a.m.dasilvafilho

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PRINCIPAIS MÉTODOS DE CONTROLE AGROECOLÓGICO DA MANCHA DE ALTERNÁRIA EM CITROS NO ESTADO DA PARAÍBA Antonio Manoel da SILVA FILHO Graduando em Bacharelado em Agroecologia UEPB [email protected] Rener Luciano de Souza FERRAZ Doutorando em Agronomia Produção Vegetal UNESP [email protected] Maria José Araújo WANDERLEY Professora da UFPB/CAMPUS III e Pós-doutoranda em Agronomia Entomologia Agrícola UNESP [email protected] Ronierison de Souza MACIEL Graduando em Bacharelado em Sistemas de Informação FASETE [email protected] RESUMO: O Brasil é o maior produtor e exportador de suco de laranja. Entretanto, a cultura dos citros é afetada por várias doenças causadas por fungos, bactérias, vírus, viróides e nematoides que ameaçam a sua viabilidade econômica. Na Região Nordeste a Paraíba é o maior produtor de laranja. Dentre os principais problemas fitossanitários que afetam a cultura da tangerina na Paraíba pode-se citar a mancha marrom de alternária ou mancha de alternária. Objetivou-se com este estudo fazer um levantamento e apresentar os principais métodos de controle agroecológico da mancha de alternária em citros no estado da Paraíba. Metodologicamente optou-se por revisão de literatura, onde foram selecionados artigos escritos em inglês, português ou espanhol, entre 2003 e 2013. Nesta revisão foram abordados os temas controle biológico, controle alternativo e controle cultural. Com base nas informações levantadas, verificou-se que, no controle alternativo, a utilização de extratos vegetais mostrou-se eficiente no controle da mancha de alternaria, com destaque para os extratos de angico branco Anadenanthera colubrina, goiaba Psidium guajava e melão-de-são-caetano Momordica charantia. No

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PRINCIPAIS MTODOS DE CONTROLE AGROECOLGICO DA MANCHA DE ALTERNRIA EM CITROS NO ESTADO DA PARABAAntonio Manoel da SILVA FILHO

Graduando em Bacharelado em Agroecologia UEPB [email protected]

Rener Luciano de Souza FERRAZ

Doutorando em Agronomia Produo Vegetal UNESP [email protected] Jos Arajo WANDERLEY Professora da UFPB/CAMPUS III e Ps-doutoranda em Agronomia Entomologia Agrcola UNESP [email protected] de Souza MACIEL

Graduando em Bacharelado em Sistemas de Informao FASETE [email protected]: O Brasil o maior produtor e exportador de suco de laranja. Entretanto, a cultura dos citros afetada por vrias doenas causadas por fungos, bactrias, vrus, virides e nematoides que ameaam a sua viabilidade econmica. Na Regio Nordeste a Paraba o maior produtor de laranja. Dentre os principais problemas fitossanitrios que afetam a cultura da tangerina na Paraba pode-se citar a mancha marrom de alternria ou mancha de alternria. Objetivou-se com este estudo fazer um levantamento e apresentar os principais mtodos de controle agroecolgico da mancha de alternria em citros no estado da Paraba. Metodologicamente optou-se por reviso de literatura, onde foram selecionados artigos escritos em ingls, portugus ou espanhol, entre 2003 e 2013. Nesta reviso foram abordados os temas controle biolgico, controle alternativo e controle cultural. Com base nas informaes levantadas, verificou-se que, no controle alternativo, a utilizao de extratos vegetais mostrou-se eficiente no controle da mancha de alternaria, com destaque para os extratos de angico branco Anadenanthera colubrina, goiaba Psidium guajava e melo-de-so-caetano Momordica charantia. No controle biolgico constatou-se inibio no percentual de germinao dos esporos de A. alternata variando de 19,05% (ACB-58) at 56,39% (ACB-90), em relao testemunha. Verificou-se tambm, que outros agentes de controle biolgico (ACBs), tambm possuem potencial para o controle da mancha de alternaria, sendo o mais eficiente o ACB-90, seguido pelo ACB-85 e ACB-28. No que tange ao controle cultural, observou-se que a poda de inverno reduziu significativamente a severidade da doena causada por A. alternata. Conclui-se que existem mtodos de controle biolgico, cultural e alternativo desenvolvidos para o manejo da mancha marrom de alternaria em pomares de tangerina da Paraba de modo que o gargalo para implementao prtica destes mtodos consiste na transferncia de tecnologias.Palavras-Chave: Controle biolgico, Controle alternativo, Controle cultural.

ABSTRACT: Brazil is the largest producer and exporter of orange juice. However, orange plantation is affected by various diseases caused by fungi, bacteria, viruses, viroids, nematodes that decrease their economic viability. Paraba in the Northeast is the largest producer of orange. Among the phytosanitary problems that affect tangerine crop in Paraba there is alternaria brown spot or alternaria leaf spot. The aim of this study was to survey and present the main control methods of agroecological alternaria spot on citrus in Paraba state. Methodologically the study was based on literature review. Papers written in English, Portuguese or Spanish, between 2003 and 2013 were selected. In this review were evaluated biological control, and cultural control alternative. Based on information it was found that, in the alternative control, the use of plant extracts was effective in controlling alternaria spot, especially extracts of angico branco Anadenanthera colubrina, guava Psidium guajava and melo-de-so-caetano Momordica charantia. When adopted biological control it was found inhibition of spore germination of A. alternata ranging from 19.05% (ACB-58) to 56.39% (ACB-90), compared to control. It was also found that other biological control agents (ACBS) also have potential for the control of alternaria leaf spot, the most efficient ACB-90, followed by ACB-85 and ACB-28. Regarding the cultural control, it was observed that winter pruning significantly reduced disease severity caused by A. alternata. We concluded that there are methods of biological, cultural and alternative control developed for management of alternaria leaf spot of mandarin orchards in Paraba. However, practical implementation of these methods consists in transfering technologies.Keywords: Biological control, alternative control, cultural control.1. INTRODUO

O Brasil o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo (AGRIANUAL, 2013). Entretanto, a cultura dos citros afetada por vrias doenas causadas por fungos, bactrias, vrus, virides e nematoides que ameaam a sua viabilidade econmica (KIMATI et al., 1997).

A regio Sudeste se destaca como a maior produtora de tangerina do Brasil, sendo o Estado de So Paulo o maior produtor. Em ordem decrescente em produo de tangerina podemos listar as regies: Sudeste, Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Na regio Nordeste, o Estado da Paraba o maior produtor, com destaque para a produo nos municpios de Matinhas, Alagoa Nova, Esperana, So Sebastio de Lagoa de Roa e Remgio (EMBRAPA, 2009; GOVERNO DA PARABA, 2011).

Dentre os principais problemas fitossanitrios que afetam a cultura da tangerina na Paraba podemos citar a mancha marrom de alternria ou mancha de alternria (GOVERNO DA PARABA, 2011; LOPES et al. 2009). A mancha marrom de alternria foi diagnosticada recentemente no Estado, sendo essa descrita em artigo publicado por Lopes et al. (2009), onde os autores relataram a grande preocupao com a produo de frutos dos agricultores da regio onde a doena estava incidindo.

A mancha marrom de alternria uma doena fngica, causada por Alternaria alternata f. sp. citri (PEEVER et al., 2004). Este patgeno possui as formas (i) pattipo limo rugoso, especfico para o limo rugoso (Citrus jambhiri Lush) e limo Cravo (Citrus limonia Osbeck), e causa leses em folhas destas duas espcies, e o (ii) pattipo tangerina, que causa doena em tangerineiras e em seus hbridos (tangores e tangelos). As variedades de tangerina mais suscetveis a mancha de alternaria so a tangerina Dancy (Citrus tangerina Hort.); os tangelos Orlando, Nova e Minneola; e o tangor Murcott. Dentre as tangerinas citadas, a Ponkan possui maior grau de resistncia (SPSITO et al., 2003).

A. alternata f. sp. citri infecta folhas novas, frutos e ramos, causando leses necrticas com halo amarelado. As folhas so suscetveis at a sua expanso mxima, e os frutos so suscetveis desde a queda das ptalas at o seu desenvolvimento, permanecendo estes suscetveis at quatro meses aps a florada. Os danos causados pela doena dependem da sua intensidade, onde as leses podem causar a desfolha da planta, morte de ramos e queda prematura de frutos. Os frutos que se mantm fixos planta perdem seu valor para o mercado in natura devido s leses necrticas provocadas pelo fungo (SPSITO et al., 2003). De acordo com Castro-Caicedo et al. (1994), em condies ideais para o desenvolvimento da doena, a perda na produtividade muito elevada, podendo variar de 30 a 90% da produo.

A produo de esporos de A. alternata f. sp. citri ocorre principalmente nas folhas e ramos na planta, e em folhas em decomposio no solo. Os esporos do fungo possuem parede espessa e so resistentes ao ressecamento e outras condies adversas. A liberao de condios ocorre pela ao da chuva ou do molhamento dos tecidos por orvalho e so disseminados a longas distncias pelo vento (SPSITO et al., 2003).

O manejo da mancha de alternria envolve medidas integradas, como o plantio de variedades resistentes (grupo Satsuma), maior espaamento entre as plantas, cuidados com a adubao para evitar que ocorra a brotao excessiva da planta em pocas favorveis infeco do patgeno, plantio de leguminosas entre as plantas para suprimir a disseminao de esporos de folhas cadas para a copa das plantas e evitar a poda severa em perodos em que o fungo seja favorecido pelas condies climticas e o controle qumico (SPSITO et al., 2003; LOPES et al., 2009).

Alm de medidas culturais e da utilizao de variedades resistentes, o controle qumico tido como a principal forma de controle da doena, utilizando-se fungicidas protetores e sistmicos, principalmente quando as condies ambientais so favorveis mancha marrom de alternria e quando utiliza-se variedades suscetveis (SPSITO et al., 2003; LOPES et al., 2009). No entanto, a utilizao intensiva de agrotxicos vem causando diversos problemas de sade pblica e inmeros efeitos deletrios para o meio ambiente (MORANDI & BETTIOL, 2009).

Diversas formas de manejo sustentvel de doenas de plantas vm sendo desenvolvidas e utilizadas por produtores no mundo todo. Dentre as formas, possvel citar o uso do controle biolgico, a utilizao de extratos e leos essenciais de plantas e a homeopatia (BETTIOL et al., 2009; CARNEIRO et al., 2011; CARVALHO et al., 2011). O manejo alternativo de doenas causadas por espcies de Alternaria j foi demonstrado por Rolim et al. (2005) utilizando homeopatia; por Carvalho et al. (2011) utilizando extratos de plantas e por Singh & Deverall (1984) e Sharma et al. (2009) empregando o antagonismo entre os microrganismos.

As caractersticas do cultivo de tangerina e de seus hbridos na Paraba predominantemente de pequenos a mdios agricultores, que utilizam mo de obra familiar e pouco ou nenhum agrotxico na sua produo. Tais caractersticas valorizam o produto colhido, pois o consumidor ir adquirir um fruto sem resduos de agrotxicos. Em matria publicada no site do Governo da Paraba, salientou-se essa caracterstica da tangerina produzida no estado, promovendo a sua comercializao para outros estados (GOVERNO DA PARABA, 2011).

A utilizao de medidas de controle para a mancha marrom de alternaria na realidade socioeconmica de produo de tangerina no estado da Paraba requer o desenvolvimento de alternativas agroecolgicas, que promovam a produo de frutos sem resduos qumicos e que garantam a viabilidade econmica da atividade agrcola na regio. Portanto, objetivou-se com este estudo fazer um levantamento e apresentar os principais mtodos de controle agroecolgico da mancha de alternaria em citros no estado da Paraba.2. METODOLOGIA

Metodologicamente optou-se por reviso de literatura, tendo sido selecionados artigos escritos em ingls, portugus ou espanhol, entre 2003 e 2013 (incluindo aqueles disponveis online em 2012 que poderiam ser publicados em 2013), com exceo de alguns artigos que contenham informaes indispensveis, e resumos de anais de eventos. As buscas foram realizadas em bases de dados bibliogrficas. Foram includos todos os artigos originais indexados no perodo entre primeiro de janeiro de 2003 e 31 de maro de 2013, com delineamento experimental inteiramente casualizado e de blocos ao acaso ou observacional (estudos de caso-controle), realizados em Citrus tangerina Hort. Neste levantamento foram abordados os temas controle biolgico, alternativo e controle cultural.3. RESULTADOS E DISCUSSO3.1. Controle alternativo da mancha marrom de alternaria3.1.1. Uso de extratos vegetaisEm estudos realizados por Carvalho et al. (2011), testou-se 105 extratos de plantas no controle da mancha marrom de alternaria em frutos de tangor Murcortt, e em placas de Petri avaliando-se a inibio de miclio pela bioatividade dos extratos. Entre os extratos das plantas estudados, o mais promissor foi o de angico branco Anadenanthera colubrina, oito dias aps inoculao, o qual reduziu o desenvolvimento de A. alternata nos frutos a nveis estatisticamente iguais aos observados para os fungicidas comerciais, seguido por artemisia Artemisia annua, jequitib-rosa Cariniana estrelensis, figueira Ficus carica, e arruda Ruta graveolens, os quais apresentaram moderada atividade antifngica in vitro. Por outro lado, estes extratos no tiveram efeitos quando foram aplicados em frutos inoculados com o fungo. Alm disso, A. colubrina foi o extrato mais ativo contra A. alternata no ensaio in vitro. Consequentemente, A. colubrina apresenta um grande potencial para o desenvolvimento de novos produtos para controle da mancha marrom de alternaria.Moura et al. (2013), estudando os extratos de melo-de-so-caetano Momordica charantia e goiaba Psidium guajava no controle da mancha de alternaria em folhas de Tangerina Dancy, verificaram que a aplicao dos extratos vegetais diminuiu o desenvolvimento da mancha de alternaria nas folhas de tangerina em 50% para o extrato de goiaba e em 55% para o extrato de melo-de-so-caetano, no ocorrendo diferenas entre os extratos. Concluram que os respectivos extratos vegetais constituem promissoras ferramentas para o manejo alternativo da doena alm de serem fungitxicos ao patgeno.Silva Filho et al. (2013), avaliando controle da mancha de alternaria em frutos de Tangerina Dancy (Citrus tangerina), em que os frutos sadios foram pulverizados com 26 mL de extratos vegetais [melo-de-So-Caetano, mamona (Ricinus communis), mulungu (Erythrina mulungu), goiabeira e pinho-manso (Jatropha curcas)] na concentrao de 20%, constataram que todos os extratos diminuram o desenvolvimento da doena, sendo o extrato de goiaba o mais efetivo, diminuindo a leso em 58%. A utilizao de extratos vegetais mostrou-se como uma potencial medida para o controle da mancha de alternaria em tangerina.3.1.2. Uso de biofertilizantesAlves et al. (2013) avaliaram o efeito de biofertilizante nas concentraes de 1%, 5% e 10% no controle desta doena em folhas de Tangerina Dancy, onde constataram que houve um decrscimo de crescimento das leses em at 14% sob aplicao de biofertilizante na concentrao de 10%. J Bezerra et al. (2013) avaliando o controle da A. alternata em frutos de tangerina nas mesmas concentraes citadas acima observaram que todas as concentraes diminuram o desenvolvimento da doena, sendo que na concentrao de 10% a diminuio da leso foi de 34%. Estes pesquisadores reportaram que a utilizao de biofertilizante aplicado via foliar constitui uma alternativa potencial para o controle da mancha de alternaria em frutos tangerina, podendo ser utilizado em substituio parcial dos pesticidas usuais, de modo a contribuir para a oferta de frutos saudveis livres de contaminantes.3.2. Controle biolgico da mancha marrom de alternaria3.2.1. Antagonismo Perassoli et al. (2008) estudando a influncia de 65 isolados de Bacillus subtilis, isolados de folhas e flores de citros de diferentes municpios do estado de So Paulo, no crescimento e na germinao de A. alternata, verificaram que os isolados de B. subtilis (ACB-21, ACB-25, ACB-90) foram os mais promissores, promovendo maiores percentuais de inibio da colnia de A. alternata (Tabela 1). De acordo com Bettiol et al. (1997), B. subtilis em especial, considerado como agente antagnico promissor a fungos e bactrias fitopatognicas.Conforme os dados expostos na Tabela 1, pode-se observar que ocorreu inibio no percentual de germinao dos esporos de A. alternata variando de 19,05% (ACB-58) at 56,39% (ACB-90), em relao testemunha. Ainda, verifica-se que outros agentes de controle biolgico (ACBs), tambmTabela 1. Influncia dos agentes de controle biolgico na germinao de A.alternata.

TRATAMENTOS GERMINAO DE ESPOROS (%)

TestemunhaACB-58ACB-BTHD567

ACB-24ACB-25ACB-11ACB-51ACB-15ACB-08ACB-68ACB-21ACB-56ACB-48ACB-28ACB-85ACB-9090,17 A73,00 B60,17 BC58,17 BC57,67 BC56,50 C55,33 CD52,50 CDE51,17 CDE50,67 CDE47,00 CDE47,00 CDE46,83 CDE46,00 CDE40,17 DE39,33 E

Fonte: adaptado de Perassoli et al. (2010).

possuem potencial para o controle da mancha de alternaria, sendo o mais eficiente o ACB-90, seguido pelo ACB-85 e ACB-28.3.3. Controle Cultural

O controle cultural diz respeito a procedimentos agrcolas que favorecem a competitividade da lavoura sobre os patgenos e plantas daninhas.Polydoro et al. (2010), realizaram um ensaio em um pomar de Tangor Murcote, um hbrido de tangerina com 14 anos de idade, com espaamento 7x4 m, no municpio de Araras/SP, enxertado em limo Cravo (C. limonia Osbeck). Neste experimento, foram realizados dois tratamentos: (i) poda de limpeza, para retirada de todos os ramos doentes e secos das plantas; (ii) plantas sem poda (testemunha). As parcelas foram compostas por 58 plantas cada, distribudas em trs linhas, sendo a linha central considerada til para fins de avaliaes. Cada tratamento teve dezenove repeties. A poda de inverno foi realizada no ms de agosto de 2009, antes da florao das plantas de T. Murcote (safra 2009/2010). Todo o material cortado foi retirado do talho e queimado.

As avaliaes foram realizadas no perodo de novembro de 2009 at janeiro de 2010 e consistiram da quantificao mensal da severidade dos sintomas da doena na superfcie da casca dos frutos com uso de escala diagramtica especfica (RENAUD et al., 2004), analisando-se 30 frutos por planta til, nas dezenove repeties por tratamento, e posteriormente, do clculo da porcentagem de frutos com sintomas (incidncia).

Com base nos dados obtidos por Renaud et al. (2004), verificaram-se que a severidade (% de rea lesionada) da mancha marrom de alternria progrediu nos tratamentos (i - poda) e (ii - testemunha), nas trs avaliaes realizadas, quando efetuada a poda de inverno. Porm, no tratamento (i), os ndices de severidade foram sempre inferiores, diferindo estatisticamente do tratamento (ii), exceto na avaliao de janeiro (Figura 1).

Figura 1. Severidade da mancha marrom de alternria em plantas podadas e sem podas (Araras/SP, 2008-2009). Adaptado de Renaud et al. (2004). Tais resultados corroboram com as expectativas do estudo, uma vez que o uso da poda de inverno diminui a quantidade de inculo inicial (LARANJEIRA, 2005; MARTELLI et al., 2009), reduzindo a severidade de MMA (Mancha marrom de alternaria) dos frutos da safra seguinte e aumentando a viabilidade de produo com o uso de outros mtodos de manejo.

4. CONCLUSOExistem mtodos de controle biolgico, cultural e alternativo, desenvolvidos para o manejo da mancha marrom de alternaria em pomares de tangerina no estado da Paraba, de modo que o gargalo para implementao prtica destes mtodos consiste na transferncia de tecnologias.

5. REFERNCIAS

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