alÉm da balanÇa - unb€¦ · universo da mulher gorda e os preconceitos explícitos e...
TRANSCRIPT
0
Universidade de Brasília
Faculdade de Comunicação
Departamento de Jornalismo
ALÉM DA BALANÇA
Uma série sobre a vida da mulher gorda
Marja Ferreira Gomes
BRASÍLIA - DF
JUNHO DE 2016
1
MARJA FERREIRA GOMES
ALÉM DA BALANÇA
Uma série sobre a vida da mulher gorda
Memorial descritivo do produto apresentado à
Universidade de Brasília como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Comunicação
Social com habilitação em Jornalismo
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Professor Dr. Carlos Eduardo Esch (Orientador)
_____________________________________________
Professor Assistente Carlos Henrique Novis (membro)
_____________________________________________
Professora Dra. Nelia Rodrigues Del Bianco (membro)
_________________________________________________
Professor Dr. Márcia Marques (suplente)
Brasília (DF), 30 de junho de 2016
2
AGRADECIMENTOS
Ao Deus da minha vida, razão de minha existência e o autor fundamental da minha fé.
Ele, que em sublime criatividade, nos criou à Sua imagem e semelhança e, ao mesmo tempo,
únicos e belos em nossas características individuais. Por me sustentar e me ajudar a concluir
esse ciclo.
Aos meus pais, pelo suporte emocional e financeiro. Por me ensinarem os valores das
coisas e me lembrarem que o maior deles não está nas coisas efêmeras, mas sim, naquilo que
enxergamos além do olhar.
Ao meu amor, Richard, que se doou intelectualmente e emocionalmente à montagem
deste projeto. Por me ver além da minha aparência e fortalecer minha autoestima, uma das
razões pelas quais me dedico a fazer esta reportagem.
Aos amigos de UFRN e UnB, pela amizade e companheirismo. Aos funcionários de
ambas as instituições, que me ajudaram e ensinaram tanto nesses anos de trajetória. Aos
mestres, que despertaram em mim o amor pela Comunicação.
Aos professores Carlos Henrique Novis, por embarcar novamente nas coisas loucas
que saem da minha cabeça; e Nelia Del Bianco, por me ensinar tanto - em ações e palavras -
sobre respeito, disciplina e compromisso.
Ao meu orientador, professor Carlos Eduardo Esch, por abraçar a ideia, me passar
segurança, confiar nas minhas escolhas e me instruir com sabedoria, humildade, simplicidade
e generosidade.
Aos colegas da TV Brasil, pela paciência e suporte no período de produção da série.
À colega Pollyane Marques, pela ajuda no levantamento das fontes. Aos cidadãos brasileiros,
os quais eu desconheço, e que também me desconhecem, pelo dinheiro investido nos meus 8
anos de graduação.
Às mulheres que me concederam seus depoimentos, pela confiança. Por abrirem seus
corações e contarem suas histórias de forma tão generosa, mesmo se tratando de um assunto
tão doloroso. Muito obrigada.
3
“Eu sei, eu deveria perder peso... mas eu odeio perder.”
Mafalda
4
RESUMO
Este é o memorial descritivo da produção de Além da balança, uma grande reportagem
radiofônica, dividida em cinco episódios, que relata a vida da mulher gorda. Entende-se a
palavra “gorda” como uma das características físicas da mulher em meio a muitas outras. A
série de reportagens é um trabalho de conclusão de curso que tem por objetivo retratar o
universo da mulher gorda e os preconceitos explícitos e implícitos sofridos por esta, por estar
fora do padrão moderno de beleza feminina definido pela sociedade. Durante os cinco
episódios são abordados os temas de construção do padrão de beleza atual, estigmatização,
saúde, beleza, relacionamento emocional com a comida e relacionamentos interpessoais. Para
tanto, utiliza-se de depoimentos de personagens, opiniões de especialistas, dados históricos e
estudos realizados na área.
Palavras-chave: Mulher Gorda. Gordofobia. Saúde. Beleza. Autoestima. Radiojornalismo.
5
SUMÁRIO
1. Apresentação............................................................................................................ 06
2. Justificativa .............................................................................................................. 09
2.1 Do tema ................................................................................................................... 09
2.2 Do meio de comunicação ........................................................................................ 09
3. Objetivos ................................................................................................................... 11
4 Reflexão Teórica ....................................................................................................... 12
4.1 Do jornalismo .......................................................................................................... 12
4.2 Do meio de comunicação ........................................................................................ 13
4.3 Do tema .................................................................................................................... 14
5. Percurso de Produção............................................................................................. 15
5.1 Estruturando a pesquisa............................................................................................ 15
5.2 Escolha das fontes e entrevistas................................................................................ 16
5.3 Estrutura, Roteiro e Sequência................................................................................. 18
5.4 Finalização .............................................................................................................. 19
6. Considerações finais ................................................................................................ 21
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 22
Referência Audiovisual ............................................................................................... 24
Referência Radiofônica................................................................................................ 24
Anexos ........................................................................................................................... 25
6
1 Apresentação
“Precisamos combater a obesidade”, “Fuja da obesidade”, “Gorda nunca mais”, “Só é
gorda quem quer”, “Lute contra a obesidade e fique em paz com seu corpo”. Estas frases
fazem parte da vida de qualquer pessoa que esteja acima do peso. Diretamente, elas passam a
mensagem de que estar acima do peso é algo ruim para a saúde corporal. Indiretamente, elas
afirmam que quem está acima do peso considerado ideal pela sociedade está,
automaticamente, em uma condição ruim, e que deve mudar imediatamente de atitude e
comportamento.
O preconceito disfarçado de preocupação com a saúde é um fato. A maioria das
pessoas que se preocupam com a saúde toma por referência a aparência física, e não a sua
condição real, embasada por exames médicos realizados por profissionais qualificados. No
entanto, a análise da obesidade transpassa inúmeros conceitos e deve ser estudada com
cautela:
Mas as dimensões da obesidade não se reduzem a seus determinantes
sociais: alcançam níveis e modos de vida, discriminações e estigmatizações
que vitimam as pessoas com sobrepeso, ou ainda estabelecem normas e
modelos de estética corporal. Para ultrapassar a aparente e frequentemente
ofuscante evidência problemática do corpo do obeso, convém considerar as
controvérsias científicas que atravessam essa questão para introduzir as
estratégias conflituosas entre agentes do sistema médico, agroalimentar, da
indústria farmacêutica, da mídia e dos diferentes ministérios envolvidos.
(POULAIN, 2013)
Por razões históricas de controle do corpo feminino, expectativa de padronização e
subestimação da beleza individual, esta cobrança é maior sobre as mulheres. Elas têm no
corpo a projeção de todas as áreas da sua vida. Se o corpo não está bem, são questionadas
suas capacidades como mulher, mãe e profissional. Ser gorda é ter prejuízos na vida em
sociedade. Ser gorda é, inclusive, motivo de vergonha para muitas mulheres devido à forma
como a palavra “gorda” é utilizada para ofender e diminuir a mulher. No entanto, “gorda” é
um tipo físico, um formato de corpo, uma característica física entre tantas outras existentes.
Mas o que a indústria da moda e a sociedade em geral esperam da aparência física da
mulher não é novidade, elas estão estampadas em qualquer comercial de televisão, capa de
revista ou vídeos na Internet. Entretanto, o que a mulher gorda pensa sobre ela mesma?
Como ela se vê? O que ela vive e enfrenta diariamente? Além da balança se propõe a
7
explorar, expor e discutir estas questões, a fim de ampliar o conhecimento do ouvinte sobre o
tema.
A maior motivação para a realização desta série de reportagens se deu pela inquietação
pessoal da autora em se ver pouco – ou nada, retratada na mídia tradicional. Pesquisando
sobre o assunto na Internet, o que foi visto sobre a mulher gorda foi apenas mais do mesmo,
matérias e reportagens ligadas à saúde, ou a reprodução de retratos do preconceito relatados
por mulheres que usaram as redes sociais para contar suas histórias. Isto se deve ao fato de
que o jornalismo tradicional pouco avançou na renovação das informações quando se trata da
obesidade. A soma entre a permanência no lugar comum por parte do repórter, e a urgência
nos prazos da redação, prejudicam o conteúdo.
Como observa Pereira Junior (2006):
Entre o acontecimento e o público, muitas camadas se intrometem. Os
sentidos, o repertório do sujeito e sua vivência atuam no ato de captação das
informações, que não é feito no vazio. Há também um saber prático,
acumulado pela comunidade profissional, que regula o enquadramento dos
eventos a serem noticiados – um certo jeito de olhar a realidade, próprio do
campo jornalístico, organiza o que é relevante sobre o mundo. Os relatos
noticiosos são nivelados às rotinas produtivas, que moldam a mercadoria-
informação para o consumo. (PEREIRA JUNIOR, 2006, p.27)
Durante os períodos de estágio profissional, muito me incomodava a necessidade de
procurar pessoas – chamados personagens, mas que por autor nenhum foram criados – para
justificar uma pauta pré-definida. Perdeu-se a vontade, ou não se encontra mais tempo de
observar o mundo e buscar histórias. É preciso ir mais a fundo, chegar mais perto do que será
relatado. Por isso, o produto foi motivado, também, pelo amor da autora em conhecer e contar
histórias de vida. Para tanto, a reportagem foi organizada da seguinte forma:
O primeiro episódio da série apresenta a história da beleza, e como o padrão de corpo
ideal deixou de ser gordo e passou a ser magro após a Segunda Guerra Mundial. Apresenta,
ainda, o conceito de estigmatização, como o estigma afeta as mulheres gordas e quais os
fatores que contribuem para o seu aumento na sociedade atual.
O segundo episódio trata dos aspectos da saúde da mulher gorda, mostrando que a
obesidade tem crescido no Brasil, mas que isso não queira dizer, necessariamente, que quem
está gordo está doente. Mostra, ainda, como as mulheres lidam com a pressão de ter que fazer
dieta para ficar com o “corpo ideal”.
8
O terceiro episódio expõe uma das maiores dificuldades da mulher gorda: se sentir
bonita e sensual. Retrata como é difícil encontrar roupas que sirvam em mulheres de
tamanhos diferentes e como a situação está sendo contornada.
O quarto episódio aborda a relação emocional entre a mulher gorda e a comida. Mostra
que algumas mulheres que tiveram problemas com a compulsão alimentar e como a
alimentação influencia no nosso sistema nervoso.
O quinto e último episódio conta como as mulheres gordas lidam com o preconceito
em seus relacionamentos na rua, no trabalho, em casa e no amor; e apresenta um grupo de
mulheres que se reuniu para ajudarem umas as outras a resgatarem sua autoestima.
Outros referenciais e reflexões sobre o produto estão expostas neste relatório.
9
2 Justificativa
2.1 Do tema
O presente produto se justifica pela necessidade de ampliar as informações disponíveis
sobre a obesidade, o estereótipo do corpo feminino, o padrão de beleza moderno e o
preconceito contra as mulheres gordas.
Como todo comportamento contemporâneo, a obesidade é consequência de eventos
dinâmicos que, mesmo interligados, precisam ser analisados de forma aproximada e
individual. Enquanto estes eventos permanecem obscuros para a maioria da população, o
cenário de desinformação e preconceito torna-se palpável, podendo ser visto nas formas de
exclusão social, discursos odiosos e desigualdade de oportunidades.
Os estudos realizados na área, pesquisados para a execução deste projeto,
desenvolvem pesquisas voltadas para a área de saúde, porém dificilmente para a área social.
No âmbito da Comunicação não foram encontradas matérias que exponham de maneira clara
e ampla a condição humana da obesidade e, por isso, faz-se necessário um produto que fale do
assunto de forma social e informativa. Entre os produtos consultados, foi percebido, ainda,
que a obesidade é sempre abordada de forma sisuda, voltada para a área de saúde, salientando
os aspectos visíveis do corpo - moldados pelos padrões sociais, como condição para uma vida
saudável e feliz.
A proposta da reportagem é mostrar uma nova realidade: a visão de dentro para fora,
tomando como narrador a condição humana da obesidade e do sobrepeso feminino, revelar
como estas pessoas vivem, e retratar a realidade vista por seus olhos. Esta abordagem foi
realizada de forma humanizada, leve e informativa.
2.2 Do meio de comunicação
A escolha do meio se deu, no primeiro momento, pela identificação da autora com o
rádio. O rádio tem aquele “quê” de aproximação, de intimidade com o ouvinte. O texto é
informal, o que aumenta ainda mais a identificação com o suporte.
Em seguida, foram observadas as facilidades financeiras para se produzir uma
reportagem de rádio, em comparação com outros meios, como a televisão, por exemplo. Não
são necessários equipamentos caros, nem uma equipe para se produzir uma reportagem –
10
apenas um gravador e um ouvido atento. A possibilidade de fazer o próprio cronograma de
atividades, sem depender de terceiros, também foi um fator relevante, tendo em vista que
conciliar a rotina de atividades com outra pessoa seria impossível.
Finalmente, e mais importante, o rádio transpassa a barreira do preconceito. Por se
tratar de um tema sensível para as mulheres gordas, não mostrar o corpo obriga o ouvinte a
não se concentrar na imagem estereotipada do corpo feminino. Ao ouvir um depoimento, no
rádio, o ouvinte humaniza o personagem e o aproxima de si. Dessa forma, ao receber a
mensagem, preconceitos existentes podem ser quebrados.
11
3 Objetivos
O objetivo do produto é retratar as especificidades da vida da mulher gorda e mostrar
como essa mulher se relaciona consigo mesma, sua família, no amor, na carreira e em outras
esferas de sua vida.
Durante o planejamento, pretendeu-se fazer um produto de infoentretenimento, no
formato de uma série de reportagens especiais de rádio, de forma a utilizar o suporte para
quebrar paradigmas acerca dos estereótipos do corpo feminino, aproximando o ouvinte à uma
nova realidade através da humanização, sem a intervenção dos preconceitos trazidos pela
imagem.
Em campo, as entrevistas foram conduzidas de forma a expor a realidade das mulheres
gordas, contadas por elas mesmas, de forma sincera, leve, divertida e informativa.
Na finalização, os objetivos foram informar o ouvinte a respeito da realidade da
mulher gorda e estimular sua reflexão sobre o assunto; e incentivar na mulher gorda a reflexão
sobre sua própria vida.
12
4 Reflexões Teóricas
4.1 Do jornalismo
KOTSCHO (2007) afirma que o jornalismo “é a arte de informar para
transformar”.(p.8). Acredito nisso. Acredito em um jornalismo que não precisa explorar,
destruir, fazer sensacionalismo para se desenvolver. Concordo com LAGE (2008), que
acredita que “o repórter está onde o leitor, ouvinte ou espectador não pode estar.” (p.23) Para
mim, o jornalismo deveria aproximar realidades diferentes, mostrar novos contextos, explorar
novos horizontes, retratar uma realidade da forma mais fiel aos detalhes possível, apontando
os erros e cobrando soluções. Sobre o repórter humanista, Jorge (2008), afirmou:
O humanista se comove com as matérias de interesse humano. Rejeita textos
excessivamente econômicos e sempre busca o lado social. Interessam-lhe
boas histórias que envolvam emoções. [...] É um jornalista que acredita no
propósito social da profissão, que quer estimular a liberdade, criticar,
melhorar a qualidade de vida das pessoas. (JORGE, 2008, p.78)
Melhorar a qualidade de vida das pessoas. Se pensarmos nas necessidades diversas de
uma sociedade tão violenta como a nossa, tanto física, quanto emocionalmente,
encontraremos novas pautas em cada esquina. Encontraremos pautas para grandes reportagens
a cada piscar de olhos se acreditarmos, assim como LAGE (2008), que “a notícia independe,
em regra, das intenções dos jornalistas; a informação decorre de intenção, de uma “visão
jornalística” dos fatos” (p.114).
As notícias acontecem a todo momento, mas a produção da informação jornalística
está condicionada ao olhar do jornalista. O olhar que identifica, que contempla novos
aspectos, que critica, que analisa, que investiga. Para JORGE (2012), a informação
jornalística na reportagem “é a notícia ampliada. A notícia é o ponto de partida para a
reportagem.” (p.70). Na grande reportagem, o texto não se encerra na notícia, é apenas o
começo. Uma grande reportagem possibilita ao repórter explorar mais a fundo um assunto.
Para tanto, é necessário não se contentar com a notícia. É preciso querer saber mais, entender
como funciona, por que acontece, como se desenvolve.
Outra riqueza da grande reportagem é a humanização do relato. Para Sodré e Ferrari
(1986):
13
Nas condições de sofrimento de um indivíduo, filtradas pelas impressões de
um outro indivíduo, projetavam-se as dificuldades de uma nação em luta
pela vida. A humanização do relato, pois, é tanto maior quanto mais passa
pelo caráter impressionista do narrador. Diretamente ligada à emotividade, a
humanização se acentuará na medida em que o relato for feito por alguém
que não é só a testemunha da ação, mas também participa dos fatos. O
repórter é aquele “que está presente”, servindo de ponte (e, portanto,
diminuindo a distância) entre o leitor e o acontecimento. (SODRÉ E
FERRARI, 1986, p.15)
Infelizmente, esse formato não é tão utilizado no rádio. O jornalismo passa por severas
crises, por diversos motivos: seja pela (ainda) discussão da obrigatoriedade do diploma; pelos
novos hábitos dos consumidores; pelo novo jornalismo de 140 caracteres; pelos grandes
cortes de gastos; ou pela falta de recursos humanos suficientes para suprir as demandas
editoriais. A pressa da redação faz com que só a notícia seja a protagonista nos veículos
tradicionais, só há espaço para superficialidades.
4.2 Do meio de comunicação
Falar no rádio é como falar com amigos. É incrível como o rádio aproxima as pessoas
e facilita a comunicação entre elas. Trabalhando na Empresa Brasil de Comunicação – EBC,
vejo diariamente a importância do rádio na vida dos ribeirinhos e de outras pessoas que não
possuem outro meio de para se informar e para se comunicar com quem está distante. O rádio
não morreu, como se esperava, mas continua fazendo amigos, agradando antigos fiéis e
cativando novos ouvintes.
Quando defini o tema deste trabalho de conclusão de curso, em um primeiro momento
achei que seria melhor fazer um documentário audiovisual, por se tratar de um assunto que
envolve a imagem. Entretanto, como afirma MCLEISH (2001):
Ao contrário da televisão, em que as imagens são limitadas pelo tamanho da
tela, as imagens do rádio são do tamanho que você quiser. [...] Criada por
efeitos sonoros apropriados e apoiada pela música adequada, praticamente
qualquer situação pode ser trazida ao ouvinte. (MCLEISH, 2001, p. 15)
O amor pelo rádio falou mais alto. Além disso, ao mesmo tempo em que o meio
alcança milhões de pessoas, a linguagem é simples, dinâmica, informal, e voltada para uma
pessoa só, deixando cada ouvinte especial, como um amigo próximo.
14
O rádio também presta um serviço. Espera-se sempre um propósito informativo das
produções de rádio, mesmo dos programas de entretenimento. O rádio tem sempre algum
ensinamento para passar, alguma informação para acrescentar, mesmo que seja apenas para
fazer companhia ao ouvinte, e não somente fazer rir, ou para assegurar algum patrocínio,
como podemos ver em outros meios.
Acima de tudo, o que foi fundamental para a escolha do rádio como meio realizador
desta série de reportagens é a capacidade do rádio de romper com paradigmas e avançar
rapidamente ao coração do ouvinte. Por vezes, nossos olhos estão cobertos por escamas,
gostamos de criar padrões e colocar pessoas em caixinhas. No rádio não há espaço para isso.
Podemos imaginar a voz do outro lado como se ela pertencesse a qualquer pessoa. Como
conclui MCLESIH (2001), “no final das contas, o rádio é relacionamento”.(p.24)
4.3 Do tema
A bibliografia referente ao tema, dentro da Comunicação, é escassa. Grande parte dos
livros consultados que tratavam da obesidade está ligada à área de saúde e a como combatê-la,
o oposto do que se objetiva este trabalho. Entretanto, foram encontrados livros que abordam a
obesidade de forma sociológica e antropológica, como Sociologia da Obesidade, de Jean-
Pierre Poulain, e As metamorfoses do gordo, de Georges Vigarello, o qual relata a história da
obesidade e das transformações do modo de perceber a pessoa gorda ao longo dos séculos.
Essas leituras foram fundamentais para ganhar intimidade com o tema.
A história do gordo é, antes de mais nada, a história de uma depreciação
acusatória e de suas transformações, com suas verdades culturais e
ramificações socialmente marcadas. É também a das dificuldades
particulares sentidas pelo próprio obeso: uma infelicidade que o refinamento
das normas e a atenção crescente dada aos sofrimentos psicológicos sem
dúvida acentuam. É, por fim, a de um corpo passando por modificações que
a sociedade rejeita sem que a vontade possa sempre alterá-las.
(VIGARELLO, 2012)
Entretanto, estas obras abordam a obesidade de forma científica, e não humana.
Segundo Charnley, in MUNIZ (1986) a “notícia não é a morte do ditador, mas o relato que é
feito dessa morte.” (p.17) Ao conhecer novos fatos sobre a obesidade, foi inevitável pensar
em mostrar a história das pessoas que existem por trás deles. Como acrescenta MUNIZ
(1986), “o objetivo do texto não é noticiar o jogo, e sim mostrar o comportamento das
15
pessoas em relação a ele. Por isso não é notícia – é reportagem.” (p. 106) Não seria possível
abordar apenas um assunto, ou outro, mas sim os vários aspectos da vida da mulher gorda, na
formação de um produto que fosse dividido em temas e que, juntos, formassem um grande
conjunto de novas informações jornalísticas.
5. Percurso de Produção
Estas foram as etapas percorridas no processo de produção:
5.1 Estruturando a pesquisa
Segundo LAGE (2008), “a informação jornalística é a exposição que combina
interesse do assunto com o maior número possível de dados, formando um todo
compreensível e abrangente.” (p.112). Na primeira fase do planejamento, foi realizado um
levantamento de dados que seriam somados aos depoimentos das fontes. Fiz uma intensa
busca entre pesquisas acadêmicas, estudos sociais, dados oficiais e artigos da Internet que
falavam sobre obesidade, saúde e preconceito. Por conhecer bastante o assunto fiz, ainda, um
brainstorm de eventos os quais eu mesma tinha presenciado, e comecei a procurar histórias
semelhantes ou razões científicas para explicar o comportamento humano em relação às
mulheres gordas. Também li muitos livros sobre obesidade para entender os aspectos sociais
da mesma, mas descobri uma infindável lista de assuntos que eu não seria capaz de abordar e
esgotar em apenas uma grande reportagem.
Para Lage (2006):
Reportagens supõe outro nível de planejamento. Os assuntos estão sempre
disponíveis (a informação é matéria-prima abundante, como ar, e não
carente, como o petróleo) e podem ou não ser atualizados (ou tornados
oportunos) por um acontecimento. (LAGE, 2006, p.55)
Então, terminada a pesquisa, foi necessário delimitar os temas dos episódios. Após
análise dos materiais de estudo pesquisados e coletados para os programas, defini cinco
grandes temas que apontariam o norte de cada episódio, quais sejam: construção do padrão de
beleza; saúde; beleza e sensualidade; relacionamentos interpessoais e relações individuais e
emocionais com a comida. Dentro desses temas, escolhi as informações que entrariam em
16
cada episódio, o que me serviu como bússola para fazer uma lista de perguntas para
entrevistar as fontes.
Definidos os temas, era o momento de preparar um espelho de roteiro. Listei todos os
assuntos os quais gostaria de abordar em cada episódio, como pequenos capítulos que, juntos,
responderiam a 5 grandes perguntas: “Quando foi que ser gorda se tornou algo ruim?”; “Será
que eu, gorda, posso ser saudável?”; “Não me sinto bonita porque sou gorda. Por que não me
deixam vestir o que eu quero?”; “Por que minha mente reage de formas diferentes quando eu
como?”; e “Como eu lido com tudo isso?”
Com os dados na cabeça, o espelho nas mãos e uma lista de perguntas prontas, foi o
momento de seguir para o campo.
5.2 Escolha das fontes e entrevistas
Em cima dessas percepções foi feito um roteiro de perguntas que seriam feitos a todas
as fontes.
No sentido de manter a narrativa humanizada, as primeiras fontes escolhidas foram as
mulheres que compartilharam seus testemunhos de vida. Meu desejo era que essas mulheres
não fossem conhecidas do público, com a intenção de transmitir ao ouvinte a ideia de que os
fatos narrados poderiam acontecer a qualquer mulher, talvez próxima ao ouvinte: uma irmã ou
amiga, talvez. Dez mulheres foram escolhidas, por vários motivos: terem engordado
recentemente; terem dificuldades em encontrar roupas adequadas ao seu corpo; terem tido
algum tipo de distúrbio alimentar; terem sofrido algum tipo de preconceito, entre outros. No
entanto, como veremos mais adiante, todas responderam às mesmas perguntas. São elas:
Bárbara Pacheco, Bárbara Cruz, Débora Torquato, Marcela Aviani, Ana Cláudia Martins,
Juliana Cruz, Vanessa Souza, Rafaela Polito, Cláudia Belchior e Christiane Araújo.
Em seguida foram levantados os especialistas, de acordo com as necessidades de cada
episódio: Karen Carolina, nutricionista; Orlando Faria, especialista em obesidade; Carlene
Tenório, psicóloga; Lilian Lemos, dona de loja plus size; Fátima Moura, especialista em
sensualidade; as professoras de Sociologia e Comunicação, Tânia Mara Campos e Tânia
Montoro, o professor de Moda, Marco Antônio Vieira e o booker de modelos, Lindolfo
Rocha. Alguns desses especialistas participaram em mais de um episódio.
Por último, foram selecionados os representantes, que acrescentaram à reportagem no
sentido de apresentar uma solução, um testemunho de quem viveu e superou os conflitos
17
apresentados. São eles: a blogueira Paula Bastos, o desenhista Eduardo Santos, a miss plus
size Janaína Graciele, a modelo plus size Bárbara Monteiro, a fotógrafa Mariana Godoy, e a
jornalista Jéssica Balbino.
Após o levantamento das fontes, foi o momento de seguir para as entrevistas. De
acordo com o tempo estipulado no cronograma de atividades, seriam três semanas para
realizar todas elas.
Entre as mulheres “comuns”, identificadas no tópico anterior, a princípio, não houve
uma escolha prévia de qual seria designada para os cada um dos episódios. As perguntas
foram listadas para serem feitas a todas elas, como um script a ser seguido. Entretanto, como
bem observa Pereira Junior (2006):
Roteiro de perguntas pode ser muito útil. Se houver desvio, permite que se
retome o rumo da prosa, assim que puder. Ajuda a não esquecer do assunto
que o levou até o entrevistado. Roteiro de perguntas, no entanto, não é
camisa-de-força. Se a conversa toma novo rumo, convém aproveitar e estar
preparado para formular perguntas provocadas pelas situações. (PEREIRA
JUNIOR, 2006, p. 103)
Por isso, optei por manter o gravador ligado em todo o tempo de entrevista, para que
se pudesse estabelecer o tom de confiança entre a fonte e a entrevistadora em uma conversa
informal e aproximada.
De acordo com a definição de LAGE (2008), do ponto de vista dos objetivos, a
entrevistas da série Além da balança podem ser classificadas como testemunhais, que “trata-
se do relato do entrevistado sobre algo de que ele participou ou a que assistiu”; e como em
profundidade, em que “o objetivo da entrevista, aí, não é um tema particular ou específico,
mas a figura do entrevistado, a representação do mundo que ele constrói (...) a partir de seus
próprios depoimentos e impressões.” (p.75).
Em relação ao suporte utilizado para as entrevistas, a maioria foi feita pessoalmente,
pois, como observa JORGE (2008), o repórter humanista “não gosta de telefone, nem dos
meios indiretos para colher informações: prefere o olho no olho” (p.78). Foram realizadas por
telefone, em estúdio, as entrevistas com as fontes que moravam em outros estados ou estavam
em viagem.
Todas as entrevistas foram muito ricas em informação. Algumas corresponderam às
minhas expectativas em relação ao espelho de planejamento. Outras acrescentaram
informações que eu ainda não havia pensado. Um exemplo disso é o nome do programa, que
mudou de Muita areia pro seu caminhão, para Além da balança, após uma conversa com o
18
desenhista Eduardo Santos, que me fez compreender que para colocarmos alguém em situação
de igualdade não podemos fazê-lo querendo empurrar ou sobrepor nossas ideias sob outras
pessoas.
Do total de 25 entrevistados, 3 não aparecem no produto final pela restrição de tempo
dos episódios. Cada conversa durou, em média, 30 minutos, no total de cerca de 13 horas de
entrevistas.
5.3 Estrutura, Roteiro e Sequência
Essa etapa foi, sem sombra de dúvidas, a mais difícil de ser completada. Como
sabiamente observou KOTSCHO (2007), “trata-se de um trabalho de paciência, esse de
costurar numa ampla reportagem os pedaços de uma situação que está à vista de todo mundo
para quem quiser contar.” (p.55)
Fazer a decupagem de 13 horas de material me tomou uma semana de cronograma que
não estava prevista. Ouvi cada entrevista e escolhi as melhores falas. Em seguida, as separei
de acordo com os temas dos episódios. As complicações na agenda pessoal também forçaram
o aumento do prazo, o que fez com que as duas semanas programadas para o desenvolvimento
do primeiro roteiro se transformasse em apenas uma. Em cima dos depoimentos fui
costurando o roteiro, na tentativa de cumprir o que sugere LAGE (2006) quando afirma que
“o estilo da reportagem pode “narrar uma história, como fragmento de um romance.” (p.55)
Em termos de estrutura, após a análise do material decupado, estabelecemos o formato
deCABEÇA – VINHETA – TEXTO – CHAMADA PARA O PRÓXIMO EPISÓDIO. Cada
episódio possui um tema central que é desmembrado em pequenos capítulos, o que torna
viável uma cabeça para explicar do que se trata o episódio. Em relação à sequência, decidi
que o primeiro episódio deveria tratar de mudança e afirmação do padrão de beleza, para
inserir o ouvinte do contexto do objeto da série: a mulher gorda. Em seguida, passamos pela
desconstrução dos conceitos de saúde, para aproximarmos o ouvinte dessa mulher, até então
estigmatizada, para então, no terceiro episódio começarmos a enxergar sua beleza. O quarto
episódio mostra os transtornos e distúrbios que podem acontecer na cabeça da mulher gorda, e
para finalizar, confrontamos o ouvinte a conhecer, identificar e se enxergar nas situações de
preconceito pelas quais as mulheres gordas passam diariamente.
Segundo JORGE (2012), a reportagem é o “produto específico resultante do trabalho
de reportar determinados fatos, com a pretensão de aprofundar o assunto e provocar o
19
debate.” (p.70) Em busca de me aproximar da humanização e promover a reflexão do ouvinte,
aos poucos fui acrescentando as informações de artigos e estudos que foram selecionados na
fase de pesquisa, para agregar valor informativo aos depoimentos. Um aspecto importante a
ser destacado é a utilização da palavra “gorda” em todos os episódios, inclusive na vinheta de
abertura. O objetivo do uso é desconstruir a ideia comum de que a palavra representa um
xingamento, uma diminuição da mulher pelo fato de ela estar acima do peso classificado
como ideal pelo padrão do Índice de Massa Corporal (IMC). Optei, ainda, propositalmente,
por não citar qualquer informação sobre o peso e a altura das personagens, para evitar
qualquer construção mental e julgamento por parte do ouvinte.
Na primeira versão, cada episódio foi finalizado com uma média de 14 páginas, o que
daria em torno de 18 a 19 minutos de produção, que seria totalmente inviável. O material foi
revisado pelo meu orientador, Carlos Eduardo Esch, sendo aprimorado a cada revisão. Após
vários cortes, a média diminuiu para 8 páginas por episódio. O processo de correção do
roteiro durou uma semana.
5.4 Finalização
De acordo com MUNIZ (1986), “não é bastante ser verdadeira; reportagem tem que
parecer verdadeira – ser verossímil. Isso exige certa técnica na dosagem da seleção e
combinação de elementos.” (p.107)
Hora de ir para o estúdio, considerado por mim o momento mais prazeroso de todo o
processo. Para tornar a locução o mais verdadeira possível, optei por fazer a narração do
programa porque escrevi o texto com as minhas palavras, como se eu estivesse conversando
pessoalmente com alguma amiga. Dessa forma, a minha entonação já fazia parte do texto, o
que seria difícil de ser transmitido da mesma forma por outra pessoa. Gosto da ideia de entrar
no estúdio, é incrível essa sensação de se comunicar com alguém que posso nunca ter visto
pessoalmente, apenas por empatia. Gravei os 5 episódios em um dia: manhã e tarde.
Posteriormente, tive que retornar ao estúdio apenas uma vez para fazer alterações. Para as
participações especiais, convidei a colega de EBC, Élida Albuquerque, a bela voz das
chamadas da Tv Brasil, e o colega de UnB e repórter na Rádio Justiça, Ricardo Viula, dono de
voz doce que se encaixaria perfeitamente no texto inicial. Para gravar as cabeças e os
encerramentos, a colega Maria Paula Abreu que, profissionalmente, cresceu muito durante o
estágio na Rádio CBN.
20
A montagem foi feita por Richard Gomes, editor da Tv Brasil, companheiro de
profissão e de vida. Juntos, pensamos nas trilhas, efeitos e fizemos toda a sonorização da
série. Fizemos um primeiro corte, apenas esqueletando o material e limpando as sonoras. No
segundo corte, colocamos as trilhas e efeitos. No último corte foi feita a equalização e a
mixagem do material. O processo de finalização durou 3 semanas.
21
6. Considerações finais
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do
céu.” Eclesiastes 3:1
Foram 8 anos na universidade, começados na Universidade Federal do Rio Grande do
Norte e concluídos da Universidade de Brasília. Muita coisa aprendida. Muita vontade de
desistir. Muita vontade de honrar tudo que foi investido em mim: por meus pais, amigos,
mestres, funcionários, pelos cidadãos brasileiros, e por mim mesma. Muita, mas muita
vontade de vencer. Comecei em Rádio e TV, terminei o Audiovisual, mas me encontrei no
Jornalismo. Não descarto as duas habilitações anteriores, ao contrário, elas me completaram
profissionalmente e me fizeram compreender outras visões a respeito da Comunicação. É
tempo de fechar um ciclo.
A escolha de fazer uma grande reportagem como trabalho de conclusão de curso foi
extremamente feliz, naturalmente cansativa e seguramente prazerosa. Me envolvi em cada
detalhe da pré-produção, da produção e da pós-produção. Cresci como estudante, profissional
e pessoa por causa disso. Há 8 anos eu sequer imaginava que seria capaz de realizar este feito.
Da mesma forma, sequer imaginava que seria capaz de falar sobre algo que recai sobre mim
há tantos anos. O Jornalismo me deu a capacidade de lidar com temas sensíveis, não só para
mim, mas para outras tantas pessoas, usando a forma de me expressar com a qual mais me
identifico: a palavra.
Sobre a reportagem, foi interessante me descobrir através das minhas escolhas: como
vou começar este episódio? Diminuo o tempo e retiro informação? Qual a música que deve
entrar aqui? Esta reportagem teve as minhas melhores preferências.
Percebi como são complexas as especificidades do ser humano. A princípio, esperava
encontrar mulheres bem resolvidas com seus corpos e prontas para abaterem qualquer dúvida
a respeito de suas escolhas de enfrentar as regras do mundo, mas não foi o que eu encontrei.
Vi mulheres que se amam, sim, mas que todos os dias se questionam se deveriam continuar
lutando contra os padrões; ou se deveriam simplesmente ceder às regras e mudarem a si
mesmas na tentativa de se sentirem mais participantes da sociedade que as exclui. Eu mesma
penso nisso diariamente.
No início, era uma reportagem para mudar pensamentos; hoje, é uma reportagem para
refletir sobre como estamos nos relacionando, ou se estamos cometendo erros com pessoas
próximas a nós. Hoje, é uma reportagem para pensar em como gostaríamos de ser tratados se
estivéssemos no lugar dessas mulheres.
22
Referências Bibliográficas
BARBEIRO, Heródoto. DE LIMA, Paulo Rodolfo. Manual de Radiojornalismo: produção,
ética e internet. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
BARBOSA FILHO, André. Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São
Paulo: Paulinas, 2009.
Blogueiras feministas. Gordofobia: um assunto sério. Disponível em
<http://blogueirasfeministas.com/2012/09/gordofobia-um-assunto-serio/> Acesso em 14 out.
2015.
CÉSAR, Ciro. Como falar no rádio: prática de locução AM/FM. São Paulo: IBRASA, 1990.
CHANTLER, Paul. HARRIS, Sim. Radiojornalismo. São Paulo: Summus, 1998.
IZAÍ, Elma Bichara. Gordas e Gostosas. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
Falando sobre Gordofobia. Vários. Disponível em: <https://medium.com/falando-sobre-
gordofobia/latest> Acesso em 14 out. 2015.
FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Sagra
Luzzatto, 2001.
KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. São Paulo: Ática, 2007.
JORGE, Thaïs de Mendonça. Manual do Foca: Guia de sobrevivência para jornalistas. São
Paulo: Contexto, 2008.
LAGE, Nilson. Estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 2006.
LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de
Janeiro: Record, 2008.
23
LANCHA JR, Antonio Herbert. Obesidade – Uma Abordagem Multidisciplinar. São Paulo:
Guanabara Koogan, 2006.
MANSUR, Fabíola. Obesidade e Trabalho - Histórias de Preconceito e Reconhecimento
Vividas Por Trabalhadores Obesos. São Paulo: Vetor, 2003.
MCLEISH, Robert. Produção de Rádio: um guia abrangente de produção radiofônica. São
Paulo: Summus, 2001.
Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2014. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Disponível em: <
http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/abril/15/PPT-Vigitel-2014-.pdf > Acesso em
10 out. 2015.
Obesidade em Destaque. Obesos enfrentam preconceito no mercado de trabalho. Disponível
em: <http://www.obesidadeemdestaque.com/portal/30-obesidade-e-vida-social/26-obesos-
enfrentam-preconceito-no-mercado-de-trabalho.html> Acesso em 14 out. 2015.
Obesidade Severa. A discriminação, Estigma e a Obesidade. Disponível em: <
http://www.obesidadesevera.com.br/conteudo/noticias/noticias_full.asp?id=32> Acesso em
14 out. 2015.
OYAMA, Thaís. A arte de entrevistar bem. São Paulo: Contexto, 2009.
POULAIN, Jean-Pierre. Sociologia da Obesidade. São Paulo: Senac São Paulo, 2013.
PRADO, Magaly. Produção de Rádio: um manual prático. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. A apuração da notícia: métodos de investigação na imprensa.
Rio de Janeiro: Vozes, 2006.
R7 On Demand. Pesquisa mostra que obesos têm mais dificuldade para conseguir emprego.
Disponível em: < http://noticias.r7.com/videos/pesquisa-mostra-que-obesos-tem-mais-
24
dificuldade-para-^conseguir-emprego/idmedia/16d2eeeee35ec22512e1e1d226e226c5.html>
Acesso em 14 out. 2015.
SODRÉ, Muniz; FERRARI, Maria Helena. Técnica de Reportagem: Notas sobre a
narrativa jornalística. 7. ed. São Paulo: Summus, 1986.
TAVARES, Mariza. Manual de redação CBN. São Paulo: Globo, 2011.
Super Interessante. Onde os gordos não tem vez. Disponível em: <
http://super.abril.com.br/ciencia/onde-os-gordos-nao-tem-vez> Acesso em 14 out. 2015.
VIGARELLO, Georges. As metamorfoses do Gordo – História da Obesidade. Petrópolis:
Vozes, 2012.
WEBER, Watson Zuco. Você nunca ouviu nada igual: como o rádio pode mudar a sua vida.
Blumenau: Nova Letra, 2008.
Referência Audiovisual
CORREIO FEMININO. Ficção. Direção de Luiz Fernando Carvalho, BRASIL: GLOBO
FILMES, 2014. DVD (2 horas e 4 minutos), son., color.
Referência Radiofônica
Obesidade. Programa É Bom Saber. Rádio USP. Disponível em:
<http://www.radio.usp.br/?page_id=4889> Acesso em 14 nov. 2015.
25
ANEXOS
ANEXO 1 - CD com a série de reportagens Além da balança
26
ANEXO 2 - ALÉM DA BALANÇA – EPISÓDIO 1
CABEÇA: QUANDO ALGUÉM SE OLHA NO ESPELHO, O QUE VÊ?
SEU CORPO OU SUA ALMA? NA SÉRIE DE REPORTAGENS ALÉM
DA BALANÇA, VC VAI DESCOBRIR COMO É A VIDA DE UMA
MULHER QUE É RECONHECIDA PELO SEU CORPO: A MULHER
GORDA. CONHEÇA A HISTÓRIA DE ANA, DÉBORA, MARCELA,
BÁRBARA, PAULA E DE MUITAS OUTRAS MULHERES QUE
MOSTRAM QUE SEU VALOR NÃO ESTÁ SÓ NO REFLEXO DE UM
ESPELHO, ESTÁ MUITO ALÉM DO QUE OS OLHOS PODEM VER.
TEC: VINHETA ABERTURA
ABERTURA: ALÉM DA BALANÇA: UMA SÉRIE SOBRE A VIDA DA
MULHER GORDA
TEC: ENTRA MÚSICA E DESCE BG
LOC RICARDO: EMBRULHA TEUS OSSOS, MINHA AMIGA, E
GUARDA TEUS ATRATIVOS. ÉS DEMASIADO MAGRA. EU
APROVEITO BEM A VIDA, NÃO ME INTERESSA ABRAÇAR
ESQUELETOS. VOLTA PARA TEU MARIDO, ELE PODE GUARDAR
OS TOSTÕES, NÃO FAÇO NEGÓCIO ALGUM. MAS ELA ME
RESPONDEU, BAIXANDO O OLHAR: ÉS TU QUEM PREFIRO. NÃO
SOU MUITO GORDA, MAS NÃO É CULPA MINHA...
TEC: SOBRE E DESCE SOM
LOC: A MULHER DE CEM TOSTÕES, DESCRITA NA MÚSICA DE
GEORGE BRASSENS, FARIA MUITO SUCESSO NA CAPA DE
QUALQUER REVISTA ATUAL, MAS NO SÉCULO DEZENOVE, HÁ
QUASE 200 ANOS, A INFORTUNADA SENHORA SERIA JOGADA
DE ESCANTEIO POR APENAS UM MOTIVO: SER MAGRA. NO
SÉCULO DEZENOVE ERA ASSIM, MULHER BOA ERA MULHER
GORDA. PODE PARECER ESTRANHO OUVIR ISSO, JÁ QUE HOJE
EM DIA PRATICAMENTE TODAS AS MULHERES NO MUNDO
QUEREM TER O CORPO DA GISELE BUNDCHEN, MAS NÃO FOI
SEMPRE ASSIM. SE TIVESSE NASCIDO NO SÉCULO PASSADO,
ATÉ A GISELLE SERIA UM CANHÃO. PRA ENTENDER COMO
ISSO ACONTECEU, A GENTE VAI TER QUE VOLTAR UM
27
POUQUINHO NO TEMPO, MAIS PRECISAMENTE NA GRÉCIA
ANTIGA.
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: DESDE QUE O MUNDO É MUNDO O CORPO FEMININO É
APRECIADO PELO PONTO DE VISTA MASCULINO. POR VOLTA
DE 500 ANOS ANTES DE CRISTO, NA GRÉCIA ANTIGA, AS
MULHERES ERAM VISTAS COMO O SEXO FRÁGIL,
TOTALMENTE SUBMISSAS AOS HOMENS. E FOI COM ESSE
PENSAMENTO QUE O PADRÃO DE BELEZA COMEÇOU A SER
CONSTRUÍDO, COMO CONTA A PROFESSORA DO
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA, TÂNIA MARA CAMPOS.
SONORA TÂNIA MARA CAMPOS
LOC: PARA A SORTE DA GORDA, SE É QUE A GENTE PODE
CHAMAR DE SORTE, OS GREGOS GOSTAVAM DE UMA MULHER
CARNUDA. ELAS ERAM MAIS DESEJADAS PORQUE SEUS
QUADRIS ERAM PERFEITOS PARA GERAR MUITOS
DESCENDENTES. E FOI ASSIM POR UM BOM TEMPO. ENTRE O
RENASCENTISMO, EM 1400, E A ERA VITORIANA, EM 1900, A
MULHER GORDA REINOU PODEROSA E ABSOLUTA ENTRE A
PREFERÊNCIA MASCULINA. E DESDE ENTÃO, NÓS, MULHERES,
TEMOS QUE LIDAR COM ESSE PADRÃO QUE CONTINUA
DETERMINANDO ATÉ HOJE COMO O NOSSO CORPO TEM QUE
SER, E BRIGANDO ENTRE NÓS MESMAS PRA CONSEGUIR UM
LUGAR NA GALERIA DE MULHERES SOCIALMENTE
DESEJÁVEIS. COM A CHEGADA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL,
NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX, O CORPO DA MULHER
SE TORNA O REFLEXO DA POSIÇÃO SOCIAL DE SEU MARIDO.
TEC: ENTRA MÚSICA E EFEITOS DE LUTA
LOC: DE UM LADO DO RINGUE, A MAGRA: OPERÁRIA, POBRE,
FRACA, DOENTE DE OLHOS FUNDOS, INCAPAZ DE SEGURAR
UM FILHO NO VENTRE. DO OUTRO LADO, A GORDA: A RICA
VIRTUOSA, DE PELE MACIA E SEDOSA, COM BOM LEITE,
INTEIRAMENTE DEDICADA AO LAR E AOS DELEITES DO
28
MATRIMÔNIO. DO RESULTADO NINGUÉM DUVIDA: VITÓRIA DA
GORDA, E POR NOCAUTE.
TEC: EFEITO NOCAUTE
ASSIM, A MULHER GORDA DEFENDEU O CINTURÃO POR
ALGUM TEMPO E, DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO, EU GOSTARIA
DE DIZER PRA VCS QUE AS GORDAS VIVERAM FELIZES PARA
SEMPRE E, GRAÇAS À ELAS, TODO MUNDO HOJE PODE COMER
SEM MEDO DE ENGORDAR, MAS NÃO FOI ISSO QUE
ACONTECEU.
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO E DESCE BG
LOC: O MUNDO DÁ VOLTAS, E ENQUANTO A GENTE VIVER NO
SISTEMA DE MANDA QUE PODE E OBEDECE QUEM É MULHER,
O BACON DE HOJE PODE SER A BARRINHA DE PROTEÍNA DE
AMANHÃ. COM O AUMENTO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL, A
INSTALAÇÃO DEFINITIVA DO CAPITALISMO COM UMA
SOCIEDADE EXTREMAMENTE CONSUMISTA E O AUMENTO DO
NÚMERO DE MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO, O
MODELO DE MAGREZA EMERGE. NO LUGAR DA CURVA,
AGILIDADE. EM VEZ DE DELEITE, PRODUTIVIDADE, O QUE A
REVISTA VOGUE DE 1924 TRADUZIU MUITO BEM:
TEC: ENTRA TRILHA E DESCE BG
LOC ÉLIDA: A SILHUETA ESBELTA E ESPORTIVA, MEMBROS
FINOS E MUSCULOSOS, SEM GORDURA PARASITÁRIA. UMA
FIGURA ENERGÉTICA E ABERTA: EIS HOJE O IDEAL DE BELEZA
FEMININA.
TEC: SOBE E DESCE BG
LOC: FOI SOMENTE NA DÉCADA DE 40 QUE MODELO PADRÃO
DO CORPO MAGRO SE INSTALOU DEFINITIVAMENTE NA
SOCIEDADE. NÃO POR DECISÃO DAS PRÓPRIAS MULHERES,
MAS NOVAMENTE, POR AQUELES QUE TINHAM UM INTERESSE
ESPECIAL EM DEFINIR COMO O CORPO FEMININO DEVERIA
SER, COMO EXPLICA A PROFESSORA DA FACULDADE DE
COMUNICAÇÃO DA UNB, TÂNIA MONTORO:
29
SONORA TÂNIA MONTORO
LOC: BASTA IR À BANCA DE JORNAL E DAR UMA OLHADINHA
RÁPIDA NAS CAPAS DE REVISTA.
TEC: ENTRA TRILHA E DESCE BG
LOC ÉLIDA: “COMO EMAGRECER 3KG EM UMA SEMANA”,
“FIQUE LINDA EM 5 DIAS”, “A INCRÍVEL DIETA DA PROTEÍNA”
LOC: A IDÉIA DE SE TORNAR MAGRA TOMOU FORMA, GANHOU
FORÇA E TODOS OS DIAS O MUNDO MANDA UMA MENSAGEM
MUITO CLARA PARA TODAS AS MULHERES: MULHER BOA É
MULHER MAGRA. E A GENTE APRENDEU ISSO MUITO BEM.
SONORAS MULHERES: “VOCÊ GOSTARIA DE SER GORDA? NÃO.
POR QUE? PORQUE MAGRA EU ME SINTO MELHOR.
VOCÊ GOSTARIA DE SER GORDA? NÃO. POR QUÊ? NÃO SEI,
ACHO QUE EU NÃO ME SENTIRIA TÃO BONITA...
ACHA QUE NÃO. POR QUÊ? ACHO QUE EU NÃO ME SENTIRIA
BEM COM MEU CORPO.
QUANDO EU ENGORDO 2KG EU JÁ FICO INCOMODADA COMIGO
MESMA, EU ME SINTO PESADA, EU ME SINTO
DESCONFORTÁVEL.
VOCÊ GOSTARIA DE SER GORDA? AI, ÓBVIO QUE NÃO. POR
QUÊ? EU ME ACHO GORDA, TODOS FALAM QUE EU NÃO SOU,
MAS É PROBLEMA MESMO, REALMENTE, O PESO ASSIM, EM
RELAÇÃO A MIM, MEXE MUITO COM MINHA AUTOESTIMA.
LOC: MAS POR QUE A IDEIA DE SER GORDA É TÃO RUIM
ASSIM? PESQUISADORES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
ARIZONA, NOS ESTADOS UNIDOS, PERGUNTARAM A 100
MULHERES SE ELAS PREFERIRIAM SER GORDAS OU TER UMA
ENTRE 12 CONDIÇÕES SOCIALMENTE ESTIGMATIZADAS. ELES
SE SURPREENDERAM AO CONSTATAR QUE SEIS MULHERES
PREFEREM SER CEGAS A SEREM GORDAS. OUTRAS
ENTREVISTADAS OPTARAM PELO ALCOOLISMO,
CONTAMINAÇÃO POR HERPES E ATÉ DEPRESSÃO NO LUGAR
30
DO SOBREPESO. SEGUNDO A PROFESSORA TÂNIA MARA
CAMPOS, DEPOIS QUE SER MAGRA SE TORNOU O PADRÃO,
NENHUMA MULHER QUER SER GORDA PORQUE ACREDITA QUE
ASSIM ELA NÃO SERÁ ACEITA PELA SOCIEDADE.
SONORA TÂNIA MARA CAMPOS
LOC: QUANDO ESSE PERFIL DE APARENTE PRODUTIVIDADE
NÃO É IDENTIFICADO EM UMA PESSOA, ELA É ISOLADA DO
CONVÍVIO SOCIAL. POR NÃO SER IGUAL ÀS OUTRAS, A
JORNALISTA E BLOGUEIRA PAULA BASTOS FOI REJEITADA
DURANTE A INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA.
SONORA PAULA BASTOS
LOC: ESSE AFASTAMENTO DO CONVÍVIO SOCIAL TEM NOME:
ESTIGMATIZAÇÃO, OU SEJA: CLASSIFICAR ALGUÉM POR UMA
CARACTERÍSTICA DIFERENTE DAS QUE SÃO CONSIDERADAS
IMPORTANTES PARA UM DETERMINADO GRUPO. A
ESTIGMATIZAÇÃO JÁ FAZ PARTE DA VIDA DE ALGUMAS
PESSOAS HÁ MUITO TEMPO. NO BRASIL, NEGROS E
HOMOSSEXUAIS CONVIVEM DIARIAMENTE COM O PESO DO
ESTIGMA. A MULHER TAMBÉM, PRINCIPALMENTE SE ELA FOR
GORDA. A JORNALISTA PAULA BASTOS SABE O QUE É ESTAR
FORA DO PADRÃO.
SONORA PAULA BASTOS
LOC: ALGUNS AGENTES QUE AUMENTAM A ESTIGMATIZAÇÃO
SÃO BEM CONHECIDOS E ESTÃO PRESENTES TODOS OS DIAS
DENTRO DE MUITAS CASAS: JORNAIS, REVISTAS, PROGRAMAS
DE TV, ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS E ATÉ OS FILMES. BÁRBARA
PACHECO É ARTISTA DA ESCOLA DE TEATRO MUSICAL DE
BRASÍLIA. GORDA ASSUMIDA E BEM RESOLVIDA, ELA
RECONHECE NO DIA A DIA DO TEATRO A DIVISÃO DESIGUAL
NOS PAPÉIS ENTRE MULHERES GORDAS E MAGRAS.
SONORA BÁRBARA PACHECO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
31
LOC: NA TELEVISÃO BRASILEIRA O PADRÃO IDENTIFICADO
POR BÁRBARA SE CONFIRMA. PERSONAGENS GORDAS EM
NOVELAS TÊM COMO CARACTERÍSTICA PRINCIPAL O FATO DE
SEREM GORDAS, OU FAZEM PARTE DO NÚCLEO DE COMÉDIA
DAS PRODUÇÕES.
TEC: TRECHO DO PROGRAMA ZORRA TOTAL
LOC: NO JORNALISMO, GORDO SÓ APARECE SE FOR PRA
PERDER PESO EM REALITY SHOW.
TEC: ABERTURA DO QUADRO “IDEAL PRA VOCÊ”
LOC: BÁRBARA PACHECO TEM QUE SE ESFORÇAR PARA SER
RECONHECIDA POR SEUS TALENTOS COMO DANÇARINA,
ATRIZ E CANTORA, E NÃO POR SEU CORPO. NOS PALCOS DO
TEATRO, ELA CONVIVE COM O PRECONCEITO DO PÚBLICO E
DOS PRÓPRIOS COLEGAS.
SONORA BÁRBARA PACHECO
LOC: APESAR DAS DIFICULDADES, BÁRBARA PROCURA
COMPREENDER A SITUAÇÃO E LIDAR COM A REJEIÇÃO DA
MELHOR FORMA POSSÍVEL.
SONORA BÁRBARA PACHECO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO E DESCE BG
LOC: E É PRA PENSAR SOBRE O TUDO ISSO QUE A GENTE TÁ
AQUI, PRA MOSTRAR O MUNDO A PARTIR DO PONTO DE VISTA
DA BÁRBARA E DE OUTRAS MULHERES QUE ACREDITAM QUE
ALÉM DA APARÊNCIA EXISTE UMA MULHER COMO OUTRA
QUALQUER, NEM MELHOR, NEM PIOR, APENAS IGUAL. COM OS
MESMOS ANSEIOS, PROBLEMAS, ALEGRIAS E MEDOS. PRA
MOSTRAR QUE EXISTE ALGUÉM ALÉM DA BALANÇA.
TEC: TRILHA ENCERRAMENTO
ENCERRAMENTO: NOS PRÓXIMOS EPISÓDIOS DA SÉRIE ALÉM
DA BALANÇA, VC VAI SABER, NA PRÁTICA, QUAIS SÃO OS
EFEITOS DO PRECONCEITO NA VIDA DE MULHERES GORDAS, E
COMO ELAS LIDAM DE FORMAS DIFERENTES QUANDO ELES
32
AFETAM A SAÚDE, A FEMINILIDADE, O EMOCIONAL E ATÉ OS
SEUS RELACIONAMENTOS.
ANEXO 3 - ALÉM DA BALANÇA – EPISÓDIO 2
CABEÇA: SERÁ QUE GORDO PODE SER SAUDÁVEL? NO
EPISÓDIO DE HOJE VC VAI DESCOBRIR QUE ESTAR MAGRA
NEM SEMPRE É ESTAR SAUDÁVEL, E QUE AS APARÊNCIAS
PODEM ENGANAR QUANDO O ASSUNTO É SAÚDE.
TEC: VINHETA DE ABERTURA
ABERTURA: ALÉM DA BALANÇA – UMA SÉRIE SOBRE A VIDA
DA MULHER GORDA
LOC: O BRASILEIRO ESTÁ BUSCANDO UMA VIDA MAIS
SAUDÁVEL. SEGUNDO PESQUISA REALIZADA PELA IPSOS, UMA
DAS GRANDES EMPRESAS DE PESQUISA E INTELIGÊNCIA DO
MUNDO, A MAIOR PREOCUPAÇÃO DE 64% DOS BRASILEIROS É
COM A SAÚDE. TER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E
PRATICAR ATIVIDADES FÍSICAS TRAZEM RESULTADOS
IMEDIATOS AO CORPO, COMO A MELHORA DO
CONDICIONAMENTO FÍSICO, POR EXEMPLO. ENTRETANTO, IR
AO CONSULTÓRIO MÉDICO É A MELHOR FORMA DE
DESCOBRIR SE ESTAMOS SAUDÁVEIS OU NÃO. ATRAVÉS DOS
EXAMES CLÍNICOS, PODEMOS VERIFICAR SE O CORPO ESTÁ
FUNCIONANDO BEM, OU O QUE É PRECISO MUDAR PARA
ESTAR COM A SAÚDE EM DIA. COM A MAIORIA DAS PESSOAS É
ASSIM, MAS PARA A MULHER GORDA, IR AO CONSULTÓRIO
NEM É NECESSÁRIO. A PROFESSORA DÉBORA TORQUATO
APRENDEU DESDE CEDO QUE, QUANDO SE TRATA DA SAÚDE
DELA, TODO MUNDO VIRA MÉDICO SÓ DE OLHAR.
SONORA DÉBORA TORQUATO
TEC: ENTRA E DESCE BG
LOC: A OBESIDADE TEM CRESCIDO NO PAÍS. DE ACORDO COM
O RELATÓRIO DE 2014 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, 52,5% DOS
BRASILEIROS, OU SEJA, 104 MILHÕES DE PESSOAS ESTÃO COM
33
SOBREPESO. EM 2006, ESSE ÍNDICE NÃO PASSAVA DOS 43%.
ESPECIALISTA EM CIRURGIAS BARIÁTRICAS, O DR ORLANDO
FARIA ACREDITA QUE O AUMENTO DE PESO TEM CAUSAS BEM
ANTIGAS.
SONORA DR ORLANDO
LOC: NOSSOS HÁBITOS MUDARAM, MAS O PADRÃO DE
BELEZA, NÃO. PARA A PROFESSORA DA FACULDADE DE
COMUNICAÇÃO DA UNB, TÂNIA MONTORO, A PREOCUPAÇÃO
COM A SAÚDE SE TORNOU UMA DAS MAIORES DESCULPAS
PARA JUSTIFICAR A NECESSIDADE DE ESTABELECER O CORPO
MAGRO COMO O IDEAL.
SONORA TÂNIA MONTORO
LOC: AS MULHERES ACUMULAM MAIS GORDURA QUE OS
HOMENS. ISSO ACONTECE PORQUE O CORPO ENTENDE QUE
ELAS PRECISAM DE MAIS ENERGIA PARA GERAR E
AMAMENTAR OS FILHOS. MAS COMO A GENTE VIU NO
EPISÓDIO ANTERIOR, O TEMPO DE SER GORDA JÁ PASSOU, E
POR MAIS QUE A GENTE SE PREOCUPE EM ESTAR SAUDÁVEL, A
VIDA EM SOCIEDADE FAZ COM QUE A GENTE DÊ
IMPORTÂNCIA A OUTRA COISA: O PESO INDICADO NA
BALANÇA. E NA CORRIDA EM BUSCA DO PADRÃO DE BELEZA
IDEAL, QUEM É QUE SE PREOCUPA DE VERDADE COM A
SAÚDE?
SONORA JULIANA CRUZ
LOC: A ADVOGADA JULIANA CRUZ É SINCERA, MAS OS
JORNAIS, A TV E OS ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS, NÃO. EM UMA
BUSCA RÁPIDA NA INTERNET, OU EM REVISTAS FEMININAS,
DÁ PRA TER UMA IDEIA DE COMO A SOCIEDADE SE PREOCUPA
COM A NOSSA SAÚDE. SÓ QUE NÃO. AS DIETAS DA REVISTA TE
DIZEM COMO EMAGRECER CINCO QUILOS EM CINCO DIAS,
COMO CHAPAR A BARRIGA, COMO FICAR LINDA PARA O FIM
DE SEMANA... SAÚDE NÃO TEM, NÃO, MAS É CADA DIETA QUE
APARECE... E ESSAS DIETAS A JULIANA CONHECE MUITO BEM.
SONORA JULIANA CRUZ
34
LOC: ACOSTUMADA A TRATAR CASOS COMO O DE JULIANA, A
NUTRICIONISTA COMPORTAMENTAL KAREN CAROLINA ACHA
IMPORTANTE O CUIDADO COM O CORPO E O HÁBITO DE TER
UMA DIETA EQUILIBRADA, MAS AFIRMA QUE OS RISCOS DE
SEGUIR UMA DIETA SEM SUPERVISÃO SÃO ALTOS.
SONORA DRA KAREN
LOC: DEPOIS DE FAZER TANTAS DIETAS, JULIANA APRENDEU
QUE A BUSCA CEGA PELO PADRÃO NÃO VALE A PENA.
SONORA JULANA CRUZ
TEC: TRILHA DE TRANSIÇÃO
LOC: AINDA DE ACORDO COM O RELATÓRIO DO MINISTÉRIO
DA SAÚDE, A OBESIDADE É UM DOS FATORES DE RISCO PARA
DOENÇAS CRÔNICAS, COMO DIABETES E PRESSÃO ALTA, MAS
NÃO É O ÚNICO, O QUE TORNA A FALTA DE INFORMAÇÃO A
MAIOR ALIADA DOS PRECONCEITOS CONTRA A OBESIDADE.
UM ESTUDO PUBLICADO NO JORNAL AMERICANO DE
NUTRIÇÃO CLÍNICA, EM 2015, REVELOU QUE O SEDENTARISMO
LEVA A DUAS VEZES MAIS MORTES QUE ESTAR ACIMA DO
PESO. A EQUIPE ACOMPANHOU 334 MIL HOMENS E MULHERES
NA EUROPA POR 12 ANOS E CONCLUIU QUE APENAS VINTE
MINUTOS DE ATIVIDADE FÍSICA DIÁRIA JÁ REDUZ EM 30% O
RISCO DE MORTE PREMATURA. O FATO COLOCA MAGROS E
GORDOS EM IGUALDADE NO QUE DIZ RESPEITO À PRÁTICA DE
ATIVIDADES FÍSICAS E ISSO NÃO TEM NADA A VER COM PESO.
EXISTE OUTRO FATOR MUITO DISCUTIDO NA COMUNIDADE
MÉDICA: O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, O IMC. FACILMENTE
ENCONTRADO NA INTERNET, O CÁLCULO É SIMPLES: O PESO
DIVIDIDO PELO DOBRO DA ALTURA. DE ACORDO COM A
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, PESSOAS COM O IMC
ENTRE 25 E 30 ESTÃO COM SOBREPESO. E DE 30 EM DIANTE JÁ
SÃO CLASSIFICADAS COM OBESOS. O DR ORLANDO AFIRMA
QUE O TESTE É VÁLIDO ATÉ CERTO PONTO, MAS É
INCOMPLETO E NÃO PODE SER A ÚNICA FORMA DE AVALIAR
SE ALGUÉM ESTÁ SAUDÁVEL OU NÃO.
35
SONORA DR ORLANDO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: MESMO TENTANDO ADQUIRIR HÁBITOS MAIS
SAUDÁVEIS, A DIFICULDADE DE MANTER A DIETA FAZ PARTE
DO RELATO DE MUITAS MULHERES. EXPERIENTE NO ASSUNTO,
A PROFESSORA DÉBORA TORQUATO DESCREVE BEM ESSA
SAGA.
SONORA DÉBORA TORQUATO
LOC: PARA A DRA KAREN, É DIFÍCIL PERMANECER NA ROTINA
DE ALIMENTAÇÃO PORQUE A MAIORIA DAS DIETAS
APLICADAS HOJE EM DIA NÃO CONTEMPLA ASPECTOS
IMPORTANTES COMO A SAÚDE EMOCIONAL, E
PRINCIPALMENTE, O METABOLISMO.
SONORA DRA KAREN
LOC: A NUTRICIONISTA TRABALHA COM SEUS PACIENTES
CONCEITOS COMO AMOR PRÓPRIO E PRAZER EM CUIDAR DO
CORPO. PARA ELA, A SAÚDE É MAIS IMPORTANTE QUE OS
NÚMEROS INDICADOS NA BALANÇA.
SONORA DRA KAREN
LOC: A DISCUSSÃO SOBRE OS ASPECTOS QUE ENVOLVEM A
OBESIDADE É AMPLA. JÁ EXISTEM ESTUDOS NOS ESTADOS
UNIDOS QUE APONTAM O QUE, NA PRÁTICA, A DRA KAREN
CAROLINA JÁ PODE VER EM SEU CONSULTÓRIO: QUE ATÉ
CERTO PONTO, É POSSÍVEL SER GORDA E ESTAR SAUDÁVEL.
SONORA DRA KAREN
LOC: A SECRETÁRIA EXECUTIVA CHRISTIANE ARAÚJO É UM
EXEMPLO DISSO. APESAR DE ESTAR ACIMA DO QUE O IMC
CLASSIFICA COMO PESO IDEAL, ELA MANTÉM UMA ROTINA DE
EXERCÍCIOS E ESTÁ COM OS EXAMES MÉDICOS EM DIA.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
36
LOC: CUIDAR DE SI MESMA É FUNDAMENTAL. MAS TER UMA
VIDA SAUDÁVEL ESTÁ MUITO ALÉM DO QUE OS OLHOS PODEM
VER. PARA A DRA KAREN, TER SAÚDE É ESTAR BEM CONSIGO
MESMA, INDEPENDENTE DA OPINIÃO DOS OUTROS.
SONORA DRA KAREN
TEC: SOBE SOM
ENCERRAMENTO: NO PRÓXIMO EPISÓDIO DO ALÉM DA
BALANÇA VC VAI CONHECER HISTÓRIAS DE PESSOAS QUE SE
DEDICAM A DESCONSTRUIR A IDÉIA DE QUE SER GORDA É SER
FEIA E MOSTRAM QUE A BELEZA ESTÁ NOS OLHOS DE QUEM
VÊ.
ANEXO 4 - ALÉM DA BALANÇA – EPISÓDIO 3
CABEÇA: UM DOS MAIORES OBSTÁCULOS DA MULHER GORDA
É SE SENTIR BONITA E SENSUAL. NO EPISÓDIO DE HOJE VC VAI
DESCOBRIR QUE EM UM MUNDO DE PADRÕES MAGROS, ELAS
TEM DIFICULDADES ATÉ PARA ENCONTRAR ROUPAS
ADEQUADAS AO SEU TIPO DE CORPO. MAS JÁ EXISTEM
PESSOAS QUE ESTÃO TRABALHANDO PARA MUDAR ESSE
CENÁRIO.
TEC: VINHETA DE ABERTURA
ABERTURA: ALÉM DA BALANÇA – UMA SÉRIE SOBRE A VIDA
DA MULHER GORDA
TEC: ENTRA E DESCE BG
LOC: O CONCEITO DE BELO É ALGO MUITO RELATIVO. PRA
ALGUMAS PESSOAS, É UMA PARTE DO CORPO: AS PERNAS, OS
OLHOS. PRA OUTRAS, PODE SER UM ASPECTO DA
PERSONALIDADE: O BOM HUMOR, A INTELIGÊNCIA. TEM
GENTE QUE ACHA ATÉ QUE A BELEZA DEPENDE DO SALDO NA
CONTA BANCÁRIA. MAS SE EU TE PEDIR PRA PENSAR AGORA
EM UMA MULHER QUE VC ACHE BONITA, EM QUEM VC
PENSARIA?
37
TEC: EFEITO TEMPO
LOC: E AÍ, ELA É GORDA?
TEC: EFEITO SIRENE
LOC: NA MULHER GORDA, A BELEZA NÃO ESTÁ MUITO LIGADA
AO CORPO, NÃO, ESTÁ LIGADA A OUTRAS COISAS, COMO
DESCREVE A SECRETÁRIA EXECUTIVA CHRISTIANE ARAÚJO.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: SÓ A PALAVRA GORDA EM SI JÁ É CONSIDERADA POR
MUITOS COMO OFENSA. PARA A JORNALISTA RAFAELA POLITO
ESSE É UM TABU EXISTENTE ATÉ MESMO ENTRE AS
MULHERES GORDAS.
SONORA RAFAELA POLITO
LOC: A ARTISTA BÁRBARA PACHECO JÁ FOI XINGADA DE
GORDA. BEM RESOLVIDA E COM UMA AUTOESTIMA QUE
MUITAS MULHERES GOSTARIAM DE TER, ELA DIZ QUE HOJE
NÃO SE ABALA MAIS COM ESSE TIPO DE SITUAÇÃO.
SONORA BÁRBARA PACHECO
LOC: APESAR DE ESSE AINDA SER UM PENSAMENTO TÍMIDO
ENTRE A MAIORIA DAS PESSOAS, JÁ TEM MUITA GENTE
COMEÇANDO A ACEITAR A IDEIA DE QUE SER GORDA É TER
UMA CARACTERÍSTICA FÍSICA COMO OUTRA QUALQUER. A
ESTUDANTE BÁRBARA CRUZ É UMA DELAS. DEPOIS DE
ENGORDAR POR CAUSA DE UM TRATAMENTO PARA
DEPRESSÃO, ELA TRATOU LOGO DE DAR UM CHEGA PRA LÁ
NO PRECONCEITO.
SONORA BÁRBARA CRUZ
LOC: PARA BÁRBARA, NÃO SÓ QUESTÃO DE ACEITAR, MAS
TAMBÉM DE ADMIRAR E VER BELEZA NO PRÓPRIO CORPO.
SONORA BÁRBARA CRUZ
38
LOC: AS MUDANÇAS DE BÁRBARA NÃO FORAM SOMENTE NO
FORMATO DO CORPO E NO JEITO DE PENSAR. POR GANHAR
PESO TÃO RÁPIDO, ELA TEVE UMA GRANDE MUDANÇA EM
OUTROS ASPECTOS DE SUA VIDA, INCLUSIVE EM UM QUE É
ESPECIAL PRA TODAS AS MULHERES.
SONORA BÁRBARA CRUZ
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: A ESTUDANTE NÃO É A ÚNICA A TER DIFICULDADES
PARA ENCONTRAR ROUPAS ADEQUADAS. ATÉ POUCO TEMPO
ATRÁS, AS PEÇAS DISPONÍVEIS NO MERCADO ERAM
VOLTADAS PARA MULHERES QUE VESTIAM DO 36 AO 42, O QUE
TORNAVA IMPOSSÍVEL PRA UMA MULHER GORDA
ENCONTRAR O QUE VESTIR. O ESTILO DA GORDA NÃO ERA O
QUE ELA QUERIA, ERA O QUE CABIA. PARA DIMINUIR A
DISTÂNCIA ENTRE A PASSARELA E A VIDA REAL, AINDA NA
DÉCADA DE SETENTA FOI CRIADO, DENTRO DAS INDÚSTRIAS
DE MODA NORTE-AMERICANAS, O TERMO PLUS SIZE, PARA
DESIGNAR OS MANEQUINS ACIMA DE 44. AQUI NO BRASIL, O
TERMO SE POPULARIZOU APENAS HÁ CERCA DE CINCO ANOS,
COMO EXPLICA O COORDENADOR DO CURSO DE DESIGN DE
MODA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO IESB, MARCO ANTÔNIO
VIEIRA.
SONORA MARCO ANTÔNIO VIEIRA
LOC: NA DÉCADA DE 50 A MÍDIA CONTRIBUIU PARA A
PROPAGAÇÃO DO PADRÃO DE BELEZA MAGRO, COMO A
GENTE VIU LÁ NO PRIMEIRO EPISÓDIO DO ALÉM DA BALANÇA.
HOJE, O REFORÇO DA MODA PLUS SIZE É A INTERNET. AS
BLOGUEIRAS PLUS SIZE CHAMARAM A ATENÇÃO DAS MARCAS
DE ROUPA PARA UM PÚBLICO COM ALTO POTENCIAL DE
COMPRA E GRANDE CARÊNCIA DE MERCADO. A JORNALISTA
PAULA BASTOS FOI UMA DAS PRIMEIRAS A FALAR SOBRE O
ASSUNTO.
SONORA PAULA BASTOS
39
LOC: EM 2009, PAULA CRIOU O “GRANDES MULHERES”, O
PRIMEIRO BLOG DE MODA, COMPORTAMENTO E BELEZA
VOLTADO PARA AQUELAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NO
PADRÃO. A NECESSIDADE DESSAS MULHERES EM TER UM
TRABALHO VOLTADO PRA ELAS ERA TÃO GRANDE, QUE A
RESPOSTA FOI IMEDIATA.
SONORA PAULA BASTOS
LOC: OTIMISTA, A BLOGUEIRA ACREDITA QUE O MERCADO
NÃO VOLTA MAIS ATRÁS E TEM TUDO PRA CONTINUAR
CRESCENDO.
SONORA PAULA BASTOS
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: O MERCADO PLUS SIZE ESTÁ CRESCENDO. SEGUNDO
DADOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO VESTUÁRIO -
ABRAVEST, ELE CRESCE 6% POR ANO E MOVIMENTA CERCA DE
R$ 5 BILHÕES DE REAIS. AINDA ASSIM, A MULHER GORDA TEM
MUITA DIFICULDADE PRA ENCONTRAR ROUPAS QUE VISTAM
BEM NO CORPO. A SECRETÁRIA EXECUTIVA CHRISTIANE
ARAÚJO PASSA RAIVA NA HORA DE COMPRAR ROUPA.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: A DIFICULDADE NÃO ESTÁ SÓ EM ENCONTRAR ROUPAS
DE CIMA, NÃO, ESTÁ NA ROUPA DE BAIXO TAMBÉM. A
CHRISTIANE FICA SEM GRAÇA QUANDO ESTÁ A SÓS COM
ALGUÉM.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: O PREÇO DAS ROUPAS É UMA RECLAMAÇÃO COMUM
ENTRE AS MULHERES GORDAS. FAZENDO UMA PESQUISA
RÁPIDA PELA INTERNET, UMA REGATA BRANCA EM UMA LOJA
PLUS SIZE PODE CUSTAR ATÉ 4 VEZES O VALOR DA MESMA
PEÇA EM UMA LOJA TRADICIONAL. DEPOIS DE SOFRER PARA
ENCONTRAR NAS LOJAS AS ROUPAS QUE GOSTARIA DE USAR,
A CONSULTORA DE MODA LILIAN LEMOS RESOLVEU ABRIR
SUA PRÓPRIA LOJA VIRTUAL, A SOU PLUS. A EMPRESÁRIA
40
RECONHECE QUE OS CUSTOS PARA SE PRODUZIR UMA ROUPA
PLUS SIZE SÃO MAIS ALTOS.
SONORA LILIAN LEMOS
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: O MERCADO PLUS SIZE ABRIU PORTAS PARA OUTROS
PROFISSIONAIS DA MODA. BÁRBARA MONTEIRO É MODELO
PLUS SIZE HÁ 5 ANOS, UMA PIONEIRA NO RAMO. E BEM
SUCEDIDA TAMBÉM: ELA CONSEGUE VIVER APENAS COM A
RENDA OBTIDA PELOS TRABALHOS COMO MODELO, MESMO
ATUANDO EM UM GRUPO AINDA CONSIDERADO PEQUENO EM
RELAÇÃO AO GIGANTE MERCADO FASHION. ELA ACREDITA A
MODA PLUS SIZE SE APROXIMA MAIS DA REALIDADE DO
CORPO FEMININO.
SONORA BÁRBARA MONTEIRO
LOC: A MODELO GARANTE QUE NA AGÊNCIA NÃO HÁ
DIFERENCIAÇÃO NO TRATAMENTO ENTRE AS MODELOS PLUS
E AS MODELOS FASHION, NEM NO CACHÊ: TODO MUNDO
RECEBE IGUAL. NO ENTANTO, SE NA AGÊNCIA NÃO HÁ
PRECONCEITOS, NO DIA-A-DIA DA MODELO, BÁRBARA AFIRMA
QUE AS COISAS PODEM SER UM POUCO DIFERENTES.
SONORA BÁRBARA MONTEIRO
LOC: MESMO SENDO MAIS FLEXÍVEL, O MERCADO TAMBÉM
TEM SUAS NORMAS. APESAR DE O PLUS SIZE ATUAR DOS
MANEQUINS 44 AO 60, AS MODELOS DEVEM VESTIR 44 OU 46,
OU SEJA: ATÉ PARA QUEM ESTÁ FORA DO PADRÃO, TEM UM
PADRÃO.
SONORA BÁRBARA MONTEIRO
LOC: PARA O PROFESSOR MARCO ANTÔNIO VIEIRA, É
ESSENCIAL QUE O MERCADO DA MODA PERCEBA E LEVE EM
CONSIDERAÇÃO QUE ESTAR NA MODA É REALÇAR O QUE
TEMOS DE MAIS BONITO: A DIFERENÇA.
SONORA MARCO ANTÔNIO VIEIRA
41
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: FAZER COM QUE AS MULHERES GORDAS SE SINTAM
BONITAS TAMBÉM É O DESEJO DE OUTRAS PESSOAS, COMO O
DESIGNER EDUARDO SANTOS, O EDULL. ATRAVÉS DE SEUS
DESENHOS, O RECIFENSE MOSTRA QUE A GORDA TAMBÉM
PODE SER BONITA. EDULL FICOU FAMOSO NA INTERNET POR
RECRIAR AS PRINCESAS DA DISNEY E AS SUPER-HEROÍNAS
DOS QUADRINHOS COM UM POUCO MAIS DE CURVAS QUE O
HABITUAL.
SONORA EDULL
LOC: A INSPIRAÇÃO PARA O PROJETO VEIO DA SUA PRÓPRIA
PREFERÊNCIA EM RELAÇÃO ÀS MULHERES GORDAS. E POR
CAUSA DELA ATÉ ELE SOFRE PRECONCEITO.
SONORA EDULL
LOC: O TRABALHO DE EDULL CORREU O MUNDO E TEVE
RETORNO POSITIVO NO AUMENTO DA AUTOESTIMA DAS
MULHERES NÃO SÓ DESSA GERAÇÃO, MAS DAS PRÓXIMAS
TAMBÉM.
SONORA EDULL
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: SE JÁ É DIFÍCIL SE ACHAR BONITA, IMAGINA SE ACHAR
SENSUAL. A CHRISTIANE TEM ESSA DIFICULDADE. A PRESSÃO
DE TER UM CORPO PADRÃO É TANTA, QUE ELA JÁ NÃO
CONSEGUE SE ACHAR ATRAENTE SÓ PELO FATO DE SER
GORDA.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: PARA A PERSONAL SEXY TRAINER FÁTIMA MOURA, A
SENSUALIDADE ESTÁ MUITO ALÉM DA FORMA FÍSICA.
PROFESSORA HÁ 22 ANOS, ELA RECEBE EM SEU ESTÚDIO, EM
SÃO PAULO, MUITAS MULHERES GORDAS QUE ESTÃO EM
BUSCA DE RESGATAR SUA SENSUALIDADE NATURAL. ELA
CRIOU UM MÉTODO EXCLUSIVO E ENSINA SUAS ALUNAS
42
TÉCNICAS PARA SE DESPIR, PREPARAR O AMBIENTE E,
PRINCIPALMENTE, RECONHECER E DESTACAR OS PONTOS
FORTES EM SI MESMAS. E É ASSIM QUE SE DESENVOLVE O QUE
ELA ACREDITA SER A MAIOR ARMA DE SEDUÇÃO DA MULHER:
A AUTOESTIMA.
SONORA FÁTIMA MOURA
LOC: AO FINAL DO CURSO, AS ALUNAS COMEMORAM OS
RESULTADOS.
SONORA FÁTIMA MOURA
LOC: ASSIM COMO FÁTIMA, A BLOGUEIRA PAULA BASTOS
APRENDEU QUE SUA BELEZA NÃO ESTÁ LIGADA SOMENTE AO
SEU CORPO, MAS SIM, QUE A REAL BELEZA VEM DE DENTRO.
SONORA PAULA BASTOS
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: O CONCEITO DE BELO É ALGO MUITO RELATIVO. PRA
ALGUMAS PESSOAS, É UMA PARTE DO CORPO: AS PERNAS, OS
OLHOS. PRA OUTRAS, PODE SER UM ASPECTO DA
PERSONALIDADE: O BOM HUMOR, A INTELIGÊNCIA. MAS PRO
ALÉM DA BALANÇA, BELO MESMO É SER DO JEITO QUE SE É.
TEC: SOBE BG
ENCERRAMENTO: NO PRÓXIMO EPISÓDIO VC VAI CONHECER
MULHERES QUE VIVEM VERDADEIRAS HISTÓRIAS DE AMOR E
ÓDIO COM A COMIDA.
ANEXO 5 - ALÉM DA BALANÇA – EPISÓDIO 4
CABEÇA: NO EPISÓDIO DE HOJE VC VAI DESCOBRIR QUE
EXISTE UMA RELAÇÃO EMOCIONAL ENTRE A MULHER GORDA
E A COMIDA. E QUE ASSIM COMO QUALQUER RELAÇÃO, ELA
POSSUI MOMENTOS BONS E RUINS, MAS TODOS TORCEM PARA
UM FINAL FELIZ.
43
TEC: VINHETA DE ABERTURA
ABERTURA: ALÉM DA BALANÇA – UMA SÉRIE SOBRE A VIDA
DA MULHER GORDA
LOC: A RELAÇÃO ENTRE A GORDA E A COMIDA É, NA
VERDADE, UMA HISTÓRIA DE AMOR.
TEC: TRILHA ROMÂNTICA E DESCE BG
LOC: EXISTE UM BRILHO NOS OLHOS DA MULHER GORDA QUE
NINGUÉM NA TERRA CONSEGUE PROPORCIONAR. NEM UMA
PAISAGEM BONITA, UM DIA DE SOL... SÓ COMIDA MESMO. É
AQUELA PAZ DO CHOCOLATE DEPOIS DO TRABALHO, O
CONSOLO DE UM POTE DE SORVETE NOS DIAS DE FOSSA, O
OLHAR CARINHOSO DE UMA COXINHA, O VERMELHO PAIXÃO
DO ESPAGUETE À BOLONHESA...
LOC: A COMIDA É UMA DAS MELHORES AMIGAS DA MULHER.
HISTORICAMENTE, AS MULHERES ESTÃO MAIS LIGADAS AOS
ALIMENTOS QUE OS HOMENS: ELAS ESTÃO ENVOLVIDAS EM
TODO O RITUAL DA ALIMENTAÇÃO FAMILIAR, DESDE O
PREPARO ATÉ O MOMENTO DA MESA PRONTA PARA A
REUNIÃO EM FAMÍLIA. PARA A PSICÓLOGA CARLENE
TENÓRIO, QUEM AMA, ALIMENTA.
SONORA DRA CARLENE
LOC: A CIÊNCIA TAMBÉM EXPLICA O AMOR ENTRE A MULHER
E A COMIDA. AS MULHERES ESTÃO MAIS SUJEITAS À
VARIAÇÃO DE HUMOR POR CAUSA DA MONTANHA RUSSA
HORMONAL PELA QUAL PASSAMOS PERIODICAMENTE. EM
TEMPOS DE TPM, NÓS SOMOS CAPAZES DE AGREDIR ALGUÉM
EM BUSCA DE UM CARBOIDRATO. ISSO ACONTECE PORQUE A
ALIMENTAÇÃO INFLUENCIA DIRETAMENTE O NOSSO SISTEMA
NERVOSO. QUANDO COMEMOS ALGO RICO EM CARBOIDRATOS
DE ALTO ÍNDICE DE AÇÚCAR, OU SEJA, DOCES E MASSAS,
NOSSO CORPO LIBERA UMA DOSE DE SEROTONINA, UM
NEUROTRANSMISSOR QUE ENVIA SINAIS DE SATISFAÇÃO,
SACIEDADE, CALMA E ALEGRIA AO NOSSO CÉREBRO. OU SEJA:
44
SEROTONINA É BOM DEMAIS. A PROFESSORA E AMANTE DOS
DOCES, DÉBORA TORQUATO, CONCORDA.
SONORA DÉBORA TORQUATO
LOC: E QUANDO A GENTE JUNTA A SEROTONINA A MOMENTOS
IMPORTANTES DA NOSSA VIDA, GENTE, É MUITO DIFÍCIL
LIDAR. A DOUTORA CARLENE COMPREENDE.
SONORA DRA CARLENE
TEC: LISTA ACELERA ATÉ O “TUDO ENVOLVE COMIDA”
LOC: O CHURRASCO DE FORMATURA, A CERVEJINHA DO
CARNAVAL, O PEIXE DA SEMANA SANTA, O PERU DE NATAL, O
BOLO DE CASAMENTO, O CACHORRO-QUENTE DO
ANIVERSÁRIO, O SANDUBÃO MORTE-LENTA DEPOIS DA
BALADA, A PIPOCA DO CINEMA, A PIZZA DO DOMINGO, O
FRANGO A PASSARINHO DO HAPPY HOUR, O PASTEL DA FEIRA,
OS DOCINHOS DO ANIVERSÁRIO DE CRIANÇA... TUDO
ENVOLVE COMIDA. SE VC ESTIVER EM FAMÍLIA, ENTÃO... A
DÉBORA TORQUATO SABE COMO É.
SONORA DÉBORA TORQUATO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: E AÍ A GENTE VOLTA AO PROBLEMA DO PRIMEIRO
EPISÓDIO DO ALÉM DA BALANÇA: NÃO PODE SER GORDA. E
COMO TODO RELACIONAMENTO AMOROSO TEM SUAS CRISES,
ENTRE A MULHER E A COMIDA NÃO PODERIA SER DIFERENTE.
SÓ QUE DESSA VEZ, DEPOIS DE DISCUTIR A RELAÇÃO, QUEM
VAI DORMIR NO SOFÁ É A MULHER. A JORNALISTA VANESSA
SOUZA DESCOBRIU ISSO A DURAS PENAS. DURANTE SUA
INFÂNCIA, VANESSA NÃO ERA GORDA. ELA NÃO SE ACHAVA.
MAS SEUS COLEGAS DE ESCOLA, SIM.
SONORA VANESSA
LOC: PRA FUGIR DOS JULGAMETOS, ELA AOS POUCOS FOI
MUDANDO SEUS HÁBITOS. DEPOIS DE UM TEMPO, ACABOU
MUDANDO SUA VIDA.
45
SONORA VANESSA
LOC: FOI NO SEU PRIMEIRO RELACIONAMENTO, AOS 15 ANOS
DE IDADE, QUE VANESSA COMEÇOU A DESENVOLVER A
BULIMIA, UM DISTÚRBIO ALIMENTAR EM QUE A PESSOA
OSCILA ENTRE A INGESTÃO EXAGERADA DE ALIMENTOS, UM
SENTIMENTO DE CULPA POR COMER E EPISÓDIOS DE VÔMITOS
E USO DE LAXANTES PARA EVITAR O GANHO DE PESO.
SONORA VANESSA
LOC: POR SORTE, O RELACIONAMENTO NÃO DUROU MUITO
TEMPO. APÓS O TÉRMINO, AOS POUCOS, VANESSA FOI SE
RECUPERANDO DA DOENÇA. MAS ERA SÓ O COMEÇO. POUCO
TEMPO DEPOIS ELA COMEÇOU UM NOVO RELACIONAMENTO,
MAS VOLTOU AO ENGORDAR COM AS ALTERAÇÕES
HORMONAIS OCASIONADAS PELO USO DA PÍLULA
ANTICONCEPCIONAL. O NAMORADO NÃO FICOU SATISFEITO.
SONORA VANESSA
LOC: SEM MUITA CONSCIÊNCIA DO ESTAVA ACONTECENDO,
VANESSA CAIU DE NOVO NA BULIMIA.
SONORA VANESSA
LOC: A JORNALISTA PERMANECEU ASSIM POR 1 ANO E MEIO.
NÃO DORMIA, NÃO SE CONCENTRAVA, ESTAVA PÁLIDA E
ESTRESSADA. ELA, QUE ERA ATIVA E PRATICOU BASQUETE
POR 17 ANOS, NÃO TINHA SEQUER ÂNIMO PARA SE
EXERCITAR.
SONORA VANESSA
LOC: VANESSA TERMINOU O NAMORO E COMEÇOU, SOZINHA,
UM TRABALHO INTENSO DE RECUPERAÇÃO.
SONORA VANESSA
LOC: HOJE, VANESSA ESTÁ BEM. ALIMENTA-SE
NORMALMENTE, VOLTOU A SE EXERCITAR E SE CASOU COM
UM COMPANHEIRO QUE GOSTA DELA EXATAMENTE COMO
ELA É. CORAJOSA, DESCOBRIU EM SI MESMA A FORÇA
46
NECESSÁRIA PARA SEGUIR SUA VIDA E AMAR A SI MESMA,
INDEPENDENTE DO QUE FALEM SOBRE ELA.
SONORA VANESSA
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: A HISTÓRIA DE VANESSA É EXTREMA, MAS PODE
ACONTECER COM QUALQUER PESSOA QUE TENHA ALGUM
TIPO DE COMPULSÃO. A COMPULSÃO ALIMENTAR ACONTECE
QUANDO TEMOS VONTADE DE COMER SEM TER FOME, OU NÃO
DEIXAMOS DE COMER MESMO QUANDO JÁ ESTAMOS
SATISFEITOS. SEGUNDO A PSICÓLOGA CARLENE TENÓRIO, A
COMPULSÃO NÃO É UMA CAUSA, E SIM, UM EFEITO.
SONORA DRA CARLENE
LOC: TODOS NÓS BUSCAMOS O EQUILÍBRIO ENTRE AS DORES E
OS PRAZERES DA VIDA DE VÁRIAS FORMAS: UM HOBBY, UMA
RELIGIÃO, UMA VIAGEM, COMPRAS, ÁLCOOL... OU COMIDA,
COMO É O CASO DA SECRETÁRIA EXECUTIVA CHRISTIANE
ARAÚJO:
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: DEPOIS QUE A CHRISTIANE ENCONTROU O CONFORTO NA
COMIDA, ELA PASSOU A USÁ-LA PARA COMPENSAR A
ANSIEDADE. NA HORA EM QUE ELA COMIA, ELA SE SENTIA EM
PAZ.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: PARA A NUTRICIONISTA KAREN CAROLINA, UMA
GRANDE ALIADA DA COMPULSIVIDADE É A FALTA DE
COMUNICAÇÃO COM O NOSSO PRÓPRIO CORPO E NOSSOS
INSTINTOS MAIS PRIMITIVOS.
SONORA DRA KAREN
LOC: A DRA CARLENE TAMBÉM CHAMA ATENÇÃO PARA
OUTRO ASPECTO NEGATIVO DA COMPULSÃO, A CULPA.
SONORA DRA CARLENE
47
LOC: DEPOIS DE VÁRIOS EPISÓDIOS COMPULSIVOS, A
CHRISTIANE AFIRMA QUE É EXATAMENTE ASSIM QUE
ACONTECE.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: PARA A DOUTORA CARLENE, A MELHOR FORMA
ENCONTRAR O EQUILÍBRIO É TRABALHAR AS CAUSAS. A
TOLERÂNCIA É UM DOS PONTOS FORTES DO TRATAMENTO.
SONORA DRA CARLENE
LOC: APESAR DAS DIFICULDADES, CHRISTIANE CONTINUA NO
CAMINHO PARA O TÃO DESEJADO EQUILÍBRIO. E PARA ELA, SE
A OPINIÃO NÃO FOR AJUDAR, É MELHOR NEM FALAR. POR QUE
NO FINAL DAS CONTAS, TODO MUNDO TEM PROBLEMA.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: A ARTISTA BÁRBARA PACHECO JÁ DEFINIU SEU STATUS
DE RELACIONAMENTO COM A COMIDA. HOJE ELA SE ENCAIXA
NO GRUPO DAS QUE AMAM COMER E NÃO SENTEM A MENOR
CULPA POR ISSO.
SONORA BÁRBARA PACHECO
LOC: NESSA RELAÇÃO DE AMOR, ELA JÁ ENCONTROU SUA
METADE DA LARANJA E ESTÁ TÃO BEM QUE ACHA ATÉ
ESTRANHO QUEM NÃO SE SENTE DA MESMA FORMA.
SONORA BÁRBARA PACHECO
LOC: APÓS ANOS DE RELACIONAMENTO, PARA BÁRBARA, A
JORNADA FICA MAIS BONITA A CADA REFEIÇÃO. PARA
CHRISTIANE, A HISTÓRIA AINDA PODE SER REESCRITA A
QUALQUER MOMENTO.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: NA ALEGRIA OU NA TRISTEZA, NA SAÚDE OU NA
DOENÇA, TODO RELACIONAMENTO TEM SUAS CRISES. E
48
PASSAR POR ELAS, DE CERTA FORMA, NOS DEIXA MAIS
FORTES. O QUE IMPORTA É CADA UM SEGUIR A SUA HISTÓRIA
E BUSCAR SEMPRE O SEU FINAL FELIZ.
TEC: SOBE BG
ENCERRAMENTO: NO PRÓXIMO EPISÓDIO VC VAI SABER COMO
AS MULHERES GORDAS LUTAM PELO RESGATE DE SUA
AUTOESTIMA, COMO ELAS LIDAM COM O PRECONCEITO E
COMO ISSO AFETA SEUS RELACIONAMENTOS NO AMOR, NO
TRABALHO E NA FAMÍLA.
ANEXO 6 - ALÉM DA BALANÇA – EPISÓDIO 5
CABEÇA: NO ÚLTIMO EPISÓDIO DA SÉRIE ALÉM DA BALANÇA
VC VAI SABER COMO A MULHER GORDA CONVIVE COM O
PRECONCEITO, E COMO ISSO AFETA SEUS RELACIONAMENTOS
NO TRABALHO, NA FAMÍLIA E NO AMOR. E AINDA VAI
CONHECER A HISTÓRIA DE MULHERES QUE DESCOBRIRAM
QUE, JUNTAS, PODEM VENCER QUALQUER OBSTÁCULO E
RECUPERAR SUA AUTOESTIMA.
TEC: VINHETA DE ABERTURA
ABERTURA: ALÉM DA BALANÇA – UMA SÉRIE SOBRE A VIDA
DA MULHER GORDA
LOC: ACORDOU, TOMOU CAFÉ E SAIU PRA TRABALHAR. ERA
UMA DIA NORMAL NA VIDA DA JORNALISTA JÉSSICA
BALBINO. MAS NAQUELA SEGUNDA-FEIRA, ALGO DE
DIFERENTE ACONTECEU:
SONORA JÉSSICA BALBINO
LOC: PARA MUITAS PESSOAS, SER CHAMADA DE GORDA SERIA
UMA OFENSA, MAS PRA JÉSSICA, NÃO.
SONORA JÉSSICA BALBINO
LOC: ESSE FOI APENAS UM EXEMPLO DO QUE UMA MULHER
GORDA PODE PASSAR TODOS OS DIAS. PARA A BIBLIOTECÁRIA
49
ANA CLÁUDIA MARTINS AS MANIFESTAÇÕES DE
PRECONCEITO NÃO ESCOLHEM HORA, NEM LUGAR PRA
ACONTECER.
SONORA ANA CLÁUDIA
LOC: O PRECONCEITO FOI DE GRAÇA, MAS QUEM SOFRE A
VIOLÊNCIA PAGA UMA CONTA ALTA: CONSTRANGIMENTO,
HUMILHAÇÃO E VERGONHA. SÃO AS COISAS SIMPLES DO DIA-
A-DIA QUE MACHUCAM MAIS E SÓ QUEM É GORDO, SABE,
COMO NOS CONTA A SECRETÁRIA EXECUTIVA CHRISTIANE
ARAÚJO.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: O TERMO GORDOFOBIA É NOVO. ELE FOI ESCOLHIDO
PARA DEFINIR A SENSAÇÃO DE DESCONFORTO OU REPULSA À
PESSOAS GORDAS. ISSO ENVOLVE DESDE AS MANIFESTAÇÕES
VERBAIS, AGRESSÕES FÍSICAS OU PSICOLÓGICAS, ATÉ A
PRIVAÇÃO DOS DIREITOS BÁSICOS, COMO SENTAR
CONFORTAVELMENTE NUMA CADEIRA DE ÔNIBUS OU AVIÃO,
POR EXEMPLO, COMO ACONTECEU COM A CHRISTIANE.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: MESMO NÃO CONSIDERANDO A PALAVRA GORDA COMO
OFENSA, A JORNALISTA JÉSSICA BALBINO FOI À POLÍCIA
FAZER O BOLETIM DE OCORRÊNCIA PELA TENTATIVA DE
AGRESSÃO NO MURO DE SUA CASA. INFELIZMENTE, OS
RESPONSÁVEIS AINDA NÃO FORAM ENCONTRADOS. PRA ELA,
A DESCONSTRUÇÃO DO PRECONCEITO DEVE SER DIÁRIA.
SONORA JÉSSICA BALBINO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: AS AGRESSÕES TAMBÉM PODEM CHEGAR ATÉ O LOCAL
DE TRABALHO. A BIBLIOTECÁRIA ANA CLÁUDIA MARTINS FOI
ALVO DE PRECONCEITO PELO PRÓPRIO CHEFE.
SONORA ANA CLÁUDIA
50
LOC: UMA PESQUISA DA EMPRESA DE RECRUTAMENTO CATHO
ONLINE COM PROFISSIONAIS DE ALTA GERÊNCIA APONTOU
QUE, DOS 16 MIL ENTREVISTADOS, 59,1% ADMITIRAM TER
ALGUM TIPO DE OBJEÇÃO NA HORA DE CONTRATAR
FUNCIONÁRIOS OBESOS. MESMO SABENDO QUE COMPETÊNCIA
NÃO SE MEDE POR APARÊNCIA FÍSICA, PARA A ARTISTA
BÁRBARA PACHECO, ESSE TIPO DE INJUSTIÇA MACHUCA.
SONORA DÉBORA PACHECO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: SEGUINDO O CAMINHO CONTRÁRIO, EXISTEM PESSOAS
QUE SE DEDICAM A LUTAR CONTRA O PRECONCEITO E
AJUDAR OUTRAS PESSOAS A CONQUISTAR NOVOS ESPAÇOS.
JANAÍNA GRACIELE É MISS BRASÍLIA PLUS SIZE. GANHADORA
DE CONCURSOS DE BELEZA QUANDO ERA MAGRA, ENGORDOU
BASTANTE POR CONTA DE ALIMENTAÇÃO DESREGRADA,
INSÔNIA, ESTERESSE E DO CANSAÇO PELA CRIAÇÃO DOS 3
FILHOS. PRA FUGIR DA DEPRESSÃO, SE INCREVEU NO
CONCURSO DE MISS E SUA VIDA NUNCA MAIS FOI A MESMA.
SONORA JANAÍNA
LOC: JANAÍNA RESOLVEU COMPARTILHAR A RECEITA NÃO SÓ
COM UMA, MAS COM TODAS AS SEGUIDORAS. DEPOIS DO
CONCURSO ELA CRIOU O GRUPO BSB PLUS SIZE PARA AJUDAR
MULHERES INSATISFEITAS COM SEUS CORPOS A RESGATAREM
SUA AUTOESTIMA. O GRUPO HOJE CONTA COM DUZENTAS
MULHERES, QUE ENCONTRARAM NAS REUNIÕES O PORTO
SEGURO DE QUE PRECISAVAM PRA ALCANÇAR A FELICIDADE.
SONORA JANAÍNA
LOC: A CADA QUINZE DIAS O GRUPO REALIZA REUNIÕES COM
A PRESENÇA DE UMA PSICÓLOGA. ALÉM DAS REUNIÕES, ELAS
MANTÊM CONTATO EM UM GRUPO NO FACEBOOK E POR
WHATSAPP. ASSIM, TODAS FICAM UNIDAS E PODEM SE
AJUDAR NOS MOMENTOS DE DIFICULDADE.
SONORA JANAÍNA
51
LOC: A MASSOTERAPEUTA CLÁUDIA BELCHIOR É UMA DAS
INTEGRANTES DO GRUPO. ELA SE INTERESSOU PELO
TRABALHO DE RESGATE DA AUTOESTIMA, ENTROU EM
CONTATO COM JANAÍNA E COMEÇOU A FREQUENTAR AS
REUNIÕES.
SONORA CLÁUDIA
LOC: OS ENCONTROS DERAM CERTO. DEPOIS DE MUITO CHORO
E DESABAFO, COM AJUDA, CLÁUDIA DESCOBRIU QUE PODERIA
SER BONITA DO JEITO QUE ELA É.
SONORA CLÁUDIA
LOC: E DA ANTIGA CLÁUDIA, ELA NÃO QUER SABER MAIS.
SONORA CLÁUDIA
LOC: ASSIM QUE ACABO A ENTREVISTA E DESLIGO O
GRAVADOR, CLÁUDIA DÁ UM FORTE ABRAÇO EM JANAÍNA E
CHORANDO, AGRADECE POR TODA A SUA AJUDA E AMIZADE.
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: ÀS VEZES, A MULHER GORDA NEM PRECISA SAIR DE
CASA PARA OUVIR COMENTÁRIOS INDESEJADOS. PARA A
CHRISTIANE ISSO JÁ SE TORNOU COSTUME.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: QUANDO SE É A ÚNICA GORDA DA FAMÍLIA, AS COISAS
PODEM SER UM POUCO MAIS COMPLICADAS. NA CASA DA
PROFESSORA DE INGLÊS MARCELA AVIANI É ASSIM. TODO
MUNDO MAGRO.
SONORA MARCELA
LOC: A MARCELA ENGORDOU, FEZ A CIRURGIA BARIÁTRICA,
EMAGRECEU E QUANDO ACHOU QUE IA FICAR EM PAZ... SE
ENGANOU. AGORA ELES SE PREOCUPAM PARA QUE ELA NÃO
ENGORDE DE NOVO. MAS ELA NÃO TA LIGANDO MUITO PRA
ISSO.
52
SONORA MARCELA
LOC: ENQUANTO A ENTREVISTA ACONTECE, O PAI, A MÃE E A
IRMÃ DE MARCELA SAEM PARA ACADEMIA. MARCELA FICA.
ELA DIZ QUE DOMINGO NÃO É DIA QUE PRESTE PRA FAZER
ISSO. AGORA, CADA UM É LIVRE PARA FAZER O QUE DESEJA E
TODO MUNDO VIVE MAIS FELIZ ASSIM.
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: SE NAS RELAÇÕES FAMILIARES JÁ EXISTE UM CAMINHO
ABERTO E COM BOM ASFALTO PARA ENCONTRAR A
FELICIDADE, PARA ALGUMAS MULHERES O CAMINHO PARA
ENCONTRAR UM AMOR AINDA É COMO UMA ESTRADA DE
TERRA ESBURACADA NO MEIO DA MATA FECHADA. A
SECRETÁRIA EXECUTIVA CHRISTIANE ARAÚJO ATÉ TENTA
FAZER A TRILHA, MAS AFIRMA QUE ESTÁ DIFÍCIL ENCONTRAR
ALGUÉM QUE QUEIRA ASSUMIR UM RELACIONAMENTO.
SONORA CHRISTIANE ARAÚJO
LOC: HÁ QUEM DIGA QUE OS HOMENS PREFEREM AS GORDAS.
HÁ, INCLUSIVE, EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS DE QUE ELES
AINDA TEM, INCONSCIENTEMENTE, A PREFERÊNCIA POR
AQUELAS MULHERES DE ANCAS LARGAS QUE A GENTE
DESCREVEU LÁ ATRÁS, NO PRIMEIRO EPISÓDIO DA SÉRIE. MAS
A PRESSÃO SOCIAL FAZ COM QUE A PREFERÊNCIA VÁ POR
ÁGUA ABAIXO, COMO RELATA A ARTISTA BÁRBARA
PACHECO.
SONORA BÁRBARA PACHECO
LOC: A INSATISFAÇÃO COM O CORPO ATRAPALHA ATÉ A VIDA
SEXUAL DA MULHER. DE ACORDO COM UMA PESQUISA
REALIZADA PELA FEMBIDO, UMA INSTITUIÇÃO DO REINO
UNIDO, 52% DAS MULHERES EVITAM RELAÇÕES SEXUAIS COM
SEUS PARCEIROS POR SE SENTIREM GORDAS. O
LEVANTAMENTO OUVIU A OPINIÃO DE 4 MIL PESSOAS E
DESCOBRIU QUE 13% DAS ENTREVISTADAS SÓ TEM RELAÇÕES
SEXUAIS COM AS LUZES APAGADAS POR CONTA DO EXCESSO
DE PESO. E UMA EM CADA 10 GOSTARIA DE SER MAIS
53
AVENTUREIRA NA CAMA, MAS SE SENTE PRESA ÀS POSIÇÕES
TRADICIONAIS DEVIDO À VERGONHA DE SUA APARÊNCIA,
COMO CONTA A JORNALISTA PAULA BASTOS.
SONORA PAULA BASTOS
LOC: UM EXPERIMENTO SOCIAL REALIZADO NOS ESTADOS
UNIDOS COM USUÁRIOS DE APLICATIVOS DE
RELACIONAMENTO REVELOU QUE O MAIOR MEDO DAS
MULHERES ERA DE QUE O HOMEM FOSSE UM ASSASSINO EM
SÉRIE, ENQUANTO O MEDO DOS HOMENS ERA QUE A MULHER
FOSSE GORDA. AQUI NO BRASIL, A PROFESSORA DÉBORA
TORQUATO TENTOU ENGATAR EM UM RELACIONAMENTO,
MAS O PRÍNCIPE VIROU SAPO.
SONORA DÉBORA TORQUATO
TEC: TRILHA TRANSIÇÃO
LOC: APESAR DE TUDO, COMO TODO MUNDO, ESSAS
MULHERES SEGUEM VIVENDO. DEPOIS DE TANTAS
EXPERIÊNCIAS, DÉBORA APRENDEU A SE DEFENDER.
SONORA DÉBORA TORQUATO
LOC: GORDAS OU NÃO, O QUE A JORNALISTA JÉSSICA BALBINO
E TODAS AS MULHERES QUEREM, DE VERDADE, É SEREM
VISTAS COMO ELAS SÃO. E SEREM VALORIZADAS PELO QUE SE
VÊ ALÉM DO PESO, ALÉM DA FORMA, ALÉM DA BALANÇA.
SONORA JÉSSICA BALBINO
TEC: SOBE SOM
ENCERRAMENTO: A SÉRIE ALÉM DA BALANÇA É O TRABALHO
DE CONCLUSÃO DE CURSO DA GRADUANDA MARJA GOMES,
DA FACULDADE DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA. REPORTAGEM: MARJA GOMES. LOCUÇÃO: MARIA
PAULA ABREU. PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS DE RICARDO VIULA
E ÉLIDA ALBUQUERQUE. TRABALHOS TÉCNICOS: RICHARD
GOMES, GLAUBER OLIVEIRA E ANDRÉ LUIZ. ORIENTAÇÃO:
PROFESSOR CARLOS EDUARDO ESCH.
54
ANEXO 7 - CRONOGRAMA
Etapa Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Planejamento x
Pesquisa x
Coleta de Informações/Fontes x
Entrevistas x
Decupagem x
Texto x
Gravação em Estúdio x
Edição x
Parte escrita x
Entrega da 1ª versão x
Correções x
Entrega da 2ª versão x
Entrega do Material Final x
ANEXO 8 - ORÇAMENTO
DESPESA VALOR
Xerox – Impressões R$ 70,00
Combustível R$ 150,00
TOTAL R$ 220,00