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A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

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Apresentação

A relevância do tema tratado nesta publicação para os juízes do Paísmobilizou a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) a patrociná-la edistribuí-la a todos os seus associados. A questão da aposentadoria dos agentespúblicos, sem dúvida, é um assunto polêmico e preocupante, sempre presentenas reuniões dos Conselhos Executivo e de Representantes da AMB. Por issomesmo, deve ser amplamente debatida.

Com esta publicação esperamos não só contribuir para o esclarecimentosobre o tema, mas também estimular outros colegas especializados na área aescrever e divulgar textos sobre o assunto. Com a ajuda deles, os juízescertamente poderão compreender com mais propriedade as formas de seaposentar e fundamentar com argumentos sólidos suas posições sobre o tema.

O colega Carlos Alberto Pereira de Castro, juiz do trabalho e presidenteda Amatra 12, sediada em Santa Catarina, certamente deixa aqui sua preciosacolaboração. Nas páginas que seguem, ele contextualiza a questão daaposentadoria no Brasil e tece, de forma objetiva, suas considerações sobre asmudanças ocorridas com as sucessivas reformas na Previdência, de 1998 a2005. Assim, Carlos Alberto fornece um útil manual aos magistrados.

Brasília, 20 de fevereiro de 2006.

Rodrigo CollaçoPresidente

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

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Sumário

1 Introdução ......................................................................................... 9

2 Breve contextualização ......................................................................10

3 Definição de Aposentadoria ...............................................................14

4 Espécies de Aposentadoria ................................................................154.1 Aposentadoria por Invalidez .........................................................154.2 Aposentadoria Compulsória por Idade .........................................164.3 Aposentadoria Voluntária por Idade .............................................174.4 Aposentadoria Voluntária por Tempo de Contribuição ..................18

5 Cronologia das Mudanças na Aposentadoria Voluntária em Relaçãoao Ingresso no Serviço Público e na Carreira .....................................205.1 Ingressantes no Serviço Público Após a Emenda Nº 41 ................205.2 Ingressantes no Serviço Público Após a Emenda Nº 20 ................225.3 Ingressantes no Serviço Público Antes da Emenda Nº 20 .............24

6 Aposentadorias Deferidas entre 1º.1.2004 e 5.7.2005 .......................30

7 O Requerimento de Aposentadoria ....................................................31

8 A Contribuição Previdenciária (sic) dos Aposentados e Pensionistas ...32

9 Quadro das Mudanças Constitucionais ...............................................33

Bibliografia ........................................................................................35

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

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1 Introdução

A Magistratura, nos últimos anos, tal como os agentes públicos ocupan-tes de cargos não-comissionados em geral (vitalícios e efetivos), passou pordiversas mudanças no tocante aos seus direitos de natureza previdenciária1.

As mudanças ocorrem em velocidade tal que, naturalmente, o assuntose transforma num emaranhado de dúvidas e incertezas, causando, no seio daadministração dos Tribunais, divergências de interpretação acerca de alguns dis-positivos alterados, incluídos ou revogados.

O presente trabalho, bastante singelo, pretende esclarecer uma parcelade tais dúvidas, apontando aos colegas as diversas situações jurídicas daquelesque, em datas as mais variadas, ingressaram na magistratura, ou no serviço pú-blico, e que agora se vêem atingidos pelas alterações estabelecidas pelas Emen-das Constitucionais nº 20, de 1998, 41, de 2003, e 47, de 2005.

Evidentemente, não há a menor pretensão em esgotar o tema nestasbreves linhas, pois aqui se busca apenas resumir as mudanças que se deram emrelação à aposentadoria no serviço público, as quais atingem também a magis-tratura.

Florianópolis, julho de 2005.

Carlos Alberto Pereira de CastroPresidente da Amatra 12

1 A começar pela própria caracterização de tais direitos, já que, tradicionalmente, a aposentadoria dosocupantes de cargos públicos era vista como questão atinente ao Direito Administrativo, mera exten-são da relação jurídica iniciada quando da nomeação, posse e exercício no cargo. Hoje, existe aconcepção de que os agentes públicos também possuem Regime de Previdência Social e, conseqüen-temente, uma relação jurídica previdenciária da qual resultam direitos de natureza previdenciária.

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2 Breve contextualização

A Constituição Federal estabelece que para os agentes públicos ocu-pantes de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios, bem como para os das autarquias e fundações públicas, devehaver Regimes Previdenciários próprios, que também se aplicam aos agentespúblicos ocupantes de cargos vitalícios (magistrados, membros do MinistérioPúblico e de Tribunais de Contas) - art. 40, caput, com a redação conferidapela EC nº 41, de 2003.

Esses agentes públicos não se inserem no Regime Geral de PrevidênciaSocial (RGPS), o que significa dizer que lhes é assegurado estatuto próprio adispor sobre seus direitos previdenciários e a participação destes no custeio doregime diferenciado.

Em função da autonomia político-administrativa de cada um dos entesda Federação, incumbe especificamente à União estabelecer, normatizar e fazercumprir a regra constitucional do artigo 40 em relação aos seus agentes públi-cos; a cada Estado-membro da Federação e ao Distrito Federal, em relação aseus servidores públicos estaduais ou distritais; e a cada Município, em relaçãoaos seus servidores públicos municipais, o que acarreta a existência milhares deRegimes de Previdência Social na ordem jurídica vigente.

A criação e extinção de Regimes de Previdência Social de ocupantes decargos efetivos far-se-á mediante lei do respectivo ente da Federação.

Se o agente público ocupante de cargo efetivo não for filiado a RegimePrevidenciário organizado pelo ente da Federação, pelo fato de que este não foiinstituído, ingressará compulsoriamente no RGPS. Se há Regime próprio e eleexerce atividade na iniciativa privada, se sujeita à filiação em dois Regimes dePrevidência Social, pois há filiação obrigatória em relação a cada uma das ativi-dades desempenhadas, por força dos regimes jurídicos vigentes. A mesma con-dição de duplamente filiado acontecerá se um indivíduo acumular, licitamente,dois cargos públicos de provimento efetivo, no quadro funcional de entes daFederação distintos.

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Entretanto, a noção de que os agentes públicos de cada ente da Fede-ração possuem um Regime Previdenciário é recente.

Durante a maior parte da evolução histórica das políticas de proteçãosocial no Brasil, enquanto os trabalhadores da iniciativa privada tinham de con-tribuir para obter o direito à aposentadoria e outros benefícios (v.g., auxílio-doença), o agente público tinha esse direito concedido de forma graciosapelo Estado, como prêmio ou renda vitalícia a que fazia jus, razão pela qualnão tinha obrigação de contribuir.

Assim era visto o tema, desde os primórdios da República brasileira:

Como dizia Rui Barbosa: “O cidadão que a Lei apo-sentou, jubilou ou reformou, assim como o a que elaconferiu uma pensão, não recebe esse benefício em pagade serviço que esteja prestando, mas em retribuição deserviços ‘que já prestou’, e cujas contas se liquidarame se encerraram com um saldo em seu favor, saldo ‘re-conhecido pelo Estado’ com a estipulação ‘legal’ e lh’oamortizar mediante uma renda ‘vitalícia’ na pensão, nareforma, na jubilação ou na aposentadoria”.2

A Previdência Social dos trabalhadores da iniciativa privada, comovisto, foi unificada, em termos legislativos, no ano de 1960, quando da criaçãoda primeira Lei Orgânica (a LOPS), ainda que mantidos os Institutos de Clas-se, os quais somente foram extintos com a criação do Instituto Nacional dePrevidência Social (INPS) pelo Decreto-lei nº 72, de 21.11.1966, com efei-tos a partir de 1º.1.1967.

Todavia, a aposentadoria dos servidores públicos permaneceu sendoregida não pela LOPS, mas pelas normas constitucionais relativas à Administra-ção Pública, que não exigiam contribuição por parte dos beneficiários.

A Constituição de 1967 e a Emenda nº 1, de 1969, em nada altera-ram o direito à aposentadoria dos agentes públicos, nem a forma de custeiode tal benefício.

Com a promulgação da Constituição de 1988, manteve-se o tratamentodiferenciado de antes, ao regular a aposentadoria dos trabalhadores vinculadosao Regime Geral de Previdência Social (urbanos e rurais, bem como domésti-

2 LIMA, Aydete Vianna de [et al]. Da Aposentadoria e da Acumulação de Cargos e Proventos. SãoPaulo: Editora Revista dos Tribunais, 1992, p. 44.

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cos e profissionais por conta própria) no art. 201 e, quanto aos agentes públi-cos, no art. 40, com regras bastante diferenciadas quanto à obtenção de pro-ventos3, e ainda, não exigindo destes últimos contribuição como requisito para aconcessão da aposentadoria, enquanto declarava expressamente a necessidadede contribuições dos trabalhadores do Regime Geral para o direito a benefíciosda Previdência Social.

Somente em 1993, com a promulgação da Emenda Constitucional nº 3, éprevista no texto constitucional a contribuição dos servidores públicos com afinalidade de custeio de aposentadorias.

A Emenda nº 20, de 15.12.1998, todavia, pode ser citada como ver-dadeiro marco divisor no tratamento do tema, ao instituir a noção detempo de contribuição, eliminando contagens de tempo fictício, e prevendo apossibilidade de adoção de um valor máximo para os proventos de aposenta-doria, igual ao estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, confor-me se observa da nova redação dada ao artigo 40, §§ 14 e 15.

A Emenda Constitucional nº 41, promulgada em 19.12.2003 e publicadaem 31.12.2003, novamente alterou as regras para os Regimes próprios dosagentes públicos, passando a dispor, na nova redação do caput do art. 40 daConstituição, que tais regimes se caracterizam pelo caráter contributivo e soli-dário, “mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativose inativos e dos pensionistas”. Indica-se, assim, a obrigatoriedade não só decontribuição dos agentes públicos em atividade, mas também dos aposentadose pensionistas dos regimes próprios, e ainda, e mais importante, a contribuiçãodo ente estatal, com o que se pode afirmar, apesar das críticas formuladas avários dispositivos emendados, que se trata, agora, verdadeiramente, de regi-mes de previdência social (o que se confirma pela redação do § 20 do art. 40 daConstituição, que exige a criação de uma – e somente uma – unidade gestora doregime – também único para cada ente estatal), pois que não mais somente osegurado é chamado a prestar contribuições.

Por fim, a Emenda nº 47, promulgada em 5 de julho de 2005, estabelece,retroativamente à data de vigência da Emenda Constitucional nº 41, critériospara os agentes públicos que já ocupavam cargos antes de sua promulgação,bem como antes da promulgação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998,como será mais adiante detalhado.

3 Saliente-se, ainda, que disposições constitucionais específicas regiam a aposentadoria dos agentespúblicos ocupantes de cargos vitalícios: magistrados (art. 93, VI), membros do Ministério Público (art.129, § 4º) e de Tribunais de Contas (art. 73, § 3º).

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A despesa com os benefícios devidos a servidores públicos federais epensionistas era considerada despesa orçamentária da União, paga, portanto,com recursos do Tesouro Nacional, não sendo geridos pelo INSS. Entretanto,salientam os estudiosos que o pagamento dos benefícios a estes são custeadosainda, ao menos em parte, pela arrecadação da Seguridade Social, mediante apossibilidade aberta pelo art. 17 da Lei nº 8.212/91, no sentido de que a Uniãopossa se valer da arrecadação de contribuições das empresas sobre faturamentoe lucro para arcar com os chamados Encargos Previdenciários da União.

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3 Definição de Aposentadoria

A aposentadoria do agente público pode ser conceituada como o direitosubjetivo, exercitado em face do ente da Federação que o admitiu, de perceberdeterminada soma em pecúnia, denominada proventos, após ter permanecidoem exercício de cargo público, diante da ocorrência de certos fatos jurídicospreviamente estabelecidos, satisfeitos os requisitos estabelecidos pela ordemjurídica, inaugurando-se, com a concessão do benefício, uma nova relaçãojurídica entre o agente, ora aposentado, e o ente da Federação, de naturezaprevidenciária.

A aposentadoria gera o rompimento do liame jurídico-laboral entre oagente público e o ente da Administração Pública que o admitira em seu qua-dro4, com o que é declarado vago o cargo que até então ocupava5, podendo serprovido por outro agente, iniciando-se aí nova relação jurídica6, de naturezaprevidenciária7, entre os mesmos sujeitos.

Comporta três modalidades ou espécies: a aposentadoria por invalidez,a aposentadoria compulsória e a aposentadoria voluntária.

4 Razão pela qual sustento ser impossível manter-se cabível a hipótese de “aposentadoria a bem doserviço público”, de natureza disciplinar, seja pelo fundamento de que um direito não pode seratribuído como pena (por ferir a lógica jurídica), seja porque, uma vez aplicada, estar-se-ia ferindo agarantia da vitaliciedade, ou seja, a impossibilidade de perda do cargo senão por decisão judicialtransitada em julgado (considerando que tais “penas” são aplicadas, via de regra, por decisão adminis-trativa dos Tribunais, e hipoteticamente, também agora pelo Conselho Nacional de Justiça, impossi-bilidade que pretendo defender em trabalho em vias de publicação.5 Cf. dispõe o art. 33, inciso VII, da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre oregime jurídico dos servidores públicos civis da União, autarquias e fundações públicas federais.6 “A relação entre o aposentado e o Estado, reformulada, tem como objeto uma ‘pensão vitalícia’,irredutível, resultante de um direito subjetivo (ou de uma situação individual) do funcionário, frenteà prestação obrigacional do Estado” (OLIVEIRA, J. E. de Abreu. Aposentadoria no Serviço Público.Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1970, p. 36).7 DEMO, Roberto Luís Luchi. Reforma da Previdência. Servidor Público que toma posse em novocargo. Regime previdenciário aplicável. In: Revista de Previdência Social. São Paulo: LTr, nº 280,mar. 2004, p. 215.

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4 Espécies de Aposentadoria

4.1 A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

A aposentadoria por invalidez decorre do reconhecimento da incapaci-dade laborativa permanente do agente público, declarada por junta médica ofi-cial. Decorre, portanto, da ausência de condições físicas ou psíquicas de per-manecer exercendo a atividade, podendo ser requerida ou decidida ex officio,por questões de interesse público.8

O texto original da Constituição previa tal modalidade, mas não se referiaao valor dos proventos do magistrado aposentado por invalidez (art. 93, VI).Com isso, havia quem entendesse pela aplicação da regra do art. 40, inciso I(redação original), enquanto outro entendimento buscava a interpretação de queem qualquer hipótese de invalidez de magistrados os proventos seriam integrais,correspondentes à última remuneração percebida. Pela forma como estava dis-posta a regra específica, parece-nos que o melhor entendimento seria este último.

A Emenda nº 20/98 alterou o tratamento dispensado à matéria. Ao re-vogar o texto original do inciso VI do art. 93, passaram a ser aplicáveis aosmagistrados as normas do art. 40 e seus parágrafos: é dizer, por essa leitura, sóhaveria direito à aposentadoria por invalidez com proventos integrais em casode acidente em serviço, moléstia profissional, ou doença grave, contagiosa ouincurável, explicitada em lei.

Por fim, a Emenda nº 41/2003 interfere na forma de cálculo de todas asaposentadorias de regimes próprios de Previdência, estabelecendo a regra decálculo pela média das maiores remunerações que serviram de base para a con-tribuição vertida aos regimes previdenciários a que pertenceu no curso de suaatividade laborativa (mesmo aquelas vertidas ao INSS, antes do ingresso noserviço público), atualizadas monetariamente - §§ 3º e 17 do art. 40 da Consti-tuição – equivalentes a 80% dos meses de contribuição.

8 “A aposentadoria é, em suma, a decisão em virtude da qual é definitivamente desinvestido (sic) dafunção um indivíduo que, por motivo de idade ou invalidez, fixado por lei, se presume incapaz decontinuar o exercício regular da função. É o interesse público, por conseguinte, que determina aaposentadoria” (MENEGALE, José Guimarães. O Estatuto dos Funcionários. 1. ed. Rio de Janeiro:Forense, 1962, p. 471).

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Ou seja, se alguém, ao requerer aposentadoria, em 2004, tiver contri-buído de julho de 1994 a junho de 2004, durante 120 meses, ou dez anos, terácalculada sua aposentadoria com base nos 96 maiores valores que serviram debase para a contribuição previdenciária, corrigidos monetariamente, tomadosde julho de 1994 a junho de 2004.

Assim, a partir da Emenda nº 41, a aposentadoria por invalidez consiste:a) no valor equivalente a 100% da média das maiores remunerações

que serviram de base para a contribuição aos regimes de Previdência, atua-lizadas monetariamente, correspondentes a 80% de todo o período contri-butivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribui-ção, se posterior àquela competência, para o caso de acidente em serviço,moléstia profissional, doença grave, contagiosa ou incurável estabelecidasem lei;

b) no valor equivalente a uma proporção do tempo de contribuição pres-tado, incidindo sobre a média acima mencionada.9

Não se exige nenhum outro requisito (idade mínima, tempo mínimo decontribuição, de serviço público, de carreira ou de exercício do cargo).

Cabe observar, por fim, em relação a essa modalidade, que o magistra-do vitimado por acidente ou enfermidade, mesmo não se enquadrando na hipó-tese “a” supra, pode vir a perceber proventos integrais, no valor da última remu-neração, caso seja detentor de direito adquirido à aposentadoria por outraespécie (caso já tenha implementado os requisitos para requerer a aposentado-ria voluntária). Trata-se de aplicação da norma mais favorável ao beneficiário, aexemplo do que ocorre no Regime Geral de Previdência Social.

4.2 A APOSENTADORIA COMPULSÓRIA POR IDADE

Fixada como devida quando completada a idade de 70 anos10, desde otexto original da Constituição, é devida independentemente de requerimento domagistrado, e concedida a partir da data em que implementa a idade limite.

9 É oportuno frisar que essa proporção não foi, ainda, regulamentada. É nossa sugestão a apresentação,pelas entidades representativas da magistratura e do serviço público, de um anteprojeto de leifixando o patamar mínimo de tal proporção em 70% da média, mais 1% por ano de contribuição, aexemplo do que acontece no Regime Geral de Previdência Social – INSS (Lei nº 8.213/91).10 Há PEC em tramitação no sentido de aumentar tal idade para 75 anos. Caso não ocorramoutras mudanças, o que for dito sobre essa espécie de aposentadoria vale para o caso de serestendida a idade.

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Também não se exige, para tal modalidade, qualquer outro requisi-to (tempo de contribuição, de serviço público, de carreira ou de exercíciodo cargo).

Tal aposentadoria sempre foi considerada, para fins de cálculo, comodevida com proventos proporcionais ao tempo (antes de serviço, a partir daEmenda nº 20/98, de contribuição).

A base de cálculo é que passa a ser diferenciada, com a Emenda nº 41:a proporcionalidade é alcançada sobre a média das maiores remunerações (equi-valentes a 80% do período, desde julho de 1994, segundo a Lei nº 10.887/2004) que serviram de base para a contribuição vertida aos regimes de Previ-dência, atualizadas monetariamente. Aqui também vale a observação constanteda nota de rodapé nº 9.

Da mesma forma que já comentado em relação à aposentadoria porinvalidez, não há que se falar em proventos proporcionais se o magistrado jáhavia implementado os requisitos para a concessão de aposentadoria voluntária,devendo então os proventos ser calculados com base nessa modalidade, e nãocomo se compulsória fosse.

4.3 A APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA POR IDADE

Embora pouco se comente sobre isso, há de fato duas modalidades deaposentadoria voluntária: uma, que leva em conta a idade atingida, somente;outra, que leva em conta o tempo de contribuição e a idade.

A aposentadoria voluntária por idade se encontra estabelecida noart. 40, § 1º, inciso III, alínea “b”, da Constituição. Por aquela regra, oagente público pode requerer aposentadoria quando alcançar a idade de65 anos, se do sexo masculino, ou 60 anos, se do sexo feminino, desdeque possua dez anos “de efetivo exercício no serviço público” e cincoanos “no cargo em que se dará a aposentadoria” (exigências estabeleci-das a partir da Emenda n. 20/98, quando também passou a ser aplicávelà magistratura, ante a revogação do texto do art. 93, VI, em sua redaçãooriginal).

O valor dos proventos é apurado de forma proporcional ao tempo decontribuição, tomando-se a média das remunerações que serviram de basepara a contribuição vertida aos regimes de Previdência, valendo também paraesta modalidade a observação feita na nota de rodapé nº 9.

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Também nesse caso comporta cabimento a concessão de aposentado-ria integral, na hipótese de o magistrado já ter preenchido todos os requisitoslegais para tanto.

4.4 A APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA POR TEMPO DECONTRIBUIÇÃO

Modalidade mais importante, a aposentadoria voluntária decorrente dotempo trabalhado (antes denominado tempo de serviço, hoje denominado tem-po de contribuição) foi a que mais sofreu alterações, e em razão disso, a querequer maiores comentários.

Originalmente, para a magistratura, a aposentadoria por tempo de servi-ço era devida aos 30 anos de serviço (art. 93, VI, da Constituição), desde quecumpridos cinco anos de atividade na carreira, sem qualquer outra exigência(contribuição, idade mínima ou tempo no cargo).

Para os servidores públicos, ocupantes de cargo efetivo, a aposentadoriapor tempo de serviço era devida: a) de forma integral, a partir dos 35 anos deserviço, se do sexo masculino, e a partir dos 30 anos de serviço, se do sexofeminino; e b) de forma proporcional ao tempo de serviço, a partir dos 30 anos,se do sexo masculino, e a partir dos 25 anos, se do sexo feminino.

A primeira alteração veio com a Emenda nº 20/98. Revogando o textodo art. 93, VI, e passando-se a magistratura a ter as regras de aposentadoriafixadas pelo art. 40, § 1º, inciso III, alínea “a” da Constituição, tivemos a fixa-ção de tal aposentadoria aos 35 anos de contribuição, para o sexo masculino,e aos 30 anos, para o sexo feminino, conjugada com os seguintes requisitos:

• 60 anos de idade para o homem e 55 anos de idade para a mulher;• dez anos de efetivo exercício no serviço público;• cinco anos no cargo.Mantinha-se, todavia, o cálculo sobre a última remuneração auferida, com

proventos integrais.Foi extinta, pela Emenda nº 20/98, a aposentadoria proporcional por

tempo de serviço.A Emenda nº 20/98 criou, também, regras de transição, para os agentes

públicos que, já em exercício de cargo na vigência da Emenda, quisessem seaposentar pelos critérios anteriormente vigentes, com proventos integrais ouproporcionais, que serão vistas à frente.

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A Emenda nº 41/2003, por seu turno, não modificou os requisitos para aconcessão, mas sim o cálculo, passando a estabelecer que os proventos obe-deceriam à média dos maiores valores que serviram de base para a contribui-ção aos regimes de Previdência a que o agente público se vinculou durante asua vida, atualizados monetariamente.

Também a Emenda nº 41 fixou regras de transição para os agentes públi-cos já em exercício, revogando algumas regras de transição estabelecidas pelaEmenda nº 20 – o que será visto adiante.

A Emenda nº 47/2005 modifica apenas as regras de transição estabeleci-das pela Emenda nº 41, com efeitos retro-operantes a 1º.1.2004.

Antes de passar a uma análise cronológica das mudanças e de como osmagistrados são afetados por elas, conforme a época de ingresso no serviçopúblico, convém anotar que, ao contrário do que se tem apontado em algumasfontes doutrinárias11, não foi estabelecido, ainda, como limite do valor dasaposentadorias pagas aos magistrados e demais agentes públicos, o “teto” dosbenefícios do Regime Geral de Previdência Social – INSS). O § 14 do art. 40dispõe que somente quando criado regime de previdência complementar(fundo de pensão) poderá o respectivo ente da Federação limitar o valordas aposentadorias ao teto do RGPS, e ainda assim, àqueles que ingressa-rem no serviço público após a instituição de tal regime previdenciário comple-mentar (§ 16 do art. 40).

11 Verbi gratia, MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 15. ed. atual. São Paulo: Atlas,2004, p. 360.

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5 Cronologia das Mudanças na Aposentadoria Voluntáriaem Relação ao Ingresso no Serviço Público e na Carreira

O ingresso na carreira (e também no serviço público12) é o fator principaldeterminante dos efeitos das alterações constitucionais sobre o direito individualde cada magistrado em relação à sua aposentadoria voluntária por tempo decontribuição, já que este requisito, até antes da Emenda nº 20, era exigido ape-nas para a aposentadoria voluntária, em proporção relativamente pequena aotempo total de serviço (cinco anos de judicatura/30 anos de serviço).

Também a data de ingresso no serviço público ou na carreira irá determi-nar o critério de reajustamento dos proventos de aposentadoria, se de acordocom os índices e datas aplicados aos magistrados em atividade ou se conformeos benefícios do RGPS-INSS.

Vejamos, então, como essa relação se dá, conforme a época de ingresso.A cronologia será invertida, apenas para efeito didático, pois à medida que en-contramos datas de ingresso mais “antigas”, maiores são as variações:

5.1 INGRESSANTES NO SERVIÇO PÚBLICO APÓS A EMENDANº 41 (de 1º.1.2004 em diante)

Esta é a hipótese em que se enquadram os que ingressaram por concur-so (e não exerciam, antes disso, atividade no serviço público) de 2004 para

12 Convém, também, fazer referência ao entendimento que se possa ter quanto à expressão “tempode serviço público”, que poderá ser fundamental para a caracterização do direito à aposentadoriacom mais ou menos tempo de atividade na judicatura. Se adotado, por exemplo, o conceito de queserviço público é aquele prestado à Administração Direta, Autarquias e Fundações, em cargo deprovimento efetivo ou vitalício, apenas, teremos um resultado; se estendido o conceito ao exercíciode cargos de provimento em comissão, cargos eletivos, temporários, empregos públicos da Adminis-tração Direta, Autarquias e Fundações, empregos públicos em Empresas Públicas e Sociedades deEconomia Mista, tempo de advocacia (como ocorria com o adicional por tempo de serviço – ATS),teremos resultados bem diferentes, com afetação no tocante a esse requisito. Urge, portanto, que sejaesclarecido o que poderá ser considerado “tempo de serviço público” para tais fins.

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frente. Para estes, o critério estabelecido é único: sua aposentadoria serádeferida somente quando preenchidos os requisitos hoje vigentes e calculadana forma da redação atual do art. 40, § 1º, III, “a” ou “b” da Constituição.

Ou seja, para a aposentadoria por tempo de contribuição (art. 40, § 1º,III, “a”) será necessário cumprir, na data do requerimento:

• idade mínima de 60 anos (h) ou 55 anos (m);• tempo de contribuição mínimo de 35 anos (h) ou 30 anos (m);• dez anos de efetivo exercício13 no serviço público;• cinco anos no cargo em que se dará14 a aposentadoria.

A outra possibilidade de aposentadoria voluntária é a por implemento daidade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (art. 40, § 1º,III, “b”), quando serão exigidos, na data do requerimento:

• idade mínima de 65 anos (h) ou 60 anos (m);• dez anos de efetivo exercício no serviço público;• cinco anos no cargo em que se dará a aposentadoria.

Os proventos15 serão calculados com base na média dos maiores valoresque servirem de base para a contribuição vertida aos regimes de Previdência aque o magistrado pertenceu (RGPS ou Regimes próprios), desde julho de 1994,ou desde o início da atividade laborativa, quando posterior a julho de 1994 (Leinº 10.887/2004), atualizados monetariamente, equivalentes a 80% do período.Ou seja, algo bem parecido com o que acontece aos segurados do RGPS-INSS, só não havendo limitação dos proventos ao “teto” daquele Regime (emvalores de maio/2005, R$ 2.668,15).

Caso a aposentadoria seja requerida com fundamento na alínea “a” doinciso III (tempo de contribuição mais idade mínima), os proventos serão iguaisa 100% da média; se postulada a aposentadoria com fulcro na alínea “b”, serãodevidos proventos proporcionais ao tempo de contribuição (matéria ainda nãoregulamentada, como frisado na nota de rodapé nº 9). O limite máximo dosproventos é o valor da remuneração auferida no cargo (§ 2º do art. 40),

13 Computado, portanto, apenas o período em que houve atividade ou licença remunerada, excluídosperíodos de licença sem remuneração.14 Não é necessário que seja o último cargo ocupado: basta que tenha havido cinco anos de exercíciodo cargo (ex. Juiz titular que conta menos de cinco anos neste cargo, e pretende se aposentar comojuiz substituto).15 Em qualquer modalidade de aposentadoria: compulsória, por invalidez, ou voluntária.

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

22

faltando regulamentação sobre o limite mínimo (salvo o direito de não percebermenos que o valor do salário mínimo).

Caso seja instituído o regime de previdência complementar (fundo de pen-são) de que trata o § 14 do art. 40, os que ingressarem no serviço público apósa data da instituição poderão ter os proventos de aposentadoria limitados aovalor “teto” dos benefícios do RGPS-INSS. Ou seja, a instituição do fundo depensão não irá afetar os que já se encontram no serviço público anteriormenteà sua criação.

As aposentadorias concedidas com fundamento na redação atual do art.40 (hipóteses sob comento) serão reajustadas pelo mesmo índice e na mesmadata que os benefícios do Regime Geral de Previdência Social – INSS, e nãomais pelo índice de reajuste dos agentes públicos em atividade, não cabendo,assim, também a chamada “regra de paridade”.

5.2 INGRESSANTES NO SERVIÇO PÚBLICO APÓS A EMENDA Nº 20(de 17.12.1998 até 31.12.2003)

Os que ingressaram no serviço público após a edição da Emenda Consti-tucional nº 20 possuem mais opções que os que assumiram cargos públicosapós 1º.1.2004. Como essa Emenda não alterou o cálculo do valor das apo-sentadorias (mantendo a integralidade e a paridade plena), os efeitos das altera-ções são menores para esse grupo, em relação ao primeiro.

A Emenda nº 20 estabeleceu, isto sim, requisitos antes não existentes paraa aposentadoria voluntária (a idade mínima, o tempo mínimo de serviço públicoe no cargo), e vedou a contagem de tempo fictício (por exemplo, a contagem emdobro das licenças-prêmio não fruídas).

Assim, em relação a esse grupo, podem ocorrer três situações, no to-cante à aposentadoria voluntária por tempo de contribuição:

a) A regra do art. 40 da Constituição, com a redação que lhe havia sidodada pela Emenda nº 20 – (proventos integrais e paridade plena)

Para isso, é necessário que o magistrado tenha satisfeito todos os seguin-tes requisitos, antes de 31.12.2003:16

16 Conforme o art. 3º da Emenda Constitucional nº 41 – detentores de direito adquirido. O requeri-mento pode ser feito a qualquer tempo. Neste caso, o magistrado que não quiser se aposentar, casotenha 30 anos de contribuição (homem) ou 25 anos de contribuição (mulher) faz jus ao chamado“abono de permanência em serviço”, no valor igual ao da contribuição a que seria obrigado (11% daremuneração ou subsídio), até que complete a idade para a aposentadoria compulsória.

23

• idade mínima de 60 anos (h) ou 55 anos (m);• tempo de contribuição mínimo de 35 anos (h) ou 30 anos (m);• dez anos de efetivo exercício no serviço público;• cinco anos no cargo em que se dará a aposentadoria.17

b) A regra do art. 40 da Constituição, com a redação atual, conferidapela Emenda nº 41 (proventos calculados pela média das maiores remune-rações18 e reajuste de acordo com os benefícios do RGPS-INSS)

Para o que é necessário que o magistrado tenha cumprido todos os requi-sitos mencionados na hipótese “a” retro, de 1º.1.2004 em diante.19

c) A regra de transição do art. 6º da Emenda nº 41 (proventos inte-grais e paridade plena, conferida esta última pela Emenda nº 47/200520)

Para tanto, deve o magistrado ter satisfeito, na data do requerimento,todos os seguintes requisitos:

• idade mínima de 60 anos (h) ou 55 anos (m);• tempo de contribuição mínimo de 35 anos (h) ou 30 anos (m);• 20 anos de efetivo exercício no serviço público;• dez anos de carreira;• cinco anos no cargo em que se dará a aposentadoria.

Além das três hipóteses acima, possui o magistrado a possibilidade derequerer aposentadoria por implemento de idade, cujos requisitos já foram des-critos no item 5.1, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,tendo-se por base a última remuneração (caso atingidos os requisitos até31.12.2003) ou a média das remunerações que serviram de base para as contri-buições aos Regimes de Previdência (caso atingidos os requisitos de 1º.1.2004em diante) – art. 40, § 1º, III, “b”.

17 Atentar para as notas de rodapé nº 13 e 14.18 Vide explicação do item 5.1 supra.19 Embora possa parecer que essa hipótese seja de todo ruim, sob o ponto de vista do cálculo,conforme o caso pode haver condição mais benéfica. Convém ressaltar que os valores tomados porbase de cálculo são corrigidos monetariamente, de modo que, num período em que não hajareajustes superiores aos índices utilizados pelo RGPS-INSS para a atualização monetária dos saláriosde contribuição e dos benefícios pagos, a média poderia ultrapassar o valor da última remuneração(embora limitados os proventos a esta), e em termos de reajuste, os benefícios pagos pelo RGPS-INSSsão necessariamente majorados com periodicidade anual (este ano, por exemplo, houve reajuste de6,3%, contra 0,1% conferido aos servidores públicos). Portanto, cabe ao requerente a opção, à vistadas hipóteses possíveis.20 A Emenda nº 47/2005 revogou o parágrafo único do art. 6º da Emenda nº 41, e determinou fosseaplicado às aposentadorias de que trata o art. 6º daquela Emenda o critério de paridade plena,constante do art. 7º da Emenda nº 41.

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

24

5.3 INGRESSANTES NO SERVIÇO PÚBLICO ANTES DA EMENDANº 20 (até 16.12.1998)

Aqui se concentra o maior contingente de agentes públicos e os maioresinteressados nas chamadas “regras de transição”. Trata-se daqueles que ingres-saram ainda quando vigorava o art. 93, VI, da Constituição, em seu texto origi-nal, e os mais atingidos pelas mudanças.

A estes, o número de hipóteses é o maior possível.a) Os detentores de direito adquirido – aqueles que chegaram a comple-

tar o tempo de 30 anos de serviço e cinco anos de magistratura até 16.12.1998fazem jus a proventos integrais e paridade plena, como reconhece o art. 3º daEmenda nº 20/98, podendo requerer a aposentadoria a qualquer tempo. Des-de então, fazem jus à isenção de contribuição ao Regime Previdenciário próprio(§ 1º do art. 3º da Emenda nº 20) até completar as exigências criadas pelaEmenda nº 20 para a aposentadoria voluntária21, e depois, fazem jus ao “abonode permanência” estabelecido pela Emenda nº 41 (art. 3º).22

b) Os que não implementaram os requisitos de que tratava o art. 93,VI, da Constituição até 16.12.1998 podem se valer de uma ou de várias re-gras de transição, conforme a situação individual.

Vejamos quais são elas:b.1) A regra de transição do art. 8º, caput, da Emenda nº 20Esta regra previa, originalmente, a possibilidade de aposentadoria com

proventos integrais e paridade plena dos que já haviam ingressado no serviçopúblico em 16.12.1998, e ainda pode ser invocada, desde que cumpridos to-dos os seguintes requisitos, até 31.12.2003 (data em que foi revogado o dispo-sitivo):

• idade mínima de 53 anos (h) ou 48 anos (m);• tempo de contribuição de 35 anos (h) ou 30 anos (m);• cinco anos de efetivo exercício do cargo.• um período adicional de tempo de contribuição equivalente a 20% so-

bre o tempo faltante, na data da promulgação da Emenda (16.12.1998), paracompletar o tempo de contribuição exigido.

21 Vide item 5.2 supra.22 Vide nota de rodapé n. 16.

25

Para os magistrados, o cômputo do tempo já prestado deveria ser acres-cido de 17% (para homens e mulheres) – art. 8º, § 3º, da Emenda nº 20.

Exemplificando, um magistrado (homem ou mulher) que tivesse, em16.12.1998, 25 anos de serviço23, teria computado, para este fim, em funçãodo acréscimo de 17% aplicado ao tempo “real”, 29 anos e 1/424, ou seja, 29anos e três meses.

Então, para se aposentar pela regra do “caput”, caso fosse do sexo mas-culino, teria de cumprir, ainda, cinco anos e nove meses, mais 20%, ou seja, 6,9anos (quase sete anos) – o que inviabiliza a utilização do dispositivo, pois a revo-gação ocorreu antes disso (31.12.2003, ou seja, cinco anos e 15 dias após).25

Já se fosse do sexo feminino, faltar-lhe-iam apenas nove meses mais 20%- ou seja, mais 324 dias após 16.12.1998, podendo assim, caso cumpridos osdemais requisitos (idade mínima de 48 anos e cinco anos no cargo), se valerdesta regra, a qualquer tempo após cumprir o interregno.

Aos magistrados que façam jus à aposentadoria com base na regra do art.8º, caput, da Emenda nº 20, é assegurada a isenção da contribuição previdenci-ária até cumprir as exigências para aposentadoria voluntária fixadas pela Emen-da nº 20 (idade mínima, tempo de contribuição, tempo de serviço público e deexercício no cargo) - § 5º do art. 8º da Emenda nº 20 - e depois, fazem jus ao“abono de permanência” estabelecido pela Emenda nº 41 (art. 3º).26

b.2) A regra de transição do art. 8º, § 1º, da Emenda nº 20Esta regra previa, originalmente, a possibilidade de aposentadoria com

proventos proporcionais e paridade plena dos que já haviam ingressado noserviço público em 16.12.1998, e ainda pode ser invocada, desde que cumpri-dos todos os seguintes requisitos, até 31.12.2003 (data em que foi revogado odispositivo):

• idade mínima de 53 anos (h) ou 48 anos (m);• tempo de contribuição de 35 anos (h) ou 30 anos (m);• cinco anos de efetivo exercício do cargo.• um período adicional de tempo de contribuição equivalente a 40% so-

bre o tempo faltante, na data da promulgação da Emenda (16.12.1998), paracompletar o tempo de contribuição exigido.

23 Prestado no âmbito público ou privado.24 25 anos mais 17% dessa quantidade de tempo.25 Esse exemplo será retomado mais à frente, onde será enquadrado noutras regras de transição.26 Vide nota de rodapé nº 16.

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

26

Utilizando, como exemplo, o mesmo já citado, um magistrado (homem oumulher) que, em 16.12.1998, tivesse 25 anos de serviço (29,25 anos, ou 29anos e três meses, computado o acréscimo de 17%) teria, em relação a essaregra, a seguinte situação:

• se fosse do sexo masculino, poderia se aposentar com proventos pro-porcionais, nas seguintes condições, caso implementada a idade mínima de 53anos e cinco anos no cargo:

* com 30/35 avos de sua última remuneração, após trabalhar o tempo fal-tante para 30 anos, acrescido de 40% (nove meses mais 40% = 378 dias,ou um ano, dois meses e 18 dias contados de 16.12.1998 para frente);

* com 31/35 avos, após o tempo faltante (um ano e nove meses mais40% = 889 dias, ou dois anos, cinco meses e nove dias a mais);

* com 32/35 avos, após o tempo faltante (dois anos e nove mesesmais 40% = 1400 dias, ou três anos, dez meses e cinco dias a mais);

* não haveria possibilidade de se aposentar com 33/35 avos,após o tempo faltante (três anos e nove meses mais 40% = 1911dias, ou cinco anos, dois meses e 26 dias), pois a revogaçãoocorreu antes (cinco anos e 15 dias).

• se fosse do sexo feminino, poderia, já na data da promulgação daEmenda nº 20, se aposentar com 29/30 avos, desde que já tivesse cumprido,naquela data, a idade mínima de 48 anos e cinco anos no cargo.

Na hipótese de falta de preenchimento de algum dos requisitos, o direito àaposentadoria se adquire quando do implemento do último requisito, e nos ca-sos dos subitens b.1 e b.2 retro, desde que ocorridos antes da vigência daEmenda nº 41 (até 31.12.2003)

Importante frisar que, mesmo com a revogação do art. 8º da Emendanº 20 pela Emenda n. 41, o requerimento pode ser feito a qualquer tempo,quando o magistrado tenha satisfeito, ao tempo em que vigorava o referi-do dispositivo, todos os requisitos exigidos.

Por força do art. 3º, § 1º, da Emenda nº 41, também os magistradosque tenham implementado os requisitos para a aposentadoria de que trataessa hipótese fazem jus, a partir de 1º.1.2004, ao chamado “abono de perma-nência”, em valor igual ao da contribuição previdenciária, até que completema idade para aposentadoria compulsória, desde que contem 30 anos de con-tribuição (homem) ou 25 anos (mulher).

27

b.3) A regra de transição do art. 2º da Emenda nº 41Esta regra veio substituir a regra do art. 8º da Emenda nº 20, revogada

pela Emenda nº 41, porém em situação muito desfavorável. Pelo dispositivo emquestão, o magistrado pode requerer a aposentadoria, que será apurada pormédia das remunerações que serviram de base para as contribuições aosRegimes de Previdência a que esteve vinculado (até o limite da última remunera-ção do cargo), com proventos reajustados conforme os índices utilizados paraos benefícios do RGPS-INSS (sem paridade com os magistrados em ativida-de), caso cumpra, na data do requerimento, todos os seguintes requisitos:

• idade mínima de 53 anos (h) ou 48 anos (m);• tempo de contribuição de 35 anos (h) ou 30 anos (m);• cinco anos de efetivo exercício do cargo.• um período adicional de tempo de contribuição equivalente a 20% so-

bre o tempo faltante, na data da promulgação da Emenda nº 20 (16.12.1998),para completar o tempo de contribuição exigido.

Ou seja, podem ser utilizados os mesmos exemplos adotados para escla-recer o subitem b.1, observando que a regra ora em comento só se aplica quan-do o implemento dos requisitos ocorrer de 1º.1.2004 em diante.

O aspecto mais negativo dessa regra de transição é que ela estabelece umredutor para o valor da aposentadoria. Assim, o magistrado que implementartodos os requisitos para aposentadoria até 31.12.2005 sofrerá uma redução de3,5% por ano de idade inferior a 60 anos (homem) ou 55 anos (mulher), eaquele que implementar os requisitos a partir de 1º.1.2006 sofrerá redução de5% por ano a menos.

Tornando ao exemplo do subitem b.1, um magistrado (homem ou mu-lher) que tivesse, em 16.12.1998, 25 anos de serviço27, teria computado, paraeste fim, 29,25 anos28, ou seja, 29 anos e três meses.

Então, para se aposentar pela regra do “caput”, caso fosse do sexo mas-culino, teria de cumprir, ainda, cinco anos e nove meses, mais 20%, ou seja, 6,9anos (quase sete anos) após 16.12.1998 – sendo sujeito, pois, à regra agora emcomento.

Pois bem, considerando a hipótese de que esse magistrado tenha, emdezembro de 2005, 55 anos de idade e, como visto, cumpriu o chamado “pedá-gio” de tempo faltante, poderia requerer aposentadoria na forma do art. 2º daEmenda nº 41, que seria calculada com base na média das remunerações que

27 Prestado no âmbito público ou privado.28 25 anos mais 17% dessa quantidade de tempo.

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

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serviram de base para a contribuição previdenciária, porém com uma reduçãode 17,5%.29 Caso viesse a implementar o tempo apenas em 2006, contandocom 55 anos de idade, a redução seria de 25%.30

Em função dessa regra ser definitivamente desfavorável aos agentes pú-blicos que já estavam em exercício antes de 16.12.1998, houve o esforço paraaprovação da chamada “PEC paralela” da Previdência, que foi promulgada comoEmenda nº 47, de 5.7.2005.

b.4) A regra de transição do art. 3º da Emenda nº 47A última regra de transição a ser analisada é a mais recente. Aplica-se aos

magistrados que ingressaram no serviço público até 16.12.1998, e lhes assegu-ra proventos integrais e paridade plena, desde que satisfeitos todos os requi-sitos a seguir:

• tempo de contribuição de 35 anos (h) ou 30 anos (m);• 25 anos de efetivo exercício no serviço público, 15 anos de carreira e

cinco anos no cargo;• idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40,

§ 1º, inciso III, alínea “a”, da Constituição Federal, de um ano de idade paracada ano de contribuição que exceder a condição prevista no inciso I do caputdo artigo.

Trata-se da adoção da chamada “fórmula 95/85”: por esta, o que impor-ta, para fazer jus à aposentadoria, é a soma da idade com o tempo de contribui-ção. Se o magistrado do sexo masculino tiver idade mais tempo de contribuiçãoigual a 95, e a do sexo feminino tiver idade mais tempo de contribuição igual a85, independentemente da idade mínima, fará jus à aposentadoria, desdeque satisfaça as demais exigências (25 anos de serviço público, 15 anos decarreira e cinco anos no cargo em que pretende se aposentar).

A essa hipótese não se aplicam mais: o “pedágio” (acréscimo sobre otempo de serviço faltante), que constava das regras de transição anteriores, nemo acréscimo fictício de 17% sobre o tempo já cumprido; bem como o redutorque incidia sobre os proventos da Emenda nº 41.

29 Por ter 55 anos, cinco anos a menos que a idade atualmente exigida, de 60 anos, multiplica-se essadiferença por 3,5%, chegando-se a 17,5% de redução, ou seja, receberia, tão-somente, 82,5% damédia obtida, e ainda, sofrendo a incidência da contribuição de 11% sobre o valor dos proventos,cobrada aos aposentados.30 Cinco anos, multiplicados por 5%, ou seja, receberia apenas 75% da média obtida, e ainda, sofrendoa incidência da contribuição de 11% sobre os proventos.

29

É dizer, essa regra de transição assegura ao magistrado que preenchatodos os requisitos estabelecidos, o direito de se aposentar com o valor daúltima remuneração do cargo em que permaneceu por cinco anos ou mais,bem como a paridade plena com os magistrados em atividade, sem exigir,no caso das mulheres, nenhum tempo a mais do que antes da Emenda nº 20 jáfosse exigido (30 anos), e para os homens, exigindo apenas cinco anos a mais.

Evidentemente, a dificuldade maior estará na comprovação dos demaisrequisitos (25 anos de serviço público e 15 de carreira), que nem todos possu-em ainda, mas podem vir a cumprir, quando, a partir de então, poderão requereraposentadoria com base na Emenda nº 47.

O único aspecto negativo do novel dispositivo é que ele não assegura o“abono de permanência” correspondente à contribuição previdenciária devida.Ou seja, a opção pela permanência em atividade não gera vantagem quanto àincidência de contribuição.

c) Quanto à possibilidade de utilização da regra geral constante da atualredação do art. 40, § 1º, inciso III, alíneas “a” ou “b”, da Constituição, esta semantém existente. Isto é, o magistrado que, por opção, pretender se aposentarpela média das remunerações que serviram de base para a contribuição previ-denciária vertida aos Regimes a que esteve vinculado desde julho de 1994, oudesde o início de sua filiação a algum Regime (o que ocorreu, cronologicamente,por último), limitado ao valor de sua última remuneração, e com proventos rea-justados pelos índices aplicados aos benefícios do RGPS-INSS, pode fazê-lo.

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

30

6 Aposentadorias Deferidas entre 1º.1.2004 e 5.7.2005

Com a promulgação da Emenda nº 47, em 5.7.2005, como visto, houvesignificativa mudança no tocante às regras de transição aplicáveis aos magis-trados que tenham ingressado no serviço público antes da vigência da Emendanº 20 (16.12.1998).

A regra da Emenda nº 47 (art. 3º), bem mais benéfica que as anteriores,acarretou, necessariamente, um prejuízo àqueles que, no interregno da vigênciada Emenda nº 41 até a sua promulgação, requereram aposentadoria voluntáriacom fundamento na regra do art. 2º da Emenda nº 41.

É importante ressaltar que a Emenda n. 47, embora promulgadaem 5.7.2005, teve seus efeitos retro-operantes a 1º.1.2004 (art. 6º daEmenda nº 47).

Portanto, em função do princípio da uniformidade dos benefícios – art.194, Parágrafo único, inciso II, da Constituição – não se pode admitir que hajatratamento não-isonômico entre segurados do mesmo Regime Previdenciário,pelo simples fato de que alguns deles se anteciparam e requereram de imediatoo benefício, enquanto outros, por algum motivo, resolveram aguardar para apósrequerer. Ou seja, é imperioso, por questões de isonomia de tratamento, quese admita a revisão dos proventos dos que se aposentaram antes da Emendanº 47, com base em alguma regra de transição, de 1º.1.2004 em diante.

Assim, é curial apontar que, os agentes públicos que, nesse interregno,requereram aposentadoria com fulcro no art. 2º da Emenda nº 41, fazem jus àrevisão de seus proventos, por existir norma mais benéfica em relação ao seudireito, a qual, tendo efeitos retro-operantes, deve ser considerada para efeitode concessão de aposentadorias entre 1º.1.2004 e 5.7.2005.

31

7 O Requerimento de Aposentadoria

Pelo que foi visto, o requerimento de aposentadoria do magistrado não émais tão simples. Cabe, no momento de protocolar, a escolha por uma dasopções (quando exista mais de uma), conforme a hipótese em que se enquadra.Há algumas sugestões importantes.

• Analise criteriosamente as suas opções31, tanto entre permanecer ematividade/aposentar-se quanto em relação a mais de uma hipótese de cálculodos proventos/reajuste. Embora existam argumentos bastante defensáveis so-bre a possibilidade de “desaposentação” por ato volitivo do beneficiário, emregra tal situação não é admitida, até pelos complicadores que poderia trazer,em se tratando de provimento de cargos públicos.

• A escolha em relação ao cálculo dos proventos tende a ser mais tranqüi-la, bastando que se avalie o valor da média em relação ao valor da última remu-neração do cargo em que se postula a aposentadoria.

• A escolha em relação ao critério de reajuste dos proventos é mais deli-cada. A paridade com os magistrados em atividade tem gerado, em regra, maisvantagens que o reajuste dos benefícios do RGPS, quando comparados os índi-ces. Mas se trata de situação muito relativa, pois depende da vontade políticaem se manter uma política de reajustes satisfatórios para a carreira. No RGPS,o reajuste ocorre anualmente, embora seja certo que, futuramente, cada vezmais aposentadorias (de agentes públicos) serão majoradas por este mesmoíndice, podendo gerar uma pressão por reajustes menores.

• Na página do Ministério da Previdência Social (www.mps.gov.br) háum simulador de tempo de contribuição e de cálculo de proventos (de aposen-tadorias pagas pelo INSS). Serve para simular contagens até a Emenda nº 20, etambém conta o tempo de contribuição até datas futuras.

31 Entendemos que, a exemplo do que dispõe o Regulamento do RGPS (Decreto nº 3.048/99 e suasalterações), o órgão de concessão da aposentadoria deveria apresentar ao agente público, quando desua intenção em se aposentar, todas as opções possíveis, conforme a sua situação jurídica em face dasdiversas alterações constitucionais, para que então se fizesse a escolha pela opção mais benéfica.

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

32

8 A Contribuição Previdenciária (sic) dos Aposentados ePensionistas

A Emenda nº 41 estabeleceu, alterando o texto do art. 40 da Constitui-ção, que sobre todas as aposentadorias concedidas pelos regimes de que trataaquele artigo incidirá contribuição32, apenas isentando de tal tributação aquelasque ultrapassem o valor máximo pago aos beneficiários do Regime Geral dePrevidência Social – INSS.33

Sobre este tema, que foi tratado em artigo específico34, impõe-se afirmar,em síntese, que, além de violar princípios fundamentais do Direito Previdenciá-rio (solidariedade intergeracional e não-incidência de contribuição sobre pro-ventos pagos a beneficiários – art. 201 da Constituição), há inconstitucionalida-de material na MP nº167/2004 e na Lei nº 10.887/2004, em seus artigos 8º e16, respectivamente, por afronta ao art. 150, III, b, da Constituição Federal, eainda, existe grave violação à eqüidade de participação dos aposentados e pen-sionistas (art. 150, II, da Constituição Federal).

32 Em verdade, trata-se de verdadeiro imposto sobre renda, travestido de contribuição social.33 Conforme decidiu o STF no julgamento da ADI sobre o assunto, equiparando todas as aposentado-rias, concedidas antes ou após a promulgação da Emenda.34 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Contribuição dos Aposentados e Pensionistas: aspectosdestacados. Jornal do 18. Congresso Brasileiro de Previdência Social. São Paulo: LTr, 2005.

33

9 Quadro das Mudanças Constitucionais

Opções para a aposentadoria voluntária conforme o ingresso no Serviço Público

RegraAplicável/Data deingresso

Art. 93,inc. VI35

(redaçãooriginal)

Art. 40,redaçãoEC 2036

Regra deTransição

da EC2037

Art. 40,redaçãoEC 4138

Regra deTransiçãodo art. 2º

da EC4139

Regra deTransiçãodo art. 6º

da EC4140

Regra deTransiçãodo art. 3º

da EC4741

Antes de16.12.1998

Entre16.12.1998 e31.12.2003

De 1º.1.2004em diante

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Não

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Não

Sim

Não

Não

35 Proventos integrais (última remuneração), após 30 anos de serviço e cinco anos na magistratura, completadosaté 16.12.1998, sem idade mínima. Aposentadoria reajustada conforme os índices de reajuste dos magistradosem atividade.36 Proventos integrais (última remuneração), após 60 anos de idade e 35 anos de contribuição (h), ou 55 anos deidade e 30 anos de contribuição (m), desde que cumpridos dez anos de serviço público e cinco anos no cargo,completados até 31.12.2003. Aposentadoria reajustada conforme os índices de reajuste dos magistrados ematividade.37 Proventos integrais (última remuneração), após 53 anos de idade e 35 anos de contribuição (h), ou 48 anos deidade e 30 anos de contribuição (m), com o acréscimo de 20% sobre o tempo de contribuição faltante (apuradoem 16.12.1998), completados até 31.12.2003, ou proporcionais, com o acréscimo de 40% sobre o tempo decontribuição faltante. Aposentadoria reajustada conforme os índices de reajuste dos magistrados em atividade.38 Proventos calculados sobre a média das maiores remunerações que serviram de base para o cálculo dacontribuição previdenciária vertida aos Regimes de Previdência, corrigidas monetariamente, equivalentes a 80%do período, desde julho de 1994, após 60 anos de idade e 35 anos de contribuição (h), ou 55 anos de idade e30 anos de contribuição (m), desde que cumpridos dez anos de serviço público e cinco anos no cargo,completados a qualquer tempo após 1º.1.2004. Aposentadoria reajustada conforme os índices dos benefícios doRegime Geral de Previdência Social (INSS).39 Proventos calculados sobre a média das maiores remunerações que serviram de base para o cálculo dacontribuição previdenciária vertida aos Regimes de Previdência, corrigidas monetariamente, equivalentes a 80%do período, desde julho de 1994, após 53 anos de idade e 35 anos de contribuição (h), ou 48 anos de idade e30 anos de contribuição (m), com o acréscimo de 20% sobre o tempo de contribuição faltante. Aposentadoriareajustada conforme os índices dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (INSS).40 Proventos integrais (última remuneração), após 60 anos de idade e 35 anos de contribuição (h), ou 55 anos deidade e 30 anos de contribuição (m), desde que cumpridos 20 anos de serviço público, dez anos de carreira ecinco anos no cargo, completados após 1º.1.2004. Aposentadoria reajustada conforme os índices de reajustedos magistrados em atividade.41 Proventos integrais (última remuneração), após 35 anos de contribuição (h), ou 30 anos de contribuição (m),desde que o tempo de contribuição, somado à idade, seja igual ou maior que 95 (h) ou 85 (m), cumpridos 25anos de serviço público, 15 anos de carreira e cinco anos no cargo, completados após 1º.1.2004. Aposentadoriareajustada conforme os índices de reajuste dos magistrados em atividade.

A APOSENTADORIA DOS AGENTES PÚBLICOS DEPOIS DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

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