a mulher vitoriana
Post on 04-Feb-2016
215 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
A Mulher Vitoriana
No século XIX, durante a era Vitoriana, a Inglaterra viu o avanço e as
descobertas da ciência se contraporem às crenças religiosas. O lar passou a ser o ponto
de equilíbrio e solidez, e como representante do lar e guardiã da moral surgia a mulher
vitoriana.
A rainha Vitória era a principal defensora da família, ela dizia que o sucesso de
seu reinado era graças à moralidade da corte, e que isso só existia devido à famílias bem
estruturadas, e a harmonia familiar se devia, é claro, à rainha do lar. Qualquer
movimento feminista em favor dos direitos da mulher era visto como uma ameaça ao lar
e à virtude feminina, a repressão sexual era intensa principalmente dentro dos lares.
Para a sociedade Vitoriana, o sexo era apenas o meio pelo qual a mulher realizava o seu
maior sonho: a maternidade. Apenas os homens e as prostitutas sentiam prazer com o
sexo, para as damas da sociedade, sexo era um dever matrimonial, nada mais. A mulher
tinha que ser sexualmente submissa ao marido, ela não podia negar-se quando este a
solicitasse, fazendo isso a mulher estaria pondo em risco o seu lar, e, conseqüentemente
a corte.
A mulher vitoriana ideal não entendia de negócios e era intelectualmente inferior
aos homens. Uma Lady era educada para brilhar nos bailes e nas salas de visita a fim de
conseguirem um bom pretendente. Suas habilidades essenciais eram tocar piano, dançar,
falar francês ou italiano e saber trabalhar em com a agulha. Ao casar-se era esposa
dedicada e submissa, ocupava seu tempo com os filhos e os afazeres domésticos. Para
educar as filhas muitas famílias da classe média alta mandavam-nas para pensionatos.
Outras famílias imitavam o modelo aristocrático e contratavam professoras particulares
para educar as filhas no próprio lar, surge ai mais outro perfil de mulher da época
vitoriana: a preceptora.
A preceptora tinha a tarefa de dar à suas alunas orientação moral e social, deixar
claro o papel da mulher em relação ao homem desde cedo. Ela era substituta da mãe,
portanto tinha de ser uma pessoa confiável e de boa índole, geralmente era filha de
religioso ou alguém da própria família, uma sobrinha ou prima por exemplo. A
preceptora reunia traços da nobreza, como a educação e o refinamento, e da classe
operária, como a independência financeira, e foi justamente esta independência que
gerou o preconceito da sociedade. As famílias tinham medo de que a preceptora
despertasse em suas filhas costumes de uma classe inferior, por isso, a preceptora que
inicialmente era como um membro da família, passou a ser vista e tratada como uma
empregada qualquer. A figura da preceptora passou a ser associada à prostituição, talvez
pela independência, mas também porque algumas delas ao perderem o emprego, se
enveredavam por este caminho.
Outro modelo de mulher vitoriana era as empregadas domésticas, estas por
incrível que pareça, viviam em melhor situação que as preceptoras. Durante parte do
século XIX foram duramente exploradas por seus patrões, mas a partir de 1850, devido
à crescente procura por mão-de-obra especializada, as empregadas passaram a ser mais
valorizadas. As famílias procuravam mantê-las o quanto podiam, pois ao contrário da
preceptora, as empregadas não tinham influencia na formação moral das moças da
família. As empregadas iam pra onde bem entendessem, ao surgir uma proposta de
emprego melhor, elas saiam imediatamente de onde estavam a não ser que o patrão lhe
igualasse a oferta. Com a valorização do seu trabalho, passaram a ganhar melhor, e já
podiam inclusive juntar algum dinheiro, muitas acabavam casando com comerciantes ou
fazendeiros.
top related