a prÁxis do mercado editorial evangÉlico. …
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WHANER ENDO
A PRÁXIS DO MERCADO EDITORIAL EVANGÉLICO.
SIMILARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE A
PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO LIVRO EVANGÉLICO
E DO LIVRO SECULAR NO BRASIL.
Universidade Metodista de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
São Bernardo do Campo-SP, 2008
WHANER ENDO
A PRÁXIS DO MERCADO EDITORIAL EVANGÉLICO.
SIMILARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE A
PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO LIVRO EVANGÉLICO
E DO LIVRO SECULAR NO BRASIL.
Dissertação apresentada em cumprimento parcial às
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Comunicação Social da UMESP - Universidade Metodista
de São Paulo, para obtenção do grau de Mestre.
Orientadora: Profa. Dra. Sandra Lúcia Reimão
Universidade Metodista de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
São Bernardo do Campo, 2008
FOLHA DE APROVAÇÃO
A dissertação A PRÁXIS DO MERCADO EDITORIAL EVANGÉLICO. SIMILARIDADES
E DIFERENÇAS ENTRE A PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO LIVRO EVANGÉLICO E
DO LIVRO SECULAR NO BRASIL, elaborada por Whaner Endo, foi defendida no dia 04 de
novembro de 2008, tendo sido:
( ) Reprovada
( ) Aprovada, mas deve incorporar nos exemplares definitivos modificações sugeridas pela
banca examinadora, até 60 (sessenta) dias a contar da data de defesa.
( X ) Aprovada
( ) Aprovada com louvor
Banca examinadora:
Profa. Dra. Cicilia Maria Krohling Peruzzo
Prof. Dr. Edson Roberto Leite
Profa. Dra. Sandra Lúcia Amaral de Assis Reimão (Orientadora)
Área de concentração: Processos Comunicacionais
Linha de pesquisa: Comunicação Massiva
Projeto temático: O livro e outras mídias
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Ester e Lucio que me amaram e me
prepararam para essa viagem.
À minha amada esposa Ana Claudia, razão da minha
vida e fonte de toda inspiração e força para que eu
prossiga nessa viagem.
Aos amigos caronistas que ajudam a dar significado
à viagem.
A Jesus Cristo, Senhor e Salvador da minha vida e
criador do início e do fim da viagem.
EPÍGRAFE
Todas as coisas têm seu lugar e tempo apropriados,
diz o Eclesiastes em seu capítulo VIII.
E seguindo esse preceito, cremos que chegou o
momento de apresentar as numerosas oportunidades
que nos concedeu a divina providência para a
aquisição de livros.
Richard de Bury, Bispo de Durham e
Chanceler da Inglaterra (1287-1345)
AGRADECIMENTOS
À Profa Dra Sandra Lúcia Amaral de Assis Reimão,
minha orientadora, pela sabedoria e cuidado.
Aos professores do programa de pós-graduação da
Metodista, pela profícua troca de experiências e
conhecimento.
Aos amigos Aser, Carlo André, Judith, Mário,
Sérgio e Wagner e suas/seus parceiras/os, pelo
incentivo incondicional.
Ao Galeno Amorim, do Observatório do Livro e
Leitura e ao Maurício Garcia, do Ibope-Inteligência,
pelo apoio e motivação.
À Editora Agir e ao Mark Carpenter e sua equipe, da
Editora Mundo Cristão, pela disposição em
contribuir para o sucesso dessa dissertação.
RESUMO
A presente pesquisa tem como objetivo estudar o segmento editorial evangélico no Brasil, buscando
identificar a práxis da sua produção, comercialização e marketing, comparando-a ao segmento
editorial secular. Comparar o perfil do leitor evangélico com o perfil do leitor brasileiro em geral e,
ainda, a produção e venda do segmento editorial evangélico com a produção e venda do segmento
editorial secular também fazem parte dos objetivos da pesquisa. A metodologia incluiu pesquisa
bibliográfica e documental e um estudo de casos múltiplos holísticos, envolvendo as editoras
Mundo Cristão e Ediouro-Agir. Verificou-se que a práxis da produção do livro evangélico é
semelhante ao do livro secular e que o mercado editorial evangélico cresce mais que o mercado
secular. Outro resultado relevante desta pesquisa de dissertação foi a verificação de que o leitor
evangélico lê mais que o brasileiro em geral, dados estes, obtidos utilizando-se da mesma
metodologia e base de dados dos índices oficiais.
Palavras-chave: comunicação, mercado editorial, leitor evangélico, livro evangélico
RESUMEN
Esta investigación tiene como objetivo estudiar el segmento editorial evangélico en Brasil, tratando
de identificar las prácticas de su producción, comercialización y marketing, comparándolo con el
segmento editorial secular. Comparar el perfil del lector evangélico con el perfil del lector brasileño
en general, y la producción y venda del segmento evangélico con la producción y venda del
segmento editorial secular venda también forma parte de la búsqueda. La metodología incluyó
búsqueda bibliográfica y documental y un estudio global de múltiples casos relacionados de las
casas publicadoras Mundo Cristão y Agir. Se constató que la práctica evangélica de la producción
del libro es similar al libro secular y que el mercado del libro evangélica crece más que el mercado
secular. Otro resultado relevante de esta investigación para disertación, fue la verificación de que
los lectores evangélicos leen más qué los brasileños en general, utilizando-se de la misma
metodología y la base de datos de los índices oficiales.
Palabras-clave: comunicación, mercado editorial, lector evangélico, libro evangélico
ABSTRACT
This research aims to study the Christian publishing segment in Brazil, seeking to identify the
practice of their production, marketing and selling, comparing it to the secular publishing segment.
Comparing the profile of Christian reader with the profile of the general Brazilian reader, and the
production and selling of the Christian publishing segment with the production and selling of the
non-evangelical segment are also part of research. The methodology included literature search and
documentary and a holistic study of multiple cases involving the publishing houses Mundo Cristão
and Agir. It was found that the practice of Christian book production is similar to the non-Christian
book and that the Christian book market grows more than the non-Christian one. Another relevant
result of this research is that the Christian readers reads more than the common Brazilian reader,
this result was obtained using the same methodology and database of official numbers.
Key-words: Communications, Publishing market, Christian readers, Christian book
SUMÁRIO Página INTRODUÇÃO...........................................................................................................................12
CAPÍTULO I – O LEITOR EVANGÉLICO BRASILEIRO.................................................16
1.2 O evangélico no Brasil .......................................................................................16
1.3 O leitor evangélico brasileiro ............................................................................21
1.4 O leitor evangélico brasileiro dentro da pesquisa Retratos da Leitura
no Brasil ....................................................................................................................25
1.4.2 A leitura no imaginário do evangélico........................................30
1.4.3 O perfil do leitor evangélico ........................................................31
1.4.4 Indicadores de leitura do evangélico ..........................................36
CAPÍTULO II – O LIVRO EVANGÉLICO NO BRASIL.....................................................38
1.2 Perfil das editoras evangélicas ..........................................................................40
1.3 Produção e venda do livro evangélico ..............................................................44
CAPÍTULO III – O NEGÓCIO DO LIVRO ...........................................................................47
1.2 Critérios de avaliação para a determinação do
sucesso de uma editora ............................................................................................50
CAPÍTULO IV – ESTUDO DE CASOS...................................................................................53
1.2 Associação Religiosa Editora Mundo Cristão .................................................53
1.2.2 História..........................................................................................53
1.2.3 Departamento de Produção Editorial ........................................55
1.2.4 Departamento de Mkt e Vendas .................................................57
1.3 Ediouro-Agir.......................................................................................................60
1.3.2 História..........................................................................................60
1.3.3 Departamento Editorial...............................................................62
1.3.4 Departamento de Marketing.......................................................64
1.3.5 Departamento Comercial ............................................................66
1.4 Análise dos casos ................................................................................................68
CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................................70
REFERÊNCIAS .................................................................................................................73
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. As religiões no Brasil.................................................................................................16
Figura 2. Genealogia das Igrejas Evangélicas no Brasil ...........................................................20
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Gêneros mais lidos pelos brasileiros...........................................................................23
Gráfico 2. Perfil da amostra por religião......................................................................................24
Gráfico 3. Perfil da amostra por denominação evangélica ..........................................................25
Gráfico 4. Perfil do evangélico por gênero ..................................................................................26
Gráfico 5. Perfil do evangélico por idade ....................................................................................26
Gráfico 6. Perfil do evangélico por escolaridade .........................................................................27
Gráfico 7. Perfil do evangélico por classe social .........................................................................28
Gráfico 8. Perfil do evangélico por cor/raça ................................................................................28
Gráfico 9. O que a leitura significa para o evangélico.................................................................30
Gráfico 10. O que o evangélico gosta de fazer em seu tempo livre.............................................31
Gráfico 11. Perfil do leitor evangélico por escolaridade..............................................................32
Gráfico 12. Gêneros mais lidos pelos leitores evangélicos..........................................................32
Gráfico 13. Motivação dos leitores evangélicos para ler um livro ..............................................33
Gráfico 14. Fatores que influenciam o leitor evangélico na escolha de um livro........................33
Gráfico 15. Quem mais influenciou os leitores evangélicos a lerem...........................................34
Gráfico 16. Principais formas de acesso aos livros......................................................................35
Gráfico 17. Quantidade de Bíblias em casa .................................................................................35
Gráfico 18. Canais de mercado de acesso ao livro.......................................................................36
Gráfico 19. Indicador no. 1 – Número de leitores-declarados (Pesquisa Retratos da Leitura)....36
Gráfico 20. Indicador no. 2 – Número de não-leitores (Pesquisa Retratos da Leitura) ...............37
Gráfico 21. Indicador no. 3 – Número de livros lidos por ano (Pesquisa Retratos da Leitura) ...37
Gráfico 22. Quantidade de livros vendidos – Procedência do original........................................42
Gráfico 23. Matriz de distribuição do livro evangélico ...............................................................44
Gráfico 24. Matriz de distribuição do livro secular .....................................................................44
Gráfico 25. Exemplares vendidos – Mercado secular..................................................................45
Gráfico 26. Exemplares vendidos – Mercado evangélico............................................................45
Gráfico 27. Faturamento – Mercado secular................................................................................46
Gráfico 28. Faturamento – Mercado evangélico..........................................................................46
Gráfico 29. Organograma básico de uma editora.........................................................................52
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Níveis de Faturamento – ASEC .................................................................................40
Tabela 2 – Níveis de Faturamento – CBL....................................................................................41
Tabela 3 – Taxa de Crescimento Anual – 2003-2004..................................................................42
12 INTRODUÇÃO
Estudar o perfil do leitor evangélico e analisar a práxis do mercado editorial
evangélico e compará-la à práxis do mercado secular e buscar as similaridades e
diferenças entre a produção do livro evangélico e a do livro secular no Brasil é o tema
desta dissertação.
Diversas pesquisas como o Censo Demográfico 2000, do IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas, o INAF 2005 – Índice Nacional de Analfabetismo
Funcional, do Instituto Paulo Montenegro; as pesquisas de produção e vendas do setor
editorial brasileiro, promovidas pela CBL – Câmara Brasileira do Livro e pela Asec –
Associação de Editores Cristãos, e a recente Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil –
2008, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro, demonstram que o livro religioso, em
especial o evangélico, é um agente importante para o desenvolvimento do hábito de
leitura do brasileiro, além de ser um dos segmentos editoriais que mais cresce dentro da
indústria do livro no Brasil.
Mesmo com o significado obtido pelos resultados dessas pesquisas, verifica-se a
ausência do livro evangélico nas prateleiras das grandes redes de livrarias seculares,
bem como nas listas de best-sellers das revistas semanais e jornais de grande circulação.
Será que essa ausência é conseqüência de uma produção editorial que produz livros de
baixa qualidade ou é resultado de um preconceito ou desconhecimento do seu potencial
comercial pelos livreiros? Responder a esta pergunta foi o que motivou o
desenvolvimento desta dissertação.
A sistematização desta pesquisa aconteceu por meio da utilização do método
qualitativo, embora o método quantitativo tenha sido usado na análise das pesquisas de
produção e vendas dos segmentos editoriais em estudo e da Pesquisa Retratos da Leitura
no Brasil.
A primeira parte da dissertação apresenta, metodologicamente, uma pesquisa
bibliográfica, com o objetivo de buscar entender o extrato da população em estudo, ou
seja, quem são os evangélicos que produzem a pujança desse segmento da indústria
editorial brasileira. A pesquisa bibliográfica também buscou definir quais as etapas da
produção editorial serão consideradas como padrão de análise na segunda parte da
dissertação, explicitada logo a seguir.
13
Além da pesquisa bibliográfica, fez-se necessária uma pesquisa documental para
a determinação do perfil do leitor evangélico tendo como base a Pesquisa Retratos da
Leitura no Brasil, desenvolvida pelo Instituto Pró-livro. Foi realizada outra pesquisa
documental para o levantamento de dados de produção e vendas dos segmentos
editoriais evangélico e secular, junto à Câmara Brasileira do Livro e à Asec –
Associação de Editores Cristãos, para posicionar o livro evangélico dentro da indústria
do livro no Brasil.
A segunda parte da dissertação é composta por um estudo comparativo de casos
múltiplos holísticos (YIN, 2001, p. 61), que servirá para a análise da práxis de editoras
evangélicas e de editoras de obras seculares.
Como unidades de análise, foram definidas uma representante de cada segmento,
em função de sua estrutura organizacional e porte econômico-financeiro. No segmento
evangélico foi escolhida a editora Mundo Cristão, única editora do segmento citada por
Laurence Hallawell em sua obra “A História do Livro no Brasil” (HALLAWELL, 2005,
p. 707). Já para o segmento secular foi escolhida a editora Agir. Essa amostra foi
intencional e não representativa, já que a sua escolha deve-se à importância para cada
um dos segmentos editoriais analisados.
Com base nas etapas da produção editorial definidas pela pesquisa bibliográfica
feita anteriormente, foi criado um “roteiro de questões-guia que deram cobertura ao
interesse da pesquisa” (DUARTE, 2005, p.66) e, a partir desse roteiro, foram
formuladas questões semi-estruturadas para a execução de entrevistas semi-abertas com
os responsáveis por cada departamento das editoras estudadas.
A análise das informações obtidas pelo estudo comparativo de casos múltiplos
holístico será fundamental para cumprir os objetivos dessa pesquisa, que são:
Objetivo Geral
Identificar padrões na produção editorial do livro evangélico brasileiro e, com
isso, determinar se existe alguma relação entre a qualidade dos livros publicados e a sua
ausência nas grandes redes de livrarias seculares.
Objetivos específicos
1. Verificar quais as similaridades e as diferenças entre as diversas fases da
produção e comercialização de um livro evangélico – desde a escolha do livro a ser
publicado, passando pela edição do texto (tradução, copidesque e revisão),
desenvolvimento do projeto gráfico, impressão, estratégias de marketing e publicidade e
a sua matriz de distribuição – e de um livro secular.
14
2. Identificar características que possam indicar as causas da ausência do livro
evangélico nas prateleiras das grandes redes de livrarias e nas listas de best-sellers.
3. Fazer um levantamento da produção e comercialização dos livros produzidos
por editoras evangélicas no período de 1999 a 2004 e compará-lo com o crescimento do
mercado de livros no Brasil.
4. Determinar o perfil do leitor evangélico brasileiro.
Para cumprir os objetivos propostos, foram formuladas algumas hipóteses
norteadoras para o bom desenvolvimento da pesquisas. São elas:
H1. O segmento editorial evangélico é um dos segmentos que mais cresceu
durante o período abrangido pela pesquisa (1999-2004), demonstrando a relevância do
livro evangélico dentro da indústria do livro no Brasil.
H2. As editoras evangélicas possuem sua práxis produtiva (aquisição, edição,
produção e distribuição) semelhante a das editoras seculares de mesmo porte, portanto,
o potencial comercial dos seus títulos é similar ao dos títulos das editoras seculares.
H3. A ausência dos livros evangélicos nas prateleiras das grandes redes de
livrarias seculares é conseqüência da segmentação da matriz de distribuição das editoras
evangélicas que, por sua vez, é resultado do preconceito e desinformação do mercado
livreiro em relação ao potencial comercial dos títulos publicados por estas editoras.
H4. O leitor evangélico lê mais que o brasileiro em geral e esse índice de leitura
está relacionado com a ênfase dada pelas igrejas evangélicas à leitura da Bíblia.
Esta dissertação, como resultado da pesquisa, foi estruturada em cinco capítulos,
cada um abrangendo o seguinte conteúdo:
Capítulo 1 – “O leitor evangélico brasileiro” – Procurou definir quem é o
público evangélico no país e, mais especificamente, o leitor do livro evangélico,
evidenciando sua relevante participação no desenvolvimento do hábito de leitura do
brasileiro.
Capítulo 2 – “O livro evangélico no Brasil” – Apresenta um panorama do
segmento editorial evangélico brasileiro, demonstrando a importância da pesquisa.
Capítulo 3 – “O negócio do livro” – Nesse capítulo foram definidos os conceitos
básicos nos quais os demais capítulos foram desenvolvidos no que diz respeito à
estrutura padrão de uma editora e as fases compreendidas na produção editorial, do
original até a chegada nas mãos do leitor.
Capítulo 4 – “Estudo de Casos - Mundo Cristão e Agir”. Nesse capítulo, foram
descritas as diferentes concepções de produção do livro nestas editoras, buscando
15 elementos para traçar o comparativo entre ambas e concluir sobre as similaridades e as
diferenças existentes entre o livro secular e o livro evangélico.
Considerações finais – Considerações finais com base nos resultados obtidos a
partir da pesquisa realizada.
16
CAPÍTULO I – O LEITOR EVANGÉLICO BRASILEIRO 1.2 O evangélico no Brasil
O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística publicou, em 2000, o
último Censo Demográfico Brasileiro. Em seu relatório ele afirmou que:
(...) analisando a evolução da proporção de católicos a partir de
meados do Século XX, observou-se uma tendência declinante ao
longo dos anos. Por outro lado, desde 1950 as proporções de
evangélicos vêm apresentando comportamento inverso, quando eram
apenas 3,4%, passando para 9,1%, em 1991, e atingindo 15,4%, em
2000, (IBGE Tendências Demográficas – Uma análise da Amostra do
Censo Demográfico 2000, Rio de Janeiro, 2004),
mostrando que a população que se declarava evangélica havia dobrado num
período de dez anos, passando a representar 15% da população brasileira ou,
aproximadamente 26 milhões e 400 mil habitantes no ano 2000, distribuídos por todo o
país, como pode ser visto no quadro a seguir:
Figura 1. As religiões no Brasil
17
Mas, quem são os evangélicos?
Segundo Clara Mafra “houve todo um processo histórico que permitiu que o
termo se tornasse um identificador abrangente das igrejas filiadas à tradição inaugurada
pela Reforma Protestante de 1529” (MAFRA, 2001, p.8). Desta forma, “o
protestantismo é um dos três principais ramos do cristianismo ao lado do catolicismo
romano e das igrejas orientais ou ortodoxas” (MENDONÇA, 2005, p.50).
Segundo Richar Nieburh (apud ALENCAR, 2005, P.17), as divisões
denominacionais do protestantismo são definidas em função de variáveis sociológicas,
econômicas e éticas e não teológicas. Sendo assim, a Igreja Evangélica e, portanto, os
evangélicos, são todos os cristãos originários das igrejas que nasceram do movimento
da Reforma Protestante, iniciado por Martinho Lutero, mesmo que nessa matriz
religiosa ocorram discrepâncias teológicas como, por exemplo, entre as igrejas
históricas (Igreja Metodista, Igreja Presbiteriana e Igreja Luterana, dentre outras) e as
neopentecostais (como por exemplo, a Igreja Apostólica Renascer em Cristo ou a Igreja
Universal do Reino de Deus).
Embora em 2000 os evangélicos representassem 15,4% da população brasileira e
mesmo considerando avanços promovidos por esse segmento da população, em mais de
180 anos de história, ainda existe preconceito, mesmo que velado, quando o termo
evangélico é utilizado, principalmente no que diz respeito à cultura.
Esse preconceito pode ser conseqüência das grandes diferenças teológicas
existentes na matriz evangélica (razão vista acima), ou talvez pelo desconhecimento da
história da Igreja Evangélica no Brasil.
Uma das grandes contribuições que os evangélicos trouxeram ao Brasil foi o
apoio dado à área educacional, por meio da abertura de colégios e faculdades, algumas
centenárias, como a Universidade Mackenzie (presbiteriana) e a Universidade Metodista
de São Paulo (metodista).
Na política, pelo menos nos primórdios da sua história, a igreja evangélica foi
importante pelo seu apoio à democracia, antes mesmo da proclamação da República,
como afirmou Gedeon Alencar:
No Brasil, desde 1882, em pleno Império de D.Pedro II, os batistas –
homens, mulheres, jovens e velhos, brancos, pretos, mulatos,
mamelucos, empresários, operários, agricultores, analfabetos,
doutores, pobres e ricos – exercem a “democracia plena” quando a
18
participação política da população é pífia. Apenas homens letrados
votavam. (ALENCAR, 2005, p.55)
Essa “democracia plena” vinha do sistema de gestão eclesiológica da Igreja
Batista, que era congregacional.
Outro ponto importante da contribuição dos evangélicos é a sua relação com o
hábito de leitura e alfabetização. “(...) Se a taxa de analfabetismo brasileira fosse
medida em uma de nossas igrejas, mesmo nas mais periféricas, seria quase zero”
(ALENCAR, 2005, p.53).
Essa relação de intimidade entre o evangélico e a leitura não é mera conjectura,
mas pode ser comprovada por várias pesquisas, dentre elas o INAF – Indicador
Nacional de Analfabetismo Funcional, publicado desde 2001 pelo Instituto Paulo
Montenegro, que revela os níveis de alfabetização funcional da população adulta
brasileira.
Segundo o próprio Instituto,
o principal objetivo do INAF é oferecer informações qualificadas
sobre as habilidades e as práticas de leitura, escrita e matemática dos
brasileiros entre 15 e 64 anos de idade, de modo a fomentar o debate
público, estimular iniciativas da sociedade civil, subsidiar a
formulação de políticas públicas nas áreas de educação e cultura, além
de colaborar para o monitoramento do desempenho das mesmas.
(INSTITUTO PAULO MONTENEGRO, 2005, p.3)
Em 2005, o INAF trouxe um dado desalentador: somente 26% da população
brasileira era alfabetizada plenamente, ou seja, “consegue ler textos mais longos,
localizar e relacionar mais de uma informação, comparar vários textos, identificar
fontes”. (INSTITUTO PAULO MONTENEGRO, 2005, pág. 6)
O estudo levantou também características de perfil e de história de vida dos
entrevistados. Noventa por cento dos participantes afirmaram que possuíam a Bíblia ou
outro livro religioso em casa.
O relatório indicou ainda que:
Não só a disponibilidade de livros em casa, mas também a leitura de
uma maior variedade de gêneros têm um efeito positivo na habilidade
19
de leitura. A maioria dos alfabetizados no nível rudimentar e básico
não costuma ler livros (29% e 16%) ou só lê um tipo de livro (42%),
geralmente, a Bíblia ou livros religiosos. Só entre pessoas
alfabetizadas no nível pleno temos uma maioria de leitores que
diversifica seus interesses (33% costumam ler dois gêneros e 34% três
ou mais gêneros). A Bíblia e os livros religiosos são os mais lidos
pelos entrevistados e essa prática não depende do nível de
alfabetização. Com apoio da memória ou da leitura em grupo, mesmo
pessoas com nível rudimentar de alfabetização realizam essas leituras.
(INSTITUTO PAULO MONTENEGRO, 2005, pág. 19)
Esse resultado corrobora com a tese da importância dada pelos evangélicos à
leitura. Desde pequenas, as crianças participam das Escolas Dominicais, onde aprendem
sobre a Bíblia e a importância da sua leitura.
Essa parcela da população brasileira que freqüenta ou vivencia a sua fé a partir
das igrejas que nasceram da Reforma Protestante, com a grande variedade de teologias
cristãs, é o público considerado por essa pesquisa.
O quadro a seguir ilustra, sinteticamente, a “Genealogia das Igrejas Evangélicas
no Brasil” e contém o público primordial das editoras evangélicas. É claro que não-
evangélicos também lêem os livros publicados por essas editoras, mas a priori os
evangélicos são maioria esmagadora.
21
1.3. O leitor evangélico brasileiro
Outras pesquisas importantes confirmam a importância dada pelo evangélico ao
hábito de leitura, dentre elas, a Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, promovida pelo
Instituto Pró-Livro, cujo objetivo foi “medir a intensidade, forma, motivações e
condições para a prática da leitura no País na segunda metade desta década”.
(AMORIM, 2008, p.22)
Essa pesquisa, executada pelo IBOPE Inteligência, é o mais profundo retrato da
leitura no Brasil. Foi desenvolvida com uma metodologia definida pelo Cerlalc – Centro
Regional de Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe para que “pudesse servir
de base para as investigações internacionais e levassem em conta tanto as novas visões
sobre a leitura no mundo quanto às peculiaridades regionais”. (AMORIM, 2008, p.21)
A metodologia utilizada pelo IBOPE foi uma pesquisa quantitativa de opinião,
através de 5.012 entrevistas e com um questionário com 60 questões (Anexo 1). As
entrevistas foram feitas em domicílio, durando aproximadamente 60 minutos, entre os
dias 29 de novembro e 14 de dezembro de 2007.
A margem de erro da pesquisa é de 1,4% e o intervalo de confiança 95%.
A população estudada foi de 172.731.959 pessoas, a partir dos 5 anos de idade
(aproximadamente 92% da população brasileira). Esse dado foi baseado no PNAD/2006
– Pesquisa Nacional de Amostras Domiciliares – 2006 do IBGE, que traz uma
população para o Brasil de 187.227.792 (inclui crianças de 0 a 4 anos, que não fazem
parte do universo estudado).
Segundo Amorim:
O Ibope Inteligência fez uma pesquisa quantitativa de opinião e
definiu o número de entrevistas proporcionalmente ao tamanho de
cada unidade federativa. Sorteou as amostras probabilísticas e os
setores censitários nos estados e municípios utilizando o método
chamado PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho) e, em
seguida, os domicílios, até formar, proporcionalmente, as cotas por
gênero, idade, grau de instrução, ramos de atividade, situação
ocupacional, renda e número de pessoas no domicílio, seguindo à risca
a própria formação atual da população brasileira. (AMORIM, 2008,
p.26)
22
Eis algumas inovações que diferenciam a edição 2008 da pesquisa da edição de
2000, realizada pela CBL – Câmara Brasileira do Livro, Snel – Sindicato Nacional dos
Editores de Livro, Abrelivros – Associação Brasileira de Editores de Livros e Bracelpa
– Associação Brasileira de Celulose e Papel:
• Maior abrangência territorial:
o De 44 para 311 municípios
o De 19 para 27 unidades federativas
o Todas as capitais e regiões metropolitanas
o Sete vezes maior o número de pequenas cidades
• Ampliação da população estudada:
o De 86 milhões (49% da população) para 172,7 milhões (92% da
população)
o Inclusão de 34,7 milhões de pessoas entre 5 e 13 anos
o Inclusão de 51,5 milhões de pessoas com menos de três anos de
escolaridade (sendo 20,7 milhões com menos de 14 anos)
O principal conceito utilizado foi o de leitor/não-leitor, assim definido:
• Leitor: quem declarou ter lido pelo menos 1 livro nos últimos três meses
• Não-leitor: quem declarou que não leu nenhum livro nos últimos três meses,
ainda que tenha lido ocasionalmente ou em outros meses do ano.
Segundo Jeferson Assumção, o resultado da pesquisa demonstra “uma
clericalização do leitor (a Bíblia é, disparadamente, o livro mais lido no Brasil, mas na
lista estão a biografia de Edir Macedo e ‘Violetas na Janela’, além de outros de cunho
religioso)” (ASSUMÇÃO, 2008, p.90)
Para Maria Antonieta Antunes Cunha, essa presença marcante do livro religioso
no resultado da pesquisa poderia “apontar uma necessidade a ser atendida, ou um campo
a ser explorado editorialmente” (CUNHA, 2008, p.51), o que corrobora com a hipótese
do grande potencial comercial do livro evangélico.
23
Segundo a pesquisa, 95,6 milhões de brasileiros, ou 55% da população,
declararam ser leitores de livros. Desse total, 5,6 milhões estavam lendo a Bíblia, que
também aparece em primeiro lugar como o livro mais importante da vida dos leitores.
No caso da resposta à questão “Qual o último livro que você leu ou está lendo?”,
novamente a Bíblia apareceu em primeiro lugar, cerca de 18 vezes mais lembrada que o
segundo colocado.
É interessante notar que sempre que a Bíblia é citada na pesquisa ela foi definida
como um gênero à parte dos livros religiosos, devido à sua forte presença na vida dos
leitores. Como esta dissertação trata especificamente do livro evangélico e a Bíblia
também é um livro evangélico, a partir de agora ela será incluída no gênero religioso,
modificando, assim o padrão utilizado na Pesquisa Retratos da Leitura.
A tabela abaixo representa os gêneros mais lidos levantados pela pesquisa, já
com a ressalva exposta acima:
Gráfico 1. Gêneros mais lidos pelos brasileiros
Fonte: AMORIM, Retratos da Leitura no Brasil 2008
24
A partir dos dados brutos da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, foi retirada
uma amostra contendo todos os participantes que se declararam evangélicos, o que foi
possível pela inclusão no questionário da pergunta (P63) “Qual a sua religião?”,
conforme pode ser visto no Anexo 1. Vale lembrar que esta nova extração de resultados
é uma pesquisa inédita e ainda não publicada no País.
Segundo os dados do IBGE, no censo 2000, a parcela da população que se
declarava evangélica era de 15,4% (IBGE Tendências Demográficas – Uma Análise da
Amostra do Censo Demográfico 2000, Rio de Janeiro, 2004), na Pesquisa Retratos da
Leitura no Brasil, foi considerado o crescimento dos evangélicos entre 2000 e 2006,
totalizando 20% dos entrevistados, conforme tabela a seguir.
Importante lembrar que, conforme explicado no primeiro capítulo da dissertação,
está sendo considerado como evangélico, todos os adeptos das religiões cristãs pós-
reforma protestante, portanto será somado, para fins de amostra, as categorias
Protestantes e Evangélicas.
Gráfico 2. Perfil da amostra por religião
Fonte: AMORIM, Retratos da Leitura no Brasil 2008
Essa porcentagem de evangélicos (20%) na pesquisa representa um contingente
de 35.487.514 brasileiros, cujo perfil será analisado a seguir.
25
A partir dessa amostra, foi feita uma nova análise dos dados da pesquisa,
comparando o hábito de leitura dos evangélicos com o hábito de leitura do brasileiro em
geral, o que possibilitou determinar com ineditismo o perfil do leitor evangélico
brasileiro.
1.4 O leitor evangélico brasileiro na Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil
De acordo com o novo recorte dado à pesquisa, o leitor evangélico pode ser
classificado da seguinte forma, em função da sua denominação religiosa:
Gráfico 3. Perfil da amostra por denominação evangélica
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Levando-se em conta o gênero, a presença das mulheres é maior dentro do
segmento evangélico do que de forma geral no Brasil. Enquanto no Brasil 51% são
mulheres, dentro do segmento evangélico esse número sobe para 57%, ou pouco mais
de 20 milhões de pessoas, conforme demonstra o gráfico a seguir:
26
Gráfico 4. Perfil do evangélico por gênero
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Em relação à idade, o evangélico é um pouco mais jovem do que o brasileiro em
geral, com uma presença maior na faixa de 5 a 14 anos. A diferença chega a ser de 6%.
Vale salientar que houve uma pequena discrepância em duas das faixas analisadas: entre
os evangélicos considerou-se 11 a 13 anos e 14 a 17; já na pesquisa geral as faixas
foram 11 a 14 e 15 a 17 anos. Duas possibilidades podem ser imaginadas: erro de
impressão no relatório final da pesquisa geral ou adequação às faixas do PNAD/IBGE.
Segundo a faixa etária, os evangélicos se dividem em:
Gráfico 5. Perfil do evangélico por idade
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
27
Como não poderia deixar de ser, já que a população evangélica é mais nova que
a brasileira, o perfil da amostra por escolaridade demonstrou maior presença de
evangélicos até a 4ª série do ensino fundamental e menor entre os de nível superior, ao
compará-las com o resultado da pesquisa geral.
Veja no quadro a seguir qual o perfil do evangélico por nível de escolaridade:
Gráfico 6. Perfil do evangélico por escolaridade
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Importante salientar que o índice de não-alfabetizados é igual nas duas amostras,
ou seja, tanto o brasileiro em geral quanto especificamente os evangélicos possuem um
percentual de 12% de não-alfabetizados.
Desta forma, o percentual de brasileiros com escolaridade até a 4ª série é de 32%
e, com nível superior, 9%. Com base no Critério Econômico Brasil, da Associação
Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), foi possível determinar o seguinte perfil do
evangélico brasileiro, de acordo com a classe social:
28
Gráfico 7. Perfil do evangélico por classe social
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Em relação aos resultados da pesquisa geral, identificou-se que o percentual dos
evangélicos na Classe A é metade do perfil brasileiro (2%) e na Classe B, vinte e cinco
por cento menor (ou seja, 12%). Nas classes C e D, existe um perfil semelhante (C –
29% e D – 42%) e, na Classe E, uma presença 17% menor de evangélicos (E – 6%).
Quanto à cor/raça, o perfil foi similar ao obtido na pesquisa geral.
Gráfico 8. Perfil do evangélico por cor/raça
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
29
Interessante verificar uma presença um pouco maior de evangélicos entre os que
se auto-declaram pretos e pardos, se comparados ao perfil brasileiro em geral (Preta –
15% e Parda – 38%), o que reforça a tese do teólogo Marcos Davi de Oliveira,
coordenador do Fórum de Lideranças Negras Evangélicas, no livro “A Religião mais
negra do Brasil”:
Se, por um lado, não podemos deixar de afirmar que os negros, em sua
maioria, são católicos, também não podemos ignorar que o
pentecostalismo pode ser considerado a Igreja mais negra do Brasil, se
levarmos em consideração questões como liturgia, canto, aproximação
do povo, linguagem, postura eclesiástica, etc. características não
observadas na Igreja Católica Romana, bem como no protestantismo
histórico.
Segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), existem 11.951.347 negros evangélicos. Desses,
8.676.997 (72,6%) são pentecostais, enquanto a população negra de
umbandistas e candomblecistas não alcança 253.000 pessoas.
(OLIVEIRA, 2004, p. 20)
30
1.4.2 A leitura no imaginário do evangélico
O hábito da leitura adquire diferentes significados conforme o contexto social,
cultural, econômico e político. Quando somado a estes atributos o contexto religioso,
este ganha maior significado, talvez por uma busca de identidade religiosa e sede do
divino.
Segundo a Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, fazendo-se um recorte do
perfil do evangélico e como ele valoriza a leitura, encontra-se:
Gráfico 9. O que a leitura significa para o evangélico
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Vale notar que, comparado com o resultado da pesquisa geral, a leitura é menos
negativa para o evangélico, pois apenas 3% deles encaram a leitura como algo que
“produz cansaço/exige muito esforço” ou “ocupa muito tempo” ou mesmo é entediante.
Para o brasileiro geral, essas opções representam 5% das respostas ou 67% a mais que
os evangélicos.
Outro dado comparativo singular é que 47% dos evangélicos encaram a leitura
como fonte de conhecimento para a vida, doze por cento a mais que os brasileiros de
forma geral.
Ao ser questionado sobre o que gostam de fazer em seu tempo livre, o resultado
das respostas dos evangélicos foi similar ao do brasileiro em geral, sendo que a opção
“gostar de ler” teve o mesmo percentual nas duas pesquisas, de 35%.
31
Gráfico 10. O que o evangélico gosta de fazer em seu tempo livre
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
1.4.3 O perfil do leitor evangélico
Vale lembrar que para ser declarado como leitor o entrevistado deveria ter lido
pelo menos um livro nos últimos três meses, mesmo que tivesse lido um ou mais livros
no período de um ano. Portanto, o não-leitor é todo aquele que não leu ao menos um
livro nos três meses anteriores à pesquisa.
A pesquisa geral identificou ainda que 55% dos brasileiros - 95,6 milhões de
pessoas - podem ser declarados leitores. Já entre os evangélicos, esse percentual sobe
para 60%, ou aproximadamente 21,1 milhões de pessoas; um percentual quase 10%
maior que o geral. Dentre os leitores evangélicos, exatos 14,4% afirmaram que estavam
0%
4%8%
8%
9%10%
12%
13%
14%
16%
16%
20%
21%
23%
23%
25%
27%
30%
35%
37%
50%
52%
75%
Ir a museus/ exposições/ centros históricos
Ir ao teatro/ dança/ concertos
Ir ao cinema
Ir a bares, cantinas, jogar bilhar
Ir a feiras e festas populares
Praticar jogos de mesa/ videogames
Assistir eventos esportivos
Fazer artesanatos e trabalhos da casa
Ir à cidade
Ir ao campo/ à praia
Navegar na Internet
Passear em parques e praças
Praticar esporte
Fazer compras
Escrever
Sair com amigos
Assistir vídeos
Reunir com amigos ou família
Ler (jornais, revistas, l ivros, textos na Internet)
Escutar rádio
Descansar
Escutar música
Assistir televisão
O que o evangélico gosta de fazer em seu tempo livre
32
lendo a Bíblia. Esse número cai para a metade (7%) no caso dos resultados gerais.
Segundo a escolaridade, o leitor evangélico está segmentado da seguinte forma:
Gráfico 11. Perfil do leitor evangélico por escolaridade
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Esses números diferem um pouco do resultado geral, que aponta 30% dos
brasileiros até a 4ª série do Ensino Fundamental e 15% dos brasileiros no Ensino
Superior. Ao ser questionado sobre o gênero de que mais gosta, o resultado para o leitor
evangélico não surpreendeu, já que a Bíblia detém 70,6% da preferência:
Gráfico 12. Gêneros mais lidos pelos leitores evangélicos
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
33
Em relação à motivação que leva o leitor evangélico a ler um livro, o resultado
obtido foi diferente do resultado geral apenas no item “motivos religiosos”, que para o
brasileiro representa 26% e para o evangélico 47%, conforme tabela a seguir. Esse
resultado reforça a hipótese da relação íntima do evangélico com a leitura, já que a
própria Igreja incentiva o evangélico a ler.
Gráfico 13. Motivação dos leitores evangélicos para ler um livro
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
A escolha de um livro pelo leitor evangélico é influenciada de forma semelhante
à escolha do leitor brasileiro em geral, conforme o gráfico a seguir:
Gráfico 14. Fatores que influenciam o leitor evangélico na escolha de um livro
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
34
Ao ser perguntado sobre quem mais o influenciou no desenvolvimento do hábito
de leitura, o resultado obtido, mais uma vez, corrobora com a hipótese da grande
influência que a igreja evangélica tem sobre seus leitores. Podendo escolher duas
alternativas, o resultado foi o seguinte:
Gráfico 15. Quem mais influenciou os leitores evangélicos a lerem
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Comparando com o resultado da pesquisa geral, a opção “pastor ou outro líder
religioso” foi quase três vezes maior: 13% versus 5%, mostrando a influência deste
sobre o público.
O acesso ao livro pelo leitor evangélico é similar ao do leitor de forma geral,
sendo que para o leitor evangélico a compra é a forma mais usual (conforme gráfico
abaixo), diferentemente do brasileiro em geral, que tem o maior acesso por meio do
empréstimo do livro por outra pessoa.
35
Gráfico 16. Principais formas de acesso aos livros
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Como não poderia deixar de ser, a presença da Bíblia na casa dos evangélicos
atinge quase a totalidade da população. Apenas 3%, ou 625 mil evangélicos, dentre os
que afirmam possuir algum livro em casa, não possuem a Bíblia. Em compensação,
mais da metade dos entrevistados afirmou possuir mais de três exemplares.
Gráfico 17. Quantidade de Bíblias em casa
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Em relação aos canais de mercado para o acesso ao livro, percebe-se que as
livrarias especializadas são o grande meio de compra do livro pelos evangélicos,
enquanto as igrejas aparecem em 5º lugar, com apenas 6%. No caso dos evangélicos,
36
esse índice sobe para 23%. A ordem dos demais canais é praticamente a mesma, com
alguma variação no percentual. Destaca-se que a resposta foi estimulada, com a
possibilidade de várias alternativas.
Gráfico 18. Canais de mercado de acesso ao livro
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
1.4.4 Indicadores de leitura do evangélico
Alguns indicadores merecem ser destacados na pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil, dada a dimensão que assumem na composição do perfil do leitor evangélico:
Gráfico 19. Indicador no. 1 – Número de leitores-declarados (Pesquisa Retratos da
Leitura)
- Leram pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa.
- Interessante notar que o indicador nacional aponta que 55% da população
brasileira é formada por leitores, um índice inferior ao do leitor evangélico (com
59,3%).
21 milhões ou 59,3% da população de evangélicos são leitores
37
Gráfico 20. Indicador no. 2 – Número de não-leitores (Pesquisa Retratos da Leitura)
- Não leram um livro nos três meses anteriores à pesquisa, podendo ter lido pelo
menos um livro nos outros meses do ano.
- O indicador nacional aponta que 45% da população brasileira em geral é
formada por não-leitores, contra 40,7% de não-leitores evangélicos.
Gráfico 21. Indicador no. 3 – Número de livros lidos por ano (Pesquisa Retratos da
Leitura)
- O número de livros indicados pela escola (o que inclui os didáticos) é de 3,3
livros por habitante/ano.
- O número de livros lidos fora da escola é de 1,8 livros por habitante/ano.
- O indicador nacional aponta para um índice de leitura de 4,7 livros por
habitante/ano.
- A diferença entre os dois índices de leitura chega a quase 10%.
- No caso da leitura de livros fora da escola, essa diferença é bem maior e
chega a quase 40%.
14,4 milhões ou 40,7% da população de evangélicos
não são leitores
5,1 livros por habitante/ano
38
CAPÍTULO II – O LIVRO EVANGÉLICO NO BRASIL Como foi visto anteriormente, o livro evangélico tem papel importante tanto
dentro da matriz cultural brasileira quanto na indústria do livro no Brasil, o que é
corroborado pela afirmação de Laurence Hallewell, de que os livros religiosos,
especialmente os evangélicos:
escapam facilmente à atenção do observador das livrarias da classe
média por ser o coração do seu mercado alhures. Mas nem por isso
deixam de ser significativas; os livros dirigidos aos protestantes
evangélicos constituem o terceiro mercado do mundo: somente nos
EUA e na China existe um demanda maior. As pessoas entrevistadas
na pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’, 30% dos brasileiros e 50%
das brasileiras declaram os livros religiosos entre suas leituras
habituais, tornando-os a categoria citada com mais freqüência.
(HALLEWELL, 2005, p. 707)
É certo que a história do livro evangélico está intimamente ligada à própria
história da Igreja Evangélica Brasileira, conforme afirma Israel Belo de Azevedo: “o
início das atividades editoriais coincide com a chegada dos primeiros missionários.
Esses estrangeiros encontravam em livros, folhetos e jornais o meio pelo qual, além de
evangelizar e doutrinar, podiam se apresentar ao público brasileiro”. (AZEVEDO, 1999,
p.29)
A partir das primeiras casas publicadoras evangélicas, pode-se dividir a
cronologia do surgimento das editoras evangélicas em três momentos:
o primeiro momento foi dominado por casas editoriais dirigidas por
missionários e a serviço das denominações. A Juerp (primeiramente
Casa Publicadora Batista) é o exemplo típico disso. Num segundo
momento, a partir dos anos 60, surgiram missões específicas de
produção editorial, tais como as editoras Betânia e Vida, que não estão
ligadas a nenhuma denominação. Ao mesmo tempo, começaram a
aparecer editoras de propriedade individual, por exemplo, a Bom
Pastor, em São Paulo. (AZEVEDO, 1999, p.29)
39
O terceiro momento é a chegada das editoras de fora do segmento editorial
evangélico brasileiro, por meio da compra de empresas ou de joint venture, já no
começo deste século. Exemplos desse novo momento são: a compra da Editora Vida
pela Editorial Peniel, da Argentina; a associação entre a Editora Hagnos (mercado
evangélico) e a Landscape (mercado secular) e a joint venture entre a Ediouro e a
Thomas Nelson (TN) – a maior editora evangélica dos EUA, 6ª maior editora
americana, fundada em 1798 com faturamento anual de mais de US$ 250 milhões –
criando assim a Thomas Nelson Brasil (TNB). Interessante salientar que, nessa
sociedade entre a Ediouro e a TNB, 65% do capital pertence à empresa brasileira.
Pode-se entender esse último movimento como a descoberta do potencial
comercial dos títulos publicados por editoras evangélicas, promovendo a inclusão de
novos players no segmento editorial evangélico que, diferentemente das editoras
evangélicas, não afirmam “existir com a missão de servir às igrejas”. (AZEVEDO,
1999, p.29)
Em 2004, a capa da Folha Ilustrada do dia 15 de abril tinha como manchete:
“Editoras Universitárias e Cristãs viram donas do pedaço na Bienal” (MACHADO,
2004, p.1) e refletia um panorama do que tem sido o segmento editorial evangélico nos
últimos 10 anos. Segundo Machado:
Na geopolítica do maior evento editorial do país, que deve ser
inaugurado hoje por um inédito trio Lula, Geraldo Alckmin e Marta
Suplicy, os verdadeiros donos do pedaço são as menos lembradas
editoras universitárias, cristãs e de livros escolares.
Os três segmentos têm os maiores estandes da feira, pelo segundo ano
consecutivo instalada no Centro de Exposições Imigrantes.
(MACHADO, 2004, p.1)
Com 740m2, o estande das editoras evangélicas que participavam da Bienal
Internacional do Livro de São Paulo – o 3º maior evento editorial do mundo, perdendo
apenas para a Feira de Livros de Frankfurt e para a Book Expo América – através da
Asec – Associação de Editoras Cristãs, era a segunda maior área da Bienal. No ano
anterior, na Bienal Internacional do Rio de Janeiro, a área total da Asec chegou próxima
aos 2 mil m2.
40
Essa presença refletia a pujança do segmento editorial evangélico, o que pode
ser mais claramente verificado pelas pesquisas de Produção e Vendas da CBL e da
Asec.
Vale uma ressalva sobre as amostras consideradas nas pesquisas das duas
entidades. A CBL definiu como obras religiosas as obras produzidas não apenas por
editoras evangélicas, mas católicas e, até mesmo as espíritas (embora em menor
quantidade). Já a Asec é composta única e exclusivamente por editoras evangélicas.
A Asec possui hoje, em seu quadro de associados, 64 editoras, dentre elas as
maiores editoras evangélicas do país, como é o caso da SBB – Sociedade Bíblica do
Brasil, da CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus, da Gráfica e Editora
Universal e da Editora Mundo Cristão. A lista completa das editoras associadas à Asec
está incluída no Anexo 2.
Para efeito de comparação entre os dois segmentos – evangélico e de obras
seculares – foram considerados os dados dos anos 1999 a 2004. O ano de 2004 foi
selecionado, pois este foi o último ano em que a Asec produziu a sua Pesquisa de
Produção e Vendas, que será base para a análise do segmento editorial evangélico.
Já para a análise do segmento editorial secular serão utilizadas as Pesquisas de
Produção e Venda da CBL.
1.2 Perfil das editoras evangélicas
Segundo o seu faturamento anual, os associados da Asec são divididos nas
seguintes faixas, com o respectivo número de representantes:
Tabela 1 – Níveis de Faturamento - ASEC
Faixa de faturamento nível Representantes %até R$ 500 mil A 28 44%R$ 501 mil a 2 milhões B 16 25%R$ 2 a 4 milhões C 9 14%R$ 4 a 7 milhões D 4 6%mais que R$ 7 milhões E 7 11%
Nível de Faturamento - ASEC
Fonte: Adaptado de ZILLNER (2005). Pesquisa de Produção e Vendas ASEC – 2005
41
A CBL considera as seguintes faixas para seus associados:
Tabela 2 – Níveis de Faturamento - CBL
Faixa de faturamento nível Representantes %até R$ 1 milhão A 417 77%R$ 1 milhão a 10 milhões B 75 14%R$ 10 a 50 milhões C 42 8%mais que R$ 50 milhões D 11 2%
Nível de Faturamento - CBL
Fonte: Adaptado de ANUATTI (2007). Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – 2006
Percebe-se, por meio dessas tabelas, que a grande maioria das casas
publicadoras brasileiras é formada por pequenas e médias empresas.
Em 1994, o quadro de associados da Asec apresentava 68% de editoras
denominacionais, ou seja, pertencentes a alguma igreja evangélica (AZEVEDO, 1999,
p.30); já em 2003, apenas 19% das editoras afiliadas à Asec declaravam-se
denominacionais (ZILLNER, 2003, p.12). Essa mudança de perfil demonstra a
migração do paradigma de uma editora que produz “livros como forma importante de
expansão e apoio a seu projeto de fé” (AZEVEDO, 1999, p.23) para o paradigma das
editoras voltadas para o mercado.
Em relação aos temas dos livros publicados pelas editoras evangélicas, pode-se
levar em consideração o quadro a seguir, com os dados de 2004 da Pesquisa Asec. Esse
quadro não mudou muito nos últimos anos e é bem próximo da situação atual do
segmento. É importante salientar que o quadro não inclui as Bíblias que representam
metade do mercado editorial evangélico.
Dentro do segmento editorial evangélico, as editoras são divididas nos seguintes
segmentos de atuação:
• Bíblias
• Livros
• Jornais e revistas
• Mensagens (cartões de mensagens, calendários, convites, etc.)
Não existe nenhum impedimento para uma editora que produz bíblias atuar
também no segmento de livros ou de jornais e revistas. Na verdade, essa atuação
cruzada é comum no segmento evangélico.
42
Interessante notar a taxa de crescimento anual, entre os anos de 2003 e 2004, o
que demonstra, mais uma vez a pujança do setor:
Tabela 3 – Taxa de Crescimento Anual – 2003-2004
Em relação à procedência do original, ou seja, se o livro é uma tradução ou é um
texto de autor nacional, o segmento evangélico demonstra sua grande dependência do
autor estrangeiro (como pode ser visto no quadro a seguir), em especial o americano.
Essa situação está sendo combatida pela Asec, principalmente com o Prêmio Areté de
Literatura, que há quase vinte anos reconhece e premia os melhores livros publicados
pelo segmento evangélico. Importa ressaltar que, nos últimos anos, a coordenação do
prêmio decidiu que, em cada uma das mais de 20 categorias, um autor nacional seria
premiado e, caso o livro melhor avaliado fosse de autor nacional, este seria o único
vencedor naquela categoria. Esse procedimento é um incentivo à publicação de livros de
autores nacionais.
Gráfico 22. Quantidade de livros vendidos – Procedência do original
Fonte: Pesquisa Produção e Vendas Asec 2002
43
No segmento editorial evangélico, a distribuição também é o “grande gargalo”,
sofrendo das mesmas mazelas que toda a indústria do livro no Brasil, como afirmou
Felipe Lindoso, ao analisar o Diagnóstico do Setor Livreiro, elaborado pela ANL –
Associação Nacional de Livrarias:
O quadro mostra a precariedade da rede de distribuição, pois a
maioria dos municípios brasileiros não tem livrarias e a região
Sudeste concentra mais da metade do total.
Tal como nas editoras, está em curso um processo de
concentração das livrarias. O fenômeno das megastores se faz
mais presente com o ticket médio, compondo-se a partir da
venda não apenas de livros, como também de CDs, DVDs e,
cada vez mais, de artigo de informática e de som. O modelo
consagrado pela FNAC francesa se expande rapidamente pela
Saraiva, que hoje é a maior cadeia de livrarias do país.
(LINDOSO, 2008, p.119)
A particularidade da matriz de distribuição do livro evangélico é a participação
das vendas em igrejas (22%) e dos colportores (5%), que são os vendedores cuja
atividade é similar à venda porta-a-porta. É importante salientar que a participação das
livrarias e distribuidoras seculares é muito pequena na matriz evangélica, sendo que os
dados do quadro a seguir se referem principalmente às distribuidoras e livrarias
especializadas em livros evangélicos, como afirma Earp e Kornis: “as editoras religiosas
operam diretamente ligadas tanto a livrarias confessionais quanto a pontos-de-venda
instalados nos locais de culto”. (EARP e KORNIS, 2005, p.45)
44
Gráfico 23. Matriz de distribuição do livro evangélico
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
Por sua vez, para o meio secular, temos a seguinte distribuição:
Gráfico 24. Matriz de distribuição do livro secular
Fonte: Dados da Pesquisa Retratos da Leitura 2008, do IBGE, compilados pelo autor
1.3 Produção e Venda do livro evangélico
Para fins de análise da produção e vendas de livros no Brasil foram
desconsideradas as compras governamentais por meio dos PNBE / PNLD, que embora
45
representem um importante segmento da indústria do livro, distorcem os resultados por
não fazerem parte da realidade da esmagadora maioria das editoras brasileiras.
Gráfico 25. Exemplares vendidos – Mercado secular
Fonte: Pesquisas de Produção e Vendas CBL, dados compilados pelo autor
Gráfico 26. Exemplares vendidos – Mercado evangélico
Fonte: Pesquisas de Produção e Vendas Asec, dados compilados pelo autor
Verifica-se no qüinqüênio analisado que, enquanto o mercado secular teve uma
redução de aproximadamente 32% na quantidade de exemplares vendidos, o segmento
evangélico teve uma redução de aproximadamente 13%.
Nota-se que o mercado evangélico teve, entre os anos de 2001 e 2003, uma
queda abrupta na quantidade de exemplares vendidos, conseqüência da queda de vendas
do mercado de bíblias. A retomada do crescimento, entre 2003 e 2004, também está
vinculada ao crescimento do mercado de bíblias.
46
Essa queda do mercado secular também foi identificada pela pesquisa da CBL,
que apresenta no segmento de livros religiosos uma redução de exemplares vendidos de
11% entre 2001 e 2002 e 12% entre 2002 e 2003.
Gráfico 27. Faturamento – Mercado Secular
Fonte: Pesquisas de Produção e Vendas CBL, dados compilados pelo autor
Gráfico 28. Faturamento – Mercado evangélico
Fonte: Pesquisas de Produção e Vendas Asec, dados compilados pelo autor
Em relação ao faturamento, o crescimento do mercado secular, entre os anos de
1999 e 2004, foi de aproximadamente 24%. Já o mercado evangélico cresceu 103%.
A inflação do período, medida pelo IPCA do IBGE, foi de 42,81%. Sendo assim,
pode-se dizer que o mercado secular teve uma redução no seu faturamento da ordem de
19%, enquanto o mercado evangélico cresceu aproximadamente 60%.
47
CAPÍTULO III – O NEGÓCIO DO LIVRO
“Procurar conhecer uma nação por meio de sua produção editorial é, mais ou
menos, o mesmo que julgar uma pessoa por sua caligrafia. Ambas constituem partes
muitos pequenas da atividade total de um país ou de uma pessoa, mas as duas podem ser
muito reveladoras”. (HALLEWELL, 2005, pág. 42)
O surgimento do livro está ligado às “solicitações criadas pelos sofistas, da
multiplicação das obras de prosa e da popularização da tragédia, o que estimulava a
produção de textos” (ARAÚJO, 1995, pág. 36), passando pela invenção do códice
(codex) no séc II d.C. em substituição ao volumen, ou texto em formato de rolo.
Naquela época, o papel do copista era fundamental, ao reproduzirem, em grupo,
simultaneamente, o texto ditado por outra pessoa.
O próximo “surto de editoração mais cuidadosa”, como descreve Araújo, só
acontece no séc. V d.C. e se intensifica até o séc. XV. Durante esse período, “o maior
impulso de estudos e de recuperação de textos se deveu, até o século XV, à iniciativa
dos monges” (ARAÚJO, 1995, pág. 41), na tentativa da conservação dos textos bíblicos
originais.
Somente com a introdução do papel, em 1276, na cidade de Fabriano (Itália),
substituindo o pergaminho e o emprego da Xilogravura no início do séc. XV é que o
livro começa a se transformar no objeto com o qual o conhecemos nos dias de hoje.
A última grande transformação do livro aconteceu há mais de 550 anos, com o
surgimento dos tipos móveis inventados por Johann Gutenberg. O primeiro livro
impresso com essa técnica foi a Bíblia, em 1455, após cinco anos do início do seu
trabalho. A invenção dos tipos móveis foi importante pois, a partir dela, é que teve
início a produção de livros em escala.
Nota-se nesse período inicial da história do livro que ele esteve sempre ligado ao
livro religioso, desde os monges no séc. V d.C até o ano de 1455, com a impressão da
primeira Bíblia.
Jorge Luis Borges define muito bem as expectativas dos homens em relação aos
livros no seu conto A Biblioteca de Babel:
48
(...) dessas premissas irrefutáveis deduziu que a Biblioteca é total, e
que as suas prateleiras registram todas as possíveis combinações dos
vinte e tantos símbolos ortográficos (número, ainda que vastíssimo,
não infinito), ou seja, tudo o que é dado expressar: em todos os
idiomas. Tudo: a história minuciosa do futuro, as autobiografias dos
arcanjos, o catálogo fiel da biblioteca, milhares e milhares de
catálogos falsos, a demonstração da falácia desses catálogos, a
demonstração da falácia do catálogo verdadeiro, o evangelho gnóstico
de Basilides, o comentário desse evangelho, o comentário do
comentário desse evangelho, o relato verídico de tua morte, a tradução
de cada livro em todas as línguas, as interpolações de cada livro em
todos os livros. (BORGES, 2007, pág. 73)
Um bom livro deve ter qualidade tanto na forma quanto no conteúdo. Quanto à
forma, afirma Hendel (1998, pág.3, tradução nossa):
(…) a forma dos livros é diferente de qualquer outra coisa do design
gráfico. O verdadeiro trabalho de um designer de livros não é fazê-lo
parecer bonito ou diferente. E, sim descobrir como colocar uma letra
após a outra de forma que as palavras do autor pareçam saltar das
páginas. O design editorial não se completa em sua própria sabedoria,
ele se completa a serviço das palavras. Bons projetos gráficos só
podem ser feitos por pessoas que lêem – por aqueles que gastam seu
tempo vendo o que acontece quando palavras se transformam em
tipologia.
Já em relação ao conteúdo, pode-se considerar o que disse Araújo (1995, pág.53)
como padrão de qualidade:
a editoração, entretanto, vai além: ademais da forma original, da
reconstituição, da fidedignidade, da preservação dessa forma literária,
pressupõe, como dado igualmente importante, o suporte material com
que se apresentará o texto restaurado por inteiro (ou, no caso de
escritor vivo, sobretudo em ensaio ou monografia, corrigido e
normalizado), do modo a não trair – ao contrário, preservar, ressaltar –
o pensamento do autor.
49
Desde a impressão da primeira Bíblia por Gutenberg até os dias de hoje, o livro
e o processo de produção editorial se transformaram enormemente. Se nos dias atuais a
cadeia de produção do livro é composta por diversos elos e funções, na gênese da sua
história o panorama era diferente, com o processo dividido quase todo entre dois
personagens: o impressor e o livreiro, como mostram Febvre e Martin (2000, pág.197-
198) ao descreverem a indústria do livro na grafia da época, no início do séc. XVI:
Vivendo dos livros e entre os livros, em contacto diário com os
letrados, os eruditos e os teólogos – numa palavra, com todos os que
escrevem e também com os que lêem, dos estudantes ao público culto
–, impressores e livreiros, para bem exercerem o seu ofício, devem
interessar-se pelas coisas do espírito quanto pelos negócios.
Não é de admirar que, em todas as épocas, alguns escritores se tenham
tornado impressores e livreiros. Imprimir as próprias obras, e nos
próprios prelos, fiscalizar a sua correcção e boa apresentação, dirigir
sobretudo a sua difusão e exercer, assim um acção directa sobre o
público, era e será sempre a ambição de muitos homens de letras e de
eruditos. (...) mas a acção de tais homens nunca exerceu uma
influência tão profunda quanto no início do século XVI, no tempo em
que uma das missões essenciais da imprensa era a de tornar
conhecidos os textos antigos, restituídos à sua pureza primitiva,
quando a filologia era rainha.
Essa mudança no processo de produção do livro é mais percebida ao levar-se em
consideração a quantidade de títulos e exemplares:
Entre 1450 e 1500, algo entre dez mil e quinze mil títulos foram
publicados (os chamados incunábulos), com trinta a trinta e cinco mil
edições e tiragem média de quinhentos exemplares...
Quinhentos títulos foram publicados em 1550, 2300 em 1650, onze
mil em 1750 e cinqüenta mil em 1850. Em 1550 a bibliografia
acumulada era em torno de 35 mil títulos, em 1650 era de 150 mil; em
1750 alcançou setecentos mil, em 1850 foi de 3,3 milhões, em 1950
era de dezesseis milhões, e no ano 2000 atingiu 16 milhões.
50
No primeiro século da imprensa (1450-1550) foram publicados 35 mil
títulos, no último meio século (1950-2000) houve mil vezes mais,
chegando a 36 milhões. (ZAID apud EARP; KORNIS, 2005, pág. 13)
A facilidade existente nos dias atuais para a fabricação do livro é um dos
motivos dessa produção enorme de títulos e exemplares. Mas produzir o livro não
esgota o processo, já que este se encerra apenas quando o leitor abre suas páginas e lê o
seu conteúdo. Ou seja:
O problema fundamental do editor não é colocar o seu produto no
mercado, mas encontrar o leitor certo para cada um de seus títulos.
O problema fundamental do consumidor é encontrar os livros que o
interessam em meio à multiplicidade de títulos produzidos. Juntando a
oferta fácil com a demanda difícil, temos de fazer com que os editores
e os compradores de livro se encontrem mutuamente. Há um risco
crônico de superprodução.
É por isso que o problema do livro é, acima de tudo, de distribuição,
que depende, sobretudo, de informação – que é ainda mais importante
em uma sociedade (que se prende) da informação. (EARP; KORNIS,
2005, pág. 18)
1.2 Critérios de avaliação para determinação do sucesso de uma editora
Mas, antes de se preocupar com a distribuição, outras fases do processo de
produção editorial são necessárias para que um original se transforme em livro e, após
ser comercializado, cumpra a sua missão, ao ser lido por muitos leitores.
Segundo Woll (2002, pág.7), o fluxo de produção de um livro passa pelos
seguintes atores:
A relação entre cada um desses atores é o que permitirá o sucesso ou não da casa
publicadora.
A indústria do livro é extremamente exigente em relação à gestão do negócio,
afinal, antes que o produto (livro) comece a gerar receita, o editor – principalmente o
Autor – Editora – Distribuidor – Livrarias – Consumidor
51
pequeno empresário – já investiu quase todo o seu capital: pagou o adiantamento pelos
direitos de publicação da obra, pagou o tradutor, pagou o revisor, contratou e pagou o
designer para o projeto gráfico da capa e miolo, contratou os serviços gráficos e pagou
boa parte dele. Com o livro no estoque, passa a distribuí-lo, normalmente em forma de
consignação, com descontos médios de 50%. O primeiro relatório da consignação é
prestado após 30 a 45 dias do envio dos livros para o distribuidor ou livreiro. Os livros
vendidos são pagos em 30/60/90/120 dias... Ou seja, muitas vezes um ano após o
primeiro desembolso é que o editor começa a receber pelo livro.
Essa característica do mercado editorial demanda uma grande criatividade por
parte dos editores ou publishers na criação do plano de negócios da editora. Diversas
estratégias, como a segmentação de mercado ou a co-edição, são alguns dos caminhos
buscados pelas pequenas editoras a fim de sobreviver a um mercado tão predatório,
como demonstram Martins e Rollemberg (2001, pág. 22):
Talvez a direção da Edusp tenha se manifestado sempre favorável à
política de co-edição, por acreditar que isso possibilitaria a edição de
mais livros, ampliaria o mercado de distribuição para a Edusp (sem
ônus para ela), baratearia o preço final do exemplar (porque, além do
subsídio, permitiria uma redução de preço de 10% a 15%), além de
permitir a edição de livros de calor cultural e científico, mas de difícil
comercialização. De fato, parecia ser uma idéia extremamente
interessante para todas as partes envolvidas.
Além da própria característica do negócio do livro, que exige um grande
investimento e por um longo prazo antes que o produto (livro) comece a gerar receita, a
má gestão também é responsável pela alta taxa de mortalidade das pequenas editoras,
como afirma Lindoso (2008, pág.112):
Some-se a isso – e principalmente, mais uma vez, no segmento das
pequenas editoras – as deficiências em gerenciamento. A maior parte
delas são empresas familiares, fruto muitas vezes da disposição de
empreendedores de “publicar os livros que gostam” e sem maior
preparo gerencial e administrativo para enfrentar as dificuldades e
peculiaridades do mercado. O resultado é maior concentração para
52
quem já parte com mais capital e melhor capacitação gerencial, e uma
alta “taxa de mortalidade” no segmento das pequenas editoras.
Segundo Woll, a boa gestão começa com a estrutura da empresa e a sua divisão
em áreas de responsabilidade (2002, pág. 30), que pode ser entendida por meio do
seguinte organograma:
Gráfico 29. Organograma básico de uma editora
Contabilidade Faturamento/Crédito
Departamento Financeiro
Editor
Departamento Editorial
Designers Compras
Departamento de Produção Comercial Marketing
Gerencia Executiva
Presidente/Publisher
Fonte: Woll, 2002, pág. 30
Para ele, cada departamento tem uma responsabilidade delimitada e a sinergia
entre eles é fundamental para o bom desenvolvimento da editora.
No estudo dos casos das editoras pesquisadas nesta dissertação será verificado se
essa estrutura é a ideal para o mercado brasileiro e, em caso de diferenças entre as
unidades analisadas, qual a mais eficaz.
Também serão verificadas as estratégias de cada um dos departamentos, a
formação de cada funcionário, experiência de mercado, dentre outros aspectos.
Os departamentos Editorial, Comercial e de Marketing serão analisados com
mais profundidade, buscando documentos-modelo, procedimentos padronizados,
estratégias e ações específicas.
No departamento Editorial será verificado como a manutenção da linha editorial
da editora é feita, qual o cuidado com o tratamento do texto, relações com os autores e
aquisição de direitos.
A política comercial é um dos aspectos a ser avaliado dentro do departamento
Comercial. A matriz de distribuição da editora são dados relevantes que devem ser
considerados.
As estratégias e planejamento de marketing, ações publicitárias e de relações
públicas, relacionamento com a imprensa - em especial com a editoria de Cultura -
serão analisados dentro do departamento de marketing.
53
CAPÍTULO IV – ESTUDO DE CASOS A pesquisa que se segue procura responder às perguntas “Como são produzidos
e distribuídos os livros evangélicos e os livros seculares no Brasil?” e “Por que os livros
evangélicos estão ausentes das prateleiras das grandes redes de livrarias e das listas de
mais vendidos das revistas e jornais de grande circulação?”
A partir da definição das questões acima elencadas, foram definidas algumas
proposições de estudo, baseadas na estrutura padrão definida no capítulo anterior. Sendo
assim, foram analisadas se existem interferências entre os departamentos Comercial,
Editorial e Marketing; qual o processo de tratamento do texto desde o original até a sua
publicação; quais as políticas de comercialização e a matriz de distribuição das editoras;
qual o nível de formação das equipes de cada departamento; como as editoras trabalham
a aquisição de novos títulos e quais as estratégias de marketing e vendas para a
colocação desses novos títulos nas livrarias.
As duas unidades de análise, como já foram explicitadas na introdução da
dissertação, são: a Editora Mundo Cristão e a Editora Ediouro-Agir.
1.2 Associação Religiosa Editora Mundo Cristão
1.2.2 História
A Editora Mundo Cristão (EMC) foi fundada em 1965, como associação
religiosa publicadora de literatura cristã. Seu início deu-se por meio da criação de uma
revista de orientação à família brasileira, editada pelo Dr. Peter Cunliffe, fundador da
EMC. Mais pra frente dedicou-se à publicação de livros de interesse familiar.
A EMC criou o Instituto Mundo Cristão – organização sem fins lucrativos com o
objetivo de contribuir para a formação e o desenvolvimento de profissionais do
segmento editorial e de desenvolver projetos próprios, ou em parcerias com outras
instituições, visando a incentivar a leitura. Desde 1985, o CEO da EMC é Mark Leo
Carpenter, jornalista e mestre em letras modernas pela USP.
Segundo o site institucional da editora, ao longo de sua vida editorial, a EMC
publicou livros de sucesso, como é o caso de A Bíblia Viva - tradução que marcou a
54
história da evangelização no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980, com a distribuição
gratuita do Novo Testamento – O mais importante é o amor, da Bíblia Anotada e da
Bíblia Júnior o que também serviu como incentivo ao hábito de leitura dos evengélicos.
Publicou, ainda, os livros “Evangélicos em crise”, “Supercrentes”, “Restaurando
a identidade”, “Uma igreja sem propósitos”, “O livro dos mártires” e “A religião mais
negra do Brasil”, além de livros de C.S.Lewis - autor famoso por diversos títulos, dentre
eles, “As crônicas de Nárnia”. A EMC é a maior vencedora do Prêmio Areté de
Literatura, promovido desde 1991, pela Associação de Editores Cristãos, a mais
importante entidade do setor evangélico-cristão. O total de troféus recebidos é de 67.
Recebeu ainda o prêmio Fernando Pini, da Abigraf, reconhecido pelo setor editorial
gráfico no país.
Atualmente, a EMC publica cerca de 50 novos títulos por ano. O site da Editora
afirma que, “em todos esses anos, a editora luta para manter sua independência editorial
de grupos denominacionais e empresariais, como uma demonstração de seu respeito aos
leitores e de sua responsabilidade social e cristã de transformar o Brasil em um país de
leitores”.
O site institucional da editora contém as seguintes informações, sobre seu
planejamento estratégico:
Missão
“Editar e distribuir os melhores textos de conteúdo cristão, servindo como
instrumento para a transformação de vidas”.
Visão
Ser a editora cristã de maior projeção e influência na sociedade brasileira.
Valores
- Honra e serviço a Deus;
- A ética cristã em todas as operações e práticas;
- Uma postura teológica cristã, histórica e equilibrada;
- Satisfação de nossos clientes;
- Superioridade de produtos e serviços;
- Saúde financeira e eficácia na administração;
- Desenvolvimento integral dos funcionários;
- Responsabilidade ecológica.
55
1.2.3 Departamento de Produção Editorial
Dados do entrevistado:
• Nome: Renato Soares Fleischner
• Função: Gerente de Produção Editorial
• Tempo de empresa: cinco anos e meio
• Experiência anterior: atua desde 1989 no mercado editorial. Trabalhou na
Imprensa Metodista, Revista Eclésia e Força Editorial
• Formação: Jornalismo (PUC/RJ), com MBA em Marketing pela
FIA/USP
Segundo Renato Fleischner, Gerente de Produção Editorial, o departamento
Editorial da EMC abrange também a área de produção editorial, sendo responsável pelo
planejamento editorial, processos de aquisição de novas obras e supervisão da produção.
A linha editorial da editora é dividida em categorias e os novos títulos devem
procurar se adequar a uma dessas categorias. A grade de lançamentos é trabalhada com
uma folga de até dois anos. “Periodicamente, existe uma avaliação sobre os próximos
títulos em cada categoria e o desempenho de vendas dentro da mesma. Caso haja algum
desequilíbrio ou oportunidade, a grade de lançamentos é alterada”, afirmou Fleischner.
A aquisição de novos títulos é feita por meio de pesquisa realizada via internet,
em sites como da Amazon ou da Publishers Weekly - principal revista do segmento
editorial - na busca por novas oportunidades. Além disso, o relacionamento da EMC
com editoras estrangeiras permite que as próprias editoras internacionais indiquem
títulos para serem publicados no Brasil, desde que estes estejam adequados à linha
editorial da editora. Mas os executivos da EMC também participam de feiras
internacionais. “A Feira de Frankfurt e a ICRS – International Christian Retail Show –
são ótimas oportunidades para a aquisição de novos títulos”, declarou Fleischner.
Em relação aos autores nacionais, os editores da EMC procuram identificar
pessoas que tenham reconhecimento em suas áreas de atuação para encomendar
originais ou mesmo avaliar textos inéditos. Fleischner afirmou, ainda, que textos em
blogs ou publicados em artigos em revistas também podem gerar interesse da Editora
para publicação, como foi o caso do livro “Meditatio”, do pastor Osmar Ludovico, que
56
tem como base artigos do autor publicados na Revista Enfoque Gospel e do livro “O que
estão fazendo com a Igreja”, do chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
Augustus Nicodemus, baseado em textos do blog O tempora, O mores.
A seleção dos novos títulos não é feita exclusivamente pelo departamento de
Produção Editorial, mas também por meio da atuação de um conselho, formado por sete
pessoas, sendo duas desse departamento, duas do departamento de Marketing e Vendas,
duas do Financeiro, além do CEO da Editora e de uma representante do Instituto Mundo
Cristão.
Da chegada do original à editora até a sua comercialização, o texto passa pelo
seguinte processo:
1. Orientação Geral – Definição da linguagem e da necessidade ou não de
adaptação para a realidade brasileira;
2. Tradução;
3. Preparação do texto e 1ª revisão;
4. Retorno ao departamento para avaliação do texto;
5. Diagramação;
6. Revisão final
O cuidado com o texto é feito de acordo com critérios definidos pela editora e
constam do Manual de Estilo da EMC. A Editora declarou que raramente se utiliza do
serviço de ghost-writer, comum em outras casas publicadoras.
A tradução é feita por uma equipe de seis tradutores, todos eles contratados por
Contrato de Cessão de Direitos Autorais (Anexo 3). Cada tradutor é especialista em um
tipo de texto, como por exemplo: um é especialista em textos em inglês arcaico, outro
em inglês coloquial. Um tradutor é utilizado em textos do gênero ficção e outro para
textos de Teologia.
Em relação ao projeto gráfico, a EMC possui diversos projetos de miolo que já
estão previamente definidos e podem ser utilizados em várias obras. O design da capa é
discutido em uma reunião, que acontece a cada dois meses, entre um representante do
departamento de Produção Editorial, um do Marketing, o CEO da Editora e o designer
contratado. Nessa reunião são aprovadas as capas para os lançamentos dos próximos
meses. A grande maioria das capas é desenvolvida por designers e estúdios externos
terceirizados.
57
A EMC utiliza apenas uma gráfica nacional para rodar seus livros. No caso das
bíblias, além de outra gráfica brasileira ela se utiliza de gráficas internacionais,
principalmente no Japão, na China e na Índia.
A Editora lança, em média 40 títulos por ano. “Essa quantidade é em função
principalmente da verba orçada para os serviços gráficos. Quando lançamos alguma
bíblia, esse número cai. Ano que vem, por exemplo, vamos lançar duas novas bíblias de
estudo e uma reedição de uma bíblia em formato pequeno. Isso equivale a mais ou
menos 15 livros”, explica Fleischner.
Os maiores autores best-sellers da editora são:
• Stormie Omartian
• Gary Chapman
• Philip Yancey
• Brennan Manning
• Eugene Peterson
Estrutura do departamento:
• 1 gerente de produção editorial
• 2 pessoas na produção
• 5 pessoas no editorial, sendo 2 alocadas fora da editora
• Somente um funcionário não tem curso superior
1.2.4 Departamento de Marketing e Vendas
Dados do entrevistado:
• Nome: Claudinei Franzini
• Função: Gerente de Marketing e Vendas
• Tempo de empresa: 11 anos e 8 meses
• Experiência anterior: Editora Betânia, filial São Paulo
• Formação: Administração de Empresas (Anhembi-Morumbi), com MBA
em Marketing e Vendas pela ESPM
58
Na EMC, o departamento de Marketing faz parte da Gerência de Marketing e
Vendas. Segundo Claudinei Franzini, gerente de Marketing e Vendas, o departamento é
dividido em duas frentes de atuação: Comunicação, que é responsável pela imagem da
empresa perante o mercado, pelo ´marketing´ dos títulos, promoção dos autores; e
Vendas, responsável pelas políticas comerciais da Editora.
A área de Comunicação possui sete funcionários, sendo um assessor de
imprensa, um webdesigner, um jornalista, um gestor de comunicação, uma assistente e
uma estagiária. A área de Vendas é composta de um responsável por vendas especiais,
sendo um para mercado secular, sete para mercado evangélico e um para vendas online;
além deles, existe um representante de vendas para o nordeste. De todos os funcionários
dessa gerência, cinco não possuem curso superior.
Existe um plano de marketing geral da Editora e para cada obra é desenvolvida
uma estratégia própria: “existe um plano geral com metas macro e metas micro para
cada obra. O plano de marketing não é isolado das outras áreas, mas envolve finanças,
produção, etc.”, afirmou Franzini.
O departamento também participa do conselho editorial, que define a aquisição
de novas obras. “A responsabilidade do Marketing é avaliar o potencial de mercado
daquele título, qual será o tempo de venda da primeira edição e qual a aceitação dos
leitores para uma obra como aquela. O mais importante é ajudar a definir o público-alvo
do produto e, com isso, quanto será consumido e quais estratégias para fazê-lo
conhecido para o seu público”, declarou Franzini.
Ao ser questionado sobre o plano de mídia de cada obra, Franzini novamente
cita a questão do público-alvo: “sabendo quem vai ler o livro, podemos definir quais as
ações mais efetivas para trazer resultados para a obra”.
O trabalho de assessoria de imprensa é feito internamente e visa, novamente,
relacionar-se com o público leitor dos livros pela editora. Segundo Franzini, a idéia é
tentar gerar debate público sobre a obra e, por isso, a assessoria sempre é feita junto às
editorias relacionadas ao tema do livro, como religião, desenvolvimento pessoal,
educação, dentre outros. “O caderno de Cultura dos grandes jornais é um dos mais lidos
no domingo, mas não temos tantos títulos para emplacar pautas ou resenhas nesses
espaços com muita freqüência, já que nosso foco não é nesse tipo de obra. Mas, de vez
em quando, lançamos algo que repercute bem nessa editoria, como foi o caso do livro
‘Ortodoxia”, do G.K.Chesterton, e do livro ‘Delírio’, de Dawkins”, declarou Franzini.
59
Segundo ele, existe uma grande preocupação com as ações promocionais
realizadas nos pontos-de-venda. Brindes, premiações, merchandising, montagens de
áreas exclusivas em livrarias evangélicas são ações comuns na EMC. Já nas livrarias
seculares, a compra de espaço, como “pontas de gôndola” e ilhas, é a forma mais usual
de ação promocional. “Nas grandes redes de livrarias como Saraiva, Fnac, Siciliano,
Cultura, Livrarias Curitiba e Livraria Leitura temos ações específicas, como compra de
espaços publicitários nos catálogos dessas redes, pelo menos quatro vezes ao ano. Além
disso, participamos de ações nos sites dessas livrarias também”, afirmou Franzini.
Essa preocupação com as grandes redes é justificada pela baixa participação das
vendas para livrarias seculares dentro do faturamento da empresa. Somente 14% do
faturamento vem de livrarias não-evangélicas e, desse total, 70% vêm das grandes
redes.
Franzini vê com bons olhos a participação da EMC em feiras e eventos: “nas
bienais e outros eventos voltados para o público geral nossa participação tem o objetivo
de posicionar melhor a marca e os títulos da EMC, quebrando barreiras que possam
existir para a inserção dos nossos livros. Já as feiras voltadas para o público evangélico,
nossa participação objetiva atender nosso público-alvo primário, ou seja, possibilitar o
acesso aos nossos livros”, declarou.
Outra forma de atingir a esse público se dá por meio das mídias digitais. Hoje,
25% da verba de marketing é gasta com esse suporte. A expectativa é que, em 2009,
esse percentual chegue a 40% da verba total. Há três anos, o investimento não passava
de 5%.
Segundo o gerente de Marketing, o objetivo de todas essas estratégias de
marketing e ações promocionais é gerar faturamento para a Editora, que é viabilizado
através das suas políticas comerciais.
“Nossa política comercial está sendo trabalhada nos últimos três anos e já está
em sua terceira versão. Hoje, ela valoriza o potencial do cliente, levando em conta o seu
desempenho e fidelidade. Nosso lema é ‘Seja um distribuidor da Mundo Cristão’. É
uma política de compensação: quanto mais o cliente compra, mais adimplente é, mais
freqüente são os seus pedidos e mais benefícios ele tem”, explica Franzini.
Com base nas respostas à entrevista, chegou-se às seguintes informações:
60
A matriz de distribuição da EMC se constitui de:
• 60% livrarias evangélicas
• 14% livrarias seculares
• 8% igrejas
• 6% supermercados
• 5% vendas online
• 7% vendas especiais
São mais de 500 clientes ativos mensais, cujo desconto médio praticado é de
48%.
Estrutura do departamento:
• 1 gerente de marketing e vendas
• 7 pessoas na comunicação
• 8 pessoas no comercial
• 1 representante no nordeste
• Cinco funcionários do departamento não possuem curso superior
1.3 Editora Ediouro-Agir
1.3.2 História
A origem da Editora Agir (Agir) está ligada ao difícil momento pós-guerra em
que vivia o Brasil. Após a Segunda Guerra Mundial, foi criada a Agir – então chamada
de livraria e editora Artes Gráficas Reunidas S.A. e dirigida por Cândido Guinle de
Paula Machado. Outro importante fundador da Editora Agir foi Alceu Amoroso Lima,
intelectual também vindo de família rica, considerado um dos mais proeminentes
católicos leigos no Brasil e que, na literatura, se envolveu no movimento Modernisma
de 1922 e ficou conhecido como Tristão de Ataíde.
Inicialmente, segundo HALLEWEL (2005, p. 494), os interesses editoriais da
empresa abrangiam as seguintes áreas:
61
(...) religião, arte, literatura brasileira, pedagogia e livros didáticos (em
especial, com a coleção “Nossos Clássicos”); [além de] manuais sobre
escritores mais representativos das letras luso-brasileiras, aos quais
foram acrescidos depois os campos da biografia, comunicação,
fotografia, culinária, teatro e literatura infanto-juvenil.
Àquela época, alguns títulos se destacaram dentre os demais: o primeiro foi “A
Descoberta do Outro”, autobiografia de Gustavo Corção, publicado em 1944; o segundo
foi o livro “O lustre”, da escritora Clarice Lispector, editado em 1946; e, o terceiro foi
“O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry, publicado em 1952. Tanto o primeiro quanto
o último livro trouxeram impacto e sucesso à editora, destacando-a no cenário nacional.
De acordo com HALLEWEL (2005, p. 495), especialmente o autor francês
Saint-Exupéry trouxera bastante destaque, pois este era um momento em que ele
“acabara de desaparecer numa missão de vôo sobre a França ocupada” e este era um dos
motivos pelos quais seu nome estava bastante presente na mídia.
Muito importante é o fato de a Editora Agir, que à época possuía pelo menos
320 títulos em seu catálogo, tenha se tornando um dos principais casos de sucesso
empresarial na indústria do livro no país (HALLEWEL, 2005, p. 495). Embora de
tradição familiar, a Editora tinha na direção de Cândido Guinle de Paula Machado um
homem com muitos negócios e que se relacionava com pessoas influentes – como é o
caso do general Golbery do Couto e Silva. Não era por acaso, portanto, que a casa
publicadora gozava da “reputação de ser a editora mais bem administrada de toda a
indústria editorial do Brasil”.
A empresa foi mantida pelo filho do fundador, José de Paula Machado, até 1999,
quando então foi adquirida pelo grupo Ediouro, em 2002. A partir daí, já em 2004, a
Editora Ediouro-Agir sofreria uma radical reforma editorial e gráfica em seu portifólio
editorial. Foram mantidos seus principais títulos – “O pequeno príncipe” e “Auto da
compadecida” – e logo uma nova geração de novos autores nacionais seria acrescentada
ao catálogo, incluindo nomes como Pagu, Antonio Callado, Flávio Moreira da Costa e
Lúcio Rangel – para citar os mais famosos - além de abrir espaço para jovens autores.
62
1.3.3 Departamento Editorial
Dados do entrevistado:
• Nome: Carlo André Carrenho
• Função: Publisher da Thomas Nelson Brasil – Editora do mesmo grupo
da Ediouro-Agir
• Tempo de empresa: 2 anos
• Experiência anterior: Mundo Cristão, Atlas e Carrenho Editorial
• Formação: Economia (USP), especialização em Publishing (Harvard-
EUA)
A estrutura do Departamento Editorial da Ediouro-Agir é composta por um
diretor editorial, três editores de aquisição, e quatro duplas formadas por um editor de
texto e um assistente, totalizando assim 12 pessoas. Todas possuem curso superior. O
diretor editorial da Ediouro-Agir é jornalista.
Segundo Carlo Carrenho, Publisher da Thomas Nelson Brasil, editora que
pertence ao mesmo grupo da Ediouro-Agir, a responsabilidade do departamento é a
manutenção da linha editorial e a coordenação dos processos de aquisição e produção.
“A linha editorial da Agir, como de outras editoras do grupo, não é fixa. Nesse
momento, por exemplo, a Agir está querendo entrar na área de auto-ajuda. Cada novo
direcionamento para um novo gênero determina a contratação de um novo editor”,
afirmou Carrenho.
A aquisição de novos títulos é definida por um conselho editorial, que se reúne
uma vez por mês. “Como a empresa é uma empresa familiar, 80% da decisão vem do
proprietário da empresa. O importante é que cada editor de aquisição tem poder de veto,
impedindo que um título chegue até o conselho editorial”, declarou Carrenho.
As sugestões de títulos vêm de listas de livros mais vendidos, inclusive com a
presença de um scout em Nova York, ou seja, uma pessoa que recebe dicas do mercado
americano sobre quais livros seriam interessantes serem lançados no Brasil.
Cada vez que um novo título é adquirido, uma dupla (editor de texto e assistente)
é designada para cuidar de todo o processo. Quanto mais importante é a obra, maior é o
nível hierárquico do editor que irá acompanhá-la, podendo ser um editor de aquisição ou
o próprio diretor editorial.
63
No caso de obras de autores nacionais, o editor de aquisição trabalhará no texto,
até deixá-lo pronto para a revisão, já que ele é quem teve o contato com o autor.
O processo tradicional para um original que chega à editora se dá da seguinte
forma:
1. Tradução;
2. Copidesque;
3. 1ª Revisão;
4. 2ª Revisão;
5. Diagramação;
6. Revisão Final
A Agir utiliza, eventualmente o serviço de ghost-writer. No caso de livros de
auto-ajuda, esta fase é quase sempre obrigatória.
A editora possui, ainda, um quadro de aproximadamente 25 tradutores que
trabalham, cada um na sua área, nos aspectos inerentes à tradução dos livros. O contrato
firmado entre os tradutores e a editora é de Cessão de Direitos Autorais.
Em relação ao projeto gráfico, tanto do miolo quanto da capa, a responsabilidade
de contratação do designer e da aprovação do projeto é do editor-assistente. Novamente,
conforme a importância do livro, o nível hierárquico do editor aumenta.
Embora a Agir faça parte de um grupo que possui gráfica própria, a tendência é
de imprimir os seus livros em gráficas terceirizadas. Os principais fornecedores desse
serviço são a RR Donnelley e a Prol, duas importantes gráficas localizadas na Grande
São Paulo. Com isso, a Agir chega a lançar aproximadamente 90 títulos por ano.
Estrutura do departamento:
• 1 diretor editorial
• 3 editores de aquisição
• 4 editores de texto
• 4 editores-assistentes
• Todos possuem curso superior
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1.3.4 Departamento Marketing
Dados do entrevistado:
• Nome: Marcio Mantuano Rolla
• Função: Gerente de Marketing
• Tempo de empresa: 1 ano
• Experiência anterior: Indústria de alimentos (cervejaria) e Indústria de
cosméticos
• Formação: Matemática (UERJ), especialização em Publicidade e
Propaganda
Segundo o Gerente de Marketing da Ediouro, Márcio Mantuano Rolla, o
departamento de Marketing da Agir é formado por um Diretor de Marketing
Corporativo, um Gerente de Marketing, um Coordenador de Equipe, três assistentes e
um estagiário. Todos possuem curso superior.
Fazer a divulgação e a promoção dos livros lançados, criar as estratégias de
marketing - que variam conforme o livro e/ou o autor – estão entre as principais
responsabilidades do departamento. “Cada livro tem uma estratégia própria e que se
adequa à estratégia geral da Agir. Dependendo do livro ou mesmo do autor, são
definidas ações diferentes. Por exemplo, para um autor considerado celebridade, as
ações de marketing recaem sobre sua imagem, com a realização de lançamentos em
formatos de palestras e a presença do autor em diversas livrarias”, conta Rolla.
O departamento de Marketing participa do processo de aquisição de novas obras,
embora “o peso maior seja do editorial”, explica Rolla.
Dentro do planejamento de marketing existe um plano de mídia para cada selo,
sendo que um coordenador de mídia é quem define a verba destinada para cada obra.
Alguns pacotes são comprados para todo o grupo e rateados entre os selos.
Para Rolla, a assessoria de imprensa é uma das mais importantes ferramentas
utilizadas, frente a todas as demais ações planejadas de marketing. Ela é feita
internamente, a não ser que o título ou o autor demandem uma expertise de trabalho
maior por parte da assessoria de imprensa. Neste caso, é feita uma contratação externa,
para cuidar exclusivamente deste trabalho.
65
As ações promocionais nos pontos-de-venda são definidas “obra a obra” pelo
departamento de Marketing, em conjunto com o departamento Comercial. O objetivo é
estimular a venda inicial do título, sendo que a maior parte da verba de marketing é
destinada para estas ações nos pontos-de-venda. “Numa estrutura que busca o best-
seller, esta venda inicial é fundamental, pois caso o livro atinja alguma lista de mais
vendidos, isso gerará mais venda”, afirma Rolla. O gerente refere-se às famosas listas
publicadas pela revista Veja, Época, Você S.A. e dos grandes jornais O Estado de S.
Paulo, Folha de São Paulo, O Globo, dentre outros, que se tornaram referência na
aquisição de livros por parte do mercado livreiro e também dos leitores e opinião
pública.
No caso de títulos que não tenham a pretensão de figurar em uma lista de best-
sellers, as ações são planejadas para que o ciclo de vida do livro seja o maior possível.
“Hoje, vender 20 ou 30 mil exemplares já pode ser considerado um best-seller. Nem
todos vendem isso de forma rápida, mas existem títulos que vendem bem menos, mas
de forma constante e por muito tempo. Esses livros também são importantes para a
Editora”, afirma Rolla.
A Agir, dentro do grupo Ediouro é, segundo Rolla, “uma das editoras que mais
investem em participação em feiras e eventos, embora a questão do posicionamento ou
valorização da marca através dos eventos só seja verdade para o editor e para o
livreiro”. A percepção dele é de que o leitor normalmente não sabe de qual editora um
livro pertence, mas estas ações são necessárias uma vez que “esta valorização é
importante em relação ao mercado livreiro, pois isto ajuda no relacionamento e na
aquisição de novos autores”.
As ações junto às livrarias levam em consideração o relacionamento com o canal
de distribuição: “Tudo que pode ser feito para agradar o cliente, nós fazemos.
Consideramos as redes de livrarias como parceiros do nosso negócio”, conta. Dentre as
ações mais corriqueiras estão a distribuição de mini-livros, materiais que possam ser
utilizados em vários lugares; já os displays estão deixando de ser utilizados, pois o
espaço nas livrarias tem se reduzido cada vez mais.
A Agir possui uma agência de propaganda externa e uma agência house
(interna). Hoje, 15% da verba de marketing é utilizada em mídias digitais. A Editora
está em processo de desenvolvimento do novo site. Essa alocação de verba tem
aumentando nos últimos meses, sendo que há três anos ela praticamente inexistia.
66
“Embora o investimento seja alto para o retorno obtido até o momento, temos investido
pensando sempre no longo prazo”, afirma Rolla.
Quanto às grandes redes de livrarias, Rolla é bastante enfático: “Sempre criamos
ações específicas para essas livrarias. Já chegamos a ‘envelopar’ uma loja Fnac por
inteiro!”, o que demonstra a importância dada pela Agir a estas livrarias. Afinal, a
editora trabalha com um alvo claro: produzir best-sellers.
Estrutura do departamento:
• 1 diretor de marketing
• 1 gerente de marketing
• 1 coordenador de marketing
• 3 assistentes de marketing
• 1 estagiário
• Todos possuem curso superior
1.3.5 Departamento Comercial
Dados do entrevistado:
• Nome: Darcio Saputo
• Função: Gerente Comercial da Agir/Desiderata/Thomas Nelson Brasil
• Tempo de empresa: menos de 1 ano; iniciou em janeiro de 2008
• Experiência anterior: Está no mercado editorial desde 1985. Passou pela
Editora Record, onde ficou por nove anos, Editora Siciliano e Editora
Gente
• Formação: Administração de Empresas (USP)
“A Agir trabalha com representantes comerciais nacionais, nas principais
capitais brasileiras; somente as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo é que possuem
equipes de venda. Em São Paulo, são três vendedores e um coordenador de vendas; no
Rio de Janeiro, um coordenador e dois vendedores. Em todos os estados existe um
distribuidor local. Além disso, existem assistentes de venda internos, nessas duas
cidades, sendo quatro no Rio de Janeiro e seis em São Paulo”, explicou Darcio Saputo,
Gerente Comercial da Agir.
67
Do total de funcionários, internos e externos, cerca de 60% possuem curso
superior.
Essa equipe comercial é responsável pelo recebimento dos pedidos, acerto dos
relatórios de consignação, cobrança mensal, reposição de livros esgotados na livrarias e
a colocação de novidades. Para as pequenas e médias livrarias, eles também trabalham
com a ‘remessa automática’ de lançamentos, ou seja, o envio de uma pequena
quantidade de exemplares dos lançamentos, sem que haja a necessidade de pedido
formal pela livraria. Segundo Saputo, “além da distribuição horizontal (ou seja, nas
livrarias), o departamento também é responsável pelo pós-venda, com a avaliação da
logística (entrega), recebimento de devoluções e, juntamente com o departamento de
Marketing, desenvolver campanhas especiais, pelo porte da livraria ou em datas
especiais”, completa Saputo.
A política comercial da Agir é criada em função do tipo de cliente, através de
uma Curva ABC, ou seja, os clientes são segmentados por porte e volume de compra.
Os principais clientes produzem um grupo A de clientes maiores, B de clientes médios e
C de clientes menores. Com isso é feito um desconto diferenciado por cada classe.
Além disso, existem campanhas específicas fechadas em parceria com as livrarias, com
descontos maiores repassados para os leitores.
O departamento Comercial também participa do conselho editorial que define as
obras que serão adquiridas. “A gente informa o que está vendendo no mercado, quais
são os ‘temas da moda’. Os editores tentam vender o projeto, através dos seus pontos
fortes e o nosso departamento avalia se isso tem apelo comercial. É claro que a
presidência tem o maior poder de decisão, mas a responsabilidade é de todos”, afirmou
Saputo.
A definição do preço de capa é feita pela análise de mercado de livros de mesmo
gênero, em conjunto com planilhas de custos da produção. Como estratégia, eles
trabalham com alguns valores-padrão, como R$ 14,90; R$ 19,90; R$24,90 e R$ 39,90.
“Esses valores são importantes psicologicamente para o leitor, afinal ele não está
pagando vinte reais, mas 19,90”, explicou Saputo.
O relacionamento com os pontos-de-venda é considerado de suma importância
na Agir. São feitas visitas semanais às principais livrarias, que muitas vezes possuem
promotoras de vendas que procuram colocar os títulos da Agir em destaque. Além disso,
as promotoras também colhem informações e fazem sugestões ao departamento e
cuidam da reposição de livros esgotados.
68
A Agir não faz venda pela internet. “Todas as vendas feitas pelo nosso site são
direcionadas a uma loja virtual de um dos nossos principais clientes. Acreditamos que
assim, além de preservar o nosso parceiro, prestamos um melhor serviço ao nosso leitor,
pois o envio é mais rápido e mais adequado. Nossa estrutura está preparada para atender
as vendas no atacado e não no varejo, como é o caso das vendas online”, explicou
Saputo.
A matriz de distribuição da Agir é formada, principalmente pelas livrarias, que
são atendidas diretamente pelo departamento. Somente as bancas de jornais é que são
atendidas via distribuidor. São mais de 650 clientes ativos, sendo que as redes de
livrarias como Saraiva, Curitibas e Leitura que possuem dezenas de lojas são
consideradas, cada uma, como um único cliente, já que as compras são centralizadas.
Hoje, os Key Acounts, ou seja, as grandes redes de livrarias, correspondem a 37% do
faturamento da Agir. O desconto médio da editora é de 46% do preço de capa e, em
relação à consignação, 95% das vendas são feitas dessa forma.
Estrutura do departamento:
• 1 gerente comercial
• 2 coordenadores de vendas, sendo um em São Paulo e um no Rio de
Janeiro
• 5 vendedores internos, sendo três no Rio de Janeiro e dois em São Paulo
• 10 assistentes de vendas, sendo 4 no Rio de Janeiro e 6 em São Paulo
• representantes nacionais, nas principais capitais
• 1 distribuidor por capital
• 60% da equipe possui curso superior
1.4 Análise dos casos
A primeira grande diferença entre os dois casos se refere à estrutura das editoras:
enquanto na Ediouro-Agir os departamentos Comercial, Editorial e Marketing são
separados, na EMC o departamento Comercial e o departamento de Marketing se
fundem numa mesma gerência, a Gerência de Marketing e Vendas.
69
No caso dos departamentos comerciais, outra diferença que aparece na pesquisa
é a presença de representantes comerciais da Agir nas principais capitais do país,
enquanto na EMC existe apenas um representante no nordeste brasileiro.
Em relação às políticas comerciais, embora a explicação tenha sido diferente,
nota-se que as políticas são similares em relação aos seus clientes, ou seja, as duas
editoras definem faixas de clientes e aplicam descontos diferenciados entre cada uma
das faixas, privilegiando aquela em que se encontram os clientes mais ativos, ou aqueles
que compram mais, com maior freqüência e sejam adimplentes. O desconto médio das
duas editoras também é semelhante: 46% na Agir e 48% na EMC.
A maior diferença existente na prática comercial entre as duas editoras diz
respeito à consignação. Enquanto na Agir 95% das vendas são feitas dessa forma, na
EMC apenas 15% e, no caso dos lançamentos 6% das vendas são consignadas.
A quantidade de clientes ativos é um pouco maior na Agir (650) do que na EMC
(500), sendo que a grande diferença na matriz de distribuição é a participação das
grandes redes de livrarias seculares, que na Agir é de 37% e na EMC não chega a 10%.
Em compensação, a distribuição através das livrarias evangélicas chega a 60% na EMC
e inexiste na Agir.
É interessante notar que em ambas as casas publicadoras o processo de aquisição
é feito em colegiado com representantes de todos os departamentos. Enquanto a
manutenção da linha editorial é mais presente na EMC, na Agir ela á praticamente
inexistente, inclusive com o processo atual de entrada no segmento de auto-ajuda.
O processo de tratamento do texto e definição do projeto gráfico é cuidado com
muito esmero em ambas as editoras, com destaque aos quadros de tradutores, com 25
profissionais na Agir e seis na EMC, sendo cada um especialista em um gênero literário.
Esta preocupação com o tratamento do texto resulta em livros de alta qualidade em
ambas as editoras.
As estratégias de marketing são similares nas duas empresas, com destaque ao
percentual da verba utilizada nas mídias digitais, que na EMC chega a 25%, com
projeção de chegar a 40% em 2009, enquanto na Agir é de 15%, com planejamento de
longo prazo com a manutenção desse percentual.
Ambas as editoras investem no ponto-de-venda como estratégia de
relacionamento entre as editoras e os livreiros. Mini-livros, ações específicas e eventos
nas livrarias são comuns para as duas casas publicadoras.
70
A participação em eventos é analisada de forma diferente entre as empresas.
Enquanto na Agir ela é vista como forma de relacionamento entre a Editora e os
livreiros e os novos autores, na EMC os eventos servem para posicionamento da marca
e venda de livros para os seus leitores.
Percebe-se que, embora existam algumas diferenças entre os departamentos,
pode-se concluir que, no geral, as práticas editoriais, comerciais e de marketing das duas
empresas são bem semelhantes, levando-se em consideração o modelo definido no
capítulo anterior. Importante reforçar que a grande diferença em todo o processo
analisado foi em relação à prática da consignação.
71
Considerações Finais A análise das pesquisas de produção e vendas dos setores editoriais evangélicos
e secular, no período proposto, verificou a veracidade da hipótese 1, confirmando a
relevância do segmento evangélico dentro da indústria do livro no Brasil.
O estudo de casos múltiplos holístico das editoras Ediouro-Agir e Mundo
Cristão permitiu verificar que a práxis dos departamentos comercial, editorial e de
marketing das duas editoras são extremamente similares, tendo como diferença
primordial a questão da venda em consignação. Esse resultado confirma a hipótese 2 em
relação à práxis das editoras, embora a questão do potencial comercial não possa ser
verificada, pois depende de outros fatores ligados ao próprio mercado que não foram
estudados nessa dissertação.
A distribuição das duas editoras é diferente, com a presença das livrarias
evangélicas e das igrejas na matriz de distribuição da EMC e a grande participação das
grandes redes de livrarias na matriz de distribuição da Agir. Essa informação não
permitiu verificar a veracidade da hipótese 3, pois a relação causa e efeito não pode ser
determinada, ou seja, não foi possível verificar se a ausência do livro evangélico nas
grande redes de livraria é conseqüência da matriz de distribuição ou vice-versa.
Contudo, a experiência de Gerson Ramos, diretor da Superpedido, a maior
distribuidora de livros no Brasil, e com mais de 26 anos de experiência no mercado
livreiro, confirma que “hoje em dia não existe mais o preconceito com o livro
evangélico que existia há 20 anos. A qualidade editorial de um livro publicado por
editoras evangélicas é a mesmo das editoras seculares”, afirmou. Para ele, as políticas
comerciais é que são responsáveis pela menor presença do livro evangélico nas grandes
redes e, além disso, “o relacionamento entre a editora e o livreiro é fundamental para o
sucesso na distribuição dos livros”, completa Ramos.
A comprovação da hipótese 4 talvez seja o dado mais importante desta
dissertação. Baseado na mesma metodologia e na mesma base de dados dos índices
oficiais, chegou-se ao resultado inédito que demonstra o perfil do leitor evangélico, o
que comprovou a hipótese da relação íntima entre o evangélico e a leitura.
Quase 60% dos evangélicos são leitores e lêem 5,1 livros por ano, índice 10%
maior que o do brasileiro. E, desconsiderando a leitura de livros indicados pelas escolas,
72
essa diferença torna-se muito maior, com quase 40% a mais de leitura pelos
evangélicos.
O objetivo geral da dissertação foi atingido em parte, pois embora tenha sido
identificada a práxis da produção do livro evengélico, a relação entre ela e a ausência do
livro nas grandes livrarias não foi totalmente determinada, o que leva a uma nova
pergunta: “Se o livro evangélico tem a mesma qualidade do livro secular, se o
evangélico lê mais que o brasileiro em geral e se o mercado editorial evangélico cresce
mais que o mercado geral, por que ele ainda não está presente nas grandes redes de
livrarias?”
73
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Nome:__________________________________________________________________ Endereço:_______________________________________________________________ Cidade:_____________________________ Bairro:______________________________ Apenas para possibilitar a checagem do meu trabalho, o(a) sr(a) poderia me informar um número de telefone para contato? DDD: |___|___|-|___|___|___|___|-|___|___|___|___| 99( ) Não tem/ Não opinou
JOB 1277/ 2007 – BRASIL – 5012 ENTREVISTAS – 27/ NOVEMBRO/ 2007 IBOPE – OPINIÃO PÚBLICA LTDA AL. SANTOS, 2101 - 7o ANDAR – S. PAULO - SP F. AMOSTRA |____|____|____| DISTRITO |____|____| SETOR |____|____|____| ZONA |____|____| Entrevistador:____________________________________ |____|____|____|____| Data _____/_____/_____ Supervisor/ Verificador:____________________________ |____|____|____|____| Data _____/_____/_____
### RETRATOS DA LEITURA II – POPULAÇÃO EM GERAL COM 5 ANOS OU MAIS ### Empresa:____________________________ Função:______________________________
|____|____| ANOS
NÚMERO DE PESSOAS DO DOMICÍLIO |____|____| PESSOAS
SEXO CÓDIGO Masculino 1 Feminino 2
RAMO DE ATIVIDADE CÓDIGO Agricultura 01 Indústria de Transformação 02 Construção/ Outras 03 Comércio 04 Transporte/ Comunicação 05 Prestação de Serviços 06 Atividade social 07 Administração Pública 08 Outras atividades 09 Inativos 10 Atividade Doméstica 11
POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO
CÓD.
Empregado 1 Patrão 2 Conta própria 3 Não aplicável 4
ESTUDANTE CÓD.
Sim e trabalha 1 Sim e não trabalha
2
Não estuda 3
IDADE CÓDIGO 05 e 10 anos 1 11 a 14 anos 2 15 a 17 anos 3 18 a 24 anos 4 25 a 29 anos 5 30 a 39 anos 6 40 a 49 anos 7 50 A 69 anos 8 70 e + anos 9
BENS DO QUANTIDADE DOMICÍLIO 0 1 2 3 4 5 6+
TV em cores 0 2 3 4 5 5 5 Vídeo cassete/ DVD 0 2 2 2 2 2 2 Rádio 0 1 2 3 4 4 4 Banheiro 0 2 3 4 4 4 4 Automóvel 0 2 4 5 5 5 5 Empregada mensalista 0 2 4 4 4 4 4 Aspirador de pó 0 1 1 1 1 1 1 Máquina de lavar e/ ou tanquinho
0 1 1 1 1 1 1
Geladeira 0 2 2 2 2 2 2 Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex
0
1
1
1
1
1
1
Computador com internet 0 1 1 1 1 1 1 Computador sem internet 0 1 1 1 1 1 1
ALFABETIZAÇÃO) Sabe ler e escrever um bilhete simples? (UMA OPÇÃO)
1( ) Sim QUESTIONE A ESCOLARIDADE 2( ) Não CONSIDERE O CÓDIGO 01 NO QUADRO ABAIXO
ESCOLARIDADE CÓDIGOAnalfabeto 01 Sabe ler/escrever mas não cursou escola 02
APÓS 1971 ATÉ 1971 PRIMÁRIO (1º GRAU)/ FUNDAMENTAL
1a até 3a série 1a até 3a série 03 4a série 4a até 5a série 04
GINÁSIO (1o GRAU)/ FUNDAMENTAL 5a até 7a série 1a até 3a série 05 8a série 4a série 06
COLEGIAL (2o GRAU)/ MÉDIO) 1a e 2a série 1a e 2a série 07 3a série/ vestibular 3a série/ vestibular 08
SUPERIOR Superior incompleto 09 Superior completo 10
Pós-graduação (especialização, MBA, mestrado, doutorado)
11
GRAU DE INSTR. DO CHEFE DA FAMÍLIA
CÓDIGO
Analfabeto/ Primário incompleto 0 Primário completo/ Ginasial incompleto 1 Ginasial completo/ Colegial incompleto 2 Colegial completo/ Superior incompleto 3 Superior completo 5 Pós-graduação (especialização, MBA, mestrado, doutorado)
5
LOCAL DA ENTREVISTA CÓDIGO Domicílio 1 Rua 2 Trabalho(Municípios s/ setor censitário) 3
TIPO DE DOMICÍLIO CÓDIGO Imóvel próprio 1 Imóvel alugado 2 Imóvel cedido 3
P/ USO DA CODIFICAÇÃO
PAA) Com que idade o(a) sr(a) completou esta série (LEIA O GRAU DE INSTRUÇÃO CITADO NO QUADRO DO ROSTO/ 3º ANO DO ENSINO MÉDIO)? E foi em escola pública ou particular/ privada? (ANOTE ANOS NA PRIMEIRA COLUNA E O TIPO DE ESCOLA NA SEGUNDA COLUNA – UMA OPÇÃO POR ITEM)
1ª COLUNA – IDADE 2ª COLUNA – TIPO DE ESCOLA TERMINOU COM |____|____| ANOS 1( ) Escola pública 2( ) Escola particular/ privada 98 – ESTÁ CURSANDO 3( ) Outra 99 – NÃO SABE/ NÃO OPINOU 4( ) Não sabe/ Não opinou ### SOMENTE PARA QUEM TEM NÍVEL SUPERIOR DE ESCOLARIDADE ### PBB) E com que idade o(a) sr(a) completou o ensino superior? E foi/ está sendo em uma faculdade pública
ou particular/ privada? (UMA OPÇÃO) (ANOTE ANOS NA PRIMEIRA COLUNA E O TIPO DE ESCOLA NA SEGUNDA COLUNA – UMA OPÇÃO POR ITEM)
1ª COLUNA – IDADE 2ª COLUNA – TIPO DE ESCOLA TERMINOU COM |____|____| ANOS 1( ) Faculdade pública 2( ) Faculdade particular/ privada 98 – ESTÁ CURSANDO 3( ) Outra 99 – NÃO SABE/ NÃO OPINOU 4( ) Não sabe/ Não opinou ### PARA ENTREVISTADOS COM 15 ANOS OU MAIS ### PCC) O(a) sr(a) cursou alguma série em supletivo, ou de Educação de Jovens e Adultos-EJA, ou Curso de
Alfabetização de Adultos ou Mobral ou Madureza? (UMA OPÇÃO) 1( ) Sim Qual a última que completou nesse tipo de curso? |____| série |____| grau 2( ) Não *** CARTELA 1 *** P01) Qual destas atividades você faz em seu tempo livre? (VÁRIAS OPÇÕES – ANOTE NA 1ª
COLUNA) (PARA CADA ITEM QUE CITAR) Freqüentemente ou ocasionalmente? (MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE NA 2ª COLUNA)
CÓDIGOS: 1 – FREQÜENTEMENTE 2 – OCASIONALMENTE ATIVIDADE FREQÜÊNCIA 01( ) Escrever |____| 02( ) Fazer compras |____| 03( ) Ir ao campo / à praia |____| 04( ) Ir à cidade |____| 05( ) Fazer artesanatos e trabalhos da casa |____| 06( ) Reunir com amigos ou família |____| 07( ) Assistir televisão |____| 08( ) Assistir vídeos |____| 09( ) Ler (jornais, revistas, livros, textos na Internet) |____| 10( ) Escutar música |____| 11( ) Escutar rádio |____| 12( ) Navegar na Internet |____| 13( ) Praticar esporte |____| 14( ) Assistir eventos esportivos |____| 15( ) Praticar jogos de mesa / videogames |____| 16( ) Ir ao cinema |____| 17( ) Ir ao teatro / dança / concertos |____| 18( ) Ir a feiras e festas populares |____| 19( ) Sair com amigos |____| 20( ) Ir a museus / exposições / centros históricos |____| 21( ) Passear em parques e praças |____| 22( ) Ir a bares, cantinas, jogar bilhar |____| 23( ) Descansar |____| 97( ) Nenhuma destas/
P02) De uma maneira geral, o(a) sr(a) gosta ou não gosta de ler para se distrair ou passar o tempo? (UMA OPÇÃO)
GOSTA: “Muito ou um pouco?” 1( ) Gosta muito ----------- | FAÇA P.03 3( ) Não gosta ------------------ | PULE PARA 2( ) Gosta um pouco ------ | EM DIANTE 4( ) Não sabe/não opinou ----- | P.04 ### SOMENTE PARA QUEM GOSTA DE LER (CÓD. 1 OU 2 NA P02) ### *** CARTELA 2 *** P03) Quais são as DUAS pessoas que mais influenciaram ou incentivaram o seu gosto pela leitura/? (DUAS
OPÇÕES) 01( ) Pai ou responsável do sexo masculino 06( ) Algum colega ou superior no trabalho 02( ) Mãe ou responsável do sexo feminino 07( ) Padre/ Pastor ou algum líder religioso 03( ) Algum outro parente 08( ) Outra pessoa 04( ) Algum professor ou professora 09( ) Ninguém 05( ) Algum amigo ou amiga 10( ) Não sabe/ Não opinou ### PARA TODOS ### P04) Gostaria de saber qual era a escolaridade do seu PAI ? (ESPONTÂNEA - UMA OPÇÃO - CASO
NÃO TENHA SIDO CRIADO PELO PAI: “E qual o grau de escolaridade do responsável do sexo masculino que o(a) criou?”)
01( ) Nenhuma 07( ) Superior incompleto 02( ) Menos de 4a série 08( ) Superior completo 03( ) Fundamental/ 1o grau incompleto/ Até 7a série 09( ) Pós graduação (MBA, mestrado,
doutorado) 04( ) Fundamental/ 1o grau completo/ Até 8a série 05( ) Médio/ 2o grau incompleto/ Até 2o colegial 10( ) Não teve pai/ responsável do sexo masculino 06( ) Médio/ 2o grau completo/ Até 3o colegial 11( ) Não sabe/ Não opinou P05) O(a) sr(a) diria que costumava ver seu PAI ou responsável do sexo masculino lendo: (LEIA DE 1 A 4
- UMA OPÇÃO) 1( ) Sempre, 4( ) Nunca? 2( ) De vem em quando, 5( ) Não teve pai/ responsável do sexo masculino 3( ) Quase nunca, 6( ) Não sabe/ Não opinou P06) E qual era a escolaridade da sua MÃE ? (ESPONTÂNEA - UMA OPÇÃO - CASO NÃO TENHA
SIDO CRIADA PELA MÃE: “E qual o grau de escolaridade da responsável do sexo feminino que o(a) criou?”)
01( ) Nenhuma 07( ) Superior incompleto 02( ) Menos de 4a série 08( ) Superior completo 03( ) Fundamental/ 1o grau incompleto/ Até 7a série 09( ) Pós graduação (MBA, mestrado,
doutorado) 04( ) Fundamental/ 1o grau completo/ Até 8a série 05( ) Médio/ 2o grau incompleto/ Até 2o colegial 10( ) Não teve pai/ responsável do sexo feminino 06( ) Médio/ 2o grau completo/ Até 3o colegial 11( ) Não sabe/ Não opinou P07) O(a) sr(a) diria que costumava ver sua MÃE ou responsável do sexo feminino lendo: (LEIA DE 1 A 4
- UMA OPÇÃO) 1( ) Sempre, 4( ) Nunca? 2( ) De vem em quando, 5( ) Não teve pai/ responsável do sexo feminino 3( ) Quase nunca, 6( ) Não sabe/ Não opinou P08) O(a) sr(a) ou alguém que mora ou morou com o(a) sr(a) durante sua vida, trabalhava, de alguma forma,
com educação, sendo professor, diretor, coordenador de ensino, etc? (CASO SIM) Quem? (VÁRIAS OPÇÕES)
01( ) Sim, o próprio entrevistado 06( ) Sim, filho 02( ) Sim, pai 07( ) Sim, outro parente 03( ) Sim, mãe 08( ) Sim, outra pessoa (não parente) 04( ) Sim, irmão/ irmã 09( ) Nunca morou com alguém ligado à educação 05( ) Sim, avô/ avó 10( ) Não sabe/ Não opinou
P09) Qual destes materiais você gosta de ler? (VÁRIAS OPÇÕES – ANOTE NA 1ª COLUNA) (PARA CADA ITEM QUE GOSTA) Muito ou um pouco? (MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE NA 2ª COLUNA)
CÓDIGOS 1 – MUITO 2 – UM POUCO MATERIAL INTENSIDADE MATERIAL INTENSIDADE.
1( ) Jornais |____| 3( ) Livros |____| 2( ) Revistas |____| 4( ) Textos na internet |____| 9( ) Nenhum/ NOP ### SOMENTE PARA CRIANÇAS COM IDADE ENTRE 5 E 12 ANOS (VER ROSTO) ### *** CARTELA 3 *** P10) Com qual destas freqüências (LEIA CADA ITEM E MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE -
NÃO FAÇA RODÍZIO) CÓDIGOS 1 – SEMPRE 2 – ALGUMAS VEZES 3 – NUNCA
|____| Você lê sozinho |____| Seu pai lê para você |____| Seus professores lêem para você |____| Sua mãe lê para você |____| Outras pessoas lêem para você ### SOMENTE PARA MAIORES DE 12 ANOS (VER ROSTO) ### *** CARTELA 3 *** P11) Na sua infância, com qual dessas freqüências (LEIA CADA ITEM E MARQUE O CÓDIGO
CORRESPONDENTE - NÃO FAÇA RODÍZIO) CÓDIGOS 1 – SEMPRE 2 – ALGUMAS VEZES 3 – NUNCA
|____| Você lia sozinho |____| Seu pai lia para você |____| Seus professores liam para você |____| Sua mãe lia para você |____| Outras pessoas liam para você ### PARA TODOS ### P12) Depois que você aprendeu a ler, seus pais (ou alguém da família) lhe presentearam com algum livro ou
revistas? (CASO SIM) Eles lhe davam livros ou revistas sempre ou algumas vezes? (UMA OPÇÃO) 1( ) Sempre 2( ) Algumas vezes 3( ) Não foi presenteado com livros/ revistas (ESP.) 4( ) Não aprendeu a ler/ é analfabeto/ não alfabetizado P13) Você lê ainda que de vez em quando: (LEIA CADA ITEM DA PRIMEIRA COLUNA ABAIXO E
MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE – FAÇA RODÍZIO)? CÓDIGOS: 1 – SIM 2 – NÃO *** CARTELA 4 *** P14) Com qual destas freqüências você lê? (LEIA CADA ITEM QUE CITAR E MARQUE O CÓDIGO
CORRESPONDENTE – FAÇA RODÍZIO) CÓDIGOS: 1 – PELO MENOS UMA VEZ POR DIA 2 – PELO MENOS UMA VEZ POR SEMANA 8 – NÃO COSTUMA LER 3 – PELO MENOS UMA VEZ POR MÊS 9 – NÃO OPINOU P15) Quantas horas você lê, em média, por semana? (LEIA CADA ITEM E MARQUE A QUANTIDADE
DE HORAS CITADA COM DOIS DÍGITOS – FAÇA RODÍZIO) (PREENCHA COM 00 – MENOS DE 1 HORA/ 98 – NUNCA LEU UM LIVRO/ NÃO SABE LER/ 99 – NÃO OPINOU)
P13) O QUE LÊ P14) FREQÜÊNCIA P15) HORAS |____| Livro(s) indicado(s) na escola |____| |____|____| |____| Livros em geral |____| |____|____| |____| Textos escolares |____| |____|____| |____| Textos de trabalho |____| |____|____| |____| Jornais |____| |____|____| |____| Revistas |____| |____|____| |____| Textos na Internet |____| |____|____| |____| Livros digitais (e-books) |____| |____|____| |____| Áudio-livros |____| |____|____| |____| Gibis |____| |____|____|
|____| Livros em braille |____| |____|____|
P16) O(a) sr(a), pessoalmente, conhece ou não conhece alguém que “venceu na vida”, ou que melhorou sua situação por ler bastante? (CASO SIM) Quem? (ESPONTÂNEA - UMA OPÇÃO)
1( ) Parente 4( ) Outra pessoa 2( ) Amigo/ conhecido 5( ) Não conhece ninguém 3( ) Personalidade pública 6( ) Não sabe/ Não opinou P17) E quantos livros você leu (LEIA CADA ITEM E MARQUE A QUANTIDADE DE LIVROS
CITADA COM DOIS DÍGITOS – PREENCHA COM 00 – NENHUM/ 98 – NUNCA LEU UM LIVRO/ NÃO SABE LER/ 99 – NÃO OPINOU)
P18) Desses livros que você leu quantos eram didáticos ou indicados pela escola? (LEIA CADA ITEM E MARQUE A QUANTIDADE DE LIVROS ESCOLARES CITADA COM DOIS DÍGITOS – PREENCHA COM 00 – NENHUM/ 98 – NUNCA LEU UM LIVRO/ NÃO SABE LER/ 99 – NÃO OPINOU)
P17) QUANTOS LEU P18) QUANTOS ESCOLARES/ DIDÁTICOS
A) No último mês? |____|____| livro(s) |____|____| livro(s) indicado(s) na escola
B) Nos últimos três meses? |____|____| livro(s) |____|____| livro(s) indicado(s) na escola C) Nos últimos doze meses? |____|____| livro(s) |____|____| livro(s) indicado(s) na escola *** CARTELA 5 *** P19) Qual destas razões é a principal para você não ter lido ou lido mais livros no último ano? E em
segundo lugar? (ATÉ DUAS OPÇÕES – ANOTE NA SEQÜÊNCIA CITADA – CASO NÃO ESTEJA NA LISTA, ANOTE RESPOSTA NAS LINHAS ABAIXO)
1º LUGAR |____|____|____|___________________________________________________________ 2º LUGAR |____|____|____|___________________________________________________________ (001) Por desinteresse/ Não gosta de ler (002) Por não dispor de dinheiro (003) Porque não há bibliotecas por perto (004) Porque prefiro outras atividades (005) Por falta de tempo (006) Falta de onde comprar/ ponto de venda/ livraria (998) Não costuma ler (999) Não sabe/ Não opinou *** CARTELA 6 *** P20) Você lê, principalmente, por qual destes motivos? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? (ATÉ
TRÊS OPÇÕES – ANOTE NA SEQÜÊNCIA CITADA – CASO NÃO ESTEJA NA LISTA, ANOTE RESPOSTA NAS LINHAS ABAIXO)
1º LUGAR |____|____|____|___________________________________________________________ 2º LUGAR |____|____|____|___________________________________________________________ 3º LUGAR |____|____|____|___________________________________________________________ (001) Exigência do trabalho (002) Exigência escolar / acadêmica (003) Atualização profissional (004) Prazer ou gosto (005) Motivos religiosos (006) Atualização cultural/ Conhecimento geral (998) Não costuma ler (999) Não sabe/ Não opinou *** CARTELA 7 *** P21) Qual destes fatores mais influencia você na hora de escolher um livro para ler? E em segundo lugar? E
em terceiro? (ATÉ TRÊS OPÇÕES) 1o LUGAR |___|___| 2o LUGAR |___|___| 3o LUGAR |___|___| (01) Tema (06) Capa (02) Dicas de outras pessoas (07) Críticas/resenhas (03) Autor (08) Publicidade/ Anúncio (04) Título do livro (98) Outro motivo (05) Editora (99) Não compra livros P22) Nos momentos em que você lê, de uma maneira geral, você diria que lê mais por prazer ou por
obrigação, seja ela de escola ou de trabalho? (UMA OPÇÃO) 1( ) Lê mais por prazer 2( ) Lê mais por obrigação 9( ) Não sabe/ Não opinou
*** CARTELA 8 *** P23) Desses tipos de livros, quais você costuma ler? (VÁRIAS OPÇÕES – ANOTE NA 1ª COLUNA)
(PARA CADA ITEM QUE CITAR) Freqüentemente ou ocasionalmente? (MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE NA 2ª COLUNA)
CÓDIGOS: 1 – FREQÜENTEMENTE 2 – OCASIONALMENTE
O QUE LÊ FREQ. O QUE LÊ FREQ.
01( ) Livros infantis |____| 11( ) História, política e ciências sociais |____| 02( ) Livros juvenis |____| 12( ) Esoterismo (ocultismo) |____| 03( ) Romance |____| 13( ) História em quadrinhos |____| 04( ) Biografias |____| 14( ) Contos |____| 05( ) Poesia |____| 15( ) Cozinha/ artesanato/ assuntos práticos |____| 06( ) Auto-ajuda |____| 16( ) Ensaios, Ciências e Humanidades |____| 07( ) Livros religiosos |____| 17( ) Livros didáticos/ universitários |____| 08( ) Bíblia |____| 18( ) Enciclopédias e dicionários |____| 09( ) Livros técnicos |____| 98( ) Outros |____| 10( ) Artes |____| 99( ) Nenhuma destas //////// *** CARTELA 9 *** P24) Você costuma ler livros de quais destas formas? Mais alguma? Alguma outra? (VÁRIAS OPÇÕES –
ANOTE NA 1ª COLUNA) (PARA CADA ITEM QUE CITAR) E você diria que lê estes livros (LEIA OPÇÃO CITADA ANTERIORMENTE) freqüentemente ou ocasionalmente? (MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE NA 2ª COLUNA)
CÓDIGOS: 1 – FREQÜENTEMENTE 2 – OCASIONALMENTE
FORMA FREQ. 1( ) Comprados |____| 2( ) Fotocopiados/ xerocados |____| 3( ) Presenteados |____| 4( ) Emprestados por bibliotecas e escolas |____| 5( ) Emprestados por particulares (alguém da família, amigos, etc.) |____| 6( ) Distribuídos pelo governo e/ou pelas escolas |____| 7( ) Da Internet |____| 9( ) Não costuma ler livros *** CARTELA 9 *** P25) E com relação às revistas e aos jornais que você lê, eles são geralmente obtidos de qual destas formas?
Mais alguma? Alguma outra? (VÁRIAS OPÇÕES – ANOTE NA 1ª COLUNA) (PARA CADA ITEM QUE CITAR) E você diria que lê estes revistas e jornais (LEIA OPÇÃO CITADA ANTERIORMENTE) freqüentemente ou ocasionalmente? (MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE NA 2ª COLUNA)
CÓDIGOS: 1 – FREQÜENTEMENTE 2 – OCASIONALMENTE
FORMA FREQ. 1( ) Comprados |____| 2( ) Fotocopiados/ xerocados |____| 3( ) Presenteados |____| 4( ) Emprestados por bibliotecas e escolas |____| 5( ) Emprestados por particulares (alguém da família, amigos, etc.) |____| 6( ) Distribuídos pelo governo e/ou pelas escolas |____| 7( ) Da Internet |____| 9( ) Não costuma ler revistas
P26) Quantos livros há, no total, na sua casa? (ESPONTÂNEA – PREENCHA OS CAMPOS COM QUATRO DÍGITOS – PREENCHA 0000 – NENHUM / 9999 – NÃO SABE)
|____|____|____|____| Livros SOMENTE PARA QUEM TEM LIVROS EM CASA P27) E o(a) sr(a) costuma ou não costuma emprestar seus livros, regularmente, para outras pessoas? (UMA
OPÇÃO) 1( ) Costuma 2( ) Não costuma/ Não opinou ### SOMENTE PARA QUEM DISSE TER LIVROS NA P.26 ### P28) Desses livros, quantos são seus? (ESPONTÂNEA – NÃO ACEITE Nº SUPERIOR AO CITADO NA
C.3 – PREENCHA OS CAMPOS COM QUATRO DÍGITOS – PREENCHA 0000 – NENHUM / 9999 – NÃO SABE)
|____|____|____|____| São livros do entrevistado
SOMENTE PARA QUEM DISSE TER LIVROS NA P.26 P29) Do total de livros que há em sua casa, quantos são livros didáticos? (ESPONTÂNEA – NÃO ACEITE
Nº SUPERIOR AO CITADO NA P.26 – PREENCHA OS CAMPOS COM QUATRO DÍGITOS) PREENCHA: 0000 – NENHUM / 9999 – NÃO SABE
|____|____|____|____| São livros didáticos SOMENTE PARA QUEM DISSE TER LIVROS NA P.26 P30) E quantos deles são BÍBLIAS? (ESPONTÂNEA – NÃO ACEITE Nº SUPERIOR AO CITADO NA
P.26 – PREENCHA OS CAMPOS COM QUATRO DÍGITOS) PREENCHA: 0000 – NENHUM / 9999 – NÃO SABE
|____|____|____|____| São bíblias SOMENTE PARA QUEM DISSE TER LIVROS NA P.26 P31) E quantos deles são livros religiosos, que não a Bíblia? (ESPONTÂNEA – NÃO ACEITE Nº
SUPERIOR AO CITADO NA P.26 – PREENCHA OS CAMPOS COM QUATRO DÍGITOS) PREENCHA: 0000 – NENHUM / 9999 – NÃO SABE
|____|____|____|____| São outros livros religiosos ### PARA TODOS ### P32) Quantos livros seus você tem em seu local de trabalho? (ESPONTÂNEA - PREENCHA OS
CAMPOS COM TRÊS DÍGITOS – PREENCHA: 0000 – NENHUM / 9999 – NÃO SABE) |____|____|____| Livros 9998 – NÃO TRABALHA
*** CARTELA 10 *** P33) Você comprou alguma destas publicações nos últimos três meses? (PARA CADA ITEM QUE
CITAR) Quantas? (ANOTE À FRENTE DE CADA PUBLICAÇÃO – PREENCHA OS CAMPOS COM TRÊS DÍGITOS)
PUBLICAÇÕES QTDE PUBLICAÇÕES QTDE 1( ) Livros |____|____|____| 3( ) Revistas |____|____|____| 2( ) Livros indicados pela escola |____|____|____| 4( ) Textos de trabalho |____|____|____| 9( ) Não comprou estas publicações *** CARTELA 10 *** P34) E nos últimos doze meses, você comprou algumas destas publicações? (PARA CADA ITEM QUE
CITAR) Quantas? (ANOTE À FRENTE DE CADA PUBLICAÇÃO – PREENCHA OS CAMPOS COM TRÊS DÍGITOS)
PUBLICAÇÕES QTDE PUBLICAÇÕES QTDE 1( ) Livros |____|____|____| 3( ) Revistas |____|____|____| 2( ) Livros indicados pela escola |____|____|____| 4( ) Textos de trabalho |____|____|____| 9( ) Não comprou estas publicações P35) Aproximadamente, em média, quanto o(a) sr(a) gasta por mês comprando livros? (ANOTE VALOR
ABAIXO) R$ |____|.|____|____|____|,00 0000 – Nada/ Não compra livros 9999 – NS/ NOP
*** CARTELA 11 *** P36) Geralmente, você compra livros (exceto os livros didáticos) em qual destes lugares? Mais algum lugar?
Algum outro? (VÁRIAS OPÇÕES) 01( ) Livrarias 08( ) Na Internet 02( ) Feiras de livro 09( ) Na escola 03( ) Sebos (Lojas de usados) 10( ) Igrejas e outros espaços religiosos 04( ) Supermercados/Hipermercados 11( ) Em casa ou no local de trabalho (porta a porta) 05( ) Lojas de departamentos 06( ) Na rua (vendedores ambulantes) 98( ) Outros locais 07( ) Bancas de jornal e revista 99( ) Não compra livros *** CARTELA 11 *** P37) E, geralmente, em qual destes lugares você compra livros didáticos? Mais algum lugar? Algum outro?
(VÁRIAS OPÇÕES) 01( ) Livrarias 08( ) Na Internet 02( ) Feiras de livro 09( ) Na escola 03( ) Sebos (Lojas de usados) 10( ) Igrejas e outros espaços religiosos 04( ) Supermercados/Hipermercados 11( ) Em casa ou no local de trabalho (porta a porta) 05( ) Lojas de departamentos 06( ) Na rua (vendedores ambulantes) 98( ) Outros locais 07( ) Bancas de jornal e revista 99( ) Não compra livros didáticos *** CARTELA 12 *** P38) Por que você escolhe esse(s) lugar(es) para comprar livros? Mais algum motivo? Algum outro?
(VÁRIAS OPÇÕES) 01( ) Comodidade 08( ) Livros que pode trocar 02( ) Proximidade 09( ) Oferta de outros produtos 03( ) Costume 10( ) Especialização 04( ) Variedade 11( ) Rapidez/ qualidade no atendimento 05( ) Casualidade 12( ) Ambiente agradável 06( ) Garantia/ confiança 98( ) Outro motivo 07( ) Preço mais barato 99( ) Não compra livros *** CARTELA 13 *** P39) Por qual destes motivos você compra livros? (VÁRIAS OPÇÕES) 1( ) Porque a escola/faculdade exige 5( ) Prazer/ gosto pela leitura 2( ) Necessidade de trabalho 3( ) Entretenimento e lazer 8( ) Outro motivo 4( ) Presentear 9( ) Não compra livros *** CARTELA 14 *** P39A) Qual destes fatores mais influencia você na hora de escolher um livro para COMPRAR? E em
segundo lugar? E em terceiro? (ATÉ TRÊS OPÇÕES) 1o LUGAR |___|___| 2o LUGAR |___|___| 3o LUGAR |___|___| (01) Tema (07) Capa (02) Dicas de outras pessoas (08) Críticas/resenhas (03) Autor (09) Publicidade/ Anúncio (04) Título do livro (05) Editora (98) Outro motivo (06) Preço (99) Não compra livros
*** CARTELA 15 *** P40) Em qual destes lugares você costuma ler? (LEIA CADA PUBLICAÇÃO DE CADA COLUNA
ABAIXO -VÁRIAS OPÇÕES POR ITEM) A) Jornais B) Revistas C) Livros D) Textos na
internet Em casa 01( ) 01( ) 01( ) 01( ) Na sala de aula 02( ) 02( ) 02( ) 02( ) Em Cyber Café/ Lan House 03( ) 03( ) 03( ) 03( ) Em bibliotecas 04( ) 04( ) 04( ) 04( ) Em shopping centers 05( ) 05( ) 05( ) 05( ) Na casa de amigos ou parentes 06( ) 06( ) 06( ) 06( ) No trabalho 07( ) 07( ) 07( ) 07( ) Em parques e praças 08( ) 08( ) 08( ) 08( ) Na praia e em clubes 09( ) 09( ) 09( ) 09( ) Em cafeterias e bares 10( ) 10( ) 10( ) 10( ) Em consultórios/ salões de beleza/ barbeiro 11( ) 11( ) 11( ) 11( ) No transporte (metrô, aviões, ônibus) 12( ) 12( ) 12( ) 12( ) Nenhum/ Não costuma ler 99( ) 99( ) 99( ) 99( )
P41) Pelo que você sabe ou ouve falar, existe ou não existe na sua cidade ou bairro uma biblioteca pública onde o(a) sr(a) poderia pegar livros, caso precisasse? (UMA OPÇÃO)
1( ) Existe 2( ) Não existe 3( ) Não sabe/ Não opinou P42) E na empresa onde o(a) sr(a) trabalha existe ou não existe uma biblioteca ou hemeroteca? (1 OPÇÃO) 1( ) Existe 3( ) Não sabe/ Não opinou 2( ) Não existe 4( ) Não trabalha P43) Você costuma ir à biblioteca? (CASO SIM) Freqüentemente ou ocasionalmente? (UMA OPÇÃO) 1( ) Sim, freqüentemente FAÇA P44A 2( ) Sim, ocasionalmente FAÇA P44B 3( ) Não costuma ir à biblioteca FAÇA P44C ### PARA QUEM VAI FREQÜENTEMENTE P44A) Na biblioteca que você freqüenta você: (LEIA CADA PAR DE FRASES - UMA OPÇÃO POR
ITEM) 1( ) É bem atendido, ou 2( ) Não é bem atendido? 3( ) Não sabe/ Não opinou 1( ) É atendido por bibliotecários, ou 2( ) É atendido por outros funcionários ou voluntários? 3( ) Não sabe/ Não opinou 1( ) As pessoas que trabalham na biblioteca fazem indicações de outros livros, de assuntos ou autores
parecidos com o que o(a) sr(a) lê, ou 2( ) As pessoas que trabalham na biblioteca NÃO fazem indicações de outros livros? 3( ) Não sabe/ Não opinou 1( ) Encontra todos os livros que procura, ou 2( ) Não encontra todos os livros que procura? 3( ) Não sabe/ Não opinou 1( ) A biblioteca é de fácil acesso, ou 2( ) A biblioteca não é de fácil acesso? 3( ) Não sabe/ Não opinou 1( ) Gosta muito da biblioteca que freqüenta, ou 2( ) Não gosta muito da biblioteca que freqüenta? 3( ) Não sabe/ Não opinou 1( ) Acha que ela é bem cuidada, ou 2( ) Acha que ela é mal cuidada? 3( ) Não sabe/ Não opinou
### PARA QUEM VAI OCASIONALMENTE P44B) Qual a principal razão para você não ir com mais freqüência à biblioteca? (ESPONTÂNEA - (UMA
OPÇÃO – EXPLORAR, NÃO ACEITE RESPOSTAS VAGAS) |___|___|___|________________________________________________________________________ ### PARA QUEM NÃO COSTUMA IR P44C) Qual a principal razão para você não ir à biblioteca? (ESPONTÂNEA - UMA OPÇÃO –
EXPLORAR, NÃO ACEITE RESPOSTAS VAGAS) |___|___|___|________________________________________________________________________ ### PARA TODOS ### *** CARTELA 16 *** P45) Quando você vai à biblioteca, em geral, qual destes materiais você busca? Mais algum? Algum outro?
(VÁRIAS OPÇÕES) 001( ) Livros 007( ) Livros em braille 002( ) Jornais 997( ) Outros |____|____|____|______________________ 003( ) Revistas 004( ) Consulta por internet ________________________________________________ 005( ) Filmes ou música 998( ) Não há bibliotecas onde eu moro (ESP.) 006( ) Audiolivros 999( ) Não costuma ir à biblioteca *** CARTELA 17 *** P46) Por qual destes motivos você vai à biblioteca? Mais algum? Algum outro? (VÁRIAS OPÇÕES) 1( ) Ler para pesquisar 5( ) Participar de concertos, exposições, etc. 2( ) Ler para estudar 6( ) Ver filmes/ escutar música 3( ) Ler por prazer 7( ) Não há bibliotecas onde eu moro (ESP.) 4( ) Participar de conferências, cursos e oficinas 9( ) Não costuma ir à biblioteca *** CARTELA 18 *** P47) Que tipo de biblioteca você freqüenta? Mais algum? Algum outro? (VÁRIAS OPÇÕES) 1( ) Pública 5( ) Empresas/instituições 2( ) Escolar 6( ) Especializadas 3( ) Universitária 8( ) Não há bibliotecas onde eu moro (ESP.) 4( ) Comunitária 9( ) Nenhuma/ Não costuma ir à biblioteca *** CARTELA 19 *** P48) Quais das seguintes dificuldades que você tem ao ler? Mais alguma? Alguma outra? (VÁRIAS
OPÇÕES) 4( ) Não tem concentração suficiente para ler 1( ) Lê muito devagar 5( ) Não lê por limitações físicas (visão, etc) 2( ) Não compreende a maior parte do que lê 6( ) Não tem dificuldade nenhuma 3( ) Não tem paciência para ler 7( ) Não lê/ Analfabeto P49) Se o(a) sr(a) tivesse que descrever o que representa a leitura de livros na vida de uma pessoa com uma
frase, com que frase o(a) sr(a) descreveria? (ESPONTÂNEA - UMA OPÇÃO – ANOTE A PRIMEIRA RESPOSTA QUE O ENTREVISTADO DER, EVITE “NÃO SABE”)
|___|___|___|________________________________________________________________________ 999( ) Não sabe/ Não opinou *** CARTELA 20 *** P50) O que é a leitura para você? (UMA OPÇÃO) 01( ) Fonte de conhecimento e atualização profissional 07( ) Ocupa muito tempo 02( ) Uma atividade prazerosa 08( ) Uma atividade interessante 03( ) Fonte de conhecimento para a escola/faculdade 09( ) Entediante 04( ) Fonte de conhecimento para a vida 05( ) Prática obrigatória 06( ) Produz cansaço/ Exige muito esforço 99( ) Nenhuma destas/ NS/ NOP
*** CARTELA 21 *** P51) Você costuma ler para qual destas pessoas? (VÁRIAS OPÇÕES – ANOTE NA 1ª COLUNA) (PARA
CADA ITEM COM RESPOSTA POSITIVA) Freqüentemente ou ocasionalmente? (MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE NA 2ª COLUNA)
CÓDIGOS. 1 – FREQUENTEMENTE 2 – OCASIONALMENTE
PARA QUEM LÊ FREQ. 1( ) Seus filhos, |____| 2( ) Seu marido/esposa, |____| 3( ) Seus amigos, |____| 4( ) Seus familiares, ou |____| 5( ) Outros (idosos, deficientes visuais, outras crianças, doentes etc.)? |____| 9( ) Ninguém/ Não lê P52) Você lê em outros idiomas? (CASO SIM) Em qual? Em mais algum? Em algum outro?
(ESPONTÂNEA - VÁRIAS OPÇÕES) 1( ) Espanhol 6( ) Japonês 2( ) Inglês 7( ) Línguas indígenas 3( ) Francês 8( ) Outros 4( ) Italiano 5( ) Alemão 9( ) Não lê em outros idiomas *** CARTELA 22 *** P53) De qual destas formas você costuma ler livros? (VÁRIAS OPÇÕES – ANOTE NA 1ª COLUNA)
(PARA CADA ITEM COM RESPOSTA POSITIVA) Freqüentemente ou ocasionalmente? (MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE NA 2ª COLUNA)
CÓDIGOS. 1 – FREQÜENTEMENTE 2 – OCASIONALMENTE FORMA FREQ. FORMA FREQ. 1( ) O livro inteiro de uma só vez |____| 5( ) Mais de um livro ao mesmo tempo |____| 2( ) Só partes/ capítulo de livros |____| 6( ) Pulando páginas |____| 3( ) O mesmo livro mais de uma vez |____| 4( ) Parte do livro mais de uma vez |____| 7( ) Não costuma ler //////// P54) Você prefere ler… (LEIA DE 1 A 4 - UMA OPÇÃO) 1( ) Escutando música, 2( ) Com a TV ligada, 3( ) Em locais públicos (praças, cafés etc), ou 4( ) Em lugares silenciosos? 5( ) Não costuma ler (ESP.) P55) Que idade você tinha na época em que mais leu em sua vida? (PREENCHA COM DOIS DÍGITOS -
99 – NÃO OPINOU) |____|____| ANOS
P56) Atualmente, você lê mais ou menos do que naquela época? (UMA OPÇÃO) 1( ) Mais FAÇA P59 2( ) Menos FAÇA P58 3( ) A mesma coisa (ESP.) FAÇA P59 4( ) A época atual é a que mais lê (ESP.) FAÇA P59 5( ) Não costuma ler FAÇA P59 ### PARA QUEM ESTÁ LENDO MENOS P57) Qual a principal razão para você estar lendo menos do que naquela época? (ESPONTÂNEA - UMA
OPÇÃO) |____|____|____|________________________________________________________
999( ) Não sabe/ Não opinou
### PARA TODOS ### P58) Qual é o escritor brasileiro que você mais admira? (UMA OPÇÃO)
|____|____|____|________________________________________________________ 998( ) Nenhum
P59) E qual é o escritor estrangeiro que você mais admira? (UMA OPÇÃO) |____|____|____|________________________________________________________
998( ) Nenhum P60) Qual é o livro que mais marcou você? (UMA OPÇÃO)
|____|____|____|________________________________________________________ 998( ) Nenhum
P61) E qual foi o último livro que você leu ou está lendo? (UMA OPÇÃO) |____|____|____|________________________________________________________
998( ) Nenhum P62) O(a) sr(a) já releu um livro, ou seja, já leu mais de uma vez um mesmo livro inteiro? (UMA
OPÇÃO) 1( ) Sim Qual? |____|____|____|_____________________________________________________ 2( ) Não 3( ) Não opinou *** CARTELA 23 *** P63) Agora, vou fazer uma pergunta exatamente como é feita pelo IBGE para classificação da população
brasileira. A sua cor ou raça é qual: (UMA OPÇÃO) 3( ) Parda 1( ) Branca 4( ) Amarela 2( ) Preta 5( ) Indígena P64) Qual é a sua religião? (ESPONTÂNEA – UMA OPÇÃO) 01( ) Católica Apostólica Romana 12( ) Adventista 02( ) Assembléia de Deus 13( ) Testemunha de Jeová 03( ) Batista/ Metodista/ Presbiteriana 14( ) Judaica 04( ) Universal do Reino de Deus 15( ) Espírita/ Kardecista 05( ) Deus é Amor 16( ) Afro-Brasileiras (Umbanda, Candomblé, etc) 06( ) Evangelho Quadrangular 17( ) Orientais (Budismo, Islamismo, etc) 07( ) Igreja Internacional da Graça 18( ) Outras religiões 08( ) Renascer em Cristo 19( ) É religioso mas não segue nenhuma/ Agnóstico 09( ) Sara nossa terra 20( ) Ateu, não tem religião 10( ) Outras Evangélicas específicas 11( ) Evangélica - Não sabe especificar 99( ) Não opinou P65) O(a) sr(a) é ou não é o chefe da sua família? (UMA OPÇÃO) 1( ) É o chefe da família 2( ) Não é o chefe da família *** CARTELA 24 *** P66) Com qual destas freqüências o(a) sr(a) costuma utilizar computador? (UMA OPÇÃO) 1( ) Todos os dias da semana ------------------------------------ | 2( ) Algumas vezes na semana | FAÇA P.67 3( ) Uma vez por semana | EM DIANTE 4( ) Raramente/ de vez em quando ------------------------------ | 5( ) Não usa computador PULE PARA RENDA
###SOMENTE PARA QUEM UTILIZA COMPUTADOR (CÓDIGO 1 A 4 NA P.66) ### *** CARTELA 25 *** P67) Em qual destes locais o(a) sr(a) costuma usar computador? (VÁRIAS OPÇÕES – ANOTE
ABAIXO DA PRIMEIRA COLUNA ABAIXO) ### PARA CADA LOCAL ONDE USA COMPUTADOR (CÓD. 1 A 6 NA 67) ### *** CARTELA 26 *** P68) Com qual destas freqüências o(a) sr(a) costuma usar computador (LEIA CADA LOCAL CITADO NA
PERGUNTA ANTERIOR)? (ANOTE CÓDIGO CORRESPONDENTE NA SEGUNDA COLUNA ABAIXO) CÓDIGOS: 1 - TODOS OS DIAS DA SEMANA 2 - ALGUMAS VEZES NA SEMANA 4 - RARAMENTE/ DE VEZ EM QUANDO 3 - UMA VEZ POR SEMANA 9 - NÃO OPINOU ### PARA CADA LOCAL ONDE USA COMPUTADOR (CÓD. 1 A 6 NA 67) ### P69) E este computador tem ou não tem acesso à internet? (LEIA CADA LOCAL CITADO NA PERGUNTA
ANTERIOR)? (ANOTE CÓDIGO CORRESPONDENTE NO ESPAÇO AO LADO NA TERCEIRA COLUNA) CÓDIGOS: 1 – TEM 2 – NÃO TEM 9 – NÃO SABE/ NOP ### P/ CADA LOCAL ONDE USA COMPUTADOR COM INTERNET (CÓD. 1 NA 69) ### P70) E a conexão deste computador a internet é via banda larga ou por linha discada? (LEIA CADA LOCAL
CITADO NA PERGUNTA ANTERIOR)? (ANOTE CÓDIGO CORRESPONDENTE NO ESPAÇO AO LADO NA QUARTA COLUNA)
CÓDIGOS: 1 – BANDA LARGA 2 – LINHA DISCADA 9 – NÃO SABE/ NOP LOCAIS FREQUÊNCIA INTERNET CONEXÃO 1( ) Em casa |____| |____| |____| 2( ) No trabalho |____| |____| |____| 3( ) Na escola |____| |____| |____| 4( ) Na faculdade |____| |____| |____| 5( ) Em locais públicos/ lan house |____| |____| |____| 6( ) Em outro local |____| |____| |____| 7( ) Não opinou //////// ///////// ///////// P71) Quando lê na Internet, você o faz por: (***CARTELA 27***) Mais algum motivo? Algum outro?
(VÁRIAS OPÇÕES – ANOTE NA 1ª COLUNA) (PARA CADA ITEM QUE CITAR) E com qual destas freqüências: Pelo menos uma vez por dia, pelo menos uma vez por semana ou pelo menos uma vez por mês? (MARQUE O CÓDIGO CORRESPONDENTE NA 2ª COLUNA). CÓDIGOS: 1 – PELO MENOS UMA VEZ POR DIA 2 – PELO MENOS UMA VEZ POR SEMANA 3 – PELO MENOS UMA VEZ POR MÊS
RAZÃO FREQ. RAZÃO FREQ. 1( ) Trabalho |____| 4( ) Recreação ou entretenimento |____| 2( ) Estudo/ pesquisa |____| 5( ) Conhecer pessoas/ trocar mensagens |____| 3( ) Atualização profissional |____| 6( ) Outros (ESP.) |____| 9( ) Não usa internet/ Nenhuma CARTELA DE RENDA REND1) Em qual destas faixas está a sua renda individual do mês passado? (UMA OPÇÃO – ANOTE NA
PRIMEIRA COLUNA ABAIXO) REND2) E em qual destas faixas está a renda total da sua família no mês passado, somando as rendas de
todas as pessoas que moram com o(a) sr(a), inclusive a sua? (UMA OPÇÃO – ANOTE NA SEGUNDA COLUNA ABAIXO)
RENDA PESSOAL RENDA FAMILIAR 1( ) Mais de 20 SM 1( ) Mais de 20 SM 2( ) Mais de 10 a 20 SM 2( ) Mais de 10 a 20 SM 3( ) Mais de 5 a 10 SM 3( ) Mais de 5 a 10 SM 4( ) Mais de 2 a 5 SM 4( ) Mais de 2 a 5 SM 5( ) Mais de 1 a 2 SM 5( ) Mais de 1 a 2 SM 6( ) Até 1 salário mínimo 6( ) Até 1 salário mínimo 8( ) Não tem rendimento pessoal 9( ) Não opinou 9( ) Não opinou
Sócios Fundadores (10)
Casa Editora Presbiteriana – Editora Cultura Cristã*
Casa Nazarena de Publicações S/C*
CPAD – Casa Publicadora das Ass. de Deus*
Editora Betânia S/C*
Editora Luz e Vida*
Editora Mundo Cristão*
Editora Vida Cristã*
Editora Vida Ltda*
Irmandade Evangélica de Maria*
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova*
Associados (51)
AD Santos
Alfa Bureau Computação Gráfica
Aliança Pró-Evangelização das Crianças – APEC
Arte Editorial
Associação Comunidade da Graça
Associação Religiosa Editora Atitude
Averbi - Associação Verdade Bíblica
Bompastor Editora
Central Gospel Ltda
Danprewan Editora e Comunicações Evangélicas Ltda
Descoberta Editora Ltda
EBF Editora Ltda (Ed. Mensagens Publ. e Distr.)
Editora Atos
Editora Betel
Editora Cristã Evangélica
Editora e Livraria Adhonep
Editora Evangélica Esperança
Editora Fiel
Editora Hagnos
Editora Mensagem Ltda – Carta Aberta
Editora Mensagem para Todos
Editora Motivar
Editora Naós
Editora Palavra
Editora Pentecostal
Editora Quadrangular
Editora Silva Costa
Editora Ultimato
Editora União Cristã – MEUC
EETAD – Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus
Encontro Publicações
Evelin J. N. Pontes - ME - ( Kebar Distribuidora )
Geográfica Editora
ICP – Editora
IFC Editora
Ministério Diante do Trono
Missão Horizontes
MK – Publicitá Editora
O Profeta – Empresa Jornalística/ Dynamus
Pedro Liasch Editora
SBB – Sociedade Bíblica do Brasil
SBI – Sociedade Bíblica Internacional
SBTB – Soc. Bíblica Trinitariana do Brasil
Shedd Publicações Ltda – ME
Shemá Produções e Comércio Ltda
SOCEP – Sociedade Cristã Evangélica de Publicações Ltda
Thomas Nelson Brasil
Transmundial
Transcultural Editora
Universidade da Família
W4 Editora
CONTRATO DE CESSÃO DE TRADUÇÃO Pelo presente instrumento, de um lado ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO, inscrita no CNPJ sob nº60.663.341/0001-79, inscrição estadual nº105.843.293-110, com endereço à Rua Antônio Carlos Tacconi, 79, Cep 04810-020, São Paulo, Capital, por seu representante Renato Soares Fleischner, brasileiro, casado, editor, portador do RG no 2.489.062 SSP-SC, e do CIC 764.294.407-10, residente e domiciliado à Rua Ministro Álvaro de Souza, 250 apto 302, Cep 04664-020, São Paulo, Capital, doravante designada simplesmente CESSIONÁRIA, e de outro lado Xxxxxxxx, xxxx (estado civil), XXXX (nacionalidade), (XXXXXX) profissão, residente à XXXXXX, XXX XXXX/XX, XXXXX-XXX, portador do RG no
XXXXX XXX/XX e CPF no XXX.XXX.XXX-XX, nesta, doravante designado(a) simplesmente CEDENTE, firmam CONTRATO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS, nos termos e cláusulas a seguir estipulados: Cláusula 1ª - DO OBJETO A presente avença tem por objeto a cessão da tradução da obra original XXXXXX. O CEDENTE, como legítimo titular dos direitos autorais relativos à tradução da referida obra, doravante designada OBRA TRADUZIDA, pode, pois, dela dispor, a qualquer título, inclusive cedê-la. Cláusula 2ª - DA CESSÃO Assim, o CEDENTE cede à CESSIONÁRIA, em caráter definitivo, irrevogável e irretratável, para nada mais reclamar, os direitos autorais relativos à tradução da obra acima citada, dos quais é detentor. Fica a CESSIONÁRIA habilitada a promover quantas edições da OBRA TRADUZIDA achar necessárias, sob forma de livro, vídeo, CD-ROM, site na INTERNET, histórias em quadrinhos, ou qualquer outro meio conhecido, podendo publicá-la, divulgá-la, comercializá-la, distribuí-la e ainda utilizá-la, no todo ou em partes, em território nacional ou estrangeiro. § ÚNICO – Resguarda-se ao CEDENTE os direitos morais decorrentes de sua condição de autor da OBRA TRADUZIDA, os de natureza personalíssima, expressamente excluídos pela legislação, tais como os de introduzir modificações na obra, entre outros. Cláusula 3ª - DAS OBRIGAÇÕES DO CEDENTE 1. O cedente fica obrigado a responder pela boa origem e autenticidade da OBRA TRADUZIDA,
assumindo desde logo a responsabilidade para com a CESSIONÁRIA e/ou terceiros. 2. O CEDENTE concorda que em havendo necessidade de alteração da OBRA TRADUZIDA, poderá a
CESSIONÁRIA, contratar a seu critério, profissional competente para efetivar as atualizações ou quaisquer outras revisões necessárias à tradução.
Cláusula 4ª - DAS OBRIGAÇÕES DA CESSIONÁRIA
1. A CESSIONÁRIA obriga-se a manter a integridade da OBRA TRADUZIDA, utilizando-a sem nenhuma espécie de alteração, exceto aquelas que foram avençadas pelas partes, decorrentes de revisão ou as que se fizerem indispensáveis e necessárias a sua atualização. 2. A CESSIONÁRIA obriga-se a promover a defesa da OBRA TRADUZIDA contra violações de terceiros, bem como a respeitar os direitos morais do CEDENTE. A CESSIONÁRIA obriga-se a proceder ao pagamento previsto na cláusula 5ª, na data aprazada. Cláusula 5ª - DO PAGAMENTO A título de remuneração pela cessão ora pactuada, a CESSIONÁRIA pagará ao CEDENTE a quantia de R$ XXXXX(XXXXXXX), correspondente a XX.XXX palavras e XXX,XXX laudas, na data XXXXX.
Cláusula 6ª - DO PRAZO DA CESSÃO A presente cessão é feita pelas partes em caráter definitivo, irretratável e irrevogável. Cláusula 6ª - DA SUCESSÃO O CEDENTE e a CESSIONÁRIA obrigam-se por si, por seus herdeiros ou sucessores, a qualquer título, a respeitarem integralmente os termos estipulados na presente avença. Cláusula 7ª - DA TRANSFERÊNCIA Pela natureza desta cessão, poderá a CESSIONÁRIA, a qualquer tempo e a seu critério, transferir a terceiros os direitos aqui cedidos. Cláusula 8ª - DO FORO Eventuais omissões e desavenças oriundas do presente termo de contrato serão revistas e dirimidas pelas leis vigentes, no que lhes forem aplicáveis, elegendo as partes, desde logo, o FORO DA COMARCA DA CIDADE DE SÃO PAULO, com exclusão de qualquer outro foro, por mais privilegiado que seja. E por estarem as partes de pleno acordo com as cláusulas ora pactuadas e expressas no presente termo de contrato, assinam o mesmo, em duas vias de igual teor, na presença de suas testemunhas que também o subscrevem, para devidos fins de direito.
São Paulo, 11 de março de 2008.
____________________________________________ Cedente: XXXXXX ____________________________________________ Cessionária: Editora Mundo Cristão Renato Soares Fleischner
Testemunhas:
____________________________________________ Nome e RG ____________________________________________ Nome e RG
QUESTIONÁRIO para novos autores 1. Você poderia compartilhar algo sobre você mesmo (a) seja pessoal ou profissional que poderia ajudar a nossa equipe de vendas a conhecê-lo(a) melhor e compartilhar com nossos clientes? 2. Como você foi inspirado (a) para escrever este livro? 3. Quem será o público (cliente) principal para seu livro? 4. Você faz parte de alguma denominação, associação, ou outro grupo formal e/ou informal cujos demais membros se interessariam pelo seu livro? Como podemos divulgar seu livro para esses grupos? 5. Qual é seu objetivo para com este livro? Que tipo de transformação de vidas você espera alcançar com este livro? 6. Qual será o principal argumento que convencerá alguém a adquirir este livro? 7. O que faz este livro ser diferente de outros de mesma categoria (assunto) existentes no mercado? 8. O que mais lhe satisfaz em ser um (a) escritor (a)? 9. Quais sãos as qualidades, enquanto escritor (a), que o diferenciam de outros autores e autoras?
FLUXOGRAMA DO EDITORIAL
1) Recebimento do projeto a. Recebimento de projeto ou reading copy (internacional) REN b. Análise R/O/S c. Negociar condições de royalties REN d. Aprovação/Rejeição pelo GAC REN/SIL
i. Comunicar ao autor ou editora sobre resultado SIL 2) Reunião de encaminhamento de projetos (Renato/Sílvia/Lílian)
a. Definir características do produto (formato/papel) b. Analisar condições da negociação c. Decidir sobre designers de capa e miolo d. Escolher ISBN e. Escolher código interno f. Incluir no planedit g. Definir data provável de lançamento
3) Formalização contratual a. Requisitar contrato de editora internacional LIL b. Emitir contrato para autor nacional LIL c. Checar condições LIL d. Enviar ao departamento financeiro (Renata) LIL e. Verificar e acompanhar quitação do Advance, se for o caso LIL
4) Cadastramento a. Cadastrar produto LIL b. Cadastrar OP LIL
5) Produção editorial a. Tradução
i. Enviar texto para tradução SIL ii. Receber tradução SIL
iii. Emitir contrato de tradução LIL iv. Confirmar emissão de nf do tradutor LIL v. Caso o tradutor não possua nf, solicitar emissão de
recibo pela Renata e definição de “PAG” pela ludimila. LIL vi. Incluir nf ou PAG no sistema LIL
vii. Aprovar o pagamento das nfs REN viii. Digitalizar e arquivar o doc na pasta da rede LIL
ix. Encaminhar para preparação SIL b. Preparação
i. Verificar número de laudas SIL ii. Receber nota fiscal LIL
iii. Incluir no sistema (digitalizar) LIL iv. Aprovar o pagamento das nfs REN v. Encaminhar a preparação de texto para composição SIL
c. Projeto Gráfico i. Solicitar projeto gráfico (miolo) SIL
ii. Solicitar projeto de capa LIL iii. Aprovação de projeto gráfico REN
iv. Aprovação de capa REN v. Receber prova de miolo e enviar para revisão SIL
vi. Solicitar texto de 4ª capa e orelha SIL vii. Aprovação de texto de 4ª capa e orelha
REN/SIL viii. Concluir composição e fazer leitura final
REN/SIL ix. Incluir nfs dos serviços no sistema e digitalizar LIL x. Aprovar o pagamento das nfs REN
d. Gráfica i. Orçar 3 gráficas LIL
ii. Levantar custos do projeto LIL iii. Precificar REN iv. Definir gráfica REN v. Solicitar o envio de arquivos para a gráfica SIL
vi. Receber heliográfica LIL vii. Aprovar heliográfica SIL
viii. Receber impressão LIL ix. Inserir dados no sistema de estoque LIL x. Incluir nfs dos serviços no sistema e digitalizar LIL
xi. Aprovar o pagamento das nfs REN xii. Arquivar livro no departamento LIL
e. Finalização i. Enviar livros para a editora estrangeira LIL
ii. Solicitar o envio de livros para a Renata p/ o autor nac. LIL iii. Enviar o livro para a Biblioteca Nacional LIL
6) Outras tarefas a. Relatório de performance mensal LIL b. Relatório de demanda média mensal REN c. Pesquisa anual da CBL LIL d. Pesquisa anual da ASEC LIL
Em casos de reimpressão
i. Definir alterações necessárias REN/SIL ii. Criar nova OP LIL
iii. Orçar 3 gráficas LIL iv. Levantar custos do projeto LIL v. Precificar REN
vi. Definir gráfica REN vii. Solicitar o envio de arquivos para a gráfica SIL
viii. Receber heliográfica LIL ix. Aprovar heliográfica SIL x. Receber impressão LIL
xi. Inserir dados no sistema de estoque LIL xii. Incluir nfs dos serviços no sistema e digitalizar LIL
xiii. Aprovar o pagamento das nfs REN xiv. Arquivar livro no departamento LIL
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