alojamento conjunto "rooming in" consiste na assistência hospitalar prestada à puérpera...
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ALOJAMENTO CONJUNTO"Rooming in"Consiste na assistência hospitalar prestada à puérpera e ao RN juntos e simultaneamente.
Segundo o Ministério da Saúde, é o sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe, 24h
por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar.
Possibilita a prestação de todos os cuidados
assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde de binômio mãe e filho.
A mulher deve ser estimulada ao auto-cuidado, a amamentação e cuidados com
o RN, assim que possível.
Objetivo principal – proporcionar e fortalecer o vínculo mãe-filho e estimular o aleitamento materno.
Início do século XX - hospitais-maternidades passaram a ter enfermarias próprias para RN, os berçários.
No final dos anos 40, início dos 50 - primeiras propostas de modificação deste esquema de
assistênciado RN normal.
Década de 70, e principalmente início dos 80 – publicação de experiências sobre o comportamento materno da separação mãe-filho.- descrições e resultados de programas de alojamentoConjunto implantados em outros países como no
Brasil.
Publicada em 1983, a resolução n0 18/INAMPS dirigida aos hospitais públicos e conveniados estabeleceu normas e tornou obrigatória a permanência do filho ao lado da mãe, 24h por dia, através do sistema de alojamento conjunto.
Em 1985 - publicado o programa de reorientação daassistência obstétrica e pediátrica com as normas básicas de sistema de alojamento conjunto, nas unidades médicas assistenciais próprias, contratadase conveniadas do INAMPS.
Alojamento Conjunto * 1982 - Portaria 18 do Inamps/Ministério
da Saúde, que estabeleceu a obrigatoriedade do alojamento conjunto.
* 1986 - Portaria do Ministério da Educação - MEC, tornando obrigatório o alojamento conjunto nos hospitais universitários.
* 1993 - Portaria GM/MS nº 1016, com a atualização das normas.
OBJETIVOS DO ALOJAMENTO CONJUNTO:
Aumentar os índices de Aleitamento Materno; Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho;
Permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN; Reduzir o índice de infecção hospitalar cruzada; Estimular a participação do pai no cuidado com RN; Possibilitar o acompanhamento da amamentação sem rigidez de horário visando esclarecer às dúvidas da mãe e incentivá-la nos momentos de insegurança;
Orientar e incentivar a mãe (ou pais) na observação de seu filho, visando esclarecer dúvidas;
OBJETIVOS DO ALOJAMENTO CONJUNTO:
Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente a experiência vivenciadas ;
Favorecer troca de experiências entre mães;
Melhorar a utilização das unidades cuidados especiais para RN;
Aumentar o n0 de crianças acompanhadas por serviço de saúde.
NORMAS DE INSTALAÇÃO RECURSOS FÍSICOS E MATERIAIS
LOCALIZAÇÃO
Dentro da maternidade, de preferência próximo à área de puerpério. Pode ser feita em enfermaria ou em quartos.
O número de binômio mãe-filho por enfermaria, segundo o Ministério da Saúde, deverá ser de no máximo de 6.
O berço deve ficar com separação de no mínimo de 2m do outro, sendo a sua disposição variável (ao lado do leito da mãe, berço gaveta, berços com rodízio para facilitar o deslocamento, etc.).
A instalações sanitárias devem estar de acordo com as normas do Ministério da Saúde: um para cada quarto ou enfermaria.
Mobiliário mínimo: • cama hospitalar; • Berço; • Cadeira; • mesa de cabeceira; • Armário; • Hamper; • Lavatório.
Material de uso uso individual: Roupas; Bacia para banho, sabão neutro; Solução umbilical, cotonetes, gazes, algodão.
De uso geral: n0 apropriado de pontos de vácuo, oxigênio e/ou
instalações elétricas; fita métrica, antropômetro, balança,
esfigmômetro; termômentro, estetoscópio, aparelho para
fototerapia (1/40 nascimento/mês), etc.
RECURSOS HUMANOS: Médicos pediatras e obstetras, um para cada
20 binômios; Enfermeiro, um para cada 30 binômios; Técnico e auxiliar de enfermagem, um para
cada 8 binômios, com treinamento prévio e contínuo para atualização;
Assistente social; Psicólogo; Nutricionista, entre outros.
MÃE: Com ausência de patologia que contra-indiqueou impossibilite o contato com RN, que tenham sido orientadas sobre o alojamento conjunto durante o pré-natal.
RECÉM-NASCIDO: RN a termo, apropriados para Idade Gestacional e sem patologia, com boa vitalidade, boa sucção,adequado controle térmico e sem risco de infecção (isto é, mãe febril, recebendo antibiótico, bolsa rota há mais de 24 horas, RN nascido fora do centro obstétrico);
RECÉM-NASCIDO:
Peso de nascimento superior a 2.500g menos de 4.000g;
Boletim de Apgar igual ou superior a 7 no primeiro minuto de vida;
Em caso de cesariana, o RN será de levado para a mãe entre 2 e 6 horas após o parto, respeitando-se as condições maternas.
EXCLUSÃO DO RN:
Apgar abaixo de 7 no primeiro e no quinto minuto;
RN com peso acima do percentil 90 ou abaixo do percentil 10 para a idade gestacional;
Malformação que impeçam a amamentação; Alto risco de infecção; RN de mãe diabética; Icterícia precoce; Patologias diagnosticadas ao exame imediato.
ALIMENTAÇÃO DO RN:
Seio materno em livre demanda; Não oferecer bicos ou chupetas; Mamadeira de leite ou outras alimentação, só
sob prescrição médica; Proibida amamentação cruzada.
AÇÕES DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO INDIVIDUAL
Receber a mãe no Alojamento Conjunto após sua alta no Centro Obstétrico;
Avaliar suas condições físicas e emocionais; Fornecer a mãe informações precisas sobre as
condições de seu filho no momento de sua admissão no Alojamento Conjunto;
Retornar com a mãe os dados já existentes em seu prontuário de modo a esclarecê-los ou ampliá-los, quando necessário, e demonstrar-lhe que sua chegada já estava sendo preparada com interesse pelo profissional;
Colher dados pertinentes aos objetivos do Alojamento Conjunto, os quais propiciam ações mais específicas à realidade da pessoa;
Esclarecer sobre as rotinas gerais da unidade, de modo a situá-la melhor no ambiente;
Esclarecer sobre os cuidados específicos, com dietas, higiene, medicação, deambulação, etc.. pontuando sempre estas orientações com os hábitos da mãe de modo a entregá-la em suas experiências anteriores e expectativas;
Esclarecer sobre objetivos gerais do Alojamento Conjunto;
Avaliar, respeitando a opinião da mãe, a oportunidade de instalação do Alojamento Conjunto;
Trazer o RN para junto da mãe;
Propiciar condições para que na mãe possa reconhecer seu filho, mostrando-se disponível para auxiliá-la na amamentação ou situações que lhe pareçam difíceis;
Oportunizar que o pai participe nos encontros da enfermeira com a mãe, incentivando-o a expressar suas opiniões;
Realizar os os primeiros cuidados com RN e orientar a mãe incentivando-a a cuidar do filho, estendendo este estímulo à participação do pai sempre que este tiver presente;
Supervisionar os cuidados prestados pela mãe: troca de roupa, medidas de higiene, cuidados com o coto umbilical, avaliação da temperatura, etc, objetivando orientá-la e esclarecê-la em suas dúvidas;
Orientar a mãe sobre os demais cuidados com os filhos: vestuários, eliminações, avaliação da cor da pele, atividades, sono, profilaxia da dermatite amonical, prováveis causas de choro, necessidades afetivas, encaminhamentos e avaliações clínicas periódicas;
Registrar nos prontuários da mãe e do RN as condições evidenciadas e condutas tomadas de modo a fornecer as informações necessárias para ações de outros profissionais da equipe;
Acompanhar a evolução diária da paciente objetivando reforçar orientações e detectar precocemente problemas clínicos e emocionais;
Acompanhar a evolução diária do RN, incentivando a mãe a participar deste acompanhamento com objetivo de que ela possa sentir-se capaz de conhecer e avaliar seu filho, reconhecendo assim, também, situações onde necessitará da ajuda do profissional de saúde para auxiliá-la no atendimento da criança;
Preparar alta da mãe e do RN, revisando orientações dadas e fornecendo os encaminhamentos necessários.
AÇÕES DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO EM GRUPO
Esse tipo de atendimento visa a troca de experiências entre as mães e pais, com a exposição de sentimentos em relação a maternidade e paternidade,e as dificuldades que estejam enfrentando no cuidado com seus filhos;
Deve ser realizado pela equipe assistencial da Unidade de forma conjunta, de modo à esclarecer aos participantes do grupo dúvidas sobre assuntos relacionados à sua área de atuação;
O atendimento ao grupo deve ser feita de forma sistemática, de modo que, mesmo com um tempo de internação menor, mãe e pai possam participar de um encontro juntos;
Estabelecer um número de assuntos a serem abordados, incluindo: amamentação, com suas vantagens e possíveis dificuldades, características psicológicas e físicas do puerpério, atividade sexual no puerpério, anticoncepção, e reforçar as orientações sobre as características e cuidados com o RN.
REFERÊNCIAS
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, "Normas Básicas para Alojamento Conjunto", Portaria MS/GM no 1.016, 26 de agosto de 1993. DOU no 167 de 1/9/93, seção I, p. 13.066.
CASANOVA, LD; SEGRE,CAM; "Alojamento Conjunto", In: DINIZ, EMA; "Manual de Neonatologia", São Paulo, Revinter, p.17-19,1993.
SEGRE, CAM; SANTORO JR.,M; "Assistência Hospitalar a Recém Nascido: Recomendações para Padronização", In: DINIZ,EMA; "Manual de Neonatologia", São Paulo, Revinter, p. 1-8, 1993.
BRENELLI, MA; "Alojamento Conjunto", In: NEME,B; "Obstetrícia Básica", São Paulo, Savier, p.176-180, 1994.
CORRADINI, HB; COSTA, MTZ; BARBIERI, DL; BARROS, JCR; RAMOS,JLA; MARETTI,M; "Cuidados ao Recém-Nascidos em Alojamento Conjunto", In: MARCONDES,E ; "Pediatria Básica", 8o
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RIGATTI, MF; " Aspectos Gerais da Assistência de Enfermagem em
Sistema de Alojamento Conjunto", In: MUIRA,E e cols.; " Neonatologia:
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