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ALINHAMENTO PARA RESULTADOS NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
José Henrique Paim Fernandes
Manoela Dutra Macedo
João Paulo Mota
Ludimila Guilherme Martins
1. INTRODUÇÃO
O alinhamento das diretrizes institucionais com os desafios de Governo representa uma questão chave para o desempenho organizacional. O desempenho, por sua vez, está intrinsecamente correlacionado ao alcance de resultados, sendo que estes resulta-dos são precedidos de uma adequada integração e interconexão entre os elementos estratégicos organizacionais, setoriais e go-vernamentais.
Para o desenvolvimento da gestão com foco nos resultados, é fundamental possuir um modelo que atenda a essas especifi-cidades. Considerando esse contexto, o Ministério da Educação (MEC) revisou sua principal referência de ação estratégica, o Pla-no de Desenvolvimento da Educação (PDE 1), por meio do alinha-mento das diversas fontes de orientação estratégica, buscando, de forma mais específica, integrá-lo às agendas intersetoriais e gover-namentais.
Este capítulo elucida os esforços empreendidos e resultados iniciais alcançados no processo de construção do PDE 2 por meio da aplicação de diversas metodologias de alinhamento estratégico para: a revisão da Agenda Estratégica (Plano de Desenvolvimento da Educação 2), o alinhamento da estrutura implementadora e a de-finição do modelo de Monitoramento e Avaliação (M&A).
Capítulo 1
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2. ANTECEDENTES: A TRAJETÓRIA DO MEC EM GESTÃO PARA RESULTADOS
O Ministério da Educação desenvolveu em 2009-2010 seus objetivos estratégicos com a finalidade de alcançar uma situação de futuro desejada. Todavia, além dos objetivos estratégicos, o MEC possui outras relevantes agendas de orientação estratégica, tais como o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE1), o Plano Nacional de Educação (PNE 2011/2020)1 e o Plano Plurianual (PPA 2012/2015), sendo que cada qual possui propósitos e escopos espe-cíficos, bem como a existência de sobreposições e lacunas.
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE1) foi lançado em 2007 e tem como objetivo a melhoria da qualidade da educação no País como foco na visão sistêmica do itinerário formativo. O PDE1 possui mais de 40 ações e programas de governo direcionados para promover uma educação equitativa e de boa qualidade. Essas ações e programas são organizados em torno de quatro eixos: educação básica; educação profissional; alfabetização e educação superior.
O Plano Nacional de Educação (PNE 2011/2020) traz o con-junto de 10 diretrizes e 20 metas desdobradas em estratégias espe-cíficas para sua concretização. O PNE representa, sobretudo, o prin-cipal direcionador de resultados das políticas educacionais.
O Plano Plurianual (2012/2015), recém elaborado, contempla as diretrizes orçamentárias formuladas com vistas a refletir os pla-nos de governo, para fins de assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias do Ministério e com os respectivos planos de educação, a fim de viabi-lizar sua plena execução.
Adicionalmente, o Ministério da Educação concebeu o SIMEC (Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle), uma ferramenta informatizada de gestão (operacional e estratégica) que permite o acompanhamento intensivo das iniciativas e resultados,
1 Os trabalhos foram realizados com base na versão preliminar do Plano Nacional de Educação elaborado pelo MEC. Até a finalização desta publicação, o Plano Na-cional de Educação (PNE - PL 8035/10) encontrava-se em tramitação e análise no Congresso Nacional.Gov
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favorecendo o alcance da agenda de governo, assim como o au-mento do nível de inter-relação entre as diversas áreas do Minis-tério. O SIMEC foi implantado em 2005 e ao longo dos anos foram criados novos módulos com funções correlacionadas tanto ao mo-nitoramento e avaliação, quanto à execução orçamentária e finan-ceira das ações do Ministério da Educação, resultando numa robus-ta plataforma com um quantitativo superior a 30 módulos, dentre os quais estão: Programação Orçamentária, Gerência de Projetos, Gestão de Pessoas, Monitoramento do PDE, REUNI, Brasil Profissio-nalizado, ENEM, dentre outros.
Nesse contexto, o Plano de Desenvolvimento da Educação 2 (PDE2), deve estar integrado ao SIMEC, de forma a subsidiar a siste-mática de M&A.
Para tanto, as questões principais que se colocam são:Como formular uma Agenda Estratégica do MEC, o PDE2, que integre as diversas fontes de informações estratégi-cas (Planejamento Estratégico, PDE 1, PNE, PPA)?Como assegurar que essa Agenda esteja permanente-mente alinhada com as diretrizes governamentais?Uma vez tendo concebido a Agenda Estratégica inte-grada do MEC, como desdobrar o PDE 2 e definir pontos críticos e indicadores para assegurar o cumprimento das iniciativas?Como identificar a contribuição de unidades e organiza-ções para a implementação das estratégias definidas?Como aprimorar a metodologia de monitoramento e ava-liação para o adequado acompanhamento das iniciativas e resultados do Ministério?
Para atender a essas questões, houve um esforço de alinha-mento para resultados no MEC, em linha com a metodologia da Ges-tão Matricial de Resultados, que propicie: i) a consolidação das fontes de orientação estratégica em uma agenda estratégica consolidada; ii) o desdobramento das iniciativas em uma matriz de contribuição das unidades e organizações; e iii) o estabelecimento do monitoramento e avaliação intensivo com vistas a efetiva implementação do PDE2.
Capítulo 1
21
3. A IMPLANTAÇÃO DO ALINHAMENTO PARA RESULTADOS NO MEC
O cenário governamental está marcado por desafios, transfor-mações, instabilidades e eventuais descontinuidades. Esse contexto torna a implantação da gestão para resultados uma tarefa comple-xa e não trivial. Com o objetivo de atender aos requerimentos desse cenário, o processo de implantação do alinhamento para resultados no Ministério da Educação baseou-se na aplicação de metodologias de referência a partir da integração do modelo de Gestão Matricial
de Resultados2, do Balanced Scorecard (BSC)3 e do Roadmap Es-
tratégico4 dentre outras metodologias com o intuito de assegurar o alcance dos resultados esperados.
Este tópico apresenta o modelo lógico de trabalho, abarcan-do desde as etapas para a construção do PDE 2 até a definição do modelo de monitoramento e avaliação. O trabalho foi desenvolvido por meio de duas frentes, como ilustrado na figura 1.1 a seguir.
2 Uma visão detalhada dessa abordagem encontra-se em MARTINS, Humberto e MARINI, Caio, “Um Guia de Governança para Resultados na Administração Pú-
blica”, Editora Publix, 2010.
3 Uma visão detalhadada dessa abordagem encontra-se em Kaplan, Robert; Nor-ton, David, “Mapas Estratégicos: convertendo ativos intangíveis em resultados
tangíveis”, Campus Elsevier. 2004.
4 Uma visão detalhada dessa abordagem encontra-se em Phaal, R. Farrukh, C.J.P., Probert, D. “Roadmapping: a planning framework for evolution and revolu-
tion”. Technological Forecasting & Social Change, 2004.Gov
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Figura 1.1. Modelo Lógico de Trabalho
3.1. Revisão da Agenda Estratégica: PDE 2 (Frente 1)
O MEC apresenta uma multiplicidade de agendas estratégi-cas de alta complexidade e dinamicidade inerentes ao ambiente educacional, bem como de interconectividade com as agendas go-vernamentais. Esse conjunto de fatores torna o MEC um ambiente de relativa profusão estratégica. Nesse contexto, o desafio estabele-cido no Plano de Desenvolvimento da Educação, PDE 2, é desenvol-ver uma agenda integrativa orientada para resultados, com arranjos de cooperação e categorias programáticas coesas.
Para tal, iniciou-se a construção da Matriz Estratégica, cujo propósito centra-se na sistematização do conteúdo das fontes de orientação, destacando os resultados e iniciativas, categorias pro-gramáticas do Ministério, a saber: o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o Plano Nacional de Educação (PNE 2011/2020), o Plano Plurianual (PPA 2012/2015) e o Planejamento Estratégico do MEC. Essa etapa buscou um entendimento dos fundamentos, das di-retrizes, dos resultados e das iniciativas educacionais como um todo.
Após a realização da etapa supracitada foi elaborada a Ma-
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Passo 10Matriz
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Quadro de Indicadores e
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Po olio de Inicia vas
Passo 4 PDE 2 na Matriz consolidada de
Resultados e Inicia vas
Passo 3.1 Priorização de resultados e
inici vas
Frente 2Frente 1
Capítulo 1
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de resultados estratégicos. Posteriormente, com vistas a encontrar os elementos que se sobrepunham ou se completavam, houve a Consolidação de Resultados e Iniciativas. A 1º etapa da consoli-dação reduziu 68% no quantitativo de resultados, de 401 para 128 resultados. As iniciativas reduziram 21%, de 540 para 424. A 2º etapa da consolidação implicou na redução de 81% no quantitativo de resultados, de 128 para 24 resultados. Nessa etapa, as iniciativas fo-ram reduzidas em 58%, de 424 para 176. Esse recorte mais sucinto permitiu a agregação dos resultados e iniciativas, reduzindo a frag-mentação estratégica das agendas.
A identificação do PDE 2 na Matriz Consolidada de Resulta-
dos e Iniciativas considerou os seguintes critérios de priorização: i) Relevância na política pública; ii) Maturidade da iniciativa: requer ou não monitoramento intensivo; e iii) Potencial de impacto no alcan-ce de resultados. Esse processo contemplou:
Priorização das iniciativas com base nas entrevistas com a alta gestão do MEC, realizadas com os Secretários e diri-gentes das autarquias vinculadas ao MEC;Priorização das iniciativas com base na análise de discur-sos recentes do Ministro da Educação e da Sra. Presidenta da República sobre a agenda de prioridades do governo;Priorização das iniciativas com base nas entrevistas com atores-chave das áreas do Ministério e órgãos vinculados; eAnálise final de consistência e validação da proposta ini-cial de iniciativas do PDE 2 elaborado.
Para assegurar a aderência dos resultados e iniciativas prove-nientes da matriz aos critérios de priorização supracitados, realizou--se uma análise de consistência. Essa análise buscou a Identificação
de Lacunas e Sobreposições, equalizando resultados e iniciativas semelhantes entre as agendas. Ao fim desse processo, obteve-se um quantitativo de 24 resultados e 93 iniciativas afins ao PDE 2. A fi-gura 1.2 a seguir ilustra a síntese do processo de formulação do PDE 2 que contou com o envolvimento de vários atores do Ministério e órgãos vinculados, totalizando 34 oficinas de trabalho e entrevistas realizadas de discussão e validação.
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Capítulo 1
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Para elucidar como os resultados poderiam gerar valor públi-co para os destinatários das políticas educacionais, construiu-se um Mapa Estratégico do MEC, segundo a metodologia do Balanced Scorecard (BSC), com vistas a comunicar os resultados do MEC, de forma sistêmica, aos diversos públicos de interesse. A metodologia do BSC foi adotada por duas principais vantagens, a saber:
A flexibilidade do modelo, que possibilita adequação a diferentes contextos, conforme as necessidades e contin-gências específicas do MEC; eO alinhamento institucional, pois permite que as medi-das de desempenho sejam equilibradas; abranjam todos os eixos da educação; e orientem os recursos (financeiros, materiais, humanos) aos resultados organizacionais.
Para tanto, o Mapa Estratégico evidencia a relação de causa-lidade entre os 24 resultados, visando gerar valor público aos des-tinatários das políticas públicas no âmbito da educação. A seguir a figura 1.3 apresenta o Mapa Estratégico e os resultados supracita-dos sinalizados.
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Capítulo 1
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A realização da etapa de entrevistas com atores-chave do Mi-nistério e dos órgãos vinculados exigiu que os resultados e iniciati-vas correspondentes aos eixos específicos de atuação de cada ator (por exemplo, o INEP) fossem priorizados. Para tanto, foram esta-belecidos critérios de importância/prioridade para cada iniciativa, considerando uma escala de 0 a 3, sendo “0” para iniciativas com prioridade elevada/crítica e “3” para iniciativas de baixa prioridade. Nesse contexto, a priorização resultou no quantitativo de 93 ini-ciativas com prioridade 0 e 1, formando, assim, o Portifólio de Ini-
ciativas do PDE 2. Vale ressaltar que as 93 iniciativas não esgotam a agenda estratégica do MEC, entretanto são elementos que necessi-tam de um monitoramento mais intensivo.
Com os resultados e iniciativas definidos, realizou-se análise criteriosa da consistência do PDE2, por meio da avaliação das con-tribuições, diretas e indiretas, das iniciativas nos resultados, levando em consideração suas tendências bem como o seu potencial de im-pacto na educação.
Com a conclusão da análise de consistência e relevância do PDE 2 para com as diretrizes educacionais e governamentais, ela-borou-se o Roadmap do PDE 2. O Roadmap é uma metodologia de planejamento que objetiva delinear uma agenda predominante-mente programática que estabelece um “caminho” necessário para alcançar os resultados pretendidos em um determinado horizonte temporal. Esta metodologia foi adotada por três principais vanta-gens, a saber:
Fornece aos tomadores de decisão meios para identificar, avaliar e selecionar alternativas estratégicas para atingir os resultados definidos;Conecta iniciativas estratégicas aos resultados para que sejam alcançados em um determinado período pré-esta-belecido; ePossui caráter programático, aborda a importância da de-finição de projetos estratégicos e iniciativas na forma de planos de ação, que conduzirão o Ministério de uma situ-ação atual para uma situação futura (desejada).
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A elaboração do Roadmap do PDE 2 baseou-se nos resulta-dos e iniciativas consolidados do PDE 2 e possibilitou a identificação de indicadores de desempenho que mensurem esforços e resulta-dos, facilitando o acompanhamento dos gestores, bem como a gera-ção de informações tempestivas sobre o desempenho que subsidie a tomada de ações corretivas. A inserção de indicadores de desem-penho permite melhor aderência da metodologia do Roadmap às necessidades e peculiaridades do PDE 2, em linha com as fontes de orientação estratégicas do MEC e agendas governamentais.
O Roadmap do PDE 2 possui 63 projetos estratégicos (cons-tituídos pelas 93 iniciativas), desdobrados de acordo com os eixos da educação, levando em consideração os esforços empreendidos para o alcance dos resultados. Logo, o Roadmap proposto busca identificar as melhores alternativas estratégicas para atingir os ob-jetivos definidos, desdobrando resultados em projetos estratégicos necessários para sair da situação atual (2011) e alcançar os resulta-dos pretendidos na situação futura (2015), sendo mensurado por indicadores estratégicos, como ilustrado na figura 1.4.
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É importante salientar que o PDE 2 é uma elaboração dinâ-mica, sujeita a alterações e incorporações. Os projetos nos eixos devem ter organicidade e estar em constante comunicação com as agendas governamentais. Além disso, a dinamicidade da agenda permite que haja fusão e derivação de projetos, bem como o surgi-mento de outras categorias programáticas, resultados e iniciativas.
Os indicadores e metas do PDE 2 tem por objetivo demons-trar um determinado aspecto da realidade, de forma quantitativa. O quadro de indicadores e metas do PDE 2 foi fundamentado em diversas fontes do MEC, como: PNE, PPA, PDE1, Planejamento Es-tratégico do MEC, Sinopse de Ações (2011) e SIMEC, e também, em benchmark internacional de indicadores do Banco Mundial, OCDE e Brasil Hoje.
Após a análise das diversas fontes, reuniram-se os indicado-res, gerando um quantitativo de aproximadamente 500 indicadores de resultados. Logo, houve a priorização considerando os seguintes critérios: i) pertinência/relevância; ii) confiabilidade metodológica; e iii) viabilidade. Com a priorização houve uma redução de 88% do quantitativo inicial, finalizando em 58 indicadores ordenados em 3 eixos: Educação Básica; Educação Profissional e Tecnológica; e Educação Superior. Nesse contexto, foram definidos, também, os indicadores de produto (outputs) de acordo com os projetos estra-tégicos do Roadmap do PDE 2, totalizando um quantitativo de 22 indicadores. O quadro 1.1 a seguir mostra uma síntese dos indica-dores priorizados.
Eixos Nº Indicadores Meta
EB 1 Taxa de frequência da população de 0 a 3 anos 50% até 2020
EB 2 Taxa de frequência da população de 4 a 5 anos 96% até 2016
EB 3 Taxa de Frequência à Escola - população de 15 a 17 anos 96% até 2016
EB 4 Escolaridade média da população de 18 a 24 anos 12 anos de estudos
Capítulo 1
31
Eixos Nº Indicadores Meta
EB 5Escolaridade média da população de 18 a 24 anos da região brasileira de menor escolaridade
12 anos de estudos
EB 6 Escolaridade média da população de 18 a 24 anos do campo 12 anos de estudos
EB 7 Escolaridade média da população de 18 a 24 anos entre os 25% mais pobres 12 anos de estudos
EB 8 Escolaridade média da população negra de 18 a 24 anos 12 anos de estudos
EB 9 Taxa de Escolarização Líquida no Ensino Fundamental de 9 anos (6 a 14 anos) 96%
EB 10 Taxa de Escolarização Líquida no Ensino Médio (15 a 17 anos) 85% até 2020
EB 11 Percentual de alfabetizados até 8 anos de idade 96%
EB 12 Taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais 93,5% até 2015
EB 13 Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais de idade 50% até 2020
EB 14 IDEB (Ensino Fundamental anos iniciais) 6 até 2021
EB 15 IDEB (Ensino Fundamental anos finais) 5,5 até 2021
EB 16 IDEB (Ensino médio anos finais) 5,2 até 2021
EB 17
Relação entre os Salários Médios de Professores da Educação Básica e outros profissionais com o mesmo nível de escolaridade
1 até 2020
EB 18Percentual de professores da educação básica com pós-graduação lato e stricto sensu
50%
EB 19Percentual de planos de carreira para os profissionais do magistério implementados no sistema de ensino
2 anos
EB 20Percentual de servidores em cargos de provimento efetivo em efetivo exercício na rede pública de educação básica
90%
EB 21 Percentual de escolas públicas de educação básica com educação integral 50%
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Eixos Nº Indicadores Meta
EPT 22 Nº de matrículas na Educação Profissional e Técnica de nível médio Duplicar
EPT 23 Relação aluno/professor nas EPT 20 estudantes para cada professor
EPT 24Percentual de matrículas de EJA integrada a EPT nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio
25%
EPT 25Taxa de conclusão média nos cursos técnicos de nível médio da rede federal de EPCT
90%
ES 26 Taxa bruta de matrícula na educação superior da população 50%
ES 27 Taxa líquida de matrículas na educação superior da população de 18 a 24 anos 33%
ES 28 Relação aluno/professor nas Instituições de Ensino Superior
18 alunos para cada professor
ES 29 Taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais 90%
ES 30Percentual de docentes com mestrado e doutorado atuando nas instituições de educação superior
75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total,
35% de doutores
ES 31Percentual de docentes com doutorado atuando nas instituições de educação superior
35% de doutores
ES 32 Número de mestres titulados por ano 60 mil mestres
ES 33 Número de doutores titulados por ano 25 mil doutores
IE 34 Percentual de investimento público direto na educação em relação ao PIB 7% do PIB
... ...
EPT 80 Nº de bolsas ofertadas no exterior 40 mil bolsas
Legenda: EB – Educação Básica; EPT – Educação Profissional e Tecnológica; ES – Educação Superior; IE – Investimento em Educação.
Quadro 1.1. Indicadores e Metas
Para o alcance dos resultados do PDE 2 é necessário não apenas um agenda alinhada, mas sim a institucionalização de uma sistemáti-
Capítulo 1
33
ca de monitoramento e avaliação que produza informações tempesti-vas sobre o desempenho da organização em suas diversas instâncias.
O Modelo de Monitoramento e Avaliação do MEC abarcou objetos tanto do esforço quanto do resultado. Os objetos do resul-tado são os elementos do Mapa Estratégico do MEC e do Roadmap do PDE 2, seja sob a forma de objetivos, projetos ou metas mobili-zadoras (por meio de seus indicadores de efetividade, eficiência e eficácia, conforme o caso), estejam ou não dispostos em instrumen-tos de contratualização interna ou externa. Os objetos do esforço estão representados principalmente nos elementos programáticos do Roadmap do PDE 2, seja sob a forma de iniciativas estratégicas, ações, atividades, marcos e por meio de indicadores de excelência, execução e economicidade.
3.2. Alinhamento das Estruturas Implementadoras
(Frente 2)
As estruturas implementadoras são compreendidas em sen-tido amplo, como unidades de uma ou mais organizações que pos-suem a função de realizar a estratégia. As estruturas implementado-ras são formadas não apenas pela estrutura organizacional, como também pelos processos, força de trabalho e recursos orçamentá-rios-financeiros que ensejaram redes com nós localizados dentro dos limites de uma ou mais organizações que necessitam estar ali-nhados à agenda estratégica do MEC para promover sua execução.
O alinhamento da estrutura implementadora do MEC reali-zou-se por meio da matriz de contribuição. A matriz possibilita a análise da contribuição de cada unidade organizacional do MEC para o alcance do PDE 2.
As unidades organizacionais que compõem a estrutura im-plementadora possuem a função de realizar a estratégia por meio da execução das iniciativas. As unidades analisadas foram:
Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (SASE);Secretaria de Educação Básica (SEB);Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diver-
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sidade e Inclusão (SECADI);Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Supe-rior (SERES);Secretaria de Educação Superior (SESU);Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SE-TEC).
Adicionalmente, os órgãos vinculados ao MEC que também fazem parte da estrutura implementadora, contemplados na aná-lise foram:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES);Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE);Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
A figura 1.5 ilustra o cruzamento das unidades organizacio-nais (MEC e órgãos vinculados) com os projetos estratégicos do PDE 2. Estes estão sequenciados de acordo com numeração apresenta-da no Roadmap do PDE 2, figura 1.4.
A matriz de contribuição do PDE 2 ilustra uma rede interde-pendente de vários projetos estratégicos, com intersecções entre as secretarias e organizações vinculadas ao MEC, responsáveis pela execução de um programa específico. Os projetos que possuem um número maior de inter-relações com secretarias e organizações vinculadas possuem um nível maior de complexidade, pois necessi-tam de intensa articulação e coordenação entre os responsáveis das respectivas áreas para que o programa seja implementado. Além disso, verifica-se que tanto as secretarias como os órgãos vincula-dos ao MEC são multiprojetos, ou seja, contribuem com a execução de mais de um projeto concomitantemente. Dessa forma, todas as secretarias e órgãos vinculados estão envolvidos com esforços de implementação das iniciativas estratégicas. Nota-se que o FNDE é a autarquia mais transversal do PDE 2, atuando em 25 projetos. Em seguida, está a SECADI com 21 projetos.
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3.2.1 Detalhamento dos Projetos Estratégicos Priorizados
do PDE 2 – Matriz de Contribuição Detalhada
Após a definição dos projetos estratégicos do PDE 2 e seu cru-zamento com a estrutura implementadora, empreendeu-se o esfor-ço de detalhamento desses projetos com o objetivo de explicitar os principais objetos de monitoramento e avaliação para apoiar o acompanhamento estratégico desses projetos em cada nó (inter-secção) da matriz de contribuição. Para tanto, o detalhamento dos projetos estratégicos possui os seguintes elementos:
Cadeia de valor: diagrama sistêmico do projeto que per-mite a visualização dos insumos, ações executadas, pro-dutos e impactos gerados.Ações e atividades: As ações são elementos de execução, que tornam o objetivo do projeto em algo tangível. As atividades são desdobradas das ações, haja vista que um conjunto de atividades pode ser definido como ações e representam os esforços necessários para o alcance dos resultados esperados pelo projeto.Indicadores de ação: consistem em métricas que propor-cionam informações relevantes para o processo decisório e permitem a avaliação do desempenho do projeto seguindo três aspectos relevantes: controle, comunicação e melhoria.Caminho crítico: diagrama que representa o sequencia-mento de ações a partir das relações de precedência exis-tentes entre as diversas ações de um projeto.
O processo de formulação da Matriz de Contribuição Deta-
lhada em ações e atividades foi fundamentado no detalhamento dos 6 projetos estratégicos priorizados do PDE 2, a saber: Rede E-tec Brasil; Bolsa-Formação; Ciência sem Fronteiras; Brasil Profissionali-zado; Expansão da Rede Federal de EPCT; e Acordo de Gratuidade do Sistema S. Nesse contexto foi possível visualizar a contribuição das unidades para a geração dos resultados esperados, assim como alinhar as equipes para a implementação das iniciativas de maneira coordenada e integrada.
Capítulo 1
37
4. RESULTADOS
O alinhamento para resultados no MEC gerou soluções espe-cíficas para o Ministério, como o Mapa Estratégico, o Roadmap do PDE 2, as matrizes de contribuição, o modelo de Monitoramento e Avaliação entre outros importantes elementos. Destaca-se que os trabalhos realizados tiveram não somente contribuição para o de-senvolvimento interno do MEC, como também possibilitou ganhos para os destinatários das políticas educacionais.
O Roadmap do PDE 2, por exemplo, foi debatido em oficinas de trabalho com a equipe da Secretaria Executiva, resultando em uma segmentação por destinatários das políticas públicas, com o objetivo de ofertar um “cardápio” de prestação de serviços à socie-dade. Essa ação permite maior transparência, haja vista que os pú-blicos destinatários serão mais cientes de quais ações ou políticas são desenvolvidas pelo Ministério. O desdobramento do PDE 2 re-sultou em dois agrupamentos: por solicitante e por destinatário. O solicitante é um ator autorizado a requerer o benefício gerado pelos projetos estratégicos. Por sua vez, o destinatário é o que recebe, de forma direta ou indiretamente, os produtos ou os serviços gerados pelos projetos. Foram definidos em oficina 8 grupos de solicitantes e/ou destinatário dos projetos estratégicos do PDE 2, propiciando um “cardápio” de projetos estratégicos do MEC voltado a atender a cada um dos destinatários, a saber:
Estudante: contempla todos os educandos regulares com matrícula vigente nos sistemas de ensino;Cidadão: contempla todo indivíduo que não é educando regular com matrícula nas redes de ensino, podendo ser, por exemplo, alfabetizando, trabalhador, desempregado, beneficiário de inclusão produtiva do projeto Bolsa Famí-lia, soldado, funcionário da escola etc.;Professor/Profissionais da Educação: contempla os profis-sionais do magistério, técnicos e funcionários;Escola: contempla as unidades de ensino da educação básica;Instituição (EPT e Superior): contempla a Rede de Educa-G
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ção Profissional e Tecnológica e os Institutos Federais de Ensino Superior (Ifes), a Rede de Educação Superior etc.;Município: contempla as Secretarias Municipais de Educação;Estado: contempla as Secretarias Estaduais de Educação;Instrumentos e Sistemas de Gestão e Avaliação: refere-se aos instrumentos e ferramentas de gestão ou de avalia-ção do ensino para apoio ao processo decisório.
O desdobramento do Roadmap por destinatários gera um de-safio maior ao MEC, pois torna mais complexa a operacionalização da sistemática de monitoramento e avaliação, devido ao aumento da inter-relação e interdependência com os destinatários das polí-ticas educacionais. Contudo, torna mais transparente sua atuação perante a sociedade, gerando maior valor público.
Em suma, a continuidade do alinhamento para resultados no MEC depende essencialmente de sua capacidade de manter uma estrutura que suporte a agenda estratégica, PDE 2, com coesão in-terna e alinhada com as diretrizes governamentais, integrada com as estruturas implementadoras e com a sistemática de monitora-mento e avaliação, buscando, assim, o aprendizado para resultados e a melhoria contínua da educação.
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