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ALINE MENDES MARTINEZ EDUARDO VITAL DE CARVALHO PROPOSTA DO CONTEÚDO A SER ABORDADO EM UM MANUAL SOBRE OS CUIDADOS RESPIRATÓRIOS PARA PACIENTES COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA E SEUS CUIDADORES SÃO PAULO 2005

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ALINE MENDES MARTINEZ

EDUARDO VITAL DE CARVALHO

PROPOSTA DO CONTEÚDO A SER ABORDADO EM UM MANUAL SOBRE OS

CUIDADOS RESPIRATÓRIOS PARA PACIENTES COM ESCLEROSE

LATERAL AMIOTRÓFICA E SEUS CUIDADORES

SÃO PAULO

2005

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ALINE MENDES MARTINEZ

EDUARDO VITAL DE CARVALHO

PROPOSTA DO CONTEÚDO A SER ABORDADO EM UM MANUAL SOBRE OS

CUIDADOS RESPIRATÓRIOS PARA PACIENTES COM ESCLEROSE

LATERAL AMIOTRÓFICA E SEUS CUIDADORES

Trabalho de conclusão de curso

apresentado a Universidade Federal de São

Paulo / Escola Paulista de Medicina

UNIFESP/EPM, como parte dos requisitos

para obtenção do título de especialista em

intervenções fisioterapêuticas nas doenças

neuromusculares.

SÃO PAULO

2005

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ALINE MENDES MARTINEZ

EDUARDO VITAL DE CARVALHO

PROPOSTA DO CONTEÚDO A SER ABORDADO EM UM MANUAL SOBRE OS

CUIDADOS RESPIRATÓRIOS PARA PACIENTES COM ESCLEROSE

LATERAL AMIOTRÓFICA E SEUS CUIDADORES

Trabalho de conclusão de curso

apresentado a Universidade Federal de São

Paulo / Escola Paulista de Medicina

UNIFESP/EPM, como parte dos requisitos

para obtenção do título de especialista em

intervenções fisioterapêuticas nas doenças

neuromusculares.

Orientador: Profº Ms. Maria Clariane Berto

Hayashi.

SÃO PAULO

2005

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Martinez, Aline Mendes & Carvalho, Eduardo Vital. Proposta do conteúdo a ser abordado em um manual sobre os cuidados respiratórios para pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica e seus cuidadores / Aline Mendes Martinez & Eduardo Vital de Carvalho – São Paulo, 2005. viii, 31.

Monografia. Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós Graduação em Neurologia e Neurocirurgia.

Proposal of the content for a manual of respiratory cares directed to the patients with Amyotrophic Lateral Sclerosis and its companions.

1. Esclerose Lateral Amiotrófica. 2. Doença do neurônio motor. 3. Comprometimento respiratório. 4. Cuidados respiratórios.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA E NEUROCIRUGIA

DISCIPLINA DE NEUROLOGIA CLÍNICA

Chefe do Departamento: Profº Dra. Débora Amado Scerni

Chefe da Disciplina da Neurologia Clínica: Profº Dr. Alberto Alain Gabbai

Coordenadores do Curso de Especialização em Intervenção Fisioterapeutica nas

Doenças Neuromusculares: Profº Dr. Acary Souza Bulle Oliveira, Profº Ms. Francis

Meire Fávero e Profº Dra. Sissy Fontes Veloso.

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Dedicamos este trabalho aos nossos pais que deram todos os suportes financeiros e

emocionais para a concretização deste trabalho.

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“Em todo o momento em que paramos e nos prostramos diante do ETERNO para o adorar, somos

impactados pelo fogo da Sua presença. Fogo que nos quebranta, desfazendo barreiras físicas,

emocionais e intelectuais, nos transportando para uma dimensão espiritual inigualável. Sua presença

é o que há de mais precioso em todo o universo, em toda a eternidade. Ser um adorador é um privilégio

para todos aqueles que querem caminhar pela eternidade com o Deus todo poderoso!”

Sóstenes Mendes

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, que nos tem abençoado em nossos projetos

profissionais, nos dando sabedoria e discernimento, pois acreditamos nas promessas

que Ele tem para nossas vidas.

A todos os pacientes com doenças neuromusculares, pois são com eles que

crescemos profissionalmente e como seres humanos.

A profº Ms. Maria Clariane Berto Hayashi, que mais uma vez nos orientou e nos

direcionou contribuindo efetivamente para o nosso crescimento profissional, pela sua

amizade, paciência e compreensão.

Ao profº Dr. Acary Souza Bulle Oliveira e profº Ms. Francis Meire Fávero, que

através de seus conhecimentos tem feito do curso referencia na formação de

profissionais.

A profº Dra. Sissy Fontes Veloso, que através da sua experiência na área

cientifica contribuiu para a finalização deste trabalho.

Aos nossos familiares que diretamente, através de compreensão e incentivo

possibilitaram para mais uma etapa da nossa formação.

Obrigado a todos!

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RESUMO

Introdução - A Esclerose lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa

que acomete os neurônios motores do córtex, tronco cerebral e medula espinhal.

Manifesta clinicamente com comprometimento dos neurônios motores superiores e

inferiores, seu início é insidioso e curso progressivo, eventualmente o comprometimento

é assimétrico e com o avanço de doença torna-se simétrico e bilaterais. Os sinais e

sintomas são correspondentes ao do neurônio motor comprometido. A principal causa

de morte na ELA são as complicações respiratórias, pois com a evolução de doença o

paciente apresenta fraqueza da musculatura respiratória levando a incapacidade de

ventilação, o comprometimento da musculatura inspiratória leva a insuficiência

respiratória e hipoventilação alveolar e o comprometimento da musculatura expiratória

associado à disfunção da glote leva a uma tosse ineficaz. Devido este comprometimento

os pacientes evoluem com diminuição da capacidade vital forçada (CVF) necessitando

então de ventilação não invasiva (VNI). Com base nos dados descritos acima e da

vivência prática no ambulatório de ELA do Setor Neuromuscular da Universidade

Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina UNIFESP/EPM, surgiu à

necessidade de realizar o levantamento bibliográfico do conteúdo a ser abordado em um

manual de cuidados respiratórios para pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica e

seus cuidadores.

Objetivo - Propor o conteúdo a ser abordado em um manual de orientações sobre os

cuidados respiratórios para pacientes com ELA e seus cuidadores.

Material e método – Como materiais foi realizadas pesquisa no acervo da biblioteca

central da UNIFESP/EPM e banco de dados da Bireme, Lilacs, Pubmed, Medline e sites

de busca. Foi incluído no trabalho manual para pacientes com ELA internacionais e

manuais que abordem aspectos respiratórios, artigos livros e materiais informativos que

abordem ELA e/ou aspectos respiratórios sem restrição de ano, opinião de especialista e

ilustrações através de fotos devidamente autorizadas. Foram excluídos manuais, artigos,

livros e materiais informativos que não abordem a ELA e/ou aspectos respiratórios.

Como método deste trabalho foi selecionado o material e definido as temáticas a serem

abordadas em um manual.

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Resultados – Foram selecionados cinco manuais internacionais que são direcionados

para pacientes com ELA e aspectos respiratórios. Como conteúdo científico foram

abordadas a falência de ventilação x falência de oxigenação, sinais e sintomas

respiratórios na ELA, complicações respiratórias, avaliações respiratórias, fisioterapia

respiratória, ventilação não invasiva e invasiva, ventilação x qualidade de vida e a

ilustração foi através de fotos.

Conclusão – Foi possível propor através de um levantamento bibliográfico o conteúdo a

ser abordado em um manual de orientações sobre os cuidados respiratórios para

pacientes com ELA e seus cuidadores..

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1

2. OBJETIVO.................................................................................................................. 2

3. MATERIAL E METODO........................................................................................... 3

3.1 Critérios de Inclusão............................................................................................... 3

3.2 Critérios de Exclusão.............................................................................................. 3

3.3 Método.................................................................................................................... 3

3.3.1 Seleção dos materiais....................................................................................... 3

3.3.2 Temáticas abordadas no manual....................................................................... 3

4. RESULTADOS........................................................................................................... 5

4.1 Manuais disponíveis............................................................................................... 5

4.2 Conteúdo cientifico a ser abordado no manual ..................................................... 5

4.2.1 Definição de Esclerose Lateral Amiotrófica.................................................... 5

4.2.2 Falência de ventilação x Falência de oxigenação............................................. 6

4.2.3 Sinais respiratórios na ELA.............................................................................. 8

4.2.4 Complicações respiratórias............................................................................... 9

4.2.5 Avaliação respiratória....................................................................................... 10

4.2.6 Tratamento fisioterapêutico na ELA................................................................ 11

4.2.7 Ventilação não invasiva (VNI)......................................................................... 15

4.2.8 Ventilação mecânica invasiva (VMI)............................................................... 17

4.2.9 Intubação Oro-traqueal (IOT)........................................................................... 18

4.2.10 Ventilação x Qualidade de vida...................................................................... 19

5. DISCUSSÃO............................................................................................................... 20

6. CONCLUSÃO............................................................................................................. 22

7. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA............................................................................. 23

8. ANEXO......................................................................................................................... 28

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LISTA DE FIGURAS

Fig. 1 - Organograma demonstrando as conseqüências da fraqueza da musculatura

orofaríngea..................................................................................................................... 9

Fig. 2 – Espiromêtro....................................................................................................... 10

Fig. 3 – Manuvacuômetro............................................................................................... 10

Fig. 4 - Peak flow............................................................................................................ 11

Fig. 5 - Oximetria de pulso............................................................................................. 11

Fig. 6 – Capnóg.rafo....................................................................................................... 11

Fig. 7 - Exercícios de reexpansão pulmonar................................................................... 11

Fig. 8 - Inspiromêtro de incentivo.................................................................................. 12

Fig. 9 - Exercícios de Air Stacking – empilhamento de ar............................................. 12

Fig. 10 - Respiração glossofaríngea (RGF).................................................................... 13

Fig. 11 - Drenagem postural, tapotagem e vibrocompressão........................................ 13

Fig. 12 – Inalador............................................................................................................ 13

Fig. 13 - Assistência manual a tosse............................................................................... 14

Fig. 14 - Equipamento de assistência mecânica a tosse - Cought Assist....................... 15

Fig. 15 - Equipamento de sucção.................................................................................... 15

Fig. 16 - BiPAP (Bilevel Positive Pressure Airway)...................................................... 16

Fig. 17 - Interfaces: orofacial e nasal.............................................................................. 17

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1. INTRODUÇÃO

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa, 1- 2- 3- 4

com acometimento dos neurônios motores do córtex, tronco cerebral e medula espinhal

2-4. Afeta preferencialmente pacientes do sexo masculino com média de idade maior que

40 anos e a sua incidência é em torno de 1:100.000 pessoas 5.

Manifesta-se clinicamente com comprometimento dos neurônios motores

superiores e inferiores 1-2-3-4. A ELA tem início insidioso e curso progressivo, 6 a

degeneração dos neurônios motores levam a fraqueza e atrofia dos músculos

correspondentes, onde inicialmente o envolvimento da musculatura é assimétrico e com

o avanço da doença os sintomas tornam-se simétricos e bilaterais 3.

Os sinais e sintomas são correspondentes ao do neurônio motor comprometido,

sendo característico do neurônio motor superior a hiperreflexia, hipertonia elástica e

clônus e do neurônio motor inferior: fasciculação, atrofia, atonia e cãimbra 3-5-7-8. A

principal causa de morte na ELA são as complicações respiratórias 4.

Com a evolução da doença os pacientes com ELA apresentam fraqueza da

musculatura respiratória 4-9-10-11 levando a incapacidade de ventilação normal dos

pulmões por uma ineficiência dos músculos inspiratórios associado à inatividade da

inervação dos músculos da região bulbar 4. A fraqueza dos músculos respiratórios

levam a sintomas de insuficiência respiratória durante o curso da doença, 12 como

hipoventilação alveolar 6. Também é comum nos pacientes com doenças

neuromusculares a fraqueza da musculatura expiratória associada a disfunção da glote,

levando a incapacidade de gerar pressão toracoabdominal e pico de fluxo expiratório

adequado para realizar uma tosse efetiva 13.

Devido à fraqueza da musculatura respiratória os pacientes com ELA evoluem

com diminuição da capacidade vital forçada (CVF) necessitando então de ventilação

não invasiva (VNI) 14.

Com base nos dados descritos acima e da vivência prática no ambulatório de

ELA do Setor Neuromuscular da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista

de Medicina UNIFESP/EPM, surgiu à necessidade de realizar uma proposta do

conteúdo a ser abordado em um manual sobre os cuidados respiratórios para pacientes

com Esclerose Lateral Amiotrófica e seus cuidadores.

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2. OBJETIVOS

Propor o conteúdo a ser abordado

em um manual de orientações sobre

os cuidados respiratórios para

pacientes com ELA e seus

cuidadores.

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3. MATERIAL E MÉTODO

Como fonte de pesquisa foi utilizado o acervo da biblioteca Central da

UNIFESP/EPM além do banco de dados da Bireme, Medline, Lilacs, Pubmed e sites de

busca.

3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

- Manuais respiratórios para pacientes com ELA internacionais e manuais que abordem

aspectos respiratórios.

- Artigos, livros e materiais informativos que abordem a ELA e/ou cuidados respiratórios,

sem restrição de ano.

- Opiniões de especialistas.

- Ilustração através de fotos devidamente autorizadas.

3.2 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

- Manuais que não são direcionados para os cuidados respiratórios.

- Artigos, livros e materiais informativos que não abordem a ELA e/ou cuidados

respiratórios, sem restrição de ano.

3.3 MÉTODO

3.3.1 SELEÇÃO DOS MATERIAIS

Os manuais selecionados nos direcionaram para os aspectos que são mais

relevantes na abordagem em um manual. Através da revisão da literatura foram

desenvolvidas as temáticas que deram origem ao conteúdo.

3.3.2 TEMÁTICAS ABORDADAS

- Definição de Esclerose Lateral Amiotrófica.

- Falência de Ventilação x Falência de Oxigenação

- Sinais e sintomas respiratórios na ELA

- Complicações respiratórias

- broncoaspiração

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- pneumonia

- atelectasia

- Avaliação respiratória

- espirometria

- força da musculatura respiratória

- gasometria arterial

- oximetria de pulso diurna e noturna

- pico de fluxo de tosse

- capnográfia

- Tratamento fisioterapêutico na ELA

- Posicionamento no leito

- Exercício de Air-Stacking

- Respiração glossofaríngea

- Manobras de higiene brônquica

- Clearence de secreção

- Aspiração

- Auxílio mecânico a tosse - Cough Assist

- Auxílio manual a tosse

- Ventilação não invasiva (VNI)

- Indicação

- Tipos de Interfaces

- Problemas com a VNI

- Ventilação invasiva - traqueostomia

- Tipos de cânulas

- Válvula de fala

- Intubação oro-traqueal (IOT)

-Ventilação x Qualidade de vida

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4. RESULTADOS

4.1 MANUAIS DISPONIVÉIS

Origem / Local / Ano Título Autor

Amyotrophic Lateral

Sclerosis Society of Canada

/ Canada / 2005

A manual for people living with ALS Carthy, J. M. C.

The Amyotrophic Lateral

Sclerosis Association-ALSA

/ EUA / 2002

Living with ALS Adapting to Breathing

Charges

Oppenheimer,

E. A et al.

Associacion Espanõla de

Esclerosi Laterale

Amiotrofica-ADELA /

Espanha / nc

Manual III - Ayudas para problemas com

la respiración

Adaptação do

manual da

ALSA

Associazione Italiana

Sclerosi Laterali

Amiotrofcia-AISLA / Italia /

2000

Vivere com la SLA - La respirazione De Falco, G et

al

Association motor neurone

disease / EUA / 1996

Sympton Control in Motor Neurone

Disease

nc

TABELA 1 - Origem, local, ano, título e autor dos manuais direcionados a cuidados

respiratórios aos pacientes com ELA e seus cuidadores

nc = nada consta.

4.2 CONTÉUDO CIENTIFICO A SER ABORDADO NO MANUAL

4.2.1 Definição da Esclerose Lateral Amiotrófica

A Esclerose lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa que

acomete os neurônios motores do córtex, tronco cerebral e medula espinhal 2-4.

Manifesta clinicamente com comprometimento dos neurônios motores superiores e

inferiores, seu início é insidioso e curso progressivo, eventualmente o comprometimento

é assimétrico e com o avanço de doença torna-se simétrico e bilaterais 1-2-3-4-6. Os sinais e

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sintomas são correspondentes ao do neurônio motor comprometido. A principal causa

de morte na ELA são as complicações respiratórias, pois com a evolução de doença o

paciente apresenta fraqueza da musculatura respiratória levando a incapacidade de

ventilação, o comprometimento da musculatura inspiratória leva a insuficiência

respiratória e hipoventilação alveolar e o comprometimento da musculatura expiratória

associado à disfunção da glote leva a tosse ineficaz 4-9-10-11-12-13. Devido este

comprometimento os pacientes evoluem com diminuição da capacidade vital forçada

(CVF) necessitando então de ventilação não invasiva (VNI) 14.

4.2.2 Falência de ventilação x falência de oxigenação

Há dois gases importantes no sangue, o oxigênio - O2, normalmente ligado à

hemoglobina e formando a oxihemoglobina e o dióxido de carbono - CO2, que forma a

carboxihemoglobina. A pressão normal do CO2 no sangue arterial oscila entre 35 e 44

mmHg 15.

Os principais músculos responsáveis pela respiração são o diafragma (responde

por 2/3 da mesma) e a musculatura intercostal 15.

Há diferentes situações entre indivíduos com musculatura respiratória normal

atingidos por processos pulmonares e aqueles com doenças neuromusculares. No

primeiro caso a hipóxia ocorre devido ao processo patológico pulmonar. Esta hipóxia

faz com que o controle respiratório cerebral “ordene” à musculatura respiratória

trabalhar mais efetivamente e numa freqüência maior. Os pulmões tornam-se melhor

ventilado e os níveis de CO2 caem abaixo do normal. O tratamento para pessoas com

hipóxia devida à doença pulmonar é a ministração de oxigênio, já que nestes casos a

hipóxia resulta da falência da oxigenação 15.

Esse processo raramente ocorre em pacientes neuromusculares, exceto naqueles

onde haja doença pulmonar concomitante (exemplo pneumonia) 15.

No segundo caso há falência muscular e conseqüentemente não ocorre

ventilação adequada e remoção de secreções. A musculatura inspiratória, enfraquecida,

tem diminuído sua amplitude de movimentos, o que caracteriza a sub-ventilação. Por

mecanismos compensatórios, há alterações nos centros de controle do cérebro fazendo

com que o organismo adapte-se a esta situação de hipoventilação na tentativa de evitar a

sobrecarga da musculatura. Esta adaptação ocorreria através de uma maior tolerância à

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retenção de CO2. O aumento da PaCO2 ou hipercapnia é insidioso e evolui

progressivamente com a doença 15.

Em relação à hipoxemia, sabe-se que a saturação de O2 depende da relação

ventilação-perfusão e a presença no pulmão de microatelectasias ou de tampões de

secreção poderia contribuir para um desequilíbrio desta relação. Porém, na falência

ventilatória raramente encontramos hipoxemia sem concomitante hipercapnia. Há

mecanismos que regulam a afinidade de oxigênio pela hemoglobina e, entre os que

diminuem esta afinidade e, portanto, a SatO2, está o aumento da PaCO2. Os outros

fatores que poderiam exercer este mesmo fenômeno são o aumento da temperatura, o

aumento da concentração de hidrogênio íon e a diminuição dos níveis de 2,3

difosfoglicerato 15.

Quando falamos sobre pacientes cujas alterações musculares levam a alterações

na mecânica respiratória, dizemos que eles têm primariamente falência na ventilação.

Inicialmente a falência ventilatória ocorre no sono profundo (sono REM), quando o

diafragma praticamente responsabiliza-se pela totalidade da ventilação.

Progressivamente outras etapas do sono e as horas do dia são acometidas. A diminuição

da atividade da musculatura intercostal e diafragmática durante o sono REM leva,

também, à síndrome pulmonar restritiva, com redução de todos os volumes e

capacidades pulmonares 15.

Fatos importantes devem ser ressaltados: nestes casos, onde a hipoxemia é

secundária à hipercapnia, a suplementação de oxigênio e a conseqüente normalização

dos níveis de O2 fazem com que os quimiorreceptores periféricos da aorta e carótida

não sejam estimulados e, portanto, não enviem informações ao controle central, que

tentaria aumentar o ritmo e a freqüência respiratória. A hipercapnia torna-se, então,

mais grave. O paciente torna-se comatoso (narcose pelo CO2) e, seqüencialmente, há

parada respiratória 15.

Na falência ventilatória há superficialização progressiva da respiração, com altos

níveis de CO2 e baixos de O2. O CO2, sendo ácido, faz aumentar estes radicais no

sangue, levando à compensação renal através de reabsorção de bicarbonato. Existem

quimiorreceptores sensíveis a variações de PaCO2 e concentração de hidrogênio íon na

superfície da medula espinhal, diferentes dos quimiorreceptores dos seios aórticos e

carotídeos, que são mais sensíveis a variações da concentração de O2. Os altos níveis de

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bicarbonato no líquido cérebro-espinhal diminuem a sensibilidade dos receptores

medulares à hipercapnia. Valores altos de PaCO2 passam, então, a serem melhor

tolerados pelos pacientes 15.

Com a diminuição da amplitude respiratória algumas áreas pulmonares passam

a não ser expandidas, resultando, então, em atelectasias. A piora torna-se mais intensa, a

hipercapnia mais importante e o coma torna-se cada vez mais próximo 15.

A hipercapnia durante o dia poderá ocorrer a partir do decréscimo da CVF

(Capacidade Vital Forçada) para menos de 40% do predito. Com a hipercapnia há um

incremento da dessaturação noturna devido à alteração na curva de dissociação da

hemoglobina (com o aumento da PaCO2 haverá uma menor afinidade da hemoglobina

pelo O2). Durante o dia, uma PaCO2 maior que 45 mm Hg também é um sinal de

hipoventilação noturna em 91% dos casos e um BE (base excess) maior que 4 mmol/l,

em 55% dos casos 15.

Pacientes que durante o dia já estão com uma baixa SatO2 têm grande

dessaturação a noite visto já estarem com hipercapnia e, portanto, com uma tendência a

uma menor afinidade do O2 pela hemoglobina 15.

A falência ventilatória não ocorre repentinamente. Os pacientes, apesar da

doença neuromuscular, conseguem manter uma situação estável por um bom período. A

presença de infecções do trato respiratório é responsável por 85% dos casos de falência.

Nesta situação, a musculatura é obrigada a trabalhar mais intensamente, podendo

ocorrer a fadiga. A presença de secreções e a dificuldade de remoção pela

impossibilidade de uma tosse efetiva corroboram com o quadro. Há um bloqueio da via

aérea, diminuição da capacidade vital e dos volumes respiratórios. A multiplicação

bacteriana é o passo seguinte, resultando em pneumonias, hospitalização, intubação e

necessidade de suporte ventilatório 15.

4.2.3 Sinais e sintomas respiratórios na ELA

Devido à diminuição da força dos músculos inspiratórios, ocorre ventilação

inadequada dos pulmões (hipoventilação) levando ao aumento dos níveis de dióxido de

carbono (CO2) no sangue levando a hipercapnia. Esta fraqueza leva a uma respiração

cada vez mais superficial e mais rápida 14. Os pacientes desenvolvem sintomas crônicos

de hipoventilação alveolar 16 como fadiga, dispnéia, cefaléia matinal bifrontal,

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despertares noturnos associados com dispnéia e/ ou taquicardia, dificuldade para

despertar, sonolência diurna excessiva, déficit de atenção momentâneo, pesadelos

freqüentes muitas vezes associados com sufocação, insuficiência cardíaca direita, edema

de membros inferiores, irritabilidade, ansiedade, policitemia, depressão, diminuição da

libido, perda de peso 7 – 17.

Os sinais de hipoventilação ocorre primeiramente no sono REM, estendendo-se

através do sono, passando para o dia 18.

A dispnéia afeta cerca de 60% dos pacientes e é causada por debilidade dos

músculos respiratórios. É comum a dispnéia aos esforços, a ortopnéia e a dispnéia na

posição supino, ela está associada a ineficiência da mecânica respiratória devido a

fraqueza do músculo diafragma 7-10-16-19-20. Muito dos sinais e sintomas que afetam os

pacientes com ELA ocorrem a noite, por causa da capacidade vital forçada (CVF) ser

diminuída na posição supina , essa diferença da CVF da posição sentada para a posição

supina ocorre devido a fraqueza do diafragma e dos intercostais, além do aumento do

abdômen, segundo o 1º consenso brasileiro de espirometria quando essa redução for

maior ou igual a 25% da posição supina em relação a posição sentada e indicativo de

fraqueza diafragmática 20-21.

Fig. 1 – Organograma demonstrando as conseqüências da fraqueza da musculatura

orofaríngea.

FRAQUEZA DA MUSCULATURA DA OROFARÍNGEA

ACÚMULO DE SECREÇÃO NA VIA AÉREA SUPERIOR

DIFICULDADE NA ELIMINAÇÃO

AUMENTO DA DISPNÉIA

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4.2.4 Complicações respiratórias

O acúmulo de secreções na orofaringe, em especial os pacientes com Paralisia

Bulbar Progressiva (PBP) ocorre devido à fraqueza muscular, favorecendo

broncoaspiração desta secreção e até mesmo de alimento, e conseqüentemente

apresentam maior risco de pneumonias recorrentes 22.

Outras complicações freqüentes são as microatelectasias que são causadas

devido às restrições da caixa torácica, diminuição da complacência pulmonar, aumento

de muco na árvore brônquica e baixos volumes pulmonares levando a alterações nas

trocas gasosas 7.

4.2.5 Avaliação respiratória

Os pacientes com ELA precisam ser avaliados regularmente, esta precisa ser

repetida a cada 1 a 3 meses, 14 pois estes testes são eficazes na detecção de falência

respiratória 10-14.

Os testes realizados para a avaliação são: espirometria (Fig. 2), que avaliam as

capacidades pulmonares e deve ser realizado na posição sentado e supina; pressão

inspiratória máxima (PImax) e pressão expiratória máxima (PEmax) (Fig.3) avalia a

força dos músculos respiratórios; o pico de fluxo de tosse (PFT) (Fig.4) avalia a

efetividade da tosse; a oximetria de pulso (Fig.5) fornece de forma continua a saturação

da oxi-hemoglobina no sangue, em condições normais o valor é igual ou maior que

95%, valores menores indicam hipoxemia, a oximetria também é importante no período

noturno para diagnosticar hipoventilação alveolar noturna; a capnografia (Fig. 6)

analisa o CO2 exalado e a gasometria arterial demonstra o equilíbrio ácido-básico e

níveis sangüíneos de oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2). É um procedimento

doloroso que devido à dor provocada pela punção leva a hipoventilação além de ser um

exame que demonstra valores momentâneos e não fornece informações contínuas sobre

os gases, não sendo tão recomendadas para pacientes com doenças neuromusculares

(DNM) 10-14-23-24–25.

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Fig.2 – Espiromêtro Fig.3 – Manuvacuômetro

Fig. 4 – Peak flow Fig. 5 – Oximetro de pulso

Fig.6 – Capnógrafo

4.2.6 Tratamento fisioterapêutico na ELA

Exercícios de reexpansão: Devido à redução da capacidade pulmonar é

necessário que os pacientes com ELA pratiquem precocemente exercícios de

reexpansão pulmonar (Fig. 7 a-b-c) que consiste em inspirações profundas, mantendo

o ar por alguns segundos nos pulmões e após realiza a expiração 26. Também pode ser

realizado com o inspirômetro de incentivo (Fig.8), nele o paciente irá acoplar a boca

ao bucal e realizar a inspiração profunda e sustentada 26-27 No nosso serviço o

espirômetro de incentivo é utilizado para pacientes com CVF maior que 70%.

a- b- c-

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Fig. 7 – Exercícios de reexpansão pulmonar

Fig. 8 – Inspiromêtro de incentivo

Exercícios para aumentar a capacidade de insuflação máxima (CIM): Pacientes

com CVF maior ou igual 70% do predito são treinados a realizar os exercícios de Air-

Stacking (empilhamento de ar) (Fig. 9) que consiste através de uma máscara oronasal

ou bucal conectado a um ressuscitador manual realizar acúmulos de insuflações (2 a 4

insuflações), mantendo o volume por 6 segundos, expirando posteriormente. Três

insuflações consiste em uma manobra, o paciente deve realizar dez manobras, 3 vezes

ao dia 14. Para a realização desta técnica a função bulbar deve estar integra, para a glote

manter-se fechada. Aparelhos como o Cough Assist e ventiladores a volume também

podem ser utilizados para a realização desta técnica.

Fig. 9 – Exercícios de Air Stacking – empilhamento de ar

A respiração glossofaringea (RGF) (Fig.10), também utilizada para

empilhamento do ar, são utilizadas a língua e a musculatura faríngea para projetar

bolus de ar para dentro dos pulmões, como auxílio à inspiração. Inicialmente um

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“bolus” de ar é engolido e mantido através do fechamento da glote. A seguir outro

"bolus" é adicionado ao primeiro e mantido. O processo se repete até o momento que o

paciente não consegue mais segurar o ar com a glote fechada, dá início a expiração.

Cada RGF é constituíd por 6 a 9 goles de ar. Esta técnica proporciona aumento da

capacidade de insuflação máxima, melhora na eficácia da tosse, incrementa a fala e

previne atelectasias 14-28.

Fig. 10 – Respiração glossofaríngea (RGF)

Manobras de higiene brônquica: Na presença de secreções pulmonares esta

indicada a drenagem postural (Fig. 11), que consiste em utilizar a ação da gravidade

sobre as secreções de um segmento pulmonar a fim de deslocar as secreções para vias

aéreas mais altas e associada a tapotagem (Fig. 11) que são percussões torácicas

manuais aplicadas sobre o tórax do paciente, provocando mobilização das secreções.

Atualmente a literatura tem contra indicado esta manobra para pacientes com DNM,

pois piora o quadro de hipoxemia e tem sugerido o vibrador mecânico 27–28.

a- b-

c- d-

Fig. 11 – a- b- c- d- Drenagem postural, a- b- c- tapotagem e c- vibrocompressão

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Para auxiliar na eliminação da secreção o paciente é orientado a realizar inalação

(Fig. 12) com soro fisiológico 0,9% , de 2 a 3 vezes ao dia, com o objetivo de

fluidificação da mesma.

Fig.12 – Inalador

Clearence de secreção: A musculatura expiratória dos pacientes não tem poder

para criação de um fluxo adequado para a expulsão das secreções. Pacientes com pico

de fluxo de tosse menor que 160 l/min ou 2,7 l/seg não possuem fluxo adequado para

remoção de secreções e necessitam auxílio para viabilizar esta função. Os pacientes

necessitam, de auxílio manual à tosse (Fig. 13 a-b-c) podendo ser realizada através do

exercício de air-stacking (exercício com ambu, RGF, ventiladores volumétricos) ou

compressão abdominal e ou auxílio mecânico através do Cough Assist (Fig.14) 14–29–30.

A compressão abdominal deve ser sincronizada com a expiração do paciente,

após uma insuflação máxima. O auxílio mecânico à tosse envolve o equipamento Cough

Assist , que promove uma insuflação profunda (cerca de 30 a 50 cm de água) seguida de

uma exsuflação com uma pressão negativa da mesma monta. Ciclos de insuflação e

exsuflação através de máscara oronasal ou bucal podem ser repetidos até a total

eliminação das secreções e retorno da saturação de oxigênio até os níveis de

normalidade. A cada 4 a 5 ciclos deixa-se o paciente respirar e, a seguir, repete-se o

procedimento, caso seja necessário 11- 14-22-28-31-32–33.

Nos casos de pacientes que apresentam excesso de saliva pode ser requerida em

casa uma máquina de sucção (Fig. 15) para remoção da secreção via oral (sugador de

dentista acoplado a um aspirador). Para os pacientes com secreção pulmonar há

necessidade de remoção através da aspiração nasal 18-28.

a - b- c-

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Fig. 13 a - b - c – Assistência manual a tosse

Fig. 14 – Equipamento de assistência mecânica a tosse - Cought Assist

Fig. 15 – Equipamento de sucção

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Posicionamento no leito: A fraqueza dos músculos respiratórios acomete os

paciente principalmente à noite com sinais de hipoventilação que ocorre primeiramente

no sono REM. Desta forma o diafragma trabalha melhor quando o paciente é

posicionado em decúbito dorsal elevado ou sentado 7-18–20.

4.2.7 Ventilação não invasiva (VNI)

Pacientes com pneumopatias crônicas o uso de O2 prolonga a vida, pois a

capacidade de ventilação dos pulmões não esta comprometida, já nos casos de

comprometimento da capacidade de ventilação a administração de O2 deprimi o

impulso cerebral para respirar, levando a um aumento do CO2 (hipercapnia), podendo

evoluir com uma insuficiência ventilatório. Devido a esta complicação nunca deve

aplicar oxigênio aos pacientes neuromusculares, a não ser que o mesmo apresente

doença pulmonar de base ou pneumonia. Pacientes com ELA tem indicação de

ventilação não invasiva (VNI) 14.

A VNI segundo o Consenso Internacional de 1999, é indicada quando o paciente

apresenta: sintomas de fadiga, dispnéia e cefaléia matinal; e um dos critérios

fisiológicos: capacidade vital forçada < 50% do predito, PaCO2 > 45mmHg, saturação

do O2 < 88% durante 5 minutos consecutivos durante o sono e PImax <60 cmHO2 34.

Segundo o Congresso internacional de ALS ocorrido na Philadelphia em 2005,

estima-se que a CVF deva ser menor que 70% do predito para indicação de VNI.

Os equipamento disponível no mercado para VNI é o BiPAP (Bilevel Positive

Pressure Airway) (Fig. 16) de fácil manipulação, baixo custo quando comparado aos

volumétricos, podendo ser feita pela própria família quando orientado por um

profisisonal médico ou fisioterapeuta. A pressão positiva inspiratória (IPAP- Inspiratory

Positive Airway Pressure) e expiratória (EPAP- Expiratory Positive Airway Pressure)

deve ser individualizada para cada paciente. Na falência ventilatória de pacientes

neuromusculares, apenas a fase inspiratória (IPAP) é necessária. A fase expiratória

(EPAP) não pode ser zerada, uma vez que o BiPAP possui circuito único e uma pressão

positiva em torno de 2 a 5 mm Hg pode ser necessária para a exalação do CO2 através

da válvula. O gradiente IPAP – EPAP é chamado SPAN e é este SPAN que traduz a

grandeza do auxílio ventilatório (volume corrente) que vai ser ministrado 35.

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O BiPAP deve ser ligado a uma bateria e esta a um nobreak, pois caso haja

queda de energia o paciente não ficará sem ventilação. A autonomia da bateria deve se

checada com cada fabricante, em média elas duram em torno de 6-8hs.

Uma desvantagem do BiPAP é que ele trabalha com pressão até 30cmH2O, em

alguns casos está pressão torna-se insuficiente para promover uma ventilação adequada,

havendo necessidade de trocar o equipamento para ventiladores portáteis ciclados a

volume ou pressão.

Fig. 16 - BiPAP (Bilevel Positive Pressure Airway)

Quanto às interfaces (Fig. 17 a-b) utilizadas temos a máscara nasal que preserva

a fala e deglutição e tem um menor risco de aspiração, porém durante a ventilação pode

ocorrer perda de volume através da boca quando o paciente não consegue mante-lá

fechada, temos também a máscara orofacial que engloba boca e nariz e é utilizada

quando o escape de ar pela boca torna-se significante 28–36.

a- b-

Fig. 17 – Interfaces: orofacial e nasal

O uso da interface aplicada diretamente sobre a face, pode levar a escara nasal.

Para evitar estas complicações é utilizado um protetor nasal (O Gel ou duoderme). Os

pacientes que utilizam máscara oronasal podem evoluir com ressecamento da mucosa

de vias aéreas e boca durante o uso da VNI. Um umidificador deve ser acoplado ao

BiPAP 36.

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Após a regulagem dos parâmetros ventilatórios do paciente o mesmo deve

receber uma carteirinha com os parâmetros, pois numa pane na máquina, o cuidador

saberá informar o técnico as pressões utilizadas pelo paciente.

Alguns pacientes necessitam de oxigênio para a ventilação, o mesmo pode ser

fornecido conectando-se a porta de enriquecimento de O2 ao BiPAP ou diretamente na

máscara, longe da vávula exalatória. Estudos demonstram que a porta de

enriquecimento é mais efetiva na oferta de O2.

Os problemas mais frequentes com a VNI são irritação na pele, irritação nos

olhos, ressecamento da mucosa nasal ou oral, escape de ar ao redor da máscara,

aerofagia e distensão abdominal (cólica) 28.

4.2.8 Ventilação mecânica invasiva (VMI)

Com a evolução da doença e os pacientes vão necessitar de VMI, desta forma o

respirador é conectado a traqueostomia. A traqueostomia é uma incisão cirúrgica

(estoma), criando um orifício na traquéia, no qual introduz um tubo para possibilitar a

aplicação de ventilação mecânica e aspirações da traquéia 14. Está indicada para os

pacientes dependentes 24 horas de ventilação mecânica e que apresentam dificuldade na

eliminação de secreções devida fraqueza da musculatura bulbar impossibilitando até

mesmo a ventilação adequada dos pulmões 14-24.

As cânulas de traqueostomia são de metais quando o indivíduo tem prognóstico

para o desmame da traqueostomia, porém quando o mesmo necessita ficar

definitivamente com a traqueostomia é indicado a prótese de plástico, esta apresenta

um manguito ao redor que permanece insuflado para evitar o escape de ar. Existe

também a cânula fenestrada que possui uma cânula interna, ligada ao circuito do

ventilador, e uma parede externa sólida, esta é deixada na luz da traquéia sempre que a

cânula interna for temporariamente retirada para ser limpa 14.

Válvula fonatória: Um dos maiores prejuízos acarretados pela traqueostomia é a

perda de comunicação verbal, então foram desenvolvidas válvulas fonatórias que

permitem a entrada de ar na inspiração com uma pequena pressão inspiratória, durante a

fonação há seu fechamento e direcionamento do ar para a laringe, permitindo assim a

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comunicação do paciente. A válvula fonatória pode ser utilizada para pacientes sem

risco de broncoaspiração 37.

4.2.9 Intubação Orotraqueal (IOT)

Muitos profissionais não especializado em doenças neuromusculares, frente a uma

situação de insuficiência respiratória costumam realizar a IOT que consiste na

introdução de uma sonda pela traquéia através da boca, sendo conectada a um

ventilador. Neste procedimento existem diversas complicações como pela própria

presença de uma sonda nas vias aéreas leva a produção abundante de secreções e

dificuldade de eliminação, sendo necessário realizar aspirações freqüentes, ficando o

paciente mais suscetível as infecções, a presença dessa sonda impede a fala e

deglutição, pode ocorrer fibrose da traquéia devido a insuflação do manguito, paralisia

das cordas vocais, colapso das vias aéreas, intubação seletiva causando pneumotórax,

entre outras complicações 14. É importante que o paciente e a família estejam orientados

a procurar um serviço mais especializado frente uma emergência e expor as condições

do paciente ao profissional. Muitas vezes não há necessidade da IOT e sim da instalação

da VNI quando este não estiver utilizando ou quando já faz uso, adequar esta ventilação,

aumento o SPAN e a clearence de secreção.

4.2.10 Ventilação x Qualidade de vida

A qualidade de vida melhora consideravelmente quando o paciente opta pelos

métodos não invasivos, evitando assim a traqueostomia , as penumonias recorrentes e a

insuficiência respiratória aguda. A ventilação não invasiva domiciliar permiti progressos

no tratamento de pacientes com ELA, com aumento da sobrevivência e da qualidade de

vida. É de extrema importância expor aos pacientes todas as suas condições e as opções

terapêuticas disponíveis, pois ele tem direito de optar pelo aquilo que julga importante

para manutenção da sua vida com qualidade 14-38.

Pacientes em ventilação podem ter acesso ao shopping, cinemas, feiras, etc

desde que seja adaptado a sua cadeira de roda o BiPAP. O BiPAP deve ser adaptado a

uma bateria de carro através de 2 cabos (cabo 12Volts para o acendedor de cigarro do

carro e cabo adaptador para bateria de 12Volts)

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Os cuidadores dos pacientes devem ser orientados a carregar sempre consigos um

ambu (no caso de pane na máquina) e uma extensão de 5 metros pois caso haja algum

problema com a bateria há possíbilidade de ligar o BiPAP em qualquer estabelecimento

ou residência mais próximo.

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5- DISCUSSÃO

A elaboração de manual de cuidados respiratórios para pacientes com ELA e

seus cuidadores sobre os aspectos respiratórios que ocorrem na doença é uma forma

simples de intervenção porém de grande importância.

Desta forma os pacientes e cuidadores têm a oportunidade de um maior

esclarecimento sobre o acometimento respiratório na doença onde muitas vezes não tem

acesso a estas questões durante uma consulta médica ou terapia e também ficariam mais

atentos aos comprometimentos, relatando assim a equipe multidisciplinar sendo possível

uma intervenção mais precoce, além de saberem das alternativas que podem ser

tomadas em uma determinada situação.

A mecânica respiratória normal e a mecânica respiratória na ELA foi abordada

em todos os manuais disponíveis, optamos em abordar a falência de ventilação x

falência de oxigenação com o objetivo de esclarecer aos pacientes e seus cuidadores a

diferença entre os dois tipos de falência e o envolvimento muscular no processo de

respiração, pois observamos na prática clínica que os mesmos não tem noção do

envolvimento muscular no processo de ventilação.

Abordamos em nosso manual os sinais e sintomas respiratórios mais comuns na

ELA, como a dispnéia aos esforços e sinais e sintomas de hipoventilação alveolar entre

outros, a associação de doença do neurônio motor possui uma série de manuais entre

eles um intitulado como “Symptom Control in Motor Neurone Disease” onde descreve

somente sobre a dispnéia, porém o enfoque é diferente do nosso manual, pois é

direcionado aos profissionais.

O manual das associações italiana e espanhola de Esclerose Lateral Amiotrófica,

também abordam as complicações respiratórias na ELA, porém o nosso manual sugere a

utilização de equipamentos de sucção para auxiliar na remoção de secreções evitando

assim o risco de aspirações.

A associação de Esclerose Lateral Amiotrófica possui uma série de manuais

entre eles um com o título de “Adapting to Breathing Charges” onde descreve os

principais testes respiratórios que devem ser realizados periodicamente durante o curso

da doença, diferente do manual da associação espanhola com o título “Ayudas para

problemas com la Respiración” que não descreve. Optamos em abordar esta temática

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por acreditar que é de extrema importância os pacientes e cuidadores reconhecer os

objetivos dos testes e a importância de serem realizadas regularmente, pois eles nos

fornecem dados para determinadas intervenções como, por exemplo, a indicação de

VNI.

Descrevemos sobre técnicas de fisioterapia respiratória como exercícios de

reexpansão pulmonar, drenagem postural, tapotagem, utilização de inspirometros de

incentivo e auxilio a tosse, no manual da associação espanhola e possível também

encontrar estas temáticas, porém descrevemos em nosso manual os exercícios de

empilhamento de ar (Air Stacking) e respiração glossofaríngea (RGF) que é

amplamente utilizada em nosso ambulatório, onde não foi possível revisar em outro

manual.

Sobre a ventilação não invasiva, todos os manuais descrevem este assunto, pois

acreditamos ser um assunto de grande interesse de todos e também que causa muitas

dúvidas. Não descrevemos em nosso manual a opção da VNI através de equipamentos a

volume, pois atualmente nossos pacientes somente têm acesso aos equipamentos à

pressão.

Quanto a traqueostomia, em nosso manual foi abordado de forma sucinta por

considerarmos um assunto um pouco agressivo, sugerimos um manual especifico para

abordar este assunto, para disponibilizar somente aqueles pacientes que optam por esta

intervenção, como o manual da associação canadense – “A Manual for people Living

with ALS”, que descreve somente as vantagens e desvantagens da ventilação não-

invasiva e invasiva, citando então a traqueostomia.

Podemos observar nos manual da associação canadense e da associação de

Esclerose Lateral Amiotrófica que não há ilustração das temáticas discutidas, optamos

por fotos para transmitir maiores detalhes das opções sugeridas.

Nos mesmos manuais discutidos acima, foi possível ter acesso a uma seqüência

de manuais que estas associações disponibilizam a seus pacientes, onde são abordados

diversos assuntos em cada manual, correspondente a uma determinada dificuldade

encontrada no curso da doença.

Sugerimos um próximo trabalho para podermos analisar a aplicabilidade deste

manual e observar se a compreensão e interpretação dos assuntos abordados estão

adequadas e se realmente estas são as necessidades dos pacientes.

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6- CONCLUSÃO

Foi possível propor através de um levantamento bibliográfico o conteúdo a ser

abordado em um manual de orientações sobre os cuidados respiratórios para pacientes

com ELA e seus cuidadores.

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8- ANEXO

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu ___________________________________ portador (a) do

R.G._______________, autorizo para os devidos fins a utilização das minhas

imagens no trabalho intitulado como “Manual de cuidados respiratórios para

pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica e seus cuidadores” a ser

apresentado a Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de

Medicina UNIFESP/EPM como parte dos requisitos para obtenção do grau de

especialista em Intervenções fisioterapêuticas nas doenças neuromusculares.

_________________________

Assinatura

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ABSTRACT

Introduction - The Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS) is a neurodegenerative illness

that acomete the motor neurons of the cortex, cerebral trunk and spinal marrow. Its

manifestation with degeneration of the superior and inferior motor neurons, its

beginning is insidioso and gradual course, eventually the degeneration is asymmetrical

and with the illness advance it becomes symmetrical and bilateral. The signals and

symptoms are corresponding to the one of the compromised motor neuron. The main

cause of death in ALS is the respiratory complications, therefore with the illness

evolution the patient presents weakness of the respiratory musculatura taking the

ventilation incapacity, the degeneration of the inspiratory muscle takes the respiratory

insufficience and alveolar hypoventilation and the degeneration of the expiratory muscle

associate to the disfunction of glote leads to an inefficacious cough. Had this

degeneration the patients evolve with reduction of the forced forced vital capacity

(FVC) needing then noninvasive ventilation. On the basis of the described data above

and the practical experience in the clinic of ALS of the Neuromuscular Sector of the

Federal University of São Paulo - São Paulo School of Medicine UNIFESP/EPM,

appeared to the necessity to carry through the bibliographical survey of the content to be

boarded in a manual of respiratory cares for patients with ALS and its companions.

Objective - To consider the content to be boarded in a manual of orientation on the

respiratory cares for patients with ALS and its companions.

Material and method - As material were carried through research in the quantity of the

central library of the UNIFESP/EPM and data base of Bireme, Lilacs, Pubmed, Medline

and sites of search. He was enclosed in the manual work for international and manual

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patients with ALS who approach aspects respiratory, articles books and informative

materials that approach ALS and/or respiratory aspects without year restriction, opinion

of specialist and illustrations through photos duly authorized. They had been excluded

manual, informative articles, books and materials that do not approach ALS and/or

respiratory aspects. As method of this work the material was selected and defined the

thematic ones to be boarded in a manual

Results - five respiratory manuals international that are directed for patients with ALS

and aspects had been selected. As scientific content they had been boarded the falencia

ventilation and falencia oxygenation, respiratory complications, respiratory evaluations,

respiratory phisical therapy, vetilation noninvasive x ventilation invasive, ventilation x

quality of life and the illustration was through photos.

Conclusion - It was possible to consider through a bibliographical survey the content to

be boarded in a manual of orientation on the respiratory cares for patients with ALS and

its companions.