almeida garrett sobre frei luís de sousa
Post on 25-Feb-2018
221 Views
Preview:
TRANSCRIPT
-
7/25/2019 Almeida Garrett sobre Frei Lus de Sousa
1/8
Didacti;::a -
Editora, 1979,
Editora. 1981.
Editora,
1981.
(de cola-
didactica),
LMEID GARRETT
PRE!
LUIS
DE SOUSA
R e a l i l a ~ a o didilclica de
LUis
M RO DE OUVEIR
C O M SINTESES
CRI T I C S
N LISE L I T E R A R I :
PL NO D E ESTU Q
FICH
D E LEITUR
PORTO ED TOAA
-
7/25/2019 Almeida Garrett sobre Frei Lus de Sousa
2/8
S{NT S
D
PEC A
v
Frei Lu(s de Sousa
drama, ou tragedia!
-
Exponha
a
sua
opinii'io
num pequeno
estudosintese,
procurando
condensar,
na
e x p 6 s i ~ a o que
fizer, as linhas axiais da
narrativa de Garrett
-
como
a
dou
trina por ele
exposta
na Memoria ao Conservatorio Real
a
seguir transcrita:
Obs.:
Como
textos
de apoio, deve considerar quer outro drama romantico
que,
porventura, tenha lido, quer
0 estudo que fez da Tragedia
Castro))
de Antonio Ferreira.
MEMORI O CONSERV TORIO REALe
Senhores:
Um estrangeiro fez, ha pouco tempo, um romance da aventurosa vida de Frei Luis
de Sousa. Ha muito .enfeite de maravilhoso neste /ivro, que nao sei se a'grada aos estranhos;
a
mim,
que sou natural, pareceume empanar a singela beleza de tao interessante hist6ria.
Exp'onho um sentimento meu; nao tive a minima ideia de censurar,
nem
sequer de julgar
a obra a que me refiro, escrita
em
franc s,.omo todos sabeis, pelo nosso cons6cio
0
,Sr. Fer
nando Denis:
E singular condiriIo dos mai s belos e dos mai s belos caracteres que omam os
fastos portugueses, serem tantos
ddes,
quase todos des de uma extrema e estreme simplici.
dade. As figuras, as grupos, as situap'ies da nossa hist6ria
-
ou da nossa tradifiiIo-
que para aqui tanto vale parecem mais talhados parase moldarem e vazarem
na
sale
nidade severa e qu'ase estatudria da tragidia antiga, o que para se pil:ltarem nos q ~ ~ d r o ~
lalLJ. lll Jl;; SH'S talvez, porem menos profundamente impressivos, o drama novo
-
au para
se entrela9arem nos arabescos modemo romance,
1nes de Castro, par exemplo, com a ser 0 mais belo, Ii tambem a mais simples assunto
que ainda trataram poetas. E par isso, todos ficaram atras de eamoes, porque todos, menos
ele,
0
quiseram enfeitar julgando darlhes mais interesse.
Ha
hist6ria de
Frei
Luis de Sousa -
~ o m o
a tradi9aO a legou
it
poesia, e d ~ s p r e z a d o s
para este efeitoos embargos da critica
modema
- a qual,
ainda
assim,
t a o s o m ~ t e
alegou
mas nao provou - nessa hist6ria, digo,
hd
toda a simplicidade.deuma fabula trdgica
antig ;l.>
Casta e set/era como as de Esquilq, apaixonada como as de Euripides, energica e natural
como as de S6foc!es, tem, demais do que essoutras, aquela un9ao e delicada sensib,ilidade
que 0 espirito o Cristianismo derrama por toda da, molhando de ldgrimas contritas'o que
seriam desesperadas ansias num pagao, acendendo ate nas tHtimas trevas da morte, a vela
da esperanl'a que se nM apaga com a vida.
( )
Fol Ilda esta Mem6ria em
c o n f e r ~ n c i
do Conservatorlo Real de Lisboa em 6 de
Maio
de
1843, Nota
de
Garret!.
: TEM S P R
CO
2 2
http:///reader/full/simplicidade.dehttp:///reader/full/simplicidade.de -
7/25/2019 Almeida Garrett sobre Frei Lus de Sousa
3/8
condensar,
como
a dou-
a seguir transcrita:
drama romantico
Tragedia Castro
de, Frei LUIs
agrada aos 'estranhos;
nem sequer de julgar
0
Sr.
Fer-
os
110ssa
tradi
energica e natura
,delicada sensibJlidade
a vela
de Lisboa
em
6 de
TEM S
P R
SUGESTOES
,PARA UMA DIRECC;AO DE LEITURA
A
catcistrofe
e
um
dutAo
etremendo
suiCdio;
mas
nilo se
obm
pelo punhal
11
pelo
veneno: foram duas mortal has que cairam sobre dais cadciveres vivos: jazem em paz no
mosteiro, 0 sino dobra por des; morreram para 0 mundo, mas vila esperar ao pi da Cruz
que Deus 0 ; chame quando for a sua hora.
A desesperada resigna,ilo de Prometeu cravado de cravos
no
Cciucaso, rodeado de
curiosidades e compaixoes, e com 0 abutre a espicas:ar.lhe no figado, nao e mais sublime.
Os'remorsos de,
Edipo
nao sao para comparar aos esquisitos tormentos
de coras:ao
e de espi.
rito que aqui padece 0 cavalheiro pundonoroso, 0 amante delicado, 0 pai estremecido, 0
cristao sillcero e temente do seu Deus.
Os
terrores de' locasta fazem arripiar as carnes,
mas
silo mais asquerosos do que sublimes; a dar, a vergonha, 05 sustos de Madalena de Vilhena
revoluem mais profundamente
no
corar;ao todas as piedades, sem 0 paralisar de repente com
compressao
de
horror qlle excede as
forr;as do
sentimento humano.
A belafigura
de
Manuel
de Sousa Coutinho, ao pi da antiga e resignada forma de
D
Madalena, amparando
em
seus bras:os
entrela
-
7/25/2019 Almeida Garrett sobre Frei Lus de Sousa
4/8
SfNTESE DA
PE(,A
Porque a minha,
se
na forma desmerece da categoria, pela indole hd-de ficar pertencendo
sempre go antigo genera
tragico_
Nao 0 digo par me da; ap auso, nem para obter favor tiio-pouco; senao parque 0 facto
e
esse, e
para que
os
menos re{ ectidos me
niio
julguem
sabre
dados falsos e que eu nao tomei
para assentar 0 problema queprocurava. resolver.
"Niio sei
se 0
fi ; a dificuldade era extrema pela extrema simplicidade
dos
meios que
adoptei. Nenhuma
aC9aO
mais dramatiea, mais tragica
do
que esta; mas
as
situa,oes silo
poucilS: estehder estas de inven9ao era adelga9ar a
forr;a
daque/a, quebrar-lhe a energia.
Ein
'um quadro grande, vasto - as figuraspoucas, as atitudes simples, i que
se
abram as
grandes milagresde arte pela correc,ao
no
desenho, pela 'verdade das cores, pela sabia dis
tribuir;ilo b ~ z .
Mas ou
se
ha-de {azer um prodigio ou uma sensaboria. Eu sei a que empresa de
[caro
me arrojei, e nem tenho mares a que dar nome
com
a minha queda: elas
sao
tantas ja
Nem amores, nem aventuras, nem paixoes, nem caracteres violentos de nenhum genero.
om
uma'acr;iio que
se
passa entre pai, mae e filha,
um
frade,
um
escudeiro velho, e um
peregrino
q U ~ -
apenas entra em duas au
tres
cenas tudo gente honesta
e
temente a Deus
sem um mau para contraste, sem um tirano que
se
mate ou mate alguem, pelo menos
no ultimo acto, como e r ~ as tragedias. da ;tes - sem uma danr;a macabra de assassinios.
de
adultbios e
de
incestos, tripudiada ao am das blasfimias e das maldir;oes, como hoje
se
quer fazer 0 drama - eu quis ver
se
era passive excitar fortemente a terror e a piedade
ao. cadaver das nossas plateias, gastas e caqwicticas
pdo usa continuo de estimulantes vio
lentos, galvanizd-lo com
s6
estes dais meta
is
de lei.
Repito sinceramente que nilo sei
se 0
consegui; sei, tenho i certa que aqUele que a
alcanr;ar,
esse
achou a tragedia nova, e
calr;ou
justa
no pi
a
coturno
das na,oes modernas;
esse
nao aceite das turbas
0 T P C l : y o ~
consagrado,
0
bode votivo; nao subiu ao carro
de
Thespis,
nao besuntou a cara com borras
de
vinho para Fater visagens ao povo,
esse
atire a sua obra
as d i s p u t a ~ o e s das escolas e das parciaiidades do mundo e rec61ha-se a descansar no setimo
dia
de
seus t;abalhos, ,porque tem criado
0
teatro da sua epoca.
Mas
se
a engenho do homem tem bastante de
d i v i n ~
para ser capaz
de
tamanha criar;ao,
o poder de. nenhum homem s6 nao vira a cabo dela nunca. Eu julgarei ter
fa
feito muito
se,
direc(amente' por' algum ponto com que' acertasse, indirectamente pelos muitos em que
errei, coneorrer para a adiantamento da grande obra que trabalha e fatiga as entranhas da
sociedade que a.concebeu, e a
ql'-em
peja com afrontamentos
e
nojos, porque ainda agora
se
esta a formar em principio,
de
embriilo.
Nem paw;a que estoudando grandes palavras a pequenas coisas: Q drama i a expressao
literaria mais verdadeira do
~ s w d o
da' s ~ c i e d a d e : a sociedade de hoje; ainda se niio sabe 0
que e: 0 drama ainda
se
nao sabe 0 que,
e:
a.literatura actual i a
palcLVra,
o verbo, ainda
balbuciante, de uma sociedade tndefinida,e cOlitudo ja injlui
sabre
ita; Ii como ,disse, a sua
expressao, mas rejlecte
.a modificar; ospensamentos que a produZirdm_
TEM S P R
2 4
-
7/25/2019 Almeida Garrett sobre Frei Lus de Sousa
5/8
0 facto
nO:o
tomei
meia9-
que
silo
a
eT)ergia.
abram os
sdbia
dis.
jd!
genero.
um
menos
. :..
1e q)' {
c r i a ~ a : o
muito,
da
agora
se
0
ainda
a sua
P R
SUGESTOES
PARA
UMA DIRECC AO
E
LEITURA
Para ensaiar estas
lilinhas
teorias
de
arte, que
se
reduzem
a
/)intar
do
viv'l, desenhar
do nu, e a nilo buscar ' I ) o e s i g ~ n e n h t m a nem de i n v e n ~ i l o nem de estilo fOea'da verdade e
do
natural, escolhi
este
assunto, pOl'que
em
,mas mesmas dificuldades, estavam as condifoes
de sua maior propriedade,
Hd muitos anos, discorrendo
"m
Verilo pela deliciosa
be
ira-mar da provincia
do Minho,
flti dar com um
teatroambulante de
aetores caste!hanos fazendo suasrecitas lHtma tenda
de
lona
no
areal da Povoa de
Varzim
alem
de
Vila
do Conde,
Era tempo
de
banhos,
havia feira e concorrencia grande; fomos
a
noite ao teatro: davam a
Co
media
fam'osa
nilo
sei
de
quem, mas assunto era este mesmo
de Frei Luis
de
Sousa. Lcrnbra"l1e
que
ri m ~ ; i t o
de wn homem que nadava em certas ondas de pape!ilo, enquantb num altinho, ,mais baixo
que
0
cotovelo dos aetotes, ardia
wn
palaciozinllO tambern [)apelilo." era
0 de
l\1anHel
de Sousa CoutinllO em Almada!
Fosse de
mim,
dos actores ou da
/)ep,
a c ~ o
nilo
me I,areceu nada
do
que hoje a
acho,
grande, bela, sublime
de
trdgica majestade,
Nilo
se
ob!iterarn focilmente .em'
mim
in;pressiies que
me
entalhem,
/lor
mais
de lew
que seja, nas fibras d o c o . r a ~ a o :
e'ds
que ali
reecbi estavam inteiramente apagadas
-
7/25/2019 Almeida Garrett sobre Frei Lus de Sousa
6/8
S{NT S D PE< A
Nem 0
drama, nem
0
romance,
nem
a epopeia sao possiveis,
se os
quiserem fazer com
a
Arte de verificar as datas na
mao.
Esta quase apologia seria ridicula, Senhores,
se
0 meu trabalho nao tivesse
de
apa
recer senao diante
de
v6s, que por
intvi ao
deveis
de
saber,
e
por tantos documentos tendes
m;strado que sabeis, quais
e
quao largas sao,
e
como limitadas, as leis da liberdade poetica,
que certamente naq deve
ser
opressora, mas tambem nao pode
ser
escrava da verdade his
t6rica. Desculpai-me apontar aqui esta doutrina, nao lara v6s que a professais, mas para
algum escrupuloso mal advertido que me pudesse condenar por in frac,ao de leis a que nao
estou obrigado porque nao as aceitei.
E t,?dgY.ia cuido
que, fora
dos
algarismos ,das datas, irreconciliaveis com 0 trabalho
de
imagina,do, pouco havera,
n o
mais, que ou nao seja puramente hist6rico, isto e referido
como tal pelos historiadores e bi6grafos, ou i m p l i c i t a ~ e n t e contido, possivel, e verosimil de
se
conter
no
que
eles
referem.
Ofere o
esta obra ao Conservat6rio Real
de
Usboa, porque honro
e
venero
os
emi
nentes 1 teratos,
e os
nobres caracteres civicos que ele
rcine em
seu seio,
e
para testemunho
sincero tambem da muita confian,a que tenho
numa
institui,ao que tao util tem sido
e
ha-de
ser a nossa literatura renascente, que iem e t i m ~ l a d o com premios, animado com exemplos,
. dirigido com sabios conselhos a cultura de um genero que
e
nao me canso de
0
repetir, a mais
verdadeira expressao literaria
e
artistica da civiliza,ao do seculo,
e
reciprocamente exerce
sobre
ela mais poderosa influencia.
Eu
tive sempre
na
minha
alma e ~ t e
pensamento, ainda antes - perdoai-me
a
inocente
vaidade,
se
vaidade isto chega a
ser
- ainda antes
de
ele
p ~ r e c e r
formulado
em
tao
ele-
gantes frases por esses escritores que alumiam
e
caracterizam a epoca,
os
Vitor Hugos,
os
Dumas,
os
Scribes.
0
estudo
do
homem e 0 estudo deste seculo, a sua anatomia
e
fisiologia
moral as. ciencias mais buscadas pelas nossas necessidades actuais. Coligir
os
factos
do
homem, emprego para 0 sabio; compara-los, achar a
lei de
suas series, ocupa,ao para 0
fi16sofo,
0
politico; revesti-los das formas mais populares e derramar assim pelas na,Des um
ensino facil,
uma
iristru,ao intelectual
e
moral que, sem aparato
de
sermao ou prelec,ao,
surpreenda
os
animos
e
os
cora,
Des
da multidao,
no
meio dos seus pr6prios
passatempos-
a missao
do
literato,
do
poeta. Eis aqui porque esta epoca literaria
e
a epoca
do
drama
J
e do
romdnce, porque
rom,ance e 0
drama sao, ou devem ser, isto.
"
Parti desse ponto, mirei a este alvo desde as minhas primeiras e mais juvenis com
posi,Des literarias, escritas
em
tao desvairadas situa,Des da vida,
e
as mais delas
no
meio
de
trabalhos serios
e
pesados, para descansar
de
estudos mais graves ou refocilar 0 espirito
fatigado dos cuidados publicos - alguma vez tambem para nao deixar secar
de
todo 0
cora,ao
na
aridez, das coisas politicas, nas quais e for,a aperta-lo ate endurecer para que
no.lo nao quebre
0
egoismo duro dos que mais carregam onde acham mais brando, ferem
com
~ e n o s d6 e
com mais covarde valentia onde acham menos armado.
TEM S P R
2 6
http:///reader/full/t,?dgY.iahttp:///reader/full/t,?dgY.ia -
7/25/2019 Almeida Garrett sobre Frei Lus de Sousa
7/8
f a z e ~ com
de
apa.
verdade his.
para
que ;nao
0 trabalho
Ii referido
veroslmi( de
os
emi.
h a ~ d e
nu:lis
em tao de
Hugos, os
e fisiologia
faetos do
0
um
do drama
no meio
~ s p i r i t o
de I
todo
P R
SUGESTOES
PARA
UMA
DIRECC;AO DE LEITURA-
Eu
tinha feito
0 meH
primeim estudo sobre
0
itomem antigo
na
antiga sociedade: Indo
no eXi)irar da ve/lta liberdade romana, e no I)rimeiro nascer do absolutismo novo, OH que
deu molde a todos
os
absolutismos modemos, que vale
0
mesmo. Dei.lhe as formas dra
maticas,
e
a tragedia
de Catao. ,
o romance de Dona
Branca
ilaO foi senao
uma
tentativa encolitida e timida para
est)reitar 0 gosto do publico portugues, para ver se nascia entre
nos
0 genero, e
se os
nossos
jovens escritores adoptavam aquela bela forma, entravam por sua antiga histaria a descobrir
campo , a col her pelas rainas
de
seus temt)os her6icos as tipos de' lllna poesia
mais
nacional
mais
natural.
o Camoes
levoH 0
mesmo fito e vesti!l as mesmas formas.
Os meus ensaios'
de
poesia po/mlar na
Adozinda
v':se que prendem no mesmo pen
samento falar ao c o r a ~ a o e ao animo do )OVO pdo romance e )elo drama.
Este e um seCllla democratico; tudo
0
qHe
.Ie
fizer itd-de
ser
pdo pova' e com
0
povo ...
ou nao se faz. Os principes deixaram de ser, nem podem ser, Augtlstos.
Q: .
poetas fize
ramse cidadaos, tomaram parte
na
coisa publica como sua;
({Herem
ir, como
EHripides
e S6fodes, solieitar
na prar;:a os
sufragios populares, nao como Horacio e Virgilio, cortejar
no pa,o as simpatias de reais c o r a ~ o e s As cortes deixaram de
ter
Mecenas; os Medicis,'
Leao
X,
Dam
Manuel
e Luis XIV jei ncl0 sao possiveis; nao tinham fat'ores que dar nem
tesolLros ql\e abrir ao poeta e ao artista. Os sonetos e os madrigais eram para as assem
bleias perfumadas dessas damas que l,agava!H versos a
50rri50S: -
e era talvez a
mel/lOr
e mais segura !etra que se vencia na carte ira do poeta. Os leitores e
os
espectadores de hoje
qHerem tJasto mais forte,
menDS condimeJltado
e mais sllbstancial:
e
povo, quer verdade.
Dai- he a t'erdade do i)assado
no
romance e
no
drama historico, no drama e na nove a
da actualidad e oferecei-lhe 0 eSi)elllO ..em que se mire a .Ii e ao seu tempo,
-
7/25/2019 Almeida Garrett sobre Frei Lus de Sousa
8/8
S/NTESE DA
PE :A
Os
mesmos motivos
me
impedem agora
de
apresentar
Frei
Luis
de Sousa
sob
a tutela
do
inc6gnito e protegido pelas f6rmulas que haveis estabelecido para a processamento imparcial
e meditada senten,a
de
vossas decisoes.
Mas nenhuma delicadeza, nenhuns respeitos humanos podem vedarme que 'eu venha
entregar como oferenda ao Conservat6rio Real de Lisboa este meu trabalho dramatico, que
provavelmente sera a ultimo, ainda que Deus me tenha a vida par mais tempo; porque
esse
pouco
au
muito que ja agora terei de viver esta consagrado, par uma especie
de
juramenta
que me tomei a mim mesmo
-
a uma tarefa longa e pesada que nao deixara nem a sesta
do
descanso ao trabalhador - que trabalha
no
seu, com a esta,ao adiantada, q'uer ganhar
a
tempo perdido. Incita-o esta ideia, e punge-o, demais,
a
amor-pr6prio: porque hoje nao
pode ja deixar de ser para
mim um
ponto de honra desempenhar fun,oes de que me nao demiti
nem demito - escrevendo na hist6ria
do
nosso sewlo, a Cr6nica
do
ultimo rei de Portugal
a
Senhor Dam Pedro
IV
Assi
m
quase que dou aqui
a
ultimo
vale
a essa amena literatura que foi
a
mais querido
folguedo da minha infdncia, a mais suave enleio da juventude, e a passatempo mais agra
davel e refrigerante'dos primeiros e mais agitados anos da minha hombridade.
Despe,o-me com
s
top related