a imagem do artista

Post on 13-Jun-2015

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A Imagem do Artista

Quando falamos em artista, logo pensamos em sujeito excêntrico, um cantor de rock, um pintor, um gênio

maluco, etc... Mas quando é que surgiu essa imagem que temos do

artista?

Nas primeiras produções de arte feitas pelo ser humano, não existia a figura do artista, nem a idéia de arte; o fazer esculturas ou pinturas se vinculava à relação mágica do

homem com o mundo.

No Egito antigo, surge a figura do artesão, e boa parte da produção artística está

vinculada à religião.

É somente na Grécia clássica que os artesões começam aexpressar sua individualidade como Policleto, Fídias, Mirón.

Mas vai ser somente no Renascimento que vai surgir a figura do artista.

Com a queda do Império romano e o crescimento

da igreja católica, surgem diversas ordens

monásticas (de monges).

Que se ocupam na Idade Média em produzirem livros buscando a

organização do conhecimento espalhado pela Europa.

Também produziam

Iluminuras (livros de orações ilustrados).

São considerados monges-artesões.

Inicialmente estes monges trabalhavam no “scriptorium” (sala do

mosteiro). Com o tempo eles começam a viajar para orientar os

novos monges na produção dos manuscritos.

Para mergulhar neste universo, recomendo o livro de Humberto Eco: “O Nome da Rosa” ou a sua

adaptação para o cinema.

Na Idade Média, buscando proteger-se dos bárbaros, as pessoas passam a viver em feudos agrícolas

Depois das cruzadas, as cidades voltam a serem povoadas e surge uma nova classe social

conhecida como burguesia.

Além da Igreja essa nova classe social passa a patrocinar os artistas se

transformando nos novos mecenas.As cidades começam a fervilhar vida

cultural.

Com o enriquecimento da Igreja, as construção de igrejas e mosteiros na zona rural antecede a construção das grandes

catedrais góticas (ano 1000/1300), onde as cidades disputavam pela

arquiteturamais bonita e grandiosa.

Pouco a pouco o trabalho dos monges é substituído por outros artesões comandados por um arquiteto.

Eles se reuniam na “logia” (lugar ao lado da construção para produzirem pinturas,

esculturas e outros materiais utilizados nas catedrais).

Alguns pintores começam a receber encomendas

fora das logias e começam a se organizarem nos talheres (oficinas) de

pintura ou escultura.

Buscando proteger os artesões em sua vidaprofissional, surgem os grêmios que buscam

garantir o trabalho de seus associados.

Mas, se por um lado os artesões estão protegidos pelos grêmios, por outro sua

liberdade de criação fica limitada aos temas religiosos ou mitológicos.

Passa-se então a valorizar a técnica do artista e seu potencial intelectual.

Andrea Mantegna

Alguns artesões se rebelam contra os

grêmios, reivindicando para si o papel de artista

criador eindependente.

Surgem então as primeiras “academias” que busca a formação dos estudantes, bem

como a sua participação na realização de encomendas feitas por papas, reis e

mercadores.

Com o passar dos anos, as academias além de exigir uma sólida formação, se prende à cópias de artistas consagrados,

limitando a criatividade.

No século XIX os artistas rompem com a arte acadêmica e se proclamam gênios

criadores comprometidos apenas com sua própria expressão.

No século XX, alguns artistas passam a produzir a própriaimagem de gênio loucoe criativo.

Salvador Dali

E foi esse percurso que proporcionou o status de “artista” para os artesões

(pintores, escultores, arquitetos), bem como a idéia de um “gênio criador” e cuja

imagem perdura até os dias atuais.

Projeto Gráfico:Paulo Cintra

Bibliografia:História da Arte – Ernest Gombrich

El Complot del Arte – Jean BaudrillardO Nome da Rosa – Humberto Eco

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