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1 Alma viajante no mundo Jorge Mauricio de Castro Apoio cultural

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Alma viajante no mundo

Jorge Mauricio de Castro

Apoio cultural

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Arrumando as malas... Estou chegando onde quero. Não me refiro às distâncias geográficas

da vida, mas ao caminho dos destinos. Poderia ter começado

encurtando a frase: “estou onde quero”, diria. Mas aí entraria em

cena o GPS da realidade: na varanda do meu camarote no Costa

Favolosa, apreciando a imensidão azul do céu e do mar, em algum

ponto entre as costas brasileira e africana. O suave balanço, o vento

que acaricia e a constatação, mais uma vez, de como somos

pequenos diante desta imensidão, faz deste um momento único.

Nossa vida é feita de escolhas, por vezes difíceis e dolorosas. Em

cada escolha há uma perda, com a qual precisamos aprender a

lidar. Fiz escolhas nem sempre óbvias ao longo da minha

caminhada, muitas vezes contrariando tendências ou lógicas pré-

estabelecidas. Lutei por aquilo que acredito ser o melhor para mim.

Fiz as rupturas construtivas, aprendi a lidar com as perdas

necessárias, soltei as âncoras e parti. São muitas âncoras, mas

também muitas partidas.

Hoje me vejo diante de mais um desafio na vida. Construí a carreira

profissional que sempre sonhei e ela me dá condições dignas de

sobrevivência sem as exigências por vezes extenuantes de uma

relação trabalhista tradicional. Sou mais livre, dono do meu tempo

e do meu querer.

O que fazer deste tempo, então? Viajar é uma deliciosa

possibilidade, desde que recheada de porquês. Viajar por opção,

não por falta dela. Não viajo para fugir da vida, mas para a vida não

fugir de mim. E o que fazer com as viagens, além de guardá-las para

sempre na memória afetiva? Dividir as experiências com outras

pessoas me fascina!

Estou chegando aonde quero, mas ainda não cheguei.

E, sinceramente, espero nunca chegar.

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Começando a viagem...

Alguns preferem ir ao shopping e comprar o que precisam e o que

não precisam. Eu prefiro viajar.

Outros “investem” em carrões bonitos e caros. Eu prefiro andar de

Boeing. Ou Airbus.

Tem gente que vive em lugares muito maiores que sua capacidade

de ocupá-los. Eu gosto de um quarto de hotel, uma cabana na

montanha, uma pousadinha pé na areia e ainda mais da casa que

me acolhe há 30 anos, quando volto sedento de lar e referências.

Alguns gastam fortunas com vinhos deliciosos. Sempre opto por um

mais simples, quem sabe em Mykonos, Veneza ou Madrid, mas

degustados ao lado de gente querida.

Não dito regras nem quero que todos pensem como eu. Você pode

gostar de comprar, dirigir, mergulhar, ver TV, trabalhar, ostentar,

fazer terapia, meditação, sei lá. Eu gosto de viajar. E também de

voltar.

Neste “Alma viajante no mundo” relato um pouco das 63 viagens

que fiz pelo planeta. Elitista? Claro que não! No “Alma viajante no

Brasil”, em breve, vou detalhar as mais de mil cidades que visitei de

norte a sul do Brasil. Ou você conhece alguém que tenha ido a

todos os municípios de Roraima? E ao Oiapoque, no Amapá, ou

Codó, no Maranhão?

Por enquanto me faça companhia nesta viagem pelo mundo.

Mundão de meu Deus que, de tão grande, me ajuda a perceber

minha pequenez. Não almejo ser rico ou ganhar a vida eterna. Só

quero tempo e saúde para conhecer mais um pouco deste planeta

abençoado, lindo, intrigante e divertido.

Quem sabe...

Jorge Mauricio de Castro

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“Um homem precisa viajar. Por sua

conta, não por meio de imagens ou histórias,

para ver o mundo como ele realmente é e não

como imaginamos ser.” Amyr Klink

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Filosofando um pouco... “Viajar é correr atrás do nosso EU ancestral, aquele rebelde

que escapou da domesticação e que não vê a hora do

reencontro com a sua alma peregrina” – Martha Medeiros

Tudo passa na vida, menos a minha vontade de viajar.

“Viajar é mudar a roupa da alma” – Mário Quintana

“É preciso começar a celebrar o tempo de vida que nos cabe

viver entre aqueles que nos são fundamentais. E fazer de

cada viagem um acontecimento, seja para o sítio do vovô,

para a praia com os primos, para fora do país de avião à

noite ou para a cidade vizinha de ônibus à tarde. Não

importa. Importa ir.” – Amyr Klink

Viajar é colecionar memórias sobre o mundo.

Viajo para celebrar a vida no que ela tem de mais sagrado:

suas sutilezas, delicadezas, instantes mágicos e sintonias.

Viagem é a única coisa que você compra e te deixa mais rico.

“Silêncio, quietude e encantamento. Não há melhor

alimento para a alma. Não há viagem mais rica e duradoura

do que a que te transforma.” – Hilda Lucas

“Já gastei com roupa de marca, tive carro do ano, me

endividei por motivos fúteis e gastei pequenas fortunas em

tratamentos estéticos. Hoje em dia, essas mesmas coisas

simplesmente não me despertam o menor interesse. Muita

gente me pergunta como é que conseguimos, maridão e eu,

viajar tanto. A base de tudo é a matemática pura: consumir

menos para viajar mais. Aquela maravilhosa jaqueta de

couro que quase comprei no início do inverno, por exemplo,

acaba de ser convertida em 10 dias numa praia em

Moçambique.” Adriana Setti

A vida é muito curta pra gente ficar repetindo os caminhos.

Não viajo para fugir da vida. Viajo para a vida não fugir de

mim.

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América do Sul: eu fui!

Argentina: Buenos Aires, Bariloche, El Calafate,

Ushuaia e Mendoza.

Chile: Santiago, Val Paraiso, Viña del Mar, Puerto

Varas, Chiloé, Frutilar e Osorno.

Peru: Lima, Cuzco e Machu Picchu.

Uruguai: Montevidéu.

Venezuela: Caracas, Isla Margarita e Los Roques.

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Momentos especiais na América do Sul

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Viajar pela América do Sul é enriquecedor e apresenta

uma série de vantagens. A colonização espanhola

deixou traços culturais que tornam o jeito de ser de

cada país muito diferente do jeito de ser brasileiro. É

uma verdadeira imersão cultural na culinária, no

idioma, nos hábitos e até na aparência das pessoas.

Você realmente se transporta a outro mundo com a

vantagem da curta distância e normalmente do baixo

custo. Buenos Aires está a duas horas de voo de São

Paulo. Ao Peru é possível viajar por terra, a partir do

Acre em direção a Cuzco, numa das mais belas rotas

rodoviárias do continente. Ir ao Uruguai,

principalmente para quem mora no sul do Brasil, pode

ser programa de fim de semana. O custo de vida destes

países quase nunca é maior que no Brasil e as

facilidades têm se multiplicado com novos voos, grande

oferta de hotéis e casas para se alugar, além de

estradas em boas condições e pacotes turísticos

personalizados.

No Uruguai, Montevidéu é uma capital pacata, a mais

calma da América do Sul, mas nem por isso pouco

interessante. Aproveite e conheça Colônia del

Sacramento e Punta del Leste.

A Argentina merece ser toda visitada. Buenos Aires é

uma cidade quase europeia, apesar de algumas

mazelas, mas com intensa vida boêmia e cultural. No

sul a beleza da Patagônia encanta qualquer um.

Ushuaia e El Calafate são os destaques, juntamente

com Bariloche, a mais visitada estação de esqui do país.

Ao norte temos Mendoza, especial para quem gosta de

vinhos, e a região de Jujuy, que começa a receber

muitos brasileiros encantados com suas belezas

naturais.

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O Chile é rico em paisagens diferentes. Tem a oeste o

Oceano Pacífico e a leste a Cordilheira dos Andes. Ao

sul a Patagônia e ao norte o deserto de Atacama. A

região dos lagos chilenos, com base em Puerto Varas, é

imperdível. Santiago é também uma capital muito

agradável. Os santiaguinos vangloriam-se do fato de

poderem ir à praia de manhã, em Viña del Mar, e

esquiar à tarde no Valle Nevado.

Um das belezas mais visitadas na América do Sul fica no

Peru. Machu Picchu reúne turistas de todo o mundo

para conhecerem esta maravilha do planeta. Cuzco

também é uma cidade interessante e base para a

viagem a MP.

A Bolívia começa a despontar como destino turístico

por conta de sua diversidade natural e cultural. O Salar

de Yuni e o Lago Titicaca são imperdíveis.

A Colômbia foi recentemente descoberta pelos

brasileiros. Depois de anos de muita violência, o país se

organizou e hoje é um destino interessante. Bogotá,

Cartagena e San Andrés são os mais visitados.

A Venezuela tem lugares lindos como o arquipélago de

Los Roques, mas atualmente não se recomenda viagens

para lá por conta da instabilidade política e econômica.

A América do Sul é show! Não deixe de conhecê-la!

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América Central, do Norte e Caribe: eu fui!

St. Maarten: Philipsburg e outras.

República Dominicana: Punta Cana.

Cuba: Havana e Varadero.

Estados Unidos: Miami, Orlando, Los Angeles,

Nova York, Atlantic City, San Diego, San Francisco, Las

Vegas, Big Bear, Gainesville, Washington e Atlanta.

México: Cancun e Cozumel.

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Momentos especiais no Caribe

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Você gosta de praia com águas calmas e de um lugar perfeito

para relaxar? Então vá para o Caribe. Escolha uma das inúmeras

opções de ilhotas, desde Aruba, próxima à costa venezuelana,

até Cuba, juntinho de Miami, e aproveite! Conheci diversas

destas ilhas em 3 cruzeiros marítimos que realizei na região. Em

cada uma delas você embarca de volta ao navio com a gostosa

sensação de que “um dia eu venho pra ficar mais tempo.”

Gostei muito de Anguila, Bonaire, Curaçao e St. Maarten, mas

minhas preferidas são a República Dominicana, leia-se Punta

Cana, e Cuba, com seus fabulosos contrastes. A Cuba de Havana

é uma, a de Varadero é outra. Nesta última, praias paradisíacas,

mordomia de resort e atendimento top. Bem diferente de

Havana, empobrecida pelos embargos econômicos mas

esbanjando charme em meio as tantas dificuldades. Assisti a

um show do Buena Vista Social Club que ficará para sempre nas

lembranças.

São inúmeras as possibilidades na América Central e Caribe

além das citadas. Guatemala, Costa Rica e Belize estão entre as

que ainda quero visitar. O Panamá tem um litoral fantástico

(conheça San Blàs), além de uma capital super dinâmica.

O México é um país que vale a pena ser visitado. Não faça como

eu, que fiquei restrito às delícias de Cancun e arredores.

Quanto mais eu leio sobre o México mais vontade tenho de

desbrava-lo em seus contrastes e riquezas culturais.

Os Estados Unidos são um mundo à parte e certamente poderia

me estender com uma série de sugestões e comentários sobre

este país. Há um bom tempo não apareço por lá. Fui muito,

principalmente quando meus filhos eram pequenos, Nova York

me deslumbrava e tinha uma cunhada morando em Los

Angeles. Fui a alguns congressos também, na Flórida e em

Atlanta.

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Acho os EUA um lugar muito interessante e todos viajantes

deveriam conhecer. Minhas questões para não ir são pessoais,

a começar pela arrogância e desconfiança na hora de se

solicitar o visto de entrada. É como se você pensasse assim

diante do agente na embaixada americana: “olha moço, por

favor me deixe gastar meus dólares no seu país, ajudar na sua

economia, que prometo me comportar e voltar logo para o

Brasil.” Ao pensar nesta possibilidade, prefiro entrar na loja da

Air France e comprar uma passagem para Paris.

Mas vá, não se deixe influenciar pela minha birra. Curta a

Disney e todos os demais parques, que também é programa de

adulto, Nova York e sua vibe louca, San Francisco, Las Vegas

(esta sim uma cidade de adultos, embora meus filhos, na época

com 10 e 14 anos, tenham amado), e, se você gosta de jazz,

passe também uns dias em New Orleans.

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Viajando de excursão Viajar de excursão tem, como tudo na vida, pontos positivos e

pontos negativos. Se você gosta de ter tudo organizado, desde

os horários à reserva de hotéis e passeios, este é o seu

caminho. Se você prefere a liberdade de escolher quanto

tempo ficar em cada lugar e quer fazer o que tiver vontade, fuja

das excursões.

Geralmente pessoas menos jovens, que não dominam um

segundo idioma e têm receios quanto a como proceder no caso

de algum problema inesperado, optam por excursões. E acho

que realmente pode ser uma boa escolha, dependendo, é claro,

da situação.

Certa vez fizemos uma viagem por todo o interior da Tunísia,

algo, ao menos na época, inviável de se fazer por conta própria.

Hábitos, costumes, idioma e culinária nos soavam estranho. Ter

tudo previamente organizado nos permitiu aproveitar, de

forma completa, todos os contrastes e belezas deste país

africano.

Ao optar por uma excursão, tenha em mente que “você não é

mais só você” e sim parte de um grupo. E neste grupo

provavelmente conviverão pessoas muito diferentes, por vezes

inconvenientes e que perguntam demais, além daqueles mais

“espertos” que sempre querem sentar-se no lugar nobre do

ônibus. Seja flexível, tenha paciência e torça para fazer parte de

um grupo bacana, como foi este da Tunísia: 2 brasileiros, 2

argentinos e 12 espanhóis. Um grupo heterogêneo na idade,

nos interesses, mas que fluiu muito bem nos 7 dias de viagem.

Fazíamos praticamente tudo juntos e a postura de todos, cada

um a seu jeito, era de fazer daquela viagem uma experiência

memorável. Já na que fizemos pelo interior da Turquia não

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tivemos a mesma sorte com o grupo. Alguns sempre se

atrasavam e um cidadão resolveu rezar em voz alta durante um

trajeto. Ninguém merece! Mas a viagem foi linda, organizada e

teve seu ponto alto na Capadócia, com um memorável passeio

de balão.

A outra possibilidade, que une segurança e liberdade, é

contratar um tour privado: a contratada reserva hotéis,

translados e providencia um guia exclusivo. Fizemos isso no

Egito, que visitamos logo após uma revolução que tirou do

poder um ditador que governava há décadas. Como não havia

um grupo, mas apenas 3 pessoas viajando juntas, este guia foi

bastante flexível quanto a horários e interesses. Custou um

pouco mais caro, mas valeu a pena.

Dicas práticas Respeite os horários. Não é justo deixar todos esperando

por causa de suas últimas comprinhas. Em alguns países,

se o atraso superar os 5 minutos, o grupo vai embora e o

atrasadinho fica.

Respeite os horários. É sério!

Não converse alto enquanto o guia estiver dando

explicações, mesmo que não tenha interesse nelas.

Em viagens de ônibus por vários dias, é conveniente haver

um rodízio de lugares para que todos possam usufruir das

melhores vistas. Num tour de 7 dias que fizemos pelo

interior da Croácia, um casal brasileiro sentou-se desde o

primeiro dia no melhor lugar do ônibus e dali não

arredaram o pé (e a bunda), causando um certo

constrangimento e reforçando a imagem de que brasileiro

gosta sempre de levar vantagem.

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Não coma ou beba dentro do ônibus. Nem ouça música, a

não ser com fone de ouvido. Banheiros são apenas para

verter líquidos. Caso você precise urgentemente fazer

mais alguma coisa além do pipi, solicite ao guia que pare

num posto ou restaurante da estrada.

Tente interagir com seus companheiros de viagem,

mesmo que seja num nível de superficialidade. As viagens

tornam-se mais agradáveis quando nos damos bem com

as pessoas que estão à nossa volta. E boas surpresas

podem acontecer: entendemo-nos tão bem com 2

argentinos durante uma excursão que 6 meses depois

jantamos juntos num gostoso restaurante de Buenos

Aires.

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África e Ásia: eu fui!

África do Sul: Cape Town e Cape Point.

Tunísia: Tunis, Nefta, Matmata, Douz, Sousse, Ilha de

Djerba, Cartago, Sbeitla, Dougga, Hammamet, Tozeur e

Chott El Jerid.

Egito: Cairo, Aswan, Edfu, Esna, Kom Ombo, Luxor,

Sharm El Sheik e Alexandria.

Turquia: Istambul, Ankara, Capadócia, Pamukkale,

Izmir e Tróia.

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A África é um continente fascinante. E se você pensa que África

é uma coisa só, está muito enganado. Assim como na América

do Sul, cada região africana tem suas características e

peculiaridades. Didaticamente, podemos dividi-la em três: sul,

centro e norte. Não conheço a área central, mas o sul da África

é uma região encantadora. Minha queridinha é Cape Town,

cidade que me lembra o Rio de Janeiro e que, talvez por isso,

faz com que me sinta em casa. Não só a cidade, mas todo seu

entorno propiciam passeios muito interessantes. Conhecer

Cape Point e depois deliciar-se na degustação de vinhos nobres

em uma das quatrocentas vinícolas da região é tudo de bom.

Não deixe de ir. E, caso goste, aproveite e faça um safári.

Existem diversos parques privados que propiciam contato

intenso com animais selvagens. Por vezes intensos até demais,

como experimentaram minha filha e o namorado, passeando

num veículo aberto, à noite, bem próximo a um grupo de leoas,

por sorte não famintas. Adrenalina pura! A Namíbia também é

um país interessante de se conhecer, assim como Moçambique.

Na parte norte da África, região por vezes repleta de conflitos

políticos, recomendo o Marrocos (Casablanca, Marrakesh e

Fez), a Tunísia, já citada, e o Egito. Este último nos brinda com

riquezas e acervos que todos deviam conhecer. Não limite-se

ao Cairo e às pirâmides. É no interior que você vai ficar

boquiaberto com tanta coisa bonita e preservada, apesar da

prática de saques que o Egito foi vítima ao longo dos séculos. E

depois de maravilhar-se no passeio, passe uns dias num resort

em Sharm El Sheik, junto ao Mar Vermelho. Mordomia, águas

transparentes, top less e bebidas à vontade farão com que você

até se esqueça de que está no Egito.

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A Turquia foi para nós uma grata surpresa. Não apenas

Istambul, cidade meio Europa meio Ásia, rica de história (antiga

Constantinopla) e belezas naturais e construídas, mas também

o interior do país.

Depois de ao menos 3 dias em Istambul, vá para a Capadócia e,

entre outras coisas legais, amanheça o dia num passeio de

balão. É inesquecível. Conheça também Tróia, famosa na

história pelo “cavalo de Tróia” e também por Helena (se não

sabe do que estou falando, vá aos livros de História).

Pamukkale e suas piscinas naturais proporcionam uma

paisagem que não tem igual no planeta. E não se esqueça de

aproveitar a culinária turca. Além daqueles doces maravilhosos

cobertos com mel e gergelim, os pratos turcos são ricos em

aromas e paladares exóticos. Além da experiência

gastronômica, é também uma experiência sensorial.

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Momentos especiais na África e Ásia

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Viajando com outro casal ou pequeno grupo Pode ser uma opção interessante fazer a viagem em pequenos

grupos, creio que não mais que 8 pessoas, por uma série de

razões. Já vivi diversas experiências nesta forma de viajar e logo

abaixo deixo dicas práticas para você não entrar numa furada.

Viajamos com um casal amigo para a região da Toscana, na

Itália. Temos alguns interesses comuns e outros nem tanto. Eles

podiam gastar mais que nós. Nenhum problema se isto fica

bem claro antes da viagem: nós iríamos a museus e igrejas

enquanto eles iriam às compras. Nas refeições, que fazíamos

sempre juntos, quando eles queriam degustar um vinho mais

caro, eram gentis em nos oferecer, pois sou incapaz de pagar

mais de 20 euros por uma garrafa de vinho. E assim a viagem

fluiu muito bem.

De outra vez em Cape Town, na África do Sul, estávamos em 8.

Um passeio a Cape Point que custaria 100 dólares por pessoa

custou a metade, pois locamos uma van com motorista e

dividimos as despesas.

Dicas práticas Se vocês pretendem viajar com um casal amigo, sugiro

algumas providências prévias para evitar um possível

desastre.

Façam algumas reuniões antes da viagem para descobrir

hábitos e o que cada um espera da viagem. Se não

tiverem expectativas comuns em ao menos 50%, não

viajem juntos. Simples assim.

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Caso insistam, incorporem o estilo “monge budista”,

sejam flexíveis e lembrem-se o tempo todo que o mais

importante é manter a amizade. Ou deixem claro, desde o

início, o que farão juntos e o que poderão fazer

separadamente. Aí não tem surpresa.

Muitas vezes é interessante, do ponto de vista econômico,

uma viagem a 4. O táxi, por exemplo, fica mais barato

quando dividido por 2 casais.

Viajando em dupla Confesso que esta é minha maneira preferida de viajar. Tenho

uma companheira que compartilha dos mesmos prazeres e nos

propomos a ter a flexibilidade necessária para atender a

necessidades específicas do outro. Funciona assim: eu e ela

gostamos muito de explorar as cidades a pé ou, em distâncias

mais longas, de metrô. Gostamos também de descobrir lugares

novos e interagir com os hábitos locais. Mas ela, quando entra

numa loja da Kiko ou da Primark, tem dificuldade de sair. E eu,

quando vejo um bar ou pub interessante, tenho dificuldade de

não entrar, sentar e ficar apreciando o povo. E assim nos

entendemos bem: eu fico com ela por uma hora na loja, ela fica

comigo por uma hora no bar. Com cumplicidade, respeito,

identidades e vontade de aproveitar aqueles momentos, tudo

flui muito bem.

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Viajando sozinho Já viajei muito a trabalho e na maioria das vezes sozinho. Não é

minha escolha quando estou a laser. Mas muitas pessoas, por

opção ou falta dela, preferem ir só e serem absolutas donas do

próprio tempo. As viagens saem mais caras (hotel para um

custa geralmente 70% do hotel para dois), mas você não precisa

ser muito flexível. Faz o que quer, na hora que desejar. A dica é:

não se isole, aproveite para conhecer pessoas da localidade e

faça novos amigos. Isso aconteceu comigo na Espanha, quando

fui estudar na Universidade de Alcalá. Cheguei sozinho mas saí

de lá com amigos de toda parte do mundo. Se você for para um

hostel, fica ainda mais fácil, pois normalmente são realizados

eventos de integração entre os hóspedes.

Por medida de segurança, crie o hábito de avisar a familiares

onde está e para onde vai. Faça contatos diários, se possível.

No caso de uma emergência, fica mais fácil tomar as

providências necessárias.

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Europa: eu fui! Alemanha: Hamburgo, Munique, Bonn, Colônia,

Dusseldorf, Frankfurt e Nuremberg.

Holanda: Amsterdam e Groningen.

Inglaterra: Londres, Bath, Oxford, Swindon,

Cambridge, Southampton.

Espanha: Madrid, Barcelona, Toledo, Álcalá de

Henares, Córdoba, Sevilha, Cádis, Marbella, Granada e

Girona.

França: Paris, Vale do Loire, St. Malo e Normandia.

Itália: Roma, Turim, Florença, Toscana (várias),

Gênova, Milão e Veneza.

Suíça: Genebra.

Portugal: Lisboa, Sintra, Cascais, Cabo da Roca, Porto

e Guimarães.

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Áustria: Viena.

República Tcheca: Praga.

Hungria: Budapeste.

Grécia: Atenas.

Croácia: Zagreb, Zadar, Split, Dubrovnik, Rijeka e

Plitvice Jezera.

Polônia: Varsóvia, Zamosc, Zilipie, Cracóvia e

Auschwitz.

Bélgica: Bruxelas.

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Momentos especiais na Europa

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Se você prestou atenção na agenda de viagens à Europa,

certamente percebeu que este é meu continente preferido.

Foram até hoje 28 viagens pra lá. O mundo todo vale a pena,

mas na Europa minha alma não se apequena. Cultura na veia,

paisagens de tirar o fôlego, facilidades ao viajante e gente

civilizada são coisas que me afetam positivamente. E tudo

pertinho, com uma excelente malha ferroviária, rodoviária e

aérea, esta com diversas empresas “low cost”.

É caro para nós brasileiros, mas também é possível viajar sem

gastar muito. Se este é o seu objetivo, comece por Portugal,

Grécia e países do leste europeu, onde ainda encontramos

preços acessíveis. Inglaterra, Suécia, Noruega, Finlândia e

Dinamarca são para os fortes. Bolsos fortes. Mas compensam o

investimento, sem dúvida. Adoro a Inglaterra. Para mim

Londres é a cidade mais interessante do planeta. Se não fosse

tão cara, iria mais vezes.

Espanha, França, Alemanha e Itália estão em um nível

intermediário de custo, e você, se pesquisar, poderá encontrar

boas ofertas. Paris, por exemplo, é uma cidade cara. E linda,

charmosa e acolhedora também. Almoçar geralmente é mais

barato que jantar. O que fazemos? Almoçamos em Montmartre

ou no Quartier Latin o menu executivo a 15 euros por pessoa e

à noite passamos no Carrefour e fazemos um queijos e vinhos

no quarto do hotel. Fizemos isso na Toscana com Brunello e

queijo pecorino – chique né?

Toda a Europa é top. Não existe um lugar que não mereça ser

conhecido. A começar por Portugal, que é muito mais que

Lisboa. O Porto é uma delícia de cidade e o interior tem

verdadeiras preciosidades. Para quem vai ao velho continente

pela primeira vez, é bom começar pela “Terrinha”. Os patrícios

são muito simpáticos e até falam português .

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A Itália é outro país que encanta os brasileiros. Florença,

Veneza e Roma são imperdíveis. Alegria, gente falando alto,

trânsito confuso (inclusive de barcos em Veneza) e muitos,

muitos turistas. Evite a alta temporada.

Na França, além da óbvia Paris, as regiões do Vale do Loire,

Champagne e Provence têm características próprias e

marcantes que encantam os visitantes.

A Alemanha, país super organizado, facilita a vida do turista.

Gosto muito da Bavária, ao sul do país. Munique é uma cidade

deliciosa. E a Rota Romântica, passando por uma série de

pequenas cidades medievais, é um dos ícones que atrai gente

de todo o mundo.

Deixei para o final meu “canto” preferido na Europa: a

Espanha! Tenho o projeto pessoal de daqui a um tempo ainda

impreciso passar 3 meses por ano, todos os anos, em alguma

região espanhola. Pode ser a Andaluzia, a Catalunha, o país

Basco, todas são fantásticas. Já sei até o período do ano: abril a

junho (primavera) ou setembro a novembro (outono). Pode ser

em Madrid também. Fim de tarde bebendo uma taça de Rioja

no Mercado San Miguel realmente não será um grande

sacrifício para mim...

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Cruzeiros marítimos e fluviais pelo mundo Fiesta Marina

Caracas, Aruba, St. Thomas, San Juan (Porto Rico) e

Santo Domingo.

Perla Atenas, Mykonos, Rhodes, Patmos e Kusadasi.

Splendeur of the Seas Panamá, Cartagena, Santa Marta, Aruba, Curaçao e

Bonaire.

Ramsés II Aswan, Edfu, Esna, Kom Ombo e Luxor.

Celebrity Constellation Amsterdam, Warnemunde, Tallinn, Copenhagen,

Helsinki, Estocolmo e São Petersburgo.

Costa Favolosa Recife, Tenerife, Funchal, Casablanca e Rabat,

Barcelona, Marselha (Aix-em-Provence) e Savona.

Celebrity Eclipse Southampton, Bergen, Stavanger, Geirander,

Alesund, Olden e Flam (Fiordes da Noruega).

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Celebrity Constellation Veneza, Kopler (Ljubljana), Split, Dubrovnik,

Montenegro (Kotor), Catania (Taormina), Nápoles

(Amalfi e Pompéia), Ravena e Bolonha.

MSC Orchestra Martinica, Guadalupe, St. Maarten, Tortola, La

Romana, St. Kitts & Nevis, Antigua.

Celebrity Constellation Roma, Livorno, Portofino, Nice, Toulon, Sète, Ibiza,

Palma de Mallorca, Valência e Barcelona.

Os cruzeiros marítimos caíram no gosto dos brasileiros. É cada

vez mais comum encontrarmos grupos de conterrâneos dentro

dos navios, em qualquer lugar do mundo. Até num improvável

cruzeiro que fiz em 2014 pela costa da Noruega encontrei um

casal de São Paulo. Gosto muito de viajar de navio, assim como

meu pai também gostava. É uma maneira prática de conhecer

lugares que você dificilmente iria de outra forma, com a

praticidade de deixar a mala sempre no mesmo lugar. Todo

aquele trâmite de sai do hotel, faz o transfer, vai pro aeroporto,

espera o voo, espera a mala, novo transfer, check in do hotel,

ufa!, no navio você está livre disso tudo. Além disso, há lugares

onde comer e hospedar-se é extremamente caro, como os

países da Escandinávia. Nestes, o navio é uma forma prática e

econômica de garantir sua cama e pensão completa. Mesmo

assim você pode não gostar, se sentir confinado, achar tudo

meio repetitivo e não ter liberdade de horário. Tudo isso

também faz sentido num cruzeiro. Assim sendo, preparei

algumas dicas práticas para ajudá-lo a aproveitar o máximo de

seu cruzeiro, caso esta seja sua escolha.

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Fazer um cruzeiro de navio geralmente divide opiniões

extremas: ou se ama ou se odeia. Portanto, se você já fez

um, não gostou e nem quer ter uma segunda chance de

gostar, pule esta parte. Caso nunca tenha feito,

experimente um de 4 ou 5 noites e depois tire suas

próprias conclusões.

Os cruzeiros atuais, mesmo na Europa e salvo algumas

exceções, perderam o glamour que apresentavam até o

início dos anos 70. Hoje em dia, assim como nas viagens

aéreas, tudo é mais informal, prático e objetivo. Ou seja:

homens estão dispensados da gravata e mulheres do

longo. Mas podem usar, se assim o quiserem. Só não se

esqueçam da bermuda, do chinelo e das roupas de

piscina, mesmo no inverno.

Prefira levar roupas escuras, que “escondem” a sujeira e

que não amarrotam com facilidade. Como sempre,

cuidado com o exagero na quantidade de roupas, pois

você fatalmente vai comprar alguma durante a viagem e

já poderá usa-la.

Se a viagem for superior a 3 noites, faça um esforço e

compre uma cabine externa (ou até com varanda, se seu

orçamento permitir). Como a maioria das cabines são

relativamente pequenas, algumas pessoas já relataram

uma sensação claustrofóbica estando em uma cabine

interna, sem janelas.

Os navios oferecem comida continuamente por quase 24

horas. Portanto, não se desespere e pegue leve na

alimentação. Pessoas não aproveitam o segundo dia de

viagem por terem exagerado na comida e na bebida no

dia da partida. Garanto que você não vai passar fome e

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que, provavelmente, mesmo com todos os cuidados, vai

terminar o cruzeiro menos leve que no início.

Itens que não podem faltar: remédios de uso constante e

eventual (não esqueça os de enjoo), seu shampoo

favorito, cartão de crédito, protetor solar, óculos escuros,

chapéu, estojo de maquiagem, adaptador universal de

tomadas, hidratante para a pele, casaco (mesmo no

verão) e, caso goste de ler, um bom livro ou vários, de

preferência no formato digital.

Se seu cruzeiro for internacional, como nas travessias do

Brasil para a Europa, os responsáveis pelo embarque

poderão ficar com seu passaporte e só devolve-lo no

desembarque final. Não se preocupe que ele estará bem

guardado. Leve consigo uma cópia colorida e plastificada

do passaporte e utilize-o nos desembarques pelo caminho

juntamente com o cartão de embarque do navio, que é

magnético e multiuso. Mesmo que o passaporte

permaneça com você, recomendo deixa-lo guardado no

cofre da cabine durante toda a viagem.

Na véspera do seu desembarque definitivo, solicitarão

que se coloquem as malas no corredor a partir das 22

horas. É uma prática que facilita o processo de

desembarque e você a recuperará já no porto. Mantenha

consigo uma pequena mala de mão com uma muda de

roupa, objetos de higiene pessoal, além de documentos,

dinheiro e algum objeto de valor. E não se esqueça de

olhar o cofre antes de abandonar a cabine.

Os navios geralmente contratam pessoas jovens e bonitas

para o atendimento nos bares, piscinas, academia, boate

etc. Se você estiver solteiro, talvez se interesse por um

destes tripulantes. Seja discreto, pois eles são proibidos

de se relacionarem afetivamente com passageiros. O que

nem sempre é obedecido...

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Uma dica polêmica, mas que costumo praticar: mesmo

que as gorjetas já estejam previamente pagas no seu

contrato, o que é comum (verifique com sua agência), na

primeira noite faço espontaneamente uma gratificação

extra de US$ 10 para a camareira e o garçom que irá me

atender durante o cruzeiro. Nunca tive motivos para me

arrepender desta prática. De qualquer forma, não se

esqueça: gorjetas são praticamente obrigatórias em um

cruzeiro. Se você não as pagou previamente, vai rechear

vários envelopes ao final: garçom, assistente do garçom,

maitre, camareiro, auxiliar do camareiro etc.

A organização do cruzeiro irá sugerir o valor a ser

colocado em cada envelope ou debitado em seu cartão de

crédito.

Durante o cruzeiro vão tentar lhe vender todo tipo de

excursão nos portos de parada. São caras, mas tem a

garantia do navio. Isso significa que se houver algum

contratempo que atrase a excursão, o navio não zarpará

sem você. Geralmente me utilizo delas em locais onde não

me sinto seguro para fazer os passeios sozinhos, como no

Marrocos e na Rússia, por exemplo. Em cidades como

Barcelona, Veneza ou Split as excursões são dispensáveis.

Uma vez na Eslovênia o guia fez confusão com o horário

de retorno e acabamos tendo que voltar de táxi ao navio.

Como era uma excursão oficial, fomos prontamente

reembolsados pela despesa.

Não insista em levar sua bebida para dentro do navio. É

terminantemente proibido e eles vão confiscá-la para

devolver apenas no desembarque. Nem aquelas que você

adquirir no free shop do navio poderão ser consumidas

durante o cruzeiro.

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Confie no cofre da sua cabine e deixe lá tudo aquilo que

não for utilizar durante o cruzeiro (passagem de volta,

passaporte, chave de casa, voucher do hotel etc.)

Atualmente a escolha do tipo de cabine abre o acesso a

algumas facilidades do navio. Na companhia que mais

costumo utilizar, ao comprar uma cabine externa você

automaticamente tem direito a um pacote de bebidas

incluído durante o cruzeiro. Como esta prática varia entre

as empresas, fique atento antes de comprar.

Já fiz muitos cruzeiros pelo mundo e, de maneira geral,

gostei de todos. Uns mais, outros menos, mas todos

cumprindo os objetivos propostos. Na Grécia, ficamos

apenas 5 horas em Mykonos e saímos de lá com gostinho

de quero mais. Decidi que na próxima ida a este país tão

interessante vou ficar hospedado pelo menos 3 noites em

cada ilha que escolher e não mais fazer um cruzeiro vapt-

vupt.

Já outros lugares, na minha concepção, devem ser

visitados de navio. Estou certo que conheci Tallinn, na

Estônia, ou Tenerife, nas Ilhas Canárias, por estar a bordo

de um navio. Um bom exemplo é São Petersburgo, na

Rússia. No cruzeiro que fiz pela Escandinávia, partindo de

Amsterdam, ficamos quase 36 horas nesta linda cidade

russa, com uma noite ancorado. Os procedimentos de

imigração são simplificados e tudo já está organizado para

você aproveitar ao máximo. Além da cidade em si, ainda

foi possível visitar o Hermitage, o mais belo museu da

Rússia e ainda Peterhoff, o palácio de verão dos antigos

czares. Provavelmente tão cedo não visitaria São

Petersburgo se ela não estivesse no roteiro deste cruzeiro.

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De todos os que já realizei até o momento, e espero não

parar por aqui, o mais inusitado foi fazer a travessia do

Oceano Atlântico a bordo do Costa Favolosa, saindo de

Recife e desembarcando em Savona, na Itália. Cinco dias

navegando em alto mar sem ver uma ilhota sequer dá

uma sensação de isolamento pouco comum neste mundo

tão agitado que vivemos.

Um mico Sempre fui uma pessoa econômica e pouco consumista.

Só consumo viagens! Este estilo de vida me levou a ter,

durante um bom tempo, apenas um cartão de crédito,

ainda por cima de uma bandeira pouco popular. A razão

da escolha foi simples: na época, era o único cartão que

oferecia sala vip em centenas de aeroportos do mundo.

Levei comigo este cartão para um cruzeiro internacional

com embarque no Panamá e mais sete noites por

deliciosas ilhas caribenhas. No embarque, como de praxe,

solicitaram o cartão para pré-autorizar as despesas no

navio. Você já sabe que dentro do navio não circula

dinheiro, tudo é no “sea card”.

Ao apresentá-lo no check in, fiquei sabendo que não

aceitavam aquele cartão, o único que eu tinha. No

contrato de compra do cruzeiro ou no site da companhia

não havia nenhuma referência a isto, mas agora era tarde

para reclamar. O que fazer? Por sorte viajávamos com um

casal amigo, que nos emprestou seu “Visa” e na volta ao

Brasil acertamos nossas contas. Depois dessa, nunca mais

viajei com apenas um cartão de crédito!

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Momentos especiais em cruzeiros

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A viagem em três tempos

Uma viagem não começa e termina nela mesma. Curto

muito o pré e o pós e, por isso, viajo em três tempos.

A preparação é deliciosa e muitas vezes já me sinto

viajando nas pesquisas que costumo fazer. Se resolver ir

para a Croácia, por exemplo, invisto um tempo lendo tudo

sobre o país, escolhendo cidades, analisando

possibilidades de locomoção, melhor época e preços.

Participo de fóruns de viagens, solicito cotações, e

fazendo isso me divirto um bocado. Foi assim que

descobri a “Cantina da Maria” em Gênova – um delicioso

restaurante de locais, que não aparece em nenhum guia

de viagem, frequentado por italianos e com preços de

fazer brasileiro dar risada. As facilidades da internet

possibilitam este planejamento de forma eficaz, mas não

o faça só por obrigação. Divirta-se e viaje nele também.

A viagem em si é o auge. Não deixe que pequenos

contratempos tirem seu prazer. Não se aborreça por

pouco. Se amanhecer chovendo, durante o café da manhã

pense em como aproveitar aquele dia chuvoso. Se estiver

em Paris, que tal passar o dia no Louvre? Mercados e

shoppings podem ser uma opção. Ou ainda um dia de rei

ou rainha num SPA (se for em Istambul, mesmo com sol,

vale a pena o banho turco). Em último caso, compre um

guarda chuva e saia pela rua. Fizemos isso em Praga, com

neve, e foi ótimo! Uma dica: eu e Carol somos mais

diurnos que noturnos. Por isso, quando a cidade merece

incursões pela noite, escolhemos sempre um hotel

próximo ao “furdunço”. Em Roma hospedamo-nos no

Trastévere, o bairro boêmio. Depois de bater perna o dia

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inteiro, tínhamos inúmeras opções de cantinas a 500

metros do hotel. Banho tomado, roupa trocada, e lá íamos

nós bebermos um bom vinho ouvindo uma tarantela.

Bateu o sono? Seu hotel está a duas quadras. Volte e bons

sonhos.

O terceiro tempo de uma viagem começa no

desembarque. Você já é outra pessoa, acumulou

experiências, reviu conceitos, está um ser humano mais

completo. Esta experiência te acompanhará pelo resto da

vida, não há quem a tire de você. Desarrume a mala,

espalhe pela casa os badulaques que comprou, organize

as fotos e ofereça um jantar para os amigos

compartilharem da sua experiência. Mostre algumas fotos

mas não os massacre com centenas delas. Continue

curtindo sua viagem, que não acabou na chegada. Ela

agora faz parte de você.

Quando menos se espera, você já estará de novo no

primeiro tempo, preparando a próxima. É o melhor círculo

virtuoso do mundo.

Livro terminado, é hora de viajar de novo. Desta vez

vamos para Bulgária e Romênia. Bora?