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Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social – Sub-programa 3/BID – Revitalização Centro de Niterói
Diagnóstico da Sub-região Centro – Prefeitura de Niterói 12/09/2006 www.urbanismo.niteroi.rj.gov.br 1
PROGRAMA VIVA CENTRO DIAGNÓSTICO E PROPOSTAS
PARA O PROJETO DE REABILITAÇÃO DO CENTRO DE NITERÓI
AGOSTO DE 2006
Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social – Sub-programa 3/BID – Revitalização Centro de Niterói
Diagnóstico da Sub-região Centro – Prefeitura de Niterói 12/09/2006 www.urbanismo.niteroi.rj.gov.br 2
DIAGNÓSTICO PARA O PROJETO DE REABILITAÇÃO DO CENTRO DE NITERÓI Copyright @2006 Prefeitura de Niterói Agosto de 2006 Coordenação Editorial Luis Fernando Valverde Salandía Diagramação e programação visual Departamento de Urbanismo da Prefeitura de Niterói Ilustração de capa Praça da República Catalogação na fonte Todos os direitos desta edição reservados à Prefeitura de Niterói Rua Visconde de Sepetiba, 987, Centro, Niterói, RJ Tel: (021) 2717-2188 Endereço eletrônico: urbanismo@niteroi.rj.gov.br www.urbanismo.niteroi.rj.gov.br
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PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E INCLUSÃO SOCIAL SUB-PROGRAMA 3/BID – REVITALIZAÇÃO CENTRO Prefeito: Godofredo Pinto Vice-Prefeito: Comte Bittencourt UNIDADE GESTORA DO PROJETO - UGP Bruno Sasson - engenheiro, representando a Secretaria Executiva do Prefeito e coordenador da UGP. Dayse Monassa - arquiteta, representando a Secretaria de Serviços Públicos. Eduardo Figueiredo - arquiteto, representando a Secretaria de Serviços Públicos. Luis Fernando Valverde Salandía - arquiteto urbanista, representando a Secretaria de Urbanismo. Carlos Alberto Peres Krykhtine - arquiteto urbanista representando a Subsecretária de Urbanismo. Jefferson da Silveira Martins - engenheiro, representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Edson Pinto - representando a Secretaria de Defesa Civil e Integração Comunitária. Marconi Pinto Sobrinho - engenheiro, representando a Secretaria de Defesa Civil e Integração Comunitária. Heloísa Mesquita - assistente social representando a Secretaria de Assistência Social. Nanci Rabelo - assistente social, representando a Secretaria de Assistência Social e responsável pelo trabalho de participação comunitária. José Carlos Belas - advogado, representando a Procuradoria Jurídica da EMUSA. Jaqueline Neves - economista, representando a Diretoria Financeira EMUSA. André Fidalgo - arquiteto, representando a Diretoria de Operações da EMUSA e Fiscal do contrato com a Concessionária Águas de Niterói. Guilherme Tinoco - representando a presidência da EMUSA. Luiz Gustavo - advogado, representando a Procuradoria Geral do Município. José Henrique Antunes - representando a Secretaria de Educação. José Bandeira de Mello - representando a CLIN. Rodrigo Neves - representando a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Maria Célia Vasconcelos - assistente social, representando a Fundação Municipal de Saúde. SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO E CONTROLE URBANO Secretário: Adyr Motta Filho Sub-Secretária: Sônia Aquino Mendes Sub-secretário de Habitação: Marco Antônio Pimentel Diretor do Departamento de Urbanismo: Carlos Alberto Peres Krykhtine SECRETARIA MUNICIPAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS Secretária: Dayse Nogueira Monassa Subsecretário: Luis Fernando Valverde Salandía Subsecretário de Transportes: Ramon Vicente Ayres Neves Subsecretário de Fiscalização de Serviços Concedidos: Herminio Carlos Tortelly Colunga SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA Secretário: Marco Antonio Vasconcellos Gomes Subsecretária: Danielle Barreto Nigromonte Diretora do Departamento de Proteção do Ambiente Cultural: Regina Prado Guelman SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS Secretário: Jefferson da Silveira Martins Subsecretário de Meio Ambiente: Robert Vass Subsecretário de Recursos Hídricos: Leonardo Soares Giordano EMUSA Presidente: Filinto Branco Diretor de Iluminação Pública da EMUSA: José Carlos França Alvarenga
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Diretor de Operações da EMUSA: Lincoln T. Silveira SECRETARIA MUNICIPAL DE FAZENDA Secretário: Moacir Linhares da Cruz Subsecretário Tributário: Francisco Sergio Barbosa de Andrade Subsecretário de Planejamento e Orçamento: Alecxandre Pepe Reis Subsecretária de Administração e Finanças: Célia Regina Santos Cavalcante SECRETARIA MUNICIPAL DE SEGURANÇA E DIREITOS HUMANOS Secretário: Hélio Luiz Azevedo Neves Subsecretário de Direitos Humanos: Leonardo Penna de Lima Brandão Subsecretário de Controle Urbano: Sidnei Coutinho Teixeira Guarda Municipal Diretor: Coronel Carlos Alberto Victoriano Guedes SECRETARIA MUNICIPAL DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Secretário: José Vitor Vieira Bissonho Júnior Subsecretário de Indústria e Comércio: José Valente de Mattos Pascoal Subsecretário de Desenvolvimento, Agricultura e Pesca: Luiz Felippe Monteiro Dias Subsecretária de Ciência e Tecnologia: Lindalva Cavalcanti Cid Subsecretário de Geração de Emprego e Renda: Sérgio Leal SECRETARIA MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL E INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA Secretário: Edison Pinto Sobrinho Subsecretário: Marconi Pinto Subsecretário de Defesa Civil: Adilson Alves de Souza CONTROLADORIA Controlador Geral: Bruno Sasson Sub-controlador de Gestão Orçamentária: Sérgio Fernando Vaz Soares NELTUR Presidente: José Haddad OUVIDORIA Ouvidor: Raul Portugal EQUIPE TÉCNICA Ademir Lourenço de Oliveira – Arquiteto e Urbanista. Carlos Alberto Peres Krykhtine – Arquiteto e Urbanista. Carlos Alexandre Pinheiro – Arquiteto e Urbanista Denise Nogueira - Arquiteta e Urbanista, Mestre em Urbanismo. Eduardo Figueiredo – Arquiteto e Urbanista Edvaldo Cardoso – topógrafo Fátima Valeroso - Arquiteta e Urbanista Giselle Santana – Técnica Jair de Carvalho Costa - Técnico de topografia Juliana Vasconcellos - Geógrafa Letícia Souquet - Arquiteta e Urbanista. Luis Fernando Valverde Salandia – Arquiteto e Urbanista, Especialista em Economia Política da Urbanização e Mestre em Urbanismo. Luiz Paulo Alves - Engenheiro Florestal Marcelo Serieiro Serra – Engenheiro Eletricista Márcia Dias Wajsenzon – Arquiteta e Urbanista, Mestre em Habitação e Revitalização de Centros Urbanos. Marcus Vinicius Nazareth - Auxiliar Técnico Maria Lúcia Borges de Faria – Arquiteta e Urbanista, Mestre em Arquitetura. Maria Helena Palmieri de Andrade - Arquiteta e Urbanista Mônica Maria Campos – Arquiteta e Urbanista, Mestre em Engenharia de Transporte Regina Prado Guelman - Arquiteta e Urbanista, Mestre em Urbanismo.
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Rodrigo Feltrin – Técnico de Computação Rodrigo Figueiredo – Engenheiro do Grupo Executivo do Caminho Niemeyer (G.E.C.N.) Ruth Aono – Arquiteta e Urbanista. Vítor Azevedo Rodrigues – Arquiteto e Urbanista. Vladimir da Franca Fernandes - Geógrafo Comissão de Análise das APAUS Berenice Souto Campos - Arquiteta e Urbanista, Mestre em Planejamento Urbano e Regional. Denise Nogueira - Arquiteta e Urbanista, Mestre em Urbanismo. Regina Prado Lima de Souza Guelman - Arquiteta e Urbanista, Mestre em Urbanismo. Ruth Aono – Arquiteta e Urbanista. Estagiários André Luiz Muniz Cavalcante – Arquitetura e urbanismo. Juliana Gomes – Arquitetura e urbanismo. Luciana Rabelo – Arquitetura e urbanismo. Milena Sampaio da Costa – Arquitetura e urbanismo. Monique Amaro – Arquitetura e urbanismo Vitor Amaral– Arquitetura e urbanismo
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1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 8
2. CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 9
3. O TRABALHO ......................................................................................................11
4. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................12
5. OBJETIVOS.........................................................................................................13
6. METODOLOGIA....................................................................................................14
7. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA .................................................................................22
7.1. Localização.......................................................................................................22
7.2. Histórico ..........................................................................................................23
7.3. População ........................................................................................................33
7.3.1. População Residente .......................................................................................33
7.3.2 População Residente na área projeto.................................................................38
7.3.2. População Flutuante........................................................................................39
7.4. Habitações .......................................................................................................39
7.4.1. Perfil dos Domicílios na Área Central .................................................................40
7.4.2. Imóveis ocupados e vazios ..............................................................................43
7.4.3. Dinâmica da Oferta de Imóveis na área central ..................................................44
7.5. Morfológicas .....................................................................................................45
7.6. Econômicas ......................................................................................................49
7.6.1. Comércio Formal ............................................................................................49
7.6.2. Comércio Informal ..........................................................................................52
7.7. Estado dos Bens Tombados ................................................................................53
7.8. Situação das Praças ..........................................................................................56
A situação das praças da áreas de estudo consta de fichas integrantes do (ANEXO 06). ....56
7.9. Sistema de Transportes .....................................................................................56
7.9.1. Classificação Funcional das Vias .......................................................................65
8. PROJETOS EXISTENTES PARA A ÁREA....................................................................68
8.1. Caminho Niemeyer............................................................................................71
8.2. PROJETOS DE REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO ..........................................76
8.2.1. Parque Urbano Morro das Águas.......................................................................76
8.3. Jardim São João ...............................................................................................78
8.4. Praça Leoni Ramos............................................................................................80
8.5. Entorno do Mercado são Pedro............................................................................81
8.6. Casa de Cultura Norival de Freitas.......................................................................83
8.7. Projetos de mobilidade e infra-estrutura urbana....................................................84
8.7.1. PDTT – Plano Diretor de Trânsito e Transporte (Sub-Programa 1).........................84
Abertura do Túnel ligando os bairros de Santa Rosa e São Lourenço ...............................89
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Fases de Implantação: ..............................................................................................90
Observações Complementares ...................................................................................91
8.7.2. Estação de Tratamento de Esgoto de Toque-Toque .............................................96
8.8. Centro de Convenções .......................................................................................96
8.9. Centro Cultural do Abrigo de Bondes ...................................................................97
8.10. Estação Cultural Cantareira ................................................................................98
9. ANÁLISE DOS PROJETOS E PROPOSTAS PARA A ÁREA .............................................98
9.1. Análise dos Projetos ..........................................................................................98
9.2. Análise das Propostas ........................................................................................98
10. CONCLUSÃO .....................................................................................................100
11. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................101
12. REFERÊNCIAS DA INTERNET:..............................................................................103
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1. APRESENTAÇÃO
Apresentamos aqui um diagnóstico da área central de Niterói, identificada no Plano Diretor como sub-
região Centro1, e que representa uma leitura técnica e comunitária dos bairros que a integram em todos
os aspectos necessários para uma abordagem integrada. Não o consideramos um documento acabado
e sim uma base para a discussão de todas as propostas que venham a ser formuladas pelo Poder
Público e por todos os segmentos que compõe o espectro social niteroiense. Desde o início da sua
elaboração, iniciada no segundo semestre de 2005, este diagnóstico foi sendo enriquecido com
contribuições apresentadas por vários órgãos municipais, e foi consolidando informações pertinentes aos
projetos em discussão, e com o próprio debate das propostas do Programa “Viva Centro”, denominação
dada ao conjunto de intervenções planejadas.
O presente diagnóstico visa possibilitar ao leitor a compreesão das diferentes propostas formuladas
através da apresentação de dados socio-econômicos da população e da situação urbanística da área
(morfologia urbana, tipologias construtivas, uso e ocupação do solo, mobilidade urbana, etc).
O Centro de Niterói sofreu um processo de degradação que se iniciou em meados da década de 1970,
provocado principalmente pela transferência da administração estadual para o Rio de Janeiro, com a
fusão dos estados do Rio de Janeiro e Guanabara2, em 1975, pela intensa expansão urbana sofrida pelo
município com a inauguração da ponte Rio-Niterói, em 1974, e a consequente consolidação de centros
urbanos secundários, como Icaraí.
Os centros das cidades são identificados como o lugar mais dinâmico da vida urbana e têm a sua
centralidade fortalecida pelo somatório de atividades diversas, como comerciais, financeiras, políticas,
religiosas, de lazer, de cultura. Quando intensifica-se a expansão das áreas urbanas, essa noção de
centro começa a diluir-se e surgem os subcentros. Esse processo, que começou a ser discutido de modo
mais intensivo no Brasil a partir de 1980, é o grande responsável pela deterioração e degradação dos
centros urbanos3.
No entanto, a perda de algumas de suas atribuições ao longo das últimas décadas não retira seu
conceito de centro hístórico, associado à origem do núcleo urbano e a valorização do passado da
cidade. Nesse sentido, a noção de centro urbano ganha importância pela sua herança histórica e
patrimonial, com destaque às suas edificações mais expressivas e monumentais.
Em 1987, Niterói adicionou esse conceito de preservação do centro histórico à sua legislação municipal4,
como resultado da conscientização de alguns grupos organizados e da sensibilização do poder público
municipal. E se, inicialmente, essa luta se associou ao tombamento, promovido pelos órgãos de proteção
1 A sub-região centro é formada pelos bairros do Centro, Ponta d”Areia, Fátima, São Domingos, Gragoatá, Boa Viagem e Morro do Estado. 2 Niterói foi capital do Estado do Rio de Janeiro desde a República, em 1889, quando a cidade do Rio de Janeiro passou a distrito federal; depois, em 1960, quando foi criado o Estado da Guanabara, composto pelo município do Rio de Janeiro, a própria capital; até o ano de 1975, quando ocorreu a fusão dos Estados da Guanabara e Rio de Janeiro e a capital do novo Estado foi transferida para a cidade do Rio de Janeiro. 3 VARGAS, Heliana Comin; CASTILHO, Ana Luisa Howard. Intervenções em Centros Urbanos. Objetivos, Estratégias e Resultados. Barueri, SP: Manole, 2006. 4 A Lei Municipal 659/1987 definiu pela primeira vez uma listagem de imóveis de interesse de preservação que mais tarde se consolidariam em áreas de preservação do ambiente urbano.
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do patrimônio, de edificações que se constituíam em monumentos, em pouco tempo evoluiu para o
conceito de ambiência de preservação, onde importaríam, da mesma forma, edificações, pessoas,
atividades e tradições.
No processo de preservação do centro histórico e de sua função e significado para a cidade, criou-se,
em 1990, a primeira lei municipal de proteção do patrimônio cultural, que veio a ser efetivamente
consolidada no Plano Diretor de 1992, quando foram então criadas as Áreas de Preservação do
Ambiente Urbano - APAUs. A definição dessas áreas demonstrou a mudança da ação de preservação,
antes realizada exclusivamente no objeto, o imóvel que era tombado e agora atribuída ao conceito do
conjunto e sua relação com o ambiente urbano.
Nesse momento, foram criadas três APAUs: Ponta d’Areia, Centro e São Domingos/Gragoatá/Boa
Viagem, regulamentadas em 1995, quando também foram definidos os segmentos municipais
responsáveis por sua gestão, as secretarias de Urbanismo e de Cultura.
No entanto, a existência desses marcos legais, com toda a sua importância, não garantiu a
materialização de ações de revitalização urbana necessárias ao centro da cidade de Niterói, o que vem
se traduzindo, no panorama atual, na necessidade de implementação de novas ações que
correspondam à essa revitalização.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
A degradação de áreas urbanas centrais é um fenômeno bastante comum em cidades. Estas áreas
tradicionalmente eram os locais onde as principais atividades sócio-econômicas se desenvolviam, e
onde também se concentrava a sede do poder. Com a evolução tecnológica e o processo de
modernização das cidades, a população da área central foi gradativamente transferindo-se para outras
áreas, e muitas das atividades comerciais e de serviço, antes exclusivas do centro, acompanharam este
deslocamento. No entanto, esse processo de esvaziamento das áreas centrais gera um desperdício de
uma infra-estrutura já instalada que passa a ser sub-utilizada. Vale ressaltar que os centros urbanos
possuem localização privilegiada onde o acesso a estes normalmente conta com melhor oferta de
transporte coletivo e de vias para transporte individual.
As conseqüências desse processo de degradação das áreas centrais das cidades não se resumem aos
aspectos econômicos. O centro possui também importância simbólica: é onde se concentra normalmente
grande parcela do patrimônio histórico, artístico e arquitetônico. A sua degradação produz efeitos
negativos sobre a identidade e a cultura da sociedade. Sobre este conceito de degradação urbana, que
vai além das estruturas físicas, e compromete também as relações sociais desenvolvidas no espaço
urbano, atribuiu-se também uma condição de empobrecimento e marginalidade.
Analisando o caso no contexto da região latino-americana, faz-se referência a Rojas (2001):
“As edificações comerciais e residenciais tradicionais dos centros históricos têm valor como testemunhos
das formas de vida e costumes das diferentes etapas da evolução urbana da região. Como resultado do
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rápido processo de urbanização experimentado pelos países da região (latino-americana) e o
conseqüente crescimento explosivo das cidades, os centros históricos têm sofrido um processo de
decadência social e econômica que têm conduzido ao seu abandono e deterioro físico. A vontade de
modernizar as estruturas econômicas e sociais induziu as comunidades a desinteressarem-se pelo
patrimônio representado pelos centros históricos, relegando-os à condição de áreas alheias ao
desenvolvimento contemporâneo. Por outro lado, de forma crescente, vêm sendo reconhecido o valor do
patrimônio como fator de identidade cultural. Isto contribui a desenvolver o sentido de identidade das
comunidades, como elemento central de coesão social e com um papel significativo na assimilação de
inovações e na produtividade da força trabalhista. Num plano mais quantificável, o patrimônio urbano
constitui um atrativo turístico em torno do qual surgem atividades econômicas que geram emprego e
renda para as comunidades. O patrimônio urbano representa também um importante ativo imobiliário
com potencial para acolher aquelas atividades econômicas e residenciais que requerem localizações
centrais. Devidamente restaurado, tem capacidade de gerar significativas rendas imobiliárias que
refletem as vantagens econômicas das localizações centrais. O efetivo aproveitamento deste potencial
requer uma ação decisiva de conservação e reabilitação, com a participação de todos os atores
interessados, o governo, os grupos culturais, os proprietários e os investidores”5.
A experiência de revitalização de centros históricos na América Latina mostra que é preciso buscar
sustentabilidade, que pode ser alcançada através da integração de programas de conservação e
reabilitação, incluindo na sua execução todos os agentes interessados. Nesse sentido, conclui-se que é
preciso, ao intervir no centro, gerar condições atrativas para atividades econômicas e residenciais, o que
implica pensar em investimentos para melhoramento do espaço público e das infra-estruturas e gerar
recursos para promover a conservação de edifícios privados e comerciais.
Nesse sentido, o centro de Niterói representa, para todos os moradores do leste da Baía de Guanabara,
um referencial de identidade inconfundível. O seu traçado regular foi resultado da implantação do Plano
desenhado pelo francês Pallière, em 1819, para dar lugar a criação da Vila Real de Praia Grande,
instituída por D. João VI. O Plano foi implantado com algumas adaptações e a área se consolidou como
porta de entrada da cidade, com uma multiplicidade de funções: terminais articulados de transporte,
centro cívico, centro comercial, centro de serviços, de cultura e de lazer, e também local de moradia
privilegiado. Ainda no século XIX foi projetada e implantada a Cidade Nova de Icaraí (1840), criando
uma outra área de ocupação. No século XX, a cidade cresceu e se desenvolveu, e o centro, apesar de
ter sido objeto de inúmeros projetos, em especial nas décadas de 1970 e 1980, sofreu um processo de
degradação e esvaziamento, principalmente em detrimento da expansão de outras regiões da cidade.
Apropriando-se da experiência local da cidade de Niterói, no que tange à reabilitação do seu centro,
algumas ações já foram tomadas. Sobre o melhoramento do espaço público, em 1992, foi elaborado e
implantado o projeto de renovação da orla do centro, que incluiu a construção do Terminal João Goulart
e a reciclagem de uma edificação comercial vizinha, ambos situados no aterrado da Praia Grande, a
duplicação da Avenida Visconde do Rio Branco e a construção do Centro de Espetáculos Populares.
5 ROJAS, Eduardo. Financiando la conservación del patrimonio urbano en América Latina y el Caribe. In Carrion (2001).
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Hoje a recuperação do espaço público está proposta inicialmente através de três projetos de praças e
parques (constantes no presente relatório). O melhoramento da infra-estrutura do Centro, assim como
sua readequação as condições de demanda atual e futura previstas, foi iniciado com a implantação da
Estação de Tratamento de Esgotos de Toque-Toque, junto à ampliação da rede coletora. Sobre os
recursos para conservação das edificações de interesse histórico, pretende-se adquirí-los através de
linhas de financiamento existentes e da incorporação à normativa urbanística de instrumentos que
associam empreendimentos imobiliários à preservação do patrimônio.
Na ótica da revitalização urbana, as intervenções são processos que envolvem a participação de todos
os setores interessados. O governo municipal toma o papel de coordenador e articulador dessa
intervenção. Isso significa romper com um modo de governar que intervém no espaço urbano
desprezando os interesses e o direito à participação dos cidadãos envolvidos; com as estratégias que
são dependentes de agentes catalisadores da revitalização, dinâmicos e de forte apelo; e, assim,
“contribuindo ativa e intensamente na construção da nova imagem e na atração de novos usuários e
investimentos”6.
Tomando-se a reabilitação por seus critérios não somente funcionais, mas também políticos, sociais e
ambientais, pode-se destacar algumas características básicas que devem estar presentes nas
intervenções em centros urbanos:
• Humanização dos espaços coletivos produzidos;
• Valorização dos marcos simbólicos e históricos existentes;
• Incremento dos usos de lazer;
• Identificação de potencialidades de desenvolvimento econômico;
• Incentivo à instalação de habitações de interesse social;
• Preocupação com aspectos ecológicos e ambientais;
• Participação da comunidade na concepção e implantação;
• Monitoramento da dinâmica de apropriação do espaço urbano.
3. O TRABALHO
O presente trabalho faz parte da proposta de revitalização da área central da cidade de Niterói
contemplada no Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social de Niterói /Sub-Programa 3
/BID – Revitalização do Centro, e faz parte de um projeto mais amplo de Reabilitação do Centro,
denominado Viva Centro. Constiui um diagnóstico que serve de base para a formulação de propostas.
6 KOTLER, Philip et al. Marketing Público: Atraindo Investimento, Indústria e Turismo para as Cidades, Estados e Países. Rio de
Janeiro, Makron / Free Press, 1995.
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4. JUSTIFICATIVA
Localizada às margens da Baía de Guanabara e interligada facilmente à cidade do Rio de Janeiro por
transporte rodoviário ou hidroviário (fig. 1 e 2), a área central da cidade de Niterói é muito bem servida
por infra-estrutura urbana e, diferentemente de outros centros, possui boa parte de sua área destinada
ao uso residencial.
Historicamente importante no desenvolvimento cultural e econômico da cidade, a área central vem
gradativamente perdendo sua identidade vocacional. Como elementos identificadores deste processo
tem-se a perda significativa da população residente, registrada pelo IBGE nas duas últimas décadas7, a
degradação do conjunto histórico que compõe as áreas de preservação do ambiente urbano e o
esvaziamento das atividades do comércio tradicional nos principais eixos viários como as ruas da
Conceição e Marechal Deodoro.
Fig. 1 Localização do Centro de Niterói em relação ao Rio de Janeiro Fonte: PMN/UDU
Fig. 2 Centro de Niterói Fonte: Google
7 O Bairro Centro perdeu 30% da sua população em 20 anos, correspondente a 4.242 moradores.
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O Centro foi ao longo de várias décadas alvo de projetos de intervenção urbana. Alguns deles causaram
grande impacto físico, como o Aterro da Praia Grande, concebido na década de 1940 e materializado no
final da década de 1960, que delineou um novo contorno para a orla e trouxe consigo novas áreas que
até hoje não foram plenamente incorporadas à malha urbana.
Atualmente, existem várias iniciativas, tanto públicas como privadas, ou sob a forma de parcerias, que
buscam dar uma nova dinâmica à área, como: o Plano Diretor de Trânsito e Transporte (PDTT); o
Parque Urbano Municipal das Águas (PUMA); a transformação da Cantareira e do antigo Abrigo de
Bondes em áreas comerciais e equipamentos culturais; a reurbanização da Praça Leoni Ramos e a
implementação do Caminho Niemeyer. Apesar do grande número de projetos, não estava clara até
agora a articulação e a importância de cada um deles na reabilitação da área central, nem como estes
poderiam contribuir para resgatar ou redirecionar seu papel na cidade. Foi necessário, portanto, a
elaboração de um Plano de Ação que fosse capaz de dar unidade aos projetos já em execução,
incorporar as propostas elaboradas pelos diversos segmentos da sociedade, bem como promover e
priorizar um conjunto de iniciativas que assegurem o desenvolvimento, definindo-as a curto, médio e
longo prazo, sempre visando a integração dos setores da administração pública e da sociedade.
Diante do quadro de esvaziamento populacional do Centro a questão da moradia se apresenta como
fator de grande importância para dinamizar a área central. Esta opção se deu em decorrência da
constatação de situações semelhantes ocorridas em outras cidades do mundo. Assim, acredita-se que
do aumento da população no Centro, da sua permanência e do uso da área central irá se dar o processo
de reabilitação desta área da Cidade de Niterói. Pretende-se torná-la interessante, segura e atraente, de
forma que venha a ser, não somente um local de passagem, mas uma opção também de lazer, de
cultura e de consumo de bens e serviços para moradores de outros bairros da cidade.
Assim sendo, cabe ao poder público, nas suas diferentes esferas, priorizar a questão habitacional
através da oferta de moradia de qualidade à população de baixa renda, como também do estimulo à
iniciativa privada na oferta de imóveis destinados à outras classes sociais de maior poder aquisitivo.
Neste sentido, compete especificamente ao município criar condições para que estes investimentos
possam ocorrer. Desta forma, cria-se uma perspectiva para a permanência da população residente e
promove-se a atração de novos moradores por meio de ações integradas que sustentem a diversidade
social e conseqüentemente a vitalidade econômica e cultural.
5. OBJETIVOS
Os objetivos do projeto de Reabilitação do Centro de Niterói são:
1. Analisar as ações e propostas existentes para a área central da cidade de Niterói, públicas e
privadas ou em parcerias público-privado, que visam à revitalização, à renovação ou mesmo à
re-qualificação, não somente avaliando as ações físicas, mas também os impactos causados
pela legislação vigente no espaço urbano;
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2. Formar um conjunto de proposições e ações integradas que resgatem a importância sócio-
econômica e cultural, através da implementação de uma política habitacional que estimule a
diversidade social e promova a oferta de moradia para a população de baixa e média renda;
3. Buscar a valorização da identidade da área central através da revitalização das áreas de
preservação do ambiente urbano e seu conjunto histórico e de ações que visem o estímulo às
atividades econômicas, de lazer e de cultura, respeitando a sua identidade histórica e cultural
para devolver a população um centro urbano atraente, seguro e um bom lugar para se viver;
4. Atrair investimentos que aproveitem o potencial do Centro dando sustentabilidade ao projeto e
promovendo a geração de emprego e renda na área.
6. METODOLOGIA
A metodologia adotada para o desenvolvimento do projeto de revitalização do Centro de Niterói foi
baseada inicialmente na identificação dos principais problemas existentes nesta área. A partir de então,
foi dado destaque ao esvaziamento populacional no Centro e, conseqüentemente, à questão
habitacional, sem prejuízo de outros problemas observados. Vale ressaltar que as demais questões
identificadas, que abordam aspectos de ordem econômica, cultural, de regulação urbanística e
institucional, foram também avaliadas, pois o processo de reabilitação ocorre com a integração e a
adequação das dinâmicas existentes neste contexto.
Em seguida, foram levados em consideração projetos e propostas apresentadas pela Prefeitura
Municipal de Niterói e por vários setores da sociedade, como os apresentados e amplamente debatidos
durante 2005 no COMPUR (Conselho Municipal de Política Urbana).
Como a proposta metodológica partiu da participação de diversos agentes sociais, que deram suas
contribuições à discussão, foi elaborado um quadro contendo um resumo dos projetos e propostas e a
partir deste, uma análise que gerou um diagrama de metas, ações e produtos desenvolvidos para
Projeto Viva Centro. (ver Quadro e Diagrama a seguir).
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Quadro Comparativo - Propostas para o Centro de Niterói Autor Objetivo Projeto/Propostas Área Agentes UFF, NEPHU e FAMNIT
Incentivo a moradia das parcelas mais pobres da população, através: a) inclusão social; b) garantia da diversidade de usos e atividades; c) recuperação do patrimônio construído para moradia e atividades econômicas; d) reconhecimento de programas e ações voltadas para economia popular; e) integração da reabilitação do tecido urbano ao planejamento do transporte coletivo; f) garantia ao centro como local de moradia adequada p/ famílias de diferentes faixas de renda; g) melhoria das condições de vida dos moradores do centro; h) impedimento ao processo de gentrificação.
- Aproveitar os imóveis (edifícios e terrenos) vazios e subutilizados p/ habitação popular (de 0 a 06 salários mínimos); - Reabilitar imóveis ocupados informalmente (cortiços e pensões); - Definir perímetros de reabilitação integrada e utilizar instrumentos do Estatuto da Cidade; -Recuperar conceitos sobre antiga ‘Praça de Mercado’ do séc. XIX -Estabelecer novo Eixo de Troca a partir do tradicional Mercado de Peixe de São Pedro; - Traçar pólo de requalificação cristalizando a vocação do lugar e retomando a dimensão pública, essencial a dinâmica social e urbana; -Recuperar o centro como lugar de integração, convívio e troca social que deverá se consolidar por novas formas de constituição de cidadania.
Centro – com definição de intervenção em uma quadra modelo.
PMN, Programas Habitacionais da Caixa Econômica Federal
Autor Objetivo Projeto/Propostas Área Agentes SINDILOJAS, Comércio de Niterói
Garantia de ordenação dos espaços urbanos melhorando as condições de trabalho dos ambulantes, dar nova ambiência aos pedestres e desenvolver atividades culturais.
Dotar dentro da área do Jardim São João, os seguintes equipamentos: - edificações comunitárias; - centro de comércio popular; - creche p/ filhos dos ambulantes; - sanitários; -Palco de espetáculos p/ apresentações populares; -Chafariz.
Jardim São João e imóvel desapropriado
Prefeitura de Niterói, lojistas do comércio de Niterói, ambulantes e iniciativa privada.
Autor Objetivo Projeto/Propostas Área Agentes IAB Repensar espaço urbano do centro através de 2
cenários especulativos: o cenário tendencial e o cenário reverso. O cenário tendencial especula como ficará o espaço urbano se não houver uma reversão dos problemas ali diagnosticados. O cenário reverso é composto de múltiplas leituras de modo a compor novos paradigmas e idéias para enfrentar as problemáticas do centro.
Conexão: criar um modelo de ocupação e de usos que possa valorizar a frente de mar e conectar o Caminho Niemeyer ao centro antigo, permitindo permeabilidade entre os dois sistemas espaciais. Habitação: realizar uma releitura dos casarios existentes de modo a adequá-los internamente a vilas e pequenos conjuntos habitacionais sem descaracterizá-los na sua proporção urbana. Aproveitar vazios e “desdentes” urbanos encontrados no Centro. Proporcionar habitações que atendam faixas da população desprovidas de ofertas do mercado habitacional como: estudantes, idosos, faixas salariais médias e baixas. Fragmentação: Repensar os usos impostos a vias ociosas do Aterrado São Lourenço, alterando o regime funcional dessas vias permitindo permeabilizar essas áreas por passagens e novos usos, melhorar a ambiência local com arborização, implantação de equipamentos e até implantação de passagens em mergulho. Mobilidade: tornar mais confortável ao pedestre a ambiência urbana desse corredor viário árido que é o eixo da Jansen de Mello e Marquês de Paraná. Quase sempre as intervenções viárias pensadas para o automóvel e cada vez mais o transeunte, seja ele normal ou portador de deficiência física, fica relegado ao que sobrou da via.
Conexão: Caminho Niemeyer, Aterrado Norte, Av. Visc. de Rio Branco, Carrefour, Baia de Guanabara. Habitação: centro antigo, APA-Us. Fragmentação: São Lourenço, aterrado de São Lourenço, viadutos da ponte, Av. Jansen de Mello. Mobilidade: Corredor Jansen de Mello – Roberto Silveira
Prefeitura de Niterói, Mercado Imobiliário, Universidades, Empresas de Ônibus, Financiadores do PDTT, CEF, Ponte S.A.
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Autor Objetivo Projeto/Propostas Área Agentes Prof. Ferdinando Moura (Tese de doutorado)
Garantir a integração ente os terrenos do Aterrado Norte à área de APAU; Retomar o ´waterfronf ` ; melhorias no fluxo viário de pedestres e veículos; criação de marcos de identidade visual para o centro; criação do mercado e teatro do povo integrado ao sistema de circulação de barcas;
- Criação de áreas residenciais e mistas nos terrenos ociosos do aterrado norte; - Criação de torres de uso misto com gabarito elevado e pavimentos de embasamento com uso comercial; - Criação de eixos viários com sistema de fluxo circulante, nos moldes do modelo inglês; - Sistema de transporte de massa interno à área central evitando a circulação de veículos do modo individual; - Criação de corredores viários aéreos nas avenidas Feliciano Sodré e Jansen de Mello; - Criação de uma estação de Barcas integrado a uma grande área de comércio e serviços, com desenho que evitaria as manobras de embarque e desembarque atuais (modelo radial); -Criação de um teatro e mercado do povo acoplado à estação das barcas;
Área Central e Área de Especial Interesse do Caminho Niemeyer
Prefeitura de Niterói, lojistas do comércio de Niterói e iniciativa privada.
Autor Objetivo Projeto/Propostas Área Agentes CDL (autores: Águeda Santini e Carolina Siggelkow)
Identificação de zonas com potencial para intervenção para reabilitação da área central
- Estudo de revitalização e requalificação das áreas comercias; - Estudo de preservação do conjunto histórico; - Nova iluminação para área; - Abertura de vias para facilitar fluxo de transporte; - Projeto de revitalização da Jardim São João.
Delimitada por: Av Rio Branco, Av. Amaral Peixoto; Av Barão do Amazonas e Rua São João.
Prefeitura de Niterói, CDL
Autor Objetivo Projeto/Propostas Área Agentes CCOB
Preocupação com o comércio tradicional; recomposição dos imóveis das áreas de APAU
Manter Redução % no valor do IPTU para os imóveis em APAU; desarquivamento do processo 10/1300/89; Recomposição da Comissão de Análise das APAUs; Criação de Comissão Técnica para estudar e sistematizar as propostas de Revitalização do Centro, no âmbito do COMPUR, levando a discussão para fóruns de discussão democrática junto a comunidade;
Centro, São Domingos, Ponta d´Areia, Morro do Estado
PMN, ONGs e Setores da Sociedade Organizada
UFF – Universidade Federal Fluminense / CDL –Clube de Diretores Lojistas / NEPHU – Núcleo de Ensino, Projetos e Habitação Urbana / IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil / FAMNIT –
Federação das Associações de Moradores de Niterói / SINDILOJAS – Sindicato de lojistas / CCOB - Centro Comunitário Orla da Baía.
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O prazo para cumprimento das ações e produtos desenvolvidos neste trabalho está previsto para três
anos. Apesar disso, algumas ações são de caráter permanente como a gestão do espaço público e os
programas de incentivo à moradia e à inclusão social e devem ser incorporadas às ações do poder público
municipal.
O presente diagnóstico está dividido em três partes principais:
• Caracterização da área central;
• Análise dos projetos e propostas existentes;
• Metas para a revitalização do centro.
A caracterização da área central de Niterói, com enfoque para o Bairro do Centro e bairros vizinhos
(Ponta d’Areia, Gragoatá, Fátima, Morro do Estado e São Domingos) aponta suas potencialidades e
problemas, procurando analisar os acontecimentos históricos e sua contribuição para o cenário atual,
destacando o caráter vocacional da área central, como centro de negócios, lazer, cultura e moradia. Para
tanto, considera os resultados preliminares de uma pesquisa de “Dinâmica de Apropriação do Espaço
Urbano”8 que teve como área de estudo a sub-região Centro e na qual foram analisados os dados
referentes ao cadastro de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ao ITBIM (Imposto de Transmissão
de Bens Imóveis).
A segunda parte elenca o conjunto de projetos públicos ou privados em desenvolvimento que visam a
reabilitação da área central. Estão contemplados os projetos do PDTT (Plano Diretor de Trânsito e
Transporte), desenvolvido para a cidade de Niterói em 2003 pela Empresa de Consultoria Sinergia sob a
coordenação da Secretaria de Serviços Públicos; o Projeto do Parque Urbano do Morro das Águas – Eng.
Eduardo Travassos, desenvolvido pela Secretaria de Urbanismo e pela Concessionária “Águas de Niterói”
responsável pela construção da 1ª fase; o Projeto da Estação Cantareira, desenvolvido pela
Concessionária Barcas SA, com orientação da Secretaria de Cultura; o Projeto do Centro Cultural do
Abrigo de Bondes, que encontra-se em fase de aprovação pelas secretarias de Urbanismo e de Cultura e
que será executado por uma rede privada de supermercados; o projeto de remodelação da praça Leoni
Ramos e seu entorno, que está sendo coordenado pelas secretarias de Cultura e de Urbanismo; o projeto
de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto de Toque-toque, a ser executado pela Concessionária
Águas de Niterói; as obras do Caminho Niemeyer9; e ainda o projeto de implantação de um Centro de
Convenção/Hotel na área do Centro de Espetáculos da Concha Acústica, em fase de estudo de viabilidade
econômica, acarretará em grande alteração na área de entorno. Foi elaborada uma matriz comparativa
dos projetos apontando suas características positivas e negativas.
Dentre os projetos aqui citados fazem parte da amostragem o Parque das Águas, cuja 1ª etapa foi
inaugurada em junho de 2006, a Praça Leoni Ramos, cujas obras estão previstas para ter início no
8 Esta pesquisa foi um dos produtos de um financiamento do Ministério das Cidades na linha de “Insumos para Revisão do Plano Diretor”, que no caso de Niterói, que já revisou seu plano em 2004, foi direcionada para a implementação de instrumentos de controle urbanístico que materializassem as diretrizes contidas no próprio plano e em especial nos Planos Urbanísticos Regionais - PUR 9 Um conjunto de edifícios públicos que inclui atividades culturais e templos religiosos e um terminal intermodal de transporte.
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segundo semestre de 2006 e o Jardim São João. Embora não computados como contrapartida
complementam estas intervenções o Teatro Popular do Caminho Niemeyer, que deverá ser inaugurado
ainda em 2006 e a reurbanização do entorno do Mercado São Pedro.
Assim como os projetos, todas as propostas dos segmentos interessados na revitalização do Centro,
coletivas e individuais, foram descritas sob a forma de matriz comparativa. Estas propostas serviram de
base para a formulação das metas, programas e produtos propostos neste documento.
Na terceira parte deste disgnóstico estão relacionadas as metas e programas para a revitalização da área
central. A construção das metas e dos programas busca atender os anseios dos diversos agentes públicos
e privados envolvidos no processo de proposições para a revitalização do Centro.
A meta reguladora está diretamente relacionada ao desenvolvimento da área central não só do ponto de
vista urbanístico, mas também econômico e social e visa, basicamente, promover a revisão da legislação
vigente, para adequá-las aos incentivos pretendidos na promoção da diversidade social. Será proposta a
revisão dos parâmetros urbanísticos definidos no Plano Urbanístico da Região das Praias da Baia - Lei
1967/2002 - e a aplicação dos instrumentos definidos no Plano Diretor - Lei 1157/1992 - para a Sub-região
Centro, alterada pela Lei 2123/2004; a ampliação e aplicação de incentivos fiscais à preservação das
edificações definidos em decretos municipais; e a revisão das normas municipais que tratam do incentivo
a programas habitacionais na área central.
A meta para a promoção de habitação envolve a urbanização e/ou regularização fundiária das Áreas de
Especial Interesse Social na área central e de influência, a fim de promover a cidadania e a inclusão
social. Será dado tratamento às comunidades de ocupação informal localizadas na área central, uma vez
que a principal delas, a saber, Morro do Estado, já está contemplada na segunda fase do programa
“Comunidade Cidadã” do Ministério das Cidades/BID; esta meta está íntimamente ligada à meta
reguladora, que propõe-se medidas que estimulem a reabilitação dos imóveis que integram as áreas de
preservação do ambiente urbano (APA-U), seja para destinação de novas moradias ou para a
recuperação das existentes, e a inclusão da área central no raio de abrangência de normativas municipais
que estimulam programas habitacionais para famílias com renda familiar inferior a 6 salários mínimos.
A meta para a atividade econômica visa a revitalização do ambiente urbano através do ordenamento do
espaço público, da requalificação das vias, o incentivo a recuperação de imóveis pertencentes a área de
preservação do ambiente urbano e a criação de mercados populares para ordenamento do comércio
informal e estímulo a novos investimentos na área central. No âmbito desta meta se inclui o Master Plan
do Centro de Convenções e os respectivos estudos de viabilidade econômica, assim como a definição de
mecanismos de recuperação da valorização urbana que viabilizem os investimentos públicos necessários,
utilizando para tanto instrumentos do Estatuto da Cidade já incorporados ao Plano Diretor do município.
A meta de desenvolvimento institucional, contempla as ações que visam ampliar as potencialidades do
corpo técnico das secretarias de Urbanismo, Fazenda e de Cultura; promover a integração dos órgãos
municipais, especialmente no entendimento quanto aos conceitos de preservação e criar um banco de
dados e cadastro multifinalitário. Foi incluída neste item a necessidade de se promover a capacitação
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técnica das equipes pela dotação de material. Entende-se, porém, que é necessária a formação de quadro
técnico permanente e que deverá se dar através de concurso público.
A meta de incentivo à educação, ao lazer, à cultura e ao turismo propõe o desenvolvimento de ações
de revitalização do centro através da ampliação de áreas destinadas a cultura e lazer; do resgate dos
espaços públicos e principalmente da ampliação da capacidade de gestão da área central por meio do
incentivo à formação de um corpo técnico permanente vinculado ao poder público para gerenciar as ações
e intervenções físicas na área. As ações propostas visam estimular a apropriação do espaço público pela
população, além de resgatar e preservar identidades histórico-culturais e tradições populares, com a
integração dos órgãos municipais e agentes sociais.
A meta de Infra-estrutura urbana (abastecimento d’água, coleta e tratamento de esgoto, drenagem e
mobilidade urbana) objetiva adequá-la à perspectiva de crescimento da demanda populacional que será
gerada a partir da implementação dos programas, bem como atender ao crescimento da indústria naval e
off-shore. Inclui também a implementaçao das ações de mobilidade urbana previstas no Plano Diretor de
Trânsito e Transporte que implicam em mudanças físico-funcionais do sistema viário e da operação dos
transportes na área central da cidade.
Para se atingir as metas descritas acima foram formulados diversos programas. Cada um destes
apresentará um produto específico que poderá ser a implantação do próprio programa ou a contratação de
algum serviço. Estes produtos estão classificados em três tipos de atividade conforme o seu caráter:
a) reguladoras, quando o produto definido apresentar caráter de regulação do espaço público ou privado;
b) obra, quando o produto envolver execução de obras públicas, privadas ou em parcerias;
c) gestão, que envolvem planos de ação contínuos de gerência dos espaços ou atividades.
Foi elaborado ao final desta parte, um diagrama e um cronograma geral, onde são relacionados todas as
metas e produtos, identificando-se a origem, o tipo de atividade, os agentes e os prazos de execução.
Nos anexos estão incluídos os mapas referentes ao trabalho, bem como os projetos da amostragem para
o Sub-Programa 3/ BID - Revitalização do Centro. São eles: Jardim São João (Meta 6.1), Praça Leoni
Ramos (Meta 6.2) e Parque Urbano Morro das Águas (Meta 6.3).
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PARTE 1 Caracterização
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7. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
7.1. Localização
O centro de Niterói apresenta vantagens locacionais que dão à nossa área objeto de estudo um grande
potencial de desenvolvimento econômico (fig. 3): está implantado às margens da Baía da Guanabara,
dista em linha reta apenas 3 km do centro da cidade do Rio de Janeiro e se interliga a ela por terminais
hidroviários, rodoviários e pela ponte Presidente Costa e Silva - Ponte Rio-Niterói (fig. 4). Limita ao norte
com o município de São Gonçalo, com o qual se encontra conurbado em boa parte da divisa, e ao leste
com o muncípio de Maricá.
Fig. 3 Imagem de satélite com as distâncias relativas entre Niterói e Rio de Janeiro. Em azul, trajeto da ligação hidroviária e em amarelo, ligação rodoviária (via Ponte Rio-Niterói).
Fonte: Morris Architects, 2006
Fig. 4 Imagem do satélite Ikonos.
Fonte: Morris Architcts, 2006
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A área central de Niterói vai além dos limites oficiais do Bairro do Centro definido em lei, pois a influência
exercida pelos bairros vizinhos sobre esta contribui na definição do espaço urbano, seja econômica, social
ou urbanisticamente. Assim, considera-se como área de estudo deste projeto o próprio bairro Centro e sua
área de influência imediata, ou seja, os bairros de São Domingos, Ponta d’Areia, Gragoatá e Fátima (fig.
5).
Fig. 5 Área central de Niterói Fonte: PMN/SMUC/UDU
Entende-se ainda que o centro de Niterói deve ser analisado considerando toda pressão que a área sofre
atualmente por ocupações informais, como as do Morro do Arroz e do Morro do Estado, além de outras
que embora não estejam dentro do Bairro Centro, interferem diretamente sobre ele, a saber: Morro da
Penha, na Ponta d’Areia e Morro de Fátima, no Bairro de Fátima.
7.2. Histórico
O centro histórico de Niterói tem sua origem de ocupação datada de 1819, quando a cidade foi elevada à
categoria de Vila e recebeu o Plano de Edificação de Vila Real da Praia Grande (fig. 6). O plano definia
uma malha ortogonal de ruas e que receberam um código de posturas determinando suas normas de
ocupação, lotes de testada estreita e grande profundidade onde seriam edificadas construções de um ou
dois pavimentos, das quais muitas ainda existem, e previa 03 praças, dentre elas o Jardim São João
(primeiro centro cívico da cidade). O uso comercial se concentrou no entorno dessas praças e nos seus
eixos de ligação.
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Fig. 6 Plano Pallière, 1920. Fonte: PMN
Em 1830, a Vila foi convertida na cidade de Nichteroy10 e compreendia desde o Valonguinho (atual
Campus dos Institutos de Matemática, Odontologia e Administração da UFF) até o bairro da Ponta d’Areia.
O centro de Niterói assumia um papel de importância político-administrativa que impulsionou o
crescimento da cidade. Na década seguinte, a cidade recebeu novos projetos de ampliação que
duplicaram a área urbanizada: o Plano de Melhoramentos do Ingá e São Domingos e o Plano da Cidade
Nova Icarahy.
Mais tarde, na primeira década do século XX, a cidade recebeu um conjunto de grandes obras: Palácio
dos Correios, o Paço Municipal, a Estação Hidroviária (não mais existente) e o conjunto arquitetônico da
Praça da República, um centro cívico para a cidade. Estas obras visavam alcançar a modernização que
cabia a uma capital estadual.
Este esforço de construção de uma grande capital continuaria na década de 20 com o aterrado do
Mangue de São Lourenço para implantar o Porto de Niterói e com a primeira concepção de um aterro que
se estenderia desde a Ponta da Armação até o Gragoatá. Este último é fruto do desmonte de morros na
área central da cidade. Para tal área de aterro foram pensadas diversas modalidades de desenho urbano,
que incluiu entre elas, uma proposta de Atílio Correia Lima (fig. 7), renomado precursor do urbanismo no
Brasil e autor, entre outros planos, dos de Volta Redonda e Goiânia, este em parceria com Armando de
Godoy.
10 “água escondida”, em tupi.
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Fig. 7 Representação do Plano Atílio Correa 1930 sobre base
do arruamento atual da cidade de Niterói – Fonte: L. F. Valverde
Na década de 40, como reflexo das intervenções urbanas sofridas na cidade do Rio de Janeiro, com o
Plano Agache, foi lançado o Plano de Urbanização e Remodelação da Cidade de Niterói que entre
outras medidas possibilitou a abertura da Avenida Amaral Peixoto11 (inaugurada em 1942), a definição
de um novo modelo de ocupação da área com a elevação do gabarito e o surgimento das galerias que
até hoje identificam a avenida. Previa também a execução do aterro Aterrado Praia Grande12, com a
contrapartida para a concessionária de comercializar as áreas resultantes. Várias transformações se
deram nos objetivos do projeto. No final dos anos 60, pensou-se até mesmo em erguer um grande
parque, seguindo o exemplo do que estava sendo construído no Rio de Janeiro, em área de aterro de
origem semelhante, e que se transformaria num dos principais parques urbanos brasileiro, o Parque do
Flamengo13. Entre 1968 e 1974, foi realizada uma das obras mais emblemáticas do governo militar: a
construção de uma ponte sobre a Baía de Guanabara com 13km de extensão, ligando as capitais
carioca e fluminense. À sua inauguração sucedeu-se a fusão dos dois estados e com a perda da
condição de capital estadual, em 1975, cessaram os investimentos estaduais na cidade. Apenas obras
complementares à construção da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) foram realizadas como o
alargamento das Avenidas Jansen de Melo, a Avenida Marquês de Paraná e a abertura do Túnel Raul
Veiga e a orla de São Francisco/Charitas.
A análise das propostas para a área central formuladas nas décadas de 60, 70 e 80 torna-se
extremamente necessária, já que planos e projetos foram continuamente reformulados e aplicados de
forma parcial. Nesta tarefa, a análise utilizou dados de pesquisas acadêmicas realizadas por Azevedo
(1985, 1999 e 2000), Valverde Salandía (2001), Sampaio da Costa (2004).
Valverde S. identifica que a estruturação urbana de Niterói a partir de 1940 se deu de formas difrentes
no 1º e no 2º distrito, em que respectivamente poder público e iniciativa privada tiveram papel
11 Decreto Federal nº 2441/40 12 Decreto Federal nº 2441/40 cria o aterrado, que pretendia deslocar o centro da cidade 600m sobre a Baía de Guanabara. 13 Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, conhecido como Aterro do Flamengo possui cerca de 1.200.000 m² de área verde à beira-mar e é um dos mais belos e importantes projetos paisagísticos de tratamento de orla na Cidade do Rio de Janeiro.
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protagônico na definição do desenho urbano. No 1º Distrito, no qual o Centro está localizado foram
constantemente formulados e reformulados planos que quando implementados, o foram de forma
parcial.
Entre 1940 e 1970, enquanto a iniciativa privada se voltou para a reedificação da “zona sul” e
para a expansão rumo ao Distrito de Itaipu, o poder público realizou grandes planos e
investimentos na zona central (Azevedo, 2000:3), onde se repetiam os mesmos projetos de
décadas anteriores, visando um “gigantesco novo centro urbano”. De acordo com Backheuser
(1994:250) entre 1937 e 1945 Niterói ocupou o “segundo lugar nacional em volume de obras
urbanas, perdendo apenas para o Rio de Janeiro”. Nas décadas de 1940 e 1950 a construção de
prédios públicos contribuiu para modernizar a cidade através da arquitetura, somando-se a
emblemática abertura da avenida Comandante Ernani do Amaral Peixoto (1942).
O Plano de Urbanização e Remodelação de Niterói (1943) permaneceu na ordem do dia e resultou
na elaboração, em 1956, do Loteamento Jardim Fluminense14, inscrito 10 anos mais tarde no
Registro de Imóveis; o projeto foi parcialmente implantado pelo concessionário (Azevedo 1999:75),
o que levou à sua desapropriação em 1971 e à criação do Grupo Executivo de Urbanização da
Nova Niterói, que incluía, além da conclusão do aterro, a ligação do Centro às zonas de expansão
dos bairros oceânicos e às zonas turísticas da Região dos Lagos.
Paralelamente à elaboração do Plano Diretor, o Prefeito Ronaldo Fabrício encomendou à Empresa
de Desenvolvimento Urbano - EDURB a elaboração de um plano de obras que foi denominado
Plano de Melhorias Físicas do Município de Niterói, um plano de ação imediata constituído por
obras viárias, de drenagem e de urbanização, com o objetivo de “Corrigir desequilíbrios que se
verificam em espaços municipais visando garantir melhores condições de circulação, salubridade
e recreação” e “Melhorando e ampliando as alternativas do Sistema Viário, induzindo à ocupação
e crescimento de novas áreas de município.” (Lentino 2001:3). A EDURB contou com o
assessoramento da PRODIAN15 e financiamento Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU) –
Banco do Brasil.
De acordo com Lentino16, os principais objetivos do projeto eram adequar a malha viária da
cidade para absorver os impactos da ponte Rio-Niterói, e direcionar o crescimento da cidade para
a Região Oceânica, através de obras públicas que atraíssem investimentos. Constavam deste
Plano o alargamento das ruas Jansen de Mello, Marques do Paraná, Miguel de Frias, João Brasil
e a abertura de novo túnel São Francisco/Icaraí. Como parte do plano foi iniciada a reurbanização
das praias de São Francisco, Charitas e Piratininga, concluídas na administração seguinte.
Sampaio da Costa (2004) analisa de forma mais detalhada o conteúdo dos projetos para o Centro de
Niterói:
14 O projeto foi elaborado pela Companhia Territorial Fluminense SA, que à época do sentença judicial que permitia a comercialização de lotes sub-aquáticas tinha sido sucedida pela Planurbs SA 15 Empresa de consultoria integrada pelos arquietos João Sampaio, Luiz Henrique Monassa e Antonio Carlos Rocha
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Ainda na gestão de Emílio Abunahman, foi elaborado o Plano Piloto da Grande Niterói,
apresentado em 1971. Seus objetivos básicos eram a preservação da unidade da cidade e o
estímulo ao seu desenvolvimento de acordo com suas vocações e potencialidades. Em resumo, o
projeto foi subdividido em oito subprojetos: aterro; enroncamento e cais; água, esgoto e
iluminação; sistema viário e drenagem; paisagismo; terminal integrado; hotel; centro cultural; e
obras menores. Ao Aterro Praia Grande, compreendido espacialmente entre a Ponta da Armação
e a Praia João Caetano (antiga Praia das Flechas), atribuiu-se um caráter de emergência, pois
viria a desafogar o tráfego na área e contribuir para a remodelação e embelezamento do centro
da cidade de Niterói. Em 1972, criou-se a DESURJ (Companhia Fluminense de Desenvolvimento
Urbano), que concluiu em partes o Aterro, parcialmente cedido à UFF em 1977 devido á não
utilização de suas terras.
Moreira Franco, durante seu mandato, encomendou dois importantes planos urbanísticos. O
primeiro era na verdade uma revisão feita pelo IBAM (Instituto Brasileiro de Administração
Municipal) do Plano Diretor de 1975, com o propósito de definir ações prioritárias a serem
implantadas. O segundo foi o Projeto CURA (Comunidade Urbana de Renovação Acelerada),
através do Programa de Complementação Urbana, financiado a partir de um Convênio de Adesão
entre o BNH e a Prefeitura Municipal de Niterói, firmado em 1978. Para a elaboração do Projeto é
contratado o escritório do arquiteto Jaime Lerner.
A análise de Sampaio da Costa (2004) inclui a avaliação do Plano Diretor de 1975 como resultado de um
convênio de 1978 entre a Prefeitura17 e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM,
realizado por uma equipe coordenada pelo Prof. Carlos Nelson Ferreira dos Santos. Em relação a esta
avaliação destaca que:
A intenção era de se montar uma avaliação do Plano Diretor elaborado em 1975. No entanto, o
objetivo básico do documento foi apenas definir atividades prioritárias, sem intenção de julgamento
do Plano e buscando aproveitar ao máximo o que já tinha sido feito na cidade. Em uma análise do
Plano, eles observaram que este apresentava um diagnóstico muito extenso baseado em dados
de pouca validade, o que seria explicável pelas condições em que o trabalho foi realizado. Mas,
por outro lado, reconheciam que as recomendações apresentadas eram abrangentes e permitiam
flexibilidade em sua atualização através de planos de ação.
Paralelamente à avaliação do Plano Diretor, uma das prioridades da administração municipal foi a
captação de recursos para a realizaçao de obras e uma das alterenativas era o Programa CURA18 e já
16 Depoimento do Arquiteto Pedro Lentino, ex-diretor da EDURB, no IAB Regional Leste Metropolitano em 15.08.2001 17 Nesta período a cidade estava sendo administrada pelo prefeito Wellington Moreira Franco, que governou até 1981, quando se renunciou para concorrer e governador. 18 O Programa CURA foi idealizado em 1972 e suas regras institucionalizadas em 1973 por meio da resolução nº 7/73. Começou a ser aplicado em 1974, chegando-se em 1975 aos primeiros contratos de financiamento de obras municipais pelo BNH. Os recursos eram destinados à obras e serviços de interesse local do município. O programa objetivava financiar uma ampla gama de redes de infra-estrutura e equipamentos comunitários em cada área de intervenção, atendendo, sucessivamente, setores urbanos contemplados num plano plurianual de investimentos. A intenção era obter em cada cidade um conjunto de bairros completamente
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em fevereiro de 1978 foi assinado um convênio de adesão. O desenvolvimento dos projetos ficou a
cargo do renomado arquiteto Jaime Lerner, reconhecido pelo trabalho que vinha realizado na cidade de
Curitiba. Sampaio da Costa (2004) realizou uma análise das propostas contidas no projeto destacando a
estrutura urbana proposta e os projetos para a área central (fig. 8).
Analisando a Cidade de Niterói, o projeto apresenta como eixo principal de intervenção o sistema
viário e a revitalização da Área Central da cidade. Esta deveria ser liberada para a escala do
homem e, por vocação, destinada ao pedestre. O sistema de transporte possui um importante
enfoque e as proposições a esse respeito basearam-se na melhor eficiência do transporte
rodoviário. Também foram abordados: a melhoria das condições de ocupação dos morros e o
desenvolvimento de uma estrutura de cultura e lazer para a cidade, a partir da reciclagem de uso
de várias edificações de importância histórica.
Fig. 8 Projeto CURA – Jaime Lerner Planejamento Urbano – Proposta Estrutura Urbana Fonte: PMN.
A Área Central de Niterói se caracterizava como um grande terminal de ônibus, onde a confusão
gerada com a circulação de pedestres, o tráfego intenso de automóveis e a movimentação do
transporte coletivo a transformava em um verdadeiro caos. As soluções oferecidas a esses
problemas sugeriram a definição dos acessos ao Centro, a determinação dos terminais Norte e
Sul para o transporte coletivo (urbano e intermunicipal) junto às Barcas, a localização dos
estacionamentos para automóveis, assim como a definição de uma hierarquia viária com a
escolha das pistas para o transporte individual. Essas seriam as condições indispensáveis para a
liberação da Área Central ao uso exclusivo do pedestre. Neste sentido, a vasta área compreendida
pelo aterro norte se configurava como alternativa para abrigar os estacionamentos e os terminais
de transporte coletivo.
equipados. Preconizava-se concentrar os investimentos em áreas parcialmente ocupadas, promovendo seu adensamento até que fosse eliminada a capacidade ociosa dos equipamentos coletivos. O programa deveria contribuir também para reduzir a especulação e racionalizar os investimentos.
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As duas estruturas, Norte e Sul, seriam integradas, através do transporte de massa, na Avenida
Amaral Peixoto, transformada em setor de pedestres no trecho entre a Av. Visconde do Rio
Branco e a Rua Luiz Leopoldo. A estação central do transporte de massa seria localizada entre as
ruas Luiz Leopoldo e Visconde de Sepetiba. Este trecho, junto à imensa praça de quase 20 mil
metros quadrados, em frente à Estação das Barcas, formariam o grande ponto de encontro da
cidade e caracterizariam um setor de pedestres com condições excepcionais. O aterro sul, com
destinação específica para abrigar a Universidade Federal Fluminense (atual Campus do
Gragoatá), deveria integrar-se à vida da cidade. A estação central do transporte de massa, onde
se integram os dois eixos norte e sul, seria implantada na Av. Amaral Peixoto, no final do setor de
pedestres, entre as ruas Visconde de Sepetiba e Luiz Leopoldo Fernandes Pinheiro (fig. 9).
Fig. 9 Terminais de desembarque Norte e Sul – Plano CURA
Fonte: SAMPAIO, 2005
Seria proposta a criação de dois terminais centrais, norte e sul, nas proximidades da estação das
barcas, integrados aos estacionamentos para automóveis e ao transporte complementar (ônibus
circular e táxis). O terminal norte abrigaria, também, pontos de parada das linhas intermunicipais.
Havia um conflito junto aos terminais no centro, resultante da movimentação das barcas, do
transporte coletivo, dos táxis, do transporte individual e do pedestre, determinando um colapso da
rede viária e aumento progressivo de acidentes(fig. 10).
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Fig. 10 Proposta de Circulação de veículo de transporte de massapara atender a área central
Fonte: SAMPAIO, 2005
De acordo com o projeto, a eliminação desse conflito constituía medida de urgência, onde a
prioridade conferida à movimentação do pedestre deveria condicionar as soluções para os demais
meios de transporte. Os itinerários das linhas urbanas fora da Área Central seriam, na medida do
possível, mantidos prevendo-se a implantação de pistas exclusivas para o transporte de massa ao
longo dos eixos estruturais.Da mesma forma, o transporte individual teria sua circulação facilitada
com a criação de grandes estacionamentos que possibilitariam liberar as vias, ampliando sua
capacidade de tráfego. O transporte complementar se realizaria por meio de uma linha
denominada Circular Centro, que interligaria a estação central do transporte de massa com os
terminais norte e sul e os estacionamentos do transporte individual. Constituiria um transporte
coletivo gratuito e sua operação estaria a cargo da administração municipal. Deveria operar
inicialmente com 8 microônibus.
Na década de 80 ainda como reflexo da perda do status de capital do Estado, a área central, onde
outrora estavam concentrados os empregos e serviços ligados à administração pública do antigo Estado
do Rio de Janeiro, assistiu ao seu esvaziamento, estagnação e perda de parte da população para bairros
próximos como o Fonseca e Icaraí. Nesta década as intervenções no Centro foram poucas, pontuais e
com resultados negativos ou sem expressão como a criação de um conjunto esportivo ambiciosamente
denominado “Vila Olímpica” na área do aterro e que funcionava precariamente. Vale citar a mudança na
legislação que permitiu o surgimento de prédios de gabarito elevado em áreas históricas e consolidadas
e a verticalização nas áreas das encostas adjacentes ao Centro. Outro fator negativo neste período foi a
expansão e o adensamento das áreas informais tanto sob a forma de cortiços como construções
precárias nos morros na periferia do bairro.
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Fig. 11 Terminal Rodoviário João Goulartt
Nos anos 90, na primeira gestão do prefeito Jorge Roberto Silveira, o governo municipal buscou novos
caminhos para recuperar o centro urbano, com a implementação a partir de 1993 do Projeto de
Revitalização da Orla do Centro, o qual incluía: um novo Terminal Rodoviário (fig. 11), a duplicação da
Avenida Visconde do Rio Branco e a Concha Acústica. Estas transformações trouxeram alguns
benefícios ao Centro como: a construção do shopping Bay Market; a restauração do Teatro Municipal
João Caetano (fig.12); a criação das Áreas de Preservação do Ambiente Urbano (APAUs) visando
recuperar e preservar o Conjunto Histórico do Centro, Ponta d’Areia e São Domingos; e a construção do
Museu de Arte Contemporânea, projeto de Oscar Niemeyer que se tornou um marco da cidade.
Fig. 12 Restauração do teatro Municipal João Caetano
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A ideia de se materializar o aterro restante da orla permanceu latente, pelo menos para os “proprietários”
PLANURB19/SERGEN(1998), que no final da década de 90 desenvolveram um estudo conceitual de
urbanização que previa a utilização de área ocupada pelo mar entre a Ponta da Armação e o Gragoatá,
aterrando uma área aproximada de 250.000m2. O desenho urbano previa a definição de um grande eixo
estruturado de continuidade à Avenida Ernani do Amaral Peixoto, por onde se desenvolveriam atividades
ligadas ao lazer, turismo e comércio. As edificações previstas ao longo desta avenida, destinadas ao uso
residencial e comercial, estariam limitadas a cinco pavimentos, onde a exceção seriam as duas “torres
gêmeas” junto à frente marítima ou “waterfront” celebrando a terminação do eixo da avenida
central.(Fig.13)
Fig. 13 Proposta Urbanística da PLANURBS
Uma outra tentativa de promover o desenvolvimento econômico e a integração entre o centro histórico e
as quadras vazias do aterro e sem nenhuma identidade, foi a criação em 1996 de um novo plano de
ocupação para a área do aterro. O projeto foi elaborado na gestão do prefeito João Sampaio e
denominou-se “Niterói 2001” (fig. 14). Este projeto previa a criação de grandes áreas destinadas ao
convívio e definia gabarito diferenciado onde se destacavam duas grandes torres. Não houve viabilidade
econômica para a sua implantação e mais tarde este projeto foi substituído pelo projeto “Caminho
Niemeyer” no segundo governo do prefeito Jorge Roberto Silveira. Este projeto, modificado sucessivas
vezes e ainda em execução, prevê a construção de várias obras de uso institucional, religioso ou
cultural, com o traçado de Oscar Niemeyer, ao longo da Baía da Guanabara, desde a Ponta D’Armação
até o mirante da Boa Viagem, onde hoje está assentado o Museu de Arte Contemporânea.
19 PLANURB S/A – Planejamento e Urbanização – companhia responsável pela execução do Plano de Urbanização e Remodelação da Cidade de Niterói, também chamado de “Aterro Praia Grande”.
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Fig. 14 Planta de divulgação do Projeto Niterói 2001 Projeto de Revitalização da Orla do Centro, 1992
7.3. População
7.3.1. População Residente
A população de Niterói cresceu entre 1980 e 2000 aproximadamente 15%. As áreas centrais da cidade,
porém, continuam perdendo população residente, principalmente no Bairro Centro, como comprovam os
dados (IBGE) a seguir:
População residente
Bairros 1970 1980 1991 1996 2000
Niterói 324.246 397.123 436.155 450.364 459.451
Área Central 40.751 45.420 41.015 39.747 38.066
Centro 22.729 22.528 21.199 20.175 18.487
Fátima 2.036 2.744 3.867 3.590 3.767
São Domingos 4.820 4.609 5.281 4.746 4.619
Ponta D’Areia 6.763 6.760 6.942 6.952 7.162
Gragoatá 390 530 193 186 220
Morro do Estado 4013 8249 3533 4098 3811 Fonte: PMN/Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográficos 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000
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População Residente nos BairrosDados dos Últimos Censos Demográficos - IBGE
2119920175
6942 6952
3533 4098 3811
5281 47466088
18487
7893
0
5000
10000
15000
20000
25000
1991 1996 2000
Centro Ponta D'Areia Morro do Estado São Domingos
De acordo com os dados do IBGE a população de Niterói no ano 2000 era de 459.451 habitantes, dos
quais 38.066 residiam na área central (Centro, Fátima, Gragoatá, Ponta d´Areia, Morro do Estado e São
Domingos), correspondente a 8,29% do total do município e distribuídos conforme tabela abaixo:
População residente da área central segundo os Bairros – Niterói (2000)
Bairros Absoluta % do municipalNiterói 459.451 100,00%
Área Central 38.066 8,29%
Centro 18.487 4,02%
Fátima 3.767 0,82%
Gragoatá 220 0,05%
Morro do Estado 3.811 0,83%
Ponta D’Areia 7.162 1,56%
São Domingos 4.619 1,01%Fonte: PMN/Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000
O Bairro Centro concentrava nesse mesmo ano 48,56% da população da área central, o que representa
declínio na participação se comparado a 1991, quando concentrava 51,68% da população. Em números
absolutos, houve uma redução de 2.949 moradores na área central e de 2.712 moradores apenas no
bairro Centro. O município de Niterói como um todo apresentou no período 1991/2000 taxas de
crescimento demográfico anual próximo a 0,5% que demonstram um saldo migratório negativo, situação
que na área central chega a provocar decréscimo populacional, influenciado principalmente pelo
comportamento do bairro Centro.
População residente – Taxa de Crescimento
Bairros 1991 1996 2000 Taxa de crescimento (1996-2000)
Niterói 436.155 450.364 459.451 2,0
Área Central 41.015 39.747 38.066 -4,22
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Centro 21.199 20.175 18.487 -8,4
Fátima 3.867 3.590 3.767 4,9
São Domingos 5.281 4.746 4.619 -2,7
Ponta D'Areia 6.942 6.952 7.162 3,0
Gragoatá 193 186 220 18,3
Morro do Estado 3.533 4.098 3.811 -7
Fonte: PMN/Subsecretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000
De um modo geral esta redução está diretamente relacionada a uma mudança no ritmo de crescimento
refletido durante as últimas décadas nas principais cidades brasileiras ligadas à queda da fecundidade e
às mudanças nas dinâmicas migratórias, além da maior inserção da mulher no mercado de trabalho. No
caso de Niterói, estes índices negativos em alguns bairros mais consolidados e antigos, principalmente
Centro, Icaraí, Fonseca, refletem, ainda, uma migração para áreas de expansão – regiões de Pendotiba
e Oceânica.
Niterói é uma das cidades mais adensadas do Estado. Em algumas regiões do município a quantidade
de áreas verdes ameniza este índice. A densidade demográfica bruta na área central é de 73.62 hab/ha
e a área ocupada é densa em edificações, já que é a área que concentra a maior parcela de
estabelecimentos comercias, o que atrai uma população flutuante que supera em muito a população
residente; ainda, como são poucas as áreas remanescentes de vegetação, a densidade bruta e a
densidade líquida são muito próximas. O bairro do Centro tem a maior densidade dos bairros analisados
(89,31hab/ha).
Densidade Demográfica da área central segundo os bairros
1996 2000 Bairros
População residente Área (ha) Densidade
(hab/ha) População residente Área (ha) Densidade
(hab/ha)
Niterói 450.364 13180 34.17 459.451 13180 34.86
Área Central 39.747 517 76.88 38.066 517 73.62
Centro 20.175 207 97.46 18.487 207 89.31
Fátima 3.590 55 65.27 3.767 55 68.49
São Domingos 4.746 75 63.28 4.619 75 61.59
Ponta D'Areia 6.952 125 55.62 7.162 125 57.30
Gragoatá 186 31 6.00 220 31 7.0
Morro do Estado 4098 24 170.75 3811 24 158,.79
Fonte: PMN/Subsecretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000
A população residente na área central é composta por um percentual maior de pessoas do sexo
feminino, 53,24% contra 46,75% do sexo masculino.
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População Residente por Gênero – Niterói
Homens Mulheres Bairro Total
Abs. % Abs. %
Niterói 459.451 213.984 46,57 245.467 53,43
Área Central 38.066 17.798 46,75 20.268 53,24
Centro 18.487 8.642 46,75% 9.845 53,25%
Fátima 3.767 1.734 46,03% 2.033 53,97%
São Domingos 4.619 2.181 47,22% 2.438 52,78%
Ponta D'Areia 7.162 3.348 46,75% 3.814 53,25%
Gragoatá 220 100 45,45% 120 54,55%
Morro do Estado 3811 1.793 47,05 2.018 52,95%
Fonte: PMN/Subsecretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000
A população da área central é caracterizada pelo predomínio de adultos e é economicamente ativa.
Concentra-se na faixa etária entre 20 e 49 anos. O Centro é o bairro que apresenta maior número de
adultos, 64,39% do total de 18.487 habitantes, bem como maior parte dos moradores idosos,
representando 15,58% destes.
População Residente por grupos de idade segundo os bairros - 2000
Valor absoluto Bairro
Menos de 4 anos
5-9 10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-79 Acima de 80 anos
Niterói 30.567 31.124 71.977 76.613 71.495 67.105 47.371 54.270 8.929
Área Central 2.141 2.212 5.415 6.515 5.925 5.560 3.980 5.582 934
Centro 803 879 2118 3.230 2.775 2.695 2.117 3.308 570
Fátima 228 213 542 679 639 540 390 466 70
Gragoatá 13 11 39 22 39 37 19 35 5
Ponta D'Areia 418 459 1158 1.090 1.120 1.132 708 929 156
São Domingos 287 262 788 771 738 721 497 625 112
Morro do Estado 392 388 770 723 614 435 249 219 21Fonte: PMN/Subsecretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000
Os bairros de Niterói não apresentam grandes variações nas taxas de alfabetização; a área central
apresenta uma taxa de 97,02% de pessoas alfabetizadas, próxima da média municipal, 96,41% e alta
em relação a outros bairros.
População alfabetizada por grupos de idade, segundo os Bairros
7 anos ou mais 10 anos ou mais 15 anos ou mais Bairros Total Alfabetizada % Total Alfabetizada % Total Alfabetizada %
Niterói 416.282 400.504 96,21% 397.760 384.149 96,58% 364.849 351.887 96,45%
Área Central 35.069 33.986 96,91% 33.713 32.747 97,13% 31.406 30.479 97,04%
Centro 17.359 16.922 97,48% 16.805 16.406 97,63% 15.879 15.492 97,56%
Fátima 3.446 3.374 97,91% 3.326 3.259 97,99% 3.077 3.016 98,02%
Gragoatá 203 196 96,55% 196 190 96,94% 178 172 96,63%
Morro do Estado 3.267 2.964 90,73% 3.031 2.777 91,62% 2.650 2.411 90,98%
Ponta D'Areia 6.561 6.402 97,58% 6.285 6.139 97,68% 5.789 5.646 97,53%
São Domingos 4.233 4.128 97,52% 4.070 3.976 97,69% 3.833 3.742 97,63%
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Fonte: PMN/Subsecretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000
Nível de Instrução - Censo 2000
16943
7761
9182
595
3002
1403 1599
417
33393791
295 189
7130
5551
25293022
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
Pessoas Alfabetizadas
Total Alfabetizados = 32626
Homens Alfabetizados Mulheres Alfabetizadas
Total Não-Alfabetizados = 1496
Pessoas Não Alfabetizadas
Centro M.Estado P.D'Areia S.Domingos
No município de Niterói os chefes de famílias com renda mais alta estão concentrados nas regiões das
Praias da Baia e Oceânica e os de menor renda na Região Leste e Norte. A área central, apesar de estar
contida na Região das Praias da Baia, não reflete o índice, pois a média do rendimento dos chefes de
domicílios em salários mínimos é de 9,03 salários (em 2000). Na região das Praias da Baía estes índices
são puxados por bairros como Boa Viagem, Ingá, Icaraí e São Francisco, que concentram famílias com
renda mais alta. Vale ressaltar que em Niterói, o grau de instrução dos chefes de domicílio apresenta
percentuais mais elevados, 67,50% na faixa de oito anos ou mais de estudo.
Observa-se que na maioria dos bairros da área de estudo o percentual de rendimento familiar é maior na
faixa de 2 a 10 salários mínimos, indicando que os moradores desta área podem estar classificados
como de classe baixa e média.
Rendimento dos chefes de domicílios (Salários Mínimos)
Bairro Abs Até 2 Abs 2 a 5 Abs 5 a 10 Abs 10 a 20
Niterói 96.594 21,17% 96.610 21,17% 89.465 19,60% 77.065 16,89%
Área Central 7.144 7,39% 8.786 9,09% 10.205 10,56% 6.400 6,62%
Centro 2.421 13,64% 4.245 23,92% 5.698 32,11% 3.477 19,60%
Fátima 552 14,70% 821 21,87% 1.236 32,92% 666 17,74%
Gragoatá 27 12,39% 73 33,49% 45 20,64% 33 15,14%
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Morro do Estado 2.222 58,54% 1.112 29,29% 187 4,93% 47 1,24%
Ponta d´Areia 1.320 18,52% 1.836 25,76% 2.076 29,12% 909 12,75%
São Domingos 602 13,14% 699 15,26% 963 21,03% 1.268 27,69%
Fonte: PMN/Subsecretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo Demográfico 2000
7.3.2 População Residente na área projeto
Os dados analisados em relação à área de estudo consideram a distribuição por bairros, mas os
objetivos do programa de reabilitação exigem uma análise mais apurada da área de intervenção. Em
função disto foram analisados, mais detalhadamente, os dados censitários de 1991, 1996 e 2000
referentes aos bairros do Centro e do Morro do Estado. Embora a área do Morro do Estado se situe na
área de estudo e não na área projeto, pela sua íntima ligação com o Centro foi considerado na análise
dos dados demográficos.
Da análise realizada foram extraídas as seguintes informações dos setores censitários:
• Taxas de crescimento populacional
• Renda familiar
• Grau de instrução
• Quantificação dos tipos de domicílios
Da análise do mapa de crescimento populacional no período de 1991-2000 (ANEXO 01), verifica-se que
o maior crescimento se deu nos setores censitários que correspondem ao presídio localizado à Rua São
João (Setor nº383) e a alguns setores do Morro do Estado (Setores nº 327 e 330) e do Morro do Arroz
(Setor nº 392) com crescimento superior a 20%; no setor censitário delimitado pelas ruas Saldanha
Marinho, São Pedro, Visconde do Uruguai e Av. Visc. Do Rio Branco (Setor nº 372), no setor delimitado
pelas ruas Visconde de Sepetiba e Coronel Gomes Machado e pelas Avenidas Amaral Peixoto e
Marquês do Paraná (Setor nº 385) e o setor que contém um outro presídio (Setor nº 381), com
crescimento entre 5 e 20%. Os demais setores registraram declinio populacional, chegando em alguns
casos a perda de mais de 50% da população, como é o caso do setor circundado pelas Av. Amaral
Peixoto, Visconde de Sepetiba, Rua da Conceição e Rua Luiz Pinheiro (Setor nº 413), setor este com a
maior queda populacional.
Os dados referentes a renda familiar extraídos do censo de 2000 foram utilizados para realizar a
espacialização por setores censitários da distribuição da pobreza e da riqueza nos bairros do Centro e
Morro do Estado. Nos mapas resultantes (ANEXOS 02 e 03) podemos identificar que os dois setores
que concentram menor renda, onde 50 a 70% dos chefes de domicílio destes setores recebem de 0 a 3
salários mínimos correspondem ao Morro do Arroz (Setor 392), neste setor, cerca de 69% da população
recebem menos de 3 salários mínimos; e ao quarteirão da Av. Amaral Peixoto situado entre as ruas
Visconde de Itaboraí e Barão de Amazonas, que possui um prédio residencial de “quitinetes” e que se
encontra em estado bastante precário (Setor 404).
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No outro extremo, o setor que concentra maior renda é delimitado pela Av. Amaral Peixoto, Av. Marquês
de Paraná e ruas Visconde de Sepetiba e Coronel Gomes Machado (Setor 385), onde mais de 21% da
população recebe o equivalente a 20 Salários Minímos ou mais.
7.3.2. População Flutuante
Tradicionalmente a cidade de Niterói, como ex-capital do estado do Rio de Janeiro, se constituiu em
referência para a população das cidades vizinhas, que demandavam serviços do poder público,
procuravam o comércio e os serviços locais mais especializados e que principalmente tinham aqui
acesso ao ensino universitário. A cidade deixou de ser capital em 1975, mas permaneceu como
referência para cidades com as quais se encontra conurbada e ainda para cidades das regiões serranas
e da baixada litorânea. A área central possui uma população flutuante oriunda de municípios como São
Gonçalo, Itaboraí, Maricá que é atraída por trabalho, serviços (clinicas, hospitais, serviços públicos),
transportes, equipamentos culturais e de lazer. Esta situação faz com que a área central se constitua
num centro de caráter regional para o Leste Metropolitano do Rio de Janeiro.
Baseado na pesquisa voltada para “Revitalização do Comércio Varejista e de Serviços na Região Central
de Niterói”, realizada pela Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Desenvolvimento, em 2002, a
origem do público que transita na área central (observa-se que foram identificadas três áreas distintas
que se diferenciam pela faixa etária, nível cultural e poder aquisitivo do público que as freqüenta) “é
predominantemente composta de residentes de Niterói, seguida de São Gonçalo (Alcântara) e cerca de
5% é originária do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (o percentual de transeuntes residentes em
Niterói chega a atingir 65% na maior parte das ruas e dos horários pesquisados, seguidos de São
Gonçalo com cerca de 26%. Em locais e horários específicos, Niterói e São Gonçalo praticamente se
igualam)”. As áreas mencionadas acima são: a região mais nobre, próxima à sede da Prefeitura
Municipal de Niterói, Câmara dos Vereadores, Fórum; a região próxima ao Jardim São João, menos
favorecida e o restante da área central.
7.4. Habitações
Os problemas habitacionais no município de Niterói são, igualmente às demais cidades brasileiras, fruto
de um modelo de crescimento urbano baseado em desigualdades sociais, onde algumas áreas são
privilegiadas com investimentos públicos e outras não. Nestas últimas, ficam concentradas as
populações de menor renda.
Uma vez que a presença de infra-estrutura urbana e equipamentos é fator de diferenciação na
valorização dos espaços urbanos, é possível dizer que as áreas centrais nos modelos de cidades
históricas brasileiras são áreas valorizadas e muitas vezes desperdiçadoras da boa infraestrutura ali
existente.
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Nas últimas décadas percebemos que o gradiente de valorização imobiliária produziu um impacto na
diversificação dos padrões construtivos e na setorização da habitação dos diferentes segmentos sociais.
Em Niterói, a falta de políticas habitacionais voltadas para os segmentos de média e baixa renda,
associada ao acelerado processo de valorização do solo urbano e ao crescimento das áreas favelizadas,
característico das regiões metropolitanas, promoveu uma degradação das áreas centrais e foi
empurrando a população para as áreas de expansão da cidade como Pendotiba e Região Oceânica.
7.4.1. Perfil dos Domicílios na Área Central
No ano 2000 existiam na área central 16.944 domicílios, com a seguinte distribuição por bairros:
Bairros Total Percentual (%) Área Central 16.944 100
Centro 9.469 55.9 Fátima 1.467 8.6
Gragoatá 69 0.4 Morro do Estado 1.162 6,8
Ponta d’Areia 2.805 16.5 São Domingos 1.972 11.6
Fonte: PMN/Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia; IBGE, Censo 2000
O levantamento do IBGE demonstra que do total de domicílios na área central, 12.085 são particulares
permanentes20
No município todo, pouco mais de 50% do total dos imóveis são do tipo residencial (apartamento e/ou
casa) e 20% terrenos e o restante comércio ou outros usos. Na área de estudo, o percentual de imóveis
residenciais não varia muito, estando ainda próximo aos 50%. A quantidade de imóveis do tipo comercial
20 Domicílios – locais de moradia estruturalmente separados e independentes, construídos por um ou mais cômodos. A separação deve permitir o isolamento do morador, através de paredes, muros, cerca, etc, sendo as despesas com moradia e alimentação de sua responsabilidade. Domicílios particulares – quando destinados à habitação de uma ou mais pessoas cujo relacionamento é de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência. Podem ser permanentes ou improvisados: a) Permanentes são os localizados em casa, apartamentos ou cômodos destinados à moradia. b) Improvisados são os localizados em unidades que não possuem dependência destinada exclusivamente à moradia, tais como lojas, salas comerciais, etc. Aqui também se incluem os prédios em construção, embarcações, carroças, vagões, grutas, etc. que estejam servindo de moradia. Domicílios coletivos – aqueles destinados à habitação de pessoas que se relacionam formalmente segundos normas administrativas.
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representa cerca de 40% e somente 1% são terrenos; a Area de Estudo apresenta também uma
distribuição percentual dos tipos de imóveis diferente da que verificamos no município com um todo.
Estudos recentes elaborados pela Empresa de Consultoria IZLP Arquitetura Ltda, para a Pesquisa de
Apropriação do Espaço Urbana no Centro de Niterói, contratada pela Prefeitura de Niterói, demonstram
que 13% do total de imóveis do município encontram-se na área central. Nessa análise não foi incluído o
Morro do Estado pois quase na sua totalidade as edificações não constam no cadastro imobiliário
municipal por se tratar de área caracterizada como de “ocupação informal” em função da sua situação
fundiária. Esta composição é formada por imóveis de diferentes tipos, porém distribuídos de maneira
distinta ao resto do município, conforme considerações a seguir:
Tabela dos Tipo de Imóveis na Área Central Quantidade de Imóveis por Tipo
Tipo Município A de Estudo Centro Fátima Gragoatá Ponta D’Areia
São Domingos
Apto 77,425 11,426 8,256 761 37 975 1,397
Casa 22,903 1,487 759 86 20 425 197
Lojas 17,653 9,146 8,769 31 2 197 147
Outros 34,976 2,225 1,497 47 36 445 200
Terrenos 37,614 365 169 135 15 16 30
Total 190,571 24,649 19,450 1,060 110 2,058 1,971
Fonte: PMN/SMF - 2005
Quanto aos imóveis comerciais, o estudo da IZLP demonstrou que metade dos imóveis está localizada
na área central. Dos 341 projetos novos de imóveis comerciais do município, 140 foram
empreendimentos na área central. Isto mostra o potencial da área como pólo comercial no município.
O número de apartamentos localizados na área central representa um universo de 15% do total desta
tipologia. Ainda acerca destes a pesquisa demonstrou que a área dos apartamentos na região central é
menor que a área dos apartamentos das demais áreas do município.
Na análise dos dados constata-se também que apenas 1% dos imóveis da área central configura-se
como terrenos. Este fato pode explicar a valorização dos terrenos na área central associado ao potencial
construtivo dos mesmos. Estes terrenos em geral são utilizados por estacionamentos. Em princípio pode
parecer contraditório, porém pode existir uma lógica de mercado neste fato: uma vez que a área central
não está sendo capaz de atrair moradores, o mercado imobiliário se ressente de investir.
Além das tabelas resultantes da análise dos dados do cadastro do IPTU, da secretaria Municipal de
Fazenda, os tipos de domicilios também foram analisados a partir dos dados do censo do IBGE de 2000.
Os dados correspondentes ao tipo de domicilio foram agrupados por bairro e resultaram nas tabelas e
gráficos a seguir:
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Total de Domicílio = 13379
Bairro Particulares Particulares
Permanentes Particulares
Improvisados Unid.Dom.Coletivos
Centro 6917 6899 18 697
Morro do Estado 1102 1095 7 0
P.D'Areia 2547 2546 1 31
São Domingos 2084 2071 13 1
Domicílios por Bairros - Censo 2000
6917 6899
18
697
1102 1095
7 0
2547 2546
1 31
2084 2071
13 1
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
Particulares
Total de Domicílio = 13379
Particulares Permanentes Particulares Improvisados Un.Dom.Coletivos
Centro Morro do Estado P.D'Areia São Domingos
Tipo Casa Apartamento Cômodo
Centro 1411 5365 123
Morro do Estado 1004 52 39
P.D'Areia 1529 951 66
São Domingos 568 1435 68
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Tipo de Domicílios por Bairros - Censo 2000
1411
5365
123
1004
52 39
1529
951
66
568
1435
68
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Casa Apartamento Cômodo
Centro Morro do Estado P.D'Areia São Domingos
7.4.2. Imóveis ocupados e vazios
Segundo o censo do IBGE, em 2000, era de 2572 o número de domicílios não ocupados no bairro do
Centro, correspondente a 30% do total de domicílios, resultado de um processo de esvaziamento que
afetou tanto imóveis comerciais quanto residenciais. Baseando-se nos dados e avaliação da Pesquisa da
Dinâmica de Apropriação do Espaço Urbano realizada pela IZLP, em 2006, foi constatado que “o total de
imóveis da Área de estudo (24.649) corresponde a 13% do total de imóveis do município. Isto comprova
a importância da área, pois, com apenas pouco mais de 3% da área total do município, a alta densidade
imobiliária é uma das suas características mais marcantes”.
Domicílios Ocupados
Bairros Total ocupados % Niterói 170.101 143.993 84,65 Área Central 16.944 13.199 77,89 Centro 9.469 6.897 72,84 Fátima 1.467 1.237 84,32 Gragoatá 69 63 91,30 Morro do Estado 1.162 1.105 95,09 Ponta d’Areia 2.805 2.327 82,96 São Domingos 1.972 1.570 79,61
Domicílios Não Ocupados Bairros Total Não ocupados % Niterói 26.108 2.556 9,79 Área Central 3.725 303 8,13 Centro 2.572 195 7,58 Fátima 230 33 14,34 Gragoatá 6 1 1,66 Morro do Estado 57 3 5,26 Ponta d’Areia 458 35 7,64 São Domingos 402 36 8,95
Fonte: Secitec/PMN, IBGE/ Contagem população/Censo Demográfico 2000
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Inscrições Novas – IPTU
IPTU 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Centro 438 481 158 180 100 11 44
Ponta d’Areia 10 04 - - - - 07
São Domingos - 09 02 111 14 04 -
Outros 2.925 1.458 1.596 1.220 1.834 3.241 775
Total 3.373 1.952 1.756 1.511 1.948 3.256 826
Inscrições Novas – IPTU – Percentual
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Centro 12,99% 24,64% 9,00% 11,91% 5,13% 0,34% 5,33%
Ponta d’Areia 0,30% 0,20% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,85%
S. Domingos 0,00% 0,46% 0,11% 7,35% 0,72% 0,12% 0,00%
Outros 86,72% 74,69% 90,89% 80,74% 94,15% 99,54% 93,83%
Total 3.373 1.952 1.756 1.511 1.948 3.256 826
Fonte: Secretaria Municipal de Fazenda – Tabelas base: ITP_FAZ, ISS_CAD
7.4.3. Dinâmica da Oferta de Imóveis na área central
Dados obtidos através do Protocolo da Secretaria Municipal de Urbanismo, referentes às licenças para
aprovação de projetos na área central comprovam que esta vem passando por uma mudança no seu
perfil de atração de empreendimentos.
As informações disponibilizadas pelo setor supracitado, indicam as licenças concedidas para habitação
nos anos de 2002 a 2005, considerando os bairros: Centro, Bairro de Fátima, Gragoatá, Ponta d´Areia e
São Domingos. Novamente constatamos a ausência de dados referentes ao Morro do Estado, que como
já foi citado, até o momento não foi incluído no cadastro imobiliário municipal. Dentre estas licenças
estão incluídas as para habitação e parcelamento. As licenças para habitação constam de projetos de
edificação (novos), reforma (pequenos reparos) e transformação para uso residencial. As de
parcelamento incluem os projetos de remembramento, desmembramento, condomínios e loteamentos.
Número de Licenças para habitação 2002 2003 2004 2005
Área Central 4 9 12 9 Centro 0 3 5 3 Fátima 1 1 1 1 Gragoatá 0 0 0 0 Ponta d’Areia 0 2 3 1 São Domingos 3 3 3 4 Fonte: PMN/SMUC – 2005
Número de Licenças para parcelamento Bairros 2002 2003 2004 2005 Área Central 9 10 5 9 Centro 9 9 4 6 Fátima 0 0 0 2 Gragoatá 0 0 0 0 Ponta d’Areia 0 1 0 1 São Domingos 0 0 1 0 Fonte: PMN/SMUC - 2005
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A intenção para a coleta destes dados foi a de se verificar um aumento ou diminuição da oferta de
imóveis para habitação nesta área. Verificamos que foram poucos os pedidos de aprovação de projetos
na área central. São Domingos, é o bairro com mais características de atração do mercado imobiliário,
pois ao longo dos últimos quatro anos vem mantendo uma quantidade de pedidos de aprovação de
projetos habitacionais. O bairro Centro que em 2002 não apresentava nenhum pedido de aprovação para
habitação, já entre 2003 e 2005 contou com 11 aprovações. Claro que aqui há que se ter um cuidado
muito grande na análise, pois como foi dito, estão incluídos dados de reforma, pequenos reparos, etc. e
não apenas os dados para novas habitações.
7.5. Morfológicas
A área central é composta por quadras dispostas em uma malha ortogonal planejada. A divisão fundiária
segue o projeto da Vila Real da Praia Grande (Plano Pallière) de 1820, com lotes de testada estreita e
grande profundidade (fig. 15 e 16).
Fig. 15 Quadras compostas por lotes estreitos e profundos.
Fig. 16 Fachadas Estreitas – Rua Visconde de Itaborai
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Produto de aterros ao longo dos anos, a área central possui, hoje, o dobro da área original. Grande parte
desta área conquistada ao mar ainda não está ocupada. São grandes quadras atualmente utilizadas
como áreas de estacionamento ou se encontram vazias. O Centro de Niterói vive um paradoxo: um
conflito entre as áreas de preservação e as áreas propícias à expansão. Enquanto, nos últimos anos o
poder público e a iniciativa privada vêem a área aterrada, periférica ao centro (da qual faz parte o
“Caminho Niemeyer”) como ponto de referência para o desenvolvimento da região e para onde, desde
então, estão sendo destinados recursos, a área consolidada, antiga e de relevância histórica, vem de
forma contínua e gradual vivendo um processo de estagnação, principalmente no perímetro formado
pela Rua Visconde de Sepetiba, Avenida Rio Branco, Rua Feliciano Sodré e Avenida Amaral Peixoto (fig.
17).
Fig. 17 Perímetro da área do Centro
No Centro de Niterói encontramos, algumas edificações que datam do final do séc. XIX e chegaram até
nossos dias. Muitas edificações do início do século XX, de arquitetura simples que constituem
importantes conjuntos de interesse de preservação e edificações em estilos de neocoloniais a ecléticos
coexistem com prédios novos. Nas quadras que compõem o conjunto histórico predominam o uso
residencial e gabarito de dois pavimentos, com alguns poucos exemplares de edificações de uso coletivo
e misto de gabarito até onze pavimentos.
Através de várias intervenções por planos urbanísticos, a malha do centro foi se expandindo e mudando
de caráter, mas esta estrutura colonial manteve-se concentrada na maior parte de sua área. As
exceções estão localizadas principalmente no entorno da Praça da República (fig.18), onde verifica-se
um caráter tipicamente institucional, com lotes de dimensões generosas, implantados conforme
desenhos urbanos e projetos do início do século XX.; no Aterrado São Lourenço (fig.19) também segue
com caráter institucional e grandes galpões, porém apresenta malha radial, cujo eixo encontra-se na
Avenida Jansen de Melo; e no eixo da Avenida Amaral Peixoto (década de 40) (fig.20) mantendo um
padrão de ocupação no modelo galeria, com lotes mais largos e profundos, gabarito mais elevado, se
comparado ao restante do centro.
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Fig. 18 Malha urbana do entorno da Praça da República, 1920
Fonte: PMN/UDU
Fig. 19 Niterói - Porto, perspecitva do Aterrado São Lourenço, 1920
Fonte: PMN/UDU
Fig. 20 Avenida Amaral Peixoto, 2004
Fonte: PMN/UDU
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Centro possui vários imóveis abandonados, apresentando um processo de degradação física relativa a
infra-estrutura e ao ambiente construído (fig.21).
Fig. 21 Imóvel na Rua São João
Da herança dos primeiros planos urbanísticos, no centro existem também praças importantes como a do
Rink, a da República e o Jardim São João. O Rink, já se chamou Campo de Dona Helena e Largo da
Memória; o Jardim São João, centro cívico da antiga Vila Real da Praia Grande e onde foi construída a
Igreja Matriz, era também a sede religiosa; já a Praça da República foi erguida para lembrar o fato
histórico e os homens que por ela lutaram, sendo que nos anos setenta foi totalmente destruída e no seu
lugar fincado o "esqueleto" do prédio do Palácio da Justiça Federal (fig.22). Este permaneceu inacabado
até o final da década de 80 quando foi implodido pelo Governo Estadual, atendendo aos apelos do
movimento popular e reconstruída a praça respeitando suas características originais, restituindo ao
centro um espaço importante de sua história.
Fig. 22 Foto do “esqueleto” do Prédio da Justiça Federal na Praça da República – 1980
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Fig. 23 Conjunto arquitetônico da Praça da República – 2005
No entorno da Praça da República está um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos do município
constituído pelos prédios do Liceu Nilo Peçanha, da Câmara Municipal, da Polícia Civil, do Palácio da
Justiça e da Biblioteca Pública Estadual. O conjunto arquitetônico do início do século XX tem as
edificações tombadas pelo Patrimônio Histórico Estadual (fig. 23).
É na área central que se encontra a maior parte dos espaços públicos, de lazer, cultura e de serviços
(salas de cinemas, a biblioteca estadual, o teatro municipal, associações como SESC e SENAC, as
praças Rink, São João e República). Porém, o que se percebe, pela localização destes espaços, é que
há uma concentração da maior parte destes ao lado sul da Av. Amaral Peixoto (nas imediações do Plaza
Shopping), enquanto na área localizada entre a Avenidas Amaral Peixoto e Feliciano Sodré, há somente
o Jardim São João como opção de lazer. A criação do Parque das Águas no topo do morro da Correção
e a transformação do antigo Abrigo de Bondes em um centro cultural, é uma oportunidade única para
direcionar atividades de lazer e cultura para esta área.
7.6. Econômicas
7.6.1. Comércio Formal
O mercado formal de trabalho em Niterói é basicamente formado pelo Terceiro Setor (comércio e
serviços). É no Centro que se concentra a maior quantidade de serviços e comércios da cidade
(principais agências bancárias, informática, imobiliárias, universidades, etc.) bem como repartições
públicas, escritórios de grandes empresas e sindicatos. Todas estas atividades contribuem para o
aumento da população flutuante representada pelo grande número de pessoas procedentes deste e de
municípios vizinhos.
O setor terciário vem crescendo rapidamente nos últimos anos, onde o comércio e serviços ocupam a
maior parte da força de trabalho e que por sua vez, proporcionam grande geração de renda. Neste
segmento também se encontram setores da alta, média e baixa tecnologia.
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As áreas de comércio e de serviço estão localizadas em torno das vias principais que apresentam
grande fluxo de veículos, como as avenidas Amaral Peixoto e Visconde do Rio Branco, as ruas da
Conceição, Cel. Gomes Machado, Visconde do Uruguai, Marechal Deodoro e o entorno das praças do
Rink e do Jardim São João. Em algumas quadras próximas a estas ruas se encontram vias destinadas à
circulação de pedestres, com comércio intenso. Aí se localiza também parte do comércio ambulante.
Pode-se considerar a Av. Amaral Peixoto como um eixo divisório em termos de distribuição e padrão de
serviços e comércio na área central. Nesta via concentram-se a maioria dos estabelecimentos bancários,
grande quantidade de lojas comerciais restaurantes, estabelecimentos de ordem institucional, etc.
Partindo daquela avenida em direção à rodoviária, concentram-se lojas de comércio variado (lojas de
ferramentas, equipamentos para consertos, artigos religiosos, etc), de padrão simples, destacando-se a
rua Marechal Deodoro que é referência no bairro do Centro, por aí estarem situadas lojas tradicionais de
móveis e luminárias. Já da Av. Amaral Peixoto em direção ao Plaza Shopping os estabelecimentos
comerciais apresentam padrão mais alto, buscando atender um consumidor mais exigente e também às
demandas surgidas em função deste shopping. Encontram-se, então, nas ruas da Conceição, Almirante
Teffé, Aurelino Leal, etc, lojas como sapatarias, lojas de roupas, restaurantes, etc e ainda existem
algumas lojas tradicionais de tecidos, de artigos para casa, papelarias, para citar uns exemplos (fig. 24).
Fig. 24 Comércio na área central
Baseado em pesquisa voltada para revitalização do comércio varejista e de serviços na região central de
Niterói, realizada pela Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Desenvolvimento, em 2002, foram
identificados os seguintes tipos de ocupação: comércio, 51,9%; serviços, 27,0%; outros 10,5% e
fechados, 10,6%. Nos itens relacionados como de comércio foram identificadas 1.165 unidades como
sendo: moda/casa, moda/acessórios, alimentação, suprimentos, saúde, lazer e cultura,
automóveis/autopeças. Os itens de serviços identificados (601 unidades) foram: assistência técnica,
restaurantes, serviços públicos, gráficas/fotos; escritórios, salões de beleza, consertos/manutenção,
lazer/hotéis. Já na categoria outros, constando de 233 unidades, tem-se: jornaleiros e quiosques,
estabelecimentos na área financeira, educação, saúde, templos religiosos, associações, indústria/agro-
negócios. Os estabelecimentos/lojas que estavam fechadas totalizavam 236 lojas.
Destaca-se que o comércio na área central é polarizado pela presença de centros comerciais como o
Bay Market, Niterói Shopping e o Plaza Shopping. Este último é também um elemento de grande
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importância para o bairro do Centro. Concentra o maior número de lojas de departamento, salas de
cinema e restaurantes na cidade, sendo este shopping o que causa maior impacto de atratividade de
pessoas e de outros tipos de comércio nas ruas adjacentes a este, inclusive o comércio informal. A sua
implantação na década de 1980, num primeiro momento, teve um impacto negativo sobre o comércio de
rua, mas posteriormente promoveu a requalificação e a valorização das áreas vizinhas. Apesar de uma
diminuição de atividades comerciais nos últimos anos em toda a área central, em torno do Plaza
Shopping houve um fortalecimento destas atividades, este se constituindo como um ‘pólo’ de atividades,
tanto durante o dia como também à noite.
Mesmo não possuindo um parque industrial diversificado, a cidade de Niterói sempre se destacou no
setor naval, que retoma a sua importância, sediada nos bairros da Ponta d’Areia e Ilha da Conceição.
Com o início das obras de dragagem do Porto de Niterói, vai-se permitir o aumento do calado
(profundidade) e a atracação de grandes embarcações. Serão retirados 400 mil metros cúbicos de
detritos do cais e do canal de acesso, aumentando a profundidade de três para oito metros. No total, R$
6 milhões serão investidos nas obras de dragagem, o que vai gerar, aproximadamente, 2.200 empregos
diretos e indiretos. A dragagem é o primeiro passo na recuperação da área portuária de Niterói, que
inclui ainda a reforma dos dois terminais, arrendados para atividades “offshore”, de reparos navais e
armazenamento de produtos agrícolas. A reabertura do porto consolida o desenvolvimento econômico
do município, que cresceu 10% em 2003, segundo a Fundação CIDE. Com o fim da obra a antiga
estação de trem, que servia de escoadouro das cargas abrem-se novas possibilidades de uso para a
edificação que precisam ser dicutidas no âmbito do projeto de reabilitação.
Com a abertura de novas oportunidades de trabalho ligadas também a indústria “off-shore”, espera-se
gerar no ano de 2006 mais de 1,9 mil empregos e um investimento na ordem de 50 milhões.21 Esta
perspectiva trás consigo a necessidade de ampliar a oferta de moradia temporária/permanente destinada
à mão-de-obra oriunda de outras cidades.22
Outro setor de crescimento nos últimos anos é o universitário. Muitas universidades se instalaram em
Niterói, sendo que a grande concentração se encontra na área central. Várias destas são privadas e
estão localizadas na área como: a Unipli, Universo e Faculdade Maria Thereza, além da Universidade
Federal Fluminense – UFF, referência nacional e que acolhe anualmente estudantes de todo o Estado
do Rio de Janeiro. No Centro também estão presentes os campi avançados das faculdades Cândido
Mendes, Estácio de Sá e Fundação Getúlio Vargas.
As principais unidades de saúde pública e privada do município também estão localizadas nesta área: o
Hospital Universitário Antônio Pedro, pertencente à Universidade Federal Fluminense, o Hospital do
IASERJ, pertencente ao Governo do Estado, e os hospitais particulares Santa Cruz e das Clínicas, além
de postos de saúde e clínicas médicas.
21 Fonte: Jornal “O Fluminense” – dia 08.01.2006 22 De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos cerca de 50% dos funcionários da industria naval são oriundos de outros estados. Fonte: Jornal “O Fluminense” – dia 08.01.2006 – Pág. 03
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O Município oferece incentivo fiscal para os imóveis de interesse preservação nas APA-U’s. Este
benefício, ao longo dos seus quase dez anos de vigência, vem, paulatinamente, contribuindo para a
recuperação de muitos imóveis, mas seu resultado ainda é pouco significativo no quadro geral, pois,
grande parte da população do centro não tem renda para o investimento inicial necessário para as
referidas obras (quanto maior o grau de deterioração/descaracterização do imóvel).
Para se fazer uma avaliação da dinâmica de atividades econômicas nesta área, utilizou-se dos dados
obtidos sobre a abertura e cancelamento de alvarás comerciais nos últimos anos para se observar a
intensidade (aumento ou diminuição) de atividades destes setores na área central. Dados
disponibilizados pela Secretaria Municipal de Fazenda em relação à concessão e baixas de alvarás
comerciais para a cidade de Niterói e para o Centro, mostram entre os anos de 2003 a 2005, ocorreu o
seguinte:
2000 2001 2002 2003 2004 2005 Niterói 2537 2358 3175 2797 2513 2085 Centro 795 689 1299 813 778 689 % 31,34% 29,22% 40,91% 29,07% 30,96% 33.05%
Fonte: PMN/SMF
Baixa de Alvarás 2003 2004 2005 Niterói 436 509 406 Centro nd nd nd
Fonte: PMN/SMF
O número de aberturas de alvarás foi maior que o número de baixas na cidade de Niterói. Percebe-se
que em relação ao número de aberturas de alvarás, este apresentou um crescimento nos anos 2002 e
2003, tanto em Niterói, como no Centro que em 2002 concentrou 40,91% dos novos alvarás, um
percentual extremamente significativo que desde então tem permanecido na faixa entre 30 e 40%.
7.6.2. Comércio Informal
O processo de terceirização da economia teve como conseqüências situações como diminuição de
contratos com carteira assinada, achatamento de salários, etc. Existe ainda, além desta conjuntura, uma
outra, formada por aqueles que constituem o mercado informal de trabalho, formada por trabalhadores
autônomos, sem vínculos empregatícios, onde a categoria dos vendedores ambulantes ou camelôs é a
mais expressiva. Estes vendem toda sorte de mercadorias, ocupando as ruas e praças das cidades,
constituindo um desafio aos governos locais à adequação e ajuste destes no espaço social.
A Secretaria Municipal de Segurança e Direitos Humanos tem realizado um trabalho de ordenação dos
ambulantes no Centro de Niterói. Esta disponibilizou dados a respeito do comércio informal (ver Tabela
abaixo) nesta área que se concentra em trechos de ruas de pedestres como a Visconde do Uruguai, São
Pedro, São João, e outras como a Av. Rio Branco, etc (fig.25). São expostas diversas mercadorias,
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desde objetos de uso pessoal, utensílios para casa, etc, até aparelhos de pequeno e médio porte. Entre
2000 e 2004 houve um crescimento moderado quanto ao número de vendedores ambulantes
legalizados. De acordo com o estudo desenvolvido por aquela Secretaria, observou-se que houve uma
lacuna no ano de 2005, onde “nenhum ambulante que comercializava na Cidade era licenciado, pois o
prazo de todas as licenças havia expirado em 31/12/2004”.
Fig. 25 Comércio informal em ruas de pedestres
NÚMERO DE AMBULANTES DO CENTRO DA CIDADE – PERÍODO DE 2000 A 2006
ANOS / SITUAÇÃO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Legalizados 442 420 370 450 450 0 172
Não legalizados (estimativa) 200 200 250 180 180 620 0
Fonte: PMN/SSP
A Secretaria Municipal de Segurança e Direitos Humanos juntamente com a Diretoria da Associação dos
Vendedores Ambulantes Licenciados de Niterói (AVALN) teve a preocupação de buscar uma solução
democrática que atendesse aos vendedores ambulantes. Foi realizado um cadastramento. Exigiu-se,
portanto, que aqueles fossem moradores de Niterói e dependentes economicamente da atividade para
seu sustento. Apesar disto, durante o processo foram constatadas várias irregularidades como: sub-
locação de barracas, “terceirização” de mão de obra (pessoas “donas” de mais de 20 pontos que
contratavam terceiros para trabalhar nestes locais); barracas em nome de pessoas falecidas, ambulantes
com renda mensal variando de R$2.000,00 a R$14.000,00; pessoas se cadastrando com documentos
falsos; venda de mercadorias pirateadas e/ou de origem duvidosa, etc.23 Ao final, 2006 foram
licenciados 172 ambulantes.
7.7. Estado dos Bens Tombados24
23 Projeto – “Ambulantes em cena: uma oportunidade” - Secretaria Municipal de Segurança e Direitos Humanos, 2006. 24 Texto fornecido pelo DEPAC/Secretaria de Cultura/PMN
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A preservação dos bens em uma sociedade é fruto de seu interesse em preservar sua memória. Os
instrumentos jurídicos instituídos pelo Poder Público legitimam essa vontade, sendo assim os
instrumentos pelos quais é garantido o interesse público.
A Constituição de 1934 instituiu, pela primeira vez no Brasil, a prerrogativa do Poder Público, através de
ato próprio, em determinar a proteção dos bens de interesse cultural.
Através do Decreto-lei 25/1937, o Governo Federal organizou a proteção do patrimônio histórico e
artístico nacional, através da instituição do tombamento federal. Sucessivamente, Brasil afora, estados e
municípios foram também estabelecendo seus instrumentos jurídicos de proteção do patrimônio cultural,
sendo hoje comum às cidades brasileiras terem bens tombados nas três esferas de governo.
Em 1988, a nova Constituição expressa uma evolução desse conceito, passando a proteção do
patrimônio cultural a ser um dever do Poder Público.
Como fruto de apelo popular, em 1990, Niterói promulga a Lei nº827, conhecida como Lei do Patrimônio
e que regula o instituto do tombamento na esfera municipal. Estabelece como órgão gestor o Conselho
Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (CMPC), cuja constituição compreende também
representantes da sociedade civil organizada.
Com a evolução do conceito de preservação de bens notáveis para dos ambientes urbanos que
testemunham a memória da cidade, em 1992 o Plano Diretor de Niterói cria as três primeiras áreas
protegidas – Áreas de Preservação do Ambiente Urbano (APA-U), quais sejam: Centro, São Domingos/
Gragoatá/ Boa viagem e Ponta d’Areia. Segundo o texto legal, a APA-U é “...aquela que testemunha a
formação da cidade e cujo significado se identifica ainda com a escala tradicional, devendo por essa
razão, ter protegidas e conservadas as principais relações ambientais dos seus suportes físicos,
constituídos pelos espaços de ruas, praças e outros logradouros, bem como a volumetria das edificações
em geral, e, ainda para qual deverão ser criados mecanismos de estímulo para atividades típicas ou
compatíveis com objetivos de revitalização dessas áreas, preservando e estimulando seus aspectos
sócio-econômicos e culturais” (PMN,1993,p9). As três áreas citadas situam-se na área central de Niterói
e contabilizam aproximadamente 2775 imóveis, conforme apresenta o quadro 2.
No intuito de compatibilizar a preservação com a continuidade da evolução urbana, a partir de vistorias
realizadas pela Secretaria de Cultura, foram identificados:
a) imóveis de interesse de preservação – “aqueles cujas fachadas e telhados, bem como características
arquitetônicas, artísticas e ornamentais originais devem ser preservadas ou restauradas” (Lei
nº1967/02);
b) imóveis de interesse de preservação parcial – “aqueles cujo interesse de preservação restringe-se à
altura e aos elementos de fachada que compõem o conjunto arquitetônico” (Lei nº1967/02);
c) imóveis passíveis de renovação (todos os demais) – “aqueles que podem ser modificados,
substituídos e demolidos na sua totalidade” (Lei nº1967/02).
Para fins de regulamentação e gestão dessas áreas, foram instituídos os seguintes documentos legais:
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Regulamentação das APA-U: define normas e parâmetros de ocupação compatíveis com os conjuntos
preservados. Lei nº 1451/95, revogada pela Lei nº1967/02 (PUR/PB)
Listagem dos imóveis de interesse de preservação: Lei nº1446/95, revogada pela Lei nº 1967/02
(PUR/PB)
Criação da Comissão das APA-U: cria a comissão gestora das APA-U. Lei nº1447/95;
Incentivo fiscal para imóveis preservados e tombados: define abatimento de IPTU de 75% para os
imóveis preservados e isenção para os tombados. Decreto 7.135/95 (que modificou o Decreto 7103/94);
Critérios para publicidade: Estabelece as normas para instalação de publicidade nos imóveis nas APA-U.
Decreto 9179/03.
No âmbito municipal, a Secretaria de Cultura é o órgão responsável pela proteção dos bens e áreas de
identidade cultural na cidade de Niterói. Esta função, à luz dos limites legais, é compartilhada ou
delegada aos organismos com atribuições específicas:
• Para deliberação sobre APA-U – Comissão Executiva das APA-U (composta de membros das
Secretarias de Cultura e de Urbanismo);
• Para deliberação sobre bens tombados municipais – Conselho Municipal de Proteção do
Patrimônio Cultural (CMPC);
• Para deliberação sobre bens tombados estaduais – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
(INEPAC);
• Para deliberação sobre bens tombados federais – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN).
Na atuação da salvaguarda de bens e áreas protegidas nesses 25 anos, desde a Lei do Patrimônio, em
1990, contabilizamos hoje 40 tombamentos municipais dentre estes 32 na área central (vide quadro 1) e
aproximadamente 09 bens em processo de tombamento.
Quanto às áreas de preservação, desde sua regulamentação e instituição da Comissão Executiva, em
1995, é feito um trabalho regular na análise e orientação das intervenções pretendidas pelos
proprietários/usuários nos imóveis. O decreto de incentivo fiscal citado tem sido um catalisador para a
recuperação dos imóveis, porém ainda em pequena escala. Arriscamos afirmar que esta situação deve-
se em parte ao fato de muitos imóveis serem alugados (neste caso o IPTU é pago pelo inquilino,
despertando pouco interesse do proprietário em investir nas obras de recuperação) e mesmo a falta de
recursos dos proprietários para arcar com os custos das obras de recuperação, recaracterização ou
apenas conservação dos imóveis, condição mínima e necessária para usufruto do benefício fiscal.
Os quadros e mapas anexos apresentam dados sintéticos sobre os bens tombados e as áreas de
preservação situados na área central de Niterói.
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QUADRO 1 (ANEXO 04) “Listagem atualizada dos bens tombados na subregião Centro do município
de Niterói e respectivo estado de conservação abril/2006” - apresenta a relação dos bens tombados,
situados na área central, informando a esfera governamental do tombamento e o estado de conservação
atual do imóvel, sendo para este adotado o seguinte critério:
a) bom – o imóvel está íntegro
b) regular – o imóvel necessita de algum reparo ou recaracterização de algum elemento ou parte
da construção
c) ruim – o imóvel necessita de muitos reparos podendo estar em estado de degradação avançado
O Mapa 1 (ANEXO 05) localiza no mapa da cidade os imóveis relacionados no QUADRO 1.
O Quadro a seguir resume o quantitativo dos imóveis nas APA-U:
NÚMERO DE IMÓVEIS DAS APAU´s DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
APA-Us Imóveis de Preservação
Imóveis de e de Preservação
Parcial Sub-total
Imóveis de Preservação e de Renovação
Total de Imóveis
Centro 473 119 592 1210 1802 São Domingos/ Gragoatá/ Boa Viagem
241 22 263 220 483
Ponta d’Areia 255 5 260 230 490 TOTAL 969 146 1115 1660 2775 Fonte: PMN/DEPAC
7.8. Situação das Praças
Um dos objetivos do Viva Centro é a requalificação do espaço público e em função disto foi realizado
um levantamento da situação de todas as praças da área de estudo (ANEXO 06).
7.9. Sistema de Transportes
Descrever o sistema de transportes de Niterói envolve o entendimento dos sistemas das áreas
adjacentes, ou seja, municípios limítrofes, como Rio de Janeiro, Tanguá, Itaboraí, Maricá e São Gonçalo.
De acordo com a análise contida no Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) elaborado pelo governo
estadual, a rede municipal de transportes de Niterói é apoiada em um grupo de corredores radiais que
ligam os diversos bairros ao Centro da cidade. Na área central a região em torno do Terminal João
Goulart e da Estação das Barcas, na Praça Araribóia se destaca como ponto de maior atração. O Centro
atrai grande número de pessoas se deslocando, por ser ponto de passagem em direção ao Rio de
Janeiro — através das barcas, aerobarcos e ônibus — e por ser a sede do novo terminal rodoviário que
disciplinou o tráfego de veículos no Centro com a implantação de uma faixa seletiva para coletivos. A
Praça Araribóia, fronteiriça à estação das Barcas, continua a ser um dos lugares com maior
movimentação de pedestres e veículos de Niterói. A rede intermunicipal de transporte por ônibus se
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sobrepõe à rede municipal, ligando Niterói aos municípios de São Gonçalo, Itaboraí, Rio de Janeiro e
Maricá apresentando linhas com itinerários e horários similares dentro de Niterói, o que acarreta
congestionamentos constantes. Além disso, nos últimos tempos vem crescendo o número de vans
(veículos de pequeno porte que surgem competindo com as linhas regulares de transporte coletivo)
principalmente na área central de Niterói.
Os corredores de transporte do Centro conectam-se nos seus extremos a um conjunto de vias da malha
urbana que servem como rede de distribuição para linhas municipais e intermunicipais. Por estas vias
que se abrem nos extremos é que são realizadas as ligações do Centro da cidade às regiões do
Gragoatá, Ingá e Icaraí. Este tipo de distribuição ocorre nos seguintes pontos:
• No Centro da cidade, entre a Av. Feliciano Sodré e R. Doutor Celestino, no sentido perpendicular
à Baía de Guanabara, e as Avenidas Churchill e Jansen de Melo;
• No Gragoatá e Ingá, as Ruas Guilherme Briggs, General Osório, General Andrade Neves,
Tiradentes e Pres. Pedreira, no sentido longitudinal, e Ruas José Bonifácio, Professor Lara
Vilela, Professor Ernani Pires de Melo, Visconde de Morais, Badger da Silveira, Dr. Nilo
Peçanha, Pereira Nunes, Dr. Paulo Alves, 15 de Novembro;
A cidade de Niterói por suas características geográficas é passagem de veículos na ligação Norte-Sul do
Estado (fig 26); e esta ligação é beneficiada pela Ponte Presidente Costa e Silva (BR-101). Além disso,
tem o privilégio de ser acessada tanto por meios de transporte rodoviários quanto hidroviários. Há ainda,
porém quase desativado, um ramal ferroviário que faz a ligação de Niterói (início no Bairro do Barreto –
Região Norte) a Campos dos Goytacazes. O trecho deste ramal entre a Estação da Leopoldina, no
Barreto, e Guaxindiba, em São Gonçalo, está sendo incorporado no projeto da Linha 3 do metrô, cuja
construção já foi licitada pelo Governo do Estado, mas que permanece sem previsão de início.
Fig. 26 Área central de Niterói com seus principais eixos de ligacão
Fonte . Landsat 7 - 2000
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O modo hidroviário existente destina-se eminentemente ao transporte de passageiros através de barcas,
aerobarcos e catamarães fazendo a ligação da cidade de Niterói (Praça Araribóia e Charitas fig. 27 e
28) - com o Centro do Rio de Janeiro – Praça XV. Até meados dos anos 80, as barcas desempenhavam
intensamente sua função de transporte de massa, devido às tarifas acessíveis e ao volume de
passageiros transportados. Atualmente a estação hidroviária das Barcas localizada no Centro de Niterói
é a principal linha operada pela empresa Barcas S. A. (fig 29 e 30), que possui mais 5 outras linhas,
duas delas na Baía de Guanabara. Atende diariamente 75 mil passageiros nos dias úteis no transporte
da linha Rio/Niterói. O percurso entre as duas cidades é de aproximadamente 3.5 km e a duração da
viagem é de 20 minutos e seu funcionamento diário é com saídas de 15 em 15 minutos (horário normal)
e 8 minutos (horário do rush). Entre os planos de modernização da empresa está a operação de
embarcações mais modernas, com duas proas, eliminando o tempo de manobra e operando numa
velocidade maior, reduzindo o tempo de travessia para aproximadamente 12 minutos.
Fig. 27 Localização da Estação Charitas.
Fig. 28 Estação Charitas.
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Fig. 29 Localização da Estação Araribóia
Fig. 30 Barcas S/A.
Já a Linha dos Catamarães Charitas – Praça XV, também operada pelas Barcas SA, iniciou sua
operação em novembro de 2004, transportando aproximadamente 5 mil passageiros/dia, funcionando
apenas nos dias úteis (Barcas S.A). A estação, projetada por Oscar Niemeyer, constitui uma atração
turística e permite um acesso mais imediato ao circuito dos fortes de Niterói.
O transporte hidroviário de cargas através de um porto marítimo em Niterói, desde a sua inauguração em
1925, fora próspero devido ao escoamento de produtos agrícolas que vinham do interior. Na década de
80 conseguiu manter-se ativo, porém bastante restrito atendendo somente à importação de trigo para o
abastecimento do Moinho Atlântico – fábrica de farinha. Atualmente empresta suas instalações para a
armazenagem de produtos offshore, pois deixou de operar desde junho de 2004. Entretanto, por estar
situado na Baía de Guanabara permite a atracação de navios na capital do Estado do Rio de Janeiro, o
porto (fig 31 e 32) possui, ainda, um bom potencial comercial a desenvolver, tanto no que se refere à
ampliação de sua operacionalidade, atraindo novas cargas para o cais, como no atendimento de
demandas específicas geradas, sobretudo no contexto das atividades de reparos navais e de apoio
offshore.
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Fig. 31 Localização do Porto de Niterói.
Fig. 32 Porto de Niterói.
Em relação aos acessos rodoviários, a malha urbana atual teve sua formação através de uma seqüência
de aterros como podemos ver nas cinco figuras seguintes:
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Fig. 33 Evolução da Malha Viária
Fonte: Arquivo UDU/PMN.
Tradicionalmente as vias de maior utilização para a entrada e saída do Centro de Niterói formam um
quadrilátero (ver fig.34): Av. Visconde do Rio Branco, Av. Jansen de Mello/Marquês do Paraná, Av.
Feliciano Sodré e Av. Amaral Peixoto. Estes eixos fazem importantes ligações do Centro com outros
bairros e regiões da cidade, assim como, com outros municípios como São Gonçalo e Rio de Janeiro.
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Fig. 34 Quadrilátero formado pelas vias de maior circulação centro.
Como pode ser visto até agora, o Centro de Niterói possui uma localização estratégica em relação aos
municípios vizinhos, permitindo opções de acessos tanto rodoviário, como hidroviário, atraindo com isso
os fluxos dos moradores da cidade que possuem como destino principalmente as cidades de São
Gonçalo e Rio de Janeiro. A modalidade hidroviária hoje não assume na ligação com o Rio de Janeiro
características de transporte de massa, pois há também a possibilidade de escolha por parte dos
passageiros pelo acesso rodoviário feito através da ponte Rio-Niterói. A partir da inauguração desta em
1974, ocorreu a entrada em operação de linhas de transporte rodoviário competindo diretamente com o
sistema hidroviário. A Ponte Presidente Costa e Silva, também conhecida como Rio-Niterói, possui
aproximadamente 13 km de extensão e une os municípios do Leste Metropolitano à capital do Estado do
Rio de Janeiro. O fluxo diário médio é de cerca de 135 mil veículos em ambos os sentidos, sendo que o
pedágio é unidirecional (somente sentido Niterói). O tráfego de caminhões é proibido entre 4h e 22h, o
que possibilitou o aumento de 3 para 4 faixas por pista (através da redução da largura das mesmas).
Com isso, a capacidade da via passou de 6 mil para 7,5 mil veículos por hora (segundo dados da Ponte
SA, a concessionária responsável). A questão fundamental do trânsito na Ponte é a sua capacidade de
descarga, prejudicada pela existência de congestionamentos em seus dois bordos. Como ela une duas
grandes áreas centrais saturadas, o tráfego não tem para onde fluir após as saídas acarretando, assim,
a expansão da retenção ao longo de toda a Ponte.
Desta forma, deve-se priorizar o tratamento do trânsito nos seus acessos de entrada e saída, pois
enquanto a situação perdurar a ampliação da via não passará de um aumento da área de acumulação
de veículos.
A linha de barcas que faz a ligação Praça XV-Niterói é a maior do Brasil, em número de passageiros,
frota e capacidade das embarcações, porém, é possível constatar que nos últimos anos o número total
de passageiros transportados vem sofrendo um decréscimo. A média diária de passageiros em dias úteis
sofreu significativas alterações, passando de 71.500 passageiros transportados no final de 1998 para
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52.500 no final de 2003. Segundo a Barcas S. A operadora do sistema, a redução na demanda a partir
do ano de 2002 deve-se à necessidade de revitalização da frota operante iniciada a partir do ano 2002.
De acordo com dados da Ponte S.A. (2004), cerca de 75 mil passageiros são transportados por barcas,
sendo, porém, o transporte coletivo por ônibus e por automóveis os mais utilizados, deslocando cerca de
121.000 passageiros/dia, tendo um fluxo de veículos pendular, ou seja, todos os veículos vão e voltam
de Niterói para o Rio de Janeiro e vice-versa, sendo feita por isso a cobrança de pedágio somente em
um sentido.
Embora haja essas opções de modos diferenciados de transporte coletivo, o modo rodoviário supera o
hidroviário em volume de passageiros transportados/dia, como veremos na tabela a seguir. O Terminal
Rodoviário João Goulart recebe diariamente 400.000 pessoas de vários municípios como Itaboraí,
Tanguá, São Gonçalo, Maricá, Rio Bonito, Nilópolis, Nova Iguaçu, Araruama e Rio de Janeiro.
(NITER/PMN). Podemos visualizar o volume de linhas de ônibus que circulam pelo Centro na mapa de
Itinerários Municipais (ANEXO 07).
MODO DE TRANSPORTE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS/DIA
Barcas Centro - RioxAraribóia 75.000
Catamarães e Aerobarcos Centro – RioxAraribóia 18.000
Catamarães Charitas - RioxCharitas 5.000
Total Modal Hidroviário 98.000
Terminal Rodoviário Urbano João Goulart 350.000
Terminal Rodoviário Roberto Silveira 4.500 a 5.000 (média de partidas e chegadas)
Total Modal Rodoviário Coletivo 355.000
Em relação aos acessos rodoviários, as opções coletivas atuais são representadas pelos ônibus
municipais, intermunicipais e interestaduais, além das vans regulamentadas ou não. Existem dois
terminais rodoviários no Centro:
� O Terminal Rodoviário Urbano João Goulart, obra finalizada em 1995 recebe atualmente cerca de
108 linhas de ônibus, sendo 28 municipais e 80 intermunicipais, dispostas em 87 baias de
embarque/desembarque distribuídas em sete plataformas (NITER/PMN). Um dos maiores problemas
do bairro, a poluição do ar provocada pelo grande número de veículos em circulação, começou a
melhorar assim que ficou pronto este Terminal Rodoviário onde fazem ponto dezenas de linhas de
ônibus, antes espalhados pelas ruas do Centro. Face à sua posição estratégica em relação ao
terminal hidroviário que efetua a ligação, em barcas e aerobarcos com o Rio de Janeiro e pelo fato
de se situar no centro de Niterói (o maior pólo de comércio e serviço de toda zona leste da região
metropolitana), o terminal João Goulart transformou-se em ponto metropolitano estratégico de
conexão intermodal ônibus-barcas e um dos mais movimentados terminais de toda a região
metropolitana (350 mil usuários embarcando e desembarcando por dia)(NITER/PMN).
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Fig. 35 Terminal Rodoviário João Goulart –
Foto: Celso Brando - 1996
� O Terminal Rodoviário Roberto Silveira atende a 23 empresas de ônibus que operam 60 linhas,
sendo 36 intermunicipais e 24 interestaduais. O movimento de passageiros/ dia é de 4.500 a 5.000,
incluindo as chegadas e as saídas (SOCICAM Terminais de Passageiros).
Para melhor ilustrar o volume da movimentação rodoviária presente atualmente na área central da
cidade serão apresentados mapas com o número de linhas municipais e intermunicipais que circulam
pelas principais vias do centro.
Conforme mencionado anteriormente, existe um tráfego de passagem em Niterói devido, principalmente,
a três fatores correlacionados (PDTU - Plano Diretor de Transporte Urbano):
• Efeito da polarização da economia no Rio de Janeiro e Niterói, sendo este último em menor
escala;
• Utilização da infra-estrutura viária de Niterói para se chegar à Ponte e, posteriormente, ao Rio de
Janeiro;
• A Ponte Rio-Niterói é a principal ligação dos municípios do leste da Região Metropolitana com a
Cidade do Rio de Janeiro.
As figuras a seguir (fig 36 e 37) apresentam a alocação do tráfego viário na rede, separados em
transporte coletivo e individual. Por elas é possível se verificar a concentração de veículos nos acessos à
Ponte Rio-Niterói à partir dos eixos viários descritos.
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Fig. 36 Carregamento da rede viária pelo transporte individual
Fig. 37 Carregamento da rede viária pelo transporte coletivo
7.9.1. Classificação Funcional das Vias
Dentro da área urbana da cidade existem, atualmente, vários tipos de vias de circulação (ruas), com
funções diferenciadas: circulação de carros, de ônibus e caminhões, de bicicletas ou apenas circulação
de pedestres.
É necessário saber qual tipo de veículo e de função que a rua tem, pois além de conter as atividades ao
longo dela, esta também serve de passagem aos veículos que se destinam à outras ruas.
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Para preservar o equilíbrio na circulação da cidade faz-se necessário definir as funções das vias, isto é,
o papel desempenhado por cada via no conjunto da cidade. Por isso ela recebe diferentes classificações:
via local, via coletora, via arterial.
Na leitura da hierarquização viária do Centro observam-se alguns eixos viários importantes, que
funcionam como um esqueleto estrutural que define a circulação principal da área central e na qual estão
apoiadas as demais vias. Estes eixos estruturais são representados pelas avenidas Visconde do Rio
Branco, Jansen de Mello/Marquês do Paraná, Ernani do Amaral Peixoto, Feliciano Sodré e Dr. Celestino
que se classificam naturalmente como vias arteriais principais.
Além dessas, existem também as vias arteriais secundárias: Rua da Conceição, Rua Saldanha Marinho,
Rua Barão do Amazonas, Rua Visconde de Sepetiba, Rua Badjer da Silveira e Rua Hernani Pires de
Mello.
Foram classificadas como coletoras as seguintes vias que interligam vias arteriais, que levam ao interior
de áreas do centro, ou mesmo que fazem a conexão da área central com bairros vizinhos:
Que interligam vias arteriais Que levam ao interior do centro Que fazem a conexão com bairros vizinhos
Rua São João Rua Cel. Miranda O conjunto Rua Gal.Andrade Neves/ Rua José Bonifácio
Rua Cel. Gomes Machado Rua São Diogo O conjunto Av. Visconde do Rio
Branco, Rua Guilherme Briggs/ Rua Alexandre Moura
O conjunto Rua Marquês de Olinda, Djalma Dutra e Euzébio de Queiroz
O conjunto das ruas José Clemente/Rua Eduardo Luiz Gomes
Rua Visconde do Uruguai, Rua Dr. Borman
A partir desta leitura e apoiados numa base cartográfica georeferenciada, segue o mapa de
hierarquização viária da área de estudo (ANEXO 08). Também foram identificados neste mapa os
equipamentos coletivos de transporte: Terminal Rodoviário Urbano João Goulart, Terminal Rodoviário
Roberto Silveira, Estação das Barcas e Estação dos Catamarães/Aerobarcos.
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PARTE 2 Projetos e Propostas
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8. PROJETOS EXISTENTES PARA A ÁREA Projetos e estudos para o Centro de Niterói – em fase de execução (agosto de 2006) Plano ou projeto Objetivo Propostas Área Agentes CAMINHO NIEMEYER
Visa organizar o conjunto arquitetônico do arquiteto Oscar Niemeyer para desenvolver o turismo, a arte, a cultura e a economia da cidade.
Concluídas: - Museu de Arte Contemporânea - Praça JK e Estacionamento Subterrâneo; - Memorial Roberto Silveira; Em andamento: - Centro Petrobrás de Cinema; - Teatro Popular; - Fundação Oscar Niemeyer; Previstas: - Novo Terminal Hidroviário de Embarque e Desembarque de Passageiros; - Catedral Católica; - Cidade Judiciária Federal Em discussão - Aquário - Cidade Judiciária do Estado
Centro/ São Domingos/ Gragoatá e Boa Viagem. Aterro da Praia Grande localizado às margens da Baía de Guanabara, num perímetro que vai desde a Ponta d'Areia até o Mirante da Boa Viagem.
Prefeitura, Iniciativa Privada, Governo Federal, CEF.
ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE CENTRO DE CONVENÇÕES
Formulação de estratégias direcionadas para o desenvolvimento econômico da área central.
Estudo de viabilidade econômica para implantação de Centro de Convenções/Hotel (concluído) Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico (Máster Plan) da área de influência do Centro de Convenções (concluído). Articular a atração de investimentos e negócios para a área central (em andamento)
Centro. Terreno onde se encontra a Concha Acústica, Centro, ou no Caminho Niemeyer, no lugar em que estava previsto o Templo Batista
Prefeitura, iniciativa privada e consultorias externas.
JARDIM SÃO JOÃO Requalificação urbanística do Jardim e do seu entorno e valorização do conjunto arquitetônico
Unificação e modificação dos três segmentos que compõe o Jardim Implantação de infra-estrutura de apoio a atividades Valorização paisagística da catedral de São João Transformação das vias perimetrais com mudanças de pavimentação e sistema físico funcional. Em fase de projeto executivo
Centro. Quadrilátero entre as ruas Barão de Amazonas, São Pedro, São João e Visconde de Uruguai
Prefeitura e BID
PRAÇA LEONI RAMOS
Requalificação urbanística do Praça e do seu entorno e valorização do conjunto arquitetônico
Tratamento paisagístico que inclui o enterramento da fiação elétrica Nova pavimentação das vias perimetrais com priorização do pedestre Obra em fase de licitação
São Domingos. Entre as ruas Guilherme Briggs e Coronel Tamarindo, frente à Estação Cantareira
Governo Federal, Prefeitura e BID
PARQUE DAS ÁGUAS
Preservação ambiental do Morro da Correção e implantação de uma área de lazer no Centro
Requalificação florística do Morro Valorização do reservatório da Correção, tombado pelo INEPAC Implantação de trilhas e equipamentos de lazer Centro de referência ambiental com auditório e sala de exposições Construção de elevador, instalações de apoio e rampa de acesso
Quadrilátero entre as ruas São João, Visconde de Sepetiba, Coronel Gomes Machado e Avenida Marquês de Paraná
Águas de Niterói, Prefeitura e BID
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(Segunda fase) Primeira fase concluída. Segunda fase em projeto executivo
ENTORNO DO MERCADO SÃO PEDRO
Requalificação do entorno do Mercado São Pedro
Reordenamento da via frente ao mercado com definição de espaços de estacionamento, embarque e desembarque, novo acesso à Colônia Z-7
Ponta da Areia. Trecho da Av. Visconde do Rio Branco entre a Av. Feliciano Sodré e Rua Silva Jardim
Prefeitura
CASA DE CULTURA NORIVAL DE FREITAS
Recuperar os espaços da edificação, que data do final do século XIX e que foi desapropriada passando a fazer parte do patrimônio histórico da cidade situada a 50 metros do Jardim São João. O espaço será gerenciado pela Fundação de Educação e incluirá uma biblioteca. Situação Física: Obra não iniciada, prevista para começar no segundo semestre de 2006.
Centro. Rua Maestro Felício Toledo, próxima ao Jardim São João.
Prefeitura de Niterói e iniciativa privada.
Projetos de mobilidade e infra-estrutura urbana PLANO DIRETOR DE TRÂNSITO E TRANSPORTE
Implantação d um sistema integrado de mobilidade urbana
Reordenamento do trânsito Reorganização dos transportes com integração modal e intermodal Modernização e informatização do controle de trânsito Intervenções no sistema viário Planejamento de médio e longo prazo com inclusão de planos regionais
Niterói Prefeitura, iniciativa privada e BID
CICLOVIA CIRCUITO UNIVERSITÁRIO
Promover alternativas não motorizadas de mobilidade no Centro.
Projeto de ciclovia com 5km de extensão ligando os bairros do Centro, São Domingos, Gragoatá e Boa Viagem (em fase de discussão após reformulação do projeto e do traçado).
Bairros do Centro, São Domingos, Gragoatá e Boa Viagem
Prefeitura de Niterói, Ministério das Cidades e Caixa Econômica Federal
DUPLICAÇÃO CAPACIDADE DA ETE DE TOQUE TOQUE
Modernização da infra-estrutura de saneamento ambiental
Ampliação da capacidade de tratamento de esgotos da sub-bacia Centro/ Fonseca e modernização das redes coletoras
Ponta d’Areia Águas de Niterói
Projetos em parceria com a iniciativa privada Plano Objetivo Projeto/Propostas Área Agentes CENTRO CULTURAL ABRIGO DE BONDES
Criação de espaço cultural no prédio do Antigo Abrigo de Bondes com a recuperação da edificação.
Associação com importante rede de supermercados que ocupará a área remanescente para desenvolvimento do projeto de restauro do pavilhão tombado pelo Patrimônio Histórico
Centro, entre as ruas Jansen de Melo, Marechal Deodoro e São João.
Prefeitura e iniciativa privada.
ESTAÇÃO CANTAREIRA (proj. privado -Barcas SA)
Criação de casa de espetáculos aproveitando a área da antiga oficina de embarcações da Cantareira.
- Utilização das instalações pelo Corpo de Balé do Teatro Municipal de Niterói; - Praça central com palco para apresentações do grupo e outras atrações; - Ao redor da praça serão distribuídas lojas e áreas de convívio.
São Domingos, Centro. Prefeitura e Concessionária Barcas SA.
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Programa EMPLENET (através de convênio com o Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM)
Projeto de cooperação entre Europa e América Latina, direcionado à promoção do desenvolvimento nos países da América latina mediante a utilização das TCIs (tecnologias da informação e a comunicação).
Projeto: “legalizar sua empresa é fácil” como um apêndice do Convênio firmado entre a Prefeitura Municipal e o IBAM. Projeto: “Niterói na passarela da moda”. O Projeto visa incentivar e apoiar a indústria da moda no município de Niterói.
Projeto: “Estímulo ao consumo na cidade” Visando aumentar as vendas no comércio varejista, tendo como conseqüência a elevação da auto-estima dos comerciantes e o aumento da arrecadação tributária no Município e no Estado. Projeto: Convênio entre a Prefeitura e FECOMÉRCIO (protocolo de intenções assinado em agosto de 2005). O projeto inicial, limitado a pesquisas do Instituto FECOMÉRCIO, foi ampliado com a integração do SENAC que desenvolve junto com o SEBRAE o projeto UNIR E VENCER, implantados em pólos comerciais.
Área Central Países Sócios, Prefeitura, IBAM, SENAC, SEBRAE, FECOMERCIO.
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O Programa Viva Centro engloba todas as iniciativas públicas e em parceria que atuam sobre a área
central de Niterói. Podemos agrupar estas iniciativas em:
• Conjunto de projetos do Caminho Niemeyer
• Projetos de requalificação do espaço urbano promovidos pelo poder público
• Projetos de infra-estrutura e mobilidade urbana
• Projetos em parceria com a iniciativa privada
8.1. Caminho Niemeyer
O conjunto de obras denominado Caminho Niemeyer foi concebido na administração Jorge Roberto
Silveira (1997/2000), tendo passado por diferentes modelagens de gestão quando à forma de
materialização das obras previstas. Na última delas optou-se por financiar com recursos municipais um
prédio âncora – o escolhido foi o Teatro Popular, mas quando a atual gestão assumiu havia apenas
quatro estruturas inacabadas e sem perspectivas de conclusão. Optou-se então por rediscutir a forma de
gestão das obras e dos espaços resultantes, e buscar a integração com a cidade existente de forma a
otimizar o seu inegável potencial enquanto excepcional conjunto arquitetônico da autoria do maior
mestre vivo da Arquitetura Moderna e que já havia deixado a sua marca na cidade com o Museu de Arte
Contemporânea, construído na administração João Sampaio (1993/1996).
O MAC, hoje símbolo da Cidade de Niterói, foi a mola impulsionadora de um projeto que visa organizar
possivelmente o segundo maior conjunto arquitetônico em número de edificações projetadas por este
renomado arquiteto - o Caminho Niemeyer. “Com exceção de Brasília, não há outra cidade no Brasil que
abrigue tantas obras do arquiteto Oscar Niemeyer” 25. O MAC é apenas uma das várias obras que
compõem o Caminho Niemeyer, com “espaço de nível internacional para exposições e congressos,
suficientes para desenvolver não só o turismo, mas a arte, a cultura e a economia da cidade” 26.
Localizado às margens da Baia da Guanabara, num perímetro que vai desde o Aterrado Norte, onde se
situa a maior concentração de edificações, até o Mirante da Boa Viagem, o Caminho Niemeyer foi
consagrado na mais recente legislação para o Centro (Lei 1967/02) como Área de Especial Interesse
Urbanístico.
Fig. 38 Croquis das obras do Caminho Niemeyer
25 Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão da Prefeitura de Niterói. Niterói – Prazer em viver aqui. Rio de Janeiro, 2005 26 Depoimento de Jorge Roberto da Silveira, então prefeito da Cidade de Niterói quando do lançamento do Projeto de Criação do Caminho Niemeyer.
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Dentre as obras concluídas estão o Estacionamento Subterrâneo e a Praça JK, o Memorial Roberto
Silveira, além do Museu de Arte Contemporânea; em andamento estão o Centro Petrobrás de Cinema, o
Teatro do Povo e a Fundação Oscar Niemeyer (ainda na estrutura), o Novo Terminal de Embarque e
Desembarque de Passageiros de Transporte Hidroviário, Catedral Católica (apenas em projeto) e o
Templo Batista, que apesar de ter um projeto pronto, não se sabe se a igreja terá condições de executa-
lo, o que levou a análise de algumas alternativas como transforma-lo em Centro de Convenções ou em
Cidade Judiciária Estadual. Além destas, ainda podemos incluir a Estação de Barcas de Charitas, apesar
de não estar dentro daquele perímetro (Figs. 39 a 42).
Fig. 39 Fundação Oscar Niemeyer e Memorial Roberto Silveira
Foto: Thiago Cortes, Paulinho Muniz e arquivo da Assessoria de imprensa da PMN
Fig. 40 Maquete do Centro Petrobrás de Cinema Foto: Thiago Cortes, Paulinho Muniz e
arquivo da Assessoria de imprensa da PMN
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Fig. 41 Teatro Popular Foto: Thiago Cortes, Paulinho Muniz e
arquivo da Assessoria de imprensa da PMN
Fig. 42 Museu de Arte Contemporânea Foto: Thiago Cortes, Paulinho Muniz e
arquivo da Assessoria de imprensa da PMN
Sempre se afirmou que o Caminho Niemeyer daria um impulso à revitalização do Centro devido ao seu
potencial turístico quanto do ponto de vista da atratividade de negócios e novas habitações. Porém, se
por um lado ele pode funcionar como mola propulsora, por outro lado é preciso se pensar qual será o
modelo ideal para o espaço urbano fronteiriço, relativamente vazio, indefinido pela falta de parâmetros
de uso e ocupação do solo, principalmente nas quadras que compõem a Área de Especial Interesse
Urbanístico (AEIU) do Caminho Niemeyer, área essencial para fazer a integração entre o Caminho
Niemeyer e o centro histórico. Este foi um dos objetivos incluidos no Master Plan do Centro de
Convenções elaborado pela Morris Architects: criar uma moldura para o Caminho que permitisse a sua
integração plena ao Centro da cidade.
DETALHAMENTO DOS PROJETOS QUE INTEGRAM O CAMINHO NIEMEYER
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Obras concluídas:
- Museu de Arte Contemporânea;
- Praça JK e Estacionamento Subterrâneo;
- Memorial Roberto Silveira;
Obras em andamento:
- Centro Petrobrás de Cinema;
- Teatro Popular
- Fundação Oscar Niemeyer;
Obras previstas:
- Novo Terminal Hidroviário de Embarque e Desembarque de Passageiros (Barcas SA);
- Catedral Católica;
- Capela de Nossa Senhora do Líbano
Obras em discussão
- Cidade Judiciária Federal
- Cidade Judiciária do Estado
- Aquário
- Centro de Convenções em substituição ao Templo Batista
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA
Edifício de arrojada estrutura com 4 pavimentos, sendo um semi-enterrado, somando um total de
6.500m² de área construída. Possui salas de exposições, acervo, salas de trabalho, restaurante e
auditório para 70 pessoas.
Estado atual: em funcionamento desde 1996
PRAÇA JK E ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEO
Estacionamento subterrâneo construído na orla do Centro de Niterói, próximo ao Terminal Hidroviário e a
Universidade Federal Fluminense. Possui, também, um estacionamento na superfície. Junto a orla foi
construída a Praça Juscelino Kubistchek, e esta funciona como um mirante da Baía de Guanabara.
Estado atual: em funcionamento desde 2002
MEMORIAL ROBERTO SILVEIRA
Memorial da Cidade de Niterói com sala de exposições, consulta a través de computadores e projeção
de imagens, somando 460 m² de área construída. Construído pela Universidade Salgado de Oliveira com
incentivos da Lei Rounet.
Volume de concreto: 350m³
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Estado atual: concluído
CENTRO PETROBRAS DE CINEMA
Projeto de 8.300m² de área construída com dois edifícios (Museu: 3700 m² e Cinemas: 4600m²), onde
funciona um cinema reversível para auditório com capacidade para 1.000 lugares, salão de exposições,
museu do cinema, tendas e outras cinco salas de cinema com capacidade variando de 110 a 250
lugares.
Volume de concreto: 4.100m³.
Situação Física: 75% da Estrutura concluída
TEATRO POPULAR
Edifício com 3.500m², possui platéia com capacidade para 400 lugares, e seu palco, também, pode
inverter a posição para a área externa (praça) permitido espetáculos para 15.000 pessoas.
Volume de concreto: 2.800m³
Altura: 15m
Estado atual: inaugurado em setembro de 2006
FUNDAÇÃO OSCAR NIEMEYER
Um edifício com 2.600m² , salas para, administração, cursos de arte, auditório com capacidade para 150
pessoas e acervo da obra do arquiteto. Em outro edifício, com 1.500m² de área construída, estão salas
para exposições temporárias no primeiro piso, e exposições permanentes no mezanino.
Volume de concreto: 2.500m³
Altura: 15m
Situação Física: 80% da Estrutura concluída
NOVO TERMINAL HIDROVIÁRIO DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS
Estação de barcos com tendas, restaurante, salas administrativas e estacionamento para 1.000 veículos.
Edifício de quatro pisos, sendo um semi-enterrado. Área total construída de 43.000m² das quais
37.000m² são para estacionamento.
Situação Física: Obra não iniciada
CATEDRAL CATÓLICA
Edifício com capacidade para 5.000 pessoas. Possui um pavimento semi-enterrado para atividades
administrativas e pastorais.
Situação Física: Obra não iniciada
TEMPLO BATISTA (pode vir a ser substituído por um Centro de Convenções ou Cidade Judiciária)
Edifício principal, com 4000m², possui capacidade para 5.000 pessoas, além de um edifício de apoio,
com três pavimentos, totalizando 6.400m² de área construída, contando com espaços para atendimento
aos fiéis, administração e auditório para 400 pessoas.
Situação Física: Obra não iniciada
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CIDADE JUDICIÁRIA FEDERAL
Projeto concebido pelo Poder Judiciário para abrigar as diferentes instâncias judiciais que atendem a
população da “Comarca” de Niterói. O município concederá o uso de área municipal próxima ao
Caminho Niemeyer. O projeto arquitetônico ainda não foi elaborado pois a decisão foi tomada em março
de 2006.
Situação Física: projeto em fase de elaboração
Valor total estimado: em fase de definição
AQUÁRIO
Propõe-se que seja construído ao lado do Caminho Niemeyer, em um terreno municipal na orla da Baía
de Guanabara, com fácil acesso à cidade do Rio de Janeiro. O projeto básico está em discussão e
poderá ter um “aquashopping”, um aquário, um salão de eventos e um grande estacionamento.
8.2. PROJETOS DE REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
8.2.1. Parque Urbano Morro das Águas.
O objetivo da implantação do Parque, inaugurado em junho de 2006, é a criação de um centro de
referência para pesquisa e lazer, através de experimentos técnicos e de informações, abrangendo, as
dimensões culturais, ecológicas e históricas relacionadas ao tema Água.
O Parque Urbano Morro das Águas (fig. 43) está localizado no Morro da Correção, acima da cota dez,
dentro do polígono formado pela Rua Cel. Gomes Machado, Rua Waldenir Alves Machado, Travessa
Cadete Xavier Leal, Rua São João e Avenida Jansen de Melo, no Centro do Município de Niterói (ver
anexo I – mapa 8). Possui área equivalente a 32.550m², elevando-se até a cota 41, onde se encontra o
marco referencial do projeto o Reservatório da Correção. 27 A entrada para o Parque está localizada na
Rua Waldenir Alves Machado, nas ruínas, cujas paredes de pedras são datadas do início do século XIX.
O acesso ao interior do parque se dará por escadarias e uma rampa de pedestres.
O Plano que abriga o Reservatório da Correção é um espaço de contemplação, com:
� Mirantes que permitirão o lazer contemplativo dos visitantes, com vista para o centro histórico de
Niterói, compreendido pela Praça República e seu entorno;
� Áreas para Brinquedos Interativos ao ar livre, que permitirão vivenciar experiências relacionadas
a conceitos físicos, químicos e biológicos, de forma a estimular a curiosidade científica sobre o
assunto;
� Edificação para exposições e palestras, com painéis educativos, materiais gráficos, multimídias e
outras atividades interativas, como observações ao microscópio que proporcionarão informações
sobre o tema água. No local estarão também um auditório, sanitários para os visitantes e um café;
27 Machado, Carolina. Memorial das Águas. Niterói, 2004.
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� Reservatório da Correção, bem tombado, que deverá ser restaurado e passar por reformas para
as novas condições de uso do parque. O reservatório poderá ser visitado através de percurso pela
sua galeria central que receberá um tratamento cênico com iluminação especial que permitirá a
visualização do seu interior, com nove milhões de litros d’água em movimento de entrada e saída.
Nas paredes dessa galeria serão expostos painéis educativos com a história e a situação atual do
abastecimento de água na cidade de Niterói, além de aspectos para a conscientização sobre a
importância da proteção dos recursos hídricos. Um cuidadoso estudo de proteção garantirá a
segurança dos visitantes, com fechamento adequado que não impedirá a visão do interior do
reservatório. São previstas instalações de controle na entrada e saída da galeria;
� Além do reservatório, ainda foram projetados dentro da praça de entorno a Sede
Administrativa/Auditório, espelhos d´água que fazem alusão direta ao tema água;
� A sede de apoio técnico-administrativo funcionará em edificação existente no platô inferior ao
reservatório que será aproveitada e deverá passar por uma reforma;
� Paisagismo que valorize as matas residuais nas encostas e as árvores existentes nos platôs. Os
jardins distribuídos pelo parque foram concebidos de acordo com funções específicas de cada
espaço. A arborização tem presença forte com objetivo de sombreamento das áreas de uso dos
visitantes e amenizarão o clima local.
Fig. 43 Projeto Parque Urbano Morro das Águas - 2005
O Parque das Águas por suas características, inclusive de localização, será extremamente benéfico para
o Centro que carece de áreas públicas de convívio, lazer com qualidade e segurança. Espera-se que
seja mais um pólo positivo na renovação e resgate da área imediata ao parque, principalmente após o
anúncio do fechamento do presídio localizado na face nordeste do Morro da Correção, na Rua São João.
Após a inauguração da primeira fase de obras, estão previstas obras que tornarão o espaço acessível,
com a construção de um Elevador Panorâmico em frente à Praça dos Comerciários e de uma rampa de
acesso de serviço com acesso próximo ao Corpo de Bombeiros, na Rua Cel. Gomes Machado.
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8.3. Jardim São João Atendendo aos objetivos de revitalização do Jardim São João, o projeto busca resgatar sua imagem
positiva como um dos símbolos de relevância para a cidade. Como diretriz definiu-se o retorno da sua
unidade formal original (pois a ligação das ruas Visconde de Itaboraí e Maestro Felício Toledo, que corta
o Jardim é de 1937), através da reunificação das três áreas (inclusive a da igreja), garantindo a
continuidade do espaço e intensificando sua presença no traçado urbano.
As intervenções propostas consideraram ainda os seguintes aspectos:
- Valorização dos imóveis ou conjuntos arquitetônicos protegidos por lei, bem como o resgate da
ambiência histórica no interior do Jardim;
- Embelezamento do Jardim;
- Preservação do patrimônio natural e paisagístico de especial valor;
-Criação de espaços com destinações de usos estabelecidas, especialmente ambientes de lazer,
convívio, contemplação, reflexão e eventos populares e festividades religiosas;
- Adequação dos usos lindeiros à relevância do papel ora atribuído ao Jardim;
-Garantia do conforto e da segurança dos usuários, bem como acessibilidade plena no Jardim e seu
entorno;
O traçado do projeto arquitetônico definiu como partido a identificação dos principais eixos de circulação
de pedestres e os grupamentos de árvores que orientaram a definição dos canteiros. Foi considerado
ainda como norteador nas definições preliminares a valorização do eixo de simetria da igreja matriz e da
imagem de N. Sra. de Fátima, garantindo a visibilidade desses importantes monumentos.
Em seu desenvolvimento foram identificadas as necessidades de usos e criadas as respectivas áreas,
tendo resultado numa composição de formas orgânicas que contribuem para o resgate da ambiência
histórica desejada. Assim foram criados os seguintes ambientes:
- área de recreação infantil;
- área de espetáculos onde propõe-se a construção de um palco, com estrutura fixa e permanente para
abrigar eventos regulares de pequeno porte;
- ambientes de permanência e lazer, dotados de bancos ou mesas para jogos, em geral aproveitando a
sombra das árvores ou das pérgulas a serem edificadas, conforme o projeto;
- ambientes de permanência próximos ao lago onde é mantida a imagem de N. Sra. de Fátima e
resguarda-se a calma e introspecção desejáveis;
- área frontal à igreja, onde um adro de proporções adequadas ao porte da edificação valoriza sua
fachada principal, além de se constituir num espaço destinado à aglomeração dos fiéis e à oração. Neste
local foi proposta a instalação de bancos, a construção de equipamentos para a queima de velas
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(costume religioso), local reservado para a colocação de um oratório com a imagem de São João Batista,
conforme solicitado pelo atual pároco, Monsenhor José Geraldo.
O projeto propõe ainda a integração do Jardim com o entorno imediato através de desenho sinuoso da
borda dos canteiros periféricos que estão no nível do solo, extrapolam o limite estabelecido pelo gradil.
No interior do jardim foram propostos canteiros elevados até a altura adequada para assento, sendo a
sua borda utilizada como banco. Esses elementos por sua disposição resguardam a área na vizinhança
do lago, mais tranqüila, da área próxima à rua Visconde do Uruguai, mais movimentada.
Em virtude da necessidade de segurança e de garantir melhores condições de conservação foi mantido
o gradil periférico em toda sua a extensão, contendo portões localizados estrategicamente, de forma a
favorecer os principais fluxos de pedestres ao longo do dia. Devido aos atuais regimes de funcionamento
diferenciados entre a área da igreja propriamente dita e a área remanescente do Jardim, foi mantido um
gradil intermediário, porém com portão em frente à entrada principal da igreja, que garante a ligação
entre as duas áreas. Assim o controle de abertura e de uso do pátio da igreja continuará sendo feito por
esta, mantendo a individualidade do espaço religioso. Ainda buscando resguardar práticas cotidianas
como o acesso do carro da noiva numa cerimônia de casamento, a passagem de pedestres ou eventual
acesso de veículos ao pátio da igreja, foram mantidos os portões nas ruas São João e São Pedro.
Considerando-se a relevância histórica e arquitetônica da Catedral Metropolitana de São João, é de
consenso não apenas dos técnicos, mas também dos segmentos sociais mais sensíveis à percepção da
paisagem, que o estacionamento hoje instalado em todo o seu entorno, degrada a ambiência urbana,
sendo inadequado para o local. Assim, o projeto propõe o fim da exploração comercial do pátio da igreja
como estacionamento, mantendo-o livre e garantindo a valorização da edificação histórica.
Quanto aos itens que favorecem a segurança e embelezamento do jardim, destacamos os aspectos de
iluminação, pavimentação e arborização, a seguir:
a) Para o projeto de iluminação, propõe-se:
- iluminação geral que garanta segurança e bem estar à noite;
- iluminação de vigia em toda a periferia, quando o Jardim estiver fechado;
- iluminação de destaque na imagem de N. Sra de Fátima com a valorização do espelho d’água e do
conjunto de árvores da espécie pau ferro;
- iluminação geral na área do entorno da igreja;
- iluminação de destaque na igreja;
- iluminação de sinalização de acessos próximos à área de espetáculos;
b) Como diretrizes para do projeto de pavimentação, têm-se:
- áreas de circulação – pedra portuguesa com paginação conforme detalhe a ser apresentado usando as
cores branco, preto e vermelho;
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- áreas de permanência – saibro;
- área frontal à igreja – placas de cimento fazendo composição com áreas em pedra portuguesa;
- pátio da igreja – substituição da camada asfáltica por pré-moldados de concreto vazado com plantio de
grama, que se justificam da seguinte forma: piso capaz de suportar o trânsito de veículos eventual (por
exemplo, em dia de missa) e que seja neutro, de forma a valorizar a pavimentação em lajes de granito
originais, a serem mantidas no contorno imediato da igreja.
c) Para o projeto paisagístico, propõe-se:
- Preservação, recuperação e valorização das árvores existentes;
- Plantio de novas árvores – visando aumentar o conforto com generosas áreas de sombra;
- Plantio de canteiros – visando embelezamento e ornamentação, utilizando espécies floridas e de fácil
manutenção.
Fig. 44 Projeto Jardim São João - 2006
8.4. Praça Leoni Ramos
A praça atualmente é o ponto de referência em São Domingos, para as noites onde jovens universitários
lotam as ruas e bares, localizados no entorno dela, em especial, nas noites de quinta-feira, quando a
praça é palco de apresentações de grupos e bandas alternativas.
O projeto foi inicialmente desenvolvido pela Secretaria de Cultura, no DEPAC - Departamento de
Preservação do Patrimônio Cultural com um desenho propositadamente muito simples, visando valorizar
os elementos históricos, como o casario e o traçado original, e principalmente a “alma” do lugar. Por
solicitação dos técnicos da 2ª missão do BID o projeto foi modificado, através da contratação de um
escritório de paisagismo que incorporou ao projeto um desenho contemporâneo no espaço da praça e na
paginação do piso, além de elementos paisagísticos afinados às tendências atuais (fig.45) .O projeto se
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preocupou com a valorização dos monumentos tombados (busto de D. Pedro II e a fachada do prédio da
Cantareira); a redefinição das áreas, passagem brinquedos e jogos; e a promoção da acessibilidade.
Para o resgate da ambiência histórica e valorização do conjunto arquitetônico o projeto propõe a
substituição da pavimentação asfáltica nas vias que compõem o entorno da praça por blocos de
paralelepípedos, o enterramento da fiação aérea, a substituição de postes de concreto por novos em aço
e a recuperação das lajes de granito originais das calçadas.
Visando a integração da praça aos bares e restaurantes do seu entorno e favorecer a disposição de
mesas e cadeiras, o projeto propõe o fechamento das ruas laterais ao fluxo de passagem de veículos,
com bloqueadores tipo fradinhos transformando-as em ruas sem saída e com a caixa de rolamento
nivelada com a calçada. Esta era uma reivindação tanto dos comerciantes como dos frequentadores,
sem impactos sobre o trânsito.
Fig. 45 Projeto de Intervenção na Praça Leoni Ramos - 2006
8.5. Entorno do Mercado São Pedro
O Mercado São Pedro é um dos centros mais populares de pescado de todo o Rio de Janeiro. Com 50
anos de tradição, o mercado é formado por 39 boxes do segmento pesqueiro e mais sete ambientes
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divididos em restaurantes, mercearias, quiosques e lojas de conveniência. Este comercializa, por
semana, nos seus boxes, cerca de 60 toneladas de frutos do mar às milhares de pessoas que circulam
pelas suas dependências.
Há muito a fama do Mercado São Pedro ultrapassou as fronteiras de Niterói. Os comerciantes que nele
trabalham, fornecem seus produtos para restaurantes da Região Serrana (RJ), São Paulo, Belo
Horizonte, Brasília e até para muito mais distante. No último ano, porém, os lojistas vêm enfrentando
uma queda de 50% no movimento do comércio, justificada pela diminuição nos preços da carne bovina e
frango.
Pensando em resolver o problema, a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, da Prefeitura
Municipal de Niterói, procurou parcerias para promover o desenvolvimento do mercado. O objetivo do
presente projeto é fomentar a urbanização do entorno do Mercado São Pedro, de forma a contribuir para
a valorização do espaço de entorno do mercado, atraindo novos visitantes para o local e oferecendo
melhores condições de acesso e permanência e principalmente, transformando-o num ponto turístico e
de atividades culturais e lazer para a cidade.
As propostas para a intervenção no entorno do Mercado São Pedro foram as seguintes:
� Implantação de pavimentação em paralelepípedos no trecho da Avenida Rio Branco entre a
Avenida Feliciano Sodré e Rua Silva Jardim, elevada ao mesmo nível das calçadas existentes, de
forma a reduzir a velocidade dos veículos em frente ao mercado e permitir a acessibilidade mais
direta entre o mercado e a colônia (fig. 46);
� Troca do desenho de pedra portuguesa nas calçadas por uma paginação desenhada com a
estampa que remete ao tema mar;
� Tratamento do muro de fechamento da colônia Z-08 com desenho de um painel com o tema
mar;
� Ordenamento do comércio informal de especiarias pela implantação de barracas padronizadas
no modelo das demais praças no município;
� Criação de uma pequena praça de convivência no trevo rodoviário na confluência das avenidas
Visconde do Rio Branco e Feliciano Sodré, valorizando a vegetação ali existente e implantando
mobiliário urbano composto por conjuntos de mesas e bancos para permanência e lazer (Fig.47);
� Plantio de novas espécies árvores que amenizem a aridez do local criando áreas de sombras;
� Implantação de 20 vagas para estacionamento de veículos ao longo da via;
� Realocação dos postes de iluminação no trecho objeto de intervenção com criação de
iluminação cênica que valorize o espaço no horário noturno;
� Proposta de ordenamento do estacionamento dos caminhões de descarga do pescado, bem
como do comércio de gelo, bem necessário a boa qualidade do peixe;
� Introdução de sistema de condução das águas residuais dos caminhões de gelo bem como do
transporte do pescado da colônia ao mercado;
� Implantação de sinalização vertical indicando os espaços relevantes na área de entorno;
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Fig. 46 Proposta de pavimentação da via Fonte: PMN/UDU
Fig. 47 Proposta praça de convívio Fonte: PMN/UDU
Não há grandes impactos no fluxo já existente. A idéia é inibir o acesso de veículos em frente ao
mercado. Os veículos seriam conduzidos pelas vias externas a este, num percurso que já é utilizado
pelos veículos coletivos. A linha amarela representa o fluxo de veículos em velocidade normal de
trânsito, com pavimentação asfáltica. A linha azul os acessos eventuais através de via especial com
pavimentação em paralelepípedos que induz a redução na velocidade dos veículos.
8.6. Casa de Cultura Norival de Freitas
Situada na rua Maestro Felício Toledo, próximo ao Jardim São João - Centro, a Casa de Cultura Norival
de Freitas foi construída em 1921 para a residência deste político fluminense, residindo aí até a sua
morte em 1969, o mesmo ocorrendo com sua viúva que falece em 1976.
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De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura/Niterói Livros (2000) “o prédio apresenta-se em estilo
eclético romântico, com elementos de caráter art nouveau e técnicas dos mestres-de-obra portugueses -
marcando o apogeu político de seu proprietário. A autoria de seu traçado é do francês Berrals (...). A
imponência de sua edificação, em dois pavimentos, é suavizada pela delicadeza dos trabalhos de
ornamentação plena de curvas e guirlandas que se expandem pelas paredes e sacadas. Seu interior foi
decorado com pinturas em pouchoir e revestimentos importados, caixilharias de vidros coloridos e, ainda,
azulejaria e serralheria art nouveau. O torreão ornado possui um beiral sustentado por singulares mãos-
francesas de madeiras. Nas varandas, as colunas em ferro conferem a leveza ao conjunto e as pinturas
de paisagens nas paredes externas denotam o espírito romântico da época(...).
Em 1984, o sobrado foi parcialmente destruído por um incêndio, tendo tido afetada sua cobertura assim
como parte do piso do pavimento superior. Em 1991, a Prefeitura Municipal de Niterói realizou obras de
consolidação estrutural do imóvel.
Foi desapropriado pela Prefeitura Municipal , através do Decreto nº 3.197/79. Situado no centro histórico
e comercial da cidade, o Solar Notre Rêve integra o acervo arquitetônico da Área de Preservação do
Ambiente Urbano - APAU - criada pelo Plano Diretor de Niterói. Encontra-se tombado, desde 1983, pelo
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - INEPAC - através do processo E-03/13.574/80, de 20 de junho
de 1983.” ("Niterói Patrimônio Cultural", editado pela SMC/Niterói Livros em 2000).
O espaço será gerenciado pela Fundação de Educação e incluirá uma biblioteca. As obras de
recuperação estão para ser iniciadas, previstas para o segundo semestre de 2006.
8.7. Projetos de mobilidade e infra-estrutura urbana
8.7.1. PDTT – Plano Diretor de Trânsito e Transporte (Sub-Programa 1)
Resolver os problemas de mobilidade urbana é de fundamental importância para as cidades atuais. Por
diversos fatores, priorizou-se muito a utilização do transporte sobre pneus, em especial, o automóvel.
No caso da maioria das cidades brasileiras, e Niterói não será uma exceção há uma predominância do
meio de transporte individual em detrimento do coletivo. Apesar disso, ainda é grande o número de
usuários que utilizam os ônibus municipais e intermunicipais, além das barcas nas estações hidroviárias
do Centro e Zona Sul (Charitas), ligando Niterói ao Centro do Rio de Janeiro. No entanto, a cidade ainda
carece de melhorias em seu sistema viário e de transporte.
Para isso, a Prefeitura vem desenvolvendo o Plano Diretor de Transporte e Trânsito - PDTT, agregando
propostas para priorização do transporte público e a expansão de sua malha viária, procurando
transformar o seu sistema de transporte predatório e sem integração, para um modelo integrado entre os
diversos modos, valorizando o coletivo e o aumento da mobilidade e acessibilidade.
Os objetivos gerais do Plano Diretor de Trânsito e Transporte dizem respeito às questões operacionais, à
integração e a prioridade para o transporte público; o gerenciamento dos sistemas de transporte; a
regulamentação e o controle do setor; a redução de custos e desoneração de tarifas.
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As premissas para as propostas na priorização do transporte coletivo no sistema viário incluem:
� a integração dos modos de transportes com criação de novas linhas: troncais, alimentadoras, de
vizinhança e terminais;
� a definição de um sistema de informações com valorização da segurança e conforto da circulação;
� a implantação de um controle operacional - sistema de bilhetagem eletrônica e controle da frota e;
� investimentos em serviços diferenciados de deslocamento e a ampliação do sistema viário.
As propostas de intervenção para o Centro definidas no PDTT são:
1.Criação de faixas exclusivas para ônibus, alteração do sentido do tráfego e a proibição de
estacionamento na Av. Ernani do Amaral Peixoto;
2. Alteração do itinerário dos ônibus que circulam pela Rua da Conceição;
3. Abertura do túnel ligando os bairros de Santa Rosa e São Lourenço;
4. Implantação de binário entre a Av. Feliciano Sodré e a Rua Saldanha Marinho.
Além dessas propostas mais abrangentes para o planejamento do trânsito e do transporte, somam-se
projetos pontuais elaborados pela Secretaria de Serviços Públicos/Superintendência de Trânsito de
Niterói (SSPTT/PMN), onde destacam-se:
� estudo de “ponto de parada de vans” na Av. Washington Luís que surge como alternativa ao
ordenamento do transporte intermunicipal de Veículo de Pequeno Porte (VPP), atualmente
distribuído por diversas ruas do centro causando pontos de acúmulo de pedestres
enfileirados nas calçadas a espera do transporte. Ver mapa de Parada de Vans (ANEXO
09);
� a abertura da Rua Visconde de Uruguai, no trecho entre a Rua Marechal Deodoro e a Av.
Ernani do Amaral Peixoto, para facilitar o acesso de veículos que vêm da Ponta D’Areia em
direção ao Centro. Ver mapa de nova Circulação Proposta para este trecho no (ANEXO
10);
� o estudo para a implantação de garagens subterrâneas ou edifícios garagens através de
parceria entre a Prefeitura Municipal de Niterói e a empresa Nitpark em pontos estratégicos
do centro;
� o estudo para implantação de travessia subterrânea de pedestre entre o Terminal João
Goulart e a Rua São Pedro, a fim de retirar um ponto de semáforo que causa retenções;
� a mudança de mãos de fluxo das ruas Cel. Gomes Machado e São João desafogando trecho
da Rua da Conceição e Dr. Celestino e da Av. Amaral Peixoto.
� Adequação do sentido de algumas vias.
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Estes projetos foram mapeados a fim de se ter uma visão do conjunto de intervenções viárias propostas
para o Centro (ANEXO 11).
Projetos do PDTT
Criação de faixas exclusivas para ônibus, alteração do sentido do tráfego e a proibição de
estacionamento na Av. Ernani do Amaral Peixoto e alteração do itinerário dos ônibus que circulam pela
Rua da Conceição.
A Avenida Amaral Peixoto é uma das principais vias do Centro da cidade, representando importante
ligação das demais zonas com os principais pontos de atração de pessoas na área central. Além de
servir como via de ligação é também uma das mais importantes em termos de oferta de serviços com
grande movimentação nos horários comerciais.
Opera com sentido único para a Av. Rio Branco (Praça Araribóia), realizando um binário com a Rua da
Conceição, que possui sentido de direção inverso. Sua localização faz com que diversas linhas de
ônibus a utilizem como meio de passagem, com grande desembarque de passageiros, ou como ponto
final.
O trânsito de automóveis também se mostra intenso e a permissão de estacionamento em 45 graus no
lado esquerdo da via aumenta a atracão também de veículos que se dirigem as ruas próximas e utilizam
a Av. Amaral Peixoto como parada.
A grande oferta de serviços, linhas de ônibus e estacionamentos, produz também uma intensa
movimentação de pedestres percorrendo ou atravessando a via, sendo que pela largura da via a
travessia apresenta risco e desconforto para pessoas com limitações físicas.
Essa movimentação, embora a via seja bem larga, faz com que o trânsito no local se apresente confuso,
com diversos conflitos entre ônibus, automóveis e pedestres.
Fig. 48 Av. Amaral Peixoto Situação Atual
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Foram realizadas pesquisas de contagem de ônibus que utilizam a Av. Amaral Peixoto e na Rua da
Conceição (binário atual da Av. Amaral Peixoto), estas pesquisas indicaram conforme mostrado na
tabela a seguir um volume 218 ônibus por hora na Av. Amaral Peixoto e 143 na Rua da Conceição.
Quadro a seguir (fig. 50) indica o volume de ônibus Municipais no Pico da Manhã na Av. Amaral Peixoto
e na Rua da Conceição.
Para ordenação do trânsito da Avenida Amaral Peixoto, eliminando-se diversos conflitos, a solução
adotada prevê a construção de uma pista exclusiva para ônibus, com três faixas, na lateral esquerda da
via (sentido da Estação das Barcas), deixando duas faixas para automóveis no atual sentido,
concentrando nesta pista, o tráfego de ônibus nos dois sentidos, liberando a Rua da Conceição desse
tráfego. Os pontos de parada serão alternados, permitindo-se a realização de ultrapassagem por parte
dos ônibus que não necessitarem parar para embarque/desembarque de passageiros.
Fig. 49 Pista exclusiva para ônibus na Av. Amaral Peixoto
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Fig. 50 Contagem de ônibus na Rua da Conceição
e Av. Amaral Peixoto
Os ônibus que atualmente utilizam a Rua da Conceição no sentido da Av. Rio Branco para a Av.
Marques de Paraná passarão a utilizar a pista exclusiva da Av. Amaral Peixoto.
Dessa forma, a Rua da Conceição passará a atender apenas ao tráfego de automóveis, podendo vir a
ter um maior espaço para pedestres, com tratamento especial nas calçadas e travessias.
No sentido da Av. Marques de Paraná, na altura do Centro Educacional, os ônibus entrarão a direita,
conforme projeto de Duplicação da Av. Ernani do Amaral Peixoto (ANEXO 12) que contém o esquema
de trânsito proposto, seguindo então até encontrar com o fluxo de veículos vindo da Rua Dr. Celestino
(Continuação da Rua da Conceição).
Na seqüência em um trecho de tráfego misto (ônibus/automóveis) os ônibus que forem seguir para a Av.
Roberto Silveira deverão se posicionar a esquerda via para terem acesso a pista exclusiva para ônibus
desta via.
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Fig. 51 Pista exclusiva para ônibus na Av. Amaral Peixoto
Abertura do Túnel ligando os bairros de Santa Rosa e São Lourenço
A área central de Niterói já se encontra saturada, não só devido ao tráfego local, mas também devido ao
tráfego de passagem para o Rio de Janeiro como já foi dito anteriormente.
Para minimizar este impacto, apresentam-se duas alternativas que têm o objetivo precípuo de diminuir o
tráfego nas Avenidas Jansen de Mello, Marquês do Paraná e Roberto Silveira, com a transposição direta
da área do Bairro Santa Rosa para a Ponte Rio-Niterói. Este projeto pode ser visualizado no (ANEXO
13)
As Alternativas são apresentadas a seguir e sua implantação considera quatro etapas distintas, que
poderão ser implementadas, nesta seqüência, conforme a disponibilidade dos recursos financeiros.
Ressalta-se que as duas alternativas diferem apenas nas proposições elaboradas para a quarta etapa,
sendo as demais comuns a ambas:
1. Ligação Pé Pequeno – Bairro de Fátima;
2. Ligação Bairro de Fátima – Centro;
3. Ligação do Bairro de Fátima até São Lourenço;
4. Conexão com a Ponte Rio-Niterói.
A Ligação entre Pé Pequeno e Bairro de Fátima compõe-se de túnel de duas galerias, viaduto para
conexão do túnel com as Ruas Conselheiro Paulino e Andrade Pinto e interligação da Rua Princesa
Isabel com a Rua Des. Ataíde Parreiras.
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A ligação entre o Bairro de Fátima e o Centro far-se-á pela reformulação das transposições da Avenida
Marquês de Paraná com as Ruas Andrade Pinto e Des. Ataíde Parreiras.
A ligação entre o Bairro de Fátima e Rua São Lourenço far-se-á pela implantação de túnel de duas
galerias, entre a Ruas Andrade Pinto e São Lourenço.
As conexões com a Ponte Rio – Niterói serão devidamente adequadas aos novos sistemas de
remanejamento do tráfego propostos para a área de influência das intervenções.
Fig. 52 Traçado do Túnel Santa Rosa/Bairro de Fátima
Fases de Implantação:
Sugere-se a implantação em 4 (quatro) fases distintas, que poderão operar sem que haja maiores
interferências nas ligações:
1ª Fase - Ligação Pé Pequeno – Bairro de Fátima:
� Implantação de uma galeria do túnel entre Pé Pequeno e Bairro de Fátima;
� Implantação da conexão do túnel com as Ruas Cons. Paulino e Andrade Pinto;
� Interligação da Rua Princesa Isabel com a Rua Des. Ataíde Parreiras;
� Transposição em nível da Avenida Marques de Paraná com as Ruas Andrade Pinto e Des. Ataíde
Parreiras.
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2ª Fase – Ligação Bairro de Fátima – Centro:
� Implantação dos mergulhões das Ruas Andrade Pinto e Des. Ataíde Parreiras para transposição da
Avenida Marques de Paraná.
3ª Fase – Ligação Pé Pequeno – Bairro de Fátima – Centro:
� Implantação da 2ª galeria do túnel entre Pé Pequeno e Bairro de Fátima e implantação do viaduto
de conexão do túnel com as Ruas Cons. Paulino e Andrade Pinto.
4ª Fase – Ligação Bairro de Fátima – Ponte Rio Niterói:
� Implantação das duas galerias do túnel entre o Bairro de Fátima e a rua São Lourenço;
� Conexão entre a rua São Lourenço e a Ponte Rio – Niterói.
Observações Complementares
Importante esclarecer que a circulação no Centro de Niterói deverá ser revista em função da inversão de
sentido de tráfego da Rua São João, reestruturação da circulação de todas as conexões sob os acessos
da Ponte, circulação da Saldanha Marinho até Praça Renascença e conexão com a rua São Lourenço e
interligação entre a Av. Feliciano Sodré e Alameda São Boaventura.
Implantação de binário entre a Av. Feliciano Sodré e a Rua Saldanha Marinho.
Avenida Feliciano Sodré
Esta avenida com duas pistas separadas por uma calçada com posteamento recebe os fluxos de
veículos provenientes da Alameda São Boaventura, da Ponte Dr. March, com destino ao centro de
Niterói.
A Feliciano tem hoje também duas pistas em sentidos contrários, com 3 (três) faixas em cada, em
tráfego misto, sem controle disciplinar e conflitos entre ônibus e automóveis. Os pontos de parada de
ônibus na calçada do lado direito causam turbulência e retenção de todos os veículos.A situação desta
via é ainda mais grave do que a Alameda, pois, aos ônibus desta última, somam-se os advindos da Av.
Governador Roberto Silveira (Contorno) e da Ponte, somando cerca de 500 ônibus/hora, além dos
automóveis, o que agrava em muito os congestionamentos.
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Fig. 53 Volume de Tráfego na descida da Ponte
Mostra-se a seguir os volumes de tráfego levantados no PDTT:
Sentido Fonseca – Centro
Horário Ônibus Municipais Ônibus
Intermunicipais
Automóveis e
Vens Caminhões
Pico Manhã 103 443 1.452 63
Pico Tarde 79 353 1.653 27
Sentido Centro – Fonseca
Horário Ônibus Municipais Ônibus
Intermunicipais
Automóveis e
Vens Caminhões
Pico Manhã 84 406 894 46
Pico Tarde 105 380 1.392 42
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Fig. 54 Binário da Av. Feliciano Sodré com a Rua Saldanha Marinho
Situação Proposta
Transformar a Av. Feliciano Sodré em corredor estrutural priorizado com três pistas, um com duas faixas
cada, sendo as duas pistas laterais exclusivas para o transporte coletivo, uma em cada sentido. A pista
central será para automóveis no sentido Fonseca - Centro e o fluxo em sentido contrário será feito
através de binário de vias formado com a Rua Saldanha Marinho.
Cada pista exclusiva para ônibus terá capacidade para cerca de 700 ônibus/hora, considerando duas
faixas e possibilidade de ultrapassagem no ponto de parada, o que atende com segurança ao volume de
ônibus da Avenida.
Quanto aos automóveis, serão atendidos por duas faixas com capacidade para, no mínimo, 2500
veículos/hora, o que também atende aos volumes da Avenida. Esta mesma capacidade será ofertada
pela Rua Saldanha Marinho, que será urbanizada e valorizada com melhorias viárias. O conforto,
segurança, mobilidade e acessibilidade serão garantidos com os abrigos, As travessias de pedestres
com rampas e a sinalização adequada.
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Fig. 55 Proposta para Rua Feliciano Sodré
Rua Saldanha Marinho
A execução da travessia sobre o canal da Av. Washington Luiz, dará continuidade do fluxo de tráfego na
Rua Saldanha Marinho, compondo o binário com a Avenida Feliciano Sodré, para tráfego de automóveis
no sentido / Ponte.
Fig. 56 Binário Rua Saldanha Marinho
Seja na figura seguinte como funcionará o Binário:
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Fig. 57 Binário da Av. Feliciano Sodré com a Rua Saldanha Marinho
Será construída uma ponte para permitir a ligação entre a Rua Saldanha Marinho e a Rua Manoel
Pacheco Carvalho.
Além disso, as paradas dos ônibus municipais e intermunicipais serão ordenadas ao longo da via em
dois pontos como se pode ver na figura seguinte:
Fig. 58 Distribuição das paradas de ônibus ao longo da Av. Feliciano Sodré
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8.7.2. Estação de Tratamento de Esgoto de Toque-Toque
A Estação de Toque-toque é a estação de tratamento esgoto que atende aos bairros do Centro, de São
Domingos, da Ponta d’ Areia, na Região das Praias da Baia e do Fonseca, São Lourenço e Santana, na
Região Norte. A concessionária Águas de Niterói elaborou o projeto de duplicação da ETE. Esta
duplicação atendera à demanda projetada que a revitalização da área central pode sofrer em função da
existência de uma série de ações em andamento.
8.8. Centro de Convenções
O estudo do centro de convenções/hotel surgiu a partir da iniciativa da prefeitura para atingir as metas
estratégicas direcionadas para o desenvolvimento econômico do município e está em fase de estudo de
viabilidade financeira e urbanística para a sua implantação. O Centro de Convenções destaca-se pela
sua abrangência e poder de atração de negócios para a área central.
Para o estudo da viabilidade econômica do Centro de Convenções foi contratado, por licitação pública, o
escritório norte americano Morris Architects, que apresentou três produtos: o estudo de viabilidade
econômica do empreendimento, uma proposta de ocupação para as quadras vazias que promova a
integração entre o Caminho Niemeyer e o centro histórico consolidado e a elaboração de um Plano
Estratégico de Investimento de desenvolvimento Econômico.
Como áreas prováveis para a implantação do projeto, o escritório contratado apontou o terreno ocupado
pelo Centro de Espetáculos da Concha Acústica (Fig. 59) e uma área dentro do perímetro do Caminho
Niemeyer, este último considerado mais adequeado até mesmo pelos técnicos da Prefeitura e da Missão
do BID.
Fig. 59 Centro de Espetáculos da Concha Acústica
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8.9. Centro Cultural do Abrigo de Bondes
O projeto de "Restauração do Antigo Abrigo de Bondes” resgata esse bem de destaque do patrimônio
arquitetônico da cidade. O prédio, hoje sem uso, foi construído no início do século XX para abrigar uma
usina geradora de eletricidade, bem como oficinas de reparos de bondes elétricos.
O antigo Abrigo de Bondes localiza-se no eixo de entrada da cidade através da ponte Rio-Niterói. As
redondezas do terreno do antigo abrigo de bondes são de predominância residencial. A edificação
consiste num galpão em estrutura metálica vedada por fachadas de alvenaria. Sua fachada principal
voltada para a Rua Mal. Deodoro, embora parcialmente mutilada quando da abertura da Avenida
Marquês de Paraná, em 1977, ainda mantém suas características arquitetônicas em estilo neoclássico. A
fachada principal é coroada por um frontão triangular descontínuo e a fachada lateral que se manteve
apresenta vãos em arco pleno.
Em março de 2003, a Prefeitura foi informada pelos representantes do Sindicato dos Trabalhadores em
Transportes Rodoviários de Passageiros de Niterói a Arraial do Cabo, que a SERVE (Empresa Estadual
de Viação) havia encerrado as suas atividades e que 700 trabalhadores receberam em pagamento de
suas indenizações o imóvel onde se localiza o antigo Abrigo de Bondes. Eles demonstraram o desejo de
concretizar um empreendimento, um hipermercado que possibilitasse o ressarcimento da indenização do
processo trabalhista a que tinham direito após 18 anos de julgado.
Como, embora tombado, o bem não tivera seu entorno protetor delimitado, a Prefeitura preocupou-se em
desenvolver um trabalho de forma a garantir a sua restauração: o correto uso de seus espaços e a
harmonização com edificações que viessem a ser construídas em suas proximidades. Esse trabalho foi
consolidado através da Lei 2090/2003, com a criação de uma Área de Especial Interesse Urbanístico
(AEIU), instrumento instituído pelo Plano Diretor de Niterói. O projeto de ocupação e de restauração da
edificação seguiu orientação da Secretaria de Cultura, órgão responsável pelo Patrimônio Histórico e
Cultural do município.
É um espaço urbano importante cujos estudos indicam a necessidade de intervenção para reverter a
degradação e as condições de abandono que reflete para o seu entorno. A expectativa é que a
associação de um grande comércio ao centro cultural contribua para dinamização do centro, pois a área
de entorno carece da oferta desse tipo de comércio, que vai além do atendimento local, trazendo
usuários de outras partes da cidade e garantindo assim público para as atividades culturais.
O projeto já está aprovado pela Prefeitura e com a sua implantação, a cidade será beneficiada pela
revitalização da área em que se situa esse prédio que testemunha a história de nossa cidade, com
reflexo para todo o centro de Niterói.
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8.10. Estação Cultural Cantareira
O objetivo é a criação de um espaço de lazer e cultura aproveitando a área da antiga oficina de
embarcações da Cantareira, localizada no Bairro de São Domingos e tombada pelo patrimônio histórico
municipal (ver anexo I – mapa 8). O projeto inicialmente previu a utilização de parte de suas instalações
pelo corpo de balé do Teatro Municipal, além de uma praça central com um palco para apresentações
musicais e outras atrações. Ao redor desta praça central se distribuem lojas e áreas de convívio. O
projeto foi aprovado pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio cultural e contou com o
acompanhamento técnico do DEPAC, órgão da Secretaria de Cultura, que orientou na recuperação das
fachadas e na distribuição do espaço interno procurando integrar o uso proposto – shopping cultural - ao
seu caráter de preservação. Recentemente a proposta inicial foi modificada e este espaço será utilizado
para shows e eventos culturais.
9. ANÁLISE DOS PROJETOS E PROPOSTAS PARA A ÁREA
9.1. Análise dos Projetos
A matriz comparativa apresenta a análise qualitativa dos projetos em estudo ou em fase de
implantação na área central, e citados anteriormente.
Três dos projetos desenvolvidos pelo poder público municipal ou em parceria público/privada se
destacam por influenciar diretamente este projeto:
� Plano Diretor de Trânsito e Transporte - PDTT, que tem com intervenção mais significativa no
centro a alteração do sentido do tráfego e proibição de estacionamento na principal via que corta o
cento, a Av. Ernani do Amaral Peixoto. (Compreendido no Sub-Programa 1);
� Caminho Niemeyer pela sua capacidade de atração de novos investimentos públicos e privados.
9.2. Análise das Propostas
Ao longo das últimas décadas, surgiram propostas elaboradas por diversos segmentos da sociedade no
sentido de promover a revitalização do Centro.
No ano de 2004 foi criado o Conselho de Política Urbana de Niterói (COMPUR) por força da lei de
revisão do Plano Diretor com o objetivo de ser o órgão consultivo do Sistema Municipal de Planejamento
Urbano. Atrelada a abrangência de suas ações o COMPUR vem promovendo em suas reuniões
extraordinárias, desde 2005, a discussão sistemática sobre a área central. Para auxílio a estas
discussões foram convidados representantes da sociedade civil organizada para levarem ao debate as
suas propostas. Do conjunto de propostas que já foram encaminhadas ao conselho pelos diferentes
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segmentos que participaram destas discussões, Universidade Federal Fluminense (UFF) através do
NEPHU, Clube dos Diretores Lojistas (CDL), Sindicato de Lojistas (SindLoja), Instituto dos Arquitetos do
Brasil (IAB), pesquisadores do Centro de Niterói, como o Prof da Escola de Arquitetura e Urbanismo da
UFF, dr. Ferdinando Moura, elaboramos uma matriz comparativa com o resumo das proposições, como
também os aspectos negativos e positivos de cada um deles, considerados da ótica da metodologia
definida.
Num segundo momento foram apresentadas as propostas de forma integrada, e o Prefeito determinou
que a análise se desse no âmbito de foruns de representação como a ACEC (Associação Conselho
Empresarial e Cidadania), o COMPUR e a própria Câmara Municipal, sem prejuízo da discussão em
outras instâncias. A estas propostas juntou-se os estudos do Master Plan desenvolvidos pela Morris
Architects do Brasil, a estratégia econômica do sistema SESC, SEBRAE e SENAC denominada Unir e
Vencer, e a estratégia habitacional e de reabilitação urbana discutida com a Caixa Econômica Federal.
Dessa discussão da Reabilitação do Centro, que inclui o Componente Revitalização do Centro
fiinanciado pelo BID e o Master Plan do Centro de Convenções, resultarão projetos de lei e estratégias
de intervenção pactuados com os diferentes segmentos sociais de tal forma que o Projeto de
Reabilitação do Centro seja um projeto da cidade, e não apenas uma propsta da sua administração.
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10. CONCLUSÃO
Foram registrados neste documento alguns caminhos para o reencontro da área central, a valorização
de sua história, da sua vocação como pólo de atração de serviços, comércio, moradia, que contribui para
dar um sentido de lugar ao niteroiense.
Todas as ações de regulação, obra ou gestão, definidas neste projeto, são interdependentes e foram
concebidas na certeza de que somente através da abrangência e continuidade das ações do poder
público, com o apoio e sensibilização da sociedade os objetivos serão alcançados. Na seqüência deste
processo, é necessário aprofundar e detalhar cada ação, identificando os agentes envolvidos, as
responsabilidades e as perspectivas de integração, buscando uma constante avaliação dos resultados
para confirmar ou redefinir as prioridades lançadas.
Resgatar a importância econômica e cultural do centro é papel árduo e que requer uma constante
reflexão dos objetivos e metas a alcançar. O poder executivo municipal passa a exercer o seu papel de
coordenador na construção e promotor da integração dos diversos setores da administração pública, do
setor privado e da sociedade civil.
O poder público é o único agente capaz de estimular e lançar as bases para um plano de requalificação
do Centro, exercendo o seu papel de gestor em função do bem comum, com o apoio e participação da
sociedade. Cabe a este resgatar esta população sendo este o foco fundamental para a recuperação da
vitalidade do centro urbano.
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12. REFERÊNCIAS DA INTERNET:
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www.socicam.com.br
www.ponte.com.br
www.cide.rj.gov.br
www.urbanismo.niteroi.rj.gov.br
www.cidades.gov.br
www.cdp-fan.nroi.rj.gov.br/patrimonio/SolarNotreReve.html
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