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A profissionalização no serviço público

Francisco Gaetani

Secretário-Executivo Adjunto

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Rio de Janeiro – 09 de setembro 2010

Política pública se faz a partir do debate e do enfrentamento de contraditórios

• O desafio é concluir a tarefa inacabada de se construir o Estado Nacional a partir de uma perspectiva meritocrática

• A necessidade de constituição de um Estado dotado de quadros profissionais e competitivos (também globalmente)

• A formação de um mercado de trabalho com salários equiparáveis aos do setor privado sempre que possível

• A importância da institucionalização de práticas de negociação abertas, plurais e democráticas

• A busca pelo balanço adequado entre políticos e burocratas

Um Estado moderno, democrático, inclusivo e competitivo

• Um Estado contemporâneo que busca renovar seus valores, suas plataformas tecnológicas e seu modus operandi

• A valorização da democracia representativa e da prática política como premissa balizadora da ação do governo

• Políticas públicas intensivas em participação política e social de grupos de interesse, ONGs e movimentos sociais

• Inclusão, redistribuição e equidade como princípios norteadores do projeto de país e das decisões de governo

• Competitividade em relação ao mercado de trabalho, à produtividade do serviço público e ao mercado global

A Administração Pública é intensiva em pessoal no mundo inteiro

• A luta contra o clientelismo e o nepotismo é permanente e o Brasil é uma federação heterogênea

• A institucionalização do sistema do mérito é um processo histórico e relativamente recente

• Um mix dinâmico: a natureza do conhecimento, os processos de trabalho e as plataformas tecnológicas

• O Executivo Federal é o Estado presente em áreas onde a presença da federação é rarefeita

EVOLUÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL DA UNIÃO - % do PIB(exclusive Contribuição Patronal ao Regime Próprio de Previdência)

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Despesa Total (sem CPSS) Despesa Total (sem CPSS e sem inativos)

Ascensão e queda do profissionalismo (I)

• Divisão do trabalho: expertise derivada da codificação e da especialização

• Investimento alto na formação, processada em instituições certificadas e/ou tutoria

• Mercado de trabalho regulamentado e construído ao redor de ilhas profissionais

• Padrões de remuneração definidos a partir do poder de mercado e evolução histórica

Ascensão e queda do profissionalismo (II)

• A combinação do corporativismo com os monopólios profissionais aumentou os custos de transação e o entrincheiramento

• A fragmentação profissional tornou-se inadequada para lidar com a interdisciplinariedade dos problemas, cada vez mais complexos

• A revolução tecnológica acelerou o processo de obsolescência das formações e profissões

• O boom da competitividade e a chegada da nova gestão pública deslocou o foco para resultados

A problemática profissionalização da esfera pública

• EUA = + de duzentas escolas de graduação

• UK = Oxford e Cambridge

• França = As Grandes Escolas

• Brasil (matriz jurídica + ascensão economia)– Até a década de 60– 60 – 90– Século XXI

As políticas de gestão pública

• Serviço público

• Modelagem organizacional

• Planejamento & Orçamento

• Auditoria & Controle

• Procurement

• Governo eletrônico

• Políticas regulatórias

As características das políticas de gestão pública

• Sistêmicas

• Estruturantes

• Bordas fluidas

• Escopo do policy mix variável

• Inter-dependentes

• Baixo apelo político (porque conflitivas)

• Frequentemente implícitas (contraexemplo MG)

Por que a dificuldade de se profissionalizar a gestão pública?• Clintelismo, nepotismo e patrimonialismo

• Visões polares (estatizantes x privatizantes)

• Pontos de entrada estreitos (ex: concursos)

• Constrangimentos fiscais

• Ausência de formação específica *

• Assimetrias intra-burocracia (Est.Gendarme)

• Processo histórico em perspectiva

O país está mudando

• A transição está encerrada

• Quinze anos de estabilidade macroeconômica

• Defaults variados

• Mudanças estruturais e globais

• Irreversibilidades tecnológicas

• Atenção para heterogeneidades ocultas

• Mas ... Velhos e maus hábitos são duros de matar

A rota federal

• As diferenças de Lula I para Lula II

• O esforço para recomposição salarial

• A dinâmica do carrossel das carreiras

• A estratégia de alinhamento

• Heterogeneidade e assimetria

• Diagnósticos, inovações e timing

• O desafio da gestão da força de trabalho

• O problema da demografia

As inovações mineiras

• A fonte que produz um fluxo incessante (EG)– Uma âncora consolidada– Competindo e especializando desde cedo– Um produto diferenciado– Ativos nacionais

• O modelo dos empreendedores – Uma terceira via criativa (conc. x carg.conf.)– Flexibilidade e customização– A transitoriedade como ingrediente– O desafio da sustentabilidade

A fronteira rompida

• O enfrentamento do desafio da priorização e da coordenação das políticas

• O fortalecimento do centro do Governo (x área econômica e áreas jurídicas)

• Fertilização cruzada: inovação, liderança e empreendedorismo em combinações variadas

• A economia política da folha de pessoal: incentivos, direitos e dinâmica

O Desenvolvimento de Capacidades I

• É um processo de longo prazo

• Implica no respeito a sistemas de valores e a atenção as temática de incentivos e motivação

• Envolve monitorar o que passa em outros contextos para reinventar localmente

• Significa desafiar mentalidades e assimetrias de poder inclusive no próprio serviço público

• Demanda pensar e agir em termos de resultados que signifiquem capacidades sustentáveis

O Desenvolvimento de Capacidades II• Requer o estabelecimento de estruturas de incentivos

positivos e consistentes

• Integra elementos e insumos internacionais e nacionais em prioridades, processos e sistemas regionais

• Significa crescer a partir das capacidades existentes, mais do que produzir novas

• Demanda persistência no engajamento e na manutenção do curso mesmo em circunstâncias adversas

• Implica em permanecer responsabilizável (accountable) perante os beneficiários finais

A agenda em processo

• Do centro para a margem (consolidação do núcleo e interfaces com “bunkers”)

• O desafio de acelerar o aumento da massa crítica em pouco tempo (x artificialismos)

• A interdisciplinaridade em construção (o difícil processo de gestão das tensões)

• Em busca da “vertebración” e da mudança da cultura política do Brasil

Desafios chave do presente• A problemática organizacional mais ampla: Projeto de

Fundação Estatal de Direito Privado e Ante Projeto de Lei Orgânica da Administração Pública Federal

• A construção de uma parametrização coerente, crível e consensual – salários, quantitativos físicos e mandatos

• O alinhamento da estrutura de incentivos individuais e institucionais de forma consistente e transparente (SIDEC etc)

• Modernização estratégica do SIAPE (inclusive com a incorporação da dimensão de gestão de competências)

• Gestão acurada do processo de substituição de terceirizados, em sintonia com posicionamentos dos órgãos de controle

Desafios estruturantes subsequentes

• A necessidade de um monitoramento permanente do mercado de salários públicos e privados

• Acompanhamento das inovações tecnológicas e das transformações nos processos de trabalho nas organizações

• Customização de plataformas tecnológicas de modo a proporcionar sua adequação a distintos tipo de organizações

• Aprimoramento dos processos de recrutamento via concursos públicos e via recrutamento político qualificado

• (Des)judicialização da política de recursos humanos

• Fazer o debate público de forma informada e sistemática

Pendências

• A contrapartida atrasada

• A agenda da produtividade do trabalho

• A necessidade de aproximação dos mercados

• Enfrentar a judicialização crescente

• Os impasses da especialização

• O imperativo de internacionalização

• Limites para o corporativismo

Rotas para o avanço do profissionalismo

• Aproximação com o setor privado

• Diálogo com instituições internacionais

• Atenção para as distintas esferas de governo

• Ascensão da gestão do conhecimento

• Valorização das comunidades de práticas

• Perspectiva de lifelong learning

“O futuro não é o que era”... é melhor!• Há disponibilidade crescente de recursos e vontade

política mas ... Faltam organização dos contraditórios, desenhos calibrados, discussão aprofundada e pactuação

• Sem explicitação dos problemas e das distintas visões sobre como soluciona-los não há como processar os conflitos, construir decisões e avançar soluções

• A atenção para com o problema precisa vir acompanhada pela mobilização de expertise para seu enfrentamento

• Não há custo maior do que o da “inação”

• Transparência e accountability são imperativos

Muito obrigado!

francisco.gaetani@planejamento.gov.br

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