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    Em Portugus

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    O Altar Martinista

    Jun 2nd, 2012 | By Luis Matos | Category: Destaque, Em Portugus, Martinismo

    Para qualquer altar convergem todos os gestos litrgicos, o lugar onde o sagrado se

    condensa com mxima intensidade, sobre ou junto dele que se realiza o santo ofcio,isto , o que torna sagrado, por isso costumam ser geralmente altos (altum) em relao

    ao que o rodeia.

    Sabemos que o Homem um Universo em miniatura, comummente chamado

    Microcosmos. Poder o altar ser uma miniatura da Loja como ns somos do universo?Poder este esconder a representao das foras que se encontram em movimentodurante a Iniciao de um Homem de Desejo? Porque ser que o altar se encontra no

    centro da Loja? Haver correspondncia entre o Pantculo da Ordem Martinista e adisposio do Templo?

    Este trabalho dedica-se reflexo sobre as ferramentas sagradas presentes no altar,

    ponto central de qualquer templo Martinista, do qual os Mestres do Passado se serviram,tal qual como os nossos Mestres se servem ainda hoje, para abrir ritualisticamente as

    sesses das Lojas Martinistas. No nossa inteno revelar empiricamente ossignificados ocultos que se escondem por detrs de cada smbolo presente no altar, mas

    sim desvelar as relaes que ns, enquanto Associados Martinistas fizemos sobre estessmbolos sem os conhecermos na sua totalidade.

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    Esperamos que todos os IIr::: apreciem este trabalho, de hipteses, para que atravsdele possam surgir meditaes que os levem mais longe na busca simblica da qualtodos fazemos parte.

    A Roupagem Do Altar

    Podemos observar que existem trs cores distintas em cada uma das trs toalhas querevestem o altar. Sendo a primeira toalha, e a maior, de cor negra, a segunda, dedimenso mediana, de cor vermelha e a terceira e mais pequena de cor branca.Acreditamos que estes smbolos msticos no naturais tenham um significado para almdos planos microcsmicos (corpos fsico, emocional, mental e espiritual), e portantorelaes com o macrocosmos (genesis metafisico e fsico) por essa razo servir-nos-emos da correlao numrica esotrica para abordar este ltimo ponto.

    A primeira toalha de cor negra remete o nosso pensamento para aquilo que material,bruto e sem luz. Comparativamente ao Homem da Torrente, ou seja, aquela parte dahumanidade que vive somente por e pelos seus instintos e apetites bsicos. Estahumanidade que existe na ausncia de ideais mais elevados ditos espirituais, encontra-se simbolicamente cega, portanto no negrume ou escurido, como a cor da toalhaindica. Na ordem tambm pode ser correlacionada ao primeiro grau da OrdemMartinista, aos Associados Martinistas que se encontram nos primeiros passos do seudesenvolvimento psquico, no incio da morte ou desconstruo da sua persona.Encontram-se portanto na escurido do tero da Me-Ordem que os nutrevagarosamente com a sua sabedoria. nesta altura que os A::: M::: mais sentem asparedes do turbilho da Iniciao citando as palavras do Ir::: Flamula Veritatis. portanto uma fase de provao e no propriamente tempo de descontraco e jbilo!Lembremo-nos que esta toalha preta a mais comprida e densa por isso pode indicarque, a passagem deste estado ao segundo poder ser mais demorada ou laboriosa.

    Vejamos agora o significado esotrico do nmero 1: o absoluto, comeo, iniciativa, aVontade Primordial, unidade, singularidade, individualidade, a concentrao.

    A segunda toalha, de cor vermelha e mais curta que a primeira, leva-nos a pensar nosangue vermelho da vida, no fogo, nas paixes ou desejos, na libido, na terra escarlate eno sacrifcio. Podemos relacion-la com o Homem de Desejo, aquele que busca ideaissuperiores mas que ainda no os v nitidamente porque tern limitada percepo. aquela parte da Humanidade que procura melhorar-se interiormente assim como oexterior que a rodeia, existe urn fogo ardente interior que incita a esta melhora, cor defogo tal como a cor da toalha.

    Na Ordem relacionamos o vermelho ao segundo grau, Iniciado Martinista ou MsticoMartinista, que se encontra mais consciente das dores que este fogo provoca mastambm da positiva regenerao interior que realizada na alma do I:::M:::. Lembremosque ADO, em hebraico, significa solo vermelho ou barro vermelho, adom vermelho edam sangue. Ado foi a primeira Humanidade, aquela que se encontrava mais perto doCriador, mais perfeita e em estado de Glria como nos diz Martinez Pasqually noTratado da Reintegrao dos Seres. Mostra uma possvel relao e aproximao com aReconciliao que a Humanidade ter que fazer para que mais tarde se d a efectivaReintegrao.

    Esta toalha, mais curta que a primeira, deve marcar uma etapa fugidia e difcil de manterperene, urn estado fcil de perder-se para a obscuridade do materialismo. a corintermediria entre a terceira e a primeira. Portanto urn estado equilibrado, a ponteque liga a cor da materialidade (preto) cor da luz imaterial (branco). Pode

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    pertinentemente ser relacionada com o mediador plstico que une a alma ao corpo fsico

    que por sua vez nutre-o, atravs deste mediador, com energia para anima-lo.

    Vejamos agora o significado esotrico do nmero 2: Dualidade, passividade (oposta

    actividade do 1), anttese, sucesso, difuso, separao, limite.

    A ltima toalha branca e a mais curta, encontra-se no topo do altar e sobre ela que seencontram todas as ferramentas litrgicas que iremos abordar adiante. Singir-nos-emos

    por agora somente cor branca que invoca a pureza, a harmonia, uma essnciacelestial que se aproxima do que Uno e Divino. Representa o Novo Homem que

    caminha para a sua ltima metamorfose o Homem Esprito. Esta cor inspira a rectidoe a Verdade, a Humanidade que verdadeiramente pura nas suas aces epensamentos, que v claramente o certo e o errado, aqueles que espiritualmente se

    encontram no caminho da reconciliao, lembra os Avatares e o Corpo Glorioso quetodos ns temos de condensar.

    Na Ordem associamos esta toalha ao terceiro grau, Superior Incgnito ou FilosofoIncgnito. Aquele que tem conscincia livre e desapegada do mundo pueril, aquele queirradia a sabedoria celeste, e que se assim quiser, pode tornar-se Superior Incgnito

    Iniciador e caridosamente dedicar-se instruo de outros IIr::: perpetuando a TradioMartinista. Se a toalha vermelha representa o mediador plstico ento a toalha branca,

    pelo seguimento da lgica, simbolizar a Alma (ou Esprito).

    Eis o significado esotrico do nmero 3: primeiro termo equilibrado, resultante da acodos dois princpios precedentes, multiplicao, crescimento, expanso, amplificao,

    produtividade, fecundidade, gerao ou manifestao.

    Atravs dos significados numricos podemos ter uma plida ideia de como tudocomeou a existir Macro-cosmicamente e das trs pessoas da Divindade, O Pai que o

    incio activo e sempre imanente, O Filho que dinamiza essa energia apropriadamente,direccionando-a de forma conveniente na criao, O Esprito-Santo que agrega essa

    energia geradora dinamizada do Filho para que a criao seja manifestadatangivelmente e funcionalmente. Podemos relacionar estes trs princpios com o topo darvore da vida no primeiro reino apelidado Aziluth. Vejamos a sephirah Kether,

    comparvel ao Pai: fornecedor de energia bruta; Chockmah ao Filho que dinamiza essaenergia apropriadamente; e Binah comparada ao Esprito-Santo que fornece o

    receptculo para que essa energia viva prospere adequadamente.

    Vela Do Santurio

    No centro do altar permanece acesa uma vela contida por um denso vidro vermelho.

    Esta a nica vela acesa. Pelo seu fogo, so acesas todas as restantes velas dotemplo. Ela como que a representante do Sol, a energia bruta que se propaga sem

    barreiras de espao e tempo. Pelo Mestre so acesas as trs luminrias que seencontram na mesma mesa que a vela profana (Pt.1), de seguida a vela em honra dosMestres do Passado (Pt.2), o candelabro da mesa do Mestre (Pt.3) e por fim a mesa

    consagrada secretaria (Pt.4). Este trajecto peculiar pois vai de Este terminando aOeste tal qual o nascer (oriente) e o por do sol (ocidente). Lembremos que Tiphereth a

    sephirah correspondente ao Sol e que as invocaes so dirigidas a Cristo, estadoespiritual representado na Cabala, precisamente por Tiphereth, em paralelo face a

    Kether.

    Trs Luminrias

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    Paz, Alegria e Caridade, emanadas de trs luminrias distintas esto colocadas sobre opano branco do altar, que representa a pureza e a natureza celestial. Estas trs luzesso a expresso do criador na sua obra. As trs qualidades que todo o Homem devedesenvolver para ascender Reintegrao. A Paz, a Alegria e a Caridade agem emconjunto, embora estejam separadas no altar, todas elas provm da mesma fagulha queas activou ou acendeu. So portanto manifestaes diferentes e independentes de uma

    s coisa. O seu significado pode ser relacionado com trs planos distintos no Homem. APaz que a quietude, serenidade e conciliao deve ser aplicada aos instintos doHomem para que estes no interfiram nas suas aces, os instintos esto associados aoventre, que atravs dos alimentos que entram pela boca tem a funo de produzirenergia para sustentar o corpo fsico portanto associado ao Plano Fsico. A alegria que o jbilo, contentamento, e satisfao so qualidades mais emocionais que devem sercontroladas para que no perturbem a paz acima referida, por isso associadas ao peito eao corao, este ultimo responsvel pela circulao do sangue, certificando-se que todoo corpo banhado por esta substncia vivificante intermediria das influncias celestes - associada ao Plano Astral das emoes. A Caridade no pode existir sem aracionalidade ou inteligncia. Caridade generosidade, benevolncia e compaixo,

    qualidades que podem entrar em conflito com a natureza primria dos instintos e dasemoes. por isso que associada Cabea e ao crebro que para alm de digestordos sentidos e emoes responsvel pelo funcionamento de todos os rgos emembros, o comandante, o ponto mais alto da estrutura Humana que estverticalmente pendendo para os cus, para o abstracto Associado Alma (ou esprito).

    Carvo

    Perto da primeira luminria, que faz o vrtice superior do tringulo da imagemrepresentativa acima, encontra-se o carvo. Que aceso imediatamente depois das trsluminrias. Ele smbolo do fogo escondido. Atravs do fogo ele percorre as cores da

    primeira toalha segunda, do negro ao vermelho, porm s o consegue fazer quando oMestre, ou livre iniciador o inflama com fogo relao interessante com a mscaravermelha que usa e que tambm est presente no altar, antes de se tornar num iniciadortambm ele usou mscara negra, como o carvo teve que passar pelo processo decombusto para do negro passar ao vermelho iluminado. Depois do carvo incendiadopela centelha vivificadora (primeira luminria) ele mostra a sua potencialidadeextremamente contida, como se uma fora espiritual brotasse do seu corpo bruto fsico esta relao tambm faz lembrar o Corpo Glorioso que temos que manifestar, eleencontra-se actualmente concentrado na matria mas pode irradiar luz se o (re)activarmos apropriadamente. Sobre ele aplicado o incenso de mirra, que sobe aoscus, juntamente com as preces, sob a forma de nuvens de aroma. Coisa que seria

    impossvel de se concretizar se o carvo estivesse apagado ou embrutecido. A analogiadeste acto leva-nos a pensar que precisamos desse fogo interior para estabelecer umareal comunicao com as foras superiores, contudo parece que tal facto no pode serconseguido solitriamente preciso que algum ateie em ns essa chama, cabendo-nosa ns mant-la controlada, sem exploses ou labaredas, como o prprio carvo o faz epermite que o aroma do incenso se eleve no ar sem queim-lo abruptamente.

    Incenso e pentagrama Invisvel

    O incenso est encarregue de elevar os pensamentos e as preces ao Divino, atravsdele que se d uma comunicao. Ele o agente pontfice que estabelece ligao entre

    o fsico e o plano espiritual; estabelece uma passagem do finito para o infinito; do mortalpara o imortal, do grosseiro granulado que transmuta-se no subtil fumo que se eleva noar e se funde com todo o ambiente.

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    Note-se que s aps o incenso ser queimado que o Mestre traa o pentagrama no ar,pentagrama esse, que representa o Microcosmos. Esta sucesso de aces remete anossa mente para as milhentas centelhas Divinas originrias dos estilhaos de ADOque actualmente compem a humanidade. Quando todos os gros de incenso setransformam numa s nuvem de fumo, simbolicamente cumpre-se a Reintegrao, oADO volta ao seu estado de glria primordial. Nobre objectivo de todo o Martinista.

    Espada

    Sobre a Mscara, a patente e a bblia encontra-se a espada com a sua ponta apontadapara Norte pronta a defender o altar, esta direco cardeal a mais sombria dos quatrocantos da terra, visto que o Sol nasce em Oriente, entra no seu auge a Sul e pe-se aOcidente nunca passando por Norte. A espada representa o verbo que recto e afiadocomo a lngua, tendo a lamina dois gumes mostra dualidade, um gume representativo dautilizao a favor do bem e outro a favor do mal. No entanto, a espada, claramentesmbolo de aco, fora , defesa, bravura, poder. Atributos que mais uma vez podem serutilizados a favor da construo ou da destruio, da paz ou da guerra. A espada, pelasua forma tambm pode ser associada cruz, e por isso aos dois tipos de energiaexistentes no microcosmos e macrocosmos: a Kundalini que circula de baixo para cima eFohat que circula transversalmente. A ideia de guerra que este smbolo invoca pode virda Guerra Santa, a nosso ver interior, que temos que travar contra a iniquidade,ignorncia e apego fsico/emocional para atingir o estado Crstico. Cristo diz: Nocuideis que vim trazer paz terra; no vim trazer paz, mas a espada; Porque eu vim porem dissenso o Homem contra seu pai, e a filha contra sua me, e a nora contra suasogra; de tal modo que os inimigos do homem sero os seus familiares.(Mt. 10, 34-36).A espada pode tambm simbolizar os querubins e a espada, colocados por Deus, queguardam a rvore da vida do homem expulso do paraso E havendo lanado fora o

    homem, ps querubins ao oriente do jardim do den, e uma espada inflamada queandava ao redor, para guardar o caminho da rvore da vida. (Gn 3, 24).

    Mscara vermelha e patente

    Inflamada pelo fogo vivificante, semelhana da mscara do iniciador que inflama ouinduz o fogo da iniciao nos que permanecem na escurido passiva como o carvo queainda no foi aceso. A mscara encontra-se entre a espada e a carta patente, aestreita identificao do Mestre , a justia e a validade da sua personalidade legal faceao estatuto ocupado na Loja.

    Bblia Sagrada

    Livro sagrado que simboliza a palavra viva e a manifestao do Logos. a sabedoria eas instrues preciosas que ditam as regras que devem ser levadas a cabo pela mo econscincia dos filhos de Deus. a condensao literria das encarnaes de todas asmanifestaes do Cristo, que cumpriu atravs dos tempos, at ultima quando foianunciada a nova aliana por Jesus Cristo.

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    Bibliografia:

    Almeida, Joo Ferreira. 2001, Bblia Sagrada com concordncia. Sociedade Bblica,LisboaChevaliaer, Jean, Gheerbrant, Alain. 1982, Dicionrio dos Smbolos. 2 Edio,

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    Teorema, Lisboa.

    Encausse, Gerard. 1975, O Ocultismo. Edies 70, LisboaEncausse, Gerard. 1999, Tratado Elementar de Magia Prtica. Editora Pensamento,

    IpirangaFonseca, Lus. Outubro 2011, Perit Ut Vivat. Euedito, LisboaPasqually, Martines. 2008, Tratado da Reintegrao dos Seres,

    Trabalho realizado por dois Associados Martinistas.

    (artigo adaptado) agradecimentos:Antiga Ordem Martinista

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