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A estrutura social e as desigualdades

Podemos observar sinais de desigualdades sociais em todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em elementos materiais, como moradia e roupas, e também se manifestam no acesso à educação e aos bens culturais.

Por que as desigualdades existem? Como se constituem? Como são

explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais, religiosos e culturais que caracterizam uma determinada sociedade.

Uma das características da estrutura social é a

estratificação, ou seja, a maneira como os indivíduos ou grupos são classificados

em camadas sociais.

Thinkstock/Getty Images

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Segundo Octávio Ianni, para entender a estratificação social é necessário investigar as estruturas de apropriação (econômica) e de dominação (política) que se misturam a outros elementos como a religião, a etnia, o sexo, a tradição e a cultura, que interferem nos processos de divisão social do trabalho e de hierarquização.

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Estrutura e estratificação social

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7A estratificação e as desigualdades sociais

são produzidas historicamente. Isso significa que elas são

geradas por situações diversas e

se expressam na organização das sociedades em

sistemas de castas, de estamentos ou de

classes.

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7O sistema de castas é uma configuração social registrada em diferentes tempos e lugares (ex: Grécia, China) mas é na Índia que está a expressão mais acabada desse sistema, iniciado há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente em 1950, mas sobrevive por tradição.

As sociedades organizadas em castas

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7 a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais); a dos xátrias (intermediária, formada pelos guerreiros, encarregados do governo e da administração pública); a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e camponeses); a dos sudras (casta dos inferiores, dos que realizam trabalhos manuais considerados servis).

Na Índia, há quatro grandes castas:

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Não há mobilidade social num sistema de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia, em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de seus antepassados e a passará para os filhos.

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Na Índia, os integrantes das castas inferiores adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o que cria certa homogeneidade de costumes entre as castas.

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7O sistema de castas indiano está sendo desintegrado de forma gradativa, sob o impacto da urbanização, da industrialização e da introdução de padrões ocidentais de comportamento.

Entretanto, normas e costumes desse sistema ainda sobrevivem. Isso é comprovado pela adoção de cotas nas universidades públicas, como medida de inclusão de estudantes que pertencem a castas consideradas inferiores.

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7As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos como naturais e publicamente reconhecidos.

Numa sociedade estamental, a condição dos indivíduos e dos grupos em relação ao poder e à participação na riqueza não é somente uma questão de fato, mas também de direito.

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7Nas sociedades medievais, a possibilidade de mobilidade de um estamento para outro existia, mas era muito controlada. O que definia o prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos era a propriedade da terra: os que não a possuíam eram dependentes econômica e politicamente, além de socialmente inferiores.

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7O que explica a relação entre os estamentos é a reciprocidade. Os servos tinham obrigações para com os senhores, que, por sua vez, deviam proteger os servos.

A desigualdade era vista como algo natural: camponeses e servos sempre estiveram em situação de inferioridade.

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7Na França, no final do século XVIII, havia três estados: a nobreza, o clero e o terceiro estado, que incluía os demais membros da sociedade: comerciantes, industriais, trabalhadores em geral, etc.

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Estratificação social na França: o camponês carrega o clérigo e o

nobre nas costas. Representação de 1789.

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A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades sociais.

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

Como ela foi entendida no decorrer da história?

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Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça decorrente das guerras ou de adversidades como doenças ou deformidades físicas.

Na Idade Média, a pobreza era considerada uma condição de nascença. Havia uma visão positiva dessa condição, pois esta despertava a compaixão e a caridade. Na concepção da Igreja Católica, os ricos tinham obrigação moral de ajudar os pobres.

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Na Inglaterra, com o aumento da produção e do comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser interpretadas como resultado da preguiça e da indolência, já que havia muitas oportunidades de emprego. Tais interpretações tinham por objetivo fazer que o povo se submetesse às condições de trabalho vigentes.

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos, de cuidar dos pobres.

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7No final do século XVIII, com o fortalecimento do liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi formulada as pessoas eram responsáveis pelo próprio destino e ninguém era obrigado a dar trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se que era necessário manter o medo à fome para que os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

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7Para o economista e demógrafo britânico Thomas Malthus, a população crescia mais que os meios de subsistência. Com base nas ideias de Malthus, dizia-se que a assistência social aos pobres era repudiável, pois os estimulava a ter mais filhos, o que aumentava a miséria.

Thomas Malthus (1776-1834).

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7Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não só transmitir doenças, já que viviam em condições precárias de higiene, mas também se rebelar, organizar-se e fazer revoluções, questionando os privilégios das classes que detinham riqueza e poder.

Estamentos - Sociedade Feudal

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