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Anatomia Humana A
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Capítulo I - Instrumentação Cirúrgica
1. Definição
A Instrumentação Cirúrgica é, no
Brasil, uma profissão de nível técnico e hoje,
imprescindível ao nosso país. O instrumentador
cirúrgico tem a função de ajudar a equipe
cirúrgica no ato cirúrgico, o qual abrange
desde a preparação dos instrumentos até o
término da cirurgia com a retirada dos
pérfuro-cortantes. Para tal ofício exige-se
não apenas uma formação adequada e rigorosa,
como também uma prática segura, ágil e hábil,
em apoio à equipe cirúrgica, de tal forma que a prática da cirurgia não prescinde
de sua participação.
2. História
A instrumentação cirúrgica nasce no Século XIX com forte influência de Jean
Henry Dunant, considerado o pai histórico da Instrumentação Cirúrgica em razão de
sua atuação como auxiliar instrumentador dos cirurgiões militares durante a Batalha
de Solferino (1859), ainda que não se reconhecesse tal atividade como uma
profissão.
Henry Dunant - um cidadão suíço - assistiu
à sangrenta Batalha de Solferino, travada no
norte de Itália, entre o exército imperial
austríaco e as forças aliadas da França e da
Sardenha e da qual resultaram 40 mil vítimas
fatais. Dunant rapidamente reuniu mulheres das
aldeias mais próximas para que prestassem
auxílio humanitário às vítimas da guerra.
Em 1862, Dunant publicou "Recordação de
Solferino", no qual, além de escrever as suas
memórias da batalha, propôs algumas soluções
políticas e lançou o desafio para a criação de
sociedades nacionais de auxílio humanitário e de regras mínimas a serem respeitadas
em tempos de guerra. Assim, ficaria traçado o caminho para as futuras Convenções de
Genebra.
Em Fevereiro de 1863, quatro cidadãos juntaram-se a Dunant para levar a cabo
um projeto de constituição do "Comitê Internacional de Socorro a Feridos", que,
mais tarde viria a ser designado "Comitê Internacional da Cruz Vermelha".
Em resposta ao convite do Comitê, especialistas de 16 países reuniram-se em
Genebra, em Outubro de 1863, para adotar as 10 Resoluções que formaram a Carta da
Cruz Vermelha. Estavam, pois, definidas as funções e os métodos de trabalho para
socorro a feridos. A partir desse momento, a Cruz Vermelha tornou-se uma realidade.
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Foi nesse contexto que se escolheu o dia e mês de nascimento de Jean Henry
Dunant - 06 de maio de cada ano – para a comemoração do dia do Instrumentador
Cirúrgico em demonstração do reconhecimento, pelo Estado Brasileiro, da importância
do desse profissional para o desenvolvimento da Cirurgia e a melhoria da saúde do
nosso povo.
No Século XX aconteceu o período de maior desenvolvimento das cirurgias e
conseqüentemente crescimento do papel do instrumentador cirúrgico. Sendo assim,
tornaram-se necessários profissionais mais qualificados o que impulsionou o
surgimento de escolas formadoras desses profissionais.
As primeiras instituições de ensino
para Técnicos em Instrumentais Cirúrgicos
surgiram em Nice na França, datado em 1954
com o objetivo de preparar os profissionais
para a evolução cirúrgica, isto é, tempos
cirúrgicos, materiais para cada
especialidade entre outras atividades
cirúrgicas.
O profissional em Instrumentação
Cirúrgica tem uma função de extrema importância para o bom desempenho do ato
cirúrgico. Fica sobre os seus cuidados todo o instrumental utilizado antes, durante
e após a cirurgia.
Ele é responsável por facilitar a cirurgia ordenando, controlando e
fornecendo o instrumental e material cirúrgicos ao cirurgião e aos seus auxiliares.
Dessa forma ele auxilia o trabalho do cirurgião e beneficia o paciente ao reduzir o
tempo cirúrgico, diminuindo assim, os índices de contaminação e de infecção pós-
operatórias.
Com a evolução das intervenções cirúrgicas, exige-se concomitantemente o
aumento também do conhecimento de aparelhos e instrumentos modernos, além do
conhecimento básico das técnicas usualmente empregadas em atos operatórios, noções
de anatomia, assepsia, biossegurança, células e tecidos, ética profissional,
fisiologia, higiene e microbiologia.
O profissional de Instrumentação Cirúrgica é peça fundamental no bom
transcorrer do ato operatório. Sua função primordial é fornecer o instrumental
cirúrgico adequado ao cirurgião e ao auxiliar, sendo possível realizar as funções
de segundo auxiliar quando o primeiro estiver ocupado, resguardando-se às
atividades regidas pela legislação vigente à sua categoria. Ele deverá conhecer a
técnica empregada no ato operatório e estar atento à manutenção da antissepsia e
assepsia de toda a equipe cirúrgica e tudo que envolve a sala cirúrgica.
Conhecer os instrumentos por seus nomes, apelidos e gestos, entregar o
instrumento com presteza ao sinal ou pedido verbal do cirurgião, colocando-o em sua
mão de forma precisa e exata para uso imediato, não se distrair em nenhum momento
do decorrer da cirurgia, pois a antecipação às requisições do cirurgião depende
disso, e sempre antes da cirurgia certificar-se que tudo está em ordem, desde os
fios e agulhas, até os instrumentos especiais, também são funções importantes de um
instrumentador.
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Portanto, dentre as inerentes funções do Instrumentador Cirúrgico a sua maior
responsabilidade é com os instrumentais cirúrgicos. Seu objetivo maior, assim como
de toda a equipe cirúrgica, é a qualidade e segurança do procedimento cirúrgico,
atendendo ao cliente com maior eficácia e eficiência.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo II: A História da Anatomia Humana
1. Conceito A Anatomia (anã = em partes + tomein = cortar)
estuda macroscopicamente a constituição dos seres,
identificando órgãos e sistemas. Por ser antiga, é
considerada uma ciência-mãe, uma vez que dá suporte para
as demais ciências biológicas, o que permite a
identificação e o estabelecimento conceitual dos sistemas
orgânicos.
Vários anos foram necessários para que uma
linguagem padrão fosse estabelecida pelos anatomistas. A
nomenclatura anatômica, como foi chamada essa linguagem
universal, tornou possível a padronização nominal das estruturas do corpo,
diminuindo o vasto dicionário de termos anatômicos existentes, além de constituir
um avanço no campo conciliatório entre os anatomistas do mundo inteiro.
2. Breve Histórico da Anatomia Humana
O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de
Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em
animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a
anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Aristóteles
mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmata, que
provavelmente eram figuras baseadas na dissecação animal.
No século III A.C., o estudo da anatomia avançou consideravelmente na
Alexandria. Muitas descobertas lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e
Erasístrato, os primeiros que realizaram dissecações humanas de modo sistemático.
A partir do ano 150 A.C. a
dissecação humana foi de novo proibida por
razões éticas e religiosas. O conhecimento
anatômico sobre o corpo humano continuou no
mundo helenístico, porém só se conhecia
através das dissecações em animais.
Parece que o estudo da anatomia
humana recomeçou mais por razões práticas
que intelectuais. A guerra não era um
assunto local e se fez necessário dispor de
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meios para repatriar os corpos dos mortos em combate. O embalsamento era suficiente
para trajetos curtos, mas as distâncias maiores como as Cruzadas introduziram a
prática de “cocção dos ossos”.
O motivo mais importante para a dissecação humana, foi o desejo de saber a
causa da morte por razões essencialmente médico-legais, de averiguar o que havia
matado uma pessoa importante ou elucidar a natureza da peste ou outra enfermidade
infecciosa. O verbo “dissecar” era usado também para descrever a operação cesariana
cada vez mais freqüente.
A tradição manuscrita do período medieval não se baseou no mundo natural. As
ilustrações anteriores eram aceitas e copiadas. Em geral, a capacidade dos
escritores era limitada e ao examinar a realidade natural, introduziram pelo menos
alguns erros tanto de conceito como de técnica. As coisas “eram vistas” tal qual os
antigos e as ilustrações realistas eram consideradas como um curto-circuito do
próprio método de estudo.
A anatomia não era uma disciplina independente, mas um auxiliar da cirurgia,
que nessa época era relativamente grosseira e reunia sobre todo conhecer os pontos
apropriados para a sangria. Durante todo o tempo que a anatomia ostentou essa
qualidade oposta à prática, as figuras não-realistas
e esquemáticas foram suficientes.
Uma das primeiras e mais acertada solução para
uma reprodução perfeita das representações gráficas
foi encontrada nas ilustrações publicadas nos
tratados anatômicos de Andrés Vesálio (1514-1564),
que culminou com seu De humanis corpori fabrica em
1453, um dos livros mais importantes da história do
homem.
Vesálio nasceu em Bruxelas em 1514, no seio de
uma família muito relacionada com a casa de Borgonha
e a corte do Imperador da Alemanha. Sua primeira
formação médica foi na Universidade de Paris (onde
esteve com mestres como Jacques du Bois e Guinter de
Andernach), e foi interrompida pela guerra entre França e o Sacro Império Romano.
Vesálio completou seus estudos na renomada escola médica de Pádua, no norte da
Itália. Após seu término começou a estudar cirurgia e anatomia. Após alguns
trabalhos preliminares, em 1543, com a idade de 28 anos, publicou seu opus magnun,
que revolucionou não só a anatomia como também o ensino científico em geral.
As ilustrações da Fabrica destacam-se precisamente pela sua estreita relação
com o texto, já que ajudam no entendimento do que este expressa com dificuldade.
Supera a pauta expositiva usada por Mondino, e cada um dos sistemas principais
(ossos, músculos, vasos sangüíneos, nervos e órgãos internos) é representado e
estudado separadamente. As partes de cada sistema orgânico são expostas tanto em
conjunto como individualmente e mesmo assim são consideradas todas as relações
entre essas estruturas. Vesálio comprovou também que não são
iguais em todos os indivíduos
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No século XVII foram efetuadas notáveis descobertas no campo da anatomia e
da fisiologia humana. Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o
estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem
basicamente aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se refere
aos impulsos nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar.
Thomas Wharton (1614-1673) deu um grande passo ao ultrapassar a velha
e comum idéia de que o cérebro era uma glândula que secretava muco (sem
dúvida, continuou acreditando que as lágrimas se originavam ali). Wharton
descreveu as características diferenciais das glândulas digestivas, linfáticas
e sexuais. O conduto de evacuação da glândula salivar submandibular conhece-se
como conduto de Wharton. Uma importante contribuição foi distinguir entre
glândulas de secreção interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai no
sangue, e as glândulas de secreção externa (exócrinas), que descarregam nas
cavidades. Niels Steenson em 1611 estabeleceu a diferença entre esse tipo de
glândula e os nódulos linfáticos ( que recebiam o nome de glândula apesar de
não formar parte do sistema). Considerava que as lágrimas provinham do cérebro.
A nova concepção dos sistemas de
transporte do organismo que se obteve graças
às contribuições de muitos investigadores
ajudou a resolver os erros da fisiologia
galênica referentes à produção de sangue.
Gasparo Aselli (1581-1626) descobriu
que após a ingestão abundante de comida o
peritônio e o intestino de um cachorro se
cobriam de umas fibras brancas que, ao serem
seccionadas, extravasavam um líquido
esbranquiçado. Tratava-se dos capilares
quilíferos. Até a época de Harvey se pensava
que a respiração estimulava o coração para
produzir espíritos vitais no ventrículo
direito. Harvey, porém, demonstrou que o
sangue nos pulmões mudava de venoso para
arterial, mas desconhecia as bases desta
transformação.
A explicação da função respiratória
levou muitos anos, mas durante o século XVII
foram dados passos importantes para seu esclarecimento. Robert Hook (1635-1703)
demonstrou que um animal podia sobreviver também sem movimento pulmonar se
inflássemos ar nos pulmões. Richard Lower (1631-1691) foi o primeiro a realizar
transfusão direta de sangue, demonstrando a diferença de cor entre o sangue
arterial e o venoso, a qual se devia ao contato com o ar dos pulmões. John Mayow
(1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se devia à extração de
alguma substância do ar. Chegou à conclusão de que o processo respiratório não era
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mais que um intercâmbio de gases do ar e do sangue; este cedia o espírito
nitroaéreo e ganhava os vapores produzidos pelo sangue.
Em 1664 Thomas Willis
(1621-1675) publicou De Anatomi
Cerebri (ilustrado por Christopher
Wren e Richard Lower), sem dúvida o
compêndio mais detalhado sobre o
sistema nervoso. Seus estudos
anatômicos ligaram seu nome ao
círculo das artérias da base do cérebro, ao décimo primeiro par
craniano e também a um determinado tipo de surdez. Contudo, sua obsessão em
localizar no nível anatômico os processos mentais o fez chegar a conclusões
equívocas; entre elas, que o cérebro controlava os movimentos do coração, pulmões,
estômago e intestinos e que o corpo caloso era assunto da imaginação.
2. Episódio Macabro no Ensino da Anatomia
No século XVIII,
Edinburgh, na Grã-Bretanha, era
um grande centro de estudos
anatômicos. Na Universidade, a
cátedra de Anatomia foi ocupada
pela dinastia dos Monro por
três gerações. O primeiro
deles, Alexander Monro primus
lecionou de 1720 a 1758, tendo
sido substituído por seu filho
Alexander Monro secundus, que
se destacou como autor de
quatro importantes obras de
Anatomia, numa das quais, publicada em 1797, descreveu o chamado "buraco de Monro".
Sucedeu-lhe seu filho, Alexander Monro tertius, que não possuía as qualidades do
pai, e o ensino de Anatomia na Universidade entrou em declínio.
Na época, era permitido o ensino paralelo em escolas e cursos privados. Para
o ensino de anatomia destacava-se o curso extracurricular dirigido por John
Barclay, anatomista de grande renome e prestígio internacional. Barclay convidou
para ser seu assistente ao Dr. Robert Knox, que se tornou
um dos personagens do episódio que vamos narrar. Antes,
precisamos saber quem era Robert Knox.
Robert Knox (1791-1862) era natural de Edinburgh,
onde foi educado. No colégio fora um aluno brilhante,
tendo sido premiado por seu desempenho nos estudos e
conduta exemplar. Graduou-se em medicina em 1814,
ingressando no ano seguinte no Exército como cirurgião-
auxiliar. Uma de suas primeiras atuações foi a de atender
feridos da batalha de Waterloo. Em 1815 foi promovido a
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cirurgião-assistente, indo servir na África do Sul, onde permaneceu durante três
anos. Durante sua estada na África do Sul interessou-se por estudos de anatomia
comparada, antropologia e características étnicas dos povos africanos.
Retornando a Edinburgh em 1821 licenciou-se do Exército e foi estagiar em
Paris com Cuvier, um dos grandes anatomistas da época. De volta a Edinburgh aceitou
o convite de Barclay para ser seu assistente no curso de anatomia.
Entre 1821 e 1823 Knox publicou vários trabalhos científicos no Edinburgh
Medical Journal e em dezembro de 1823 foi eleito membro da Royal Society.
Barclay possuía uma grande coleção de peças anatômicas, que ele doou ao Royal
College of Surgeons de Edinburgh para instalação de um museu de anatomia e, em
1825, Knox foi indicado para Conservador do museu. Este museu foi enriquecido com
outra grande coleção de anatomia e anatomia patológica adquirida pelo Colégio, em
Londres, de Charles Bell. Knox encarregou-se de organizar o museu, catalogando
todas as peças.
Paralelamente a essas
atividades, Knox firmou-se como
professor de anatomia na escola de
Barclay. Suas aulas eram muito
apreciadas pelos alunos por seu
conteúdo, exposição didática e,
sobretudo, pelas demonstrações
práticas em dissecções de cadáveres.
Em agosto de 1826 Barclay
faleceu e Knox assumiu a direção da
escola, que contava, naquele ano, com
300 alunos matriculados.
Na ocasião, o ensino prático
de anatomia era dificultado pela
falta de cadáveres para dissecção. A
dissecção só era legalmente permitida
em corpos dos criminosos condenados
ao patíbulo, pois fazia parte da pena
de morte negar ao criminoso
sepultamento digno em terreno
santificado pela Igreja.
O número de criminosos
condenados à morte era insuficiente
para prover as necessidades do ensino
de anatomia. Em conseqüência, surgiu o mercado negro de cadáveres, os quais eram
exumados por ladrões no cemitério, logo após o sepultamento, e vendidos às escolas
médicas. Os cadáveres deviam ser recentes, pois não havia os métodos de conservação
atuais. Os ladrões de cadáveres passaram a ser chamados de ressurreccionistas.
As famílias dos mortos, para se defenderem dos ressurreccionistas, costumavam
proteger o túmulo com grades ou pagar vigias noturnos. Alguns cemitérios foram
cercados de muros ou dispunham de torres de observação e policiamento contínuo.
Mesmo assim, os ladrões de cadáveres conseguiam ludibriar toda a vigilância.
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Curiosamente, os ressurreccionistas, quando acusados, não eram condenados,
por falta de amparo legal, pois não havia lei prevendo este tipo de crime e a
violação da sepultura não se enquadrava como roubo, já que o cadáver não é
propriedade de ninguém.
Foi nesse ambiente que ocorreu o episódio
macabro que abalou a opinião pública, não somente na
Inglaterra, como em todo o mundo. Dois irlandeses,
William Hare e William Burke, que residiam em
Edinburgh, cometeram uma série de assassinatos com o
fim de vender os corpos das vítimas para dissecção nas
aulas de anatomia.
William Hare residia em uma pensão, cujo
proprietário, Mr. Log, veio a falecer. Hare casou-se com a viúva, Margaret,
passando da condição de hóspede a dono da pensão. William Burke e sua amante, Helen
Mc Douglas, foram residir na referida pensão como inquilinos.
Hare e Burke costumavam beber juntos e tornaram-se amigos. Em 29 de novembro
de 1827, um dos pensionistas, de nome Donald, aposentado que vivia só, morreu
subitamente, deixando uma dívida para com a pensão. Hare teve a idéia de vender o
cadáver para dissecção, com o fim de se ressarcir do prejuízo. Com a ajuda de Burke
simulou o sepultamento, colocando no caixão um peso equivalente ao de uma pessoa.
Hare tencionava vender o corpo para Alexander Monro, na Universidade, porém
foi informado por um estudante que a escola de anatomia do Dr. Knox pagaria um
preço melhor. O corpo foi vendido para o Dr. Knox por 7.1 libras.
Encorajados com o sucesso da operação, perceberam ambos que a venda de
cadáveres era um negócio muito lucrativo. Em lugar de violar sepulturas no
cemitério, o que era trabalhoso e arriscado, idealizaram um processo mais fácil de
obter o cadáver, que puseram em prática. A estratégia consistia em atrair para a
pensão pessoas desamparadas, pedintes de rua, cuja morte não seria notada pela
comunidade, passando despercebida.
A vítima era embriagada com
whisky e, a seguir, morta por
asfixia, comprimindo-se com um
travesseiro ou almofada seu rosto,
impedindo-a de respirar. Esse método
não deixava vestígio da causa da
morte. Burke se encarregava da
execução e Hare de negociar a venda
do corpo.
Os estudantes do curso de
Anatomia do Dr. Knox passaram a
desconfiar de que algo estranho
estaria ocorrendo, dada a quantidade de corpos disponíveis para dissecção, todos em
bom estado, ao contrário da escassez habitual.
Dois corpos chegaram a ser identificados por alguns estudantes: o de uma
prostituta, de nome Mary Paterson, e de um homem popular conhecido por Daft Jamie.
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Comunicaram o fato ao Dr. Knox, que não o levou em consideração, e os corpos foram
imediatamente dissecados.
Durante o ano de 1828 pelo menos 16
corpos foram vendidos à escola de anatomia
do Dr. Knox. A última vítima foi de uma
irlandesa de nome Mary Docherty, que
desapareceu da pensão de um dia para outro,
levantando suspeitas entre os demais
hóspedes, especialmente do casal Gray, que
encontrou o corpo debaixo de uma cama. A
polícia foi avisada, porém quando chegou à
pensão já o corpo não se encontrava no
local. Alguns vizinhos, contudo, relataram
ter visto dois homens carregando uma grande caixa de madeira. A polícia, já ciente
da suspeita que pairava na escola de anatomia do Dr. Knox, para lá se dirigiu, onde
encontrou e identificou o corpo da vítima.
Em 24 de dezembro de 1828 foram presos Hare e sua mulher e Burke com sua
amante. Na impossibilidade de obter uma prova concreta de que se tratava de
assassinato, visto que não havia ferimentos ou sinais de violência no corpo da
vítima, a polícia propôs a Hare que, se ele confessasse, somente Burke seria
julgado pelo assassinato de Mary Docherty.
Hare contou toda a verdade e foi posto em liberdade juntamente com sua
mulher. Burke foi julgado e condenado à forca. Sua amante, Helen Mc Donald, acusada
de cumplicidade, foi absolvida por falta de provas.
Antes de sua morte, Burke confirmou que havia matado, ao todo, 16 pessoas,
porém negou que jamais houvesse violado uma sepultura para roubo de cadáver.
Sua execução, na forca, ocorreu no dia 28 de janeiro de 1829 e foi assistida
por uma multidão de milhares de pessoas, de todas as classes sociais, que se
acotovelavam para ver de perto o criminoso. Fazia parte da sentença que o seu corpo
fosse publicamente dissecado pelo Prof. Alexander Monro tertius, o que foi feito.
Durante a dissecção, em presença de estudantes e de curiosos, houve um
tumulto e a maior parte da pele do criminoso, que já havia sido retirada,
desapareceu. Tempos depois apareceram à venda, livros encadernados com a pele
curtida de Burke. Um de tais livros pode ser visto no museu da Universidade, assim
como o esqueleto de Burke.
Dr. Knox foi apontado como receptador dos corpos das vítimas assassinadas e
levantou-se contra ele a suspeita de que teria conhecimento da procedência dos
cadáveres. Como não se comprovou sua culpabilidade, ele não foi processado, porém
caiu em desgraça perante a opinião pública. O seu curso de anatomia, que chegou a
ter 504 alunos matriculados nos anos de 1827 e 1828, esvaziou-se progressivamente.
Em 1831, sentindo-se constrangido e alvo de desconfiança e de ataques, Knox
deixou o cargo de Conservador do museu e em 1842 mudou-se definitivamente para
Londres, onde viveu os últimos anos de sua vida.
Hare fugiu para Londres, onde terminou seus dias como indigente. Ignora-se o
destino de Margaret Hare e Helen McDouglas.
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Os fatos ocorridos em Edinburgh repercutiram intensamente no Parlamento
britânico, que promulgou, em 1832, o Anatomy Act, segundo o qual passou a ser
permitido o uso de cadáveres não reclamados por familiares para o ensino de
anatomia. Com isto extinguiu-se na Grã Bretanha o mercado negro de cadáveres e a
prática de roubo de corpos nos cemitérios.
Este macabro episódio ficou marcado na história da língua inglesa pela
criação do neologismo burkism e do verbo to burk, com o sentido de sufocar, matar
alguém para venda do cadáver, assassinar sem deixar vestígio.
"Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido,
lembra-te que este corpo nasceu do
amor de duas almas,
cresceu embalado pela fé e pela
esperança daquela que em seu seio o
agasalhou.
Sorriu e sonhou os mesmos sonhos
das crianças e dos jovens.
Por certo amou e foi amado, esperou
e acalentou um amanhã feliz e
sentiu saudades dos outros que
partiram.
Agora jaz na fria lousa, sem que
por ele se tivesse derramado uma
lágrima sequer,
sem que tivesse uma só prece.
Seu nome, só Deus sabe.
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade.
A humanidade que por ele passou indiferente"(Rokitansky, 1876)
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo III - Introdução ao Estudo da Anatomia
1. Conceito de anatomia
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Anatomia é a ciência que estuda,
macro e microscopicamente, a constituição e
o desenvolvimento dos seres organizados. Um
excelente e amplo conceito de anatomia foi
proposto em 1981 pela american association
of anatomists: anatomia é a análise da
estrutura biológica, sua correlação com a
função e com as modulações de estrutura em
resposta a fatores temporais, genéticos e
ambientais. Tem como metas principais a
compreensão dos princípios arquitetônicos
da construção dos organismos vivos, a
descoberta da base estrutural do
funcionamento das várias partes e a
compreensão dos mecanismos formativos
envolvidos no desenvolvimento destas. A
amplitude da anatomia compreende, em termos
temporais, desde o estudo das mudanças a
longo prazo da estrutura, no curso de
evolução, passando pelas das mudanças de
duração intermediária em desenvolvimento,
crescimento e envelhecimento; até as
mudanças de curto prazo, associadas com
fases diferentes de atividade funcional
normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema
biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas
celulares e macromoléculas. A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana =
através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare =
cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia
é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência.
Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da
civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela
manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de
tecnologias inovadoras.
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos:
Anatomia macroscópica
Anatomia microscópica e
Anatomia do desenvolvimento.
A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu,
utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a
Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a
olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios
ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e
Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de
órgãos).
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A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir
do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do
desenvolvimento até o nascimento.
Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a
existência de estudos específicos.
2. Normal e Variação Anatômica
Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é
encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem
prejuízo da função. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa
cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao
nível da axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação. Quando ocorre
prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a anomalia
for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral,
incompatível com a vida, é uma monstruosidade.
3. Nomenclatura
Anatômica
Como toda
ciência, a Anatomia tem
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sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o
organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com o
extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos
trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França,
Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações
diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de
metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos
chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira
tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu
em 1895. Em sucessivos congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas
revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura
Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina Anatomica). Revisões
subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a nomenclatura anatômica
tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja
razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em Congressos
Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente adotada é o latim (por ser
“língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao
designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não
sejam apenas sinais para a memória, mas traga também alguma informação ou descrição
sobre a referida estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos
(nome de pessoas para designar coisas) e os termos indicam: a forma (músculo
trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu trajeto (artéria
circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento
sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m.
levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e
situação). Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram
conservados, porque estão consagrados pelo uso.
4. Posição Anatômica
Para evitar o uso de termos
diferentes nas descrições anatômicas,
considerando-se que a posição pode ser
variável, optou-se por uma posição
padrão, denominada posição de
descrição anatômica (posição
anatômica). Deste modo, os
anatomistas, quando escrevem seus
textos, referem-se ao objeto de
descrição considerando o indivíduo
como se estivesse sempre na posição
padronizada.
Nela o indivíduo está em
posição ereta (em pé, posição
ortostática ou bípede), com a face
voltada para a frente, o olhar
Anatomia Humana A
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dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com
as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés
dirigidas para frente.
5. Divisão do Corpo Humano
O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça
corresponde à extremidade superior do corpo estando unida ao tronco por uma porção
estreitada, o pescoço. O tronco compreende o tórax e o abdome com as respectivas
cavidades torácica e abdominal; a cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na
cavidade pélvica. Dos membros, dois são superiores ou torácicos e dois inferiores
ou pélvicos. Cada membro apresenta uma raiz, pela qual está ligada ao tronco, e uma
parte livre.
6. Planos de Delimitação e Secção do Corpo Humano
CORPO HUMANO
TRONCO PESCOÇO CABEÇA MEMBROS
TÓRAX ABDOME SUPERIORES INFERIORE
S
COXA
PERNA
PÉ
BRAÇO
ANTEBRAÇO
MÃO
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A. Plano Sagital Mediano (ou, simplesmente, mediano): plano vertical que
passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em dois antímeros direito e
esquerdo.
Nota 1: chama-se, genericamente, de planos sagitais aos planos verticais que passam
através do corpo, paralelos ao plano mediano. Qualquer plano paralelo ao plano
mediano é sagital, por definição.
Nota 2: os planos tangentes ao corpo e paralelo aos sagitais são denominados
laterais direito e esquerdo.
B. Plano Frontal Médio: plano vertical, que passa através do corpo em ângulo
reto com o plano mediano, dividindo-o em dois paquímeros ventral e dorsal.
Nota 1: denomina-se planos frontais (ou coronais) à quaisquer planos paralelos ao
frontal mediano e que dividem o corpo em partes anterior (frente) e posterior (de
trás).
Nota 2: os planos tangentes ao corpo e paralelos aos frontais são denominados
ventral (ou anterior) e dorsal (ou posterior).
C. Planos Transversais (transversos): são planos horizontais,
perpendiculares aos planos sagitais e frontais, que dividem o corpo em metâmeros.
Nota 1: Ao plano paralelo aos transversais que tangencia a cabeça denomina-se
cranial ou superior; e ao que tangencia os pés é chamado de inferior ou podálico.
Nota 2: O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano que passa pelo
vértice do cóccix, o plano caudal.
7. Termos de Posição e Direção
A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos
planos de delimitação e secção.
Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial
e lateral conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano
mediano do corpo.
Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior
(ou ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais
próxima ou mais distante do plano anterior.
Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou
cranial) para a mais próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais
distante deste plano.
Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se,
comumente, os termos proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente
mais próxima e mais distante da raiz do membro. Para o tubo digestivo emprega-se os
termos oral e aboral, referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e
mais distante da boca.
Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de
intermédia. Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra
posterior, ou entre uma superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra
distal ou ainda uma oral e outra aboral) é denominada de média.
Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas,
sendo este um conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre
Anatomia Humana A
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mediana, enquanto os outros termos de posição e direção são relativos, pois
baseiam-se na comparação do seu posicionamento.
Anatomia Humana A
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8. Termos De Movimento
Na análise de movimento realizado, a determinação do eixo de movimento
realizado é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de
movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento. Assim,
todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é
perpendicular àquele plano.
MOVIMENTOS ANGULARES
Nestes movimentos há uma diminuição ou aumento do ângulo existente entre o
segmento que se desloca e aquele que permanece fixo.
Flexão e Extensão
Flexão: É a diminuição do ângulo de uma articulação ou aproximação de duas
estrutura ósseas.
Extensão: É o aumento do ângulo de uma articulação ou afastar duas estruturas
ósseas.
Adução e Abdução
São movimentos nos quais o segmento é deslocado, respectivamente, em
direção ao plano mediano (adução) ou em direção oposta, isto é, afastando-se
dele (abdução).
Circundação
Em alguns segmentos do corpo, especialmente nos membros, o movimento
combinatório que inclui adução, extensão, abdução e flexão resulta na
circundação. Neste tipo de movimento, a extremidade distal do segmento descreve
Anatomia Humana A
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um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é representado pela
articulação que se movimenta.
Rotação
É o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal
(vertical). Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a
face anterior do membro gira em direção ao plano mediano do corpo, e uma rotação
lateral, no movimento oposto.
Mão:
Rotação medial do antebraço =
pronação.
Rotação lateral do antebraço =
supinação.
Pé:
Adução + Supinação (rotação
medial) = inversão (do calcâneo)
Abdução + Pronação (rotação lateral) = eversão (do calcâneo)
9. Divisão do
Estudo da Anatomia
Osteologia: parte da anatomia que estuda
os ossos.
Miologia: parte da anatomia que estuda os
músculos.
Sindesmologia ou Artrologia: parte da
anatomia que estuda as articulações.
Angiologia: parte da anatomia que estuda o
coração e os grande vasos.
Anatomia Humana A
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Neuroanatomia: parte da anatomia que estuda o sistema nervoso central e o
periférico.
Estesiologia: parte da anatomia que estuda os órgãos que se destinam à captação
das sensações.
Esplancnologia: parte da anatomia que estuda as vísceras que se agrupam para o
desempenho de uma determinada função como: fonação, digestão, respiração,
reprodução e urinária.
Endocrinologia: parte da anatomia que estuda as glândulas sem ducto, que segregam
hormônios, os quais são drenados diretamente na corrente sanguínea.
Tegumento comum: parte da anatomia que estuda a pele e os seus anexos.
Nos próximos capítulos iremos estudar a Anatomia Humana dividida em sistemas
seguindo a seguinte ordem: Sistema Esquelético, Sistema Articular, Sistema
Muscular, Sistema Nervoso, Sistema Circulatório, Sistema Respiratório, Sistema
Digestório, Sistema Urinário, Sistema Reprodutor, Sistema Endócrino, Sistema
Sensorial e Sistema Tegumentar.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo IV – Sistema Esquelético
1. Considerações Gerais
Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um conjunto de ossos,
cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e
desempenhar várias funções, tais como: proteção (para órgãos como o coração,
pulmões e sistema nervoso central); sustentação e conformação
do corpo; local de armazenamento de cálcio e fósforo (durante
a gravidez a calcificação fetal se faz, em grande parte, pela
reabsorção destes elementos armazenados no organismo
materno); sistema de alavancas que movimentadas pelos
músculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em
parte e, finalmente, local de produção de várias células do
sangue.
O sistema esquelético pode ser dividido porções:
Uma mediana, formando o eixo do corpo, composta pelos
ossos da cabeça, pescoço e tronco,
O esqueleto axial formado pelo trono e cinturas,
O esqueleto apendicular. A união entre estas duas porções
se faz por meio de cinturas: escapular (ou torácica),
constituída pela escápula e clavícula e pélvica constituída
pelos ossos do quadril.
No adulto existem 206 ossos, distribuídos ao longo do corpo. Este número
varia de acordo com a idade (do nascimento a senilidade há uma redução do número de
ossos), fatores individuais e critérios de contagem.
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2. Coluna Vertebral
No tronco destaca-se a coluna vertebral que é uma haste forte e flexível,
didaticamente dividida em duas porções: anterior, constituída pelo ligamento
longitudinal anterior, corpo vertebral, disco intervertebral e ligamento
longitudinal posterior, e outra, posterior, constituída pelo canal vertebral,
ligamento amarelo, articulações inter-apofisárias, ligamentos interespinhais e
supra-espinhais, pedículos, lâminas, processos transversos e espinhosos. A
flexibilidade é sua principal característica, pois as vértebras apresentam
mobilidade entre si. A estabilidade é fornecida por sua estrutura ligamentar e
osteomuscular.
Entre suas funções, temos: proteção da medula espinhal, movimentação e
marcha, manutenção da posição ereta, suporte do peso corporal e ligação de todas as
suas regiões desde a occipital até o sacro.
Os 33 corpos vertebrais constituem os principais pilares da coluna, todos
eles com características próprias, sendo:
• 7 cervicais
• 12 torácicos
• 5 lombares
• 5 sacrais
• 4 coccígeos
As vértebras são conectadas entre si pelas articulações posteriores entre os
corpos vertebrais e os arcos neurais. Elas se articulam de modo a conferir
estabilidade e flexibilidade à coluna, atributos necessários para a mobilidade do
tronco, postura, equilíbrio e suporte de peso, e em seu interior o canal vertebral,
eixo central que contém a medula espinhal.
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3. Classificação dos Ossos
Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por
sua posição topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao esqueleto
axial) e apendiculares (que fazem parte do esqueleto apendicular). Entretanto, a
classificação mais difundida é aquela que leva em consideração a forma dos ossos,
classificando-os segundo a relação entre suas dimensões lineares (comprimento,
largura ou espessura), em ossos longos, curtos, laminares e irregulares.
Osso longo
Seu comprimento é consideravelmente maior que a largura e
a espessura. Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades
ou epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o
canal medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos são os
ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia,
fíbula, falanges.
Osso laminar
Seu comprimento e sua largura são equivalentes,
predominando sobre a espessura. Ossos do crânio, como o parietal,
frontal, occipital e outros como a escápula e o osso do quadril,
são exemplos bem demonstrativos. São também chamados
(impropriamente) de ossos planos.
Osso curto
Apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do
carpo e do tarso são excelentes exemplos.
Osso irregular
Apresenta uma morfologia complexa não encontrando
correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e
osso temporal são exemplos marcantes.
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Osso pneumático
Apresenta uma ou mais
cavidades, de volume variável,
revestidas de mucosa e contendo ar.
Estas cavidades recebem o nome de
sinus ou seio. Os ossos pneumáticos
estão situados no crânio: frontal,
maxilar, temporal, etmóide e esfenóide.
Osso sesamóide
Que se desenvolve na substância de certos tendões ou da
cápsula fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros são
chamados intratendíneos e os segundos periarticulares. A patela é
um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo.
4. Configuração Interna do Osso
A análise do osso por microscopia
revela duas regiões que divergem entre si
pelo número de espaços livres entre as
trabéculas ósseas, denominadas substância
óssea compacta e substância esponjosa.
Embora os elementos constituintes sejam os
mesmo nos dois tipos de substâncias ósseas,
eles dispõem-se diferentemente conforme o
tipo considerado, e, seu aspecto
macroscópico também se difere.
Na substância óssea compacta as
lamínulas de tecido ósseo encontram-se
fortemente unidas umas às outras pelas suas
faces, sem que haja espaço livre interposto.
Por esta razão, esse tipo é mais denso e
rígido.
Na substância óssea esponjosa as
lamínulas ósseas, mais irregulares em forma
e tamanho, se arranja de forma a deixar
entre si espaços ou lacunas que se comunicam
umas com as outras.
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5. Características Gerais Ósseas No vivente e no cadáver o osso se encontra
sempre revestido por delicada membrana conjuntiva,
com exceção das superfícies articulares. Esta
membrana é denominada periósteo e apresenta dois
folhetos: um superficial e outro profundo, este em
contato direto com a superfície óssea. A camada
profunda é chamada osteogênica pelo fato de suas
células se transformarem em células ósseas, que são
incorporadas à superfície do osso, promovendo assim
o seu espessamento.
Os ossos são altamente vascularizados. As
artérias do periósteo penetram no osso, irrigando-o
e distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão, desprovido do seu periósteo o
osso deixa de ser nutrido e morre.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo V - Sistema Articular
1. Definição
Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o
esqueleto. Esta união não tem a finalidade exclusiva de colocar os
ossos em contato, mas também de permitir mobilidade e elasticidade
ao esqueleto. Esta união não se faz da mesma maneira entre todos
os ossos, assim, uma maior ou uma menos possibilidade de movimento
varia de acordo com o tipo de união.
2. Classificação das Junturas
Anatomia Humana A
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As junturas são classificadas em três grandes grupos: fibrosas,
cartilaginosas e sinoviais, cuja definição é feita de acordo com o elemento
estrutural encontrado em cada tipo de juntura.
1. ARTICULAÇÕES FIBROSAS:
São formadas por tecido conjuntivo fibroso e conferem mais elasticidade do
que mobilidade; são encontradas principalmente no crânio. É evidente que a
mobilidade nestas junturas é extremamente reduzida, embora o tecido conjuntivo
interposto confira uma certa elasticidade ao crânio. Dentro das articulações
fibrosas, dois subtipos podem ser listados, a saber: suturas e sindesmoses.
A) Articulações fibrosas suturas: apresentam forma variável e, por isso, podemos
classificá-las em: planas (união linear, retilínea ou aproximadamente retilínea),
escamosas (união em forma de bisel) e serreadas (união em “linha dentada”).
Sutura Plana
Sutura Escamosa
Sutura Serreada
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E interessante
comentar que, na vida
pré e pós-natal, o
tamanho das
articulações que
separam os ossos do
crânio é maior em
alguns pontos pela
presença de maior
quantidade de tecido
conjuntivo fibroso.
Essas regiões são
chamadas de fontanelas
(popularmente
conhecidas por
moleiras) e desaparecem após a ossificação completa do crânio.
B) Articulações fibrosas sindesmoses: apresentam também como tecido interposto
o conjuntivo fibroso, mas não ocorrem entre os ossos do crânio. Na verdade, só
há dois registros desse tipo de juntura: sindesmose tíbio-fibular, isto é, a
que se faz entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula e rádio ulnar
entre as extremidades do rádio e da ulna.
2. ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS:
Apresentam também pouca mobilidade, são constituídas por cartilagem que pode
ser hialina (cartilagem articular que representa a porção do osso que não foi
invadida pela ossificação) ou fibrosa. Se na articulação o elemento encontrado for
cartilagem hialina, ela será classificada como articulação cartilaginosa
sincondrose; se cartilagem fibrosa, articulação cartilaginosa sínfise.
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Sincondrose
Esternais
Cartilaginosa Sínfise
3. ARTICULAÇÕES SINOVIAIS:
Apresentam como elemento
estrutural a sinóvia, um líquido
viscoso que permite a mobilidade da
junção óssea com o mínimo de atrito
entre as extremidades do osso. Essas
extremidades ósseas são formadas por
cartilagem hialina, desprovidas de
suprimento sanguíneo e nervoso, o que
torna lento e difícil a regeneração do
tecido, em caso de lesões.
Além disso, encontramos nesse
tipo de articulação uma cápsula
articular, que envolve a articulação,
e uma cavidade articular onde se
encontra o liquido sinovial. Dessa
forma, a cápsula articular, a cavidade
articular e o líquido sinovial são
características das articulações
sinoviais.
Em várias junturas sinoviais, interpostas às superfícies articulares,
encontram-se formações fibro-cartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares,
de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam
ou seriam destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores.
Meniscos, com sua forma de meia lua são encontrados na articulação do joelho e
disco intra articular nas articulações esternoclavicular e têmporomandibular.
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Os critérios utilizados para classificar as articulações sinoviais são: a
forma das superfícies ósseas que entram em contato e o movimento realizado por
elas, de forma que as articulações sinoviais podem ser classificadas em: plana,
gínglimo, trocóide, condilar, em sela e esferóide.
Plana: As superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas,
permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção.
Exemplo: articulação sacro-ilíaca.
Gínglimo: Denominado também de dobradiça refere-se muito mais ao movimento do
que à forma das superfícies articulares: realizam flexão e extensão. Exemplo:
articulação do cotovelo.
Trocóide: Permite rotação. Exemplo: articulação rádio-ulnar proximal
responsável pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Na pronação
ocorre uma rotação medial do rádio e na supinação, rotação lateral.
Condilar: As superfícies articulares são elípticas. Permitem flexão,
extensão, abdução e adução, mas não permitem a rotação. Exemplo: articulação
rádio-cárpica (ou do punho), articulação têmporomandibular.
Em sela: A superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela,
apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa
segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da
primeira. Permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação (consequentemente
circundação). Exemplo: articulação carpo-metacárpica do polegar.
Esferóide: As superfícies articulares são segmentos de esferas e se encaixam
em receptáculos ocos. Permitem movimentos de flexão, extensão, adução, abdução,
rotação e circundação. Exemplo: articulação do ombro (entre úmero e escápula) e
do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur).
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
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Capítulo VI – Sistema Muscular
1. Conceito
O músculo é a unidade contrátil do ser vivo, que
obedece aos comandos do sistema nervoso central.
São estruturas que movem os segmentos do corpo por
encurtamento da distância que existe entre suas
extremidades fixadas, ou seja, por contração, estes
últimos são os elementos ativos do movimento. Além de
tornar possível o movimento, a musculatura também mantém
unidas – as
A literatura relata que os músculos podem ser classificados em:
Músculos estriado esquelético:
músculos do esqueleto humano.
Músculos estriado cardíaco:
presente no coração.
Músculo liso: presentes em
órgãos viscerais.
O ser vivo é disposto de uma
variedade de músculos que estão
fixados em regiões posterior,
anterior, lateral e medial no corpo
humano.
2. Funções Dos Músculos
Entre ao vários tipos de musculos existentes ao longo de nosso corpo, tanato
os músculos esqueléticos, quanto cardíaco e lisos realizam atividades específicas,
tais como:
Contração
muscular
Locomoção
Sutentação
Proteção
Regulaçao de
temperatura
Respiração
Elasticidade
Flexibilidade
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3. Mecanismo de Contração Muscular
A contração do ventre muscular vai produzir
um trabalho mecânico, em geral representado pelo
deslocamento de um segmento do corpo. Ao contrair-
se o ventre muscular, há um encurtamento do
comprimento do músculo e conseqüente deslocamento
da peça esquelética.
O trabalho realizado por um músculo depende
da potência do músculo e da amplitude de contração
do mesmo. A amplitude de contração depende do
comprimento das fibras musculares. Assim, um
músculo longo tem o mais alto grau de
encurtamento. A potência (ou força) é função do
número de fibras que se contraem e número de
fibras contido em uma secção transversal do
músculo, o que é medido em ângulo reto com o eixo maior dos fascículos musculares e
não com o eixo maior do músculo como um todo.
Desta forma, o que um músculo penado perde em amplitude de contração, ganha
em força.
Como foi anteriormente dito, o trabalho do músculo se manifesta pelo
deslocamento de um (ou mais) osso(s). Os músculos agem sobre os ossos como
potências sobre braços de alavancas. No caso da musculatura cardíaca e dos músculos
lisos, geralmente situadas nas paredes de vísceras ocas ou tubulares, também se
produz um trabalho: a contração da musculatura destes órgãos reduz seu volume ou
seu diâmetro e desta forma vai expelir ou impulsionar seu conteúdo.
A célula muscular obedece a chamada lei do tudo ou nada, ou seja, ou está
completamente contraída ou está totalmente relaxada. Assim, a quantidade de fibras
musculares que vai estar envolvida com o trabalho de um músculo, ao mesmo tempo,
vai depender de quantas unidades motoras ele possua. Denomina-se unidade motora ao
conjunto de fibras de um músculo supridas pelo mesmo neurônio. Desta forma um
músculo com poucas unidades motoras é um músculo de movimentos mais grosseiros,
enquanto aquele que possui muitas unidades motoras é capaz de movimentos de alta
precisão e delicadeza.
Outra forma de classificar os músculos é observando o trabalho que eles
realizam, ou seja, sua função. Assim, quando o músculo executa um movimento, ele é
denominado agonista; quando se opõe ao movimento do agonista, ele é denominado
antagonista; ainda, quando potencializa a ação do agonista, ele é denominado
sinergista.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
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Capítulo VII - Sistema Nervoso
1. Considerações Gerais
O sistema nervoso é dividido em duas partes
principais:
sistema nervoso central, composto de cérebro
e medula espinhal
sistema nervoso periférico, composto de
nervos cranianos e espinhais e seus gânglios
associados.
O sistema nervoso central é composto de grande número de células nervosas e suas
ramificações, mantidas por tecido especializado denominado neuróglia. Neurônio é o
nome dado à célula nervosa e todas as suas
ramificações. As ramificações longas de uma
célula nervosa são denominadas axônios, ou
fibras nervosas.
O interior do sistema nervoso central é
organizado em substância branca e cinzenta.
A substância cinzenta consiste em células
nervosas e das porções proximais; de suas
ramificações, encerradas em neuróglia.
A substância branca consiste em fibras nervosas encerradas em neuróglia.
Na dissecção do sistema nervoso periférico, observa-se que os nervos cranianos e
espinhais são cordões de coloração branco-acinzentada. São constituídos de feixes
de fibras nervosas mantidos por fino tecido areolar.
Existem 12 pares de nervos cranianos que partem do cérebro e passam através
de forâmens do crânio. Existem 31 pares de nervos espinhais que partem da medula
espinhal e passam através de forâmens intervertebrais na coluna vertebral.
2. Funções do Sistema Nervoso
O sistema nervoso é um dos principais órgão do organismo vivo que desempenha as
seguintes funções:
Controlar
Comandar
Executar
Produzir
Conduzir
Direcionar
Ordenar
Liberar
Todos os tipos de comandos para que o seu vivo possa realizar as tarefas com todas
as suas integridades
3. Subdivisões do Sistema Nervoso
Anatomia Humana A
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3.1 Sistema Nervoso Periférico
O sistema nervoso periférico é composto por terminações nervosas, gânglios e
nervos. Estes são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por
tecido conjuntivo e que têm por função levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. As
fibras que levam impulsos ao SNC são chamadas de aferentes ou sensitivas, enquanto
que as que trazem impulsos do SNC são as aferentes ou motoras. Os nervos são
divididos em dois grupos: nervos cranianos e nervos espinhais.
3.2 Sistema Nervoso Autônomo
Tanto o SN somático quanto o SN visceral possuem uma parte aferente e outra
eferente. Denomina-se sistema nervoso autônomo (SNA) a parte eferente do SN
visceral. O SNA por sua vez é dividido em duas partes: o sistema simpático e o
sistema parassimpático. O simpático estimula as atividades que ocorrem em situações
de emergência ou tensão, enquanto o parassimpático é mais ativo nas condições
comuns da vida, estimulando atividades que restauram e conservam a energia
corporal. O simpático tem origens nas regiões torácica e lombar da medula espinhal,
enquanto o parassimpático as tem porções no tronco encefálico e nos segmentos
sacrais da medula espinhal. Ambos possuem fibras pré-ganglionares que fazem
conexões com gânglios (acúmulo de neurônios fora do SNC) e dos quais partem fibras
pós-ganglionares que vão até os órgãos efetuadores; contudo as fibras pré-
ganglionares simpáticas são curtas e as pós-ganglionares são longas, enquanto no
parassimpático ocorre o contrário. Existem várias outras diferenças, como no tipo
dos mediadores químicos, que fogem ao objetivo deste tópico.
Anatomia Humana A
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4. Condução de Informações nos Sistema Nervoso
As informações que são transmitidas pelo sistema nervoso, são chamadas de
impulsos elétricos ou potenciais de ação que trafegam por estruturas chamadas de
nervos ou fibras, que na verdade é um conjunto de axônios unidos para realizar esta
função.
Podendo então classificar este nervos em:
Fibras aferentes: levam todas as informações sensitivas ao sistema nervoso
central.
Fibras efetoras: trazem as informações do sistema nervoso central para a
realização dos movimentos.
5. Estruturas Gerais do Sistema Nervoso
5.1 Meninges
A proteção ao SNC dada
pelo crânio e pela coluna é
acentuada reforçada pela presença
de lâminas de tecido conjuntivo,
as meninges, que são, de fora
para dentro: dura-máter,
aracnóide e pia-máter.
A dura-máter é a mais
espessa delas. No crânio está
associada ao periósteo da face
interna dos ossos, enquanto entre
ela e a coluna vertebral existe um espaço, o espaço extradural (ou epidural). A
pia-máter é a mais fina e está intimamente aplicada ao encéfalo e à medula
espinhal. Entre a dura e a pia-máter está a aracnóide, da qual partem fibras
delicadas que vão a pia-máter, formando uma rede semelhante a uma teia de aranha. A
aracnóide é separada da dura-máter por um espaço virtual, o espaço subdural e da
pia-máter pelo espaço subaracnóideo, real, onde circula o líquido cérebro-espinhal
ou líquor, o qual funciona como absorvente de choques.
O líquido cérebro-espinhal, incolor, é constantemente produzido nos
ventrículos do encéfalo e constantemente deixa o espaço subaracnóideo para entrar
no sistema venoso. Atua na nutrição do SNC e como amortecedor, protegendo o SNC de
movimentos súbitos.
O SNC é heterogêneo quanto à distribuição dos corpos dos neurônios e de seus
prolongamentos. As regiões onde predominam os corpos neuronais são chamadas de
substância cinzenta. Outras regiões contêm, predominantemente, prolongamentos
neuronais (em especial seus axônios). Estes prolongamentos são, muitas vezes,
revestidos por mielina, o que lhes dá coloração mais pálida, daí a denominação de
substância branca.
No cérebro e no cerebelo a estrutura geral é a mesma: uma massa de substância
branca, revestida externamente por uma fina camada de substância cinzenta e tendo
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no centro massas de substância cinzenta constituindo os núcleos (acúmulos de corpos
neuronais dentro do SNC). Na medula, a substância cinzenta forma um eixo central
contínuo envolvido por substância branca, enquanto no tronco encefálico a
substância cinzenta central não é contínua, apresentando-se fragmentada, formando
núcleos.
5.2 Cérebro
O cérebro responde pelas
funções nervosas mais elevadas,
contendo centros para
interpretação de estímulos bem
como centros que iniciam
movimentos musculares. Ele
armazena informações e é
responsável também por processos
psíquicos altamente elaborados,
determinando a inteligência e a
personalidade.
Ele é constituído pelos
hemisférios cerebrais e pelo
diencéfalo. Os hemisférios
cerebrais são duas massas unidas por uma ponte de fibras nervosas, o corpo caloso e
separadas por uma lâmina de dura-máter, a foice do cérebro. Cada hemisfério é
dividido em cinco lobos, quatro dos quais vistos na superfície do cérebro e
correspondendo cada um aos ossos do crânio com que guardam relações, os lobos
frontal, parietal, temporal e occipital. O quinto lobo, a insula, fica coberto por
partes dos lobos temporal, frontal e parietal.
Os hemisférios são formados por uma camada externa de substância cinzenta, o
córtex cerebral - convoluto, formando giros e sulcos - e por uma massa interna de
substância branca, na qual estão enterrados diversos grupos de núcleos, os núcleos
da base, que fazem parte do sistema motor, participando do controle dos movimentos,
facilitando e sustentando os movimentos em curso e inibindo movimentos indesejados.
A cavidade dos hemisférios cerebrais forma os ventrículos laterais e a parte
rostral do terceiro ventrículo
O diencéfalo fica quase totalmente circundado pelos hemisférios cerebrais;
sua cavidade forma a maior parte do terceiro ventrículo. Constituído pelo tálamo,
pelo hipotálamo e pelo epitálamo.
O tálamo é centro de retransmissão de todos os impulsos sensitivos (exceto
olfato) para o córtex cerebral. O hipotálamo é local de regulação de atividades
viscerais (cardiovascular, temperatura corporal, do equilíbrio hidro-eletrolítico,
da atividade gastrintestinal e fome e das funções endócrinas), do sono e da
vigília, da resposta sexual e das emoções. O epitálamo é formado principalmente
pela glândula pineal, implicada no controle dos ritmos circadianos e na regulação
do início da puberdade. É produtora do hormônio melatonina.
Anatomia Humana A
Página 34
5.3 Tronco encefálico e cerebelo
O tronco encefálico apresenta é
formado por substância branca contendo
núcleos no seu interior. Divide-se em
mesencéfalo, ponte e bulbo.
O mesencéfalo é responsável pelos
reflexos visuais e auditivos (colículos
superior e inferior); seus núcleos e os
pedúnculos cerebrais participam do
controle da postura e dos movimentos.
A ponte é centro de retransmissão
de impulsos; contém núcleos de vários
nervos cranianos (III – VII); e
controla o ritmo e força da respiração.
O bulbo é centro de retransmissão de impulsos; contém núcleos de vários
nervos cranianos (VIII-XII); e é centro autônomo visceral (respiração, ritmo
cardíaco, vasoconstrição).
O cerebelo tem estrutura geral parecida com a do cérebro (substância cinzenta
externa e substância branca interna) e atua na coordenação motora e no equilíbrio.
5.4 Medula espinhal Situada no interior do
canal vertebral, se continua
rostralmente com o bulbo. Ela
recebe informações do pescoço,
do tronco e dos membros e os
controla, por meio dos trinta e
um nervos espinhais. A medula
consiste em uma parte central
de substância cinzenta e outra
parte periférica, de substância
branca.
A substância cinzenta tem a forma aproximada da letra H. As projeções
posteriores são os cornos dorsais, os quais tanto contêm neurônios aferentes,
condutores de impulsos sensoriais periféricos, quanto dão origem às vias
ascendentes, condutoras de impulsos sensoriais para o encéfalo. As projeções
anteriores são os cornos ventrais, que contêm os neurônios motores da medula
espinhal. Nas partes torácica e lombar existem projeções laterais, as colunas
laterais, que contêm os neurônios pré-ganglionares simpáticos.
Anatomia Humana A
Página 35
A substância branca contém fibras nervosas de trajeto longitudinal (tratos
ascendentes e tratos descendentes). Os principais tratos ascendentes são:
colunas dorsais (fascículos grácil e cuneiforme): tato discriminativo e
propriocepção
trato espinotalâmico: dor, temperatura, pressão e tato grosseiro
trato espinocerebelar: informação dos receptores musculares e articulares
Os principais tratos descendentes são:
trato corticoespinhal anterior: contêm as fibras nervosas dos neurônios motores
corticais que não cruzaram de lado nas pirâmides do bulbo; termina na medula
torácica. Suas fibras cruzam para o lado oposto pouco antes de fazerem sinapse com
os neurônios motores medulares
tratos corticoespinhal lateral: contêm as fibras nervosas dos neurônios motores
corticais que cruzaram de lado (decussaram) nas pirâmides do bulbo. Mais importante
por ter mais fibras está presente ao longo de toda medula
tratos rubro-espinhal, vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal: origem no tronco
encefálico; participam do controle motor.
6. Tecido Nervoso
O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares: os neurônios
e as células glias.
Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada
para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar
informações.
Anatomia Humana A
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São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras
células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos
neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo
celular, dentritos e axônios.
Corpo celular: é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas
as proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente
variáveis, conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é também, junto com os
dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos.
Dendritos: geralmente são curtos e ramificam-se profusamente, a maneira de galhos
de árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. São os
processos ou projeções que transmitem impulsos para os corpos celulares dos
neurônios ou para os axônios. Em geral os dendritos são não mielinizados. Um
neurônio pode apresentar milhares de dendritos. Portanto, os dendritos são
especializados em receber estímulos.
Axônios: a grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e
fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal. O axônio
apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de
um metro. São os processos que transmitem impulsos que deixam os corpos celulares
dos neurônios, ou dos dendritos. A porção terminal do axônio sofre várias
ramificações para formar de centenas a milhares de terminais axônicos, no interior
dos quais são armazenados os neurotransmissores químicos. Portanto, o axônio é
especializado em gerar e conduzir o potencial de ação.
Tipos de Neurônios:
São três os tipos de neurônios: sensitivo, motor e interneurônio. Um neurônio
sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado
neurônio aferente. Um neurônio motor conduz informação do SNC em direção à
periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. Os neurônios sensitivos e
motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP.
Anatomia Humana A
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Portanto, o sistema nervoso apresenta três funções básicas:
Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio
interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC;
Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada
ou interpretada;
Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em
direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC.
Sinapses:
Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em
contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos
são denominados sinapses. Ou seja, os neurônios comunicam-se uns aos outros nas
sinapses – pontos de contato entre neurônios, no qual encontramos as vesículas
sinápticas, onde estão armazenados os neurotransmissores. A comunicação ocorre por
meio de neurotransmissores – agentes químicos liberados ou secretados por um
neurônio. Os neurotransmissores mais comuns são a acetilcolina e a norepinefrina.
Outros neurotransmissores do SNC incluem a epinefrina, a serotonina, o GABA e as
endorfinas.
Fibras nervosas:
Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presente, seu envoltório de
origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina
(camadas de substâncias de lipídeos e proteína), que funciona como isolamento
elétrico. Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados
fibras nervosas mielínicas. Na ausência de mielina as fibras são denominadas de
fibras nervosas amielínicas. Ambos os tipos ocorrem no sistema nervoso central e no
sistema nervoso periférico, sendo a bainha de mielina formada por células de
Schwann, no periférico e no central por oligodendrócitos. A bainha de mielina
permite uma condução mais rápida do impulso nervoso e, ao longo dos axônios, a
condução é do tipo saltatória, ou seja, o potencial de ação só ocorre em estruturas
chamadas de nódulos de Ranvier.
Células Glias: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem
como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade
neural.
7. Divisão Funcional do Sistema Nervoso
Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso (SN) pode ser dividido em SN
somático e SN visceral. O SN somático é responsável por integrar o indivíduo ao
meio externo, uma vez que inerva estruturas periféricas, enquanto que o SN visceral
regula a atividade das vísceras, de forma a controlar a homeostase, ou seja, a
constância do meio interno.
A parte aferente do SN somático conduz aos centros nervosos impulsos
originados em receptores periféricos, informando a estes centros o que se passa no
ambiente. Por outro lado, a parte eferente do SN somático leva aos músculos
esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando movimentos que levam a um
maior relacionamento ou integração com o meio externo.
Anatomia Humana A
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O SN visceral é muito importante para a integração da atividade das vísceras
no sentido da manutenção da constância do meio interno (homeostase). A parte
aferente conduz impulsos nervosos originados em receptores das vísceras a áreas
específicas do SNC. A parte eferente traz impulsos de certos centros nervosos até
as estruturas viscerais terminando pois em glândulas, músculo liso, músculo
cardíaco.
Por definição, denomina-se SN autônomo apenas a parte eferente (componente
eferente) do SN visceral, que por sua vez divide-se em simpático e parassimpático.
FIGURA 7: DIVISÃO FUNCIONAL DO SN VISCERAL
DIFERENÇAS ENTRE SN SOMÁTICO EFERENTE E SN VISCERAL EFERENTE OU SN AUTÔNOMO
Os sistemas nervosos visceral e o somático apresentam algumas diferenças
anatômicas e funcionais, as quais podem ser listadas: a natureza dos órgãos
inervados (somático inerva músculo estriado esquelético, enquanto visceral inerva
músculo estriado cardíaco, músculo liso ou glândulas), número de neurônios que
inervam o órgão efetor (somático tem um neurônio e visceral tem dois neurônios) –
no SN visceral dois neurônios ligam o SNC ao órgão efetor, sendo que um desses
neurônios tem seu corpo localizado dentro do SNC e o outro fora do SNC.
O neurônio cujo corpo está localizado dentro do SNC é denominado neurônio
pré-glanglionar e o que está localizado fora do SNC, de neurônio pós-glanglionar.
Esse agregado de corpos neuronais fora do SNC recebe o nome de glânglio. Já
no SNC esse mesmo agregado de corpos celulares recebe o nome de núcleo.
Diferentemente, o somático apresenta somente um neurônio que liga o SNC ao órgão
efetor, ou seja, ao músculo esquelético, terminando em uma estrutura chamada de
placa motora. Para fins didáticos, podemos dizer que o SN somático está envolvido
com ações voluntárias, e o visceral com ações involuntárias.
DIFERENÇAS ENTRE SN AUTÔNOMO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
O SN autônomo é dividido em dois ramos, simpático e parassimpático. Esses
dois ramos apresentam diferenças anatômicas, farmacológicas e fisiológicas.
a) DIFERENÇAS ANATÔMICAS:
Posição dos neurônios pré-ganglionares: Como se sabe, os neurônios pré-
glanglionares têm seus corpos localizados dentro do SNC na medula e tronco
encefálico. No tronco encefálico, eles se agrupam formando os núcleos de origem de
alguns nervos cranianos. Na medula eles ocorrem do 1º ao 12º segmentos torácicos
(T1 até T12), nos dois primeiros segmentos lombares (L1 e L2), e nos segmentos S2,
S3 e S4 da medula sacral. No SN simpático os neurônios pré-ganglionares localizam-
se na medula torácica e lombar (entre T1 e L2), sendo chamados de SN simpático
tóraco-lombar. No SN parassimpático eles se localizam no tronco encefálico
(portanto dentro do crânio) e na medula sacral (S2, S3 e S4), sendo chamado de SN
parassimpático crânio-sacral.
Anatomia Humana A
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Posição dos neurônio pós-ganglionares: No SN simpático, os neurônios pós-
glanglionares estão localizados longe das vísceras e próximo da coluna vertebral.
No SN parassimpático os neurônio pós-ganglionares estão localizados próximos ou
dentro das vísceras.
Tamanho das fibras pré e pós-ganglionares: Em conseqüência da posição dos
gânglios, o tamanho das fibras pré e pos ganglionares é diferente nos dois
sistemas. No SN simpático a fibra pré-glanglionar é curta e a pós-glanglionar é
longa. Já no SN parassimpático, temos o contrário: a fibra pré-glanglionar é longa
e a pós-ganglionar, curta.
Histologicamente, as fibras pós-glanglionares são amielínicos e as pré-
glanglionares são mielinizados.
b) DIFERENÇAS FARMACOLÓGICAS:
As diferenças farmacológicas dizem respeito à ação de drogas. Quando
injetamos em um animal certas drogas, como adrenalina e noradrenalina obtemos
efeitos (aumento da PA, da FC e etc) que se assemelham aos obtidos por ação do SN
simpático. Essas drogas que imitam a ação do SN simpático são denominadas
simpaticomiméticas. Existem também drogas como a acetilcolina que imitam as ações
do parassimpático e são chamadas de parassimpaticomiméticas.
A descoberta dos mediadores químicos veio explicar o modo de ação e as
diferenças existentes entre estes dois tipos de drogas. Sabemos hoje que a ação da
fibra nervosa sobre o efetuador (músculo ou glândula) se faz por liberação de um
mediador químico, dos quais os mais importantes são a acetilcolina e a
noradrenalina. As fibras nervosas que liberam acetilcolina são chamadas de
colinérgicas e as que liberam noradrenalina são chamadas de adrenérgicas.
O SN simpático e parassimpático diferem no que se refere à disposição das
fibras adrenérgicas e colinérgicas. As fibras pré-ganglionares tanto simpáticas
como parassimpáticas e as fibras pós-ganglionares parassimpáticas são colinérgicas.
Contudo, a grande maioria das fibras pós-ganglionares do simpático é adrenérgica
(exceto as fibras que inervam as glândulas sudoríparas).
c) DIFERENÇAS FISIOLÓGICAS:
Tanto o simpático quanto o parassimpático atuam juntos, regulando o
funcionamento visceral. É fato que, quase sempre, essa atuação é antagônica entre
esses dois ramos, sendo que em alguns casos eles exercem o mesmo efeito no órgão
efetor.
A maior parte dos órgãos são mistos para o SN autônomo, ou seja, recebem fi-
bras simpáticas e parassimpáticas; entretanto, algumas estruturas apresentam so-
mente um tipo de inervação, ou simpática ou parassimpática, como por exemplo as
glândulas sudoríparas, que são glândulas exócrinas. As glândulas endócrinas não
possuem inervação simpática ou parassimpática, uma vez que o controle de sua
atividade é hormonal. Nessas estruturas, a atuação do SN autônomo se restringe aos
vasos que as nutrem.
O SN autônomo está conectado a algumas áreas do telencéfalo e diencéfalo,
envolvidos com o comportamento emocional, a saber: hipotálamo e sistema limbico.
Este fato explica as alterações do funcionamento visceral frente a distúrbios
emocionais e de emergência. Outra característica é o número de neurônios pós-
Anatomia Humana A
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ganglionares que fazem sinapse com o pré-ganglionar. No simpático, um neurônio pré-
ganglionar pode fazer sinapse com vários neurônios pós-ganglionares, enquanto que o
neurônio pré-glanglionar do parassimpático somente o faz com um único neurônio.
Assim, a ativação do SN autônomo produz uma descarga adrenérgica, levando o
organismo a um estado de alerta por ativar vários sistemas orgânicos.
O SN parassimpático tem ações sempre localizadas a um órgão ou setor do
organismo enquanto as ações do SN simpático tendem a ser difusas atingindo vários
órgãos.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo VIII – Sistema Circulatório
1. Considerações Gerais
O sistema circulatório é dividido em:
sistema circulatório sangüíneo, com as funções de levar
oxigênio e nutrientes aos tecidos e deles trazer seus
produtos, que serão redistribuídos a outros órgãos e tecidos
e seus resíduos, que serão eliminados (ver sistema urinário)
.
sistema circulatório linfático, que transporta para a
circulação sangüínea o excesso de líquido intersticial, bem
como substâncias de grande tamanho, incapazes de passar
diretamente dos tecidos para aquela. Além disto ajuda na
defesa do organismo contra o ataque de microrganismos.
Em síntese o sistema circulatório pode ser dividido
em: sistema sangüíneo composto por artérias, veias, capilares e coração e cujo
fluido é o sangue e em sistema linfático, formado por vasos linfáticos, linfonodos,
tonsilas e órgãos hemopoiéticos e cujo fluido é a linfa.
A principal estrutura do sistema circulatório é o coração, também conhecido
como bomba cardíaca.
2. Circulação Sanguínea
O coração, localizado no mediastino
torácico (porção mediana do tórax,
compreendida entre as cavidades pulmonares é
um órgão muscular oco que funciona como uma
bomba contrátil-propulsora. O tecido
muscular que forma o coração é de tipo
especial, tecido muscular estriado cardíaco,
e constitui sua camada média, o miocárdio.
Este é revestido internamente por endotélio,
o qual é contínuo com a camada íntima dos
vasos que chegam ou saem do coração. Esta camada interna é o endocárdio.
Anatomia Humana A
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Externamente ao miocárdio, há uma serosa revestindo-o, denominada epicárdio. A
cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras: duas à direita, o átrio e o
ventrículo direitos e duas à esquerda, o átrio e o ventrículo esquerdos. O átrio
direito se comunica com o ventrículo direito através do óstio atrioventricular
direito, no qual existe um dispositivo direcionador do fluxo, a valva tricúspide. O
mesmo ocorre à esquerda, através do óstio atrioventricular esquerdo, cujo
dispositivo direcionador de fluxo é a valva mitral. As cavidades direitas são
separadas das esquerdas pelos septos
interatrial e interventricular.
Ao átrio direito, através das
veias cavas inferior e superior
chega o sangue venoso do corpo (com
baixa pressão de O2 e alta pressão
de CO2). Ele passa ao ventrículo
direito através do óstio
atrioventricular direito e deste vai
ao tronco pulmonar e daí, através
das artérias pulmonares direita e
esquerda, dirige-se aos pulmões,
onde ocorrerá a troca gasosa, com
CO2 sendo liberado dos capilares
pulmonares para o meio ambiente e
com O2 sendo absorvido do meio
ambiente para os capilares pulmonares. Estes capilares confluem e,
progressivamente, se formam as veias pulmonares que levam sangue rico em O2 para o
átrio esquerdo. Deste, o sangue passa ao ventrículo esquerdo através do óstio
atrioventricular esquerdo e daí vai para a artéria aorta, que inicia sua
distribuição pelo corpo.
O trajeto ventrículo esquerdo aorta artérias de calibres
progressivamente menores capilares veias de calibres progressivamente maiores
veias cavas superior e inferior átrio direito, é chamado de grande circulação
ou circulação sistêmica.
O trajeto ventrículo direito tronco pulmonar artérias pulmonares direita
e esquerda, com redução progressiva de calibre capilares pulmonares veias
pulmonares com aumento progressivo de calibre átrio esquerdo, é chamado de
pequena circulação ou
circulação pulmonar.
3. Vasos
Sanguíneos Os vasos
sangüíneos são de três
tipos: artérias, veias e
capilares .
Anatomia Humana A
Página 42
As artérias levam o sangue do coração e o distribuem para os vários tecidos do
corpo por meio de seus ramos.
As veias são vasos que levam o sangue de volta para o coração; multas delas
possuem valvas. As veias menores são denominadas vênulas.
Os capilares são vasos microscópicos com a forma de uma rede conectando as
arteríola às vênulas.
3.1. Artérias
São tubos cilindróides, com propriedades elásticas e calibre variado, ou
seja: grande, médio, pequeno e arteríolas (com o menor diâmetro), cujos ramos podem
ser terminais (quando a artéria se ramifica e o tronco principal deixa de existir
após a divisão), colaterais (quando a artéria se ramifica e o tronco de origem
continua a existir) e recorrentes (quando o ramo colateral forma com a artéria
tronco um ângulo obtuso, neste caso o sangue circula em direção posta àquela da
artéria de origem).
As artérias podem ser superficiais ou profundas, sendo que a maioria é
profunda, o que funcionalmente é interessante, uma vez que esses locais oferecem
proteção a elas. As artérias superficiais têm um calibre pequeno, se destinam à
pele, ramificando-se a partir de artérias musculares.
FIGURA 4: ESQUEMA DOS RAMOS DE UMA ARTÉRIA
Fonte: DANGELO,J.G.; FATTINI, CA. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3.
ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
Os critérios mais comuns utilizados para designar as artérias estão
relacionados com: local por onde passam (artéria braquial), órgão irrigado (artéria
renal) e peça óssea mais próxima (artéria femoral).
3.2. Veias
São tubos que apresentam forma variada, dependendo, é claro, do volume de
sangue presente no vaso. Dessa forma, quando as veias estão cheias de sangue
tornam-se cilíndricas, mas quando estão com pouco sangue tornam-se achatadas. Essa
versatilidade na forma dos tubos é fruto da constituição de sua parede; esses vasos
apresentam pouca elastina e mais colágeno, o que confere ao tubo essa
distensibilidade.
Ramo Recorrente
Ramo Terminal Ramo Terminal
Ramo Colateral
Anatomia Humana A
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O diâmetro dos vasos é variável, podendo ser encontrados vasos de grande,
médio e pequeno calibre, além de vênulas (estruturas do sistema venoso com menor
diâmetro). Enquanto as artérias se ramificam, formando outros vasos de menor
calibre, as veias de menor calibre vão se unindo com outras veias, formando vasos
de calibre maior. Essas veias que se confluem são chamadas de tributárias ou
afluentes.
Assim como as artérias, as veias podem ser superficiais e profundas, porém,
pode existir entre essas duas veias uma comunicação, estabelecida por vasos, de-
nominados veias comunicantes. As veias superficiais são subcutâneas, calibrosas e
funcionam como válvula de escape para o sangue venoso de origem muscular durante a
contração. As veias profundas são classificadas em satélites e solitárias; quando
acompanham o trajeto de uma artéria, são veias satélites, quando não acompanham,
são veias solitárias. Numerosas veias comunicam veias superficiais com veias
profundas e são denominadas veias comunicantes.
No corpo, a quantidade de veias é maior que as artérias. Fato justificado
pelo número de veias superficiais, superior ao de artérias, e pela presença de 2
veias acompanhando o trajeto dos vasos arteriais, denominadas veias satélites.
Ainda, as veias podem ser classificadas de acordo com as estruturas que drenam, ou
seja: veias que drenam vísceras ou órgãos são denominadas de veias viscerais,
enquanto as veias que drenam as paredes das vísceras são denominadas veias
parietais.
Outra característica das veias é a presença de válvulas no seu interior,
formadas a partir de uma projeção da membrana interna do vaso (prega membranosa da
camada interna da veia, em forma de bolso), cuja função é orientar o fluxo e
impedir o refluxo de sangue. Entretanto, veias do cérebro, pescoço e algumas veias
do tronco não apresentam válvulas, já que o fluxo sanguíneo nesses territórios é
favorecido pela gravidade. A falência das válvulas provoca estase sanguínea e
dilatação dos vasos, o que é acompanhado por muita dor. Esse quadro clínico é
conhecido por varizes.
FIGURA 5: ESQUEMA DE VÁLVULA VENOSA – TIPO BOLSO
Fonte: DANGELO,J.G.; FATTINI, CA. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3.
ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
O fluxo sanguíneo venoso é contrário ao das artérias, ou seja, em direção ao
coração. Além disso, de modo geral, enquanto as artérias transportam sangue
oxigenado para os tecidos, as veias transportam sangue pobre em oxigênio e rico em
produtos do metabolismo celular para os sítios de excreção (pulmões e rins).
Anatomia Humana A
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O sangue circula nas artérias por diferença de pressão, mas isso não acontece
com o sangue nas veias, onde a pressão é quase nula, o que torna o fluxo sanguíneo
lento. Dessa forma, outros mecanismos são necessários para que o sangue circule, a
saber: válvulas, peristaltismo (movimento das vísceras no tubo digestório),
contração muscular, movimentos respiratórios, pulsação das artérias e compressão da
planta dos pés.
3.3. Capilares Sanguíneos
São as menores estruturas do
sistema circulatório, formadas por
uma única camada de células
endoteliais, interpostas entre as
artérias e veias e com distribuição
universal, exceto em tecidos nos
quais a nutrição se dá por difusão,
como por exemplo, cartilagem
hialina, epiderme, córnea e lente.
Aqui ocorrem as trocas entre o
sangue e os tecidos.
Observação: O acréscimo no
material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo IX – Sistema
Linfático
1. Anatomia do Sistema
Linfático O sistema linfático tem sua origem
embrionária no mesoderma, desenvolvendo-se
junto aos vasos sanguíneos. Durante a vida
intra-uterina, algumas modificações no
desenvolvimento embrionário podem surgir,
constituindo assim, características
Anatomia Humana A
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morfológicas pessoais, que variam entre os indivíduos (Garrido, 2000).
O sistema linfático tem como função imunológica à ativação da resposta
inflamatória e o controle de infecções. Através de sua simbiose com os vasos
sanguíneos, regula o balanço do fluído tissular. Esse delicado balanço é possível
pelo transporte unidirecional de proteínas do tecido para o sistema sanguíneo. Em
conjunção com o trabalho dos vasos, o sistema linfático mantém o equilíbrio entre a
filtração e a reabsorção dos fluídos tissulares (Miller, 1994).
As moléculas de proteínas transportam oxigênio e nutrientes para as células
dos tecidos, onde então removem seus resíduos metabólicos. Várias moléculas de
proteínas que não conseguem ser transportadas pelo sistema venoso são retornadas ao
sistema sangüíneo através do linfático. Conseqüentemente, o líquido linfático se
torna rico em proteínas, mas também transporta células adiposas, e outras
macromoléculas. A circulação normal de proteínas requer um funcionamento adequado
dos vasos linfáticos, caso contrário, os espaços intersticiais podem ficar
congestionados(Miller, 1994).
Capilares linfáticos
A rede linfática tem seu início
nos capilares linfáticos,
formando verdadeiros plexos que
se entrelaçam com os capilares
sanguíneos. Através dos vasos
pré-coletores e coletores, a
linfa prossegue até chegar ao
canal linfático direito e ao
ducto torácico, que desembocam
na junção das veias subclávia e
jugular interna. (Camargo,
2000).
Os capilares linfáticos
possuem um endotélio mais
delgado em relação ao sanguíneo. Suas células endoteliais sobrepõem-se em escamas,
formando microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou
fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando
tracionados (conforme a pressão ou a movimentação dos tecidos), os filamentos
permitem a penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de
proteínas no interior do capilar, iniciando então a formação da linfa. O refluxo
linfático não ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas (Garrido,
2000).
A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os
capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à
rede capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos Nos
capilares linfáticos, os espaços intercelulares são bem mais amplos, possuindo
Anatomia Humana A
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"fendas" entre as células parietais, permitindo que as trocas líquidas entre o
interstício e o capilar linfático se façam com extrema facilidade não só de dentro
para fora, como de fora para dentro do vaso (Duque, 2000).
Vasos pré-coletores
Os vasos pré-coletores possuem uma estrutura bastante semelhante ao capilar
linfático, sendo o endotélio coberto internamente por tecido conjuntivo, onde, em
alguns pontos se prolongam juntamente com as células epiteliais, formando as
válvulas que direcionam o fluxo da linfa. Suas estruturas são fortalecidas por
fibras colágenas, e através de elementos elásticos e musculares, possuem também as
propriedades de alongamento e contratilidade (Camargo, 2000).
Coletores linfáticos:
Os vasos ou coletores linfáticos correm longo percurso sem se anastomosar.
Entretanto, em condições patológicas, as comunicações anastomóticas existem como
vias alternativas de fluxo linfático. O vaso linfático quer superficial ou
profundo, possuem numerosas valvas bivalvulares, sendo os espaços compreendidos
entre cada válvula chamada de linfangion (Garrido, 2000). Esses vasos são de maior
calibre possuindo estrutura semelhante a das grandes veias. Na constituição do vaso
linfático estão as três camadas: íntima, média e adventícia. A túnica íntima é a
mais interna, apresentando um revestimento endotelial e um retículo delicado, com
fibras elásticas dispostas longitudinalmente. Seu lúmem possui projeções internas
formando as várias válvulas. A túnica média envolve a íntima, sendo composta de
três a seis camadas de células de musculatura lisa arranjadas em espiral,
circularmente, com algumas fibras dispostas no sentido longitudinal do vaso. Ela é
responsável pela contratilidade do vaso e conseqüente propulsão da linfa. A túnica
adventícia é a mais externa e espessa, sendo formada por fibras colágenas
longitudinais, entre as quais existem fibras elásticas e feixes de musculatura.
Possui também tecido conjuntivo, terminações nervosas e a vasa vasorum. Os vasos
linfáticos assim constituídos são chamados de coletores linfáticos pré ou pós-
nodais, conforme a sua relação com os linfonodos, sendo os pré-nodais linfáticos
aferentes e, os pós-nodais, eferentes (Camargo, 2000).
Troncos linfáticos
Os troncos linfáticos, ou coletores terminais são vasos de maior calibre que
recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais,
mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos
troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos
jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático
direito (Garrido, 2000).
Linfonodos
O linfonodo consiste em um aglomerado de tecido retículo-endotelial revestido
por uma cápsula de tecido conjuntivo. Desempenha importante papel imunológico,
através da filtração da linfa proveniente dos vasos linfáticos e da produção de
células linfóides e reticulares, que realizam a defesa do organismo através da
fagocitose e da pinocitose. Variam em tamanho, forma e cor. Cada linfonodo
apresenta um hilo que corresponde ao local de emergência, não apenas do vaso
linfático, como da veia linfonodal, que acompanha a artéria e se destina ao
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suprimento sanguíneo para o linfonodo. A conexão entre o sistema linfático e o
venoso é possível através da veia de drenagem do linfonodo. O número de linfonodos
varia entre as regiões e os indivíduos, e seu volume também é variável, ocorrendo
um importante aumento com a idade, em decorrência dos processos patológicos ou
agressões que a área de drenagem tenha sofrido.
Os linfonodos recebem de três a oito vasos linfáticos aferentes, saindo
apenas um vaso linfático eferente. O número de vasos linfáticos, após a conexão com
os linfonodos, diminui sensivelmente, porém seu calibre pouco se modifica, devido
às conexões linfovenosas existentes, por onde ocorre a passagem gradual do fluxo
linfático para o venoso.
Os vasos linfáticos vão em direção à raiz dos membros, formando o grupo de
linfonodos axilares e inguinais. Nas regiões do cotovelo e joelho, algumas vezes,
existem pequenos linfonodos (de 1 a 3). Nos linfocentros, estão os linfonodos de
maior importância, sendo que na região cervical eles se dispõem em cadeias.
2. Fisiologia do Sistema Linfático
As circulações
linfáticas e sanguíneas
estão intimamente
relacionadas. A macro e
a microcirculação de
retorno dos órgãos e/ou
regiões é feita pelos
sistemas venoso e
linfático. As moléculas
pequenas vão, em sua
maioria, diretamente
para o sangue, sendo
conduzidas pelos
capilares sanguíneos, e
as grandes partículas
alcançam a circulação
através do sistema
linfático. Entretanto,
mesmo macromoléculas
passam para o sangue
via capilares venosos,
sendo que o maior
volume do fluxo venoso
faz com que, no total,
o sistema venoso capte
muito mais proteínas
que o sistema linfático. Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o
organismo ao baixar a concentração protéica média dos tecidos e propiciar a pressão
Anatomia Humana A
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tecidual negativa fisiológica que previne a formação do edema e recupera a proteína
extravasada (Duque, 2000).
A captação das macromoléculas protéicas dos interstícios pode também ser
feita por estruturas interligadas ao sistema linfático canalicular e aos pré-
linfaticos, chamadas de sistema para-linfatico, uma vez que fazem o transporte
paralelo e de suplência, ao sistema linfático (Duque, 2000).
A formação e o transporte da linfa podem ser explicados através da hipótese
de Starling sobre o equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e de
reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em elementos
nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial,
desembocam no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao seu
metabolismo e eliminam os produtos de degradação celular. Em seguida, o liquido
intersticial, através das pressões exercidas, retoma a rede de capilares venosos
(Leduc, 2000).
Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo
(Vogelfand, 1996).
Pressão hidrostática (PH): a pressão hidrostática sanguínea (PHs) impulsiona o
fluido através da membrana capilar, em direção ao interstício, sendo sua pressão
aproximadamente de 30 mmHg no capilar arterial e de 15 mmHg no capilar venoso. A
pressão hidrostática intersticial (PHi) é a que tende a movimentar o fluido de
volta para os capilares. É considerada igual a zero, uma vez que nas condições de
normalidade do interstício ela se equilibra em ambos os extremos capilares.
Pressão osmótica: é originada pela presença de moléculas protéicas no sangue e no
fluido intersticial. A pressão osmótica sanguínea (POs) tende a movimentar o fluido
do interstício em direção ao capilar, sendo de aproximadamente 28 mm Hg em ambos os
extremos capilares. A pressão osmótica intersticial (POi) é a força oposta, que
tende a "sugar" fluido dos capilares, sendo de aproximadamente 6 mm Hg nos extremos
dos capilares.
Pressão de filtração (PF): surge da relação entre as pressões hidrostáticas e
osmóticas, sendo no extremo arterial igual à pressão positiva de 8 mm Hg ( PF =
(PHs + POi ) - (PHi + POs) ), produzindo assim a ultrafiltração. No extremo venoso,
corresponde a pressão negativa de 7 mm Hg, produzindo a reabsorção. Assim sendo,
90% do fluido filtrado é reabsorvido, o restante (2 a 4 litros/dia) são absorvidos
pelo sistema linfático.
Pressão tissular: a pressão hidrostática tissular é a pressão exercida sobre o
fluido livre nos canais tissulares. É negativa na maioria dos tecidos. A pressão
tissular total é o resultado da soma vetorial da pressão hidrostática tissular e da
pressão do tecido sólido. Pode ser negativa, quando o interstício abre as junções
endoteliais através dos filamentos de ancoragem, ou positivas, quando os músculos
se contraem, comprimindo os linfáticos iniciais.
Anatomia Humana A
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3. Mecanismo de Formação da Linfa
Ultrafiltração: é o
movimento de saída de H2O,
O2 e nutrientes do interior
do capilar arterial para o
interstício, ocorrendo pela
PH positiva no capilar
arterial e a PH negativa ao
nível do interstício.
Absorção venosa: é o
movimento de entrada de
H2O, CO2, pequenas
moléculas e catabólitos do
interstício para o interior
do capilar venoso,
ocorrendo por difusão, quando a pressão intersticial é maior do que a existente no
capilar venoso
Absorção linfática: é o início da circulação linfática, determinada pela entrada
do líquido intersticial, com proteínas de alto peso molecular e pequenas células,
no interior do capilar linfático inicial, que ocorre quando a pressão é positiva e
os filamentos de proteção abrem as micro-válvulas endoteliais da parede do capilar
linfático . Este começa a ser preenchido pelo líquido intersticial e, quando o
preenchimento chega ao máximo, as microválvulas se fecham, iniciando a propulsão da
linfa através dos pré-coletores e coletores (Camargo, 2000).
Diversas forças conduzem à movimentação da linfa. Primeiramente, ocorre
saída de água e de proteínas dos capilares sanguíneos. O aumento da permeabilidade
do capilar sanguíneo, aumentando o volume e a pressão intersticial, provoca a
formação de mais linfa. Conseqüentemente, a permeabilidade capilar venosa aumenta,
juntamente com o extravasamento de líquido e de proteínas, levando também, ao
aumento da entrada de linfa dentro do capilar linfático. O aumento da temperatura,
assim como a hipotermia, agem no mesmo sentido, aumentando o volume de líquidos
intersticiais e o fluxo da linfa.
No interstício, as grandes moléculas protéicas fracionam-se, adquirindo maior
poder osmótico, atraindo mais líquido para o interstício e potencializando os
mecanismos formadores da linfa.
A compressão do vaso linfático orienta e permite o fluxo da linfa. Agem neste
sistema as compressões externas sobre o tegumento cutâneo, assim como a
movimentação do membro, que desencadeia inúmeras formas de compressão sobre os
capilares e troncos linfáticos. A compressão muscular e a compressão subcutânea
gerada pela movimentação do corpo são, de certa forma, semelhantes ao "coração
periférico" das panturrilhas no mecanismo de refluxo venoso dos membros inferiores,
entretanto, em nível linfático, é mais difuso e é despertado com qualquer movimento
de qualquer parte do corpo.
Anatomia Humana A
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A movimentação da linfa é facilitada pelas forças aspirativas torácicas,
agindo sobre os canais torácicos direito e esquerdos e sobre os troncos linfáticos
do tórax.
Os batimentos arteriais também podem contribuir para conduzir e impulsionar a
linfa ao longo dos troncos linfáticos. Os batimentos das artérias fariam a
compressão do tronco linfático, gerando a movimentação da linfa com o auxílio das
válvulas linfáticas.
Outra força adicional de movimentação da linfa advém dos shunts linfático-
venosos que ocorrem ao nível dos linfonodos.
O sistema muscular é o grande impulsionador da linfa nos membros, pois no
momento da contração muscular, os troncos linfáticos são comprimidos pelos músculos
que os cercam e, graças ao sistema valvular, a movimentação da linfa é enormemente
aumentada.
Em resumo, a formação e a condução da linfa são condicionadas por diversos
sistemas. Um, em nível molecular, é o sistema angiolacunar de líquidos e
eletrólitos. Dentro deste sistema de difusão, e por ele potencializado, insere-se o
sistema de ultrafiltração capilar sanguíneo, ainda no nível microscópio, somam-se
às trocas líquidas, pressóricas e protéicas do plasma dos interstícios e dos
capilares linfáticos. Nos membros, instalam-
se forças ainda mais grosseiras, e
localmente mais intensas, que surgem em
determinadas situações, tais como qualquer
movimentação e compressão tecidual (Duque,
2000).
4. Câncer e Sistema
Linfático
O sistema linfático, além de atuar
como mecanismo regulador primário para absorção de liquido protéico intersticial, é
o principal sistema de defesa do organismo, sendo o responsável pela filtração de
bactérias, eritrócitos, êmbolos tumorais e partículas inanimadas. Células malignas
ou organismos infectantes são removidos em virtude da impossibilidade mecânica das
células tumorais atravessarem os linfonodos intactos ou, então, elas são
fagocitadas, dentro dos linfonodos, pelas células reticulo-endoteliais (Alcadipani,
1996).
As células malignas, após a invasão local do estroma circunjacente, penetram
nos vasos linfáticos e vasculares, podendo crescer nos locais invadidos e
desprender-se na forma de células isoladas ou agregados celulares. O sistema
linfático transporta então estas células, chegando aos gânglios linfáticos, onde
proliferam, passam para os gânglios vizinhos e ingressam na circulação sanguínea.
Durante a invasão das células tumorais, o processo de infiltração e expansão das
células dos tecidos pode trazer, como conseqüência, a penetração dos vasos
linfáticos de pequeno calibre, provocando metástases nos gânglios regionais ou em
outros órgãos (Nicolson, 1993).
Anatomia Humana A
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Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo X – Sistema Respiratório
1. Considerações Gerais
O sistema respiratório
contem os tubos que transportam
o ar do meio externo aos pulmões
e vice-versa e os alvéolos dos
pulmões, onde ocorrem as trocas
gasosas. Respiração é o processo
pelo qual gases são trocados
entre o meio ambiente e as
células do corpo.
2. Nariz
Formado por ossos e
cartilagens, apresenta duas
aberturas, as narinas, que
permitem a entrada do ar.
A cavidade nasal é o espaço
situado posteriormente ao nariz
e é dividida medianamente pelo
septo nasal. As paredes laterais
da cavidade nasal apresentam saliências, as conchas nasais, que aumentam a
superfície de contato entre o ar e a mucosa da cavidade nasal. Esta mucosa filtra,
aquece e umedifica o ar inspirado.
Os seios paranasais são cavidades existentes em alguns ossos do crânio e que se
abrem na cavidade nasal. Seu revestimento é contínuo e idêntico ao da cavidade
nasal. Além de reduzirem o peso do crânio, apresentam as mesmas funções da cavidade
nasal.
3. Faringe
Apresenta três partes: naso, oro e laringo-faringe. Destas três, a nasofaringe é,
exclusivamente, via aérea. A laringo-faringe é somente via digestiva e a oro
faringe é um caminho comum ao ar e aos alimentos. Da orofaringe o ar inspirado vai
para a laringe.
4. Laringe
Anatomia Humana A
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Atua como passagem de ar e ajuda a evitar, através do reflexo da tosse, que
corpos estranhos penetrem na traquéia. Além disto ela contem as pregas vocais
(errônea e popularmente chamadas de cordas vocais), saliências músculo-ligamentares
em sua luz, que produzem os sons básicos da fala, por vibrarem com a passagem do ar
durante a expiração. A movimentação das pregas vocais as leva a maior ou menor
tensão (o que regula se os sons serão mais ou menos agudos) e a uma maior ou menor
aproximação mediana (o que produz sons mais ou menos intensos).
5. Traquéia
Além de servir de passagem de ar também ajuda a aquecê-lo e a umedificá-lo.
Termina dividindo-se em brônquios principais direito e esquerdo.
6. Brônquios
Ramificam progressivamente, formando a árvore bronquial, que leva o ar da
traquéia aos alvéolos pulmonares. Os pulmões são formados pelo conjunto dos
alvéolos, da maior parte da árvore bronquial e de tecidos de sustentação.
7. Fisiologia da
Respiração
A inspiração (entrada do ar) e
a expiração (saída do ar) são
acompanhadas de alterações dos
diâmetros da caixa torácica.
Para que a inspiração ocorra é
necessário que o tórax se expanda,
reduzindo assim a pressão dentro
dele, o que vai permitir a expansão
dos tecidos pulmonares e a sucção do
ar do meio ambiente. Esta expansão do
tórax ocorre no diâmetro crânio-
podálico as custas da contração e
conseqüente abaixamento (em direção
ao abdome) do músculo diafragma,
constituindo o principal movimento inspiratório. Os diâmetros látero-lateral e
ântero-posterior aumentam devido movimentos das costelas.
A expiração, ao contrário da inspiração, que sempre envolve gasto energético,
quando feita de forma tranqüila, o que ocorre habitualmente, é passiva, sem gasto
de energia, pois é feita às custas da energia potencial acumulada nas fibras
elásticas pulmonares, distendidas durante a inspiração (como uma borracha estirada
volta a seu tamanho original sem ser preciso empregar energia).
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Anatomia Humana A
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Capítulo XI – Sistema digestivo
1. Conceito Digestão é o processo de
transformar os alimentos em formas
possíveis de serem absorvidas pelo
organismo. O sistema digestivo, que
realiza esta tarefa, é composto
pelo canal alimentar ou tubo
digestivo e por várias glândulas
anexas.
1. Boca
Adaptada a receber os
alimentos e iniciar o processo de
digestão. Também atua como órgão da
fala e do prazer. As bochechas são
seu limite lateral, enquanto que os lábios a delimitam superior e inferiormente. Os
lábios são muito móveis e possuem grande variedade e quantidade de receptores
sensitivos, utilizados para analisar as características do alimento.
2. Dentes
Vinte, primariamente e trinta e dois, secundariamente atuam cortando o
alimento em pedaços pequenos, aumentando assim a área exposta às ações digestivas.
3. Língua
Basicamente, uma estrutura muscular revestida por mucosa que atua misturando
o alimento com a saliva e encaminhando-o à faringe. A superfície irregular da
língua, além de facilitar a movimentação dos alimentos também apresenta receptores
gustativos.
4. Palato
Forma o teto da cavidade bucal e apresenta
duas partes, o palato duro, ósseo e o palato mole,
muscular. Este se move e ajuda a ocluir a
comunicação com a cavidade nasal durante a
passagem dos alimentos em direção à faringe.
5. Faringe e Esôfago
Atuam, somente, como tubos condutores,
levando o alimento da boca até ao estômago. A
faringe é dividida em nasofaringe, orofaringe e
laringo-faringe. Destas três, a nasofaringe é,
exclusivamente, via aérea. A laringo-faringe é
somente via digestiva e a oro faringe é um caminho comum ao ar e aos alimentos. A
deglutição dos alimentos se inicia com eles sendo misturados com a saliva, na boca,
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e empurrados para a orofaringe. A seguir, reflexos involuntários encaminham o
alimento até ao esôfago, do qual é encaminhado ao estômago.
6. Estômago
Recebe os alimentos, mistura-os com o
suco gástrico, absorve-os (limitadamente) e os
encaminha ao intestino delgado.
7. Intestino delgado
Composto de três partes (duodeno,
jejuno e ílio) mede, no vivo, cerca de 3 a
4 metros de comprimento. Após a morte,
pela perda do tônus muscular, pode atingir
até 7 metros. Ele recebe o bolo alimentar
do estômago, mistura-o com secreções
provenientes do pâncreas, da vesícula
biliar e dele mesmo e completa o processo
de digestão, absorvendo seus produtos e
encaminhando seus resíduos ao intestino grosso.
8. Intestino grosso
Formado pelo ceco, pelos colos
ascendente, transverso, descendente e
sigmóide, pelo reto e pelo canal anal,
recebe os resíduos da digestão vindos do
intestino delgado, reabsorve a água e os
eletrólitos neles contidos e forma e estoca
as fezes. Estas consistem de material não
digerido, água, eletrólitos, secreções
mucosas e bactérias.
9. Glândulas Anexas
9.1 Glândulas salivares
Secretam a saliva, a qual umedece os
alimentos, facilita a mastigação, possibilita a
gustação, inicia a digestão e ajuda a limpar a
Anatomia Humana A
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língua. Existem três pares de glândulas salivares maiores (parótida, submandibular
e sublingual) e um número variável de glândulas salivares menores disseminadas pela
cavidade oral.
9.2 Pâncreas
Estreitamente relacionado com o duodeno,
produz o suco pancreático, Além disto, tem
ações como glândula endócrina, produzindo dois
hormônios, a insulina e o glucagon, que atuam no
metabolismo dos açucares.
9.3 Fígado
É a maior glândula do corpo humano. Além
de produzir diversas substâncias fundamentais
para a vida, ele atua na digestão através da
produção da bile, a qual é armazenada,
concentrada e excretada pela vesícula biliar.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo XII – Sistema Excretor
1. Conceito
Designa-se como sistema excretor qualquer
conjunto de órgãos que, num organismo, é
responsável pela manutenção do meio interno,
regulação do teor de água e sais minerais e
eliminação de resíduos nitrogenados formados
durante o metabolismo celular. No ser humano
podemos considerar como sistemas excretores o
Anatomia Humana A
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sistema urinário (onde é produzida a urina) e a pele (que produz suor através das
glândulas sudoríparas). O sistema respiratório, ao eliminar dióxido de carbono, que
é um dos principais resíduos da respiração celular, é por vezes, também incluído
neste grupo por alguns autores (ainda que, na verdade, não seja responsável pela
produção de uma "excreção" no sentido próprio da palavra).
2. Néfron
Unidade funcional dos rins;
Etapas da atividade renal em cada néfron:
O filtrado glomerular passa para o túbulo contorcido proximal, ocorrendo
transporte activo de sódio de volta para o sangue. Processo este estimulado pelo
hormônio chamado aldosterona (das supra-renais).
Na alça de Henle, há reabsorção de água, e a urina primária torna-se mais
concentrada. Este é o local de maior reabsorção de água.
No túbulo contorcido distal volta a acontecer o transporte activo, com reabsorção
de glicose e aminoácidos. Mas neste local também há reabsorção passiva de água,
estimulada pelo ADH (hormônio antidiurético).
O líquido que chega nos tubos colectores já não contém mais aminoácidos, glicose
ou vitaminas, o seu teor de água é relativamente pequeno, e ele já pode ser
considerado urina.
Substâncias reabsorvidas:
Água, Glicose, Eletrólitos, Aminoácidos, Vitaminas
Substâncias excretadas
Água, Uréia, Ácido Úrico, Amônia, Creatinina, Resíduos metabólicos; Controle
Hormonal da Diurese: ADH
Hormônio Anti-Diurético
Produção na Hipófise (glândula do cérebro que produz e armazena hormônios); -
Atua no Néfron aumentando a reabsorção, e portanto diminuindo a diurese.
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3. Principais Catabólitos
Amônia
Excretada por animais aquáticos, muito solúvel em água e muito tóxica, por isso
deve ser diluída em alto volume de água. Chamados de amoniotélicos.
Uréia
Excretada por animais terrestres não ovíparos (anfíbios e mamíferos), menos
tóxica que a amônia. O que representa uma economia hídrica. Chamados de
ureotélicos.
Ácido úrico
O menos tóxico dos três, e também o menos solúvel em água. Excretado por insetos
e vertebrados ovíparos terrestres (maioria dos répteis e aves). Chamados de
uricotélicos.
4. A Eliminação da Urina
4.1 Ureter
Os néfrons desembocam em dutos
coletores, que se unem para formar
canais cada vez mais grossos. A fusão
dos dutos origina um canal único,
denominado ureter, que deixa o rim em
direção à bexiga urinária.
4.2 Bexiga urinária
A bexiga urinária é uma bolsa de
parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é acumular a urina
produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250 ml)
de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra.
4.3 Uretra
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar
e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se
fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses
anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Anatomia Humana A
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Capítulo XIII - Sistema Genitais
1. Sistema Reprodutor Masculino
1.1 Pênis
Parte do sistema reprodutor
masculino responsável pela copula,
instrumento no qual os espermatozóides
são ejaculados no interior do aparelho
reprodutor feminino. Consiste de corpo
cilíndrico coberto por pele
relativamente frouxa, com a extremidade
expandida, formando a glande. A pele
continua ao redor da glande,
identificada como o prepúcio. O pênis é
formado por três corpos cilíndricos (dois corpos cavernosos e um esponjoso), cada
um dos quais é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo que está coberta de
pele. Têm sua origem no tecido conjuntivo ricamente vascularizado chamado tecido
erétil, e apresenta diversas cavidades esponjosas que se enchem de sangue durante a
estimulação sexual, promovendo o seu enrijecimento e alongamento/ereção. Os dois
corpos cilíndricos dorsais são chamados corpos cavernosos do pênis.
anatomia externa do sistema genital masculino:
1.Testículos;
2.Epidídimo;
3.Corpos
cavernosos;
4.Prepúcio;
5.Membrana;
6.Abertura da
uretra;
7.Glande;
8.Corpo esponjoso;
9.Corpo do pênis;
10.Saco escrotal
(escroto)
Tamanho e crescimento
O crescimento do pênis ocorre assim que o menino adentra a puberdade, fase em
que todas as características sexuais e os órgãos reprodutores começam a se
desenvolver. O crescimento do pênis se dará normalmente até aos 18 anos de idade.
Durante este processo ocorre também o crescimento dos pêlos púbicos. Como regra
geral o pênis de um animal é proporcional ao seu tamanho, mas tal fato varia muito
entre as espécies. O gorila, por exemplo, apesar de seu tamanho ser grande, tem o
pênis menor que o do chimpanzé. Comparativamente o pênis humano é maior em relação
ao seu tamanho do que qualquer outro primata.
1.2 Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto
Camada de pele que envolve e protege os testículo.
Um espermatozóide leva cerca de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se
desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os
testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que
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tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo),
mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3°C abaixo da corporal.
Como a função do escroto é manter os testículos a uma temperatura inferior à
do resto do corpo. O calor excessivo destrói os espermatozóides. Sendo um músculo,
o escroto contrai-se e distende-se, conforme seja necessário aumentar ou reduzir,
respectivamente, temperatura no seu interior. Embora a temperatura ideal varie
conforme a espécie, nos animais de sangue quente parece haver uma maior necessidade
de controle, e daí a necessidade e evolução do escroto, apesar dos riscos por não
oferecer proteção aos testículos.
1.3 Corpo Cavernoso
No interior do pênis existe uma região abaixo da uretra, que pode ficar com
seus vasos sanguíneos muito cheios quando o homem está excitado. O corpo cavernoso
é cheio de vasos que ao se encherem de sangue promovem a ereção.
1.4 Corpo Esponjoso
No interior do pênis existe outra região, envolvendo a uretra que apresenta
espaços vazios, ou seja, cheios de ar, que permitem aos vasos sanguíneos ocuparem
espaços quando o homem fica excitado. Quando o vasos se enchem eles aumentam de
volume precisando se expandir e assim, ocupando mais volume.
1.5 Túbulos seminíferos
São ductos que conduzem o líquido seminal produzido nas glândulas como a
próstata, as vesículas seminais e a glândula de Cowper.
1.6 Bexiga
Órgão do aparelho excretor, a bexiga é ligada ao pênis através da uretra.
Sendo muito ácida em sua composição, compromete a vida dos espermatozóides e por
este motivo antes da ejaculação uma pequena gota de sêmen ou esperma passa pela
uretra para limpar o caminho e tirar a acidez provocada pela urina, que é letal aos
espermatozóides. A uretra é também o canal por onde passa a urina, através do
pênis. Mas quando o esperma está saindo, um músculo perto da bexiga fecha a
passagem da urina. Por isso os dois nunca saem ao mesmo tempo. .
2. Sistema Genital Feminino
O sistema reprodutor feminino é
responsável pela produção de óvulos e
hormônios, pela criação de condições
propícias à fecundação e, quando esta
ocorrer, pela proteção ao desenvolvimento do
embrião. Está constituído basicamente pelos
ovários, trompas de Falópio, útero, vagina.
Anatomia Humana A
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O aparelho reprodutor feminino compõe-se de órgãos genitais externos,
composta pelos pequenos e grandes lábios vaginais e pelo clitóris que em conjunto
formam a vulva. O útero só começa a crescer na puberdade. Os ováriosproduzem os
hormônios femininos e armazenam os óvulos. As trompas de Falópio ligam o útero aos
ovários e estão posicionadas de tal forma que o óvulo, quando expelido do ovário no
momento da ovulação, consegue chegar a elas com facilidade. A anatomia da vagina
permite receber o pênis e serve de canal para o parto do bebê. O hímen é uma
delicada membrana incompleta que protege a entrada da vagina antes da primeira
experiência sexual. Esta é a membrana que se rompe quando a mulher tem a sua
primeira relação sexual. Na maioria das meninas, o hímen não é uma cobertura total,
mas contém perfurações que permitem a passagem de fluxo menstrual.
2.1 Órgãos Genitais Internos
Ovários
Representam as gônadas femininas. Correspondem a duas glândulas mistas com um
formato semelhante ao das amêndoas, medindo aproximadamente 4 cm de comprimento por
2 cm de largura. Localizam seno interior da cavidade abdominal, nos lados direito e
esquerdo do útero.
São responsáveis pela produção
de óvulos e secreção dos hormônios
estrógeno e progesterona. Cada ovário
apresenta duas regiões distintas,
sendo a mais externa denominada de
cortical, e a mais interna denominada
de medular. A região cortical é
coberta pelo epitélio germinativo. Nas
crianças, ele apresenta um aspecto
liso de cores branquiçada. Na mulher
adulta, assume um tom acinzentado com
uma série de cicatrizes que
correspondem às ovulações ocorridas. Após a menopausa, os ovários apresentam
superfície enrugada, devido às inúmeras ovulações ocorridas ao longo da vida
reprodutiva da mulher. No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela
já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários.
Estas células - os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas
denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. Apartir da adolescência, sob
ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os
folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um
folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e
liberando o ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação.
Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou
amarelo que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o
corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena
cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. O gameta feminino liberado na
Anatomia Humana A
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superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas -
as fímbrias.
Tubas uterinas ou ovidutos ou trompas de Falópio
São dois ductos que unem o ovário ao útero. A extremidade livre de cada
trompa, alargada e franjada, situa-se junto a cada um dos ovários. O interior dos
ovidutos é revestido por células ciliadas que suga o óvulo, juntamente com o
líquido presente na cavidade abdominal. No interior da trompa, o óvulo se desloca
até a cavidade uterina, impulsionado pelos batimentos ciliares. As tubas uterinas
ou trompas de Falópio têm por função encaminhar o óvulo em direção ao útero. Elas
são formadas por dois condutos com aproximadamente 12 cm de comprimento,
localizados na cavidade abdominal.
Podemos distinguir três regiões diferentes em cada uma das trompa: a
intramural, a ístmica e a infundibular. A primeira localiza-seno interior da parede
uterina, atravessando-a e abrindo-se no interior do útero, através de um
pequeníssimo orifício. A porção intermediária ou ístmica representa maior parte
datrompa e também a mais estreita. Na extremidade oposta à porção intramural,
encontra-se a porção infundibular que é mais dilatada. Possui is bordas franjeadas
(fímbrias) que ficam em contato com os ovários e são responsáveis pela captura do
óvulo quando ele eclode na superfície dos ovários. É no interior da região
infundibular das trompas que ocorrem o processo de fecundação e a formação do
zigoto, o qual é conduzido ao útero para a nidação.
Útero
É um órgão musculoso e oco, do tamanho aproximadamente igual a uma pêra. Em
uma mulher que nunca engravidou, o útero tem aproximadamente 7,5cm de comprimento
por 5cm de largura. Os arranjos dos músculos da parede uterina permitem grande
expansão do órgão durante a gravidez (o bebê pode atingir mais de 4 kg).
Podemos distinguir três regiões diferentes em cada uma das trompas: a
intramural, a ístmica e a infundibular. A primeira localiza-se no interior da
parede uterina, atravessando-a e abrindo-se no interior do útero, através de um
pequeníssimo orifício.
A porção intermediária ou ístmica representa maior parte da trompa e também a
mais estreita. Na extremidade oposta à porção intramural, encontra-se a porção
infundibular que é mais dilatada. Possui as bordas franjeadas (fímbrias) que ficam
em contato com os ovários e são responsáveis pela captura do óvulo quando ele
eclode na superfície dos ovários. É no interior da região infundibular das trompas
que ocorrem o processo de fecundação e a formação do zigoto, o qual é conduzido ao
útero para a nidação.
O colo do útero é uma zona que une o útero à vagina, através de uma passagem
chamada canal cervical. Por ação de um hormônio, o estrogênio, o colo do útero
durante a ovulação produz um liquido viscoso que favorece a progressão dos
espermatozóides para as trompas de Falópio. O colo do útero tem uma grande
capacidade de dilatação que é regulada a nível hormonal e se manifesta no momento
do parto, pois a criança ao nascer tem de passar através dele. O útero tem uma
forma vagamente triangular, com a ponta virada para baixo, em direção à vagina. Na
Anatomia Humana A
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maioria das mulheres, o corpo do útero está dobrado ligeiramente para frente sobre
a bexiga e de cada lado superior partem as trompas de Falópio. Na extremidade de
cada trompa, prolongamentos em forma de dedo rodeiam cada um dos ovários. O
interior do útero é revestido por um tecido ricamente vascularizado (o endométrio).
A partir da puberdade, todos os meses, o endométrio fica mais espesso e rico em
vasos sanguíneos, como preparação para uma possível gravidez. Deixando de ocorrer
por volta dos 50 anos, com a chegada da menopausa. Se a gravidez não ocorrer,o
endométrio que se desenvolveu é eliminado através da menstruação junto ao sangue.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo XIV - Sistema Endócrino
1. Considerações Gerais
As glândulas
endócrinas, juntamente com o
sistema nervoso, coordenam a
atividade sincronizada entre
os vários sistemas do corpo
humano (digestivo,
circulatório, respiratório).
O sistema endócrino nada mais
é do que um conjunto de
órgãos e estruturas, capazes
de produzir hormônios.
Hormônios: Substancias
químicas produzidas pelas
glândulas endócrinas, ou ate
mesmo por células isoladas, que quando lançadas no sangue, agirão a distancia,
inibindo ou estimulando a função de certos órgãos-alvos. Estes hormônios atuam
sobre estruturas especializadas e especificas na membrana, chamadas de receptores
químicos de membrana.
As principais glândulas endócrinas ou mistas do corpo humano são:
Hipófise ou pituitária.
Tireóide.
Paratireóides.
Supra-renais ou adrenais.
Pâncreas.
2. Principais Glândulas Endócrinas, seus respectivos
hormônios e suas funções.
Hormônio Efeito Principal Estimulante/
Moderador
Anatomia Humana A
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Glândula
Hipotálamo
(hormônios
acumulados e
liberados
pela
neuro-hipofise)
Ocitocina
Contrações musculares
do útero (durante o
parto) e ejeção do
leite nas glândulas
mamárias.
Estímulo nervoso
(SNC) / -.
ADH (Hormônio
antidiurético)
Controla a excreção
de água nos túbulos
renais.
Concentração
osmótica sanguínea
e receptores
nervosos no
hipotálamo.
Adeno –
hipófise (Lobo
anterior da
hipófise)
STH (Hormônio
somatotrófico)
Crescimento corporal
do indivíduo.
Hormônio liberador
no hipotálamo / -.
TSH (Hormônio
tireotrofico)
Estimulante da
tireoide
Hormônio liberador
hipotalâmico /
Hormônios
tireoidianos no
sangue.
ACTH (Hormônio
adrenocorticotrofico)
Estimulante do córtex
das adrenais
Hormônio liberador
hipotalâmico /
Hormônios das
adrenais no sangue.
Prolactina
Estimula produção de
leite nas glândulas
mamárias.
Estímulo nervoso
provocado pela
sucção da mama / -.
FSH (Hormônio
folículo-estimulante)
Na mulher:
Regularidade do ciclo
menstrual.
No homem: produção de
espermatozóide.
Hormônio liberador
hipotalâmico /
Estrogênios no
sangue da mulher.
LH (Hormônio
luteinizante)
Na mulher: estimula
formação do corpo
lúteo.
No homem: estimula a
produção de
testosterona.
Hormônio liberador
hipotalâmico /
Progesterona
(mulher) e
testosterona
(homem) no sangue.
Tireóide T3 (Triiodotironina)
e T4
(Tetraiodotironina ou
tiroxina)
Estimulantes do
metabolismo celular
(consomem iodo na sua
produção).
TSH/ Sistema
nervoso central
bloqueando
liberação de TSH.
Calcitoninca
Dificulta a retirada
de cálcio dos ossos
pelo paratormônio.
Concentração de
Ca++/ Idem.
Paratireóides
Paratormônio
Mantem níveis normais
de cálcio no sangue,
retirando-o dos ossos
e aumentando sua
absorção no
intestino.
Concentração de
Ca++/ Idem.
Córtex das
adrenais Cortisol
(Glicocorticóides)
Controle do
metabolismo de
açúcares a partir de
gorduras e proteínas.
ACTH/ Concentração
de glicose
sanguínea.
Anatomia Humana A
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Androgênios
(Hormônios
masculinos)
Liberação de
hormônios masculinos
e femininos na
circulação.
ACTH/-.
Medula das
adrenais Adrenalina ou
epinefrina
Aumento da pressão
arterial e do ritmo
cardíaco. Aumenta
açúcar no sangue.
Sistema nervoso/-.
Pâncreas
(Glândula mista) Insulina
Baixa glicose
sanguínea e estimula
produção de
glicogênio no fígado.
Concentração de
glicose no
sangue/Idem.
Glucagon Quebra de glicogênio
no fígado.
Concentração de
glicose no
sangue/Idem.
Ovários
(Glândulas
mistas)
Estrogênios
(Hormônios femininos)
Caracteres sexuais
secundários
femininos.
FSH/Concentração de
estrogênios no
sangue.
Progesterona Atuação sobre o
útero. LH/ Concentração de
progesterona no
sangue. Testículos
(Glândulas
mistas)
Testosterona
Caracteres sexuais
secundários
masculinos.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo XV – Sistema Sensorial
1. Introdução
O ser humano possui cindo
órgãos dos sentidos e está em
contato com o meio ambiente
através do tato, olfato,
gustação, visão e audição.
Os órgãos dos sentidos
levam informações do meio para o
sistema nervoso e, dessa forma,
contribuem para a manutenção do
perfeito funcionamento do
organismo
Em cada órgão do sentido
há três elementos nervosos:
Anatomia Humana A
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Receptor externo: recebe a impressão sensitiva na periferia do organismo;
Transmissor: transporta essas impressões através de fibras nervosas;
Receptor interno (cérebro): recebem do transmissor as impressões colhidas e as
transportam em sensações.
Este tipo de sistema é composto por um conjunto de sensores, localizados por
todo o organismo, que detecta todos os tipos de informações gerados no organismo ou
fora dele. Quando a informação é originada no interior do organismo, ela é
interoceptiva; quando originada no meio ambiente, é exteroceptiva. A audição,
olfação, tato, visão e gustação são modalidades sensoriais que nos permitem
explorar o meio em que estamos constituindo, portanto, informação exteroceptiva.
Uma vez detectada a informação, ela precisa ser conduzida até o SNC, onde é
decodificada. Assim, podemos classificar os elementos que formam os sistemas
sensoriais em: receptores sensoriais, que detectam o estímulo; circuitos
sensoriais, por onde os estímulos são transportados até o SNC na forma de sinais
elétricos e os centros superiores de integração, que identificam o sinal.
2. Tato ou Somestesia
A pele, mucosa, músculos, tendões, periósteo e algumas
vísceras apresentam receptores sensitivos na sua superfície,
formando o sistema somestésico. Essa modalidade sensorial é
subdividida em tátil, térmica e dolorosa.
Na sensibilidade tátil, a transdução de sinal é mediada por
receptores mecânicos (mecanorreceptores), cuja estimulação se dá
pela deformação da célula. Funcionalmente, esses receptores são
divididos em mecanorreceptores de adaptação rápida e de adaptação lenta; os
receptores de adaptação rápida respondem no início e no término do estímulo e os
receptores de adaptação lenta respondem durante toda a estimulação; estão
distribuídos pela epiderme (corpúsculos de Meissner e de Merkel, corpúsculos de
Pacini e de Ruffini)
Vale ressaltar que os termorreceptores refletem a temperatura ambiente e não
estão envolvidos com a regulação da temperatura interna do organismo; esta é
detectada por termorreceptores no hipotálamo, e não pêlos cutâneos.
Os receptores para dor, conhecidos como nociceptores estão localizados na
pele e em tecidos
profundos, e sinalizam
um estado de alerta, ou
seja, se algo não está
bem, precisa ser
identificado e
resolvido.
3. Audição
O ouvido externo
atua como receptor das
ondas sonoras, sendo
Anatomia Humana A
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dividido em pavilhão auditivo ou orelha e canal auditivo. Ao contrário de alguns
animais que possuem a capacidade de orientar livremente o pavilhão auditivo para
captar com maior facilidade a fonte sonora, a orelha humana é imóvel.
O pavilhão auditivo é recoberto por uma estrutura cartilaginosa, à exceção do
extremo inferior do lóbulo, que se apresenta carnoso e pendular. O rebordo externo,
ou hélice da orelha, circunda uma segunda dobra interna, ou antélice, a qual, por
sua vez, delimita a concha do canal auditivo. Na concha existem duas saliências,
que constituem o extremo da antélice. O canal auditivo, delimitado por uma
estrutura fibrocartilaginosa, apresenta pêlos e glândulas ceruminosas, que produzem
o cerume ou cera, substância que protege o acesso ao ouvido médio.
Várias cavidades ligadas entre si, que constituem a denominada caixa do
tímpano, formam o ouvido médio. Este encontra-se limitado exteriormente pelo
tímpano, membrana sensível que transmite as vibrações sonoras aos ossos do ouvido.
O primeiro desses ossos, o martelo, está fixado à membrana timpânica, seguido da
bigorna e do estribo, comunicando-se este último com a chamada janela oval, que
marca a transição para o ouvido interno. A vibração desses minúsculos ossos,
fixados à parede da cavidade auditiva por meio de pequenos ligamentos, reduz a
amplitude das ondas sonoras que os atingem, ao mesmo tempo em que amplificam-lhes a
intensidade. Esse sistema é fundamental para que as ondas que se propagam nesse
meio possam passar ao meio líquido do ouvido interno.
A pressão do ar sobre ambos os lados do tímpano deve ser equivalente à
atmosférica para que a transmissão dos sons seja adequada. Esse equilíbrio é
alcançado pela trompa de Eustáquio, canal que comunica o ouvido médio à garganta. O
ar contido na cavidade auditiva é absorvido pela mucosa que a recobre, sendo
substituído pelo que penetra na trompa com a deglutição da saliva.
O ouvido interno, também denominado labirinto, devido a sua complexidade
estrutural, consta basicamente de um conjunto de cavidades situadas na região
mastóidea do osso temporal do crânio, as quais se encontram cheias de um líquido
denominado perilinfa; e de um grupo de membranas internas, em cujo interior flui a
chamada endolinfa. Assim, estabelece-se uma diferença entre o labirinto ósseo e o
membranoso. A estrutura óssea é formada por três cavidades: o vestíbulo, em contato
com o ouvido médio por meio da janela oval; a cóclea ou caracol, orgânulo disposto
em espiral em torno de um eixo cônico; e os três canais semicirculares, ligados ao
vestíbulo por cinco aberturas.
Aos orgânulos ósseos correspondem várias partes membranosas do labirinto.
Assim, ao vestíbulo correspondem dois divertículos membranosos, o utrículo e o
sáculo, enquanto os canais semicirculares apresentam os condutos homônimos como
equivalente membranoso. É nessas minúsculas estruturas que se localizam as células
responsáveis pelo equilíbrio, as quais contêm os chamados estatolitos e otólitos,
corpúsculos reguladores dessa função.
Na cóclea óssea está situado o canal coclear, sede do órgão de Corti. Este é
o sistema terminal acústico e compreende os bastonetes de Corti, as células
auditivas e seus correspondentes elementos de apoio. Em seu interior realiza-se a
transformação das vibrações sonoras em impulsos nervosos que, transmitidos ao nervo
acústico, passam ao cérebro.
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4. Gustação
Os receptores gustativos estão agrupados em
papilas gustativas e podem ser encontrados não somente
na língua, mas na faringe, epiglote e porção superior do
esôfago. Eles são capazes de identificar o doce,
salgado, azedo e amargo. O azedo e o amargo normalmente
estão relacionados com substâncias nocivas, por isso
produzem sensações desagradáveis. As papilas gustativas
detectam o azedo pela acidez dos alimentos; o íon
hidrogênio bloqueia os canais de potássio da célula
gustativa, que, em paralelo à entrada de sódio e cálcio,
gera um potencial de ação.
As informações gustativas são transmitidas até o núcleo gustatório do núcleo
do trato solitário (NTS) pêlos nervos facial e glossofaríngeo, sendo que o vago
também transmite as sensações gustativas da epiglote e porção superior do esôfago.
5. Olfato
Os dendritos dos neurônios olfativos
se projetam para a superfície epitelial da
cavidade nasal, expressando vários cílios
na sua superfície. Nesses cílios são
encontrados receptores, denominados
receptores odoríferos, especializados em
detectar o odor. A interação entre a
molécula odorífera e seu receptor induz a
geração de segundos mensageiros que
aumentam a condutância da membrana do
neurônio ao sódio e ao cálcio, disparando um potencial de ação que trafega até o
córtex olfativo.
6. Visão
A visão é um dos sentidos que não nos permite somente detectar a luz e as
imagens, mas também nos permite interpretá-las, ou seja, vê-la. Por este motivo no
sentido da palavra visão, requer a intercessão de zonas especiais do cérebro, que é
chamado de córtex visual, essas zonas analisam e resumem as informações recolhidas
como as formas, as cores, as texturas, etc.
No interior do olho está a
Retina, que é composta de cones e
bastonetes, onde se da os primeiros
passos do processo perceptivo.
As principais partes do olho humano
são:
-A córnea: É a face do olho, é
transparente e esférica.
Anatomia Humana A
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-O cristalino: Tem a função de uma lente, pois é capaz de focalizar a luz que chega
ao olho, formando a imagem na retina. A convergência do cristalino correta faz com
que a imagem de um objeto fique bem clara e bem definida.
-A íris: é a parte colorida do olho, nela encontra-se a Pupila, que administra a
quantidade de luz que entra no olho. Quando a Pupila é exposta a um local muito
iluminado, ela diminui, este processo é chamado de miose, e quando está em um lugar
mais escuro a Pupila aumenta processo denominado midríase.
-A retina: Parte do olho, onde é formada a imagem, ou seja, a retina capta as
imagens e interpreta para o cérebro. É formado por duas células o cones e
bastonetes.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
Capítulo XVI – Sistema Tegumentar
1. Introdução
Dentro desse
tópico são
abordados pele e
seus anexos. A pele
é formada por duas
camadas, uma mais
superficial e outra
adjacente a ela,
denominadas
epiderme e derme,
respectivamente. É
muito distensível,
característica
assegurada pela
presença de fibras
colágenas elásticas
presentes na derme.
A derme é altamente vascularizada e apresenta elevações que se projetam para a
epiderme, conhecidas como papilas dérmicas; estas formam cristas que são separadas
por sulcos, visíveis somente na polpa dos dedos, constituindo as impressões digi-
tais. A derme repousa sobre uma tela subcutânea, rica em tecido adiposo, cuja
quantidade de gordura varia nas diferentes partes do corpo. No entanto, essa tela
de gordura está ausente nas pálpebras e no prepúcio. O tecido subcutâneo é
importante para impedir a perda de calor e fornecer material nutritivo.
Na pele são encontradas glândulas cujo produto de secreção é liberado na
superfície da pele. Essas glândulas são as sudoríparas e sebáceas.
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As glândulas sudoríparas estão localizadas na derme e tecido subcutâneo; seu
dueto se abre na pele por meio de um poro, permitindo a saída do suor; a palma das
mãos e a planta dos pés são locais que mais expressam essas glândulas.
As glândulas sebáceas estão localizadas na derme e o seu dueto se abre nos
folículos pilosos, o que é importante para a pele e para o pêlo, já que o produto
de secreção dessas glândulas serve para lubrificar o pêlo e a pele. O pigmento
responsável em dar cor à pele é a melanina, sendo que quanto maior for à quantidade
de melanina na pele, mais escura ela é.
2. Funções da Pele
O tegumento comum compreende a pele e seus anexos, que desempenham várias
funções, tais como:
Recobrir a superfície do corpo como um envoltório protetor;
Participar do equilíbrio térmico através da sua rede de capilares e da excreção de
suor;
Proteger o organismo contra as agressões térmicas e a penetração de
microrganismos;
Sintetizam a vitamina D pela utilização dos raios ultravioleta do sol;
Ser responsável pela sensibilidade superficial do corpo através das terminações
nervosas para o tato, a temperatura e a pressão;
Eliminar substâncias tóxicas e residuais através do suor e do sebo;
Armazenar gordura e outros componentes do metabolismo.
3. Anexos da Pele
O pêlo, as unhas e a mama são considerados anexos da pele. Os pêlos
apresentam uma haste e uma raiz; esta se aloja em um tubo conhecido como folículo
piloso.
As unhas são formadas por um processo de proliferação e diferenciação de
células epiteliais; estas células se queratinizam para formar a unha. Assim como os
pêlos, as unhas apresentam um corpo e uma raiz. O corpo fica exposto, enquanto a
raiz é coberta por um prolongamento de uma das camadas da epiderme, a córnea.
As mamas são formadas por glândulas cutâneas que se especializam na produção
do leite, situadas ventralmente a músculos da região peitoral, entre as camadas
superficiais e profundas da tela subcutânea. A mama é constituída por 3 elementos:
parênquima, estroma e pele. O parênquima é o tecido funcional, formado pelas
glândulas; o estroma é o tecido conjuntivo que envolve o tecido funcional e a pele
cobre toda superfície externa da mama. As glândulas mamárias liberam seu produto em
duetos que se confluem formando duetos maiores; estes desembocam na papila mamaria.
A papila mamaria é uma projeção da mama, circundada por uma área hiperpigmentada, a
aréola mamária. Durante a gravidez o volume das mamas aumenta por ação hormonal.
Observação: O acréscimo no material didático ficará a
critério do professor.
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Capítulo XVII - Referência Bibliográficas
Anatomia - 2ª Ed. Autor: Richard S. Snell Editora: Medsi Editora Médica e
Científica Ltda Publicação: 1984
AMABIS & MARTHO. Biologia dos organismos. Volume 2. São Paulo, Editora Moderna,
1995.
AMABIS & MARTHO. Fundamentos da Biologia Moderna. Volume único. São Paulo, Ed.
Moderna.
AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São
Paulo, Ed. Moderna, 1997.
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