatamente a imagem na tela. As radiografias foram realizadas por

um aparelho de RX Dabi Atlante 70 Kv (Ribeirão Preto, São Paulo – Brasil) e tempo

de exposição de 0,30 segundos. Um aparato foi utilizado para que as amostras

ficassem sempre a 30 centímetros do cilindro do RX. Este aparato foi confeccionado

com duas réguas plásticas de 30 centímetros e duas abraçadeiras metálicas. As

imagens foram avaliadas por um observador calibrado, a avaliação foi repetida 3

vezes e dos resultados obtidos foi feito uma média determinando a escala de

radiopacidade de cada amostra. (ISO 6876:2001, p. 7).

29

Figura 5- Escala de alumínio com aumento de 0,5mm de alumínio em cada degrau.

4.4 Estabilidade dimensional

Foi confeccionada uma matriz cilíndrica de teflon com 6,0 mm diâmetro e 12,0

mm de altura, e foi moldada com silicone de adição Aquasil (Dentsply), obtendo-se

20 moldes. Os moldes cilíndricos de silicone foram fixados com cera utilidade em

uma placa de vidro e preenchidos com os cimentos a serem testados (n=10) e

coberta com papel celofane ou tira de poliéster. Após seu endurecimento em estufa

a 37°C, os espécimes foram medidos com paquímetro digital e as amostras imersas

em recipientes com 2,24 mL de água deionizada e levadas à estufa por 30 dias. Os

espécimes então foram removidos, secos e medidos novamente para se obter o

comprimento final das amostras. A água utilizada para o teste foi analisada em

espectroscópio para avaliar a presença de material na mesma. (ISO 6876:2001, p.

5).

6- 7-

Figura 6 – Matriz cilíndrica de teflon 12 X 6mm.

Figura 7 – espectroscópio utilizado para medir a presença de material na água.

30

4.5 Solubilidade

Uma matriz circular de teflon com 1,0 mm de altura e 15,0 mm de diâmetro foi

confeccionada e moldada 20 vezes com Silicone de Adição (Dentsply) e então os

moldes foram preenchidos com os cimentos estudados (n=10). Foram cobertos com

papel celofane e levados para estufa a 37°C e 95% de umidade relativa, por um

período 3 vezes maior que o tempo de endurecimento de cada cimento. As amostras

foram removidas dos moldes e pesadas, duas a duas, em balança de precisão,

ajustadas a 0,0001 g para obter o peso inicial. As amostras foram imersas em 7,5

mL de água deionizada e mantidas por 7 dias em estufa a 37°C e em seguida

removidas, enxaguadas com água corrente e colocadas em desumidificador por 24

horas. O cálculo foi feito com a peso inicial – peso final dos espécimes. (ISO

6876:2001, p. 6).

Figura 8 – Matriz circular de teflon 1,0 X 15,0mm

4.6 Análise fotoelástica

Utilizamos 20 espécimes circulares em resina fotoelástica (GIII flexível,

Polipox, São Paulo, Brasil) com cavidade interna de 5 mm de diâmetro e 2 mm de

profundidade foi confeccionado para cada espécime. Após a polimerização da resina

fotoelástica, as paredes internas foram jateadas com alumina com partículas de 50

µm em ordem de obter retenção micromecânica. As amostras foram divididas em

dois grupos de dez cada, para os cimentos MTA Fillapex e AH Plus®, os espécimes

foram fixados em uma placa de vidro com cera utilidade, o cimento foi manipulado e

31

inserido nos mesmos, sobre eles foi colocado uma outra placa de vidro com papel

selofane e as amostras foram levadas à estufa 37ºC por 24 horas, período

necessário para o cimento tomar presa. Após este período as amostras foram

removidas da estufa e analisadas em Polaroscópio. Imagens fotoelásticas foram

registradas em um polaroscópio (Vishaw Measurements, USA) e os dados foram

obtidos em MPa através do software do equipamento instalado no computador do

mesmo.

4.7 Análise estatística

Os dados foram submetidos ao teste de Kologmorov-Smirnov para verificar a

homogeneidade das amostras, sendo então submetido ao teste - t student em nível

de 5% de significância.

32

5 RESULTADOS

Para facilidade de interpretação, os resultados foram divididos em função das

propriedades analisadas.

5.1 TEMPO DE PRESA

Na tabela 4 estão as comparações, pelo teste T student entre os valores

médios dos tempos de presa inicial e final para os cimentos MTA Fillapex e AH

Plus®.

Tabela 4 – Valores médios do tempo em minutos.

Valores médios Presa inicial

Valores médios Presa final

MTA Fillapex 255,60 14,25 a 504,80 95,01 a

AH Plus® 677,00 19,06 b 694,90 24,11 b

Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo teste T student (=0,05)

9 10 11 Figura 9 e 10 – Agulha de Gillmore 1 Libra, maior e menor aumento. Figura 11 – Agulha de Gillmore 1/3 de libra sobre uma amostra do cimento a ser testado.

33

5.2 ESCOAMENTO

Os cimentos estudados estão de acordo com a norma ISO 6876/2001, que

estabelece que os cimentos não devem apresentar diâmetro menor que 20 mm. A

Tabela 7 mostra os valores médios dos diâmetros (em mm) dos círculos obtidos

durante o teste de escoamento.

12 13 Figura 12 – Amostra do escoamento (A- Placa de vidro, cimento, placa de vidro e B - peso utilizado). Figura 13 – Imagem do circulo formado pelo cimento entre as placas de vidro, após o teste de escoamento.

Na tabela 7 estão as comparações entre os valores médios do escoamento

para os cimentos MTA Fillapex e AH Plus®.

Tabela 7 – Valores médios do escoamento em milímetros

Cimento Média dos valores escoamento

MTA Fillapex 47,76 0,65 b

AH Plus®. 35,56 1,03 a

Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo teste T student (=0,05)

34

5.3 SOLUBILIDADE

Na tabela 10 estão as comparações entre os valores médios da solubilidade

em porcentagem para os cimentos MTA Fillapex e AH Plus®.

Tabela 10 – Valores médios da solubilidade em porcentagem

Cimento Valor em %

MTA Fillapex 2,17 2,24 a

AH Plus®. 0,45 0,14 b

Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo teste T student (=0,05)

5.4 ESTABILIDADE DIMENSIONAL

Na tabela 13 estão dispostos os valores médios encontrados para o teste de

estabilidade dimensional.

Tabela 13 – Valores da estabilidade dimensional em porcentagem

Cimento Valores em %

MTA Fillapex - 0,42 1,74 a

AH Plus®, 0,01 0,05 a

Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo teste T student (=0,05)

Na Tabela 15 estão dispostos os valores médios encontrados para a análise

da água em que os espécimes dos cimentos estavam imersos durante o

experimento.

Tabela 15 – Análise da água por espectrometria

Cimento Valores em Mpa

MTA Fillapex 0,20 0,02 b

AH Plus®, 0,02 0,00 a

Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo teste T student (=0,05)

35

5.5 RADIOPACIDADE

A radiopacidade é uma propriedade indispensável aos obturadores, pois

permite a distinção entre o material obturador e as demais estruturas anatômicas

circundantes. A ISO 6876/2001 estabeleceu um mínimo de 3 mm Al para os

cimentos obturadores.

14 15 16

Figura 14 – Escala de alumínio Figura 15 – Imagem radiográfica de uma amostra do cimento AH Plus comparada à escala de alumínio. Figura 16 - Imagem radiográfica de uma amostra do cimento MTA Fillapex comparada à escala de alumínio.

Na tabela 17 estão dispostos os valores médios encontrados para o teste de

radiopacidade de ambos os cimentos. Esta tabela mostra que o cimento AH Plus

possui mais radiopacidade que o MTA Fillapex.

Tabela 17 – Radiopacidade em mm de alumínio (Valores médios)

Cimento Valor médio de radiopacidade em (mm) de alumínio

MTA Fillapex 6,25 a

AH Plus® 9,4 b

Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo teste T student (=0,05)

5.6 ANÁLISE FOTOELÁSTICA

Na Tabela 20 estão dispostos os valores médios encontrados na análise

folotoelástica dos cimentos MTA Fillapex e AH Plus®, os valores encontrados para

P1 e P2 estão dispostos em MPa. Neste teste é analisado a tensão gerada pelo

cimento à parede da matriz.

36

Figura 17 – Imagem de uma matriz de resina com cimento sendo analisada em polaroscópio

Tabela 20 – Análise da tensão em polaroscópio (MPa)

Cimentos Valores em MPa

MTA Fillapex 2,05 1,14 b

AH Plus® 1,05 1,34 a

Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo teste T student (=0,05)

37

6 DISCUSSÃO

O estudo das propriedades ideais de um material obturador endodôntico sem

dúvida, exercem grande influência ao resultado final de uma obturação e também

possibilita estabelecer os parâmetros para o desenvolvimento de novos produtos.

(COHEN e BURNS, 2007). Isso é importante, pois, os avanços tecnológicos têm

possibilitado o desenvolvimento de novos materiais obturadores com diferentes

características, o que aumenta as expectativas em ralação ao sucesso a longo prazo

do tratamento endodôntico.

O presente trabalho avaliou a propriedades físico-químicas de dois cimentos

endodônticos: o AH Plus® que é uma referência para os estudos de vários outros

cimentos endodônticos e o MTA Fillapex que é um cimento novo no mercado ainda

pouco estudado. Este trabalho seguiu a normatização ISO 6876/2001.

O cimento AH Plus é composto de duas bisnagas, abrigando as pastas A

(base) e B (catalisador). O cimento MTA Fillapex é um cimento obturador lançado

recentemente pela empresa Ângelus®. Segundo o fabricante, trata-se de um

cimento pasta-pasta, onde em uma tem-se o princípio ativo MTA e na outra pasta

uma composição a base de disalicilato. Ao misturar as pastas obtém-se um polímero

iônico. O MTA contém óxido de cálcio e fosfato de cálcio em sua formulação.

(Holland et al, 1999).

6.1 Tempo de Presa

Em relação ao tempo de presa, a maioria dos estudos encontrados na

literatura obedece à norma nº 57 da ANSI/ADA (MORAES, 1984; BRANDÃO, 1999;

DUARTE, 1999; McMICHEN, 2003; NIELSEN et al., 2006; VERSANI et al., 2006), ou

a especificação n° 6876/2001 da ISO (COSTA et al. 2002; TAGGER e KATZ (2003);

TAMONARU et al. 2004). Neal et al. (2001) utilizaram uma metodologia onde

compararam o tempo de presa simulando condições clínicas e laboratoriais. Neste

estudo os autores utilizaram dentes obturados para simular as condições clínicas e o

38

restante do cimento utilizado na obturação foi colocado numa placa de vidro. Ambos

foram mantidos em umidade relativa de 100% a 37ºC. As medições foram realizadas

com agulhas número 27. Apesar de verificar uma inconsistência nos resultados entre

os grupos e também dentro dos próprios grupos, observaram que o cimento na placa

de vidro tomou presa em um tempo menor do que nos dentes obturados. Sob o

ponto de vista de uma padronização, fica difícil a utilização desta técnica, pois, os

resultados foram descritos apenas como não endurecido, parcialmente endurecido e

endurecido, além de não existir uma padronização da força aplicada sobre o

cimento.

Ainda, em relação ao tempo de presa, existem outros métodos para sua

aferição, como por exemplo, por meio de um aparelho denominado reômetro, que

detecta a variação volumétrica do material em função do tempo. Bovis, Harrington e

Wilson (1971) empregaram esse tipo de aparelho para averiguação dessa

propriedade em materiais restauradores. Já, Degge; Wu; Wesselink (1994) utilizaram

o mesmo método para determinação do tempo de presa de um cimento resinoso

(AH 26) e de outro à base de ionômero de vidro (Ketac-Endo). É um método mais

rápido e não tão subjetivo como os sugeridos pela ADA e ISO, pois, não há

necessidade do pesquisador ficar verificando se o material tomou presa ou não,

entretanto, requer o uso de equipamento especial, além do que, não é sugerido

pelas normas para cimentos obturadores endodônticos.

O método mais freqüente utilizado para a determinação do tempo de trabalho

em odontologia é a utilização de agulhas de Gillmore, colocadas sobre a superfície

do cimento. Considera-se que um material tenha tomado presa quando essas

agulhas, ao exercer apenas o seu próprio peso, não deixem marcas sobre a

superfície do cimento. (GROSSMAN, 1976).

Para a realização deste trabalho, seguiu-se as orientações especificadas pela

ISO 6876/2001, onde o cimento foi colocado em anéis de cobre de 10 mm de

diâmetro e 2 mm de altura. Foram confeccionados 10 corpos de prova para cada

cimento, totalizando 20 corpos de prova. Alguns estudos utilizaram, três espécimes,

(MORAES, 1984; DUARTE, 1999). Outros, realizaram estudos com cinco espécimes

para o tempo de presa (ASGARY et al, 2008, VERSANI et al. 2006). O tempo de

presa foi constatado com o auxílio das agulhas de Gillmore. Essa metodologia é

39

recomendada tanto pela ISO como pela ANSI/ADA. Apesar dessa normativa, para

materiais obturadores endodônticos, citar apenas a utilização de uma agulha de

Gillmore de 100(±5) g com uma ponta achatada de 2,0(±0,1) mm de diâmetro

(TORABINEJAD et al. 1995; McMICHEN et al., 2003; NIELSEN et al., 2006), outros

tipos de agulha, com dimensões e pesos diferentes, também são descritas na

literatura. McComb e Smith (1976) empregaram uma agulha com peso de 300 g e

ponta de 1 mm de diâmetro, para determinação do tempo de presa de cimentos

endodônticos. Moraes (1984) e Duarte (1999), em sua tese de doutorado, quando

determinaram o tempo de presa de cimentos obturadores endodônticos, com resina

epóxica na composição, utilizaram unicamente a agulha de 456,5 gramas e diâmetro

da ponta com 1,06 mm. A utilização de agulhas mais pesadas acarretam em

determinações do tempo de presa final mais preciso. (DUARTE, 1999). Apesar da

normatização dos estudos pela ISO e ANSI/ADA, variações das mesmas existem,

logo, neste estudo optou-se pelo emprego das duas agulhas de Gillmore, onde

foram avaliados os tempos de presa inicial (113,5g) e final (456,3g) das amostras

dos cimentos AH Plus® e MTA Fillapex.

Verifica-se na literatura uma variação para os valores encontrados para o

tempo de presa inicial do cimento AH Plus®: 955 minutos (DUARTE, 1999), 500

minutos (McMICHEN et al., 2003; VERSANI et al., 2006), 1440 minutos (NIELSEN et

al., 2006). Em relação ao cimento MTA Fillapex, não foi encontrado na literatura

trabalhos que mostram estudos sobre o tempo de presa do cimento. O fabricante do

AH Plus® indica como tempo mínimo de presa 8 horas, e o fabricante do MTA

Fillapex indica como tempo mínimo de presa 2 horas. Os valores médios

encontrados para o cimento MTA Fillapex foram: tempo de presa inicial foi 3h e 51

min, tempo de presa final foi 7h e 56 min. Já para o cimento AH Plus® o tempo de

presa inicial foi 10h e 38 min, tempo de presa final foi 11h e 05 min. Portanto, o

tempo de presa encontrado neste trabalho foi maior que o valor mínimo apresentado

pelos fabricantes.

Em seu estudo Grossman (1976) afirmou que um tempo de presa ideal ainda

não foi determinado, mas declarou que esse tempo deve ser suficiente, para o

cirurgião dentista, realizar a obturação dos canais de um dente molar, com

tranqüilidade.

40

O parágrafo da norma ISO 6876/2001, que se refere ao tempo de presa diz

que os resultados devem estar dentro de uma variação de 10% da estabelecida pelo

fabricante. Apesar dos resultados estarem acima dos 10%, os resultados não foram

excluídos, pois nenhum dos dois fabricantes foram precisos quanto ao tempo de

presa, verifica-se nas bulas apenas o tempo mínimo de presa.

Os dois cimentos estão dentro das normas ISO, o cimento MTA Fillapex teve

um tempo de endurecimento menor que o AH PLus®, talvez por apresentar em sua

formulação o Trióxido Agregado Mineral (MTA).

6.2 Escoamento

Outra propriedade físico-química testada foi o escoamento, que possibilita a

adaptação do cimento nas irregularidades das paredes dos canais e nas regiões

inacessíveis aos instrumentos durante o preparo mecânico, bem como em regiões

com variações anatômica. Em períodos anteriores às normas da ISO e ANSI/ADA,

vários métodos foram propostos e utilizados para o estudo desta propriedade dos

cimentos obturadores endodônticos. Métodos como por exemplo o de Grossman

(1976) que propôs um método onde colocava três gotas dos cimentos sobre uma

placa de vidro e, então, posicionava a mesma verticalmente. Passado o período de

24 horas media a extensão do escoamento, em centímetros. Sampaio e Sato (1984)

Birman et al. (1990) também utilizaram essa metodologia, realizando pequenas

variações. Ono e Matsumoto (1998) utilizaram a metodologia descrita por Grossman,

mas com leituras em tempos diferentes e, também, realizaram testes seguindo a

norma proposta pela ISO – 6846(1986). Savioli, Silva e Pécora (1994), Brandão

(1999) e Almeida et al. (2007) utilizaram a metodologia descrita pela norma n°57 da

ANSI/ADA onde, a quantidade de 0,5 mL de cimento, medido com auxílio de uma

seringa hipodérmica, é colocada sobre uma placa de vidro, com tamanho de, pelo

menos, 40x40 mm e espessura de 5 mm, e sobre esse cimento, coloca-se outra

placa de vidro e um peso que associado ao da placa totaliza 120 g. Neste estudo,

empregou-se a metodologia proposta pela ISO 6876/2001, utilizando placas de vidro

com dimensões de 40x40 mm e espessura de 5 mm.

41

Para a medição das dimensões dos círculos de cimento durante o teste de

escoamento, Zytkievitz, Lima e Sobrinho (1985) utilizaram paquímetro. Neste estudo

optamos também em utilizar o paquímetro digital para medir as dimensões maiores e

menores formadas pelos círculos de cimento.

Encontramos na literatura trabalhos apenas sobre o AH Plus®, os resultados

encontrados demonstraram valores variáveis. Duarte (1999) encontrou resultado de

20,25 mm, já Versani et al. (2006) encontrou 38,57 mm, Almeida et al. (2007)

encontrou 43 mm para o escoamento do AH Plus®. Para o cimento MTA Fillapex não

foram encontrados valores de referência na literatura. O resultado mínimo

recomendado ISO é de no mínimo 20 mm.

Os valores médios encontrados neste estudo foi de 35,56 mm para o cimento

AH Plus® e 47,76 mm para o cimento MTA Fillapex. Estando estes resultados acima

da média considerada pela norma ISO. O MTA Fillapex pode ter apresentado maior

escoamento por possuir em sua formulação a resina diluente, que pode ter

proporcionado ao cimento uma maior fluidez.

Clinicamente um alto escoamento pode significar um extravasamento em

excesso do material, podendo provocar um desconforto ao paciente e em casos em

que o cimento não é reabsorvido pelo organismo, pode causar um dano irreversível

ao mesmo.

6.3 Solubilidade

A solubilidade também foi avaliada. Para o estudo desta propriedade físico-

química também existem normatizações que procuram padronizar os estudos

laboratoriais. As normas, n° 57 da ANSI/ADA e a n° 6876 da ISO versam sobre esta

propriedade, sem contudo, apresentarem diferenças entre si. Tal fato faz com que

grande parte dos trabalhos realizados com cimentos apresente uma similaridade no

seu desenvolvimento.

Para a realização do teste de solubilidade, Pecora (2001), Versani et al.

(2006), Estrela (2005) citaram, que, de acordo com a norma ISO 6876/2001 e a n°

42

57 da ANSI/ADA, os anéis preenchidos com o cimento, devam permanecer no

interior da câmara úmida, o período correspondente a três vezes o tempo de presa

do cimento. Porém a norma ISO 6876/2001 cita no seu item 7.7.1.5, que o período

necessário para mantê-lo na cabine a 37°C e 95% de umidade seja o valor do tempo

de presa do material mais 50% do mesmo, o que daria uma vez e meia e não três

vezes. Mesmo assim em nosso estudo preferimos por manter os espécimes por um

período três vezes maior ao do seu tempo de presa, para ter a garantia de que

realmente o material havia tomado presa total.

Quanto à forma de avaliação do material solubilizado, Pecora (2001), Versani

et al. (2006), Vasconcelos (2006) e Resende (2009) utilizaram a diferença de peso

do próprio espécime antes e após o período de imersão de sete dias. Neste estudo

utilizamos esta mesma metodologia, peso inicial dos espécimes e peso final dos

espécimes após 7 dias de imersão em água deionizada, e 24 horas em

desumidificador para sua pesagem final.

Para o estudo da solubilidade foram confeccionados corpos de prova

utilizando como matriz, discos de teflon, um Politetrafluoretileno (PTFE), com 1,0 mm

de altura e 15,0 mm de diâmetro. A opção pelo teflon ao invés de metal,

fundamentou-se principalmente na facilidade de se remover o material de moldagem

utilizado para reproduzir os corpos de prova. Outros autores utilizaram corpos de

prova com dimensões e materiais diferentes. McMichen et al. (2003) utilizaram anéis

de cobre com 5 mm de diâmetro e 3 mm de altura para confeccionar seus corpos de

prova. Já Fraunhofer e Branstetter (1982) e Donnelly et al. (2007) utilizaram anéis de

Teflon, mas com dimensões de 10x5 mm e de 6x0,5 mm, respectivamente.

Utilizamos um volume de 0,5 mL do cimento, assim como Ono e Matsumoto

(1998) que utilizaram 0,5 mL do cimento, comprimido entre duas placas de vidro até

seu endurecimento em temperatura de 37°C.

Independente do método utilizado e possíveis alterações quanto às

dimensões dos corpos de prova, ao período ou meio de imersão, esse método

descrito apresenta uma deficiência ainda não contornada, que é o fato de iniciar-se o

teste apenas após a presa final dos materiais. Imaginando-se que, durante a terapia

endodôntica, os fluidos teciduais não aguardam a presa do material para entrar em

43

contato com ele, acredita-se então que os índices de solubilidade que ocorrem

clinicamente diferem dos obtidos nas condições laboratoriais.

Pela norma ISO 6876/2001 a solubilidade de um cimento endodôntico é

calculada em porcentagem, não podendo ultrapassar a 3% em massa e o corpo de

prova não deve apresentar sinais de desintegração. Desta maneira, o teste de

solubilidade é fundamental para a caracterização dos materiais utilizados na

endodontia.

Na literatura encontramos valores referentes ao cimento AH Plus®, Carvalho-

Júnior et al. (2007) encontraram 0,06%, os autores utilizaram a mesma metodologia

utilizada em nosso estudo, aguardaram três vezes o tempo de endurecimento para

colocarem os corpos imersos na água. Versani et al. (2006) encontrou valores

médios de 0,21% para o AH Plus®.

Os resultados encontrados em nosso estudo foram: 0,45% de solubilidade

para o cimento AH Plus® e 2,17% para o cimento MTA Fillapex. Estes resultados se

encontram dentro das normas da ISO.

6.4 Radiopacidade

A avaliação da qualidade da obturação endodôntica ocorre pela avaliação da

sua imagem radiográfica. Vários fatores podem influenciar no resultado final da

qualidade de imagem, e um deles é a qualidade de imagem do cimento endodôntico,

por conta disto, novos cimentos têm surgido no mercado como os resinosos, em

busca de uma melhor adesividade aos túbulos dentinários, contudo pouco se sabe

sobre a radiopacidade destes cimentos. Para a realização do teste de

radiopacidade, seguiu-se a norma ISO 6876/2001 que estabeleceu um novo limite

para a radiopacidade dos cimentos endodônticos, no mínimo 3 mm de alumínio e no

máximo 9,5 mm de alumínio.

Ferreira et al. (1999) estudaram a radiopacidade de cimentos endodônticos

associados ou não à guta-percha em um sistema de radiografia digital Digora,

através de recurso fornecidos pelo próprio sistema. Concluíram que a análise da

radiografia pelo sistema digital é segura, fácil e de rápida execução.

44

Recentemente o uso da imagem digital tem contribuído muito para a análise

da radiopacidade, pois seus programas oferecem uma série de recursos que podem

ser utilizados para avaliação das imagens. Entre eles está a análise densitométrica,

histograma, análise colorimétrica ou de equidensidades.

O presente trabalho realizou a análise da radiopacidade, utilizando de um

observador treinado, que observou por três vezes cada imagem radiográfica e

determinou o nível de cinza comparado à escala de alumínio utilizada para o teste.

Após esta análise foi feito uma média dos resultado obtidos.

Os resultados obtidos neste estudo, atenderam às especificações da norma

ISO 6876/2001. Os maiores valores encontrados foi para o AH Plus®, talvez pelo fato

dele possuir em sua formulação mais de um agente radiopacificador, o óxido de

zircônio e tungstato de cálcio. Encontramos um valor médio de radiopacidade de 9,4

mm de alumínio para o cimento AH Plus® e 6,25 mm de alumínio para o cimento

MTA Fillapex.

Para a realização do teste, inicialmente foi feito tomadas de Rx com 0,4

segundos de exposição conforme orientado pelo fabricante, porém as amostras do

cimento MTA Fillapex não tinham suas imagens registradas no filme. Foi feito um

ajuste no tempo de exposição para 0,3 segundos e então a imagem de ambos os

grupos foram verificadas ao exame radiográfico.

Clinicamente a diferença de 9,4 para 6,25 mm de alumínio entre os dois

cimentos faz com que a obturação com menor radiopacidade mostra-se como se

estivesse com uma má qualidade final da obturação.

Foi passado a sugestão ao fabricante do cimento MTA Fillapex para aumentar

a quantidade de radiopacificador em seu cimento ou até mesmo avaliar a

necessidade da substituição do agente radiopacificador.

6.5 Estabilidade Dimensional

Com relação à estabilidade dimensional a norma ISO estabelece que o

45

cimento não deva sofrer contração maior que 1% ou expansão maior que 0,1%.

Neste estudo, os cimentos estudados atenderam às especificações da ISO. O AH

Plus® apresentou 0,02% de contração e não sofreu expansão, já o MTA Fillapex

apresentou 0,20% de contração e não sofreu expansão. Esse resultado pode ser

explicado pelo AH PLus® possuir a resina epóxica em sua formulação,

proporcionando a ele uma estabilidade dimensional melhor que a do MTA Fillapex.

A análise dos líquidos de imersão possibilitou observar que, o cimento AH

Plus® apresentou 0,02 % de impurezas na água e que o cimento MTA Fillapex

apresentou 0,20 % (cor) de impurezas na água restante do frasco, após a remoção

do espécime de cimento. Neste estudo o AH Plus® apresentou menor solubilidade

que o MTA Fillapex, este resultado pode ter sido obtido por o AH Plus® possuir em

sua formulação resina epóxica.

Clinicamente se o material sofre uma expansão ele pode causar um

extravazamento para fora da raiz, podendo levar o paciente a ter algum tipo de

sensibilidade. Caso sofra uma contração poderá fazer com que apareçam espaços

vazios que poderão propiciar a proliferação de bactérias, colocando em risco o

sucesso do tratamento.

46

6.6 Análise Fotoelástica

Análise fotoelástica é a técnica que transforma em tensões internas

produzidas por materiais em padrões de luz visível que indicam a localização e

magnitudes desse estresse. Na literatura odontológica, não foram encontrados

trabalhos que referenciam este teste para a análise dos cimentos endodônticos, nas

normas ISO e ADA, este teste também não foi citado como referência para o teste

de avaliação dos cimentos. Entretanto este teste é utilizado para avaliação de

resinas compostas e cimentos de ionômero de vidro, os estresses gerados em

inlays, coroas e pinos, têm sido examinados através da análise fotoelástica.

Este é um método confiável para a medição de estresse, foi utilizado para

verificar quanto os cimentos endodônticos poderiam gerar de estresse na dentina

radicular. O AH Plus® apresentou uma menor tensão, esse resultado pode ser por

ele apresentar a resina epóxica em sua composição que pode sofrer contração. Já o

MTA Fillapex apresentou maior tensão que pode estar relacionado ao MTA, que

normalmente endurece na presença de umidade e pode sofrer expansão.

47

7 CONCLUSÕES

Analisando os resultados obtidos e considerando as limitações de um estudo

in vitro, concluímos que:

Os cimentos AH Plus® e MTA Fillapex apresentam resultados dentro dos

padrões estabelecidos pela norma n° 6876/2001 ISO em relação às propriedades

analisadas. Os fabricantes de ambos os cimentos não mensionam em suas bulas o

tempo de endurecimento final de cada um, o que nos leva a concluir que de acordo

com as especificações do tempo de endurecimento inicial, os cimentos testatos

encontran-se dentro da norma.

O cimento AH Plus® apresentou tempo de endurecimento maior que o MTA

Fillapex. O MTA Fillapex apresentou um maior escoamento, comparado ao AH

Plus®. O MTA Fillapex apresentou uma menor radiopacidade, comparado ao AH

Plus®. O MTA Fillapex apresentou uma maior tensão gerada em relação ao AH

Plus®. A solubilidade do MTA Fillapex foi maior que a do AH Plus®.

48

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54

APÊNDICE

Tempo de Endurecimento

Os tempos de presa, inicial e final de cada cimento, encontrados ao longo do

experimento, de acordo com os grupos, estão dispostos na tabela 2 e 3. O fabricante

informa que o tempo mínimo de presa é de 2 horas ou 120 minutos.

Tabela 2 – Valores referentes aos tempos de presa inicial e final em horas e entre parênteses, em segundos do cimento MTA Fillapex.

AMOSTRA Tempo presa inicial Tempo presa final

1 4 h e 34 min (274) 8 h e 42 min (522)

2 4 h e 19 min (259) 8 h e 50 min (530)

3 4 h e 16 min (256) 7 h e 45 min (465)

4 4 h e 20 min (260) 9 h e 15 min (555)

5 3h e 46 mim (226) 7 h e 01 min (421)

6 3 h e 26 min (206) 5 h e 55 min (355)

7 3 h e 43 min (223) 9 h e 29 min (569)

8 3 h e 47 min (227) 10 h e 21 min (621)

9 3 h e 14 min (194) 6 h e 09 min (369)

10 3 h e 11 min (191) 6 h e 01 min (361)

Tabela 3 - Valores referentes aos tempos de presa inicial e final em horas e entre parênteses, em segundos do cimento AH Plus

®. O fabricante informa que o tempo mínimo de presa é de 8 horas ou

480 minutos.

AMOSTRA Tempo presa inicial Tempo presa final

1 10 h e 42 min (642) 11 h e 03 min (663)

2 9 h e 56 min (596) 11 h e 01 min (661)

3 10 h e 47min (647) 11 h e 09 min (669)

4 10 h e 47 min (647) 11 h e 04 min (664)

5 10 h e 56 mim (656) 11 h e 02 min (662)

6 10 h e 55 min (655) 11 h e 09 min (669)

7 10 h e 51 min (651) 11 h e 14 min (647)

8 10 h e 55 min (655) 11 h e 20 min (680)

9 11 h e 00 min (600) 11 h e 27 min (687)

10 10 h e 35 min (635) 10 h e 54 min (654)

55

Escoamento

Os cimentos estudados estão de acordo com a norma ISO 6876/2001, que

estabelece que os cimentos não devam apresentar diâmetro menor que 20 mm. As

Tabelas 5, 6, contêm os valores dos diâmetros (em mm) maior e menor dos círculos

obtidos durante o teste de escoamento bem como suas médias.

Tabela 5 – Diâmetros menores e maiores (em mm) dos círculos obtidos no teste de escoamento do cimento MTA Fillapex.

Amostra Menor diâmetro Maior diâmetro Escoamento em mm

1 47,72 48,28 48,00

2 46,08 47,03 46,56

3 46.90 47,07 46,99

4 47,34 48,03 47,69

5 47,94 48,78 48,36

6 47,57 48,36 47,97

7 48,32 4903 48,68

8 47,71 48,58 48,15

9 46,97 47,53 47,25

10 47,62 48,37 48,00

Tabela 6 – Diâmetros menores e maiores em (mm) dos círculos obtidos no teste de escoamento do cimento AH Plus

®.

Amostra Menor diâmetro Maior diâmetro Escoamento em mm

1 36,68 36,73 36,705

2 34,32 34,95 34,635

3 34,94 35,88 35,41

4 36,90 37,35 37,125

5 34,49 35,36 34,925

6 35,74 36,53 36,135

7 34,89 35,55 35,22

8 36,25 37,19 36,72

9 33,80 34,65 34,225

10 34,15 34,97 34,56

56

Solubilidade

Na tabela 8 e 9 estão dispostos os valores do peso dos espécimes de

cimentos testados, antes e após o teste, bem como, a diferença de peso dos

mesmos, caracterizando o valor (em g) da solubilidade do cimento. Também estão

presentes as medidas de comprimento e espessura dos espécimes antes do teste.

Medidas das amostras duas a duas, peso antes e depois. Tabela 8 - AH PLUS

®:

Amostra Peso (g) (inicial) (final) Diferença (g)

1,2 2,9445 2,9322 0,0123

3,4 2,7885 2,7783 0,0102

5,6 2,5841 2,5715 0,0126

7,8 2,5315 2,5232 0,0083

9, 10 2,7289 2,7103 0,0186

Tabela 9 - MTA FILLAPEX:

Amostra Peso (g) (inicial) (final) Diferença (g)

1,2 2,0525 2,0305 0,0220

3,4 1,8785 1,8574 0,0211

5,6 1,8103 1,7943 0,0160

7,8 1,6081 1,5092 0,0989

9, 10 1,3766 1,3540 0,0226

57

Estabilidade dimensional

Nas Tabelas 11 e 12 estão dispostos os valores referentes ao comprimento,

espessura antes e após a imersão em água, e a diferença em (g) entre as medidas

dos espécimes de cimentos MTA Fillapex e AH Plus®.

Tabela 11 - Medidas dos cilindros de MTA Fillapex

Amostra Comprimento Espessura inicial

Comprimento final

Espessura final

Diferença Porcentagem

1 12,15 6,13 12,17 6,13 0,020 0,1646

2 12,06 6,06 12,05 6,07 -0,010 -0,0829

3 11,16 6,12 11,16 6,12 0,000 0,0000

4 11,9 6,13 12,01 6,13 0,110 0,9244

5 11,7 6,29 11,08 6,3 -0,620 -5,2991

6 11,97 6,15 11,97 6,15 0,000 0,0000

7 10,62 6,09 10,64 6,1 0,020 0,1883

8 11,83 6,01 11,83 6,01 0,000 0,0000

9 12,18 6,07 12,17 6,07 -0,010 -0,0821

10 11,83 6,09 11,83 6,08 0,000 0,0000

Tabela 12 - Medidas dos cilindros de AH Plus®

Amostra Comprimento inicial

Espessura inicial

Comprimento final

Espessura final

Diferença Porcentagem

1 12,02 6,01 12,02 6 0,000 0,0000

2 12,03 6,04 12,03 6,04 0,000 0,0000

3 11,98 6,01 11,98 6,01 0,000 0,0000

4 12,11 6,07 12,12 6,06 0,010 0,0826

5 12,05 6,03 12,05 6,03 0,000 0,0000

6 12,23 6,09 12,22 6,09 -0,010 -0,0818

7 12,11 6,02 12,11 6,03 0,000 0,0000

8 12,06 6,01 12,07 6,01 0,010 0,0829

9 12,14 6,01 12,14 6,01 0,000 0,0000

10 12,08 6,02 12,08 6,02 0,000 0,0000

58

AVALIAÇÃO DA ÁGUA EM ESPECTROFOTÔMERO:

Na Tabela 14 estão dispostos os valores encontrados na análise da

água de três amostras de cada cimento após a remoção dos espécimes de cimento

MTA Fillapex e AH Plus®, para avaliar a presença de material na mesma.

Tabela 14

Espécime MTA Fillapex Valores em Mpa

AH Plus®

Valores em Mpa

1 0,025 0,203

2 0,025 0,237

3 0,031 0,181

59

Radiopacidade

Na Tabela 16 estão dispostos os valores encontrados para o nível de

radiopacidade de cada amostra de cimento, comparado a uma escala de alumio em

mm, com dezenove (19) degraus na escala de alumínio, sendo que cada degrau

corresponde a 0,5 mm de alumínio (9,5 mm). Quanto maior o nível, maior a

radiopacidade de cada amostra de cimento.

Tabela 16: Valores encontrados para a radiopacidade.

Amostra MTA Fillapex

Valores da escala de 1 à 19

AH Plus®

Valores da escala de 1 à 19

1 10 x 0,5 = 5,0 mm 19 x 0,5 = 9,5 mm

2 15 x 0,5 = 5,0 mm 19 x 0,5 = 9,5 mm

3 14 x 0,5 = 7,0 mm 19 x 0,5 = 9,5 mm

4 12 x 0,5 = 6,0 mm 19 x 0,5 = 9,5 mm

5 11 x 0,5 = 5,5 mm 18 x 0,5 = 9,0 mm

6 11 x 0,5 = 5,5 mm 19 x 0,5 = 9,5 mm

7 13 x 0,5 = 6,5 mm 19 x 0,5 = 9,5 mm

8 13 x 0,5 = 6,5mm 18 x 0,5 = 9,0 mm

9 15 x 0,5 = 5,0 mm 19 x 0,5 = 9,5 mm

10 11 x 0,5 = 5,5 mm 19 0,5 = 9,5 MM

60

Análise fotoelástica

Na Tabela 18 e 19 estão dispostos os valores encontrados para a análise de

fotoelasticidade realizada em Polaroscópio para as amostras dos cimentos MTA

Fillapex e AH Plus®, os valores encontrados para P1 e P2 estão dispostos em MPa.

Tabela 18

Amostra MTA Fillapex

P1 (MPa)

MTA Fillapex

P2 (MPa)

1 3 5

2 3 2

3 0 0

4 3 4

5 1 1

6 2 2

7 2 2

8 1 3

9 1 3

10 2 1

Tabela 19

Amostra AH Plus®

P1 (MPa)

AH Plus®

P2 (MPa)

1 0 0

2 2 2

3 0 0

4 1 1

5 0 0

6 1 1

7 0 0

8 4 3

9 0 0

10 3 3

61

62

63

Figura 18 – Cimento AH Plus

®

Figura 19 – Cimento MTA Fillapex