a nova república no brasil...essas mediadas pontuariam os governos collor/itamar e fhc. o governo...
Post on 18-Nov-2020
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A Nova República no Brasil
O Brasil da redemocratização
De uma maneira geral, pode-se dizer que nas últimas três décadas, muitos avanços aconteceram em termos políticos, econômicos e sociais, mas muitos problemas permaneceram, como a concentração de riqueza e as distorções no processo político, como a pouca representatividade dos partido e políticos em geral; além de problemas urbanos como a violência e a falta de saneamento básico.
Com a morte de Tancredo Neves, o vice-presidente Sarney assumiu o mandato com a tarefa de conduzir o processo de transição da ditadura para a democracia em uma conjuntura marcada por grave crise econômica – a “década perdida (anos 1980)”.
O Governo Sarney 1985 – 89
Em termos de transição democrática, o governo Sarney cumpriu suas obrigações: uma nova constituição foi promulgada (1988), as leis coercitivas do regime militar foram revogadas, foi decretada liberdade partidária, o movimento sindical adquiriu liberdade de atuação, reatou-se relações diplomáticas com Cuba, e organizou-se com a Argentina um mercado comum para a América do Sul, que culminou com a formação do Mercosul em 1991.
No entanto, a nova República deparou-se com uma pesada herança da ditadura militar: uma dívida externa de 100 bilhões de dólares, falta de reservas monetárias para o pagamento de juros da dívida e uma inflação que, em março de 1985, era de 12,7% ao mês, mas atingiria 235% no acumulado do ano.
Sem alternativa, o governo decretou moratória em 1987.
O Plano Cruzado 1986
Congelamento de preços, salários, aluguéis, tarifas públicas e bancárias , passagens e câmbio por um ano.
Substituição do Cruzeiro pelo Cruzado e corte de três zeros na moeda: 1000 cruzeiros = 1 cruzado.
A curto prazo, o plano foi bem-sucedido e reduziu drasticamente a inflação, conquistando o apoio popular a Sarney e o PMDB.
Como de praxe, o congelamento de preços não se sustenta por muito tempo: logo, empresários e produtores iniciaram um boicote ao plano, com desabastecimento dos produtos.
O plano chega ao limite, mas é mantido até as eleições legislativas e estaduais de novembro de 1986, onde o PMDB conquista ampla vitória.
Após as eleições, foi lançado o Plano Cruzado II, que liberou o aumento de várias mercadorias e reajustou impostos. Os combustíveis foram reajustados em 60%.
Foi criado o “gatilho salarial”: toda vez que a inflação atingisse um determinado índice, os salários seriam automaticamente reajustados.
O Plano Cruzado II também foi um fracasso e a inflação tornou-se um problema crônico: o acumulado de 1987 foi de 366% e em 1988 atingiu 933% ao ano. A hiperinflação virou uma realidade.
A Constituição de 1988
Em meio à crise econômica que valeu aos anos oitenta a alcunha de “a década pedida”, um alento: a promulgação da Constituição de 1988, chamada de “a Constituição cidadã”.
As eleições de 1989
De fevereiro de 1989 a fevereiro de 1990 a inflação atingiu 2.751%.
PT – Lula; PDT – Brizola; PCB – Roberto Freire; PMDB – Ulysses Guimarães; PSDB – Mário Covas; PDS – Paulo Maluf; UDR – Ronaldo Caiado; PFL – Aureliano Chaves; PL – Afif Domingos; PRN – Fernando Collor de Mello.
Fazendo bom uso da imagem e prometendo um Brasil moderno (na concepção consumista), Collor rapidamente sobe nas pesquisas e se mostra o único capaz de derrotar os candidatos de esquerda, Lula e Brizola. Assim, aglutina apoio de grupos poderosos e da mídia.
O Consenso de Washington
Em novembro de 1989, um seminário em Washington reuniu técnicos do FMI, do BID e do Banco Mundial e economistas liberais de países latino-americanos com o objetivo de criar um plano de recuperação econômica para a América Latina. As medidas sugeridas ficaram conhecidas como Consenso de Washington:
o Estado não deveria intervir na economia, deixando-a a cargo do livre-mercado; abertura dos mercados para importações e capital estrangeiro; privatização das empresas estatais; manutenção do equilíbrio orçamentário em detrimento dos investimentos sociais; combate à inflação por meio de recessão e arrocho salarial.
Essas mediadas pontuariam os governos Collor/Itamar e FHC.
O governo Collor 1990 – 92
O Plano Collor consistiu em uma série de medidas para controlar a inflação e reestruturar o Estado:
demissão de funcionários públicos contratados e celetistas de estatais, autarquias e fundações;
abertura ao capital estrangeiro e fim da reserva de mercado para similar nacional;
plano nacional de desestatização;
congelamento de preços e salários;
retorno do Cruzeiro;
confisco dos depósitos bancários em contas correntes, poupanças e aplicações financeiras por dezoito meses: o objetivo era diminuir a inflação retirando dinheiro do mercado.
Apesar das medidas de austeridade, o Plano Collor fracassou totalmente e o governo estava mergulhado em denúncias de corrupção.
Governo Itamar Franco 1992 – 94
Com o afastamento de Collor, o vice Itamar Franco assumiu com amplo apoio do congresso. Fernando Henrique Cardoso foi nomeado ministro da Fazenda e organizou uma equipe de economistas para, seguindo o Consenso de Washington, estabilizar a economia: nasceria então o Plano Real.
Plano Real
Criação da Unidade Real de Valor (URV – “moeda provisória”) atrelada ao dólar.
Redução de despesas e aumento das receitas: assim, o governo conseguia arrecadar grandes reservas de dólares e manter a URV estável para a conversão de preços.
Substituição da URV pelo Real.
Privatização de empresas estatais.
Desindexação dos salários à inflação.
Aumento da taxa de juros.
Desindexação da economia: o ajuste e reajuste de preços e valores passaram a ser anualizados e obedeceriam às planilhas de custo de produção.
Privatizações: a troca na propriedade de grandes empresas brasileiras eliminou a obrigação pública de financiar investimentos (que causam inflação se for feito pelo governo através da emissão de moeda sem lastro) e possibilitou a modernização de tais empresas (sob controle estatal havia barreiras impeditivas para tal progresso, como burocracia e falta de recursos).
Equilíbrio fiscal: corte de despesas e aumento de cinco pontos percentuais em todos os impostos federais.
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