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VIOLÊNCIAS INTERPESSOAIS

BULLYING E SUICÍDIO

Elis Regina CornejoPsicóloga, mestranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/BS). É colaboradora e pesquisadora do Instituto Vita Alerede Prevenção e Posvenção do Suicídio

VIOLÊNCIA

� De acordo com a OMS:

“Uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grandes possibilidades de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”

VIOLÊNCIA INTERPESSOAL

� Relatório Mundial sobre violência e saúde (OMS, 2002)

“fruto da interação entre as pessoas, que demonstram dificuldade de resolver conflitos por meio da conversa”

• intrafamiliar: entre membros da família e parceiros íntimos

• comunitária: ambientes sociais e que pode ser praticada por conhecidos ou desconhecidos.

NATUREZA DA VIOLÊNCIA

Fig. 2 –Classificação da violência segundo características daqueles que cometem o ato violento e natureza. In: Linha de cuidado para a Atenção Integral à Saúde da pessoa em Situação de Violência, 2015, p. 17

BULLYING

� origem inglesa “bully” – o autor: brigão – valentão

� Não há tradução/palavra na língua portuguesa que expresse conjunto de ações

“A palavra se emprega na literatura especializada para denominar a prática de intimidação repetida, acompanhada de agressividade, humilhação”. (THEÓPHILO, 2002)

“Trata-se de um comportamento ligado à agressividade física, verbal ou psicológica. É uma ação de transgressão individual ou de grupo, que é exercida de maneira continuada, por parte de um indivíduo ou de um grupo de jovens definidos como intimidadores nos confrontos com uma vítima predestinada”. (COSTANTINI, 2004, p. 69)

BULLYING

Agressor

VítimaEspectador

BULLYING

� Problema mundial e indeterminado de opressão

� mais frequente no âmbito escolar

� universitário: trotes

� ambiente de trabalho: comentários, exclusão ou intimidação, exagerar nas brincadeiras, criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos

� Cyberbullying

CONSEQUÊNCIAS

“com freqüência, a vítima do Bullying não encontra condições de se recuperar após as intimidações, pois se sente desprotegida fisicamente e, mesmo reclamando, dificilmente encontra ajuda necessária no espaço escolar ou não que interrompa as situações promovidas pelo Bullying ou capaz de dar apoio psicológico às vítimas mais fracas” Costantini (2004)

• Sofrimento (ansiedade, depressão) e impotência psicológica

• isolamento

• inexistente / invisível / desqualificado

• queda do rendimento

• medo (espectadores)

• Suicídio / homicídio

SUICÍDIO

� Fenômeno complexo e multideterminado

� Número de morte supera total de mortes por homicídios, acidentes de transportes, guerras e conflitos civis

� 800 mil mortes (2012) - 2.200 por dia – 1 cada 45 segundos

� Tentativas: 10 a 20 maiores

� 2° causa de morte entre jovens 19 à 25 anos

� Brasil: 8° ranking - 11.821 mortes – 32 suicídios por dia

� 2002 à 2014 aumento 10% - jovens de 15 à 29 anos

SUICÍDIO

� fruto de uma dor psíquica (SHNEIDMAN,1993)

� fracasso da proposta coletiva daquela sociedade (KALINA & KOVADLOFF, 1983)

� desfecho de uma série de fatores (ABP, 2014)

� Em jovens:

• depressão

• abuso de álcool e drogas

• questões interpessoais: violência sexual, abusos, violência doméstica e bullying

MITOS

� Quem fala que vai se matar quer apenas chamar atenção

� Falar publicamente sobre suicídio incentiva a prática

� Perguntar se uma pessoa pensa em suicídio pode incentivá-la

� Suicidas são egoístas e covardes

� O suicídio é hereditário

� Quem tenta o suicídio sempre tem um distúrbio mental

� Quando o indivíduo sobrevive a uma tentativa, está fora de perigo

� Quem vai se matar não dá sinais

� Quem quer se matar, não avisa

FATORES DE RISCO

� História de tentativas anteriores

� Transtornos mentais como depressão, alcoolismo, transtorno bipolar, esquizofrenia;

� Sexo masculino;

� Faixa etária entre 15 a 45, e acima de 75 anos;

� Desemprego, Perdas recentes;

� Solidão, apatia, isolamento;

� Migrantes e imigrantes;

� Doenças orgânicas graves ou incapacitantes;

� Aposentados;

� Personalidade impulsiva e instável;

� Vivência de situação de violência, de vulnerabilidade;

� Acesso fácil aos meios letais (principalmente armas de fogo, fármacos, facas, etc.).

FATORES DE RISCO NO ADOLESCENTE

� Mudança marcante na personalidade ou nos hábitos

� Piora do desempenho na escola, no trabalho ou outras atividades

� Perda de interesse em atividades de que gostava

� Afastamento da família e amigos

� Descuido com a aparência

� Perda ou ganho inusitado de peso

� Mudança no padrão comum do sono

� Comentários negativos sobre o futuro (desesperança) ou autodepreciativos

� Disforia marcantes (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva)

� Doação de pertences que valorizava

� Expressão clara ou velada de desejo de morte ou de fim da vida (BOTEGA, 2015)

SUICÍDIO E BULLYING

"Pessoas que seguem qualquer padrão considerado pela maioria da sociedade como desviante, seja o tênis diferente, a cor da pele, o peso, o cabelo ou a orientação de gênero, são hostilizadas continuamente e entram em sofrimento psíquico“ Carlos Estelita (Fiocruz)

ADOLESCÊNCIA CONTEMPORÂNEA

� Adolescência - construção social (ARIÈS, 1978)

� Sociedade adultocêntrica

CUTTING -AUTOMUTILAÇÃO

� Alívio de tensão

� Conforto psicológico

� Autopunição

� processo de redução da capacidade de simbolizar

� Sem intenção de suicídio

� pedido de ajuda - sofrimento

SUICÍDIO E BULLYING

A história de Amanda ToddDisponível em: https://www.youtube.com/watch?v=f2cb76qtd2Y

O QUE PODE AJUDAR?

� Trabalho contínuo – prática educativa

� ações preventivas: fortalecimento das relações interpessoais

� Discussões em um ambiente controlado

� Estimular o grupo a informar os casos

� Evitar o tom de acusação de ambos os lados

� Ações com famílias e se necessário especialistas

� Valores éticos, morais e alteridade

O QUE PODE AJUDAR?

� SaferNet Brasil - Protegendo os Direitos Humanos na Sociedade da Informação

http://new.safernet.org.br/denuncie

� CVV – Centro de Valorização da Vida

141, chat, Skype, e-mail ou endereço

http://www.cvv.org.br/

O QUE PODE AJUDAR?

� Profissionais da Saúde / Sistema Único de Saúde

Psicólogos, Psiquiatras – CAPS ou UBS

� PRO-AMITI

Ambulatório Integrado dos Transtornos do ImpulsoServiço do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

http://www.proamiti.com.br/

REFERÊNCIAS

� ARIÈS, P. H. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1978

� Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 2014

� BOTEGA, N. J. Crise Suicida: avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed, 2015.

� COSTANTINI, A. Bullying: como combatê-lo?. Tradução de Eugênio Vinci de Moraes. São Paulo: Itália Nova, 2004.

� Organização Mundial da Saúde (OMS). Relatório mundial sobre violência e saúde. OMS Genebra; 2002.

� Prefeitura de São Paulo. Linha de cuidado para a Atenção Integral à Saúde da pessoa em Situação de Violência, São Paulo, 2015.

� SHNEIDMAN, E. S. Suicide as a psychache: a clinical approach to self-destructive behavior. Northvale: Jason Aronson, 1993.

� THEÓPHILO, R Disponível em: www.psicologia.org.br/internacional/ap.38.htm.

� WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência: Os jovens do Brasil. Brasília, 2017 (prévia BBC).

� WERLANG, B. S. G. & BOTEGA, N. J. Comportamento Suicida. Porto Alegre: Artmed, 2004.

� World Health Organization (WHO). Preventing suicide: a global imperative. Geneva: WHO, 2014.

OBRIGADA!

Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio

www.vitaalere.com.br (Acessem “Materiais Online” sobre prevenção e posvenção do suicídio)

elis.cornejo@gmail.com

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