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12 ⟩ ESPECIAL 2ª Edição extra.globo.com Sábado, 28 de março de 2015

B Antes da chegada de morado-res aos conjuntos do “Minha ca-sa, minha vida”, empregadosdas empreiteiras já sofriam comaação de criminosos. No cantei-ro de obras do Residencial Ha-roldo de Andrade, em Barros Fi-lho — onde o EXTRA revelouque 80 famílias foram expulsaspor traficantes — operários eengenheiros obedeciam aos ho-rários impostos pelo crime.

— Se ficávamos sabendo deum tiroteio, liberávamos todomundo mais cedo. A obra evita-va funcionar à noite, não faziahora extra — afirma o enge-nheiro Luiz Eduardo Miranda,da construtora Targa.

Durante as obras do ParqueCarioca, em Curicica, funcioná-rios foram surpreendidos com ofurto de uma retroescavadeira,em dezembro de 2013. Já noBairro Carioca, em Triagem, aempresa Direcional fez quatroregistros de ocorrência na 25ªDP (Engenho Novo) para infor-mar a invasão de sete imóveis.

A 31ª DP (Ricardo de Albu-querque) indiciou duas pesso-as pela invasão do conjunto deGuadalupe. O presidente daAssociação de moradores doGogó da Ema, Carlos Henriquede Oliveira, foi preso. Oex-can-didato a deputado estadualPaulo Aquino está foragido. s

t

À noite, nada de obra

....................................................................................

AMANHÃConjuntos na Baixada e em SãoGonçalo são alvo de criminosos.

ENTREVISTA

B Por que há PMs no Residen-cial Guadalupe o dia inteiro?O condomínio não está habi-tado. Se eu tiro o policiamen-to, tem invasão. Vou manterassim até a ocupação.

O local é conflagrado?A favela Gogó da Ema ficaatrás do condomínio. Quan-do há algum problema, refor-ço o policiamento. Em de-zembro, um PM foi baleadono pé na favela. Movimenteicem policiais para operarmosali. De dezembro até 16 demarço, foram 23 presos e 19armas apreendidas.

‘Se eu tiro opoliciamento,tem invasão’

ANTÔNIO MARCOS NETTO Tenente-coronel,comandante do 41º BPM

Jacarepaguá

R$ 67.500.000Abril de 20141

Parque CariocaBAIRRO

PROBLEMAS

APARTAMENTOSFAMÍLIAS

CUSTO DA OBRAINAUGURAÇÃO

CONDOMÍNIOS

900349

MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMiiiiiiiillllllllíííííííííccccccccciiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaa

RADIOGRAFIA DOS CONJUNTOS

Fontes: Caixa Econômica Federal, Disque-Denúncia, Ministério das Cidades, Ministério Público do Rio, Polícia Civil e Secretaria municipal de Habitação

Legenda

Disque-Denúncia

Registros de ocorrência

Inquéritos concluídos ou em andamentoProcessos de reintegração deposse que correm na Justiça

Pichações com alusão a milícia ou facção criminosa

Ocorrência de operação policialno interior do condomínio

Relatos de moradoresouvidos pelo EXTRA

Triagem

R$ 114.231.862

Julho de 2012

11

Bairro Carioca

BAIRRO

PROBLEMAS

APARTAMENTOS

FAMÍLIAS

CUSTO DA OBRA

INAUGURAÇÃO

CONDOMÍNIOS

2.2402.144

TTTTTTTTTTTTTTrrrrrrrrrrrrrrrráááááááááááááááááffffffffffffffffffffffffiiiiiiiiiiiiicccccccccccccccccccooooooooooooooooooooo

Campo Grande

R$ 41.259.000

Agosto de 2013

2

Vivendas das Rosas e

Vivendas das Orquídeas

BAIRRO

PROBLEMAS

APARTAMENTOS

FAMÍLIAS

CUSTO DA OBRA

INAUGURAÇÃO

CONDOMÍNIOS

809

807

aMMMMMMMMMMiiiiiilllllllíííííííííííííííícccccciiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Realengo

R$ 29.900.000Abril de 2010

2

Vivendas do Ipê Amarelo eVivendas do Ipê Branco

BAIRRO

PROBLEMAS

APARTAMENTOSFAMÍLIAS

CUSTO DA OBRA

INAUGURAÇÃO

CONDOMÍNIOS

598573

MMMMMMiiiiiilllllllííííííííííícccccccccciiiiiiiiaaaaaaaaaa

PMs têm medo de patrulharo Residencial Guadalupe,invadido em novembro

têm medo devir até a porta.

Você pode entrar e conversar ládentro”, avisa o porteiro do Re-sidencial Guadalupe, no bairrode mesmo nome na Zona Nortedo Rio, apontando para uma vi-atura da PM estacionada nocondomínio do “Minha casa,minha vida”ainda desocu-pado. No carro,dois PMs comfuzis olhavamcom desconfi-ança para o la-do de fora. Nosétimo capítuloda série “Minha casa, minha si-na”, o EXTRA mostra que o úni-co conjunto do programa fede-ral na cidade que conta com po-liciamento 24 horas por dia nãotem moradores.

Em novembro de 2014, o con-domínio foi invadido por 200 fa-mílias da favela Gogó da Ema —vizinha aos prédios — acompa-nhadas de um homem com fu-zil. Desde a desocupação, dez

dias depois, o comando do 41ºBPM (Irajá) determinou que,dia e noite, ao menos dois PMspermaneçam no local.

— Aqui é um campo mina-do. Não gostamos nem de ficarfora do carro — diz um PM.

O comandante do 41º BPM(Irajá), tenente-coronel Antô-

nio MarcosNetto, admiteque é uma re-gião confla-grada: no últi-mo dia 13, umconfronto àluz do dia en-tre bandidos e

PMs na Rua Pelópidas Passa-mani, há cerca de 300 metrosdo portão do residencial, termi-nou com dois suspeitos mortos.

— Quando há movimenta-ção de bandidos, reforçamos opoliciamento — afirma.

Enquanto o conjunto não éocupado, uma inscrição ao la-do da porta já ameaça os futu-ros moradores: “Se estivermandado, vai morrer”.

“Aqui é um campo minado, nem saímos do

carro”

“Não vamos deixar mais um território liberado para o tráfico. O 'Minha casa, minha vida' é um programa para pobre”Prefeito Eduardo PaesAo comentar a invasão ao Residencial Guadalupe

“Quando escurece aqui fica sinistro, aí eu já vou logo embora”Carlos (nome fictício)Porteiro do Residencial Guadalupe

“eles

Viatura no Residencial Guadalupe, que exibe aviso em muro

Moradores que haviam invadido o conjunto deixam o local

RAFAEL SOARES

FABIANO ROCHA / 19.11.2014

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