amo 1 campinas, 2 de fevereiro' de 1870 n. 28...

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AMO 1 CAMPINAS, 2 DE FEVEREIRO' DE 1870 N. 28. ASSIGNATUHAS Campinas Anno . - 10)?000 Semestre , 6|J000 GAZETA DE CAMPINAS ASSIGNATURAS Para ffira Anno . . 12$000 Semestre . 7J)000 Redactor—O Bacharel F. Ouirino dos Santos Toda e qualquer correspondência deve ser dirigida ao Gerente do estabelecimento—Josii Maeia Lisboa GAZETA DE CAMPINAS Interesses agi'ie»las Mais um fazendeiro distineto pelos doles da intellígencia e por sua elevada illustra- ção, homem de grande trato na lavoura da província, mas que, a exemplo de outro da sua classe que nos tem honrado com seus escriptos, deixa o nome entre o véus da modéstia, vem hoje occupar as paginas da «Gazeta de Campinas». Este facto faz ores- cer em nós a convicção de que o publico reconhece, e não desconheceu jàmais, os esforços que havemos empregado por des- empenhar em toda a plenitude a ardua tarefa que temos nos imposto, isto é, advo- gar principalmente todas as discussões em que se ponham as idéias antes da pessoas, os sinceros argumentos antes das polemicas futeis, abrindo assim extensa margem ao desinvolvimento dos princípios, a porta aberta, na estrada do bem commum, paru a luz e para a verdade. Certamente são desmarcados para a nossa obscura individualidade os amplos elogios que nos tece o autbor do artigo que vae em seguida, em quanto elles se dirigem ás qualidades do espirito e da cultura in- tellectual; mas cabem-nos e queremo-los inteiros na parte referente á empenhada vontade com que procuramos incaminhar o bom animo de nossos patrícios para as conquistas incruentas da civilisação e do progresso. E' pois, em razão desse afinco mesmo com que tentamos vincular ás raias do um futuro esplendido o destino desta bella província, que felicitamos cordealmente ao illustre escriptor das judiciosas considera- ções que se vão ler, pela importancia e rele- vo que soube dar á matéria que escolheu para tratar. Devem ser apreciados com a maior pon- deração objectos de tanto alcance para to- dos; e rião nos fartamos de pedir o maxi- mo cuidado para elles. Assim cale nalma á toda população agrícola tão bem adduzidas reflexões, tão de molde talhadas para o nosso presente. Entretanto permitta-nos o seu author o observarmos-lhe que ha muito ponto de contado entre as suas doutrinas e as do Lavrador, de Campinas, de quem s. s. pensa dissentir em alguma cousa. O Lavrador com escrupuloso critério abordou o grande assumpto da colonisação e manejou-o no conveniente para o es- tado dos negocios públicos. O Roceiro de hoje, o Lavrador de hontem, todos nós vamos abicar a um mesmo fim : a immi- gração, a introducção do trabalho livre, as suas immensas vantagens para a agrieul- tura; mas o lugar de partida é necessaria- mente a direcção dos colonos para as nos- sas terras, quer dizer é o meio de tornar praticavel e acceito o encaminhamento dessa corrente de bons serviços para os nossos climas. Solvido este primordial pro- blema, tudo mais virá por si, virá por força das circunstancias, virá por que tem de vir fatalmente. Assim os nossos patrícios se compene- trassem intimamente da necessidade de se reunirem para o debate das causas que os affectam de face, como nos aconselha o Roceiro. Praza a Deus que elles vejam na associação, ha iniciativa individual a baze verdadeira do verdadeiro ingrandecimento. O povo é que hade aventar o estudo dos seus negocios, da sua vida, cujo exame não deve, não pôde delegar a olhos estranhos e indiflerenles, ouhypocritamente dedicados, que ó peior ainda. Pois lidemos na súfara que está inteira por vencer; concorram o Roceiro e o La- vradok com seus talentos robustos o con- corramos todos para a regeneração doscos- tumes, sendo o nosso móte: abater a rotina, levantar o coração e a para os novos ho- risontesl F. Quiki.no dos Santos. IUm. sr. Redactor.—Roceiro, pertenço, comquanto modestamente, a essa nobre classe, que se dedica á cultura das nossas' terras, e como tal não posso deixar de dar a V. S. os meus parabéns. V. S. (exemplo raro) é dos poucos, que se apresentam na imprensa advogando os nossos interesses, que são os interesses da sociedade brasileira. Deos lhe conceda forças para arrostar as diííiculdades, que vae encontrar. A lavoura entre nós, sr. Redactor, neces- sita de mais liberdade, e isso quanto antes. As cousas como estão não podem continuar sem grave prejuízo publico. O governo central impoz-se á lavoura como tutor e herdeiro forçado, e tem-na tratado, como não a trataria um padrasto. Esquece-se do muito, que lhe deve, e por seus actos ha accarretado sobre o lavrador grande copia de males; tem-lhe sido mais fatal de que o-«quoroquerê»-ou a formiga-«sauba»-. Inspirado nas idéias de uma política injus- ta e mesquinha, quiz tudo concentrar em suas mãos, e infelizmente concentrou. Cha- mou a si toda a administração deste vasto paiz, e a executa pelo modo que vemos: dispende os dinheiros públicos, frueto labo- rioso de nossas economias, ás mãos cheias, sem critério, mesmo «caprichosamente» e para encher o vazio do thesouro, lança impostos e sobrecarrega os nossos produc- tos de pesados ônus. Não satisfeito, vae além, cercêaos direi- tos, coarcta a liberdade do cidadão por tal fôrma, que hoje, se este quer promover sériamente o desinvolvimento e a ielicida- de do seu município, da sua província, dotando-os com os melhoramentosproprios, tem de luetar contra tantos embaraços, su- perar taes diííiculdades, que é para reben- tar o mais forte e corajoso. V. S. sabe que é preciso recorrer ao Governo Central, que reservou-se o direito de julgar em ultima instancia da justiça e conveniência da pre- tenção, concedendo ou negando o seu be- naplacito. V. S. sabe, que o cidadão tem de se su- gcitar aos caprichos de um ministro, ha dc depender de um grande numero de empre- gados públicos, deve munir-se de empe- nhos, terá de resignar-se a esperar por de- longas prejudiciaes, e tem denão mencional-o-hei, por que é uma vergonha. O que necessita portanto a lavoura para caminhar segura e desassombradamente no futuro, e attingir a grandeza a que está destinada? E' quebrar essas cadeias, que lhe arrocham os pulsos, eque a tornam, de rainha, que devia ser entre nós, em escra- va submissa. E, a meu vêr, Sr. Redactor, V. S. poderia contribuir muito para um fim tão util; collocado como está no cen- tro da grande lavoura d'esta província, do- tado do talento, que todos lhe reconhe- cem, cheio de boa vontade, cercado de tantos dístinetos lavradores, que escutarão a sua palavra authorisada. Escreva, insis- la, luete, não se deixe intimidar pelas dif- ficuldades, persuada, convença os lavra- dores da necessidade, que todos temos de completar as nossas forças individuaes e supprir a sua diííiciencia, formando «As- sociações agrícolas.» EseV. S. conseguil-o, caber-lhe-ha a maior gloria a que pôde aspirar um filho desta província, qual a de lhe ter feito o maior beneficio possível. A lavoura, Sr. Redactor, queira-se ou não se queira confessal-o, é o pedestal da grandeza deste paiz, a seiva dessa grande arvore, que nos protege com a sua sombra, a vida desse colosso, que se chama—Rrasil. Sem a lavoura, ou com a lavoura decaden- te, ella não passa de uma bella estatua, sem vida e portanto sem acção. Lembre-se, Sr.Redactor, que associações como essas é, que tem elevado os Estados- Unidos ao apogêo da gloria, da força e da grandeza; ás «Associações agrícolas» é que se deve em grande parte esse desinvolvi- mento e prosperidade, que gosa a lavoura nesse paiz, sem rival no mundo inteiro. Formem-se «Associações agrícolas,» assu- ma a lavoura a posição a que tem direito entre nós, e ella poderá influir benefica- mente na marcha dos negocios públicos e nos destinos da nossa Patria. As cousas to- marão então um novo aspecto. Não tarda- o dia, em que veremos revogadas essas leis vexatórias, ineptas e grosseiramente injuriosas ao nosso amor proprio, que como uma rede se estendem sobre toda nossa la- voura c lem-na preza e suffocam-na. Uma nova era despontará, e sob o império da liberdade formar-se-hão estabelecimentos agrícolas de credito, estabelecer-se-hão es- vbolas practicus de agricultura, abrir-se-

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AMO 1 CAMPINAS, 2 DE FEVEREIRO' DE 1870 N. 28.

ASSIGNATUHASCampinas

Anno . - 10)?000Semestre , 6|J000 GAZETA DE CAMPINAS

ASSIGNATURASPara ffira

Anno . . 12$000Semestre . 7J)000

Redactor—O Bacharel F. Ouirino dos Santos

Toda e qualquer correspondência deve ser dirigida ao Gerente do estabelecimento—Josii Maeia Lisboa

GAZETA DE CAMPINAS

Interesses agi'ie»lasMais um fazendeiro distineto pelos doles

da intellígencia e por sua elevada illustra-ção, homem de grande trato na lavoura daprovíncia, mas que, a exemplo de outro dasua classe que nos tem honrado com seusescriptos, deixa o nome entre o véus damodéstia, vem hoje occupar as paginas da«Gazeta de Campinas». Este facto faz ores-cer em nós a convicção de que o publicoreconhece, e não desconheceu jàmais, osesforços que havemos empregado por des-empenhar em toda a plenitude a arduatarefa que temos nos imposto, isto é, advo-gar principalmente todas as discussões emque se ponham as idéias antes da pessoas,os sinceros argumentos antes das polemicasfuteis, abrindo assim extensa margem aodesinvolvimento dos princípios, a só portaaberta, na estrada do bem commum, parua luz e para a verdade.

Certamente são desmarcados para a nossaobscura individualidade os amplos elogiosque nos tece o autbor do artigo que vaeem seguida, em quanto elles se dirigemás qualidades do espirito e da cultura in-tellectual; mas cabem-nos e queremo-losinteiros na parte referente á empenhadavontade com que procuramos incaminharo bom animo de nossos patrícios para asconquistas incruentas da civilisação e doprogresso.

E' pois, em razão desse afinco mesmocom que tentamos vincular ás raias doum futuro esplendido o destino desta bellaprovíncia, que felicitamos cordealmente aoillustre escriptor das judiciosas considera-ções que se vão ler, pela importancia e rele-vo que soube dar á matéria que escolheupara tratar.

Devem ser apreciados com a maior pon-deração objectos de tanto alcance para to-dos; e rião nos fartamos de pedir o maxi-mo cuidado para elles.

Assim cale nalma á toda populaçãoagrícola tão bem adduzidas reflexões, tãode molde talhadas para o nosso presente.

Entretanto permitta-nos o seu authoro observarmos-lhe que ha muito ponto decontado entre as suas doutrinas e as doLavrador, de Campinas, de quem s. s.pensa dissentir em alguma cousa.

O Lavrador com escrupuloso critérioabordou o grande assumpto da colonisaçãoe manejou-o no pé conveniente para o es-tado dos negocios públicos. O Roceiro dehoje, o Lavrador de hontem, todos nósvamos abicar a um mesmo fim : a immi-gração, a introducção do trabalho livre, assuas immensas vantagens para a agrieul-tura; mas o lugar de partida é necessaria-mente a direcção dos colonos para as nos-sas terras, quer dizer é o meio de tornarpraticavel e acceito o encaminhamento

dessa corrente de bons serviços para osnossos climas. Solvido este primordial pro-blema, tudo mais virá por si, virá por forçadas circunstancias, virá por que tem de virfatalmente.

Assim os nossos patrícios se compene-trassem intimamente da necessidade de sereunirem para o debate das causas que osaffectam de face, como nos aconselha oRoceiro. Praza a Deus que elles vejam naassociação, ha iniciativa individual a bazeverdadeira do verdadeiro ingrandecimento.O povo é que hade aventar o estudo dosseus negocios, da sua vida, cujo exame nãodeve, não pôde delegar a olhos estranhos eindiflerenles, ouhypocritamente dedicados,

que ó peior ainda.Pois lidemos na súfara que está inteira

por vencer; concorram o Roceiro e o La-vradok com seus talentos robustos o con-corramos todos para a regeneração doscos-tumes, sendo o nosso móte: abater a rotina,levantar o coração e a fé para os novos ho-risontesl

F. Quiki.no dos Santos.

IUm. sr. Redactor.—Roceiro, pertenço,comquanto modestamente, a essa nobreclasse, que se dedica á cultura das nossas'terras, e como tal não posso deixar de dara V. S. os meus parabéns. V. S. (exemploraro) é dos poucos, que se apresentam naimprensa advogando os nossos interesses,que são os interesses da sociedade brasileira.

Deos lhe conceda forças para arrostaras diííiculdades, que vae encontrar.

A lavoura entre nós, sr. Redactor, neces-sita de mais liberdade, e isso quanto antes.As cousas como estão não podem continuarsem grave prejuízo publico. O governocentral impoz-se á lavoura como tutor eherdeiro forçado, e tem-na tratado, comonão a trataria um padrasto. Esquece-se domuito, que lhe deve, e por seus actos haaccarretado sobre o lavrador grande copiade males; tem-lhe sido mais fatal de queo-«quoroquerê»-ou a formiga-«sauba»-.Inspirado nas idéias de uma política injus-ta e mesquinha, quiz tudo concentrar emsuas mãos, e infelizmente concentrou. Cha-mou a si toda a administração deste vastopaiz, e a executa pelo modo que vemos:dispende os dinheiros públicos, frueto labo-rioso de nossas economias, ás mãos cheias,sem critério, mesmo «caprichosamente» epara encher o vazio do thesouro, lançaimpostos e sobrecarrega os nossos produc-tos de pesados ônus.

Não satisfeito, vae além, cercêaos direi-tos, coarcta a liberdade do cidadão por talfôrma, que hoje, se este quer promoversériamente o desinvolvimento e a ielicida-de do seu município, da sua província,dotando-os com os melhoramentosproprios,tem de luetar contra tantos embaraços, su-

perar taes diííiculdades, que é para reben-

tar o mais forte e corajoso. V. S. sabe queé preciso recorrer ao Governo Central, quereservou-se o direito de julgar em ultimainstancia da justiça e conveniência da pre-tenção, concedendo ou negando o seu be-naplacito.

V. S. sabe, que o cidadão tem de se su-gcitar aos caprichos de um ministro, ha dcdepender de um grande numero de empre-gados públicos, deve munir-se de empe-nhos, terá de resignar-se a esperar por de-longas prejudiciaes, e tem de nãomencional-o-hei, por que é uma vergonha.

O que necessita portanto a lavoura paracaminhar segura e desassombradamente nofuturo, e attingir a grandeza a que estádestinada? E' quebrar essas cadeias, quelhe arrocham os pulsos, eque a tornam, derainha, que devia ser entre nós, em escra-va submissa. E, a meu vêr, Sr. Redactor,V. S. poderia contribuir muito para umfim tão util; collocado como está no cen-tro da grande lavoura d'esta província, do-tado do talento, que todos lhe reconhe-cem, cheio de boa vontade, cercado detantos dístinetos lavradores, que escutarãoa sua palavra authorisada. Escreva, insis-la, luete, não se deixe intimidar pelas dif-ficuldades, persuada, convença os lavra-dores da necessidade, que todos temos decompletar as nossas forças individuaes esupprir a sua diííiciencia, formando «As-sociações agrícolas.» EseV. S. conseguil-o,caber-lhe-ha a maior gloria a que pôdeaspirar um filho desta província, qual a delhe ter feito o maior beneficio possível.

A lavoura, Sr. Redactor, queira-se ounão se queira confessal-o, é o pedestal dagrandeza deste paiz, a seiva dessa grandearvore, que nos protege com a sua sombra,a vida desse colosso, que se chama—Rrasil.Sem a lavoura, ou com a lavoura decaden-te, ella não passa de uma bella estatua,sem vida e portanto sem acção.

Lembre-se, Sr.Redactor, que associaçõescomo essas é, que tem elevado os Estados-Unidos ao apogêo da gloria, da força e dagrandeza; ás «Associações agrícolas» é quese deve em grande parte esse desinvolvi-mento e prosperidade, que gosa a lavouranesse paiz, sem rival no mundo inteiro.

Formem-se «Associações agrícolas,» assu-ma a lavoura a posição a que tem direitoentre nós, e ella poderá influir benefica-mente na marcha dos negocios públicos enos destinos da nossa Patria. As cousas to-marão então um novo aspecto. Não tarda-rá o dia, em que veremos revogadas essasleis vexatórias, ineptas e grosseiramenteinjuriosas ao nosso amor proprio, que comouma rede se estendem sobre toda nossa la-voura c lem-na preza e suffocam-na. Umanova era despontará, e sob o império daliberdade formar-se-hão estabelecimentosagrícolas de credito, estabelecer-se-hão es-vbolas practicus de agricultura, abrir-se-

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GAZETA DE CAMPINAS

hão estradas, us braços livres aífluirão parao trabalho, leremos macliinas por umpreço justo e razoavel, o os nossos produc-tos irão figurar com vantagem nos merca-dosconsummidores.

Formem-se «Associações agrícolas,» e es-sas corporações, respeitáveis polo seu bomsenso, suas riquezas, longa experiencia eforça numérica, iniciarão, e sendo precisotomarão a si a execução de todas aquellasmedidas úteis e proveitosas á lavoura.

Forniem-se «Associações agrícolas,» ecessarão esses pequenos resentimentos, essasfataes rivalidades, que lançam o germen dadiscórdia entre os lavradores, e impediu-do que estes se .unam, se coaliguem, seprotejam mutuamente, são muitas vezes acausa de abortarem as melhores idéias ede cahirem por terra os mais úteis pro-jectos.

Formem-se «associações agrícolas», e eri-tão a lavoura poderá enviar ao seio da re-presentação"nacional, representantes seus,responsáveis ;1 «nós lavradores», que conhe-cendo as nossas necessidades, se apressarãoem satisfazel-as, que consultando os nossosinteresses, farão por salvaguardai-os.

Formem-se «associações agrícolas», e es-sas corporações, fortes e respeitáveis pela suanatureza, não terão de se arreceiar do go-verno, qualquer que elle seja. O governoentão não negará mais tá lavoura as medi-das, que necessita para o seu desenvolvi-mento e prosperidade, não se opporá maisá justa realisação das suas aspirações; pelocontrario irá ao encontro d'estas.

Desculpe-me, sr. Redactor, se a minhalinguagem tem tido a rudeza da franqueza,mas o Roceiro não sabe fallar doutro modo.

Permitia-me ainda algumas palavras.Li o li com toda a attenção em suainte-

ressante «Gazeta» de G do corrente, umartigo do exm. sr. Desembargador Remar-do Gavião, transcripto do «Jonral do Com-mercio» de 27 do p. p. e igualmente umacorrespondência assignada —Lavrador—datada d essa cidade.

Essas publicações appareceram a propo ¦sito da magna questão—-Elemento Servil.

Quanto ao primeiro o seu author é conhe-cido, é o exm. sr. Desembargador RernardoGavião; quanto á segunda, —Lavrador—deve ser pessoa altamente collocaaa entreos seus, não só porque V. S. dirigio-lhe asmais lisongeiras e honrosas expressões,como lambem por causa das idéias, quealise contém e da maneira porque—Lavra-dor—as expende.

V. S. bem imagina a impressão que de-viam causar esses escriptos sobre o espiritode um simples roceiro. Reflecti sobre ellese a meu pezar, não posso combinar comtão illustres cavalheiros.

V. S. consentirá que por meu turno, euvenha aqui enunciar resumidamente a mi-nha humilde opinião. Parece-me que am-bos os cavalheiros não «feriram» a matéria,e que nãofallararnassazdesimbaraçadamen-te. Estarei em erro, será falta de intelligen-cia talvez. Para mim (e nesse ponto soucontrario aos dous illustres cavalheiros) de-vemos desde já tratar da substituição doElemento Servil. Como? Em que prazo?Com que condições? E' matéria de discus-são e para ella os lavradores são os maiscompetentes.

Esta questão é sem duvida de vida emorte para a «grande lavoura», mas porser ella assim, devemos cruzar os braços eesperar do acaso a sua solução, fechar os

olhos, para não vfir o abysmo, que se vaecavando debaixo de nossos pós? Não! o des-animo não deve se apoderar de nosso espi-rito; nunca tivemos mais necessidade decalma, de reflexão e de toda a nossa ener-gia e actividade. A queslão é de grandemagnitude, pois bem, encaremol-a face alace, de perto, examinemol-a, por todos oslados, preparemos assim a obra do futuro.E quem é mais apto para esse exame, paraessa discussão, do que o lavrador, cujosinteresses estão em jogo? cuja fortuna ouruina depende do alvitre que se adoptar?que se resentirá, primeiro e directamente,dos seus elfeitos? Reunam-se portanto el-les quanto antes, para combinarem no quese deve fazer, deixem-se de procuradores,que tantas vezes illudem o seu mandato,ponham-se elles á frente desse movimentosocial, regulem-lhe a marcha, imprimam-lhe a melhor direcção, não se descuidemd'elle, que éo «único» meio de não se dei-xareni assoberbar e arrastar pela onda.

Divirjo igualmente da rnaxima do illus-tre—Lavrador—porque ó força sujeitar-mo-nos aos princípios immutaveis da natu-reza. «Destruir para crear», c o que ellamarca, se porém é dado combinar ambasascousas, «é meio caminho andado.»

Querer porém crear primeiro para depoisdestruir, só é admissível em limitada parte.

Convencido do que acaba do dizer, con-liando muito naintelligeucia, posiçãosociale prestigio dos dous cavalheiros signatarios,permitta-me, sr. Hedaclor, que d'aqui lhesdirija um appelloi exm.sr.DesembargadorBernardo Gavião e illustre sr .Lavrador; —As-sumamVv. Exas. a posição nobre a que temdireito, dêem a maior prova de affeição,que no presente se pôde dar á nossa pro-vincia, dirijam-se aos seus lavradores e pro-movam um grande—meeting—, cujo limseja tratar dos interesses da lavoura nanossa provincia, das medidas a adoptar paramelhoral-a e protegel-a, e principalmentsdo modo de precaver-se os seus interessescom respeito á «magna questão», cujo es-tudo e desinlaco devem pender do esforçoe discussão da própria classe dos agrieul-tores.

Acreditem V. Exs. que essa reunião se-rá de esplendidos resultados e a Yv. Exas.caberá a gloria de terem inaugurado umanova era de prosperidade, não só para anossa provincia, como para todo Império.

Seus nomes, já muito conhecidos, serãono futuro cobertos das bênçãos de um po-vo feliz.

Eu, Roceiro, cá de meu canto, sem ospredicados para coadjuval-os efficazmente.limito-me a erguer preces ao Altíssimo,para que seus nobres esforços sejam coroa-dos pelo mais brilhante successo.

O Roceiro.

NOTICIASCaietR de Campinas—Distribuímos hoje, çorser dia sanctificado, o numero desta folha que devera

sahir amanhã.Junta de Qualificação—A junta de qualifi-

cação do votantes, composta de, presidente: F. Quirinodos Santos, membros: srs. Antonio Pompeo de Camar-go, üamaso Xavier da Silva, Major Joaquim Xavier deOliveira e Antonio Firmino de Carvalho e Silva, con-cluiu ante-hontem os seus trabalhos. Foram illiminados81 nomes e qualificados 06 ficando na lista geral 995.A junta reune-se de novo a 2 de março proximo futuropara as reclamações.

Juizo Municipal—Foram concedidas a José Bo-nifacio da Silva Pontes e José Teixeira Nogueira asexo-neracões, que pediram, dos cargos, aquelle, de 1°, eeste," de 2o supplente do juiz municipal .e de orphãosdeste termo.

Industria Nacional—O talentoso e illustradobrasileiro, empregado n'uuia das repartições publicasem S. Paulo, sr. Cyriaco A. dos Santos e Silva acabade nos oílerecer uma amostra dos phosphoros de segu-rança, e outros cujo hastil 6 do talo da planta denomi-nada «pita», todos de sua invenção. Em confronto como que nos vem do estrangeiro, este çenero, fabricadopelo nosso distineto patrício, nada deixa a desejar e tal-vez sobrepuja em muito a varias qualidades que por ahicirculam com toda a acceitação. K' digno de ser anima-do, no sentido de dar longo curso ao consumo do seuprodueto, para que assim se veja remunerado o esforçoe a coragem para as creações nacionaes, tão mal pre-zadas até hoje e por isso mesmo de um desinvolvimen-to tão acanhado e rachitico. Pela nossa parte fazemosardentes votos para que o sr. Cyriaco ache da parte detodos aquella animação e apoio que não devem faltarao iniciador de um invento util que abre sempre novasveredas para o trabalho particular e para á riqueza dopaiz.

Reclaninçà» justa—Está em péssimo estado achamada rua dà Ponte, garganta única e estreita (|uocommuniea esta cidade ao populoso e importante bairro(Ir Santa Cruz. for ahi ha diariamente um trafegoabundante e considerável de vehiculos e animaes car-regados além do transito notável de gente. No erptantoa rua jaz em lastimavel abandono, offerecendo por umlado o leito cheio de escavações e pedras soltas e poroutro a saliência de umameia calçada em continuaçãoá que vem do largo, mas paralysada ha esquecidos an-nos! Conta-se ainda outro immenso obstáculo k passa-gem: é, na quadra chuvosa que atravessamos, a agglo-meração de aguas provenientes das enxurradas incami-niiadâs e estaguadas para a baixada do ribeiro e chafa-riz existentes na proximidade do lugar, por causa dapouca limpesa dos quintaes que o corrego margina paraa descida da ponte. Hoje publicamos uma reclamaçãoparticular neste sentido. Não hade a Camara Municipaldeitar promptas vistas para um mal que tanto reparosollicita? Acreditamos que sim, pois do seu zeloe acti-vidade fia o município todas as esperanças.

Elio-Claro—Temos em nosso poder uma interes-sante e curiosa estatística relativa ao registro hypothe-cario daquella comarca. Por muita aííluencia de mate-rias tem sido retardada a sua publicação, pelo que peLdimos desculpa á pessoa que nol-a enviou, pois logohavemos de estampal-a em nosso jornal.

Tlieatro—A 29 do me», passado íoi representada apeça «Maria Simão». A 30 subiu á scena o bello dramasempre apreciado «Maria Joanna, ou a mulher do po-vo», no qual a sra. d. Julia Azevedo tem um optimopapel, que desempenha a primor; e assim foi desta vez,como cm todas, do sorte que o nosso publico distribuiu-lhe innumeros e justos applausos, sendo afinal chama-da á scena. Os mais actores estiveram na altura dassuas partes e foram applaudidos.

S. Paulo—Da capital da provincia ha o seguinte:—Foram nomeados para servirem interinamente o

cargo de inspcctorcs de districto da instrucção publicaos cidadãos seguintes:

Coronel Antonio Ferreira da Silva, de Santos.Dr. José Alves do Cerqueira Cezar, do Rio-Claro.Padre Luciano Francisco Pacheco, de Itú.—Foi concedida a exoneração que solheitou Antonio

Pio do Camargo Bittencourt, "de subdelegado de policiade Araraquara.—Foi nomeado Florencio Antonio Rodrigues para ocargo de collector de rendas provinciaes do Bethlém doüescalvado. .—Foi nomeado o dr. Aureliano de Souza e Oliveirapara o cargo de inspector da instrucção publica do dis-tricto de Pirassununga.

A PEDIDOMatriz de Campinas

O abaixo assignado tendo encontrado esta Matrizquasi desprovida de paramentos decentes para a ceie-bracão dos actos religiosos, (sendo que devia ser umadas igrejas do bispado a mais bem ornada, não só porser este município composto de cidadãos eminentemen-te religiosos, mas ainda por serem estes favorecidos degrande fortuna), emprehendeu a árdua e diííicil tarefade comprar, como de facto comprou, sob sua responsa-bilidade, todos os paramentos que necessitava estaigre-ia. como é publico e notorio.

Para chegar ao seu desideratum era preciso lançarmão de uma subscripcão popular, como é de estylo emtodas as freguezias; porém, o abaixo assignado, vendoo quanto seus parochianos são vexados com pedidos detal ordem, tem até aqui, não sem grande sacrifício, seabstido de lançar mão de uma subscripcão para paga-mento daquelles paramentos, na esperança de ir com-imitando algumas festas, daquellas menos populares, eapplicando seus produetos para aquelles pagamentos.Hoje, porém, até nestas commutações tem achado dif-ficuldade da parte de alguns festeiros, sendo que nãodeveria havet-as, pois todos sabem que na commutaçãodas festas o parocho contribue com uma grande partede seus direitos a bem da igreja e de todos. _Nestas tristes circumstancias, o abaixo assignaao vê-se na grande necessidade de, ou lançar mão da subs-cripcão muito contra sua vontade, ou vender partedesses paramentos, (o que seria um descredito nosso),para assim satisfazer o grande compromisso em que seacha com a praça do Rio de Janeiro.

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dGAZETA DE CAMPINAS

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O abaixo assignado julga do seu restricto dever daruma satisfação aos seus parochianos sobre os dinhciròsque tem recebido do commutaçôes para esse lim; porisso abaixo vai transcripta, não só a qualidade dos pa-ramentos e suas importâncias, mas ainda os dinheirosque tem recebido, e por uma e outra conta verá o pu-blico o quanto tem feito a bem desta igreja, e emquanto se acha alcançado.

Campinas, 30 de Janeiro de 1870.O vigário, José Joaquim de Sousa e Oliveira.

Receita dos paramentos comprados para a igreja Matrizdesta cidade, desde o anno de 1805 até esta data.Paramento completo de damasco branco

bordado com galões de ouro fino, pa-ra as festas simplix .... 1:153^(000Dito de dito bordado com ramos de ouro

lino, galão e franjas, tudo muito rico,para a solemnidade de quinta-feira santa.

Dito dito roxo damasco bordado comramos do ouro lino, tildo muitn ricopara a solemnidade de domingo doramos

Dito dito preto da mesma qualidade,para sexta-feira santa

Mangas de cruz damasco da mesmaqualidade o correspondentes aos pa-ramentos acima, com borlas de ouro.

Casullas deilhama, de dillerentes còres,bordadas de tico de ouro fino, comseus pertences*. . .

Frontaes para estante, e duas estolasparochiaes, tudo de ouro fino corres-pondente aos paramentos acima

Capas de asperge, correspondentes aosmesmos paramentos, pavilhão, bal-daquino e ornato da ambula

Umbella, caldeirinha, custodia, calix deouro, campainha grande, galhetas de

cristal, ditas de metal, dous mis-saes ordinários e registros .

Estolas e manipulos do damasco ruxofino, para dillerentes casulas, e umafita para a chave do sacrario .

Missal rico guarnecido de ouro .Dito dito guarnecido de prata dourada.Cordões ricos para as alvas .Estolas pretas e roxas para os oliicios

da semana santa • • t •Imagem do Bom Jesus, de (i palmos,

capa rica, e outra para o diário, ediadema

Collegio—Y piranga

1:6208000

1:000íj0001:500,5000

1:0000000

1:8008000

500$000

1:5008000

760J000

300800030080002008000608000

6008000

1:730,5000Somma. 14:623^000

A beto-se dinheiros recebidos como se vè daconta abaixo 9:1..18000

llesia. 5:4128000

Dinheiros recebidos dos meus parochianos cpara pagamento das alfaias compradas pora matriz desta cidade de Campinas.

Producto da casa dcBernardino do EspiritoSanto, commutada pelo exm. PreladoDiocesano

Dinheiro recebido da fabrica por vezesDito reeebido da mesma por vezes .Producto da festa de D. Petronilha de bou-

za Aranha . . • ¦ •Dito da festa de José Francisco Barbosa

Aranha . . ' 'Dito ide uma promessa de 1J. írancisca

Emilia de Queiroz ....Dito da festa dolllm. sr. Joaquim Bonifáciodo Amaral e da Exma. sra. D. TherezaMiquelina do Amaral Pompeo.

Dito de uma promessa do lilm. sr. CarlosEgydio de Souza Aranha

da fabricamim para

3:00180001:20080001:5508000

1508000750800031.08000

1:500#0001003000

Pede-se a attenção da lllma. Camara Municipal parao estado lastimavel da. rua da Ponte,' no logar compre-hendido entre a casa do sr. dr. juiz de direito e a Pon-te de Santa Cruz. Com o pequeno esgoto que tem paraas aguas na estação chuvosa e com a aftluencia dasmesmas que tem havido muitas vezes, fica a commu-nicacao interrompida de Santa Cruz com a cidade e vi-ce-versa; o que em parte é devido á pouca expediçãodas aguas e em parte ao ruinoso estado da rua, quasino todo cheia de precipicios. Em abono do que deixa-mos dito chamamos o testemunho de um sr. camaristaque ha poucos dias, em companhia de mais algumaspessoas, passaram pela referida rua em um troly o qualesteve prestes a virar.

A pouca largueza do corrego e igualmente a poucalimpeza no mesmo, tanto por parte da Camara como dealguns particulares, são motivo da repressão das aguasque causam não poucos projuizos aos moradores proxi-mos da ponte.

S. Bento ile Arar»rimaraDIRECTORES

FERDINAND BRESCHEINSTEIN li DANIELH. UHLMAN

Ensinam se as seguintes matérias:Curso primário: leitura, calligraphia,

primeiras operações de aritlimetica, gram-matica portugueza, cathecismo e doutrinachristã.

Curso secundário: Historia sagrada, la-tim, francez, inglez, allemão, geographia,cosmographia, historia, chronologia, pliisi-ca, arithmetica, algebra, geometria, rhetorica, e philosophia.

Além disso ha um curso de escriptura-cão commercial.

Desenho e musica á vontade dos Pais dosalumnos.

Professores do Collkgio:Ferdinand Brescheinstein.Daniel Henrique Uhlman.Ferdinand Brescheinstein Júnior.O serviço doméstico, comprehendendo o

hom tratamento dos alumnos, fica aos cui-dados da sr." d. Anna Rosalia Brescheins-tein.

Deseja-se contractar um professor parao ensino do latim, historia sagrada, cathe-cismo, e doutrina christã, preferindo-seum sacerdote, e n'este sentido recebe-sepropostas.

Os preços são:Para alumnos internos, por semestre 1609Para meios pensionistas, idem. . . 100??Para externos, idem 50$Para externos somente de primeiras

lettras, idem 30®Pagamento sempre adiantado-Em breve serão publicados os respectivos

estatutos.Fundado o collegio provisoriamente em

casas particulares, os seus directores espe-ram estabelecel-o definitivamente em bre-ve em um edifício apropriado, guardadasas condições hygienicas.

Funccionará de 1° de Fevereiro em dian-te.

Araraquara, Janeiro de 1870.

dem, a preços mais baratos que os do Riode Janeiro, e para que chegue ao conheci-mento de todos, fazem este annuncio paratodos aproveitar.

Visitando o nosso estabelecimento, con-veneer-se-ha o publico da grande variedadedos artigos e da barateza de seus preços.

UNGUENTO MORELRemédio maravilhoso para curar todas as

chagas provenientes de feridas, talhos,queimaduras, bobões, cavallos, frieiras,dentadas, antraz eiminpgens materiosas.Este bem conhecido especifico, ha muito

usado, dispensa-nos de qualquer recom-mendação. Applicado por muitas vezes temproduzido sempre os melhores resultados,pelo quo é digno da bem fundada reputa-cão cm que é tido como remedio infallivelpara os casos supra.

lim agradecimentoG. N. MOREL, tendo de retirar-se para a Europa e

tendo por isso de liquidar o seu negocio de Unguento desua invenção, resolveu fazer as vendas do mesmo Un-guento em caixas de tres rolos pelo preço de quinze milréis (Rs. 15#000) e grato á acceitação que este seu me-dicamento tem alcançado, G. N. Morei resolveu brindara todas as pessoas que comprarem uma caixinha comuma acção de tres números, que correrá com algumadas loterias da còrte do Rio de Janeiro, dando o direitoa tirar-se um dos seguintes prêmios :Para a sorte de 20:000^000—Uma fazenda no logar de-

nominado — Corrego do Barreiro — districto davilla do Jahií, contendo trezentos alqueires deterras de optima qualidade, com divisas incon-testaveis.

Para a sorte de 10:000^000—Um cavallo pampa, novo,marchador.

Paia a sorte de 4:0008000—Um cavallo picaço escuro,marchador, muito forte'.

Para a Ia de 2:000$000—Um macho novo, possante.Para a 2a de 2:000^5000—Um macho baio, muito bompara carga.. 20—12

DepositáriosJoão Gomes Pinto, largo de Santa Cruz.Francisco Alves Ferreira Novo, rua do Baixo, esquina

da rua das Casinhas.Casa do Sol, rua de Baixo n.° 4G, de Villares &

Queiroz.Lazare Abraham, rua Direita n.° 30 B.Francisco Simões, rua do Commercio n.° 37.José Manoel da Cruz.Domingos Neves & Companhia, rua do Commercio.

ANNUNCIOSS. ARTÍSTICA BENEFICENTE

Domingo 6 de Fevereiro futuro ha reu-nião menssl ao meio dia em casa do sr.presidente.Pede-se a presença dos srs. socios para aeleição de 2o procurador.

Campinas, 1 de Fevereiro de 1870.João Theodoro, 1.» secretario.

VERDADEdas palavras

VENDER BARATO PARA VENDER MUITOG. Bemard & V. Weill

29—Largo do Rosário, esquina—29Como ja tiveram a honra de participar

ao illustre commercio desta cidade, e dointerior assim como a sua numerosa e bri-lhante freguezia, receberam e recebem portodos os vapores cm direitura da Europa ossortimentos de toda a especie de mercado-rias, como pannos, casimiras, chitas, brinsde linho, brins mineiros, cassas modernis-simas, roupa branca de senhoras e meni-nas, chapéos, enfeites, sedas, gorgorões,artigos de escriptorio, completo sortimentode estojos para barba e viagem, brinquedos,paletots de nobreza e cluny, camisinhas,corpinhos, roupa feita para homens e me-ninos, um grande sortimento de jóias etc.6tc etc.

Grande sortimento de FLORES ARTIFI-CIAES.

Promettem vender, como de facto ven-

Yinho nacionalBranco e tinto, aguardentes de ameixa,

canninha restilada, aguardente de araçâ eoutros liquidos, fabricados em S. Paulo,na chacara do sr.dr.Ignacio José d'Araujo.

Dão-se amostras e recebem-se encom-mendas nesta typographia.

Fumo do DescalvadoRua do Commercio 29. —44

THEATR0 DE S. CARLOSCOMPANHIA DRAMATICA CAMPINEIRA

Quarta feira de Fevereiro

Espectaciilo para rirSobe á scena a linda comedia em 1 acto

composicão do dr. Ferreira de Menezes

ENTRE PRIMOSToma parte a artista Julia de Azevedo.Segue peloactor José Victorino a poesia

sentimental, a caracter, «ao reflexo doluar», intitulada

Minha mãiTermina o espectaculo com a chistosa

comedio em 3 actos

PORTA FALSAAs 8 horas.

Os bilhetes de camarote acha-se â vendana rua do Commercio n. 61.

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GAZETA DE CAMPINAS

hão estradas, os braços livres affluirfto parao trabalho, teremos machinas por umpreço justo e razoavel, e os nossos produc-tos irão figurar com vantagem nos merca-dos consummidores.

Formem-se «Associações agrícolas,» e es-sas corporações, respeitáveis pelo seu bomsenso, suas riquezas, longa experiencia eforça numérica, iniciarão, e sendo precisotomarão a si a execução de todas aquellasmedidas úteis e proveitosas á lavoura.

Formem-se «Associações agrícolas,» ecessarão esses pequenosresentimentos, essasfataes rivalidades, que lançam o germen dadiscórdia entre os lavradores, e impedin-do que estes se .unam, se coaliguem, seprotejam mutuamente, são muitas vezes acausa de abortarem as melhores idéias ede cahirem por terra os mais úteis pro-jectos.

Formem-se «associações agrícolas», e en-tão a lavoura poderá enviar ao seio da re-presentação'nacional, representantes seus,responsáveis d «nós lavradores», que conhe-cendo as nossas necessidades, se apressarãoem satisfazel-as, que consultando os nossosinteresses, farão por salvaguardai-os.

Formem-se «associações agrícolas», e es-sas corporações, fortes e respeitáveis pela suanatureza, não terão de se arreceiar do go-verno, qualquer que elle seja. O governoentão não negará mais á lavoura as medi-das, que necessita para o seu desenvolvi-mento e prosperidade, não se opporá maisá justa realisação das suas aspirações; pelocontrario irá ao encontro destas.

Desculpe-me, sr. Redactor, se a minhalinguagem tem tido a rudeza da franqueza,mas o Roceiro não sabe fallar d'outro modo.

Permitta-me ainda algumas palavras.Li e li com toda a attenção em suainte-

ressante «Gazeta» de G do corrente, umartigo do exm. sr. Desembargador Bernar--do Gavião, transcripto do «Jonral do Com-mercio» de 27 do p. p. e igualmente umacorrespondência assignada —Lavrador—datada d essa cidade.

Essas publicações appareceram a propo-sito da magna questão—Elemento Servil.

Quanto ao primeiro o seu author é conhe-cido, é o exm. sr. Desembargador BernardoGavião; quanto á segunda, —Lavrador—deve ser pessoa altamenle collocaaa entreos seus, não só porque V. S. dirigio-lhe asmais lisongeiras e honrosas expressões,como também por causa das idéias, quealise contém e da maneira porque—Lavra-dor—as expende.

Y. S. bem imagina a impressão que de-viam causar esses escriptos sobre o espiritode um simples roceiro. Reflecti sobre ellese a meu pezar, não posso combinar comtão illustres cavalheiros.

V. S. consentirá que por meu turno, euvenha aqui enunciar resumidamente a mi-nha humilde opinião. Parece-me que am-bos os cavalheiros não «feriram» a matéria,e que nãofallaramassazdesimbaraçadamen-te. Estarei em erro, será falta de intelligen-cia talvez. Para mim (e nesse ponto soucontrario aos dous illustres cavalheiros) de-vemos desde já tratar da substituição doElemento Servil. Como? Em que prazo?Com que condições? E' matéria de discus-são e para ella os lavradores são os maiscompetentes.

Esta questão é sem duvida de vida emorte para a «grande lavoura», mas porser ella assim, devemos cruzar os braços eesperar do acaso a sua solução, fechar os

olhos, para não vêr o abysmo, que se vaecavando debaixo de nossos pés? Não 1 o des-animo não deve se apoderar de nosso espi-rito; nunca tivemos mais necessidade decalma, de reflexão e de toda a nossa ener-gia e actividade. A questão é de grandemagnitude, pois bem, encaremol-a face aface, de perto, examinemol-a, por todos oslados, preparemos assim a obra do futuro.E quem é mais apto para esse exame, paraessa discussão, do que o lavrador, cujosinteresses estão em jogo? cuja fortuna ouruina depende do alvitre que se adoptar?que se resentirá, primeiro e directamente,dos seus effeitos? Reunam-se portanto el-les quanto antes, para combinarem no quese deve fazer, deixem-se de procuradores,que tantas vezes illudem o seu mandato,ponham-se elles á frente desse movimentosocial, regulem-lhe a marcha, imprimam-lhe a melhor direcção, não se descuidemd'elle, que éo tunico» meio de não se dei-xarem assoberbar e arrastar pela onda.

Divirjo igualmente da maxima do illus-tre—Lavradoi—porque é força sujeitar-mo-nos aos principios immutaveis da natu-reza. «Destruir para crear», é o que ellamarca, se porém é dado combinar ambasascousas, «é meio caminho andado.»

Querer porém crear primeiro para depoisdestruir, só é admissível em limitada parte.

Convencido do que acaba do dizer, con-íiando muito naintelligencia, posiçãosociale prestigio dos dous cavalheiros signatarios,permitta-me, sr. Redactor, qued'aqui lhesdirija um appello: exm. sr.DesembargadorBernardo Gavião eillustresr.Lavrador:— As-sumamVv. Exas. a posição nobre aque têmdireito, dêem a maior prova de nffeição,que no presente se pôde dar á nossa pro-vincia, dirijam-so aosseuslavradores e pro-movam um grande—meeting—, cujo fimseja tratar dos interesses da lavoura nanossa província, das medidas a adoptar paramelhoral-a e protegel-a, e principalmentsdo modo de precaver-se os seus interessescom respeito á «magna questão», cujo es-tudo e desinlacu devem pender do esforçoe discussão da própria classe dos agrieul-tores.

Acreditem V. Exs. que essa reunião se-rá de esplendidos resultados e a Yv. Exas.caberá a gloria de lerem inaugurado umanova era de prosperidade, não só para anossa província, como para todo Império.

Seus nomes, já muito conhecidos, serãono futuro cobertos das bênçãos de um po-vo feliz.

Eu, Roceiro, cá de meu canto, sem ospredicados para coadjuval-os efficazmente.limito-me a erguer preces ao Altíssimo,para que seus nobres esforços sejam coroa-dos pelo mais brilhante successo.

O Roceiro.

NOTICIASGSazetst de Campinas—Distribuímos hoje, çorser dia sanctiíicado, o numero desta folha que devera

sahir amanhã.Junta rte Qualificação—A junta de qualifi-

cação de votantes, composta de, presidente: F. Quirinodos Santos, membros: srs. Antonio Pompeo de Camar-go, Damaso Xavier da Silva, Major Joaquim Xavier deOliveira e Antonio Firmino de Carvalho e Silva, con-eluiu ante-hontem os seus trabalhos. Foram illiminados81 nomes e qualificados 66 ficando na lista geral 995.A junta reune-se de novo a 2 de março proximo futuropara as reclamações.

Juízo municipal—Foram concedidas a José Bo-nifacio da Silva Pontes e José Teixeira Nogueira as exo-neracões, que pediram, dos cargos, aquelle, de Io, eeste," de 2° supplente do juiz municipal .e de orphãosdeste termo.

Industria Nacional—O talentoso e illustradobrasileiro, empregado n'uma das repartições publicasein S. Paulo, sr. Cyriaco A. dos Santos ê Silva acabade nos offerecer uma amostra dos phosphoros de segu-rança, e outros cujo hastil 6 do talo da planta denomi-nada «pita», todos de sua invenção. Em confronto como que nos vera do estrangeiro, "este genero, fabricado

pelo nosso distineto patricio, nada deixa a desejar e tal-vez sobrepuja em muito a varias qualidades que por ahicirculam com toda a acceitação. 1/ digno de ser anima-do, no sentido de dar longo curso ao consumo do seuprodueto, para que assim se veja remunerado o esforçoe a coragem para as creações nacionaes, tão mal pré-zadas até hoje e por isso mesmo de um desinvolvimen-to tão acanhado e rachitico. Pela nossa parte fazemosardentes votos para que o sr. Cyriaco ache da parte detodos aquella animação e apoio que não devem faltarao iniciador de um invento util que abre sempre novasveredas para o trabalho particular e para à riqueza dopaiz.

Reclamação justa—Está em péssimo estado achamada rua da Ponte, garganta única e estreita quecommunica esta cidade ao populoso e importante bairrode Santa Cruz. Por ahi lia diariamente um trafegoabundante p considerável de vehiculos e animaes car-regados além do transito notável de gente. No eiptantoa rua jaz em lastimavel abandono, oílerecendo por umlado o leito cheio de escavações e pedras soltas e poroutro a saliência de uma meia calçada cm continuaçãoá que vem do largo, mas paralysada ha esquecidos an-nos! Conta-se ainda outro immenso obstáculo á passa-gem: é, na quadra chuvosa que atravessamos, a agglo-meracão de aguas provenientes das enxurradas incami-nhadas e estaguadas para a baixada do ribeiro e chafa-riz existentes na proximidade do lugar, por causa dapouca limpesa dos quintaes que o corrego margina paraa descida da ponte. Hoje publicamos uma reclamaçãoparticular neste sentido. Não hade a Camara Municipaldeitar promptas vistas para um mal que tanto reparosollicita? Acreditamos que sim, pois do seu zeloe acti-vidade fia o municipio todas as esperanças.

Elio-Claro—Temos em nosso poder uma interes-sante e curiosa estatistica relativa ao registro hypothe-cario daquella comarca. Por muita aífluencia de mate-rias tem sido retardada a sua publicação, pelo que pe-dimos desculpa á pessoa que nol-a enviou, pois logohavemos de estampal-a em nosso jornal.

'Hieatfo—A 29 do me?, passado foi representada apeça «Maria Simão». A 30 subiu á scena o bello dramasempre apreciado «Maria Joanna, ou a mulher do po-vo», no qual a sra. d. Julia Azevedo tem um optiraopapel, que desempenha a primor; e assim foi desta vez,como em todas, de sorte que o nosso publico distribuiu-lhe innumeros e justos applausos, sendo afinal chama-da á scena. Os mais actores estiveram na altura dassuas partes e foram applaudidos.

S. Paulo—Da capital da província ha o seguinte:—Foram nomeados para servirem interinamente ocargo de inspectores de districto da instrucção publicaos cidadãos seguintes:

Coronel Antonio Ferreira da Silva, de Santos.Dr. José Alves de Cerqueira Cezar, do Rio-Claro.Padre Luciano Francisco Pacheco, de Itú.—Foi concedida a exoneração que sollicitou Antonio

Pio de Camargo Bittencourt, de subdelegado de policiade Araraquara.—Foi nomeado Florencio Antonio Rodrigues para ocargo de colleclor de rendas provinciaes do Bethlém doDescalvado.—Foi nomeado o dr. Aureliano de Souza e Oliveirapara o cargo de inspector da instrucção publica do dis-tricto de Pirassununga.

A PEDIDOMatriz de Campinas

O abaixo assignado tendo encontrado esta Matrizquasi desprovida de paramentos decentes para a ceie-bração dos actos religiosos, (sendo que devia ser umadas "igrejas do bispado a mais bem ornada, não só porser este municipio composto de cidadãos eminenteraen-te religiosos, mas ainda por serem estes favorecidos degrande fortuna), emprehendeu a ardua e diflicil tarefade comprar, como de facto comprou, sob sua responsa-bilidade, todos os paramentos que necessitava esta igre-ja, como é publico e notorio.

Para chegar ao seu desideratum era preciso lançarmão de uma subscripção popular, como é de estylo emtodas as freguezias; porém, o abaixo assignado, vendoo quanto seus parochianos são vexados com pedidos detal ordem, tom até aqui, não sem grande sacrifício, seabstido de lançar mão de uma subscripção para paga-mento daquelles paramentos, na esperança de ir com-mutando algumas festas, daquellas menos populares, eapplicando seus produetos para aquelles pagamentos.Hoje, porém, até nestas commutações tem achado dif-ficuldade da parte de alguns festeiros, sendo que nãodeveria havel-as, pois todos sabem que na commutaçãodas festas o parocho contribue com uma grande partede seus direitos a bem da igreja e de todos.

Nestas tristes circumstancias, o abaixo assignado vê-se na grande necessidade de, ou lançar mão da subs-cripção, muito contra sua vontade, ou vender partedesses paramentos, (o que seria um descredito nosso),para assim satisfazer o grande compromisso em que seacha com a praça do Rio de Janeiro.

Page 5: AMO 1 CAMPINAS, 2 DE FEVEREIRO' DE 1870 N. 28 ...memoria.bn.br/pdf/091995/per091995_1870_00028.pdf · AMO 1 CAMPINAS, 2 DE FEVEREIRO' DE 1870 N. 28. ASSIGNATUHAS Campinas Anno . -

GAZETA l>E CAMPINAS 3

O abaixo «ssignado julga de seu restricto dever doruma satisfação aos seus parochianos sobre os dinhcirosque tom recebido de comrautações para esse fim ; porisso abaixo vai transcripta, não só a qualidade dos pa-rameritos e suas importâncias, mas ainda os dinhcirosque tem recebido, o por uma e outra conta verá o pu-blico o quanto tem feito a bem desta igreja, e emquanto se acha alcançado.

Campinas, 30 de Janeiro de 1870.0 vigário, José Joaquim de Sousa e Oliveira.

Receita dos paramentos comprados para a igreja Matrizdesta cidade, desde o anno de 1865 até esta data.

1 Paramento completo de damasco brancobordado com galões de ouro fino, pa-ra as festas simplix ....

1 Dito de dito bordado com ramos de ourolino, galão e franjas, tudo muito rico,para a solemnidade de quinta-feira santa.

1 Dito dito ròxo damasco bordado comramos de ouro fino, tudo muito ricopara a solemnidade de domingo deramos •

1 Dito dito preto da mesma qualidade,para sexta-feira santa

4 Mangas de cruz damasco da mesmaqualidade e correspondentes aos pa-ramentos acima, com borlas de ouro.

Casullas de ilhama, de differentes còres,bordadas de tiço de ouro fino, comseus pertences ...Frontaes para estante, e duas estolasparochiaes, tudo de ouro fino corres-pondente aos paramentos acima

Capas de asperge, correspondentes aosmesmos paramentos, pavilhão, bal-daquino e ornato da ambula

1 Umbella, caldeirinha, custodia, calix deouro, campainha grande, galhetas de

cristal, ditas de metal, dous mis-saes ordinários e registros .

Estolas e manipulos de damasco rôxofino, para differentes casulas, e umafita para a chave do sacrario .

Missal rico guarnecido de ouro .Dito dito guarnecido de prata dourada.Cordões ricos para as alvas . . .Estolas pretas e roxas para os officios

da semana santa ....Imagem do Bom Jesus, do 6 palmos,

capa rica, e outra para o diário, ediadema

í loi legio— ¥ pirangaEM

1:1538000

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300800030080002008000

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1:1308000Somma. 14:623^000

A beto-se dinhciros recebidos como sove daconta abaixo 9:1518000

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Dinheiros recebidos dos meus parochianos e da fabricapara pagamento das alfaias compradas por nnni paraa matriz desta cidade de Campinas.

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Dinheiro recebido da fabrica por vezes .Dito recebido da mesma por vezes .Producto da festa de D. Petronilha de Sou-

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Dito da festa do Illm. sr. Joaquim Bonifáciodo Anmral e da Exma. sra. D. ThcrozaMiqüelina do Amaral Pompeo.

Dito de uma promessa do Illm. srEgydio de Souza Aranha

. Carlos

3:00180001:20080001:5508000

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1:50080001008000

S. Bento de ArarnquaraDIRECTORES

FEKDINAM) BRESCHEINSTEIN 1! DANIEL11. UllLMAN

Ensinam se as seguintes matérias:Curso primário: leitura, calligraphia,

primeiras operações de urithmetica, gram-matica portugueza, cathecismo e doutrinaehristã.

Curso secundário: Historia sagrada, la-tim, francez, inglez, allemão, geographia,cosmographia, historia, chronologia, phisi-ca, arithmetica, algebra, geometria, rheto-rioa, e philosophia.

Além disso ha um curso de escriptura-ção commercial.

Desenho e musica á vontade dos Pais dosalumnos.

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bom tratamento dos alumnos, fica aos cui-dados da sr.' d. Anna Rosalia Brescheins-tein.

Deseja-se contractar um professor parao ensino do latim, historia sagrada, cathe-cismo, e doutrina ehristã, preferindo-seum sacerdote, e n'este sentido recebe-sepropostas.

Os preços são:Para alumnos internos, por semestre 1609Para meios pensionistas, idem. . . 100®Para externos, idem. ..... 50#Para externos somente de primeiras

lettras, idem 30®Pagamento sempre adiantado-Em breve serão publicados os respectivos

estatutos.Fundado o collegio provisoriamente em

casas particulares, os seus directores espe-ram estabelecel-o definitivamente em bre-ve em um edifício apropriado, guardadasas condições hygienicas.

Funccionará de 1° de Fevereiro em dian-te.

Araraquara, Janeiro de 1870.

dern, a preços mais baratos que os do Riode Janeiro, e para que chegue ao conheci-mento de todos, fazem este annuncio paratodos aproveitar.

Visitando o nosso estabelecimento, con-vencer-se-ha o publico da grande variedadedos artigos e da barateza de seus preços.

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chagas provenientes de feridas, talhos,queimaduras, bobões, cavallos, frieiras,dentadas, antraz eiminpgens materiosas.Este bem conhecido especifico, ha muito

usado, dispensa-nos de qualquer recom-mendação. Applicado por muitas vezes temproduzido sempre os melhores resultados,pelo que é digno da bem fundada reputa-ção em que é tido como remedio infallivelpara os casos supra.

Um agradecimentoG. N. MOREL, tendo de retirar-se para a Europa o

tendo por isso de liquidar o seu negocio de Unguento desua invenção, resolveu fazer as vendas do mesmo Un~guento em caixas de tres ròlos pelo preço de quinze milréis (Rs. 15JjiOOO) e grato á acceitação que este seu me-dicamento tem alcançado, G. N. Morei resolveu brindara todas as pessoas que comprarem uma caixinha comuma acção de tres números, que correrá com algumadas loterias da côrte do Rio de Janeiro, dando o direitoa tirar-se um dos seguintes prêmios:Para a sorte de 20:000^000—Uma fazenda no logar de-

nomin&do — Corrego do Barreiro — districto davilla do Jahú, contendo trezentos alqueires deterras de optima qualidade, com divisas incon-testaveis.

Para a sorte de 10:000^000—Um cavallo pampa, novo,marchador.

Para a sorte de 4:000#0Ü0—Um cavallo picaço escuro,marchador, muito forte'.

Para a Ia de 2:000#000—Um macho novo, possante.Para a 2* de 2:0008000—Um macho baio, muito bompara carga.. 20—12

.loão Gomes Pinto, largo de Santa Cruz.Francisco Alves Ferreira Novo, rua de Baixo, esquina

da rua das Casinhas.Casa do Sol, rua de Baixo n.° 46, de Villares &

Queiroz.Lazare Abraham, rua Direita n.° 30 B.Francisco Simões, rua do Commercio n.° 37.José Manoel da Cruz.Domingos Neves & Companhia, rua do Commercio.

Pede-se a attencão da lllma. Câmara Municipal parao estado lastimavel da rua da Ponte,' no logar compre-hendido entre a casa do sr. dr. juiz de direito e a 1 on-te de Santa Cruz. Com o pequeno esgoto que tem paraas aguas na estação chuvosa e com a afllucncia dasmesmas que tem havido muitas vezes, fica a commu-nicacão interrompida de Santa Cruz com a cidade e vi-ce-versa; o que em parte é devido á pouca expediçãodas aguas e em parte ao ruinoso estado da rua, quasino todo cheia de precipicios. Em abono do que deixa-mos dito chamamos o testemunho de um sr. camaristaque ha poucos dias, em companhia de mais algumaspessoas, passaram pela referida rua em um troly o qualesteve prestes a virar.

A pouca largueza do corrego e igualmente a poucalimpeza no mesmo, tanto por parte daCamara como dealguns particulares, são motivo da repressão das aguasque causam não poucos prajuizos aos moradores proxi-mos da ponte.

ANNUNCIOSS. ARTÍSTICA BENEFICENTE

Domingo 6 de Fevereiro futuro ha reu-nião menssl ao meio dia em casa do sr*presidente.

Pede-se a presença dos srs. socios para aeleição de 2° procurador.

Campinas, 1 de Fevereiro de 1870.João Theodoro, 1.° secretario.

VERDADEdas palavras

VENDER BARATO PARA VENDER MUITOG. Bernanl & V- Weill

29--Largo do Rosário, esquina—29Como já tiveram a honra de participar

ao illustre commercio desta cidade, e dointerior assim como a sua numerosa e bri-lhante freguezia, receberam e recebem portodos os vapores em direitura da Europa ossortimentos de toda a especie de mercado-rias, como pannos, casimiras, chitas, brinsde linho, brins mineiros, cassas modernis-simas, roupa branca de senhoras e meni-nas, chapéos, enfeites, sedas, gorgorões,artigos de escriptorio, completo sortimentode estojos para barba e viagem, brinquedos,paletots de nobreza e cluny, camisinhas,corpinhos, roupa feita para homens e me-ninos, um grande sortimento de jóias etc.6tc. etc.

Grande sortimento de FLORES ART1FI-CIAES.

Promettem vender, como de facto ven-

Vinho nacionalBranco e tinto, aguardentes de ameixa,

canninha restilada, aguardente de araçá eoutros líquidos, fabricados em S. Paulo,na cbacara do sr.dr.Ignacio José d'Araujo.

Dão-se amostras e recebem-se encom-mondas nesta typographia.

Fumo do DescalvadoRua do Commercio 29. —44

THEATRQ DE S. CARLOSCOMPANHIA DRAMATICA CAMPINEIRA

Quarta feira " de Fevereiro

Espeetaculo para rirSobe á scena a linda comedia em 1 acto

composição do dr. Ferreira de Menezes

ENTRE PRIMOSToma parte a artista Julia de Azevedo.Segue peloactor José Victorino a poesia

sentimental, a caracter,luar», intitulada

MinhaTermina o espectaculo com a chistosa

comedio em 3 actos

PORTA FALSAAs 8 horas.

Os bilhetes de camarote acha-se á vendana rua do Commercio n. 61.

«ao reflexo do

mâi

Page 6: AMO 1 CAMPINAS, 2 DE FEVEREIRO' DE 1870 N. 28 ...memoria.bn.br/pdf/091995/per091995_1870_00028.pdf · AMO 1 CAMPINAS, 2 DE FEVEREIRO' DE 1870 N. 28. ASSIGNATUHAS Campinas Anno . -

GA/IiTA. DE CAMPINAS

Fugiu da fazenda do exm. barãod'Atibaia, onde estava por doente, oescravo Simplicio, pertencente a Ra-,phael Luiz Pereira da Silva, com osseguintes signaes: altura regular, bo-nita figura, boa dentadura, 22 annosde idade, mais ou menos, sem barba,natural da Bahia, tem no pescoço si-gnal de gancho, e de ter sido castiga-do, anda muito ligeiro indicando sercapoeira : levou calça de brim pardo,camisa de riscado róxo e paletot debrim pardo.

Este escravo foi comprado a JoãoManoel da Silva Campos em Outubrode 1868.

Quem o entregar a seu senhor nes-ta cidade será gratificado. 3-1

Campinas, 31 de Janeiro de 1870.O tenente-coronel Querubim Uriel

Ribeiro de Camargo Castro previne aquem convier que não se responsabi-lisa por contractos ou negocios algunsde seus filhos famílias Diogo e Alfre-do; salvos aquelles em que o annun-ciante intervier com seu consentimen-to por escripto ; e portanto taes con-tractos ou negocios ficarão sugeitos ánullidade ordenada pelas leis do paiz.

V iva o Carnaval!Roso & Filho fazem sciente ao pu-blico e especialmente aos amadores

deste festejo, que acabaram de rece-ber um grande e variado sortimentode mascaras de arame, cêra, seda epapelão, narizes de cêra e papelãocom e sem oculos, barbas, bigodes detodos os gostos e assim como fitas detodas as qualidades, papel de córes,seda, para flores etc., etc., e muitosoutros artigos proprios para o carna-vai, os quaes serão vendidos por dimi-nutos preços. (j„ |

36—Rua do Cornmercio—36

AtteiieãoNa rua do Pórtico n.°48 ha um novo

systema de grudar lampeões para kerozene.Não só é infallivel o trabalho como tambémé diminuto o preço. Lampeão grande 500rs., dito pequeno 400, pelo trabalho de gru-dar cada bocal. s>_9

Na rua das Casinhas n.° 4J ha para alu-gar uma excellente escrava para o serviçodoméstico.

Refinação de AssacarA' rua do Rosário n.° 41, vende-se assu-car refinado de 1", 2* e 3' qualidade, em

qualquer porção, sendo o processo por queé refinado o mais simples e aceiado possi-vel.O proprietário deste estabelecimente pe-de a concurrencia dos srs. freguezes, lanto

particulares como negociantes. O mesmose encarrega de mandar levar a casa doscompradores qualquer porção que encom-mendem. Os seus preços são rasoaveis.

Campinas, 19 de Janeiro 1870. 3-2

Na Imperial Olaria de A. C. SampaioPeixoto, compra-se lenha a 10#000 rs., emaior preço conforme fôr o tamanho doscarros.

Campinas, 28 de Janeiro de 1870.Precisa-se d'uma eosinheira boa, captiva,

ou forra, quem tiver, ou se achar nas con-dições, dirija-se a esta typographia. 3—3

Na noite de 16 para 17 do corrente, des-appareceu do quintal da casa de JoaquimAntonio de Almeida, um cavallo domes-mo, com os signaes seguintes: côr sainopinhão, altura do meio, capão, marchador,tem um signal branco no pello da raiz docasco do pé direito, e uma marca na côxado quarto esquerdo em forma de gancho,cinco annos de idade, os quatro cascospretos. Quem der noticias certas será bemgratificado. 3—3

O DOUTOR SILVEIRA LOPESFormado em Medicina e Cirurgia e

legal e plenamente approvado paraexercer sua profissão em todo oImpério.Reside na rua do Imperador, esquina da

rua do Sacramento.Presta-se a chamados a qualquer hora,

para dentro e fóra da cidade.Consultas em casa do meio dia ás 3 horas

da tarde. 3—3Aíteiiçào

Vicente Ferrer de Oliveira Prado fazsciente ao publico que, tendo se dado va-rios enganos em papeis a respeito de seunome e o do Sr. Vicente Ferreira do Pra-do, não aceita correspondência nem cousaalguma que venha com este ou outro no-me, pois só intenderá que se trata de suapessoa uma vez que se apresente a sua fir-ma verdadeira. Campinas, 25 de Janeirode 1870. 8_3

Vicente Ferrer de Oliveira PradoEMPREGADO PARA UMA FAZENDAPrecisa-se um que entenda regularmente

do escripturação, com pratica bastante pa-ra fiscalisar todo serviço de uma machinade beneficiar café, do autor Lidgeroomd,movida por agua, e conheça bem os de-veres de um feitor de terreiro. N'esta ty-pographia se dirá com quem deve tractar.

5—3Os abaixo assignados, socios da firma Vi-

anna e Queiroz, que girava nesta cidade comcasa de commissões intermediárias, partici-pam aos seus freguezes e amigos, que dis -solveram amigavelmente a dita sociedadeno dia 31 do mez p.p., ficando todo o acti-vo e passivo a cargo do socioVianna, o qualcontinúa com a mesma casa de negocio eno mesmo ramo, sob a sua firma individual,e o socio Queiroz exonerado. 8—8

Jundiahy, 3 de Janeiro de 1870.Antonio José Vianna

Luiz José Pereira de Queiroz.Aos srs. Fazendeiros

Um moço com todas as habilitações ne-cessarias paia o ensino de primeiras lettrasofferece seus serviços aos srs. paes de fa-milia, lanto do exterior como do interiorda província; por isso quem quizer utilisar-se do seu prestimo dirija-se a esta typogra-phia por carta com as iniciaes B. P. C.

A6--Casa do Sol—46RUA DE BAIXO

Villares & QueirozSempre incançaveis em promover e gran-

gear o bom conceito que gosatn de seusnumerosos amigos e freguezes, acabam dechegar do Rio de Janeiro, de onde trazemcompleto e variado sortimento de fazenda*d'alj;oflão, lã, linho, seda, objectos d'ar-marinlio, cliapéos de todas as <|ualida-des para homens, senhoras e crianças,calçados, roupas feitas e outras muitas no-vidades compradas a Dinheiro nas principaescasas importadoras do Rio de Janeiro,achando-se assim habilitado a VENDERPOK |PREÇOS MODICOS.

Chamam pois a attenção de seus amigose freguezes para o importante sortimentoque acabam de trazer, que como de costumeserá vendido sómente A DINHEIRO. 16-8

C0LLEGI0 S. J0A0Este collegio estabelecido na cidade de S.João do Rio Claro e dirigido pelo abaixo assi-

gnado, está em pé de poder satisfazer em todosos sentidos os desejos dos srs. paes de família,não só porque se acha montado com todas ascommodidades e objectos indispensáveis parao bom tratamento dos alumnos, como tambéme principalmente porque o ensino das diversasmaterirfs é dirigido pelos mais hábeis professo-res, cuja proflsciencia e capacidade se provamcom os resultados que ficaram conhecidos noexame geral a que se procedeu 110 fim do annoproximo passado.Ensina-se todas as matérias exigidas comopreparatórios para a matricula nos cursos su-periores das Faculdades do Império, compre-hendendo-se o ensino primário, doutrina chris-tã, etc. etc.Recebe-se alumnos pensionistas, meio pen-sionistas e externos. 5—3

A. Silveira da Motta.

63SSSSSSSSSS8SSSS3SSS8aSSaOSS8SS8S3388G88S88S88S

O Advogado£3 Manoel Ferraz do Campos Salles mudou 0Ú seu escriptorio da rua do Rosário n. 16 para a1$ casa n. 11 da mesma rua.«s 8'S§SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS5

SANTA BARBARA

Hotel do CornmercioO abaixo assignado participa a seus mui

numerosos amigos e freguezes que abriunesta villa sua casa de hotel e que não pou-pará os necessários esforços para bem serviros srs. passageiros que quizerem honrarcom sua presença o supradito hotel,, ondeserão tratados com aceio, promptidão epreços regulares. 5—4

Modesto Antonio Corrêa Lemos.

ADVERTENCIAA Gazeta de Campinas publica-se

duas vezes por semana.O preço das assignaturas é:

Para Campinas, anno . . 10$000» " 6 mezes . 6$000

Para fóra, anno . . . 12^000» " " 6 meçes. 7$000O preço das publicações é:

Por linha commum . • $100Repetições $050

Os annuncios devem ser entregues natypographia até ás 9 horas da manhãdas quartas-feiras e sabbados.

Todos os pagamentos são adean-tados.

1870—Typ. da Gazeta de Campinas.