9-habitacao-sustentavel-2012
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S24h SãoPauloEstadoSecretariadoMeioAmbiente/CoordenadoriadePlanejamentoAmbiental.HabitaçãoSustentável.Tajiri,Christiane,AparecidaHatsumi;Cavalcanti,Denize Coelho; Potenza, João Luiz. São Paulo : SMA/CPLA, 2011.120 p. : 15,5 x 22,3 cm Cadernos de Educação Ambiental, 9
BibliograaISBN 9788586624872
1.HabitaçãoSustentável2.EciênciaEnergética3.ÁguaSeleçãodeMateriaisI.Tajiri,Christiane,AparecidaHatsumi,II.Cavalcanti,DenizeCoelho,III.Potenza,
João Luiz IV. São Paulo Est. Secretaria do Meio Ambiente V. Ttulo. VI. Série. CDU 349.6
Biblioteca Centro de Reerências de Educação Ambiental
1a reimpressão 2012
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Governo do estado de são Paulo
Governador
secretaria doMeio aMbiente
Secretário
coordenadoria de PlanejaMento aMbiental
Coordenadora
Geraldo Alckmin
Bruno Covas
Nerea Massini
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Sobre a Série Cadernos de Educação Ambiental
A sociedadebrasileira,crescentementepreocupadacomasquestõesecolgicas,merecesermaisbeminormadasobreaagendaambiental.Anal,odireitoàinormaçãopertenceaoncleodademocracia.Conhecimentoépoder.
Cresce,assim,aimportnciadaeducaçãoambiental.Aconstruçãodoama
nhãexigenovasatitudesdacidadania,embasadasnosensinamentosdaecologia
edodesenvolvimentosustentável.Comcerteza,amelhorpedagogiaseaplicaàs
crianças, construtoras do uturo.ASecretariadoMeioAmbientedoEstadodeSãoPaulo,preocupadaem
transmitir,deormaadequada,osconhecimentosadquiridosnalabutasobrea
agendaambiental,criaessainovadorasériedepublicaçõesintituladaCadernos
deEducaçãoAmbiental.Alinguagemescolhida,bemcomooormatoapresen
tado,visaatingirumpblicoormadoprincipalmenteporproessoresdeensino
undamental e médio, ou seja, educadores de crianças e jovens.
OsCadernosdeEducaçãoAmbiental,emacedasuapropostapedaggica,certamentevãointeressaraopblicomaisamplo,ormadoportécnicos,militan
tesambientalistas,comunicadoresedivulgadores,interessadosnatemáticado
meioambiente.Seusttulospretendemserreerênciasdeinormação,sempre
precisas e didáticas.
Osprodutoresdecontedosãotécnicos,especialistas,pesquisadorese
gerentesdosrgãosvinculadosàSecretariaEstadualdoMeioAmbiente.Os
CadernosdeEducaçãoAmbientalrepresentamumapropostaeducadora,umaerramentaacilitadora,nessadicilcaminhadarumoàsociedadesustentável.
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Ttulos Publicados
• As águas subterrneas do Estado de São Paulo
• Ecocidadão
• Unidades de Conservação da Natureza
• Biodiversidade
• Ecoturismo
• Resduos Slidos
• Matas Ciliares• Desastres Naturais
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Apresentação do Secretário
O setordeconstruçãociviléresponsávelpeloconsumodeaproximadamente40%dosrecursosnaturaisecontribuicomumterçodasemissõesdegasesdoeeitoestua.Portanto,aadoçãodenovastecno
logiasnaconstruçãooureormasdehabitaçõesminimizameevitamos
grandes impactos ambientais.
Aadoçãodeumahabitaçãomaissustentáveltrazumasériedebene
cios,comoaminimizaçãodousoderecursosnaturaisedageraçãodepoluição,odesenvolvimentodaeconomialocaleaormalidadenasrelaçõesde
trabalho,alémdoaumentodaeciêncianousoderecursosnanceirosna
construção e valorização do imvel pelo mercado.
Outropontorelevanteabordadonapublicaçãoéaquestãodaescolha
doterreno.Émuitoimportantequeomoradorantesdaaquisiçãodoterreno
oudacasa,veriqueseamesmanãoestálocalizadaemáreasdepreserva
çãopermanente,áreascontaminadaseemáreascompotencialaenchentes,risco, hoje, tão comum nas grandes cidades.
Iniciativassocioambientaisadotadasnaconstruçãoereormadeuma
habitaçãosãoundamentaisparagarantiroavançoeconômicocomahar
monia da natureza.
brunocovas
Secretário de Estado do Meio Ambiente
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SUMÁRIO01. Introdução•1102. EstadoatualdaConstruçãoCivil•15
03. OqueéSustentabilidade?•19
04. CuidadosNecessáriosaoAdquirirumImóvel•23
05. OQueéumaHabitaçãoSustentável?•29
06. EciênciaEnergética•33
07. ConservaçãodaÁgua•47 08. SeleçãodeMateriais•59
09. ConfortoTérmico•75 10. Acessibilidade–DesenhoUniversal•83
11. EstudosdeCasos•87 12. AvaliaçãodeSustentabilidade(Certicação)•97
13. PolíticasPúblicas–ConstruçõesSustentáveis•101
Glossário•105
Reerências Bibliográcas•109
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Introdução
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1. Introdução
A salteraçõesclimáticasobservadasnosltimostemposrepresentamumdivisordeáguasnosetordaconstruçãocivil.Estudosdemonstram,deormainquestionável,adimensãodosimpactosambientaisdecorrentes
dessaatividade;avorecendo,assim,abuscaporormasalternativasdecons
trução.
Grandepartedamudançapodeservericadanouniversodasconstruçõesvoltadasparaahabitação,setorquevemdespontandocomoumdosmaisaptos
apromoveraeconomiadebaixocarbono,tãoemvoganodiscursodegovernos
eempresasecujoobjetivoconsisteemornecer,aoconsumidor,alternativas
compotencialcadavezmenordeemissõesdegasesdeeeitoestuaegeração
depoluentes,iniciandoumprocessodemudançacultural,noquedizrespeitoàs
ormas de se habitar um imvel.
Aconjugaçãodemelhordesempenhocommaiorcompetitividadesépossvelapartirdemudançasdenaturezatecnolgicaegerencial.Énecessáriolem
brarque,enquantoopilareconômicoécondiçãoessencialparaosurgimentode
umaempresa,ospilaressocialeambientalsãoresponsáveisporseucrescimento
eperenidade.Asociedadevemcadavezmaisexigindoumagestãoresponsável
ecompetitivaporpartedasempresas,deormaqueresponsabilidadeecom
petitividadedevemcorresponderaaçõescomplementaresenãoexcludentes.
Asrespostasparaasdemandasrelacionadasàlegislação,àopiniãopblica
eaosproblemasglobaisdentreosquaisadegradaçãodosrecursosnaturais,
asmudançasclimáticas,apobrezaeacorrupçãopodemserconcebidasde
dierentesormasporpartedosgestores,tantodeempresasquantodosgover
nos,sendoapioropçãonãoazernada,poisissoresultaemperdadetempo,de
mercado e, consequentemente, de dinheiro.
Assim,diantedasnovasdemandasporpartedoconsumidor,cadavezmais
interessadoempropostasquecontemplemcritériosdesustentabilidade,ose
tordaconstruçãosevêorçadoainvestirempesquisaedesenvolvimentode
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Estado Atual daConstrução Civil
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2. Estado Atual da Construção Civil
A construçãocivilbrasileiraconsomeatualmentealgoemtornode40%dosrecursosnaturaisextradoseéresponsávelpelageraçãode,aproximadamente,60%detodooresduoslidourbano,alémdeutilizarmadeira
emlargaescala,sendoesta,muitasvezes,extradadematanativa,sema
observncia de critérios técnicos e legais.
Apesardosurgimentodediversasiniciativasvoltadasàinclusãodecritériossociaiseambientaisnosetordaconstruçãocivil,dentreosquaisacerticaçãode
origemdosrecursos,vericasequeosmecanismospropostosparaaadequação
dos processos ainda vêm sendo utilizados de orma incipiente.
Aeetivaçãodossistemasdecerticaçãoé,namaioriadasvezes,prejudi
cadaporatorescomoaltadeincentivoporpartedosgovernos,resistênciasa
mudançasdeatitudeealtadeinteressedoconsumidoremadquirir,naprática,
produtoseserviçoscomcerticação,que,nosdiasdehoje,apresentamvalorsuperior às alternativas comuns disponveis no mercado.
Épossvelconstatar,ainda,queadiculdadedeimplementaraculturada
certicaçãoedaconsideraçãodecritériossocioambientaisemempreendimen
tosdecorre,muitasvezes,daabordageminadequadadotemaaplicadaemre
laçãoaosconsumidores.Issoseexplicanamedidaemque,aocompraruma
casa,oconsumidorestámuitomaispreocupadoemmostrarqueelatemum
dierencialemrelaçãoàsdemais,comoumamadeiramaisbonitaedurável,um
sistemainovadordecaptaçãodeáguaetc.,doquecomoimpactoqueacasa
pode provocar sobre as mudanças climáticas.
Emsuma,oconsumidorescolheoimvelconsiderandoatorescomotama
nhoadequadoparaacomodarsuaamlia,conorto,localização,dentreoutros,
sem se preocupar, por exemplo, com o aquecimento global.
Assim,paraquehajaumamudançaeetivanessequadro,éprecisoque
aquestãodasustentabilidadenaconstruçãocivilsejaassimiladapelaspr
priasconstrutoraseincorporadoras,naormadeumaverdadeirapoltica
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172. ESTADO ATUAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL
institucionalderesponsabilidadesocioambientalenãoapenaspelosconsu
midores nais.
Outrodilemaresidenaresistênciadoconsumidorempagarumpreço
superiorpelasustentabilidadedoimvel,quepodechegara30%.Umaso
luçãopossvelparaaquestãoconsistenanegociação,entreconstrutorase
ornecedoresdosinsumos,naormadeeconomiadeescala,porexemplo,a
mdequeocustodeumaedicaçãocerticadasejaequiparadoaodeuma
construção comum.Épreciso,também,queasempresasquecomercializaminsumosde
origemcomprovadamentelegaladotemumaposturaproativaemrelação
aospreços,poissealgumasempresaspassaremacomercializartaisitens
compreçoscompetitivos,asdemaisterãoqueazeromesmoparaatender
à demanda.
Osprocessosdecerticação,tantodemateriaisquantodasprpriasedica
ções,vêmadquirindoimportncianosetordaconstruçãocivilbrasileira.Apesardesetratardeumprocessogradual,podemsevislumbraralgumasiniciativas
decerticaçãoemediciosdoPas,utilizandose,porexemplo,modelosde
certicaçãoamericanoseeuropeus,queabrangemnãoapenasautilizaçãode
insumosdeorigemcomprovada,mastambémcritérioscomousoracionalde
água,eciênciaenergéticaerecomendaçõesparaambienteinterno,deormaa
reduzirdeormacontundenteosimpactosdecorrentesdaexecuçãodaobrae,
principalmente, da operação do edicio.
Entretanto, há outro problema relativo às certicações: normalmente s
é possvel obtêlas aps processos longos, que podem durar até seis meses
aps a conclusão da obra. Isso desestimula, em parte, a procura por clientes
comuns, resultando em um ndice de certicação das edicações inerior a
1% do total da construção civil brasileira.
É possvel concluir, portanto, que a consideração de critérios socioam
bientais em edicações ainda é incipiente no Brasil. A sua eetivação é condi
cionada à adoção de uma nova postura por parte dos atores integrantes do
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setor da construção civil, dos consumidores e principalmente dos governos,
uma vez que estes são responsáveis por ditar novos padrões de consumo e
produção por meio da utilização de seu elevado poder de compra, que, no
Estado de São Paulo, corresponde a cerca de 15% do PIB nacional.
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O que éSustentabilidade
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3. O que é Sustentabilidade?
H oje,muitoseouvealaremsustentabilidade,seusbeneciosesuaimportnciaparaapreservaçãodoplanetaparaasuturasgerações.Entretanto,apopularizaçãodotermoacabouporreduzirseusignicadoaum
aspectorelacionadoàpreservaçãoambiental,quandonaverdaderepresenta
muitomaisqueisso,atingindodierentesaspectosdavidadaspessoas,sendo
necessário, portanto, entender as origens desse conceito.Historicamente, podese armar que o conceito de sustentabilidade co
meçou a ser construdo a partir de 1972, ano da Conerência da Organização
dasNaçõesUnidassobre Ambiente Humano, realizada em Estocolmo.A partir
desse momento se iniciou um processo de tomada de consciência mundial,
no sentido de que vivemos em um nico planeta, cujos recursos naturais são
nitos e no qual a capacidade de absorção da poluição gerada pelos seres
humanos é limitada. Naquela época, a posição do Brasil baseavase na ideiade que“a pior poluição é a miséria”, demonstrando, assim, a alta de preo
cupação ambiental dos governantes.
Quinze anos aps a Conerência, em 1987, oi publicado o Relatrio
“Nosso Futuro Comum”, elaborado pela Comissão Brundtland e ruto da
avaliação do resultado de quinze anos de Estocolmo. Reerido Relatrio
apresentou o conceito de Desenvolvimento Sustentável, qual seja, o“de
senvolvimento que permite o atendimento das necessidades das presentes
gerações sem comprometer o atendimento das necessidades das uturas
gerações”.
No mesmo ano, oi publicada a primeira imagem de satélite do buraco na
camada de ozônio, na Antártica, ato histrico que sensibilizou o mundo para
a urgência da questão ambiental. Em seguida, em 1988, é criado o Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas IPCC, com o objetivo de
avaliar as inormações cientcas, técnicas e socioeconômicas mais recentes
sobre o tema.
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213. O QUE É SUSTENTABILIDADE
Em 1992, a Conerência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e De
senvolvimento,realizadanoRiodeJaneiroe maisconhecida como RIO92 ou
ECO92,marcouaadoçãodoconceitodedesenvolvimentosustentável,oque
gerou produtos como a Agenda 21 e a Convenção sobre a Mudança do Clima.
A Agenda 21 corresponde a um plano de ação constitudo por princ
pios para a implementação de um novo padrão de desenvolvimento para o
século XXI, baseado na sustentabilidade ambiental, social e econômica. A
Convenção sobre a Mudança do Clima, por sua vez, consistiu em um tratado no qual os pases signatários se comprometeram a estabilizar, por meio
de ações conjuntas, a concentração de gases de eeito estua na atmosera,
garantindo, dessa orma, a proteção do sistema climático para as presentes
e uturas gerações.
A partir da Convenção sobre a Mudança do Clima, oi estabelecido,
em 1997, o Protocolo de Quioto, que representou o primeiro passo para
o desenvolvimento de ações voltadas à redução das emissões de gases deeeito estua, especialmente por parte dos pases industrializados, estabe
lecendo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL para os pases em
desenvolvimento.
Foi publicada em 2005, aps o surgimento dessas Convenções e da rea
lização dos encontros peridicos entre lderes de governos, a Avaliação Ecos
sistêmica doMilênio.Essedocumentoproporcionouasseguintesconclusões:
a humanidadeestá azendo um verdadeiro saque no banco dosecossistemas
globais, o que pode acarretar um colapso na capacidade do planeta de or
necer bens e serviços ambientais aos seres humanos. Além disso, as alte
rações eitas nos ecossistemas, especialmente nos ltimos cinquenta anos,
aumentaram o risco de mudanças abruptas, como, por exemplo, explosão de
epidemias, eutrozação de águas costeiras e mudanças climáticas regionais,
induzidas pelo desmatamento.
Em 2007, o IPCC divulgou seu mais bombástico relatrio, apontando as
conseqüências do aquecimento global até 2100, caso não seja eito nada
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para impedilo. A partir da ocorrência desses eventos, a humanidade oi colo
cada perante uma série de desaos, dentre os quais a necessidade de redução
das emissões de gases de eeito estua em até 60%, com base nos dados do
Relatrio do IPCC. Essa meta pode ser conseguida por meio da reormulação
da matriz energética mundial, substituindose os combustveis sseis e au
mentando a participação de ontes renováveis.
Diante de tais desaos, cabe ao Poder Pblico, na condição de grande
consumidor de obras e serviços de engenharia, omentar a indstria da construção civil sustentável por meio da regulação do setor, seja agindo de orma
pioneira e inovadora ou mediante a celebração de contratos em que os crité
rios socioambientais são aplicáveis às obras pblicas, dentre as quais estão
includas as edicações e as habitações com nalidade social. Isso garante,
ainda, o cumprimento da legislação ambiental por parte dos contratados e
dos ornecedores atuantes ao longo da cadeia produtiva.
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CuidadosNecessários ao
Adquirir um Imvel
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4. Cuidados Necessários ao Adquirir umImvel
A oadquirirumapropriedade,sejaumterrenoouumaedicação,algunscuidadosdevemsertomadosparaqueimprevistosnãoocorramduranteeapsacompradoimvel.Aausênciadeinormaçõessobreohistricode
ocupaçãoeolevantamentoatualizadodaárea juntoaosrgãoscompetentes
podeapresentarproblemasaouturoproprietárioetambémparavizinhança.OcupaçãoemáreascontaminadaseemÁreasdePreservaçãoPermanente
APP,porexemplo,écomumepodeacarretarriscosàsadedapopulação,ao
meio ambiente e prováveis transtornos legais ao proprietário.
Portanto,identicarseapropriedadeestáouseráalocadaemumaárea
contaminada,emumaAPPouemumaáreademanancialéundamental.A
seguir,sãodescritososlevantamentosaseremeitosparagarantiraadequada
aquisição de um imvel.
Levantamento de inormações
Ohistricodoimvelpodeserrealizadomedianteolevantamentodeinor
maçõescontidasemdocumentospreexistentesnosarquivosdergãospblicos
edeoutrasentidades.Paracadatipodeinormação,recomendaseapesquisa
empreeituras,rgãosambientais,departamentosdeáguaeenergia,organiza
ções não governamentais etc.
Preliminarmente,recomendase aexigênciada certidão de propriedade
do terreno atualizada, a m de vericar se a situação encontrase regular.
Nesse documento, requerido no Cartrio de Registro de Imveis, é possvel
obter o histrico do terreno ao longo dos anos se oi vendido, arrendado ou
hipotecado, por exemplo.
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254. CUIDADOS NECESSÁRIOS AO ADQUIRIR UM IMóVEL
De acordo com a Resolução SMA nº 66/1996, os rgãos vinculados à Secretariado Meio Ambiente do Estado de São Paulo cam obrigados a permitir o acesso pblico
a todas as inormações que tratem de matéria ambiental, que estejam sob sua guarda.
A seguir, são listadas, para cada tipo de tema, as inormações necessárias
para que o uturo proprietário possa avaliar o imvel:
•Uso e ocupação do solo: vericar a existência de Plano Diretor Mu
nicipal ou legislação de uso e ocupação do solo, na localidade em questão.
Essas inormações estabelecem diretrizes de ocupação tipos de construção,
adensamento, expansão territorial etc..
Pesquisas em departamentos de meio ambiente, de planejamento
urbano ou de obras da Preeitura do respectivo municpio também são
necessárias.
• Áreas contaminadas: vericar se a área a ser ocupada apresenta con
taminação causada pela introdução de substncias ou resduos que colo
quem em risco a sade humana e o meio ambiente. O rgão responsável pelo
controle das áreas contaminadas no Estado de São Paulo é a Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo CETESB.
A CETESB mantém atualizado, desde 1989, o cadastro de todas as áreas contaminadas do Estado. Inormações sobre um local especco podem
ser obtidas por meio de sua página na internet www.cetesb.sp.gov.br ou
pessoalmente, na prpria agência, sendo necessário para isso o nome do
logradouro, o nmero e o CEP.
• Área de Proteção e Recuperação de Mananciais APRM: as APRMs
Guarapiranga e Billings possuem legislação especca as Leis Estaduais n
meros 12.233/06 e 13.579/09 quanto a sua ocupação, na qual se encontram
denidas as áreas de intervenção de cada bacia hidrográca.
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Postos de atendimento para maiores inormações estão localizados na
cidade de São Bernardo do Campo Poupatempo e na Estação Graja de
trem da CPTM.
• Áreas com ocorrência de deslizamentos, erosões do solo e enchentes: o
Instituto Geolgico IG, o Instituto de PesquisasTecnolgicas IPT e a Deesa
Civil do Municpio possuem imagens, otograas, mapas e inormações, que
permitem a identicação e a localização de áreas sujeitas à ocorrência de
deslizamentos, erosões e enchentes.
FIGURA 1 – OCUPAÇÃO EM ÁREA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAL (APM).
Fonte: Acervo SMA.
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274. CUIDADOS NECESSÁRIOS AO ADQUIRIR UM IMóVEL
FIGURA 2 – OCUPAÇÃO EM ÁREA DE RISCO.
Fonte: Acervo SMA.
FIGURA 3 – ÁREAS SUSCETíVEIS A ENCHENTES.
Fonte: Acervo SMA.
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O que é umaHabitação
Sustentável?
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5. O que é uma Habitação Sustentável?
U mahabitaçãopodeserconsideradasustentávelquandoaadequaçãoambiental,aviabilidadeeconômicaea justiçasocialsãoincorporadasem todas as etapas do seuciclodevida,ou seja, desde aasedecon
cepção,construção,usoemanutenção;até,possivelmente,emumprocesso
de demolição.
Uma habitação sustentável traz uma série de benecios, como a mini
mização do uso de recursos naturais e da geração de poluição, o desenvol
vimento da economia local e a ormalidade nas relações de trabalho, além
do aumento da eciência no uso de recursos nanceiros na construção e
valorização do imvel pelo mercado.
O projeto de habitação sustentável deve iniciarse já na ase de concep
ção, na qual há maiores chances de intervenção com oco na sustentabilida
de. A escolha do terreno é a primeira ação a ser realizada.
Construlo em áreas inapropriadas pode resultar em grandes impactos
ambientais. Portanto, avaliar anteriormente onde o terreno está inserido é de
extrema importncia. Durante o processo de seleção, é importante priorizar
locais que não incluam áreas restritivas à ocupação e que possuam inraes
trutura adequada saneamento e acesso ao transporte pblico e serviços
básicos bancos, supermercados, escolas, restaurantes,postos de sade etc..
Aps a escolha do terreno, passase à avaliação das diretrizes para o pro
jeto, buscandose otimizar o seu desempenho emtodo o ciclo de vida. Devem
ser estudadas e especicadas nesta ase desde a seleção dos materiais até a
opção do mais adequado coletor de energia solar para ns de minimização
dos custos, evitandose ao longo da construção o desperdcio de material, a
produção de sobras e excesso de esorços para a manutenção, por exemplo.
Há no Brasil considerável restrição por parte da população em adotarpráticas de construção sustentável, normalmente devido aos custos iniciais
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EciênciaEnergética
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6. Eciência Energética
Segundo Lamberts, Dutra e Ferreira 1997, a eciência energética pode ser entendida
como:“a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edicio
é mais eciente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições
ambientais com menor consumo de energia.”
A sedicaçõesconsomemmaisenergiadoquequalqueroutrosetor.DeacordocomosdadosdoProgramaNacionaldeConservaçãodeEnergiaElétricaPROCELedaEmpresadePesquisaEnergéticaEPE,ousodechuveiroelétrico
numacasacomquatropessoas,porexemplo,éresponsávelpor22%dototal
dacontadeluz.Osetorresidencialrespondeporquase23%doconsumototal
deenergiaelétricanoPas.Alémdisso,oaquecimentodeáguaparachuveiroé
responsávelpor,aproximadamente,6%doconsumonacionaldeenergiaelétricae,noperododepicoentre18e21horas,por20%dademandadosistema.
A tabela abaixo aponta os aparelhos domésticos que mais consomem
energia em uma residência.
TABELA 1 – CONSUMO DE ENERGIA DE APARELHOS DOMÉSTICOS.
APARELHOSELÉTRICOS
POTÊNCIA MÉDIAwatts
MÉDIA UTILIZAÇÃO/DIA
CONSUMO MÉDIOMENSAL KWh
Chuveiro elétrico 3.500 40 min 70
Geladeira umaporta
90 24 horas 30
Lmpada incandescente 100 W
100 5 horas 15
Microondas 1.200 20 min 12
Microcomputador 120 3 horas 10,8
Arcondicionado
12.000 BTU
1.450 8 horas 174
Fonte: Eletrobrás, 2010
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356. Eficiência EnErgética
A eletricidade é responsável por grandes emissões de gases de eeito
estua devido ao ato de parte de sua geração ser ainda baseada em com
bustveis sseis.
Existem três ormas principais para diminuir os eeitos da emissão desses
gases na geração de energia: redução do seu consumo, substituição de com
bustveis sseis por energias renováveis e aumento da eciência energética.
Ações como o PROCEL e o Programa Brasileiro de Etiquetagem PBE vêm
sendo implantadas no Brasil. A projeção é que cerca de 10% da demanda deeletricidade, em 2030, será atendida por ações na área de eciência energé
tica EPE, 2007.
Porém, uma das barreiras para a melhoria da eciência energética é a
econômiconanceira. Comprar equipamentos mais ecientes envolve, em
geral, custos iniciais mais altos. Isso az com que muitos consumidores não
queiram se responsabilizar e os de baixa renda não têm condições de arcar
por conta de seu capital limitado. Mas muitos não sabem que o retorno investido pode ser recuperado em poucos anos ou até mesmo em meses, devido à
redução na conta de luz. O que não se pode deixar de azer, portanto, é um
cálculo do custobenecio do que será investido.
No cenário brasileiro, tornase cada vez mais evidente a necessidade de
incentivo ao uso detecnologiascomplementares àatual geração hidrelétrica.
O uso de energia solar e de conceitos de arquitetura bioclimática ventilação
e iluminação natural têm se mostrado técnicas e economicamente viáveispara os problemas de redução do consumo de energia elétrica no setor resi
dencial brasileiro.
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caderno de educação ambiental habitação sustentável36
A m de promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica,
oi criado, pelo Governo Federal, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica,
o Procel, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia MME, por meio da Eletrobrás.
Um dos produtos desenvolvidos pelo Programa é o Selo Procel. O selo tem por objeti
vo indicar os produtos queapresentamos melhores ndices de eciência energéticadentro
de cada categoria e, assim, orientar o consumidor no ato da compra.
No site da Eletrobrás www.eletrobras.com/procel há um catálogo com todos os pro
dutos que receberam o Selo Procel no ltimo ano.
Os produtos com Selo Procel são caracterizados com o nvel“A” da Etiqueta Nacional
de Conservação de Energia ENCE do Inmetro.
A Etiqueta Nacional de Conservação de Energia inorma o consumo de energia e/ou
a eciência energética, classicandose no nvel“A” os equipamentos de menor consumo
de energia/mais ecientes e no nvel“E” os de maior consumo/menos ecientes, dentro
de sua categoria.
FIGURA 5 – PRODUTOS QUE CONSOMEM MENOS ENERGIA SÃO IDENTIFICADOS COM OSELO PROCEL.
Benecios
• Redução do consumo de energia elétrica e, consequentemente, a diminuição da conta de luz;
• Redução do risco de racionamento de energia;
• Redução da emissão de gases de eeito estua;
• Redução dos impactos ambientais;
• Geração de emprego e renda.
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376. Eficiência EnErgética
Ações
Sistema de aquecimento solar
Os aquecedores solares promovem economia de até 35% na conta de luz
mensal das amlias. Somenteno ano de 2007, orameconomizados,no Brasil,
cerca de 620 GWh, energia suciente para abastecer 350 mil residências.
Com a ampliação da área instalada de aquecedores solares no Brasil
para 300 mil m2e com a economia na demanda de energia elétrica de 122
MW, o setor, então, geraria 11,2 mil postos de trabalho, e a redução da emissão anual de CO2alcançaria 12,5 mil toneladas a mesma capacidade de
absorção de uma área verde de 16,8 km2 Cunha, 2009.
Os aquecedores solares são compostos, portanto, por coletor ou placa
solar, reservatrio térmico e um componente auxiliar. Fig.
FIGURA6–SISTEMADEAQUECIMENTODEÁGUAPORMEIODECOLETORESSOLARES.UMBOMAPA-RELHODEVETERVIDAúTILDE,NOMíNIMO,20A30ANOS.(ILUSTRAÇÃO:NATÁLIAMAyUMIUOZUMI)
Aeciênciaenergéticatemeeitospositivosnoemprego,criandonovasoportunidadesde negcios e na transormação de mercado. Um estudo realizado pela British Association
UNE; ILO; IOE e ITUC, 2008 determinou, especicamentepara o setor residencial, que para
cada € 1 milhãogastos em programas de eciência energética, 11,3 a 13,5 empregos oram
criados.
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FIGURA7–RESIDÊNCIACOMCOLETORESSOLARESPARAAQUECIMENTODAÁGUA.(FONTE:HELIOTEK,2010)
O aquecimento da água é obtido por meio da absorção da luz solar por
coletores. Estes, geralmente eitos com chapas metálicas, aquecem e transe
rem o calor para a água que circula em suas tubulações.
A água ca armazenada em um reservatrio térmico ou os chamados
boilers , que a mantém aquecida mesmo durante os perodos nublados e
chuvosos.
Para garantir que nunca haverá alta de água quente em uma residência,
todo aquecedor solar traz um componente auxiliar de aquecimento, que uti
liza outra onte de energia elétrica ou a gás, para suprir eventuais necessi
dades.Essecomponenteéautomaticamenteacionadoquandoatemperatura
da água no reservatrio esria.
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396. Eficiência EnErgética
Os sistemas de aquecimento solar devem ser compatveis com a inraes
trutura da edicação e com as demandas do usuário. Os dierentes nveis de
consumo de água quente estão relacionados com o nmero de pessoas e de
pontos de uso,parmetros que podem ser estimados, mediante o nmero de
dormitrios e de banheiros.
Odimensionamentodos coletoresasereminstaladosdependede alguns
critérios:
• Hábito de consumo dos usuários: de acordo com a NBR 7.198/NB 128,o consumo médio mensal de água quente para residências é de 45
litros por pessoa Tabela;
TABELA 2 – CONSUMO MÉDIO DE ÁGUA QUENTE PARA DIVERSOS PROJETOS
PROJETO CONSUMO MÉDIO DE ÁGUA QUENTE
Alojamento provisrio de obra 24 litros por pessoa
Residência 45 litros por pessoa
Escola 45 litros por pessoa
Hotel excluindo cozinha e lavanderia 36 litros por pessoa
Restaurante 12 litros por reeição
Lavanderia 15 litros por kg de roupa seca
Hospital 125 litros por leito
Fonte: BarrosoKrause, 2007.
• Caractersticadocoletor escolhido: cadacoletorapresenta rendimentos
de eciência dierenciados;
• Condições climáticas locais: o mapeamento da distribuição do recurso
solarpermitereconhecer áreasemqueoaproveitamento dessaenergia
é potencialmente signicativo.
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O Estado de São Paulo tem potencial de geração de energia solar de,
aproximadamente, 512TWh Tabela. As maiores concentrações de radiação
solar se encontram no interior, conorme apresentado no mapa a seguir.
TABELA 3 – POTENCIAIS SOLARES POR FAIXA DE RADIAÇÃO SOLAR ANUAL NO ESTADO DE SÃO PAULO.
POTENCIAIS SOLARES TWh/ano %
RADIAÇÃO SOLAR ANUAL
512.047,55 100
4.5 5.0 kWh/m2/ano 23.717,7 5
5.0 5.5 kWh/m2/ano 66.816,9 13
5.5 6.0 kWh/m2/ano 399.076,4 78
6.0 6.5 kWh/m2/ano 22.436,55 4
Fonte: INPE/Labsolar, 2005.
FIGURA8–DISTRIBUIÇÃODARADIAÇÃOSOLARANUAL(KWH/M2/ANO)NOESTADODESÃOPAULO.FONTE:INPE/LABSOLAR, 2005.
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416. Eficiência EnErgética
• Orientação solar: em latitudes mais altas, é importante direcionar os
coletores, seja para o norte Hemisério Sul, como o Brasil ou para o sul
Hemisério Norte, diretamente para o sol. Quanto mais prximo dos
trpicos, maior é a disponibilidade dos raios do sol.
Entretanto, a maior diculdade para a diusão do aproveitamento da
energia solar consiste no investimento inicial relativamente alto em equipa
mentos e instalações, quando comparado com os sistemas convencionais.
Emcompensação, ocustodeoperaçãoe manutençãoémnimo,contandoseapenas com o gasto da energia elétrica utilizada na residência, no aqueci
mento de água nos dias de pouca insolação. Prado et al, 2007
Placas otovoltaicas
Assim como os sistemas de aquecimento de água, os sistemas otovoltai
cos possuem como base para o seu uncionamento a energia solar.
Células otovoltaicas convertem a luz do sol em energia elétrica. O ele
mento básico de um sistema solar otovoltaico é o material condutor, que
geralmente é o silcio.
Os semicondutores eitos de silcio são os mais usados na construção de
células otovoltaicas e a sua eciência em converter luz solar em eletricidade
pode variar entre 10 e 15%, dependendo da tecnologia adotada.
Os sistemas otovoltaicos podem ser instalados em locais distantes das
áreas urbanas, atuando como centrais geradoras de energia elétrica Fig. A;
instalados em edicações Fig. B; e, também, podem ser interligados à rede
de distribuição. Este ltimo tipo constitui uma orma de geração descentrali
zada de energia e pode trazer inmeros benecios à concessionária de ener
gia elétrica. Além de reduzir os impactos ambientais das instalações de gera
ção e de transmissão, a energia excedente é enviada à rede pblica, aumen
tando a eciência energética da concessionária. Porém, no Brasil ainda não
é permitido que a energia gerada por consumidores seja disponibilizada na
rede elétrica dasconcessionárias, por conta da ausência de regulamentação.
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FIGURA9–(A)PLACASFOTOVOLTAICAS.(B)PLACASFOTOVOLTAICASINSTALADASNA“CASAEFICIENTE”,PROJETOEMPARCERIA COM A UFSC/LABEEE E A ELETROBRÁS (AUTORIA: ANíSIO ELIAS BORGES).
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436. Eficiência EnErgética
A eletricidade produzida por metro quadrado de placas otovoltaicas
pode eetivamente evitar a emissão de mais de 2 toneladas de CO2. Os sis
temas otovoltaicos integrados às edicações geram energia de orma silen
ciosa, sem emissão de gases poluentes, não necessitam de área extra, uma
vez que os painéis otovoltaicos podem ser utilizados como telhados ou ser
inseridos em achadas.
A instalação de 48 mdulos otovoltaicos em uma área de 6,8 m x 5
m, no telhado de uma casa no Reino Unido, deixou de emitir mais de 6toneladas de CO
2por ano; e chegou a poupar US$ 2 mil em gastos com
energia Tabela.
Por causa do grau de pureza desses componentes, que são cristais, esta
alternativa de energia ainda apresenta custo elevado na instalação do sis
tema, variando, em média, entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Porém, o retorno do
investimento pode se vericar em até quatro anos.
TABELA 4 – COMPARAÇÃO ENTRE UMA CASA COMUM E OUTRA SUSTENTÁVEL NO REINO UNIDO
TIPODE CASA
kWh/m2 COMPRADOSDA REDE POR
ANO
CUSTO DAELETRICIDADEPOR ANO US$
CUSTODO GÁS
POR ANOUS$
CUSTOTOTAL
PORANOUS$
EMISSÕESDE CO
2
g/ ano
CUSTO DECONSTRUÇÃO
US$/m2
Casa sustentável
27 320 470 780 721 1.440
Casacomum
90 800 1.688 2.488 6.776 1.440
Economias
63 480 1.218 1.698 6.055 0 extra
* O custo de construção oi comparado com aquele de uma casa de tamanho similar projetada por um arquiteto.Fonte: Roa, Fuentes e Thomas, 2009.
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• Vantagens da utilização de placas otovoltaicas como onte de energia alternativa:
•Fonte de energia limpa e renovável;
•O silcio não é txico;
•A energia é gerada pelo consumidor nal, ou seja, não há perdas com transmissão
e distribuição;
•Requer pouca área para a instalação das placas telhados, achadas, jardins;
• Requer poucamanutenção: uma vezinstalados,precisam somenteque assuper
cies sejam limpas;•As placas são silenciosas;
•Economia de energia;
•Não emissão de gases de eeito estua;
•Podem ornecer energia durante blecautes;
•Retorno nanceiro é de 2 a 5 anos;
•A vida til das placas otovoltaicas pode ser superior a 20 anos.
Iluminação natural e articial
Tendo em vista o ato de se tratar de critério que requer menores in
vestimentos, o uso da iluminação natural deve ser sempre priorizado, pois
contribui para a redução do consumo de energia elétrica e para a melhoria do
conorto visual dos ocupantes.
A adequação arquitetônica que permite a iluminação natural prevê aadoção de sistemas de aberturas verticais e iluminação zenital. A iluminação
zenital é caracterizada pela entrada de luz natural através de aberturas su
periores dos espaços internos e tem como objetivo otimizar a quantidade e a
distribuição de luz natural em um espaço. Fig.
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456. Eficiência EnErgética
FIGURA10–EXEMPLODEABERTURASLATERAISEILUMINAÇÃOZENITALPARAAENTRADADELUZSOLAR. (ILUSTRAÇÃO: NATÁLIA MAyUMI UOZUMI)
Para complementar a eciência do projeto de uma casa, sistemas de
iluminação articial devem ser instalados quando há a necessidade de utili
zação para perodos maiores, como o uso de lmpadas fuorescentes em corredores, escadas e garagens com sensores de presença. A troca de lmpadas
incandescentes por fuorescentes reduz o consumo de energia em até 80% e
tem durabilidade 10 vezes superior.
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FIGURA11–LâMPADASFLUORESCENTESREDUZEMOCONSUMODEENERGIAELÉTRICA.FONTE:
SIEMENS/PRESS PICTURE.
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Conservaçãoda Água
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497. Conservação da água
Uso racional e programas de conservação da água constituem medi
das ecazes para reduzir o consumo, contribuindo para a sua preservação.
Estratégias que variam desde mudanças de hábito do consumidor até a
implantação de novas tecnologias garantem a qualidade necessária para a
realização das atividades consumidoras, com o mnimo de desperdcio.
Torneiras 25% Uma torneira meio aberta, porcinco minutos, gasta de 12 litros banheiro a 39 li
tros cozinha em casas e pode chegar a 80 litros em
apartamentos.
Bacia sanitária 5% a 14% As abricadas a partir de 2003 gastam
6 litros por acionamento, mas as antigas gas
tam a partir de 9 litros.
Chuveiro 50% a 55% Uma ducha de 15 minutos con
some 135 litros de água em casas e 243 litros em aparta
mentos; o chuveiro elétrico gasta, respectivamente, 45 e 144 litros.
Máquina de lavarroupas Com capacidade para 5 kg de roupas,
consome 135 litros de água.
Tanque A torneira aberta por 15 minutos chega a gastar 279 litros.
Mangueira Regar as plantas por 10 minutos pode gastar até
186 litros.
Piscina Um tanque médio não coberto perde, aproximada
mente, 3.700 litros por mês com evaporação.
Vazamentos Um buraco de 2 mm em um cano desperdiça
até 3.200 litros de água em um dia, e uma torneira gotejando,
até 46 litros.
Fonte: Didone e Iwakura, 2005. Ilustração: Diego Vernille da Silva
CAMPEÕES DO DESPERDíCIO DE ÁGUA RESIDENCIAL
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caderno de educação ambiental habitação sustentável50
Benecios• Reduz a quantidade de água extrada das ontes;
• Reduz o consumo;
• Reduz o desperdcio;
• Evita a poluição;
• Aumenta a eciência do uso da água;
• Aumenta a reutilização da água.
Ações
Economizadores de água
Autilização deequipamentoseconomizadores deágua constituimedida
simples e pode impactar signicativamente na redução do consumo. A trocade baciassanitárias com descargas convencionais por outras com válvulas do
tipodual fushescolha de dois volumes de descarga, geralmente de 6 ou 3
litros ou ciclo xo volume da ordem de 6 litros pode reduzir em até 50% o
consumo de água. Fig.
As bacias sanitárias convencionais consomem até 12 litros de água
por ciclo de descarga.
Torneiras de lavatrios como aquelas encontradas em banheiros e cozi
nhas devem possuir arejadores, que reduzem a seção de passagem da água e
direcionam o fuxo do jato. O arejador é uma peça circular, perurada, encai
xada na sada de água da torneira. O seu uso traz redução de cerca de 50%
da vazão nas mesmas condições de uso.
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517. Conservação da água
Muitoutilizados emedicações pblicas comoshoppings ,cinemas eres
taurantes,astorneiras com acionamento hidromecnico, ou seja, aquelas em
que o usuário aciona manualmente a liberação da água e a sua interrupção
se dá aps determinado tempo de uncionamento, eliminam o desperdcio
de água ocorrido pela demora ou pelo não echamento do aparelho. Outro
tipo de torneira também muito utilizado é o de acionamento por sensores de
presença. Fig.
FIGURA13–TORNEIRACOMACIONAMENTOHIDROMECâNICO,PORSENSORDEPRESENÇAEARE-JADOR PARA TORNEIRAS, RESPECTIVAMENTE. (ILUSTRAÇÃO: DIEGO VERNILLE DA SILVA)
Sistema de captação e aproveitamento da água da chuva
O aproveitamento da água da chuva corresponde a uma orma alterna
tiva para minimizar os problemas de abastecimento regular de água, para
reduzir o seu consumo residencial e também ajudar no controle de cheias e
inundações que ocorrem em grandes cidades.
Os sistemas de aproveitamento de água da chuva proporcionam uma
economia no consumo residencial de até 45%. A água da chuva deve
ser utilizada para ins não potáveis, como irrigação, limpeza de garagens
e calçadas e em descargas sanitárias, desde que haja controle de sua
qualidade e aps a veriicação da necessidade de tratamento especico,
de orma que não comprometa a sade dos usuários, nem a vida til dos
sistemas envolvidos.
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caderno de educação ambiental habitação sustentável52
No Brasil, o aproveitamentodaágua da chuvainiciouse, principalmente,
na regiãodosemiárido nordestino, devidoaotempoprolongado deescassez
de água que a região sore. Esse sistema é simples e consiste em utilizar
telhados ou calhas das casas como área de captação para armazenar essa
água em cisternas. Fig.
F I G U R A 1
4 – C I S T E R N A P A R A A R M A Z E N A M E N
T O D E Á G U A D E C H U V A . (
I L U S T R A Ç
Õ E S : D I E G O V E R N I L L E D A S I L V A )
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537. Conservação da água
No Estado de São Paulo, há uma lei promulgada em 2007 Lei nº 12.526,
que obriga a implantação de sistemas de captação e retenção de água da
chuva em lotes, edicados ou não, que tenham área impermeabilizada supe
rior a 500 m2.
Para a implantação do sistema, é necessário um estudo de viabilidade
que avalie a quantidade de água da chuva a ser armazenada, o volume a ser
utilizado e a área do telhado disponvel.
Um sistema de captação de água da chuva consiste em:• Sistema de coleta são as áreas impermeáveis constitudas, geralmen
te, pelos telhados e lajes de coberturas. O transporte da água da chuva
é realizado por calhas e condutores verticais e horizontais até os siste
mas de armazenamento, tratamento e distribuição;
• Grade e sistema de descarte ou reservatrio de limpeza para a re
tenção de materiais como olhas, gravetos, papéis etc., utilizase uma
gradeanteriormente aosistema dedescarte.Esse sistema corresponde
a um dispositivo que descarta a água da chuva dos primeiros minu
tos que oram coletados, pois geralmente este volume carrega grande
quantidade de carga poluidora;
• Sistema de tratamento atua na remoção da carga poluidora e a de
sinecção. Podemse utilizar ltros de mltiplas camadas ou ltros de
areia e a desinecção pode ser eita por meio da cloração;
• Sistema de armazenamento armazenar a água que será utilizada
para ns não potáveis. Quando o reservatrio estiver com o seu volume
máximo,um extravasor possibilitará acondução do excesso de água da
chuva para o sistema de drenagem pluvial;
• Sistema de distribuição consiste em ramais que distribuem a água da
chuva para os pontos de utilização.
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F I G U R A 1 5 – E S Q U E M A D E A P R O V E I T A M E N T O D E Á G U A D A C H U V A . (
I L U S T R A Ç Ã
O : N A T Á L I A M A y U M I U O Z U M I )
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557. Conservação da água
Sistema de reuso de água cinza
As águas cinzas são as provenientes do uso de lavatrios, chuveiros,
banheiras e máquinas de lavar roupas. São os efuentes que não possuem
contribuição das bacias sanitárias e pias de cozinha.
As águas cinzas podem ser reutilizadas para atividades como irrigação,
limpeza e descarga de sanitários. Estas águas apresentam teores de maté
ria orgnica e turbidez; portanto, seu reuso direto em estado bruto não é
recomendável, sendo necessário um prévio tratamento do efuente em nvelsecundário, com posterior desinecção.
Um sistema de reuso de água cinza compreende:
• Sistema de coleta de esgoto sanitário consiste em dois tipos de con
dutores visando à separação das águas cinzas e águas negras efuen
tes das bacias sanitárias;
• Sistema de tratamento as águas cinzas sorem tratamento para a
remoção da carga poluidora e a desinecção;
• Reservatrio de armazenamento aps o processo de tratamento, a
águadereusoéencaminhada para umreservatriodearmazenamento
exclusivo;
• Sistema de distribuição predial consiste em ramais e subramais que
levam a água de reuso até o destino de utilização.
Atualmente, existem no mercado inmeros sistemas industrializados de
tratamento de esgoto doméstico que acilitam muito a implantação de sis
temas de reuso de água em edicações residenciais e pequenos conjuntos
habitacionais. A escolha do equipamento deve se basear no tipo de efuente
a ser tratado e na sua vazão diária de contribuição.
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caderno de educação ambiental habitação sustentável56
F I G U R A 1 6 – S I S T E M A D E R E U S O D E Á G U A
S C I N Z A S E M U
M A R E S I D Ê N C I A M U L T I F A M I L I A R .
( I L U S T R A Ç Ã O : N
A T Á L I A M A y U M I U O Z U M I )
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577. Conservação da água
Para a prática do reuso de águas cinzas devem ser consideradas as se
guintes recomendações:
• Identicar as redes de água potável e as de reuso;
• O sistema de reuso não pode ter contato com o sistema de abasteci
mento de água potável, pois pode contaminálo;
• Quando houver usos mltiplos de reuso com qualidades distintas de
água,deveseoptarporreservatriosindependenteseidenticadosde
acordo com a qualidade da água armazenada;
• O contato direto com a água cinza deve ser evitado;
• Em caso de reuso de água cinza na descarga sanitária, um tratamento
prévio incluindo uma etapa de desinecção deve ser providenciado;
• Evitar a estocagem de água cinza bruta sem tratamento prévio com
desinecção.
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Seleçãode Materiais
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL60
8. Seleção de materiais
A construçãociviléresponsávelpeloconsumode40%detodososrecursosextradosdanatureza.Amadeira,porexemplo,dos64%produzidosnaAmazônia,15%sãoconsumidospelosetornoEstadodeSãoPaulo,
comaprobabilidadedeagrandemaioriadamadeirautilizadaserdeorigem
ilegaloupredatriaIPT,2009,contribuindoparaaemissãode10toneladas
de CO2 na atmosera.Outro material muito utilizado na construção civil e grande contribuidor
para o eeito estua é o cimentoPortland . Para a produção do cimento, há
o processo de descarbonatação do calcário, que responde pela emissão de
6% de CO2, no mundo todo. Somente no Brasil, com produção anual de 38
milhõesdetoneladas decimentoPortland comum, liberamsena atmosera,
aproximadamente, 22,8 milhões de toneladas/ano de gás carbônico.
Portanto, paraa realização de uma construçãomais sustentável,exigesea seleção correta de materiais, pois isso resultará na redução dos impactos
ambientais causados pela extração e manuatura dos recursos naturais e em
maior beneciosocial,dentrodos limites daviabilidade econômica, para uma
dada situação.
É na ase de concepção do projeto que deve ser realizada a avaliação
de orma integrada dos aspectos ambientais, econômicos e sociais dos ma
teriais, que serão utilizados. Pois a correta seleção e utilização dos mesmos
implicam na menor geração de resduos e na diminuição dos impactos por
eles ocasionados.
A produção, o transporte e o uso de materiais contribuem para a ocorrência de diver
sos impactos socioambientais. O uso sustentável destes recursos depende da habilidade
dos prossionais em selecionarem os produtos mais adequados e os ornecedores com
maior responsabilidade ambiental e social.
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618. seleção de materiais
A avaliação dos materiais deve considerar os seguintes aspectos:
• Custos: Avaliar aqueles materiais que possuam melhor custobene
cio. Sugerese que sejam observados os custos não apenas durante a
construção, mas também na ase de uso e operação.
• Qualidade e durabilidade: Quanto maior a sua vida til, menor é
a necessidade de materiais de reposição ou de manutenção, para que
não ocorra a geração de resduos. Devemse buscar materiais em conormidade com as normas técnicas ou programas de qualidade, como
o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat PBQP
H, vinculado ao Ministério das Cidades.
• Material local: Materiais cuja extração e produção tenham sido re
alizadas localmente. Isso estimula a economia local geração de em
prego e renda para mão de obra local e minimiza a emissão de CO2
proveniente do transporte dos materiais, da extração até o local da
construção.
• Resduos gerados: Baixa geração de resduos implica redução de
custos e de impactos ambientais. Devese avaliar a quantidade dos
resduos slidos gerados durante e aps a ase de construção e veri
car o potencial de reutilização caso a edicação or demolida, além da
toxicidade do material, bem como se há tecnologia ou destinação naladequada para os resduos.
• Energia incorporada: Descreve a quantidade de energia usada para
produzir um objeto. A energia incorporada é uma medida importante,
porque o uso de ontes de energia não renovável é uma das principais
razões para a emissão de gases de eeito estua.
• Formalidade: Vericar se os abricantes e ornecedores dos mate
riais estão em conormidade com as legislações trabalhistas, scaise ambientais.
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL62
• Relatrios de sustentabilidade: Buscar relatrios de sustentabilidadesocioambientaldasempresase vericaro alcancedo compromis
so delas com o desenvolvimento sustentável. A existência de certica
ções relacionadas à gestão ambiental, sade e segurança ocupacional
deve ser valorizada ex: série ISO 14000.
A seleção de produtos ecoecientes deve considerar todo o seu ciclo
de vida, desde a seleção das matériasprimas, passando pelos processos de
abricação, transporte e distribuição, uso, manutenção e reutilização, até odestino do produto ao m de sua vida til.
A Análise do Ciclo de Vida ACV tem sido reconhecida como a orma
mais abrangente e mais eciente para a avaliação ambiental de produtos
John, 2007 e consiste na compilação e avaliação das entradas e sadas de
energia e materiais e dos impactos ambientais potenciais de um sistema ao
longo de seu ciclo de vida Fig..
FIGURA17–ESQUEMASIMPLIFICADOPARAAANÁLISEDOCICLODEVIDA(ACV)DEUMPRODUTO.FONTE:FERREIRA,2004 – ADAPTADO.
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638. seleção de materiais
Benecios
• Redução dos impactos ambientais na extração, produção e transporte
dos materiais;
• Diminuição dos custos com a gestão dos resduos, pois há a redução
dos desperdcios;
• Redução da emissão de gases de eeito estua;
• Aumento da durabilidade do empreendimento e manutenção de seu
desempenho;
• Estmulo à economia local;
• Estmulo à ormalidade da cadeia produtiva do setor;
• Estmulo à adequação dos materiais às normas técnicas de qualidade.
“GreenWashing” “verniz verde” = ato de induzir os consumidores ao erro quanto
às práticas socioambientais de uma empresa ou os beneciossocioambientais de um pro
duto ou serviço. A agência de marketingTerra Choice Environmental deniu alguns sinais
para reconhecer o “verniz verde” dos materiais e serviços:
•Sugerirqueummaterialéverdebaseadosomenteemumatributo(ex.conteúdo
reciclado sem a devida atenção para outros atributos tão mais importantes do seu ciclo
de vida, como consumo de energia, água etc.
•Faltadeprovas:ofornecedornãoapresentaquaisquerdocumentosdeterceiraparte que sustentem suas armações e que possam ser vericados.
•Imprecisão:informaçõesgenéricaseimprecisas,quegeramdúvidaquantoaoreal
benecio ambiental do produto durante todo o seu ciclo de vida.
•Ofornecedorapresentadeclaraçõesexageradasoutotalmentefalsase/ouapre
senta apenas os resultados avoráveis. Exemplos:“Fabricado com 90% de matériaprima
reciclada”, sem inormar sobre a baixa durabilidade;“Produto natural”, sem mencionar a
presença de estabilizantes, corantes.
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL64
AçõesMadeira legal ou certicada
A madeira é um dos materiais mais utilizados na construção civil; porém,
estimativas indicam que entre 43 e 80% da produção proveniente da região
amazônica seja ilegal IPT, 2009. Portanto, alguns cuidados devem ser toma
dos para que a madeira a ser utilizada seja de origem legal.
Oprincipalcuidadonahoradacompradamadeiraconsistenaexigênciado
DocumentodeOrigemFlorestalDOF.ODOF,emitidopeloIBAMA,correspondeaumalicençaobrigatriaparaocontroledotransporteearmazenamentodepro
dutosesubprodutosforestaisdeorigemnativa.Comestedocumentoépossvel
rastrearamadeiradesdesuaorigem,passandoportodososenvolvidos,desdeo
transporteebeneciamento,atéadestinaçãonal,sejapormeiorodoviário,aé
reo,erroviário,fuvialoumartimo.Assim,aspessoassicase jurdicasenvolvidas
na cadeia de custdia da madeira cam registradas no sistema DOF.
FIGURA18–TORASDEMADEIRASPROVENIENTESDEEXPLORAÇÃOAUTORIZADAEEXEMPLODEPÁTIO DE MADEIRA ORGANIZADA. FONTE: SMA, 2009.
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658. seleção de materiais
Além do DOF, a exigência de nota ou cupom scal é de extrema impor
tncia, pois se o comerciante emitiu esse documento signica que também
comprou a mercadoria com nota scal, sendo maiores as chances de a ma
deira ser legalizada.
O IBAMA também recomenda que o comprador de madeira verique a
inscrição do comerciante no CadastroTécnico Federal CTF, procedimentoque comprova o seu registro junto ao rgão ambiental. Para vericar a ins
crição, é necessário consultar o CNPJ da empresa nosite do IBAMA http://
www.ibama.gov.br/.
Atuando também como mecanismo omentador de ações em avor do
comércio responsável, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da
Secretaria do Meio Ambiente, identica as empresas que comercializam
produtos e subprodutos forestais de orma responsável por meio do Selo“Madeira Legal” Fig..
CUIDADOS AO ADQUIRIR MADEIRA LEGAL
• Exigir a nota scal;
• ExigiroDocumento de OrigemFlorestalDOFou outrodocumentocorrelato,emi
tido pelo órgão Estadual de Meio Ambiente OEMA das espécies nativas. Ma
deiras de espécies exticascomorigemlegal nãonecessitam doDOF. Entretanto,
devem ser acompanhadas da nota scal da carga;
• Vericarseo comerciante de madeiraestá registradonoCadastroTécnico Florestal
CTF do IBAMA;
• Vericara listaocial da fora brasileira ameaçada de extinçãohttp://www.ibama.
gov.br/fora/extincao.htm.Atenteseparaespéciescomomogno,castanhado
pará e paubrasil, ameaçadas de extinção e cujo corte é proibido por lei.
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL66
FIGURA19–FISCALIZAÇÃODETÉCNICOSDASECRETARIADOMEIOAMBIENTEEOSELO“MADEIRALEGAL”CONCEDIDOPARAEMPRESASQUECOMERCIALIZAMPRODUTOSESUBPRODUTOSDEMA-DEIRA DE FORMA CORRETA. FONTE: ARQUIVO SMA
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678. seleção de materiais
Outra possibilidade de adquirir madeira legal é por meio da compra de
madeiras certicadas. No Brasil, existem dois sistemas de certicação: o FSC
Forest Stewardship Council ,representado pelo Conselho BrasileirodeManejo
Florestal,eo Sistema deCerticação FlorestalBrasileiro CERFLOR,doInmetro.
Para o FSC existem dois tipos de certiicação: manejo lorestal e ca
deia de custdia. A certiicação do manejo lorestal garante que aquela
madeira oi manejada de acordo com critérios ambientais, sociais e eco
nômicos adequados. Já o segundo tipo garante a origem da madeira, ouseja, a sua rastreabilidade acompanhando a matériaprima da loresta
até o consumidor inal.
OCERFLOR é um programa nacional de certicação forestal, desenvolvi
do pelo SistemaBrasileirodeAvaliação de ConormidadeSBAC implantado,
gerenciado e acreditado pelo Inmetro.
As madeiras certicadas podem ter origem tanto de forestas nativas
quanto de reforestamentos com espécies exticas e possuem um valor de
mercado mais alto do que as demais, sendo a madeira certicada, em média,
20% mais cara do que a não certicada.
Materiais reciclados
A reciclagem assume signicativa importncia para a minimização dos
problemas ambientais causados pela geração de resduos slidos. De acor
do com o IPCC 2007, os resduos slidos e lquidos são responsáveis por2,8% da emissão de CO
2e de outros gases que colaboram para o aqueci
mento global.
A reciclagem é uma das áreas mais promissoras no Brasil com relação a
novas oportunidades de geração de emprego e renda. Cerca de 500 mil tra
balhadores já estão empregadosno Pas reciclando ou reaproveitando vários
tipos de materiais, como aço, papel, plástico e vidro.
Muitos materiais podem ser reciclados e a incorporação de resduos na
produção de novos materiais de construção permite a redução do consumo
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de energia e de matériasprimas Tab. e, muitas vezes, possibilita a produção
de materiais com melhores caractersticas técnicas, como é o caso da utiliza
ção da escria de altoorno resduo proveniente da produção do aço, que
melhora o desempenho do concreto. John, 2001
No caso do aço, a utilização de sucata é parte do processo produtivo, che
gando, emalgunscasos,arepresentar 80%damatériaprimabásica paraapro
duçãodenovaschapasdeaço.DevidoaosganhoseconômicosesociaisnoBrasil,
as sucatas de metal são as mais valorizadas no mercado mundial, pois existegrandemercadodestematerialnoBrasil,representadoporinmerossucateiros
depequeno,médioegrandeportes,quecompõemumarededescentralizadae
abrangente de pontos de recepção e encaminhamento da sucata de aço.
TABELA5–PORCENTAGEMDEREDUÇÃODOIMPACTOAMBIENTALPORMEIODAINCORPORAÇÃODERESíDUOSNAFABRICAÇÃO DO AÇO, VIDRO E CIMENTO.
IMPACTO AMBIENTAL AÇO VIDRO CIMENTO 50% de escria
Consumo de energia 74% 6% 40%
Consumo de matériaprima 90% 54% 50%
Consumo de água 40% 50%
Poluentes atmoséricos 86% 22%
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698. seleção de materiais
• Degradação de áreas urbanas;
• Prolieração de escorpiões, aranhas e roedores que aetam a sade
pblica.
A maior parte do resduo é gerada pelo setor inormal da construção
pequenas reormas, autoconstrução, ampliações e sua destinação nal é,
geralmente, ao longo de cursos d’água, de ruas e rodovias, agravando a pro
blemática de enchentes nos municpios Fig.. Estimase que apenas 1/3 do
entulho seja gerado pelo setor ormal da indstria da construção civil construtoras, por exemplo.
FIGURA 20 – ENTULHO DEPOSITADO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO. FONTE: ACERVO SMA.
Paraos grandesvolumesdeRCC geradospelo setorormal,aproblemática
reerese à adequada disposiçãoem aterros de inertes, pois o distanciamento
e o esgotamento de áreas para a destinação de tais resduos são crescentes.
Aproximadamente 80% de todo o resduo de construção gerado é pass
vel de reciclagem. Devidamentereciclados, os RCCapresentam propriedades
sicoqumicasapropriadaspara o seuemprego comomaterial deconstrução
e em processos de pavimentação.
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL70
Os RCC são majoritariamente de origem mineral, ou seja, a partir da
mistura de concretos, argamassas, cermicas, entre outros materiais. As usi
nas de reciclagem instaladas no Brasil separam e classicam os resduos
em dois tipos: vermelho predominncia de materiais de natureza cermica
e cinza predominncia de materiais de natureza cimentcia. O agregado
reciclado proveniente do RCC mineral vermelho é empregado em atividadesde asaltamento, principalmente bases de pavimentos. Já o agregado pro
veniente do RCC mineral cinza é utilizado, preerencialmente, em calçadas,
em blocos de concreto e em mobiliários urbanos à base de cimento, como
bancos e outros.
A Preeitura Municipal de São Paulo possui áreas para a deposição regular dos res
duosdaconstruçãocivilprovenientesdepequenosgeradores,oschamadosECOPONTOS
Estações de Entrega Voluntária de Inservveis.
São37Ecopontosdestinadosarecebervoluntariamentepequenosvolumesdeentu
lhoaté 1m3,grandesobjetos mveis, podadeárvores, etc.eresduos recicláveis. No site
daPreeituradeSãoPaulowww.preeitura.sp.gov.br/secretarias/servicoseobras/limpurb
há uma lista com os endereços de todos os Ecopontos da Cidade de São Paulo.
A
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718. seleção de materiais
B
FIGURA21–(A)OSPISOSINTERTRAVADOSEVITAMAIMPERMEABILIZAÇÃODOSOLO,POISPER-MITEMOESCOAMENTODASÁGUAS.(B)E(C)TIJOLODESOLO-CIMENTOFABRICADOCOM95%DETERRAE5%DECIMENTOQUEREQUERPOUCAARGAMASSA(SISTEMADEENCAIXE)EGERAMENOSRESíDUOS NA OBRA. FONTE: ACERVO SMA.
C
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Não utilização de materiais com substncias perigosasOs materiais de construção em um ambiente interno podem causar pro
blemas à sade do ocupante e do trabalhador na ase de construção.
Presentes em tintas e revestimentos, adesivos e selantes, os Compostos
OrgnicosVoláteis COV são substncias qumicas que podem ser emitidas
em concentrações mais elevadas dentro de casa até dez vezes maior do que
no ambiente exterior. À medida que o clima ca mais quente, as taxas de
emissão de COV aumentam, causam desconorto pelo seu cheiro e podeminiciar os sintomas da sndrome do “edicio doente”.
A Sndrome do Edicio Doente advém da baixa qualidade interna dos empreendi
mentos, como a má ventilação, limpeza interna inadequada e alta de manutenção dos
equipamentos. São alhas que avorecem a prolieração de poluentes de origem sica,
qumica ou microbiolgica. A sndrome pode aetar até 60% das pessoas que vivem outrabalham nestas edicações.
Os principais COV são benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos, conheci
dos como BTEX, os quais são altamente txicos. Os COV causam irritações
nos olhos, nas vias respiratrias e na pele e, também, podem levar ao de
senvolvimento de cncer. A tabela a seguir mostra os principais eeitos da
exposição aos COV.
Algumas dicas para minimizar a exposição aos COV em residências ou
em outras edicações consistem em:
• Não utilizar materiais que contenham COV;
• Aumentar a ventilação da casa ao utilizar produtos que emitem com
postos orgnicos voláteis;
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738. seleção de materiais
• Não armazenar os recipientes abertos e materiais similares em casa;
• Identicar os COV e, se possvel, eliminar a onte.
TABELA 6 – EFEITOS NOCIVOS À SAúDE HUMANA PELA EXPOSIÇÃO AO COV.
SUBSTâNCIA EFEITO POTENCIAL
COV em geral Narcticos potentes e capazes de deprimir o sistema nervoso central.Exposições podem causar irritações nos olhos, nas vias respiratrias ena pele.
Sndrome do edicio doente.
COV ormaldedo Muitos produtos em chapas à base de madeira compensados sãoeitos com colas que liberam ormaldedo. Baixas concentrações do gáspodem irritar os olhos, o nariz e a garganta, possivelmente causandolágrimas, espirros e tosse. Esses produtos são amplamente usados empisos, prateleiras e armários.
COV tolueno Pode causar letargia, tontura e conusão, podendo evoluir paraconvulsões e até a morte.
Fibras de amianto Entre as doenças relacionadas ao amianto, estão a asbestose doençacrônica pulmonar de origem ocupacional e cnceres de pulmão e dotrato gastrintestinal.
Fonte: John; Oliveira e Lima, 2007.
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ConortoTérmico
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9. Conorto Térmico
O prazer térmico e o conorto percebido pelo usuário constituem itens
denidores de quão tima é uma casa, na medida em que o conorto térmico
é considerado umconceito subjetivo,associado à sensaçãotérmicaagradável
ao homem INMET, 2009, que varia de pessoa para pessoa.
O conorto térmico dependerá de variáveis do ambiente, como tempe
ratura, umidade relativa e velocidade de deslocamento do ar, além de variáveis humanas, tais como vestimentas e atividades sicas. A INMET criou um
diagrama caracterizando uma zona de conorto térmico em unção apenas
da temperatura ambiente e da umidade relativa do ar, como mostrado na
gura a seguir.
FIGURA22–DIAGRAMADECONFORTOTÉRMICODOHOMEMEMRELAÇÃOÀTEMPERATURAEÀUMIDADE RELATIVA DO AR. FONTE: INMET, 2009.
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779. Conforto térmiCo
Notase que o ser humano pode estar em conorto em uma temperatura
que varia entre 18 e 30ºC. Abaixo dos 18ºC devese evitar a entrada de ven
tos, já que há a necessidade de calor para conorto, enquanto que acima dos
30ºC é necessário controlar a incidência de radiação solar.
Existem diversas estratégias para obter nveis satisatrios de conorto
térmico. O bom aproveitamento da luz natural, o uso debrises que protegem
contra o excesso de insolação, garantindo a ventilação dos ambientes, e a
implantação de telhados verdes são algumas delas.
Benecios
• Conorto térmico aos usuários;
• Redução do consumo de energia.
Ações
Ventilação natural
A ventilação consiste basicamente no movimento do ar dentro de um
prédio e entre uma edicação e o exterior, sendo que um dos problemas que
mais aetam a sensação de bemestar é justamente o arejamento interno
das habitações. Projetar uma casa em que se prioriza a ventilação natural
minimiza a necessidade de utilização de aparelhos de rerigeração, como ar
condicionadose ventiladores,proporcionandootimizaçãodaeciênciaener
gética e do conorto térmico aos usuários.
Antes de projetar a nova residência, as particularidades do clima e da
região devem ser vericadas, a m de identicar as possveis estratégias
para maximizar a ventilação natural da casa. Em climas quentes e midos,
a ventilação cruzada é a estratégia mais simples a ser adotada. Muitas
janelas permitem excelente ventilação cruzada, como pode ser vericado
no projeto abaixo Fig..
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL78
FIGURA23–CORTEDEVENTILAÇÃOCRUZADAEEFEITOCHAMINÉ,EXEMPLOSDEVENTILAÇÃONATURAL. (ILUSTRAÇÃO: NATÁLIA MAyUMI UOZUMI)
Projetos em áreas prximas à vegetação ou a reservatrios de água sãomedidas que também ajudam a modicar o ambiente dentro e ora da casa.
O processo de evapotranspiração das supercies das olhas resulta em res
riamento do ar Fig.. Já a água interere no balanço de energia devido a sua
alta capacidade térmica e pelo consumo de calor latente pela evaporação
Paula, 2004.
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799. Conforto térmiCo
FIGURA24–USODEVEGETAÇÃOCOMOSOMBREAMENTOPARACONFORTOTÉRMICODEUMACASA. (ILUSTRAÇÃO: NATÁLIA MAyUMI UOZUMI)
FIGURA25–CASADOARTESÃOEMPIRACAIA.TELHADOVERDEQUEFUNCIONACOMOUMFILTROCONTRAAPOLUI-ÇÃO E NA MANUTENÇÃO DA UMIDADE RELATIVA DO AR. FONTE: ACERVO SMA.
Telhado verde
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O telhado verde ou ecotelhado consiste no uso de coberturas vegetais
grama, fores, árvores e arbustos, ao invés de cermica ou cimento para
revestir as lajes de casas e prédios.
A adoção de telhados verdes corresponde a uma tecnologia que auxilia
na redução de alguns problemas ambientais decorrentes da urbanização
das grandes cidades. Auxilia na limpeza do ar, diminui o volume de água
que corre para os esgotos, combate os enômenos de aquecimento global
e ilhas de calor e ainda permite os isolamentos térmicos e acsticos dosprojetos Tab..
Ilha de calor é um enômeno que ocorre quando a temperatura em determinadas
regiõesdoscentrosurbanoscamuitomaiordoqueatemperaturanasregiõesperiéricas,
devido à alta concentração de ontes de calor, tais como:
• Edicios, vias pavimentadas e outras supercies;
• Poluição atmosérica;
• Veculos que, consumindo combustveis, liberam energia;
• Falta de vegetação, o que resulta em baixa taxa de evaporação.
Em São Paulo, por exemplo, já chegou a ser registrada uma dierença de 10ºC entre
umatemperaturamedidanocentroenaperieriadacidade, enquanto queamédiamun
dial é de 9ºC.
Um estudo realizado em Nova Iorque indicou que a implantação de
50% de telhados verdes na cidade reduziu a temperatura da supercie
entre 0,1 e 0,8ºC. Também oi comprovado que os telhados verdes cap
turaram 80% das águas pluviais comparados com os 24% dos telhados
convencionais Tab..
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819. Conforto térmiCo
TABELA 7 – BENEFíCIOS DA IMPLANTAÇÃO DO TELHADO VERDE
BENEFíCIOS PRIVADOS BENEFíCIOS PúBLICOS
Aumento da vida til para a membrana do telhado Redução do escoamento de águas pluviais
Redução do uso de energia para rerigeração Redução da ilha de calor
Isolamento acstico Melhoria da qualidade do ar
Produção de alimentos Redução da emissão dos GEEs
Melhoria da sade pblica
Valor estético
Custos Custos
Custo lquido do telhado verde Administração do programa*
Custos de manutenção
*Umprogramadeinraestruturarequersuporteadministrativoemnvelmunicipal.Fonte:Rosenzweig,Gain e Parshall, 2006.
TABELA8–DIFERENÇASDERETENÇÃODEÁGUASPLUVIAISENTREOSTELHADOSCONVENCIONAISE OS VERDES.
Precipitação de chuva retida % Telhado convencional Telhado verde
Retenção média 24% 80%
Retenção no pico do escoamento 26% 74%
Fonte: Rosenzweig, Gain e Parshall, 2006.
Otelhadoverdeconsistebasicamenteemumamembranaimpermeabili
zante, camada drenante, isolamento térmico e cobertura vegetal Fig..
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FIGURA26–EXEMPLODEUMAESTRUTURADETELHADOVERDE.(ILUSTRAÇÃO:NATÁLIAMAyUMIUOZUMI)
A vegetação contribui de orma signicativa para o estabelecimento de
microclimas e ajuda na ormação de pequenos ecossistemas, tornandose
ponto de atração de pássaros, insetos e também criando espaços de bem
estar e lazer. O processo de otossntese provoca o resriamento evaporativo
que diminui a temperatura e aumenta a umidade do ar em dias quentes de
verão, avorecendo o conorto térmico da região.
Para aescolhadasespéciesvegetaisénecessáriooconhecimentodoclima
local, tipo desubstrato aser utilizado eo tipo demanutenção que será adotada.
Para a implantação dos telhados verdes gastase em torno de 1/3 a ½ do
custo da estrutura sem vegetação e pode variar de R$ 150,00 a R$ 230,00/m2.
Alémdotelhadoverde,ostelhadosbrancostambémajudamnareduçãodoeeitode
ilha de calor e aumento da umidade da região. O telhado branco consiste na pintura com
tinta branca dostelhados elajes das residências.O telhado branco absorvemenos calore
estimase que paracada 100 m2 detelhado branco são compensadas 10 tCO2por ano, ou
seja, 100 kg CO2 por m2 pintado.
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Acessibilidade Desenho Universal
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10. Acessibilidade Desenho Universal
Rampas de acesso e pisos antiderrapantes, espaço adequado para a pas
sagem de cadeiras de rodas e barras de apoio são algumas técnicas arquite
tônicas normalmente utilizadas para garantir a acessibilidade dos ocupantes
que em algum momento da vida podem apresentar diculdades de locomo
ção e na execução de atividades dentro de sua casa Fig..
FIGURA27–SITUAÇÕES(CARRINHODEBEBÊ,IDOSO,CADEIRANTE,GRÁVIDAS,MOBILIDADEREDUZIDAEDEFICIÊN-CIA VISUAL) QUE DEMANDAM PROJETOS DE ACESSIBILIDADE.
O desenho universal cria soluções simples que asseguram a todas as pes
soas,independentementedesuascaractersticassicas,idade ouhabilidades,
a possibilidade de utilizar com segurança e autonomia os diversos espaços
construdos e os seus objetos. Uma construção adaptável tem custo superior
de, no máximo, 1% em relação às construções convencionais.
A Lei Federal nº 10.098/2000 estabelece critérios para apromoçãoda acessibilidade
daspessoasportadorasdedeciênciaoucommobilidadereduzidanomobiliáriourbano,na construção e reorma de edicios e nos meios de transporte e de comunicação.
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8510. AcessibilidAde – desenho universAl
Benecios• Promove a inclusão social;
• Torna os ambientes iguais para todos;
• Minimiza os riscos e possveis consequências de ações acidentais ou
não intencionais.
Ações
Algumas medidas para aplicar o conceito de desenho universal em uma
residência começam com a disposição adequada do seu mobiliário. Quinas,
excesso de mveis congestionandoo ambiente,assimcomoo uso de tapetes
e prateleiras atrapalham e oerecem riscos à mobilidade das pessoas. Portan
to, redistribuir os mveis e adequálos corresponde a uma maneira simples e
sem custos para a melhoria da acessibilidade de uma residência.Para a concepção de novos projetos e/ou reormas, a norma técnica da
ABNT NBR 9050/2004 dá diretrizes para a área de circulação, reerenciais
para alcance manual, dimensionamento de degraus e rampas de acesso etc.
A seguir, alguns parmetros estabelecidos pela reerida NBR:
•Espaços como portas e corredores com 0,8 m de largura para a passa
gem de cadeira de rodas;•Espaços de circulação adequados e existência de áreas de rotação com
espaços livres de 1,50 x 1,50 m para a locomoção segura do cadeirante;
•As barras de apoio junto à bacia sanitária, na lateral e no undo,
devem ter comprimento mnimo de 0,80 m a 0,75 m de altura em
relação ao piso;
•As pias de cozinha devem possuir altura de, no máximo, 0,85 m, comaltura livre inerior de, no mnimo, 0,73 m.
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Estudosde Casos
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL88
11. Estudos de Casos
A seguir, serão descritos quatro estudos de ambientes planejadose cons
trudos seguindo critériosde sustentabilidade.Três deles correspondem a re
sidências, sendo o quarto projeto um escritrio, a m de exemplicar que a
sustentabilidade pode ser empregada em qualquer tipo de construção.
Casa com acessibilidade
Projetada por Marcondes Perito Engenharia e Arquitetura, a casa cons
truda na cidade de São Paulo segue os conceitos do desenho universal e tem
ambientes que podem ser adequados conorme as necessidades do usuário.
FIGURA28–ESCADASCOMCORRIMÃOESENSORESDEPRESENÇAPARAILUMINAÇÃO.FONTE:MARCONDES PERITO ENGENHARIA E ARQUITETURA
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8911. Estudos dE casos
FIGURA29–ESPAÇOPARAAINSTALAÇÃODEELEVADOR.FONTE:MARCONDESPERITOENGENHA-RIA E ARQUITETURA
FIGURA30–BANHEIROCOMBARRASECADEIRADEAPOIO.FONTE:MARCONDESPERITOENGE-NHARIA E ARQUITETURA
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL90
Caractersticas do projeto:
• O acesso à casa é eito por uma rampa suave 6% de inclinação, com
guia rebaixada para pedestres;
• Os ambientes possuem espaço suciente para manobra de cadeira de
rodas;
• Caso necessite do benecio no uturo, há inraestrutura para a instala
ção de um elevador;
• No piso térreo, um cômodo anexo a um banheiro acessvel permite
uso diversicado, como uma sute, no caso de limitação temporária ou
permanente de algum morador;
• Os banheiros possuem barras de apoio;
• Sensor de presença na escada e corredor iluminado;
• Pia com gabinetes removveis e tampos com variações reguláveis para
adaptação à altura do morador.
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9111. Estudos dE casos
Casa EucaliptosLocalizada em uma área de reserva forestal em Campos do JordãoSP, a
casa de 50 m2, projetada por André Eisenlohr, oi construda com madeira de
reforestamento epreservando atopograado terreno, sema necessidade de
movimentação do solo.
FIGURA31–FACHADACOMVIDROSAMPLOS,IDEALPARAILUMINAÇÃONATURAL.FONTE:ANDRÉ
EISENLOHR
FIGURA32–UTILIZAÇÃODECOLETORESSOLARESPARAAQUECIMENTODAÁGUA.FONTE:ANDRÉ
EISENLOHR
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CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL92
FIGURA33–PILARESDESUSTENTAÇÃOCOMMADEIRASDEREFLORESTAMENTO.FONTE:ANDRÉEISENLOHR
Caractersticas do projeto:
• Iluminação natural por meio de grandes painéis de vidro;
• Sistema de aquecimento da água utilizando placas solares;
• Pilares de eucalipto, vigas de jatobá, além de assoalho edeck de mui
racatiara provenientes de áreas de manejo sustentável;
• 95% dos resduos de madeira oram aproveitados para a composição
das paredes, armá
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