50 anos de visitas - agencia.ecclesia.pt · vários focos de conflito que incendiam o mundo, um...

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04 - Editorial: Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Semana de... Paulo Rocha22 - Dossier Dia Mundial da Paz24 - Entrevista General Valença Pinto

46 - Multimédia48 - Estante50 - Concílio Vaticano II52 - Agenda54 - Por estes dias56 - Programação Religiosa58 - Minuto Positivo60 - Liturgia62 - Fátima 201766 - Fundação AIS68 - LusoFonias

Foto de capa: DRFoto da contracapa: DR

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: 218855473.agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;

31 - Dossier2

Opinião

Papa Franciscoem Fátima[ver+]

50 anos de visitaspapais a Portugal[ver+]

Não-violência e osonho da paz[ver+] D. Manuel Linda | Paulo Rocha |Octávio Carmo | Comunidade deSanto Egídio | José Vieira |Fernando Cassola Marques |Manuel Barbosa | Paulo Aido | TonyNeves

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31 - Dossier Centenário das Aparições em Fátima

A sério

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

“Qualquer dia começa outra guerra mundial…”Esta é uma frase que ouvimos esporadicamente,mostra, acima de tudo, que vivemos longe dosvários focos de conflito que incendiam o mundo,um pouco por todos os continentes. Isso e muitadistração.Nunca como hoje foi a guerra tão mundial, noverdadeiro sentido da palavra. Exportável,transportável, descartável. Uma derrota para anossa humanidade. O próprio Papa Francisco játeve oportunidade lamentar que o apelo de“guerra nunca mais” nunca tenha sido levado asério, insistindo no drama da “terceira guerramundial aos bocados” com conflitos na Ucrânia,Médio Oriente, África…Teve grande impacto mediático o desabafopontifício de que a Europa precisa de líderes.Sim, a Europa, toda a comunidade internacionalprocuram lideranças de estatura moral, dedimensão mundial, capazes de superar apequenez de visões, os interesses mesquinhos,a ganância, o desprezo pela vida humana, asubmissão a poderes económico-financeiros.A Mensagem para o Dia Mundial da Paz, comque a Igreja Católica começa cada ano novo, temde ser levada a sério. A não-violência propostapelo Papa é mais do que um ato mais ou menospiedoso ou uma objeção de consciência. É umdesafio à ação em favor da paz. Para oenvolvimento de mais e mais construtores de pazcontra os “senhores da guerra”. Integra-se, noconjunto do seu pontificado, na luta contra aindiferença globalizada, a inércia,

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o distanciamento em relação aosdramas humanos do mundocontemporâneo.Vale a pena, como sempre, ler comatenção. Se o mal começa nocoração humano, se a violênciacomeça no contexto doméstico, éimpossível dizer que não podemosfazer nada para mudar o cenáriomundial. Ao pedir que se comeceem casa, na família, na vida de cadaum, Francisco lança uma grandeonda internacional de não-violênciaque pretende chegar

ao topo da pirâmide, não como umaexigência abstrata, mas vivida einteriorizada por milhões depessoas. Não como uma imposiçãode sonhadores, mas como umaproposta de vida de milhões de“bem-aventurados” pacificadores,como Jesus proclamava noEvangelho. A paz vive-se, constrói-se, consolida-se com o esforço detodos. E aí sim, os senhores daguerra vão ter de levar o resto dahumanidade a sério.

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Os portugueses também têm valor... O novo cargo de AntónioGuterres é um dado evidente. @ Agência Lusa

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- «Às vezes até quase que melembra uma espécie de PapaFrancisco civil» disse o padre VítorMelícias, a respeito de AntónioGuterres, que tomou posse, estasegunda-feira, como secretário-geral da ONU - «Tenho a sensação de que o meupontificado será breve» confessou oPapa Francisco, numa entrevistarecente, recuperada pela SkyAtlantic, por ocasião do 80ºaniversário do Papa argentino. - «À primeira vista, é difícil viver comesperança o Natal, sobretudo seolhamos o nosso atribulado mundode hoje», escreveu Jorge Teixeirada Cunha, no Jornal «VozPortucalense» de 14 de dezembrode 2016. - «O meu clubismo mede-se pelaforma como eu apoio e defendo omeu clube e não, necessariamente,pela forma como ataco os outros»,escreveu Carlos Barbosa da Cruz,no Jornal «Record» de 15 dedezembro de 2016.

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Papa Francisco em Fátima a 12 e 13de maio

A Presidência da RepúblicaPortuguesa anunciou emcomunicado a visita do PapaFrancisco ao país, em maio de2017, por ocasião do Centenáriodas Aparições de Fátima. “Nasequência do convite feito por suaexcelência o senhor presidente daRepública aquando da suadeslocação à Santa Sé, a primeirarealizada ao estrangeiro depois datomada de posse, Sua Santidade oPapa Francisco virá emperegrinação ao Santuário de

Fátima nos dias 12 e 13 de maio de2017, assinalando assim ocentenário das Aparições na Covada Iria”, refere a nota oficial.Em novembro, o presidente daRepública Portuguesa disse estar“muito alegre” por receber o PapaFrancisco a 12 e 13 de maio de2017, numa visita que tem um“objetivo espiritual”, centrando-sepor isso em Fátima. “A ideia éconcentrar a visita e a permanêncianum objetivo

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espiritual, não propriamente político,não propriamente de soberania”,comentou Marcelo Rebelo deSousa, destacando positivamente ofacto de o Papa vir logo dia 12 demaio para Portugal e não apenas a13.Na mesma altura, o cardeal-patriarca de Lisboa adiantou àAgência ECCLESIA que o PapaFrancisco confirmou o desejo de ir“só a Fátima” em maio de 2017 eque deverá aterrar na base aéreade Monte Real (a cerca de 40minutos da Cova da Iria, emautomóvel).A Conferência EpiscopalPortuguesa e o presidente daRepública entregaram convitesformais ao Papa argentino para queeste visitasse Portugal em 2017, porocasião da celebração docentenário das Aparições.No dia 7 de setembro de 2015, noencontro dos bispos de Portugalcom o Papa durante a visita adLimina, Francisco transmitiu o"desejo profundo" de visitar Fátima,afirmando 'tengo ganas de ir aFátima' (quero ir a Fátima)”.O Papa pediu aos bisposportugueses que consagrassem oseu pontificado a Nossa Senhora deFátima, o que aconteceu a 13 demaio de 2013.A 12 de outubro desse mesmo ano,

Francisco recebeu solenemente noVaticano a imagem original de NossaSenhora de Fátima, venerada naCapelinha das Aparições, tendodepositado um rosário a seus pés,como oferta pessoal.A viagem a Fátima em 2017 tinhasido confirmada pelo próprio Papa,em conferência de imprensa, noúltimo dia 2 de outubro.

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50 anos de viagens papais aPortugalO Papa Francisco vai tornar-se em2017 o quarto pontífice católico avisitar Portugal, depois de Paulo VI(1967), João Paulo II (1982, 1991 e2000) e Bento XVI (2010).As viagens internacionais dosPapas modernos são uma novidadeque remonta à segunda metade doséculo XX, com o pontificado dePaulo VI (1897-1978).Portugal entraria na rota dessasvisitas apostólicas logo na quintaviagem deste pontífice italiano, a 13de maio de 1967, por ocasião do50.º aniversário das apariçõesmarianas, reconhecidas pela IgrejaCatólica, na Cova da Iria.Fátima seria a partir de então oprincipal motor das, até hoje, cincoviagens pontifícias, depois de já PioXII, a 31 de outubro de 1942, terconsagrado o mundo ao ImaculadoCoração de Maria, em plena IIGuerra Mundial.Paulo VI quis vir pessoalmente aFátima, como peregrino, a 13 demaio de 1967, tendo decidido que oavião que o transportou desdeRoma aterrasse em Monte Real,ficando alojado na então Diocese deLeiria (hoje Leiria-Fátima); além dahomilia na Missa do 13 de maio, no

50.º aniversário das Aparições,Paulo VI teve outras seisintervenções.João Paulo II, que a 13 de maio de1981 tinha sido atingido a tiro naPraça de São Pedro, num atentadocontra a sua vida, veio à Cova daIria um ano depois, agradecerpublicamente a intercessão deNossa Senhora de Fátima na suarecuperação.Em maio de 1982, no aniversáriodesse primeiro atentado contra asua vida, Karol Wojtyla (1920-2005)chegava a Fátima para "agradecer àDivina Providência neste lugar que amãe de Deus parece ter escolhidode modo tão particular"; passouainda por Lisboa, Vila Viçosa,Coimbra, Braga e Porto, ao longo dequatro dias (12-15 de maio),proferindo um total de 22intervenções.O Papa polaco voltou a Portugalnove anos depois: a 10 maio de1991, João Paulo II celebrou Missano Estádio do Restelo e viajariadepois para os Açores e Madeira,antes de centrar-se no Santuário deFátima, nos dias 12 e 13 maio.A 12 e 13 maio de 2000, já com asaúde debilitada, João Paulo IIregressou a Portugal, para presidirà beatificação dos pastorinhosFrancisco e Jacinta Marto; proferiuum

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discurso à chegada, no aeroportointernacional de Lisboa, a homilia naMissa do 13 de maio e umasaudação aos doentes reunidos naCova da Iria.João Paulo II cumpriu ainda umaescala técnica no Aeroporto deLisboa (2 de março de 1983), acaminho da América Central,durante a qual

proferiu um discurso em queapresentou Portugal como “Terra deSanta Maria”.Bento XVI visitou Portugal de 11 a14 de maio de 2010, para assinalaro décimo aniversário da beatificaçãode Francisco e Jacinta Marto, compassagens por Lisboa, Fátima ePorto.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Paróquias desafiadas a receber pelo menos 1400 refugiados até visita doPapa

Musical D. Bosco no concerto de Natal da Fundação AIS

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Natal antecipado para criançasdoentes

O Papa manifestou-se no Vaticanocontra a “corrupção” no mundo dasaúde, ao receber uma delegaçãode doentes e pessoal médico doHospital Pediátrico ‘Menino Jesus’de Roma, gerido pela Santa Sé.Perante cerca de 7 mil pessoas,Francisco convidou todos a nãotransformar os hospitais num“negócio”, rejeitando a “indústria dadoença”.

“O cancro mais grave de um hospitalcomo este é a corrupção”,denunciou.O encontro contou com a presençade 150 crianças em recuperação,acompanhadas pelos seus pais, ede outros pequenos pacientesvindos de várias partes do mundo,no âmbito dos acordos decooperação internacional do‘Bambino Gesù’.O Papa saudou os doentes,

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profissionais, voluntários eestudantes do hospital pediátrico,tendo deixado um elogio particularao papel das enfermeiras, queacompanham e “compreendem” osofrimento, considerando que são“as que percebem melhor opercurso da doença”. “Asenfermeiras, os enfermeiros, porcausa da proximidade com odoente, têm uma qualidade especialpara acompanhar e também paracurar”, sublinhou, numa intervençãoimprovisada, rodeado de crianças.“Agradeço muitos às enfermeiras,aos enfermeiros, por aquilo quefazem. Muito obrigado”, acrescentouFrancisco, que evocou a sua

experiência de doença, aos 21anos, quando foi afetada por uma“grave pneumonia”.O pontífice argentino refletiu sobreuma das questões que lhe foicolocada, durante o encontro, sobreo sofrimento das crianças,afirmando que não tem uma“resposta” para essa pergunta.“Porque sofrem as crianças? Não háresposta para isso. Apenas olharpara o crucifixo”, declarou.Francisco disse não querer “venderreceitas” que não se aplicam aquem acompanha o sofrimento dascrianças doentes, pedindo-lhesapenas ternura, “chorar com elas”.“Quando se sofre, não se fala:chora-se e reza”, precisou.

“Nem mesmo Jesus deu uma resposta em palavras. Diante de algunscasos, acontecidos na época, de inocentes que haviam sofrido emcircunstâncias trágicas, Jesus não fez uma pregação, um discursoteórico. Poderia ter feito, certamente, mas ele não o fez. Vivendo no meiode nós, não nos explicou porque se sofre. Jesus – pelo contrário –demonstrou o caminho para dar sentido também a esta experiênciahumana: não explicou porque se sofre, mas, suportando com amor osofrimento, mostrou por quem se oferece [o sofrimento]. Não porque,mas por quem”.

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Parabéns ao Papa pelos seus 80anosO Vaticano criou um endereço deemail para todos os que desejaremfelicitar o Papa pelo seu 80.ºaniversário natalício, que se celebraeste sábado. O endereço estádisponível em várias línguas -PapaFrancisco80@vatican.va,PopeFrancis80@vatican.va, Papafranciscus80@vatican.va,PapeFrancois80@vatican.va,PapstFranziskus80@vatican.va - e éacompanhado, nas redes sociais,pelo marcador (hashtag)#pontifex80.O dia de aniversário do Papa vaicomeçar com uma Missa, às 08h00de Roma (menos uma em Lisboa),na Capela Paulina do PalácioApostólico, com a presença doscardeais residentes em Roma, eprossegue com a habitual agendade encontros.O padre Federico Lombardi, antigoporta-voz do Vaticano, assina umtexto de homenagem a Francisco,na revista italiana ‘La CiviltàCattolica’em que apresenta o Papacomo “um líder de estaturamundial”, reconhecido por cristãos,crentes de outras religiões e“muitíssimos não-crentes”.Já a audiência pública desta quarta-feira ficou marcada pelos votos defeliz aniversário para o Papa

Francisco. “Agradeço-vos a todospelos votos de parabéns para o meupróximo aniversário. Muitoobrigado”, afirmou.O Papa brincou com o facto dereceber os parabéns comantecedência e disse que na suaterra natal isso dava “azar”,arrancando gargalhadas daassembleia.Jorge Mario Bergoglio nasceu emBuenos Aires, capital da Argentina, a17 de dezembro de 1936; foi eleitocomo sucessor de Bento XVI a 13 demarço de 2013, após a renúncia doagora Papa emérito, assumindo oinédito nome de Francisco.

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Em defesa da dignidade inalienáveldos doentesO Papa Francisco publicou noVaticano a Mensagem para o 25.ºDia Mundial do Doente, que vai terlugar no dia 11 de fevereiro de2017, na comemoração de NossaSenhora de Lourdes. Nodocumento, o Papa argentinodestaca a “dignidade inalienável” detodas as pessoas,independentemente da suacondição, doença ou deficiência.“Cada pessoa é, e continua semprea ser, um ser humano e tem de sertratada como tal”, frisa Francisco.O Papa salienta depois a “missãofundamental” da Igreja Católica, em“servir os mais pobres, os enfermos,os que sofrem, os excluídos emarginalizados”, e recorda todosquantos vivem o seu quotidianojunto dos doentes, desde as“famílias” aos que, com “diferentespapéis”, zelam pelo bem-estar dosmais debilitados.Homens e mulheres que “ao serviçode instituições de saúde espalhadaspelo mundo, trabalham comprofissionalismo e responsabilidadeno cuidado e tratamento dário dosseus pacientes”.Francisco espera que o Dia Mundialdo Doente possa ser cada vez mais

um “incentivo” para a promoção de“uma cultura de respeito pela vida,pela saúde e pelo meio-ambiente”. Eque “leve a um esforço renovado nadefesa da integridade e dadignidade das pessoas, semesquecer a bioética, a proteção dosmais vulneráveis e da natureza”.A mensagem do Papa para o 25.ªDia Mundial do Doente, que vai serassinalado a 11 de fevereiro de2017, tem como tema “O Senhor fezpor mim maravilhas”, retirado doEvangelho de São Lucas (Lc. 1, 49),do cântico do ‘Magnificat’,proclamado por Nossa Senhora emlouvor de Deus.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Papa manifesta pesar pelo falecimento do prelado do Opus Dei

Papa condena atentados terroristas

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Semana top…

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

António Guterres jurou liderar o diálogo entre193 países, dotar a Organização das NaçõesUnidas de relevância institucional que lhe permitaser protagonista na gestão de conflitos, nadefinição de itinerários para a paz e na garantiada justiça entre comunidades e culturas. No iníciode um mandato, a sua responsabilidade serábem maior do que a notoriedade internacionalque o cargo traz. Um momento histórico que fazcom que um português esteja no ‘top’ dacomunidade internacional.Outro português está também no ‘top’. No caso,de novo no ‘top’… Não por desafios que tenhano exercício da sua profissão, mas por provasdadas, nomeadamente no último ano. A quarta‘Bola de Ouro’ de Cristiano Ronaldo distingue ojogador na opinião pública internacional etambém as equipas onde é um entre 11,nomeadamente a seleção de Portugal pelaconquista do título europeu, no último ano.

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Dois portugueses no ‘top’, porrazões e em circunstânciasdiferentes, que atraíram olhares,flash e holofotes. Justamente! Noentanto, estas ocasiões remetemsempre para muitos outros rostos,outros portugueses ou cidadãos dequalquer cando do mundo quetambém são ‘top’, que fazem do domda vida uma oportunidade para obem e a para a beleza. Em simesmos e em todos os outros.Felizmente, são muitas ascircunstâncias em que se encontramorganizações ou pessoas ‘top’ emPortugal… Nos últimos dias lemosnotícias de uma portuguesa que“descobre mecanismo de célulasresistentes ao VIH”, da TAP eleitacomo a “melhor companhia”,

da distinção de um dos muitosdestinos lusos ou da preferência porum dos nossos sabores…Momentos de valorização do que seé e do que se faz que premeiasobretudo a determinação em serexcelente, em lutar pelo melhor.Depois, o primeiro lugar ou osegundo é reflexo dessa aposta, dapessoa, das organizações e do país.No entanto, mais do que considerara conquista do prémio, interessavalorizar as ações que opossibilitam!A semana ‘top’ comprova que osportugueses podem ser ‘top’. Bastaquerer ser ‘top’…E para ajudar, um Papa 'top'confirmou que estará em Portugalcomo peregrino de Fátima... 'Top'...

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O Papa Francisco escolheu o tema ‘A não-violência: estilo de umapolítica para a Paz’ como título da sua mensagem para o 50° DiaMundial da Paz, que se vai celebrar a 1 de janeiro de 2017. Umcaminho de esperança apropriado às circunstâncias históricaspresentes: chegar à solução das controvérsias através dasnegociações, evitando que elas degenerem em conflito armado.O Semanário ECCLESIA traz a síntese deste documento e análise deespecialistas e responsáveis que procuram ajudar a ler a “não-violência” num significado mais amplo e novo. Não apenas aspiração,inspiração, rejeição moral à violência, às barreiras, aos impulsosdestruidores, mas também método político realista, aberto àesperança.A mensagem de Francisco propõe a todos um método políticofundado na primazia do direito.

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A utopia do Papapela paz que não é irreal Luís Valença Pinto, antigo chefe do Estado Maior General das ForçasArmadas de Portugal, professor e investigador das Universidades Autónomae Católica, fala à Agência ECCLESIA do impacto que a proposta do PapaFrancisco sobre a não-violência como caminho para a paz deve ter nosdiversos cenários político-militares. Uma proposta difícil mas não “irreal”, quedeve inspirar os líderes internacionais a orientarem as suas ações porvalores e não apenas por objetivos estratégicos.

Entrevista conduzida por Octávio Carmo Agência ECCLESIA (AE) - Aproposta da não-violência comosolução para conflitos internacionaisparte de um projeto geopolíticomuito próprio do Papa Francisco. Éuma proposta irreal?Luís Valença Pinto (LVP) - Não, nãoé irreal, na justa medida em queantes de mais são precisosprincípios, valores e critérios devida. Esta mensagem do Papa - nalinha do pensamento absolutamenteluminoso da lgreja, designadamenteatravés dos Papas nesta questãoda Paz, que começou com Paulo VIem meados

dos anos 60, quando pela primeiravez falou em ‘paz justa’, emcontraponto à ideia clássica de‘guerra justa’ -, estes critérios, estasreferências, são muito importantes.De resto, o Papa é muitopedagógico quando diz nesta suamensagem duas coisas: o critério deperspetiva, de abordagem de vida;ao mesmo tempo, um entendimentomuito claro de que a não-violênciadeve ser ativa, isto é, não deve serconfundida com neglicência, comrendição, com passividade. Issoseria do contexto do pacifismo e opacifismo não tem nada a ver com apaz. Tem a ver com outra coisa.

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AE - A mensagem do Papa procuratrazer novos protagonistas para acausa da paz?LVP - Esta mensagem é, no meuentendimento, reforçadamente maisimportante e reforçadamente maislegítima e possível porque, com aalteração do quadro geopolítico nopós-Guerra Fria, a segurança e asquestões que se colocam na ordemgeopolítica deixaram de estarapenas resumidas aos Estados, àssuas independências, às suas

soberanias, às suas integridadesterritoriais, e passaram também aincluir as pessoas. As pessoas sãohoje absolutamente centrais natemática da segurança.Os Estados de Direito,razoavelmente tranquilos sobre sipróprios e o seu papel no mundo,percebem que não se pode hojeconstruir segurança sem aspessoas, muito menos contra aspessoas. Isso dá sentido a estamensagem, porque hoje percebe-semelhor que a paz, antes a paz

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nominal, ausência da guerra, éoutra coisa. A paz hoje entende-seno plano filosófico, no plano políticoe moral, como a ausência deexclusão nos planos político,económico e social. É uma utopia?Sim, é uma utopia, mas é uma meta,um caminho. AE - O Papa refere-se diretamenteaos «senhores da guerra»…LVP - O Papa, com o devidorespeito, introduz uma confusão nosistema, porque “senhores daguerra” na terminologia das naçõesinternacionais, da segurançainternacional e da geopolítica éoutra coisa: são indivíduos, ummisto de bandido e criminosos dosvários crimes organizados quefazem as mais trágicas e infamestropelias. Se o Papa estava a falarnum outro sentido, e creio que ofazia, esses senhores da guerra sãoos governantes, os dirigentespolíticos.Também é muito claro, através dopensamento do Papa, que a paz ouconfronto radicam e residem nocoração dos homens, seja qual for oseu nível e estatuto deresponsabilidade. Isto faz-nosperceber que as armas são apenassintomas e não diretamente

causadoras dos conflitos. O que nãotem nada de contraditório como propósito de desarmamento ou,pelo menos, de controlo doarmamento, é outro plano. AE - O Papa Francisco também serefere na mensagem à necessidadede um desarmamento nuclear.LVP - Faz todo o sentido que setenha isso como objetivo, mastambém reconheço que é muitodifícil desinventar o que existe. Eque também é muito difícil desarmar,no plano nuclear.Quando vemos que das duasgrandes potências nucleares, semnenhuma comparação em relaçãoàs demais, a Rússia tem umcomportamento internacional quetem, completamente à revelia dodireito internacional público, de umaforma totalmente abusiva; nosEstados Unidos estamos no patamarde uma grande dúvida, de umagrande inquietação, reforçada pordeclarações do então candidato[Trump] a dizer que para resolver astensões do Pacífico seriainteressante que o Japão e a Coreiado Sul se nuclearizassem, nóstemos reservas.

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LVP - Agora, tenho como muitoseguro que devemos ter esteobjetivo como critério, devemosrealmente impedir, contrariar aproliferação, com a certeza de quese falharmos num qualquerexercício de proliferação nuclear,ela vai ser expansiva, muitoexpansiva, mesmo. Hoje em dia,talvez, muito perto de 40 Estadostenham, com maior ou menordificuldade, com maior ou menordemora, capacidade para ter armasnucleares. E nós só temos,felizmente, nove Estados comarmamento nuclear. AE - Há a impressão de que oPapa, como personalidade dereferência mundial, está sozinhoneste discurso. São precisas maisvozes que se unam à dele?LVP - Fazem falta todas as vozes.Quando se trata de valores e deprincípios, fazem falta todas asvozes. Há muitos anos, comecei aensinar estratégia, que é algo quese inscreve dentro deste domínio, eclassicamente, uma estratégiadefine-se por uma combinação deobjetivos, recursos e linhas de ação.Foi preciso alguma maturação paraperceber

que esse enunciado é de quemtemuma visão tecnocrática. Acimados objetivos, têm de estar osprincípios e os valores, que sãocritérios fundamentais. AE - A mensagem pela paz apela aum compromisso inter-religioso. Omundo está a ressentir-se destafalta de visão comum?LVP - Sem dúvida, o ecumenismonessa dimensão é absolutamentefundamental. Hoje em dia, apesardas dificuldades que decorrem denão termos um conhecimento muitodetalhado de determinadasexpressões animistas ou de seitasevangélicas, as grandes religiões domundo não colocam esse problema,com exceção do islamismo. Oumelhor dizendo, com exceçãodaquilo que é a interpretação doislamismo no mundo muçulmano. Eé por isso, que sem prejuízo detodas abordagens que se possamfazer, de se estenderem todos osramos de oliveira que se devemestender, a questão central doislamismo tem de ser resolvida pelospróprios muçulmanos. Antes detudo. Sem esse debate, isso nãoserá resolvido.

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A Universidade sunita do Cairo temtido uma intervenção muitocorajosa, porventura não muitoafirmada, porque as condiçõespolíticas e sociais não o favorecem,mas penso que

é por aí que se deve seguir em vezde um triste confronto decivilizações, para que haja um maisfeliz e frutuoso encontro.

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AE - O dia 1 de janeiro de 2017,além da celebração da paz, marcatambém o início de funções do novosecretário-geral da ONU, AntónioGuterres. A mensagem do PapaFrancisco pode servir como fonte deinspiração?LVP - Eu penso que isso éabsolutamente certo. O engenheiroAntónio Guterres, pelo que conheçoda vida pública e de observadordistante, identifica-se certamente

com esta mensagem do Papa, noplano intelectual econsequentemente no planopolítico. Isso é uma coisa, outra é anecessidade de termos consciência- e às vezes, em Portugal,empolgamo-nos tanto com osucesso dos nossos compatriotasque negligenciamos a leitura do queé verdadeiramente o seu espaçoreal de intervenção e afirmação - deque o secretário-geral das Nações

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Unidas tem um poder limitado,objetivamente. Só há uma coisa emque ele tem um poder ilimitado, queé ser uma consciência moral epolítica, por esta ordem, dentro dasNações Unidas.No plano da execução, a suacapacidade é muito reduzida, o seupoder de influência é muitoreduzido, mas evidentemente issonão o deve inibir de exercer de umaforma i

ntensa e empenhada este papel dealerta e de consciência moral epolítico daquilo que se passa edecide no espaço das NaçõesUnidas. Verdadeiramente, na ONUmandam os Estados, sobretudo osEstados que integram o Conselhode Segurança, ainda mais os cincomembros permanentes, e aquelesque pagam a organização. Isso sãoas realidades da vida.

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Não-violência para resolver crises político-militares

O Papa defende na sua mensagempara o Dia Mundial da Paz de 2017que a “não-violência” deve ser ocaminho para resolver as atuaiscrises político-militares, apelando àabolição das armas nucleares. “Aviolência não é o remédio para onosso mundo dilacerado.Responder à violência

com a violência leva, na melhor dashipóteses, a migrações forçadas e asofrimentos atrozes” e, “no pior doscasos, pode levar à morte física eespiritual de muitos, se não mesmode todos”, escreve Francisco.O texto, intitulado ‘A não-violência:estilo de uma política para a paz’,

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vai inspirar a celebração do 50° DiaMundial da Paz, que a IgrejaCatólica assinala a 1 de janeiro de2017.O Papa refere que as “grandesquantidades de recursos”destinadas a fins militares retiramcapacidade de investimento, aosEstados, para responder às“exigências do dia-a-dia dos jovens,das famílias em dificuldade, dosidosos, dos doentes, da grandemaioria dos habitantes da terra”.“Lanço um apelo a favor dodesarmamento, bem como daproibição e abolição das armasnucleares: a dissuasão nuclear e aameaça duma segura destruiçãorecíproca não podem fundamentareste tipo de ética”, precisa.O documento pontifício apresenta anão-violência como “estilo dumapolítica de paz”, a nível pessoal ecomunitário, dando como exemploas pessoas que sabem resistir à“tentação da vingança”,protagonizando assim “processosnão-violentos de construção da paz”.Francisco retoma os seus alertassobre a “terrível guerra mundial aospedaços” que considera estar emcurso neste momento, com “guerrasem diferentes países e continentes;

terrorismo, criminalidade e ataquesarmados imprevisíveis; abusossofridos pelos migrantes e asvítimas de tráfico humano;devastação ambiental”. O Papa rejeita que qualquerviolência sirva para alcançar“objetivos de valor duradouro”,sustentando que a mesma alimenta,apenas, os “senhores da guerra”.

“No ano de 2017,comprometamo-nos,

através da oração e daação, a tornar-nos

pessoas que baniram dosseus corações palavras e

gestos de violência, e aconstruir comunidades

não-violentas, que cuidemda casa comum”, apela o

pontífice argentino.

O Papa rejeita que qualquer violência sirva para alcançar “objetivos de valorduradouro”, sustentando que a mesma alimenta, apenas, os “senhores da guerra”.

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duradouro”, sustentando que a mesma alimenta, apenas, os “senhores da guerra”. (CAIXA)“No ano de 2017, comprometamo-nos, através da oração e da ação, a tornar-nospessoas que baniram dos seus corações palavras e gestos de violência, e a construircomunidades não-violentas, que cuidem da casa comum”, apela o pontífice argentino.

Compromisso inter-religiosopelas vítimas da violênciaA mensagem para o Dia Mundial daPaz de 2017 apela a umcompromisso inter-religioso emfavor das vítimas da violência, comrejeição do terrorismofundamentalista “Reitero-o aqui semhesitação: nenhuma religião éterrorista. A violência é umaprofanação do nome de Deus.Nunca nos cansemos de repetir:jamais o nome de Deus podejustificar a violência. Só a paz ésanta. Só a paz é santa, não aguerra”, pede Francisco.O Papa apresenta a passagemevangélica em que Jesus afirma‘amai os vossos inimigos’ como a“magna carta da não-violênciacristã”. “Este compromisso a favordas vítimas da injustiça e daviolência não é um patrimónioexclusivo da Igreja Católica, maspertence a muitas tradiçõesreligiosas, para quem ‘a compaixãoe a não-violência são essenciais eindicam o caminho da vida’”, podeler-se.Francisco cita Santa Teresa deCalcutá, canonizada em setembro,para sublinhar que a “não-violência”é diferente da “rendição,negligência e passividade”, porque“a força das armas é enganadora”.Além da

religiosa, o Papa apresenta outrosexemplos de vida em que a não-violência, “praticada com decisão ecoerência”, produziu “resultadosimpressionantes”.“Os sucessos alcançados porMahatma Gandhi e Khan AbdulGhaffar Khan, na libertação daÍndia, e por Martin Luther King Jrcontra a discriminação racial nuncaserão esquecidos”, escreve.A mensagem evoca ainda as figurasde Leymah Gbowee (Nobel da Pazem 2011) e milhares de mulheresliberianas, bem como os quetrabalharam para a queda dosregimes comunistas na Europa, numpercurso de “transição política paraa paz”. “Especial influência exerceuSão João Paulo II, com o seuministério e magistério”, observa.A mensagem alude ao ensinamentode Jesus Cristo sobre a violência e apaz, a partir do “coração humano”, epede aos católicos que adiram aesta “proposta de não-violência”.Asseguro que a Igreja Católicaacompanhará toda a tentativa deconstruir a paz inclusive através danão-violência ativa e criativa”, refereFrancisco.

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O Papa recorda que a 1 de janeiro de 2017 vai nascero novo Dicastério para o Serviço do DesenvolvimentoHumano Integral, um organismo da Santa Sé que visacontribuir para a construção de “um mundo livre daviolência, o primeiro passo para a justiça e a paz”.

(CAIXA)O Papa recorda que a 1 de janeiro de 2017 vai nascer o novo Dicastério para o Serviço

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O Papa recorda que a 1 de janeiro de 2017 vai nascer o novo Dicastério para o Serviçodo Desenvolvimento Humano Integral, um organismo da Santa Sé que visa contribuirpara a construção de “um mundo livre da violência, o primeiro passo para a justiça e apaz”.

Papa denuncia violência doméstica eabusos sobre mulheres e crianças

O Papa Francisco denuncia na suamensagem para o próximo DiaMundial da Paz a “violênciadoméstica” e os “abusos sobremulheres e crianças”, em particulardentro das famílias. “Se a origemdonde brota a violência é o coração

humano, então é fundamentalcomeçar por percorrer a senda danão-violência dentro da família”,escreve Francisco.A mensagem sublinha que é nafamília que se aprende que osconflitos devem ser superados, “nãopela

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força, mas com o diálogo, orespeito, a busca do bem do outro,a misericórdia e o perdão”. “A partirda família, a alegria do amorpropaga-se pelo mundo, irradiandopara toda a sociedade”, acrescenta.O Papa propõe uma ética de“fraternidade e coexistênciapacífica” entre as pessoas e entreos povos, que abandone a “lógicado medo”, olhando com maioratenção para os indivíduos e osgrupos sociais que são “tratadoscom indiferença, que são vítimas deinjustiça e sofrem violência”.O texto evoca o exemplo de SantaTeresa de Lisieux para falar daimportância do “pequeno caminhodo amor” nos gestos quotidianos.Francisco apresenta depois as

Bem-aventuranças, que Jesus Cristoapresenta nos Evangelhos, comoum “manual” da estratégia deconstrução da paz: “Felizes osmansos – diz Jesus –, osmisericordiosos, os pacificadores, ospuros de coração, os que têm fomee sede de justiça”.Este programa, precisa, é “umdesafio também para os líderespolíticos e religiosos, para osresponsáveis das instituiçõesinternacionais e os dirigentes dasempresas e dos meios decomunicação social de todo omundo”.“A não-violência ativa é uma formade mostrar que a unidade é,verdadeiramente, mais forte efecunda do que o conflito”,prossegue. Ler mais

A construção da paz por meio da não-violência ativa é um elementonecessário e coerente com os esforços contínuos da Igreja para limitar ouso da força através das normas morais, mediante a sua participaçãonos trabalhos das instituições internacionais e graças à competentecontribuição de muitos cristãos para a elaboração da legislação a todosos níveis. O próprio Jesus nos oferece um «manual» desta estratégia deconstrução da paz no chamado Sermão da Montanha. As oito Bem-aventuranças (cf. Mateus 5, 3-10) traçam o perfil da pessoa quepodemos definir feliz, boa e autêntica.Papa Francisco

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Não-violência ativa: o “algo mais”humanistaEsta não é apenas «mais uma»mensagem para o Dia Mundial daPaz: é a comemorativa docinquentenário da sua instituição.Compreende-se, pois, que contenhaalgo de refundador e até deprogramático.Pense-se na Declaração dosdireitos humanos. Se, em 1948, comtantas feridas abertas pela segundagrande guerra e com um mundoalinhado em blocos, se conseguiuchegar a esse verdadeiro “marcomiliário da humanidade”, passados68 anos não poderíamos estar bemmais à frente, quer na suaimplementação, quer mesmo nacompreensão e concretização?O mesmo se passa com a paz.Quando Paulo VI instituiu o seu «DiaMundial», deu expressão a uma dasmelhores intuições do ConcílioVaticano II que rejeitou liminarmentea guerra -qualquer guerra- eapenas admitiu como eticamenteaceitável a legítima defesa. Ao longodestes 49 anos, os Pontíficeschamaram a atenção para afragilidade da paz e para ascondições da sua salvaguarda. Nãoobstante,

somos hoje confrontados com o queo Papa Francisco designa por“terceira guerra mundial porepisódios”: um mundo de violênciaextrema e de nova «corrida aosarmamentos», especialmente aosnucleares, de que o Daesh e aCoreia do Norte constituemexpressões terríveis.Face a este estado de coisas, oPapa propõe a sã utopia evangélicada não-violência ativa, como a únicaatitude capaz de fazer o corte comum passado que a não conseguiuedificar à escala global. Só uma«nova arma», em tudo diferente dasusadas até aqui, pode assegurar apaz. E essa «arma» tem um nome:não-violência.De facto, as terríveis grandesguerras do século XX ensinaram-nosque, para a salvaguarda da paz, éperigosamente mortífero inverter aordem dos factores e colocar, logoao início, meios que, quando muito,só podem aparecer ao fim. É o casodos exércitos. Numa linhaascendente, a defesa da paz faz-sepela educação e cultura,desenvolvimento integral,capacidade de resposta às

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expectativas dos jovens,rearmamento moral da sociedade,diálogo, busca afincada do bem eda verdade, diplomacia, direitointernacional e autoridade públicamundial, isto é, uma ONU credível eoperante, o que nem sempre temacontecido.Ora, isto é o contrário dos recursosa que temos lançado mão: à ciênciae à técnica como potenciaçãomáxima da violência e daferocidade. O Papa pretende areorientação das mentes e apela aque se privilegie o coração

humano. A começar pela pessoaindividual e pelas famílias. Sempresob a moção do Espírito de Deus ea exemplo de Jesus Cristo.É neste sentido que Franciscoinsiste no “algo mais”. E é tambémpor este novo enfoque humanistaque esta mensagem está destinadaa fazer história.

D. Manuel LindaBispo das Forças Armadas e

Segurança

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A força da não-violência

O papa repropõe a não-violênciacomo método evangélico para uma«política para a paz» baseado noSermão da Montanha. Umaproposta ousada e corajosa quenos devolve às origens docristianismo e responde aosdesafios de «uma terrível guerramundial aos pedaços» em curso. «Hoje, ser verdadeiro discípulo de

Jesus significa aderir também à suaproposta de não-violência», destacaFrancisco.A mensagem do papa para o 50ºDia Mundial da Paz de 2017 – quese celebra a 1 de janeiro – faz umaleitura holística da experiência detodos os dias e revela o fio subtilque nos «cose»: os conflitos quepreenchem

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noticiários e telejornais são osmesmos que enchem o meucoração.Não há violências maiores emenores, nem violências deestimação. O coração humano é ocampo de batalha onde a violênciae a paz se defrontam, onde nasce oconflito. Daí que o papa proponhaum roteiro cordial para o superar:admitir a violência que cada umcarrega no coração e buscar a curana misericórdia de Deus, através dasolidariedade «como estilo parafazer a história e construir aamizade social».A família é o primeiro laboratório dapaz. A não-violência aprende-se depequenino em casa na forma delidar com os conflitos e atritosatravés do diálogo, respeito, buscado bem do outro, misericórdia eperdão.A paz na família gera a paz entre afamília das nações!O desarmamento começa compalavras gentis, de sorrisos, gestosmínimos de paz e amizade, opequeno caminho do amor deTeresa de Lisieux, que conduzem aodesarmamento global.A violência dá sempre mais violênciapara gáudio e ganho de uns tantos«senhores da guerra» desviandorecursos tão urgentes para agrande

multidão dos pobres de hoje!O Papa apela ao desarmamento, àproibição e abolição das armasnucleares juntamente com o fim daviolência doméstica e do abusosobre mulheres e crianças, dodescarte das pessoas, dos danosdo meio ambiente e do vencer atodo o custo.«A violência não é o remédio para onosso mundo dilacerado», afirmacom veemência.António Guterres, secretário-geraldesignado da ONU, defendeu nodiscurso de juramento a reforma dosistema de manutenção de paz dasNações Unidas.Notou que os capacetes azuismuitas vezes são chamados amanter uma paz que não existe epropôs um continuum de pazbaseado na prevenção, resoluçãode conflitos, manutenção econstrução da paz edesenvolvimento.A «ética da fraternidade e dacoexistência pacífica» não seriamais efectiva para proteger emanter a paz entre os povos?Resultou na África do Sul e éincomparavelmente mais barata quea solução militar.

José Vieira,missionário comboniano

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A paz é possível

A paz é um grande dom mastambém um grande desafio nomundo de hoje, e na nossa vidapessoal e comunitária. O trabalhopela paz começa no momento emque decidimos mudar o nossopróprio coração, torná-lo maispermeável ao amor e ao perdão equando escolhemos deixar para trás

o ódio e a violência. Para acelebração do 50º dia mundial dapaz, o Papa Francisco convida-nosa refletir sobre “a não-violência”ativa como estilo de vida. O Papalembra a importância de nãoresponder à violência com maisviolência, mas antes utilizar odiálogo e o perdão

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para construir caminhos de paz. Éfundamental aprendermos a deixarpara trás a vingança e ódio,compreendendo que estes apenasgeram mais divisão, guerra emorte, criando um círculo viciosoonde não há vencedores e quemsofre são sempre os mais pobres efrágeis.Contudo, não podemos encarar anão-violência apenas como o nãomaltratar os outros, o não fazer aguerra, a não-violência é mais doque isto, por isso o Papa fala deuma não-violência ativa. Ativaporque implica entrar na vida dosnossos irmãos e transformá-la,torná-la melhor, e também deixarmo-nos transformar continuamente paranos tornarmos melhor. Nãopodemos ficar silenciosos e inertescontra os males do mundo, contra ainjustiça. É preciso responder aomal com o bem, responder ao ódiocom o amor, responder à vingançacom o perdão, é preciso agir! Comodizia Edmund Burke escritor epolítico Irlandês “Para que o maltriunfe basta que os bons fiquem debraços cruzados” e é este cruzar debraços que temos de evitar a todo ocusto.A construção da Paz é sem dúvidaum grande desafio no qual cada umde

nós pode participar. No mundo dehoje, muitos pensam que a paz éalgo impossível e por isso não valea pena fazer nada. No entanto naexperiência da ComunidadeSant´Egídio na mediação deprocessos de paz e na procura desoluções para os problemas dosrefugiados e dos pobres,apercebemo-nos que a paz épossível. Infelizmente, o mundocarece de sonhos, carece depessoas que sonhem, queapresentem soluções criativas paraa resolução de conflitos, queaceitem o desafio difícil mas nãoimpossível, de construir a paz. Podeparecer irrealista mas o amor, ossonhos e o diálogo são poderosasferramentas na construção de paz.E é por isso que é tão importanteajudar uma criança que precisa deamor, um idoso que está só e a nãonos deixarmos reger pelo ódio,medo e preconceito no nosso dia-a-dia, pois só assim conseguiremosencontrar caminhos para a paz.

Comunidade de Sant'EgídioPortugal

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Inverter a lógica do equilíbrio doterror“Temos de abrir-nos ao mundointeiro e não pensar que pelo factode estarmos bem ficamos imunes aoque acontece lá fora, até porqueacabará por nos afetar. Umasituação de paz não acontecerá senão houver paz no mundo inteiro”,afirma à Agência ECCLESIA PedroVaz Patto, presidente da CNJP queanalisa a mensagem do Papa parao Dia Mundial da Paz, assinalado nopróximo dia 1 de janeiro de 2017.O responsável entende a reflexãode Francisco, este ano sob o tema«A não-violência: estilo de umapolítica para a paz», como umaproposta educativa, sendo que afamília “é o primeiro núcleo social”onde esse processo deveacontecer.“A paz brota do mais íntimo docoração humano. O primeiro núcleosocial de uma pessoa é a família.Numa lógica própria de diálogo, decorreção que procura o bem dooutro, de amor, este relacionamentodeve estender-se a toda asociedade”.A CNJP, um organismo da laical daConferência Episcopal Portuguesaque tem como finalidade promover edefender a Justiça e a Paz, sublinhaque a proposta do Papa Francisco

radica em atitudes de não-violênciacapazes de dissuadir conflitos eguerras, indo, no entanto, além doscenários bélicos.“Quando fala de diálogo e não-violência tem aplicação a todos osníveis de conflitos. E esses tambémexistem na sociedade portuguesa.Os conflitos sociais, políticos devemser encarados numa perspetiva dediálogo de busca pela justiça,sabendo reconhecer que podemosaprender com a visão do outro”.O responsável sublinha aimportância destas atitudes noacolhimento aos refugiados.Pedro Vaz Patto alerta para o“perigoso equilíbrio do terror” querodeia o armamento nuclear e asameaças como efeito “dissuasor” norelacionamento entre países,sublinhando o desperdício derecursos.“Há que inverter a lógica doequilíbrio do terror, não é ele quevai propor a verdadeira paz. Osrecursos dispensados na corridaaos armamentos poderiam serdespendidos para satisfazernecessidades da populaçãomundial”.O Presidente da CNJP lê ainda

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o «espírito de Assis» na mensagemque o Papa publicou, onde enalteceo contributo das religiões para apaz.“A instrumentalização ideológicaagrava e está na origem de muitosconflitos, não o podemos ignorar.

Mas temos de reagir a isso” comoutra atitude, mostrando que“nenhuma religião na suaautenticidade pode invocar o nomede Deus para justificar a violência,isso é uma profanação de Deus”.

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10 Milhões de estrelas online

http://www.caritas.pt/estrelas/ A operação “10 milhões de Estrelas– Um Gesto pela Paz” já se encontraespalhada por este país fora,propondo à sociedade uma vivênciacristã da celebração do Natal. Estainiciativa que teve a sua origem emAnnecy - França, no ano de 1984,chegou ao nosso país decorria oano de 2003Assim, como forma de nos unirmosa esta grande ação organizada pelaCáritas Portuguesa em conjuntocom todas as Cáritas Diocesanas,esta semana proponho uma visitaao sítio www.caritas.pt/estrelas.Logo na página inicial além do menuencontramos um vídeo do treinadorde futebol Fernando Santos, ondesomos convidados a entrar nesta

senda da paz e ainda uma breveexplicação desta operação.Na opção “O nosso compromisso”podemos perceber que “as verbasque resultam desta campanha,revertem, em 65%, para as CáritasDiocesanas, que a aplicarão emprojetos destinados a apoiar asfamílias portuguesas em situação decarência; e em 35%, para darresposta a necessidades de váriasfamílias vulneráveis de refugiadosapoiadas pela Cáritas da Grécia”.Caso pretenda saber quem são asprincipais figuras públicas queapoiam este projeto, basta queaceda ao item “embaixadores dapaz”. Aí encontra vários vídeos dediversas personalidades que deuma forma bastante rápida e eficaznos apelam a realizar este pequenogesto tão significativo.

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Em “agenda” pode ficar a conhecertodas as iniciativas que irãodecorrer no nosso país no âmbitodesta operação, sejam celebrações,momentos culturais, manifestaçõese vigílias.No item “locais de venda”percebemos que as velas estão aser comercializadas por 1€ nas lojasda cadeia Pingo Doce, em todas asCáritas diocesanas e ainda nasparóquias e escolas aderentes.Por último em “projeto internacional”é-nos explicada de uma forma clarae objetiva a forma como sãodistribuídos os 35% das verbasapuradas, cumprindo “a tradição ereforçando assim a cooperação

fraterna de forma coordenada eeficaz”. Numa parceria “com aCáritas da Grécia e com a Cáritasda Suíça, este é um projeto quepermitirá a famílias refugiadasvulneráveis ter apoio social crítico ealojamento enquanto aguardam peloprocesso de asilo, repatriamento ououtras opções”.Aqui fica então lançado o repto paraque visite este espaço e não seesqueça de acender a sua vela nanoite de Natal porque “o principalpropósito é desde sempre aconsciencialização de toda apopulação para a importância dosvalores da Justiça, da Solidariedadee da Paz”.

Fernando Cassola Marquesfernandocassola@gmail.com

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Cónego João Aguiar Camposapresenta livro de reflexõesO cónego João Aguiar Campos, ex-diretor do Secretariado Nacional dasComunicações Sociais, vaiapresentar um novo livro dereflexões intitulado ‘Circunstâncias’,esta sexta-feira, em Braga. “Ostextos que hoje reúno são olharestranquilos sobre determinadascircunstâncias, rezadas ou não. Sim;despretensiosos olhares, quepodem ou não despertar no leitor assuas próprias reflexões”, escreve osacerdote, no seu perfil na redesocial ‘Facebook’.Sobre o seu novo livro, o padreJoão Aguiar Campos explica que ostextos “não querem, de facto,ensinar nada” apenas confessarque “todas as pequenas coisas sãograndes e todas as circunstânciaspodem ser excelentes ocasiões deencontro”.Editado pelo ‘Diário do Minho’, em‘Circunstâncias’ o também ex-presidente do Conselho deGerência do Grupo Renascençaoferece as suas reflexões com “afranqueza” de quem põe a mesa nacozinha para os

amigos, “prescindindo da salaonde as conversas parecem maisdistantes e os gestos maiscuidados”.A apresentação da obra vaidecorrer a partir das 19h00, noAuditório Vita.

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“Da janela embaciada vi as árvores no quintal. Uma, de médio porte,agitava-se ao vento, de coluna direita, com a valentia de quem temresistência para maiores adversidades; outra, esbelta e delicada,dobrava-se quase até ao solo e de novo se endireitava. Poisei nela olhosde ternura, revendo-me na dor com que se agarrava ao chão e navergonha que a retorcia”, vai poder ler-se na página 152 sob o título‘Raízes que gemem’.

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II Concílio do Vaticano: Ohumanismo conciliar do «PremioPessoa» de 1996

Os documentos nascidos no II Concílio do Vaticano(1962-65) tiveram uma influência notória nos jovensportugueses dos anos sessenta do século passado. Omédico e «Prémio Pessoa» de 1996, João LoboAntunes, foi um desses jovens que respirou aprimavera conciliar.Nascido em 1994, João Lobo Antunes foi um brilhantemédico que nos tempos de estudante liderou aJuventude Universitária Católica (JUC). Segundo ele, oourives daquela geração de jovens foi D. António dosReis Rodrigues. “Para a minha geração da JUC, D.António Reis Rodrigues, a quem nós chamávamossimplesmente, o Dr. Rodrigues, foi de uma influênciadecisiva” (João Lobo Antunes, In: «O CADC na vida daIgreja e da Sociedade Portuguesa», página 188).Este médico, falecido em outubro passado, numaentrevista ao jornal «Expresso» de 17 de janeiro de1998, afirmou de forma convicta: “Se eu pensar naspessoas que me marcaram, que foram importantes naminha vida, o Dr. Reis Rodrigues foi indiscutivelmenteuma delas. Embora hoje, por razões que nãoimportam, eu não seja um homem de fé”. Apesar destedistanciamento em relação à fé, João Lobo Antunesreferia com frequência: “Morro à sexta-feira, souenterrado ao sábado e ressuscito ao domingo”.Em entrevista ao programa «70X7», da RTP, naPáscoa de 2014, o «Prémio Pessoa» de 1996confessou-se um “angustiado metafísico”, quandoquestionado sobre temas da vida, da morte eressurreição. Manifestou “admiração e respeito” pelafigura de Jesus Cristo

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e disse que “não podemos ignorar,como obrigação ética, a dimensãoespiritual do sofrimento”.A marca do II Concílio do Vaticano,convocado pelo Papa João XXIII econtinuado pelo Papa Paulo VI ficoutatuada na personalidade de JoãoLobo Antunes. Com a ajuda de D.António Reis Rodrigues, que moldouaquela geração de estudantes, JoãoLobo Antunes tornou-se umverdadeiro humanista. Para além dosentido evangelizador do antigobispo auxiliar de Lisboa, “ele nãoesquecia a missão paralela depreparar uma geração de elitesdirigentes, armando-os de umaestrutura em que os

valores intelectuais e moraisfundidos num aço que ele desejavabem temperado, embora mantendonítida a distinção do que pertencia aCésar e o que era de Deus” (JoãoLobo Antunes, In: «O CADC na vidada Igreja e da SociedadePortuguesa», página 188).Apesar do distanciamento da fé,João Lobo Antunes referia: “Tenhoum grande respeito pela Igreja, umgrande respeito pela fé dos outros.Alguns amigos que possuem a féacham que tenho mais do queeles… porque sinto uma grandeintolerância pelas discrepânciasentre o exemplo de vida e o que seprofessa”. Águas conciliares…

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dezembro 2016Dia 17 de Dezembro* Santa Sé - Aniversário natalício doPapa Francisco. * Braga - Póvoa de Varzim(Santuário de Nossa Senhora daSaúde - Laúndos) - Concerto deNatal «Cantar o nascimento doDeus Menino» por 8 coros deAmorim e Laúndos (Póvoa deVarzim) * Lisboa - Paróquia de Alfragide(Igreja da Divina Misericórdia - AParóquia de Alfragide (Lisboa)promove a celebração de umaMissa do Parto, na Igreja da DivinaMisericórdia. * Lamego – Mêda - Encontro depreparação para o Natal com o tema«À procura de...» * Lisboa - Praça Marquês de Pombalà Igreja de São Domingos - Via daAlegria com o propósito solidário decaminhar e rezar pelas famíliassírias * Lisboa - Mercado de Culturas emArroios - A Cáritas Diocesana deLisboa promove uma vigília pela pazpara “afirmar, promover e celebrar”valores como “diálogo, cooperação,hospitalidade, justiça”.

* Porto - Paróquia do SantíssimoSacramento - Lançamento da obra«Caminhando com Francisco» daautoria de Rui Saraiva eapresentação de José CarlosCarvalho. *Aveiro - Igreja Matriz da Gafanhada Encarnação - Espetáculo «ÉNatal Português» pelo grupo«Pedras Vivas» na Igreja Matriz daGafanha da Encarnação *Lisboa - Igreja Matriz de Oeiras -Concerto «Um Natal naMisericórdia» na Igreja de Oeirasintegrado no ciclo de concertos demisericórdia. Dia 18 de Dezembro*Braga – Priscos - Inauguração dopresépio de Priscos (Braga) com apresença de D. Lorenzo Baldisseri,secretário-geral do Sínodo dosBispos. *Funchal – Sé - A comunidadecatólica da Diocese do Funchal, naMadeira, vai estar em festa com aordenação de um novo diáconopara o território. *Fátima - Centro Paulo VI -Santuário de Fátima apresentaconcerto com composição inédita deFernando Valente, «Música parapoema de Natal I»

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*Açores - Ilha Terceira (Sé) -Concerto de Natal na Sé de Angracom os Coros Litúrgicos da IlhaTerceira. *Coimbra - Igreja de São José -Cáritas diocesana de Coimbraoferece um Concerto de Natal àcidade com a participação daOrquestra de Sopros de Coimbra,do Choral Poliphonico de Coimbra edo Orfeão Dr. João Antunes deCondeixa-a-Nova. *Lisboa - Sociedade de Geografia -A Fundação Ajuda à Igreja queSofre (FAIS) promove a exibição domusical D. Bosco, em parceria coma Fundação Salesianos. *Évora - Igreja de Nossa Senhora deGuadalupeConcerto de Natal com o GrupoVocal Trínoto na Igreja de NossaSenhora de Guadalupe (Évora) *Braga – Priscos - XI edição doPresépio ao Vivo de Priscos (18 a22 janeiro)

Dia 19 Dezembro *Bragança - Macedo (Igreja SantaMaria Mãe da Igreja) - Eucaristia deNatal da pessoa portadora dedeficiência presidida por D. JoséCordeiro, bispo de Bragança-Miranda. Iniciativa do Serviçodiocesano da Pastoral daDeficiência. *Évora - Cáritas de Évora - A CáritasArquidiocesana de Évora apresentao ‘Cáritas Brinca’, um programaocupacional para crianças dos 6 aos12 anos com o objetivo de promovero seu “desenvolvimento cultural esocial” nas férias escolares.riasescolares.

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- O Instituto de Conservação da Natureza e Florestasvai promover entre os dias 16 e 19 de dezembro, noátrio da sua sede, na Avenida da República, emLisboa, um mercado de Natal dedicado às áreasprotegidas. Das 11h00 às 18h00, os visitantes vãopoder apreciar e comprar diversos produtos, desde omel biológico às compotas, passando por patés ebombons artesanais. - A igreja do Mosteiro de Leça do Bailio, em Leça daPalmeira, no Porto, vai ser palco este sábado, dia 17de dezembro, de um concerto ‘Gospel’ de Natal dogrupo Saint Dominic’s Gospel Choir, com entrada livre,a partir das 16h00. - A Câmara Municipal de Beja promove no dia 18 dedezembro, a partir das 16h00, um Cante de Natal, comos grupos corais femininos “As Rosinhas” de SantaClara de Louredo, as “Ceifeiras” de Pias e as “EspigasDouradas” da Casa do Povo de Amareleja. - O Instituto Português do Desporto e da Juventude deFaro, no Algarve, está a acolher o espetáculo deteatro e dança infantil “A bicharada do Presépio”, daAssociação ‘ArQuente’, e a próxima atuação estámarcada para dia 21 de dezembro, a partir das14h30.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia;23h30 - Entrevista deAura Miguel Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 18 de dezembro-Luzes do Natal: O quemostram em ruas escuras? Segunda-feira, dia 19, 15h00 - Entrevista ao padre PauloFranco, Elisabete Puga eGonçalo Patrocínio sobre oSínodo Diocesano de Lisboa. Terça-feira, dia 20, 15h00 - Informação e entrevista a Emanuel Soeiro sobre acampanha "Presentes Solidários" da FEC. Quarta-feira, dia 21, 15h00 - Informação e entrevistaa José Paixão sobre a Mensagem de Natal daLOC/MTC Quinta-feira, dia 22 de dezembro, 15h00 -Informação e entrevista a João Pereira sobre acampanha "Dez Milhões de Estrelas", da CáritasPortuguesa. Sexta-feira, dia 23, 15h00 - Análise à liturgia dedomingo com o frei José Nunes e padre VitorGonçalves Antena 1Domingo, dia 18 - 06h00 Segunda a sexta-feira, dias 19 a 23 de dezembro - 22h45 - O advento com Maria: Congregaçõesfemininas dão testemunho do papel de Maria noquotidiano

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Ano A – 4.º Domingo do Advento Acolher oDeusconnosco

O Evangelho do quarto domingo do Adventoapresenta Jesus como a incarnação viva do Deusconnosco. Contém um convite implícito a acolher debraços abertos a proposta de salvação que Ele traz ea deixar-se transformar por ela.No episódio de hoje temos, não uma descrição defactos históricos, mas uma catequese sobre Jesus.Fundamentalmente, procura-se mostrar que Jesus, oMessias, vem de Deus, isto é, a sua origem é divina.Procura-se ensinar qual será a missão de Jesus: onome que Lhe é atribuído mostra que Ele vem deDeus com uma proposta de salvação para toda ahumanidade.A figura de José desempenha aqui um papel muitointeressante. Pela sua obediência, a quem o anjo sedirige como o filho de David, realizam-se os planos eas promessas de Deus ao seu Povo.A festa do Natal que se aproxima deve ser o encontrode cada um de nós com este Deus que vem ao nossoencontro, um coração que só será possível setivermos o coração disponível para O acolher e paraabraçar a proposta que Ele nos veio fazer.Com frequência, o Natal é a festa pagã doconsumismo, das prendas obrigatórias, da refeiçãomelhorada, das tradições familiares que têm de serrespeitadas mesmo quando não significam nada.Nós, cristãos, celebramos o Natal, preparado no nossocoração, à maneira pagã ou como verdadeiroencontro com esse Deus libertador, cuja proposta desalvação estou interessado em escutar e acolher?Mais ainda: no esbanjamento, na opulência, nodesperdício, cometemos autênticos atentados epecados a tantos pobres e

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excluídos de bens essenciais paraviver ou sobreviver. E se calharfazemos isso olhando para asimplicidade e a pobreza dopresépio…As figuras de Maria e de José aíestão para nos apelar à essênciadas coisas para quem preparamesmo o Natal como deve ser:escutar os apelos de Deus,responder com um sim dedisponibilidade total.Deus está sempre a dar-nos sinaisquotidianos, mas nós procuramosmuitas vezes do lado doextraordinário. Raramente Deusestá no extraordinário. O sinal queEle nos oferece é o de uma famíliahumana,

como as nossas, em que Ele sefaz corpo para ser “Deus connosco”.Que espaço Lhe abrimos nasnossas vidas de homens e demulheres para que o Sinal da suaPresença e do seu Amor seja legívelpara todos os que O procuramhoje?Só com o coração aberto a Deuspoderemos acolher os irmãos. Sódeixando que Deus seja Natal nasnossas vidas poderemos ser Natalpara os outros. Nem mais! Mãos àobra em mais uma semana queDeus nos concede, a semana doNatal!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Sentido profético das Aparições deFátima

O Conselho Permanente daConferência Episcopal Portuguesa(CEP) aprovou a publicação daCarta Pastoral ‘Fátima, sinal deesperança para o nosso tempo’,que assinala o centenário dasAparições na Cova da Iria (1917-2017).O documento, que emnovembro tinha sido discutido naAssembleia Plenária da CEP, visaajudar os católicos a viver este

acontecimento “com alegria",“reavivar a permanente atualidadeda mensagem de Fátima” e o"compromisso evangelizador", disseaos jornalistas o porta-voz doepiscopado católico, padre ManuelBarbosa.O texto da Carta Pastoral estádividido em quatro partes,começando por uma “história breve”do

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acontecimento do centenário deFátima, um "grande acontecimento".Fala da Mensagem de Fátima como“bênção fecunda” para a Igreja e omundo, passando depois paraalguns aspetos essenciais dessamesma mensagem, “como dom econvite” para a sua vivência pessoale comunitária, realçando algunsaspetos essenciais da mensagemde Fátima como “Dom e Convite”.A última parte da Carta Pastoralaponta Fátima numa perspetiva defuturo “para a Igreja, Portugal epara o mundo, numa perspetiva deevangelização”, acentuando o “rostomaterno da Igreja” e o “anúncioprofético da misericórdia e da paz”.O secretário da CEP adianta que os

bispos querem colocar em destaqueo “sentido profético” do convite à"conversão" e de “combate ao mal”que foi deixado em 1917, nasaparições aos pastorinhos. O padreManuel Barbosa espera que estedocumento seja importante para oscatólicos "para leitura, reflexão",preparando assim a celebração doCentenário das Aparições.Já no comunicado final daAssembleia Plenária de novembro,D. Manuel Clemente, presidente daCEP e cardeal-patriarca de Lisboa,sublinhou que o documento refletesobre “o que se passou e sobretudoa mensagem que os pastorinhosnos contaram que a Senhora lhesdisse”, no sentido de “voltar aoEvangelho”.

Irmã Ângela CoelhoA irmã Ângela Coelho, que acompanha os processos de canonização dosPastorinhos, disse em Lisboa que a reflexão teológica sobre Fátima “temmudado muito nos últimos anos”. A religiosa do Instituto Aliança de SantaMaria orientou a reflexão do encontro de Advento dos serviços daConferência Episcopal Portuguesa, na preparação para o Natal, quedecorreu no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide.Para a irmã Ângela Coelho, assiste-se nos últimos anos a uma mudançade perspetiva “no olhar para o acontecimento”, a mensagem de Fátima,deixando de apresentar as aparições como “um conjunto de devoções”.A abordagem de unidade parte do conceito de um “testemunho místico-profético”, no qual se procura dar a compreender Fátima como “umacontecimento que reflete a Trindade que ama” e proporciona uma“experiência de Deus”.

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Lúcia, a memória de FátimaA Irmã Lúcia era a testemunha vivadas aparições que fizeram deFátima o “Altar do Mundo”. Osrelatos que escreveu das apariçõesde Nossa Senhora, os “segredos”revelados pela “Virgem vestida debranco” e a vida em clausuradaquela que vira e dialogara comNossa Senhora em muitocontribuíram para transformar aCova da Iria num local de expressãode fé, num espaço de sintonia como transcendente, num destino dediferenciadas peregrinações e detodo o mundo.Lúcia de Jesus dos Santos nasceu a22 de Março de 1907, no lugar deAljustrel, próximo de Fátima, emorreu no dia 13 de fevereiro de2005.Aos 10 anos foi uma dos trêsPastorinhos a ter visto, pela primeiravez, Nossa Senhora na Cova da Iria.Estava com dois primos, Jacinta eFrancisco Marto, que morrerampouco tempo após o ano dasaparições: no próximo dia 20assinala-se o 85.º aniversário damorte de Jacinta, e Franciscofaleceu a 4 de abril de 1914.Ambos já foram beatificados peloPapa e corre para o fim o processode Canonização. Nossa Senhoradisse,

numa das aparições, que a maisvelha dos videntes ficaria nestemundo "mais algum tempo".Em 17 de junho de 1921, a IrmãLúcia entrou, como aluna, nocolégio das Irmãs Doroteias emVilar, Porto. Decidida a ser religiosadoroteia iniciou o postulantado, emPontevedra (Espanha), em 1925.No dia 2 de outubro de 1926 deuinício ao noviciado em Tuy.Professou no dia 3 de outubro de1928 em Tuy e ali permanece unsanos. Em 1934 voltou para acomunidade de Pontevedra.Em 1937 voltou de novo para acomunidade de Tuy. Em 1946regressou a Portugal para serintegrada na Casa do Sardão, emVila Nova de Gaia. Em 25 de marçode 1948 entrou para o Carmelo deSanta Teresa em Coimbra. Em 13de maio de 1948 tomou o hábito deCarmelita e professou em 31 demaio de 1949. Voltou a Fátima a 13de maio de 1967 no cinquentenáriodas Aparições, a pedido do PapaPaulo VI, e nas três peregrinaçõesdo Papa João Paulo II (1982, 1991,2000).Por ordem do bispo de Leiria, D.José Alves Correia da Silva, Lúcia

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escreveu as suas Memórias:Primeira Memória, em Dezembro de1935 (sobre a Jacinta); SegundaMemória, em 21 de novembro de1937 (Aparições do Anjo-Imaculado.Coração de Maria); TerceiraMemória, em 31 de Agosto de 1941(as 2 partes do segredo: visão doInferno e devoção ao ImaculadoCoração de Maria); QuartaMemória, em 8 de dezembro de1941 (sobre o Francisco edescrição pormenorizada dasAparições do Anjo e de NossaSenhora).

A 19 de Fevereiro de 2006 o seucorpo foi trasladado para a Basílicado Santuário de Fátima, onde foitumulado ao lado da sua prima, avidente Beata Jacinta Marto.Bento XVI decidiu antecipar o iníciodo processo de beatificação da irmãLúcia, uma decisão anunciada a 13de fevereiro de 2008, em Coimbra,pelo cardeal Saraiva Martins, entãoprefeito da Congregação para asCausas dos Santos.

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Filipinas: Três anos depois, ninguém esquece o TufãoHaiyan

180 minutos de terrorFoi tremendo. Ventos a quase400 quilómetros por horasdeixaram um rasto de destruiçãoe morte. Cerca de 10 milpessoas perderam a vida eaproximadamente 4,3 milhõesficaram sem casa, sem nada.Foram momentos trágicos. Mas asolidariedade aconteceu. Orelato, na primeira pessoa, doArcebispo de Palo. O dia 8 de Novembro de 2013 serásempre recordado pelo povo filipinopela devastadora passagem dotufão Haiyan. Ainda hoje, três anosdepois, não se se sabe ao certoquantas pessoas perderam a vidaquando os ventos sopraram a maisde 380 quilómetros por hora earrastaram quase tudo à suapassagem. O Arcebispo JohnForrosuelo estava na Catedral dePalo onde várias dezenas depessoas se tinham refugiado,quando o telhado voou como sefosse uma folha de papel. Forammomentos de pânico que ninguémconsegue esquecer. O rugido dovento misturava-se com os gritosdas pessoas, de mães à procura defilhos,

de crianças em lágrimas, depessoas perdidas. Nas zonas maisbaixas de Palo, as águasencrespadas pelo vento estavamcheias de lixo, de pessoas queprocuravam desesperadamenteagarrar-se a alguma coisa para nãoserem levadas pelas correntes, e decadáveres. “Eu vi pessoas a ficaremsubmersas, a voltarem à superfíciee novamente a afundar-se.Sentíamo-nos impotentes e semsaber o que fazer”, lembra oprelado. Foram três horas de terroraté o tufão começar a diminuir deforça. Só então as pessoascomeçaram a compreender avastidão do desastre, da tragédia.“Havia cadáveres espalhados portodo o lado”, explica o arcebispo. Adiocese de Palo era como uma ilhaque sangrava. “Nos primeiros dias,tivemos que partilhar tudo o quetínhamos: comida, roupa,medicamentos.” Eram todosnáufragos. Estavam todos unidos namesma tragédia. As igrejas, tal comoa maior parte das casas, ficaramdestruídas, mas nem por um dia sedeixou de escutar o Pai Nosso poraqueles lugares.

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A visita de Nossa SenhoraFoi então que se deu a visita maisinesperada. Ao terceiro dia depoisda passagem do tufão, apareceuem Palo, levada por um grupo deIrmãos do Anjo da Paz, uma imagemde Nossa Senhora de Fátima.“Quando olhei para a imagem,quase chorei porque senti, no meucoração, que Nossa Senhora estavacomigo e me ajudava. Foi umagrande consolação!” No meio damais profunda devastação, aimagem de Nossa Senhora deFátima foi como que um raio de luz,um sinal de esperança para aquelaspessoas. E foram muitos os que semobilizaram em favor da populaçãodas Filipinas. A Fundação AISdesencadeou logo uma

enorme campanha internacional deajuda e foi possível dar resposta atodos os que foram afectados pelaviolência da natureza. Uma onda desolidariedade que teve também umaenorme expressão no nosso país. OArcebispo não esquece a ajuda dosbenfeitores e amigos portuguesesda Fundação AIS. “Sinto-me emdívida para com todas as pessoas e,especialmente em nome da Diocesede Palo, gostaria de agradecer agenerosidade de todos os que nostêm ajudado para podermosrecuperar e recomeçar de novo.”

Paulo Aido www.fundacao-ais.pt

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Foi então que se deu a visita mais inesperada. Ao terceiro dia depois da passagem dotufão, apareceu em Palo, levada por um grupo de Irmãos do Anjo da Paz, uma imagemde Nossa Senhora de Fátima. “Quando olhei para a imagem, quase chorei porque senti,no meu coração, que Nossa Senhora estava comigo e me ajudava. Foi uma grandeconsolação!” No meio da mais profunda devastação, a imagem de Nossa Senhora deFátima foi como que um raio de luz, um sinal de esperança para aquelas pessoas. Eforam muitos os que se mobilizaram em favor da população das Filipinas. A FundaçãoAIS desencadeou logo uma enorme campanha internacional de ajuda e foi possível darresposta a todos os que foram afectados pela violência da natureza. Uma onda desolidariedade que teve também uma enorme expressão no nosso país. O Arcebispo nãoesquece a ajuda dos benfeitores e amigos portugueses da Fundação AIS. “Sinto-me emdívida para com todas as pessoas e, especialmente em nome da Diocese de Palo,gostaria de agradecer a generosidade de todos os que nos têm ajudado para podermosrecuperar e recomeçar de novo.”Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

17 DEZEMBRO, DIA DAS MIGRAÇÕES

Centro Padre Alves Correia (CEPAC)

Tony Neves Espiritano

São muitos e muitos os que saem forçados dasterras que os viram nascer. Fazem-se ao largo,enfrentam ventos e tempestades (mesmo quandoviajam por terra!) e vão parar a uma terra quenão conhecem, que tem gente a falar outralíngua, que, na maioria das vezes, não abrem osbraços para acolher. Sim, estes são osimigrantes que temos entre nós e que, muitasvezes, queremos recambiar para as suas terrasde origem como se esta terra fosseexclusivamente nossa!Quando os dramas se amontoam e as pessoasvão de mal a pior, elas jogam a lógica do ‘perdidopor um perdido por mil’ e arriscam tudo. Aceitamentrar na clandestinidade, vão fugindo á polícia ea controlos, vivem indocumentados. Aí tornam-sepresa fácil de empresários sem escrúpulos queos ‘contratam’ para trabalhar, mas se esquecemde pagar no fim. Alguns atingem o limite docinismo e da maldade quando ameaçam estesimigrantes de denúncia à polícia só para nãolhes pagar o preço do seu trabalho precário! Istoé bárbaro demais para ser verdade, masacontece todos os dias.Ora, conscientes dos dramas desta genteexcluída e marginalizada, os Espiritanosportugueses deitaram mãos á obra e fundaram oCentro Padre Alves Correia (CEPAC), honrandoum dos maiores Missionários Espiritanos dahistória de Portugal que pagou o seu amor ádemocracia e aos pobres com um exílio nos EUA,onde morreu e foi sepultado.

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O CEPAC acolhe todos os diasdezenas e dezenas de imigrantes,provenientes de toda a lusofonia,mas também de países tãoinesperados como o Nepal. Temdiversas valências a funcionar,desde o apoio jurídico (sobretudopor causa da documentação) aomédico (os indocumentados nãotêm acesso ao Serviço Nacional deSaúde), passando pelas aulas deportuguês, a busca de emprego ouo banco de roupa e alimentos.Também têm apoio psicológico.Os apoios para projectos desteâmbito são hoje em Portugal quasenulos. É a Congregação do EspíritoSanto quem assegura quase tudo,embora o orçamento do CEPAC sejamuito alto e limitados os meios dosEspiritanos. Por isso, uma dasCampanhas oficiais do Jubileu dos150 anos da chegada dosEspiritanos a Portugal é a favordesta Instituição solidária. Tambémdecidi atribuir ao CEPAC as receitasdo meu livro ‘Lusofonias comMissão’

que recolhe estes comentários noLusoFonias. Todos os apoios nuncaserão demais.Vem aí o Natal e, com ele, o tocarno coração por causa dospequeninos e pobres deste mundo.Há muito bem a acontecer por essemundo além. Mas tambémcontinuam a bater à nossa portamilhares e milhares de pessoas quefogem de guerras e perseguições,querendo pôr cobro a experiênciasde tragédia que deixam marcas parasempre. Só a hospitalidade e oapoio de quem pode, ajudará a darsentido e futuro a milhares de vidas.Os pobres e perseguidos perguntamonde está a nossa humanidade enós só lhes podemosresponder de braços abertos. OCEPAC está a dar a sua respostasocial e conta com o apoio dequantos sentirem que asolidariedade para com osimigrantes faz sentido, faz falta eenche o coração de fraternidadesem fronteiras.

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