-a preocupação na década de 1970 residia na possível escassez de recursos naturais/energéticos....

Post on 07-Apr-2016

213 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

- A preocupação na década de 1970 residia na possível escassez de recursos

naturais/energéticos.

- Atualmente a preocupação está centrada nos impactos das atividades

econômicas sobre a poluição global.

- Por que? A economia mundial atingiu uma escala suficientemente

elevada.

- Motivos: A magnitude da população e o nível de renda per capita.

1

- Por mais pobre que seja uma sociedade, se a população cresce a uma taxa elevada, haverá aumentos nocivos ao meio ambiente. Por que?

- Por sua vez, mesmo que não haja aumento populacional, um aumento da renda per capita também terá efeitos negativos. Por que?

- Em termos matemáticos:Y = (Y/P) x PDA= α(Y)Em que Y= PIB real (proxy da escala de produção material), P é a população e DA, degradação ambiental.

A dinâmica demográfica

• O número de pessoas que, em um dado momento no tempo, habitam

o globo terrestre é fator fundamental na determinação dos impactos

da sociedade humana sobre o meio-ambiente. Mais importante,

porém, é a taxa de crescimento dessa população, e a distribuição

geográfica de tal crescimento.

Terá o nosso globo a capacidade de, por volta de 2050, alimentar os seus quase 9

bilhões de habitantes?

Poderão as cidades absorver vários bilhões de pessoas em condições adequadas

de saúde, educação, habitação, emprego e segurança?

A expectativa é a de que, em 2050 bem mais da metade da população mundial

esteja residindo em cidades. Qual o impacto dessa expansão demográfica sobre o

consumo de energia e de outros recursos naturais? E sobre a poluição?

Será que em 2050 o sistema econômico global terá condições de oferecer

padrões de vida aceitáveis a quase 9 bilhões de habitantes sem impor profunda e

irreversível degradação ambiental?

Elementos da dinâmica demográfica

Variação demográfica = entradas – saídasEntradas = natalidade + imigraçãoSaídas = mortalidade + emigração

O crescimento da produção material

(PIB per capita) e o meio ambienteDe que forma o crescimento do produto afeta o meio ambiente?

• Quanto maior o nível do produto (escala), maior a absorção de recursos naturais, aumentando a sua escassez.

• A elevação acentuada da escala da economia, amplia as emanações de poluição e degradação.

A hipótese do “U invertido” (Curva de Kuznets)

Tomando a renda per capita, Y/P, de um país como indicador de desenvolvimento, e

observando a relação empírica entre esse indicador e certos índices de qualidade

ambiental, observou-se que para economias de baixo PIB per capita, aumentos deste

seriam acompanhados de uma acentuação na deterioração ambiental.

Entretanto, se esse país continuasse a crescer, após um determinado ponto, aumentos

de Y/P acabariam propiciando reduções na degradação do meio-ambiente.

Curva de Kuznets ambiental

Em um país pobre, o crescimento da produção é prioritário e a preservação do

meio ambiente e o combate à poluição são luxos. Contudo, se a economia do

país cresce continuamente a taxas superiores a do seu crescimento

demográfico, cedo ou tarde sua renda per capita atingirá um nível tal em que o

padrão de vida da população será relativamente confortável; e quando isto

acontece, a qualidade do meio-ambiente acaba se tornando prioritária. Em

consequência, observa-se a introdução de legislação ambiental, o

desenvolvimento de instituições apropriadas, a promoção de tecnologias e de

produtos “limpos” e a implementação de políticas de proteção ambienta

Se for verdadeiro a hipótese do U invertido não há incompatibilidade entre crescimento econômico e qualidade ambiental.

A seguir, alguns exemplos reais apoiando a hipótese:

Renda real per capita

Tempo (anos)

Críticas à hipótese do U invertido • Para começar, a curva do “U” invertido se aplica a apenas alguns

poluentes, geralmente aqueles com impactos locais e de curto prazo.

• Os estudos empíricos não avaliam o panorama global.

• A diminuição das emissões de um poluente em um dado país pode

significar aumentos da emissão de outros poluentes no mesmo país,

ou a transferência da poluição a outros países, via exportação de

indústrias “sujas”.

• De forma geral, ela não se aplica a poluentes com efeitos duradouros

e de amplo alcance espacial – como a emissão de dióxido de carbono

(efeito estufa). Em outras palavras, a expansão da renda per capita

pode estar associada a melhorias em alguns indicadores, mas isso não

nos permite concluir que basta o crescimento econômico para

garantir uma melhoria ambiental generalizada; nem que os impactos

ambientais do crescimento podem ser ignorados e, que a base de

recursos do globo é capaz de sustentar o crescimento econômico.

Figura 8 - Emissão de dióxido de carbono per capita

A hipótese do U invertido e o teorema da impossibilidade

• Mesmo que a hipótese do U invertido fosse válida para todos os poluentes no

contexto de países individuais, seria fisicamente impossível um crescimento

generalizado no longo prazo de todos os países e uma redução global da

degradação ambiental.

• Para verificar isso, suponhamos que a teoria de U invertido seja verdadeira e que

com o passar do tempo, todos países em desenvolvimento – inclusive países da

África consigam registrar significativos aumentos de renda per capita.

O ambientalista Common, através de seu modelo garante que no longo

prazo a evolução hipotética do U invertido não garantiria um declínio

da degradação global; um declínio desses não estaria assegurado nem

mesmo se a renda per capita de todos os países viesse a atingir níveis

que os colocassem na faixa descendente do U invertido.

• A primeira hipótese supõe que, com a economia crescendo continuamente, no muito longo prazo o produto real per capita acabará atingindo o ponto a, da Figura 10. Em outros termos, supomos aqui que se acabe descobrindo maneira de produzir e consumir sem, de nenhuma forma, degradar o meio-ambiente.

• A segunda hipótese, mais realista, estabelece um limite inferior para a relação entre renda per capita e degradação ambiental – o nível de degradação k, da Figura 10. Existe, pois, um limite para o declínio da degradação ambiental.

Por mais elevada que seja a renda per capita de um dos países, a degradação ambiental não pode ser inferior a k. Assim, com a passagem do tempo e crescimento, ambos os países ingressam na fase descendente do U invertido, e apresentam níveis de degradação ambiental cada vez menores; e com o tempo, todos atingirão o patamar mínimo de degradação k. Isso significa que, quando os países tiverem atingido a renda 0y', com a continuidade do crescimento haverá uma incremento proporcional na degradação ambiental. E esse incremento continuará a ocorrer indefinidamente, enquanto houver crescimento.

Impacto ambiental

ConclusãoSe, de fato, houver redução significativa da pobreza em todo o mundo,

se os países mais pobres, que abrigam cerca de 4/5 da população

mundial, puderem melhorar seus padrões de vida, a expansão

demográfica e o crescimento da renda per capita levariam a escala da

economia mundial a níveis extremamente altos, gerando extensa

degradação ambiental. Além disso, há serias dúvidas de que essa escala

da economia teria condições físicas de ser atingida.

Exercícios Como o crescimento populacional e a renda per capita (proxy para a produção material) afetam o meio ambiente?

A curva de Kuznets ambiental e sua veracidade empírica varia de país para país. Na sua opinião, se ocorresse um aumento generalizado da renda per capita no Brasil ao longo do tempo, o mercado automaticamente reduziria o impacto ambiental das atividades econômicas ou haveria a necessidade de intervenção governamental? Defenda seu ponto de vista.

top related