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Aluno (a): _____________________________________________________________________ Disciplina: Literatura Professor (a): Ingrid Rios Série: 3º ano Turma: Data: ____/____/_____ Exercícios de revisão para a Avaliação Final ENSINO MÉDIO Roteiro de estudos: Modernismo: - as 3 fases modernistas – características e autores representantes; Leitura e interpretação: - funções de linguagem, figuras de linguagem, gêneros textuais e literários. Onde estudar: livro 3 – última unidade; folhas de exercícios e os simulados. Exercícios: 1."A Primeira Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo ela rica em manifestos e revistas de circulação efêmera. Foi o período mais radical do movimento modernista, justamente em consequência da necessidade de romper com todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira fase modernista e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de Andrade:” ... se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é teatro é uma experiência eficaz para o futebol. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil) Identifique entre as imagens abaixo àquela que não se enquadra na concepção modernista: a) b) c)

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Page 1: Aluno (a): Disciplina: Literatura Professor (a): Ingrid …...5.(UFPR-2007) Considere a obra Meus poemas preferidos, de Manuel Bandeira, e o seguinte poema, retirado dessa obra. NAMORADOS

Aluno (a): _____________________________________________________________________

Disciplina: Literatura Professor (a): Ingrid Rios

Série: 3º ano Turma: Data: ____/____/_____

Exercícios de revisão para a Avaliação Final

ENSINO MÉDIO

Roteiro de estudos:

Modernismo: - as 3 fases modernistas – características e autores representantes;

Leitura e interpretação: - funções de linguagem, figuras de linguagem, gêneros textuais e literários.

Onde estudar: livro 3 – última unidade; folhas de exercícios e os simulados.

Exercícios:

1."A Primeira Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo ela rica em

manifestos e revistas de circulação efêmera. Foi o período mais radical do movimento modernista, justamente em

consequência da necessidade de romper com todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira

fase modernista e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de Andrade:” ... se alastrou pelo Brasil o

espírito destruidor do movimento modernista. Isto é teatro é uma experiência eficaz para o futebol.

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil)

Identifique entre as imagens abaixo àquela que não se enquadra na concepção modernista:

a)

b)

c)

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d)

2. (PUCCAMP) Assinale a alternativa em que se encontram preocupações estéticas da Primeira Geração Modernista:

a)“O poeta deve ter duas qualidades: engenho e juízo; aquele, subordinado à imaginação, este, seu guia, muito mais

importante, decorrente da reflexão. Daí não haver beleza sem obediência à razão, que aponta o objetivo da arte: a

verdade.”

b) “Vestir a Ideia de uma forma sensível que, entretanto, não terá seu fim em si mesma, mas que, servindo para

exprimir a Ideia, dela se tornaria submissa.”

c)“Minhas reivindicações? Liberdade. Uso dela; não abuso.”

“E não quero discípulos. Em arte: escola = imbecilidade de muitos para vaidade dum só.”

d) “Não entrem no verso culto o calão e solecismo, a sintaxe truncada, o metro cambaio, a indigência das imagens e

do vocabulário do pensar e do dizer.”

e)“Na exaustão causada pelo sentimentalismo, a alma ainda tremula e ressoante da febre do sangue, a alma que

ama e canta porque sua vida é amor e canto, o que pode senão fazer o poema dos amores da vida real?”

3. Este novo período, que incluímos cronologicamente entre 1900 e 1920, é o que chamamos de eclético, porque

tudo que vai entre o Simbolismo e o Modernismo se caracteriza, acima de tudo, por não poder ser resumido numa

escola dominante e, ao contrário, compreender a coexistência dos simbolistas, realistas e parnasianos, até mesmo

os da geração que, em 1920, iriam desencadear o Modernismo. Foi o Pré-Modernismo. (Alceu Amoroso Lima.)

De acordo com o autor, o período eclético se caracteriza

a) pela existência antagônica de diferentes orientações estilísticas. b) pela combinação de elementos heterogêneos e experiências literárias que desaguariam no Modernismo. c) por certas experiências literárias preparatórias da revolução pré-modernista. d) pelo predomínio de traços simbolistas, realistas e parnasianos sobre os pré-modernos. e) por ser uma fase de transição, muito confusa, cujo apogeu é o Simbolismo.

4.Em fevereiro de 1922, realizou-se, na cidade de São Paulo, a Semana de Arte Moderna. Foram três dias de manifestações artísticas com propostas inovadoras, exposições de arte, concertos musicais, conferências, danças e recitais de poesia que mudaram os rumos da arte brasileira. Sobre a Semana de Arte Moderna, é correto afirmar que a) foi produzida por jovens artistas preocupados sobretudo em propagar os ideais do Futurismo italiano. b) revolucionou a estética vigente e proporcionou o desenvolvimento de novas concepções artísticas no Brasil. c) pretendia difundir no Brasil manifestações idênticas às da arte moderna europeia. d) assumiu-se como desenvolvimento natural do Neoclássico, instaurado pela criação da Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, no século XIX. e) representou a consolidação da arte clássica, alcançando uma correspondência perfeita entre estética e natureza.

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5.(UFPR-2007) Considere a obra Meus poemas preferidos, de Manuel Bandeira, e o seguinte poema, retirado dessa

obra.

NAMORADOS

O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:

— Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.

A moça olhou de lado e esperou.

— Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listrada?

A moça se lembrava:

— A gente fica olhando...

A meninice brincou de novo nos olhos dela.

O rapaz prosseguiu com muita doçura:

— Antônia, você parece uma lagarta listrada.

A moça arregalou os olhos, fez exclamações.

O rapaz concluiu:

— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.

Sobre Manuel Bandeira e o poema acima, considere as seguintes afirmativas:

1. No poema “Namorados”, a poesia de Manuel Bandeira flerta com a prosa. Percebe-se um caráter narrativo, que

permite a presença de mais de uma voz.

2. Embora o poema “Namorados” apresente um assunto comum à tradição da poesia – a relação e a declaração

amorosas –, o tratamento dado a ele pelo poeta ésurpreendentemente simples, até cômico, em registro oralizante,

um exemplo do que fez a crítica chamá-lo de “poeta do cotidiano”.

3. A estranheza gerada pela comparação da moça à lagarta listrada é a chave da declaração do namorado, que

pode ser lida ambiguamente: como uma mera estranheza e, portanto, uma imperfeição que combina com o verso

que a descreve como louca; ou como uma estranheza atraente, sendo a loucura meramente uma forma moderna de

expressar o “diferente”.

Um dos aspectos interessantes da obra de Manuel Bandeira é a nítida passagem que se faz do simbolismo ao

modernismo nos seus primeiros livros. Além de refletir a nossa própria história literária, esse processo de mudança

também revela como a obra do autor se modificou sem perder muitas de suas características iniciais, mantendo-se

sempre ligada a algumas formas da tradição, misturando, por exemplo, o verso livre de alguns poemas às formas

fixas de outros.

Assinale a alternativa correta.

a) São verdadeiras apenas as afirmativas 1, 2 e 4.

b) São verdadeiras apenas as afirmativas 3 e 4.

c) São verdadeiras apenas as afirmativas 1, 3 e 4.

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d) São verdadeiras apenas as afirmativas 1, 2 e 3.

e) São verdadeiras as afirmativas 1, 2, 3 e 4.

Leia o poema e responda à questão 6:

6. Na literatura brasileira, a idade de oito anos é tomada como referência a uma infância harmoniosa. No poema de

Oswald de Andrade, essa referência está considerada no título e recebe um tratamento que revela um traço

característico do Modernismo brasileiro. Identifique esse traço, justificando sua resposta.

7. (UFRS – adaptada) Observe o quadro com atenção:

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A obra Antropofagia, de Tarsila do Amaral, sintetiza uma das características dos modernistas, em 1922, e consegue

traduzir na arte estética o maior objetivo de uma manifesto importante da época. Identifique o Manifesto e a

característica associada a ele, possível de se depreender do quadro acima.

8.A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco cultural e a expressão da busca de um novo Brasil que

conseguisse superar suas características arcaicas, refletindo mudanças em todas as áreas de nosso país. Explique

duas mudanças mais significativas que ocorreram para a Literatura, neste contexto.

9. Vício na fala

Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió

Para pior pió Para telha dizem teia

Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. (Oswald de Andrade)

Sobre o poema de Oswald de Andrade, julgue as seguintes proposições:

I. O poema de Oswald de Andrade volta-se contra o preconceito linguístico e nos chama a atenção para a necessidade de uma espécie de ética linguística pautada na diferença entre as línguas, nesse caso em uma única língua.

II. O poema critica a maneira de falar do povo brasileiro, sobretudo das classes incultas que desconhecem o nível formal da língua.

III. Para ele, os falantes que dizem “mio”, “mió”, “pió”, “teia”, “teiado”, de certa forma, constroem um “telhado”, ou seja, criam novas formas de pronúncia que se sobressaem, em muitos casos, à norma culta.

IV. A palavra “vício”, encontrada no título do poema, denota certo preconceito linguístico do autor, que julga a norma culta superior ao coloquialismo presente na fala das pessoas menos esclarecidas.

a) Todas estão corretas.

b) I e III estão corretas.

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c) I, III e IV estão corretas.

d) II e III estão corretas.

Texto para a questão 10:

O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente concentração populacional nos centros urbanos geraram

mudanças importantes no comportamento dos indivíduos em sociedade. No poema de Mário de Andrade, publicado

na década de 1940, a vida na metrópole aparece representada pela contraposição entre

a) solidão e a multidão

b)a carência e a satisfação.

c)a mobilidade e a lentidão.

d)a amizade e a indiferença.

e)a mudança e a estagnação.

Texto para as questões 11 e 12:

Poética

Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor. Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis[...] Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbedos O lirismo difícil e pungente dos bêbedos O lirismo dos clowns de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

O poema é de autoria de Manuel Bandeira, grande representante da 1ª fase do Modernismo no Brasil. De acordo

com o texto, responda:

11.A quem o eu lírico se opõe esteticamente?

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12. É possível perceber que o eu lírico nega uma tendência estética, mas também propõe. Explique a nova proposta

apontada pelo eu lírico como um caminho viável para literatura.

Texto para as questões de 13 a 16:

Profundamente

Quando ontem adormeci Na noite de São João Havia alegria e rumor Estrondos de bombas luzes de Bengala Vozes, cantigas e risos Ao pé das fogueiras acesas. No meio da noite despertei Não ouvi mais vozes nem risos Apenas balões Passavam errantes Silenciosamente Apenas de vez em quando O ruído de um bonde Cortava o silêncio Como um túnel. Onde estavam os que há pouco Dançavam Cantavam E riam Ao pé das fogueiras acesas? — Estavam todos dormindo Estavam todos deitados Dormindo Profundamente Quando eu tinha seis anos Não pude ver o fim da festa de São João Porque adormeci Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Minha avó Meu avô Totônio Rodrigues Tomásia Rosa Onde estão todos eles? — Estão todos deitados Dormindo Profundamente.

Manuel Bandeira

13. O poema apresenta uma divisão em dois planos temporais: o passado (infância) e o presente do eu lírico. Que

verso marca claramente a transição entre estes dois planos?

14. No plano da infância, o que acontece ao eu lírico? Como ele se sentiu naquele momento?

15. Que sentimentos essa lembrança desperta, no tempo atual, para o eu lírico?

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16. Explique que sentido assume a mudança do tempo verbal nestes versos: "— Estavam todos dormindo "— Estão

todos dormindo Estavam todos deitados" Estão todos deitados".

Questão 17:

Soneto de Carnaval

01 Distante o meu amor, se me afigura 02 O amor como um patético tormento 03 Pensar nele é morrer de desventura 04 Não pensar é matar meu pensamento.

05 Seu mais doce desejo se amargura 06 Todo o instante perdido é um sofrimento 07 Cada beijo lembrado uma tortura 08 Um ciúme do próprio ciumento.

09 E vivemos partindo, ela de mim 10 E eu dela, enquanto breves vão-se os anos 11 Para a grande partida que há no fim

12 De toda a vida e todo o amor humanos: 13 Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo 14 Que se um fica o outro parte a redimi-lo.

Vinícius de Moraes

Sobre o segundo momento da poesia modernista brasileira, a qual didaticamente a crítica vincula Vinícius de Moraes, pode-se afirmar que é: a)um período de valorização das estruturas poéticas que validam um nacionalismo ufanista. b)constituída por uma estética calcada no cientificismo, no racionalismo e nas manifestações metafísicas. c)formada por uma poética que canta o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade. d)organizada em função da objetividade temática, da impassibilidade e do racionalismo formal. e)um período de alargamento das conquistas dos modernistas da geração de 1922. 18. Leia o texto de Carlos Drummond de Andrade.

O boi Ó solidão do boi no campo, ó solidão do homem na rua! Entre carros, trens, telefones, entre gritos, o ermo profundo. Ó solidão do boi no campo, ó milhões sofrendo sem praga! Se há noite ou sol, é indiferente, a escuridão rompe com o dia.

Ó solidão do boi no campo, homens torcendo-se calados! A cidade é inexplicável e as casas não têm sentido algum.

Ó solidão do boi no campo! O navio-fantasma passa em silêncio na rua cheia.

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Se uma tempestade de amor caísse! As mãos unidas, a vida salva… Mas o tempo é firme. O boi é só. No campo imenso a torre de petróleo. (José C. Drummond de Andrade. Em: Poesia e Prosa em um volume)

Afirma-se que Drummond

I. foi prosador, conhecido por escrever contos e romances; II. identifica-se como poeta da primeira geração modernista, participando ativamente da Semana de 22; III. ostenta, na fase chamada gauche de sua poesia, traços como o pessimismo, a reflexão existencial e a ironia; IV. traduz, na amplitude de sua obra, o contexto histórico de sua geração, marcada pela eclosão da Segunda Guerra Mundial e do nazi-fascismo. a)apenas nos itens II, III e IV. b)em todos os itens. c)apenas nos itens III e IV. d)apenas nos itens I e III. e)apenas nos itens II e IV. 19. 1ª parte do poema “Eu, etiqueta” Carlos Drummond de Andrade

Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, Um nome…estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, permanência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada.

Carlos Drummond de Andrade é considerado o poeta mais importante do nosso Modernismo e pertenceu à segunda geração desse período literário. Assinale as principais características dessa fase, visivelmente detectadas no poema: a)Literatura politizada, marcada pelo questionamento da realidade e comprometida com as transformações sociais enfrentadas pelo país.

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b)Culto excessivo da forma, expresso por meio de malabarismos sintáticos e abusos de figuras literárias, o que resulta em um rebuscamento exagerado da linguagem. c)Literatura marcada pela obscuridade. A realidade é revelada de uma forma imprecisa e vaga. d)Subjetividade, o culto ao “EU”, ao individualismo e à liberdade de expressão. e)Predomínio da razão sobre os sentimentos e uso de uma linguagem mais sóbria, sem excessos e figuras de linguagem. 20.É correto afirmar, em relação à poesia do segundo momento modernista brasileiro, que a)amadurece e amplia as conquistas da geração anterior. b)o poeta para de se questionar como indivíduo e como artista. c)deixa de ser influenciada por Mário e Oswald de Andrade. d)fortalece a busca pela poesia construtiva e apolitizada. e)se liberta das profundas transformações ocorridas no período. 21.Assinale a alternativa que contém uma das características da segunda fase modernista brasileira. a)Na poesia, ganha corpo uma geração de poetas que se opõem às conquistas e inovações dos primeiros modernistas de 1922. Uma nova proposta é defendida inicialmente pela revista Orfeu. b)Os efeitos da crise econômica mundial e os choques ideológicos que levaram a posições mais definidas formavam um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social. c)Ao mesmo tempo em que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira”. d)As revistas e manifestos marcam o segundo momento modernista, com a divulgação do movimento pelos vários estados brasileiros. e)O período de 1930 a 1945 é o mais radical do movimento modernista, pela necessidade de ruptura com toda arte passadista. Questão 22

Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. Os versos acima, do poema "Mãos dadas", de Carlos Drummond de Andrade, prendem-se a uma fase de sua poesia na qual o poeta mineiro, a) promovendo um balanço crítico de sua poesia, aventura-se em novas formas poéticas, de caráter experimental. b) influenciado diretamente por Oswald de Andrade, passa a compor epigramas irônicos. c) relativizando a ironia que caracterizava momentos anteriores, escreve poemas de cunho político-social. d) desiludido com os rumos do mundo contemporâneo, recolhe-se à intimidade e passa a refletir sobre o absurdo da existência. e) já na casa dos setenta anos, entrega-se a um memorialismo em tom de crônica, revivendo suas experiências juvenis.

22. (Enem 2000) O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos a seguir. PRONOMINAIS Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido

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Mas o bom negro e o bom branco da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro (ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988) "Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens ( .. )." (CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980) Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos: a) condenam essa regra gramatical. b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra. c) criticam a presença de regras na gramática. d) afirmam que não há regras para uso de pronomes. e) relativizam essa regra gramatical.

Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para responder à questão 23 a seguir. Poema só para Jaime Ovalle1 Quando hoje acordei, ainda fazia escuro (Embora a manhã já estivesse avançada). Chovia. Chovia uma triste chuva de resignação Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite. Então me levantei, Bebi o café que eu mesmo preparei, Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando... – Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei. (Estrela da vida inteira, 1993.) 1 Jaime Ovalle (1894-1955): compositor e instrumentista. Aproximou-se do meio intelectual carioca e se tornou amigo íntimo de Villa-Lobos, Di Cavalcanti, Sérgio Buarque de Hollanda e Manuel Bandeira. Sua música mais famosa é “Azulão”, em parceria com o poeta Manuel Bandeira. (Dicionário Cravo Albin da música popular brasileira) 23.Identifique ainda duas características do poema, uma formal e outra temática, que o vinculam ao movimento modernista brasileiro. Texto para a questão 24 “Eu, etiqueta” Carlos Drummond de Andrade

Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, Um nome…estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida.

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Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, permanência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada.

24. Carlos Drummond de Andrade é considerado o poeta mais importante do nosso Modernismo e pertenceu à segunda geração desse período literário. Assinale as principais características dessa fase, visivelmente detectadas no poema:

a)Subjetividade, o culto ao “EU”, ao individualismo e à liberdade de expressão.

b)Predomínio da razão sobre os sentimentos e uso de uma linguagem mais sóbria, sem excessos e figuras de linguagem.

c)Literatura politizada, marcada pelo questionamento da realidade e comprometida com as transformações sociais enfrentadas pelo país.

d)Culto excessivo da forma, expresso por meio de malabarismos sintáticos e abusos de figuras literárias, o que resulta em um rebuscamento exagerado da linguagem.

e)Literatura marcada pela obscuridade. A realidade é revelada de uma forma imprecisa e vaga.

Leia o fragmento de texto a seguir para responder à questão 25

Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas raspadas. – Mãezinha, cadê a janta? – Cala a boca, menino! Já vem! – Vem lá o quê!… Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos… nem um triste vintém azinhavrado… Lembrou-se da rede nova, grande e de listras que comprara em Quixadá por conta do vale de Vicente. Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome. Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de abrigo. O vaqueiro saiu com a rede, resoluto: – Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito…

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Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha: – Tá aqui. O homem disse que a rede estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de compadecido… Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha, sempre mais ou menos calada e indiferente, estendeu a mão com avidez. QUEIROZ, Rachel de. O Quinze. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1979, p. 33.

25. “O Quinze”, romance de estreia de Rachel de Queiroz, publicado em 1930, retrata a intensa seca que marcou o ano de 1915 no sertão cearense. Considerando o fragmento apresentado, é CORRETO afirmar.

a)O fragmento apresenta um discurso moralizante, recorrente nos romances da segunda geração modernista, e destaca o drama vivido pela família de Chico Bento, diante das dificuldades de sobrevivência.

b)A linguagem utilizada pela autora, para construir o romance, aproxima-se da oralidade, conforme se vê no fragmento. Tal recurso é utilizado para se contrapor à escrita extremamente rebuscada de alguns modernistas da primeira geração, como Oswald de Andrade.

c)Apesar de se referir à seca que marcou o ano de 1915, o romance coloca em primeiro plano a violência e o desrespeito que marcam as relações sociais, independente das condições climáticas; exemplo disso é a relação de espoliação entre Chico Bento e o homem da bodega.

d)Na narrativa, estreitamente ligada às propostas de denúncia social dos regionalistas de 30, destacam-se o drama da seca, a miséria e a degradação humana, marcantes em cenas como a do fragmento citado.

e)Ainda que publicado no início da década de 30, momento de intensas mudanças políticas e culturais no país, o romance liga-se estética e tematicamente às propostas literárias da primeira geração modernista.

26. A diva Vamos ao teatro, Maria José? Quem me dera, desmanchei em rosca quinze kilos de farinha, tou podre. Outro dia a gente vamos. Falou meio triste, culpada, e um pouco alegre por recusar com orgulho. TEATRO! Disse no espelho. TEATRO! Mais alto, desgrenhada. TEATRO! E os cacos voaram sem nenhum aplauso. Perfeita. PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999. Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto A diva a) narra um fato real vivido por Maria José. b) surpreende o leitor pelo seu efeito poético. c) relata uma experiência teatral profissional. d) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora. e) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral. 27.

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Ao interpretar um anúncio publicitário, sempre considere os elementos verbais e não verbais. Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor a a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais. b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis. c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo. d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis. e) consumir produtos de modo responsável e ecológico. 28. Sobre as características dos gêneros textuais, é INCORRETO afirmar que: a) Os gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido. b) Os gêneros textuais são estruturas relativamente padronizadas que variam de acordo com as várias situações comunicativas. c) Os gêneros textuais são estruturas bem definidas, limitadas, e podem apresentar-se sob a forma de cinco diferentes tipos de texto. d) Os gêneros textuais podem ser representados na linguagem verbal e não verbal, em anúncios publicitários, charges, tirinhas e também em reportagens, notícias, e-mails, etc. e) Os gêneros textuais, por adequarem-se às necessidades linguísticas dos falantes de acordo com as mudanças históricas e sociais, são incontáveis, diferentemente do que acontece com os tipos textuais. 29.Assinale a sequência correta: I. São definidos por propriedades linguísticas como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais etc. II. Realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja, dentro de um contexto cultural e com função comunicativa. III. Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de características determinadas pelo estilo do autor, conteúdo, composição e função. IV. Geralmente variam entre cinco e nove tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição. a) tipo textual, gênero textual, gênero textual, tipo textual. b) tipo textual, tipo textual, gênero textual, gênero textual. c) tipo textual, gênero textual, gênero textual, gênero textual.

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d) gênero textual, tipo textual, tipo textual, tipo textual. 30. MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.

Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.

Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é a) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado. b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo. c) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo. d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas. e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna. 31.Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se a partir de características gerais de um determinado gênero, identifique os gêneros descritos a seguir: I. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero; II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens; III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal característica é a brevidade; IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho; V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de produtos, entre outros. São, respectivamente: a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta argumentativa. b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica. c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional. d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional. e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta argumentativa. 32. Câncer 21/06 a 21/07 O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma.

Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.

O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é: a) vender um produto anunciado. b) informar sobre astronomia. c) ensinar os cuidados com a saúde. d) expor a opinião de leitores em um jornal. e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho. 33.Leia o texto a seguir para responder à questão:

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A outra noite Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim: - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda. - Mas, que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. - Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.

Rubem Braga Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é: a) Conto. b) Poesia. c) Prosa. d) Crônica. e) Diário. 34.

O Chat e sua linguagem virtual O significado da palavra chat vem do inglês e quer dizer “conversa”. Essa conversa acontece em tempo real, e, para isso, é necessário que duas ou mais pessoas estejam conectadas ao mesmo tempo, o que chamamos de comunicação síncrona. São muitos os sites que oferecem a opção bate-papo na internet, basta escolher a sala que deseja “entrar”, salas são divididas por assuntos, como educação, cinema, esporte, música, sexo, entre outros. Para entrar, é necessário escolher um nick, uma espécie de apelido que identificará o participante durante a conversa. Algumas salas restringem a idade, mas não existe nenhum controle para verificar se a idade informada é realmente a idade de quem está acessando, facilitando que crianças e adolescentes acessem salas com conteúdos inadequados para sua faixa etária. Segundo o texto, o chat proporciona a ocorrência de diálogos instantâneos com linguagem específica, uma vez que nesses ambientes interativos faz-se uso de protocolos diferenciados de interação. O chat, nessa perspectiva, cria uma nova forma de comunicação porque: a) Possibilita que ocorra diálogo sem a exposição da identidade real dos indivíduos, que podem recorrer a apelidos fictícios sem comprometer o fluxo da comunicação em tempo real. b) Disponibiliza salas de bate-papo sobre diferentes assuntos com pessoas pré-selecionadas por meio de um sistema de busca monitorado e atualizado por autoridades no assunto. c) Seleciona previamente conteúdos adequados à faixa etária dos usuários que serão distribuídos nas faixas de idade organizadas pelo site que disponibiliza a ferramenta. d) Garante a gravação das conversas, o que possibilita que um diálogo permaneça aberto, independente da disposição de cada participante. e) Limita a quantidade de participantes conectados nas salas de bate-papo, a fim de garantir qualidade e eficiência dos diálogos, evitando mal-entendidos. 35.

O dia em que o peixe saiu de graça Uma operação do Ibama para combater a pesca ilegal na divisa entre os Estados do Pará, Maranhão e Tocantins incinerou 10 km de redes usadas por pescadores durante o período em que os peixes se reproduzem. Embora tenha um impacto temporário na atividade na região, a medida visa preservá-la ao longo prazo, evitando o risco de extinção dos animais. Cerca de 15 toneladas de peixes foram apreendidas e doadas para instituições de caridade.

Época. 23 mar. 2009 (adaptado). A notícia acima, do ponto de vista de seus elementos constitutivos, a) Apresenta argumentos contrários à pesca ilegal.

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b) Tem um título que resume o conteúdo do texto. c) Informa sobre uma ação, a finalidade que a motivou e o resultado dessa ação. d) Dirige-se aos órgãos governamentais dos estados envolvidos na referida operação do Ibama. e) Introduz um fato com a finalidade de incentivar movimentos sociais em defesa do meio ambiente. 36. Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentou o autodidata Machado de Assis.

Disponível em: http://www.passeiweb.com. Acesso em: 1 maio 2009. Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-se de: a) Fatos ficcionais, relacionados com outros de caráter realista, relativos à vida de um renomado escritor. b) Representações generalizadas acerca da vida de membros da sociedade por seus trabalhos e vida cotidiana. c) Explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando como tema seus principais feitos. d) Questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade histórica, ressaltando sua intimidade familiar em detrimento de seus feitos públicos. e) Apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipológica da narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva. 37. Leia o fragmento abaixo transcrito da obra “Vidas Secas” e responda à questão 37:

Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas. (Graciliano Ramos)

No texto, a referência aos pés:

(A) Constitui um jogo de contrastes entre o mundo cultural e o mundo físico do personagem. (B) Acentua a rudeza do personagem, em nível físico. (C) Justifica-se como preparação para o fato de que o personagem não estava preparado para caminhada. (D) Serve para demonstrar a capacidade de pensar do personagem. (E) Caracteriza um personagem sendo “da terra”. Texto para as questões 38 e 39:

Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros.

Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que ele era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!

O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar

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questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher, provavelmente devia ser ignorância da mulher. Até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.

O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o tijolo. Na porta, virando-se, enganchou as rosetas das esporas, afastou-se tropeçando, os sapatões de couro cru batendo no chão como cascos. Foi até a esquina, parou, tomou fôlego. Não deviam tratá-lo assim. Dirigiu-se ao quadro lentamente. Diante da bodega de seu Inácio virou o rosto e fez uma curva larga. Depois que acontecera aquela miséria, temia passar ali. Sentou-se numa calçada, tirou do bolso o dinheiro, examinou-o, procurando adivinhar quanto lhe tinham furtado. Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era. Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda inventavam juro. Que juro! O que havia era safadeza.

– Ladroeira. Nem lhe permitiam queixas. Porque reclamara, achara a coisa uma exorbitância, o branco se levantara

furioso, com quatro pedras na mão. Para que tanto espalhafato? – Hum! hum!

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 1986, pp.92-94.

38.A literatura de Graciliano Ramos é considerada uma das mais importantes contribuições para o entendimento do Brasil dos anos 1930, com seus contrastes e dilemas. A partir da leitura do fragmento de Vidas secas, destaque e comente dois aspectos que reiteram o que foi afirmado acima.

39. Todos os elementos que fazem parte da estrutura narrativa tradicional de um romance estão presentes no texto.

A partir dessa constatação, determine o foco narrativo utilizado por Graciliano em Vidas secas. Texto para a questão 40

A educação pela pedra

Uma educação pela pedra: por lições; para aprender da pedra, frequentá-la; captar sua voz inenfática, impessoal (pela de dicção ela começa as aulas). A lição de moral, sua resistência fria ao que flui e a fluir, a ser maleada; a de poética, sua carnadura concreta; a de economia, seu adensar-se compacta: lições da pedra (de fora para dentro, cartilha muda), para quem soletrá-la. Outra educação pela pedra: no Sertão (de dentro para fora, e pré-didática). No Sertão a pedra não sabe lecionar, e se lecionasse, não ensinaria nada; lá não se aprende a pedra: lá a pedra, uma pedra de nascença, entranha a alma.

MELO NETO, João Cabral de. Poesias completas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1975, p.11.

40. João Cabral de Melo Neto é considerado um dos mais importantes poetas da geração de escritores que surgiu a partir de 1945. Indique duas características do modernismo brasileiro presentes no poema “A educação pela pedra”

41.Houve vários modernismos, enfeixados sob a mesma denominação geral e digladiando-se em escolas e

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manifestos. Houve o modernismo oswaldiano, condensado na teoria antropofágica, mas houve um modernismo

folclórico, um modernismo social e nacionalista e um modernismo por assim dizer coloquial, que visava a depor - e

conseguiu - o beletrismo da literatura praticada até então.

("Folha de São Paulo", Caderno MAIS!, 28/06/98. p. 6-7.)

Diga a que tipo de modernismo ("folclórico", "social" ou "nacionalista") se filia o texto a seguir. Justifique sua

resposta.

Nesta hora de sol puro e ouço o Brasil.

Todas as tuas conversas, pátria morena, correm pelo ar...

a conversa dos fazendeiros nos cafezais,

a conversa dos mineiros nas galerias de ouro,

a conversa dos operários nos fornos de aço,

a conversa dos garimpeiros, peneirando as bateias,

a conversa dos coronéis nas varandas das roças...

Mas o que eu ouço, antes de tudo, nesta hora de sol puro

palmas paradas

pedras polidas

claridades

brilhos

faíscas

cintilações

é o canto dos teus berços, Brasil, de todos esses teus berços, onde dorme, com a boca escorrendo leite, moreno,

confiante, o homem de amanhã!

(CARVALHO, Ronald de. "Toda a América". Rio de Janeiro: Pimenta de Melo & Cia., 1926.)