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Sob Encomenda
Alana Regina
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Capa e contracapa:
Rubens Luiz
rubensluiz94@gmail.com
www.alanaregina.com.br
www.blogdamariarejeitadinha.blogspot.com
Sob Encomenda
Alana Regina
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Sob encomenda: para você, para todos nós
Na disputa entre o efêmero dos meios virtuais e o
gosto pela leitura, surge uma obra que contempla os dois
campos simultaneamente, com qualidade: Sob encomenda,
de Alana Regina. Trata-se de um projeto elaborado
inicialmente tendo em vista a experiência da escritora com o
ensino fundamental e a consequente dificuldade de
desenvolver o gosto pela leitura nas crianças. Alana divulgou
sua proposta no Facebook, buscando a participação do leitor
na produção de contos. Ao leitor foi concedida a condição de
determinar personagem, espaço e conflito. À Alana coube
criar os contos a partir desses elementos previamente
instituídos, considerando a premissa de que um meio viável
para despertar o interesse pela leitura seria focalizar o
universo de expectativa do leitor, especificamente naquilo
que ele gostaria de ler. Mas não criar de qualquer maneira e
apressadamente. Pelo contrário, a leitura da coletânea
contempla dezenove contos de boa qualidade, senão
excelentes, nos quais se verifica a temperança criativa da
autora que parte dos pressupostos instituídos pelo leitor para
representar um mundo particular e esteticamente
humanizador.
Isso se verifica, por exemplo, em “Reinado”, narrativa
que abre a coletânea trazendo a vida atribulada de uma
mulher logo pela manhã, atarefada com a preparação da filha
para deixá-la na escola e as ordens do patrão para o qual
trabalha. Vida comum a milhares de mulheres, mas que sob a
perspectiva de Alana ganha o maravilhoso a partir da menção
estratégica a um sapo ao qual a filha chama de “amiguinho” e
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Alana Regina
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coloca uma coroa de brinquedo. Se a leitora pediu um conto
sobre uma mulher ocupada com os preparativos habituais da
manhã e a negação da filha em ir à escola, Alana acrescenta a
esses condicionantes, além de traços do conto de fadas, a
descrição minuciosa dos contextos aflitivos enfrentados pela
mulher externa e internamente.
Esse movimento pelas malhas do sensível se repete
em outros contos com temas diversos como em “Pelas grades
da bilheteria” no registro da solidão e do silêncio de um
vendedor de algodão doce, assumindo excelência em “Dia dos
pais”, narrativa densa da força criadora da autora ante a
limitada visão de mundo de um ex-ditador. Além disso, Alana
compõe uma sinfonia dramática em “Terceto” orquestrando o
amor proibido entre duas jovens, a demonstrar a força
unificadora do amor no sentido pleno do termo. Tom também
revelado em “Os que passam por nós sonhando” ao tematizar
uma protagonista que deixa tudo para vender abraços aos
passantes em frente à sua casa. “Os pães queimados” faz-nos
refletir sobre o rumo do homem na sociedade que se
desumaniza em meio a falsas religiões que pregam o amor ao
próximo, mas que cultuam, na realidade, somente o amor ao
dinheiro. Humanidade sim, acima de tudo, eis o que nos
oferece belamente Alana Regina, não apenas aos leitores que
encomendaram os contos, mas a nós. Ganhamos muito nessa
troca entre leitores e escritora.
Clara Ornellas
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Alana Regina
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Por quê?
Esta obra quer ser milhões de vozes misturadas. Creio,
como Tchekhov, que o escritor não é maquiador e que a ele
cabe a missão de escrever a realidade e registrá-la. Se má
realidade, se boa realidade, registrá-la. Histórias possíveis,
por que não? Histórias do povo, que acontecem na esquina de
nossas casas. Histórias de brasileiros, recortes, fotografias,
como diria Cortázar, que captam imagens peculiares do
cotidiano de gente comum.
Desejo que esta obra represente ao máximo. Que seja
a casa dos meus clientes e das belas personagens que eles me
deram de presente. Quero que todas as palavras cheguem
com tamanha naturalidade aos corações que, ao término de
cada conto, fique a sensação de que as personagens estão
vivas, de que os lugares são palpáveis, de que tudo é verdade.
Escrevi cada conto para ser uma saudade ao fim da
leitura.
Estão entregues as encomendas. Sirvo as histórias
para serem amadas do jeito que apresentei: nuas.
Em tempo, dedico este livro aos livres.
Alana Regina
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