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ALIMENTAR O FUTURO UMA REFLEXÃO SOBRE SUSTENTABILIDADE A L I M E N T A R WWW.APN.ORG.PT | [email protected] Apoio institucional: ANTE VISÃO

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A L I M E N T A R

O FUTUROU M A R E F L E X Ã O S O B R E

S U S T E N T A B I L I D A D E A L I M E N T A R

WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

Apoio institucional: A N T EV I S Ã O

A S S O C I A Ç Ã O P O R T U G U E S A D O S N U T R I C I O N I S T A S | W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

TÍTULO: Alimentar o futuro: uma reflexão sobre sustentabilidade alimentar

COLEÇÃO E-BOOKS APN: E-book n.° 43

DIREÇÃO EDITORIAL: Célia Craveiro

CONCEÇÃO: Helena Real, Teresa Carvalho

CORPO REDATORIAL: Helena Real, Teresa Carvalho

CRIAÇÃO GRÁFICA: Cooperativa 31

PROPRIEDADE: Associação Portuguesa dos Nutricionistas

REDAÇÃO: Associação Portuguesa dos Nutricionistas

CONSULTORIA: Pedro Graça | Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde

JUNHO DE 2017

©APN

Interdita a reprodução integral ou parcial de textos ou fotografias, sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais.

COMO CITAR: Associação Portuguesa dos Nutricionistas. Alimentar o futuro: uma reflexão sobre sustentabilidade alimentar. E-book nº 43. Porto: Associação Portuguesa dos Nutricionistas; 2017.

F I C H A T É C N I C A

CONTEXTUALIZAÇÃO

FACTOS & NÚMEROS

ECO-ENCICLOPÉDIA

INDICADORES AMBIENTAIS

CADEIA ALIMENTAR E

SUSTENTABILIDADE

REFEIÇÕES DIÁRIAS E

SUSTENTABILIDADE

DIETA MEDITERRÂNICA

SUSTENTABILIDADE

EXTRA

ALIMENTAR A

SUSTENTABILIDADE

BIBLIOGRAFIA

Í N D I C EASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS

W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

R E F E I Ç Õ E S

D I Á R I A S ESUSTENTABILIDADEASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS

W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

“Eat food. Not too much. Mostly plants.”Michael Pollan

A S S O C I A Ç Ã O P O R T U G U E S A D O S N U T R I C I O N I S T A S | W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

• Os alimentos da época têm, geralmente, características nutricionais e organoléticas (p.e. sabor, odor, cor) superiores. Por outro lado, permitem contribuir para a promoção da economia local e para a melhoria do ambiente (p.e. utilizam menos cadeias de frio, menos conservantes).

• Estes alimentos também estão, habitualmente, disponíveis a um preço mais acessível. Em seguida, apresenta-se o calendário de sazonalidade nacional para os produtos hortícolas, a fruta, os frutos oleaginosos e o pescado.

CALENDÁRIO DA SAZONALIDADE

A S S O C I A Ç Ã O P O R T U G U E S A D O S N U T R I C I O N I S T A S | W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

PRODUTOSHORTÍCOLAS

JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Abóbora

Acelga

Agrião

Alface

Batata nova

Beldroegas

Beringela

Beterraba

Brócolos

Cebola

Cebola nova

Cenoura

Chicória

Chou-chou

Courgette

Couve de Bruxelas

Couve lombarda

Couve portuguesa

Endívias

Ervilhas

Espargos

Espinafres

Fava

Feijão-verde

CALENDÁRIO DA SAZONALIDADEP R O D U T O S H O R T Í C O L A S

PRODUTOSHORTÍCOLAS

JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Grelos

Nabiças

Nabo

Pepino

Pimento

Rabanete

Rábano

Repolho

Rúcula

Tomate

Estação normal Fora de época

Adaptado de: Alimentação Inteligente - coma melhor, poupe mais (2012)

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FRUTA JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Alperce

Ameixa

Amora

Ananás dos Açores

Banana da Madeira

Cereja

Diospiro

Figo

Framboesa

Kiwi

Laranja

Limão

Maçã

Melancia

Melão e Meloa

Mirtilo

Morango

Nêspera

Pera

Pêssego

Romã

Tangerina

Uva

CALENDÁRIO DA SAZONALIDADEF R U T A E F R U T O S O L E A G I N O S O S

FRUTOS OLEAGINOSOS

JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Amêndoa

Avelã

Castanha

Nozes

Pinhão

Estação normal Disponível na 1.a quinzena Disponível na 2.a quinzenaFora de época

Adaptado de: Alimentação Inteligente - coma melhor, poupe mais (2012)

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PEIXES DE MAR JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Atum

Bacalhau

Besugo

Carapau

Cavala

Corvina

Galo

Garoupa

Linguado

Peixe-espada

Pescada

Raia

Sardinha

Solha

Tamboril

CALENDÁRIO DA SAZONALIDADEP E S C A D O

Adaptado de: Acope

PEIXES DE RIO JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Carpa

Enguia

Lampreia

Perca

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MOLUSCOS JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Choco

Lula

Polvo

MARISCO JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Amêijoa

Berbigão

Camarão

Lagosta

Lagostim

Mexilhão

Percebe

Sapateira

Santola

CALENDÁRIO DA SAZONALIDADEP E S C A D O

Adaptado de: Acope

A S S O C I A Ç Ã O P O R T U G U E S A D O S N U T R I C I O N I S T A S | W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

• Refeições que incluam produtos de origem vegetal têm uma redução expressiva sobre a pegada de carbono, hídrica e ecológica. Contrariamente, refeições apenas à base de alimentos de origem animal têm maior impacto sobre os indicadores ambientais supracitados.

• Uma alimentação vegan pode causar menor impacto ambiental, mas não é por si só considerada um tipo de alimentação sustentável, uma vez que a sustentabilidade alimentar não é apenas o reflexo do impacto ambiental, também depende de outros fatores como, por exemplo, a adequação nutricional, a cultura alimentar e a acessibilidade.

• Relativamente à adequação nutricional de dietas com redução do conteúdo em proteínas de alto valor biológico, presentes nos produtos de origem animal, é fundamental que esta dieta seja sustentada por um Nutricionista, enquanto profissional com conhecimentos na área da alimentação e nutrição, para que não ocorram défices nutricionais a curto, médio e longo prazo.

• A Dieta Mediterrânica pode ser uma das alternativas mais adequadas para modificar hábitos de consumo, de forma a promover uma alimentação mais saudável e sustentável.

ALIMENTAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

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Realizar uma lista de compras e

adquirir apenas os alimentos

que serão consumidos.

Ocupar 3/4 do prato

com alimentos de origem vegetal.

Limitar a1/4 do prato os alimentos de origem

animal.

Limitar o consumo de

carne vermelha (p.e. porco,

cabrito, vaca) e processada (p.e. salsichas, hambúrgueres,

enchidos).

Aumentar o consumo diário de leguminosas e utilizá-las em substituição da carne, pescado

ou ovos em algumas

refeições da semana.

Servir as porções em

função da Roda da Alimentação Mediterrânica

e em conformidade

com as necessidades energéticas e nutricionais de cada indivíduo.

C O M O C O N S T R U I R U M A R E F E I Ç Ã O S U S T E N T Á V E L ?

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Preferir alimentos locais e da

época.

Consumir pescado nacional,

conforme a época e com o tamanho

mínimo exigido pela lei.

Consumir alimentos

oriundos do comércio justo.

Utilizar utensílios

adequados para servir

as refeições (p.e. colheres doseadoras,

facas afiadas).

Reaproveitar as sobras de outras refeições.

Reduzir o desperdício na preparação e confeção dos

alimentos.

C O M O C O N S T R U I R U M A R E F E I Ç Ã O S U S T E N T Á V E L ?

A S S O C I A Ç Ã O P O R T U G U E S A D O S N U T R I C I O N I S T A S | W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

As panelas de pressão permitem

cozinhar mais rapidamente e economizar mais energia. Limitar o uso

de forno.

Ferver a água num jarro elétrico é

mais rápido e envolve

menos custos energéticos do que aquecê-la numa panela.

Manter a panela tapada,

enquanto cozinha e desligar o

fogão pouco tempo antes do final da cozedura.

Preferir embalagens familiares, ao invés de embalagens individuais.

Adquirir produtos avulso.

Reutilizar embalagens

utilizadas (p.e. acondicionar

botões, materiais de bricolagem).

Minimizar o embalamento

(p.e. pão embalado,

talheres, bases de tabuleiro).

C O M O C O N S T R U I R U M A R E F E I Ç Ã O S U S T E N T Á V E L ?

A S S O C I A Ç Ã O P O R T U G U E S A D O S N U T R I C I O N I S T A S | W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

Atentar à data de

validade dos produtos e

acondicionar na zona

frontal os alimentos

com a data de fim mais

próxima.

Acondicionar conveniente-

mente os alimentos

(p.e. armaze-nar em local

seco ou no frio).

Consumir, em primeiro

lugar, os alimentos

mais perecíveis.

Verificar, fre-quentemente, a temperatura de refrigera-ção e conge-

lação.

Fazer com-postagem

dos resíduos orgânicos e

utilizar como fertilizante na horta fa-

miliar.

Reciclar as embalagens utilizadas.

Fazer uma horta familiar ou

um canteiro aromático,

em caso de falta de

espaço.

C O M O C O N S T R U I R U M A R E F E I Ç Ã O S U S T E N T Á V E L ?

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C O M O C O N S T R U I R U M A R E F E I Ç Ã O S U S T E N T Á V E L ?

O planeamento antecipado das refeições diárias permite uma gestão mais eficiente do dia alimentar, dos recursos utilizados e do orçamento familiar. Assim, quando estruturar as suas refeições, siga as Recomendações da Roda da Alimentação Mediterrânica.

Esta representação é um complemento à nova roda dos alimentos

D I E T AM E D I T E R R Â N I C AU M E X E M P L O D E U M P A D R Ã O

A L I M E N T A R S U S T E N T Á V E L

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS

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A S S O C I A Ç Ã O P O R T U G U E S A D O S N U T R I C I O N I S T A S | W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

• A Dieta Mediterrânica constitui um padrão alimentar e de estilo de vida que promove o bem-estar do planeta; correspondendo à região do Mediterrâneo um dos locais do mundo com maior biodiversidade.

• Este tipo de alimentação é promotor da diversidade no consumo de alimentos e técnicas culinárias salutares.

• Também incentiva a utilização de alimentos locais e sazonais, o que permite diminuir os custos energéticos, de tempo, embalagem e transporte inerentes à importação de alimentos.

• Este Padrão Alimentar estimula, ainda, a moderação no consumo alimentar, o que possibilita a redução do desperdício de alimentos.

D I E T A M E D I T E R R Â N I C AU M E X E M P L O D E U M P A D R Ã O A L I M E N T A R S U S T E N T Á V E L

A S S O C I A Ç Ã O P O R T U G U E S A D O S N U T R I C I O N I S T A S | W W W . A P N . O R G . P T | G E R A L @ A P N . O R G . P T

Pela relevância que a sustentabilidade alimentar assume, nos dias de hoje, é fundamental a reflexão, discussão e decisão conjunta entre o Nutricionista e os restantes profissionais da área da Alimentação e Nutrição para que, deste modo, seja possível construir uma visão comum para a sustentabilidade alimentar e agricultura.

Neste contexto, a Associação Portuguesa dos Nutricionistas lança um Programa de Sensibilização e Informação sobre Sustentabilidade Alimentar com o objetivo de consciencializar os profissionais e a comunidade.

“Construir uma visão comum para a sustentabilidade alimentar e agricultura

depende de cada um de nós.” Building a common vision for sustainable food and agriculture (FAO, 2014)

R U A J O Ã O D A S R E G R A S , N . ⁰ 2 8 4 – R / C 3 , 4 0 0 0 - 2 9 1 P O R T O • T E L . : + 3 5 1 2 2 2 0 8 5 9 8 1 • F A X : + 3 5 1 2 2 2 0 8 5 1 4 5 •G E R A L @ A P N . O R G . P T • F A C E B O O K . C O M / A S S O C I A C A O P O R T U G U E S A N U T R I C I O N I S T A S • W W W . A P N . O R G . P T