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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ALEXANDRE BORGES FAGUNDES MAPEAMENTO DO GERENCIAMENTO DAS AREIAS A VERDE DE FUNDIÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ SOB A ÓTICA DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTABELECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DISSERTAÇÃO PONTA GROSSA 2010

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ALEXANDRE BORGES FAGUNDES

MAPEAMENTO DO GERENCIAMENTO DAS AREIAS A VERDE DE

FUNDIÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ SOB A ÓTICA DA

PRODUÇÃO MAIS LIMPA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O

ESTABELECIMENTO DE ESTRATÉGIAS

DISSERTAÇÃO

PONTA GROSSA

2010

ALEXANDRE BORGES FAGUNDES

MAPEAMENTO DO GERENCIAMENTO DAS AREIAS A VERDE DE

FUNDIÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ SOB A ÓTICA DA

PRODUÇÃO MAIS LIMPA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O

ESTABELECIMENTO DE ESTRATÉGIAS

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Gestão Industrial, da Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus Ponta Grossa, da UTFPR.

Orientador: Prof. Dr. Ivanir Luiz de Oliveira.

PONTA GROSSA

2010

Aos meus pais:

José Mario (in memorian) e Mariza,

exemplos de amor aos filhos e incentivo

incondicional aos estudos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por permitir mais esta conquista em minha vida.

À minha família, por todo apoio, carinho e confiança depositada.

Ao meu orientador e amigo, professor Dr. Ivanir Luiz de Oliveira, pela

oportunidade da realização deste trabalho e principalmente pela orientação e

paciência durante a revisão do mesmo.

Aos professores doutores Nilson Ribeiro Modro, Jhon Jairo R. Behainne e

Joseane Pontes, membros da banca, pela contribuição de suas sugestões.

À minha colega de sala e amiga Caroline Rodrigues Vaz, companheira nessa

jornada pela busca e difusão do conhecimento.

À Renata Régis Florisbelo, pela atenção, colaboração e incentivo a esta

pesquisa.

Ao Sr. Jurandir Sanches Carmelio, pelas valiosas informações disponibilizadas.

À minha namorada, pelo apoio, principalmente pela paciência e compreensão

nos períodos em que tive que me ausentar.

Ao amigo Délcio Pereira, por sua presença iluminada, sempre transmitindo

otimismo e confiança nos momentos de incerteza.

Aos profissionais que responderam os questionários, compartilhando seu

tempo e seus conhecimentos sobre as areias de fundição.

Enfim, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização

deste trabalho.

“Se você acha que pode ou acha que não

pode, de qualquer maneira você está certo.”

(Henry Ford)

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

RESUMO

FAGUNDES, Alexandre Borges. Mapeamento do Gerenciamento das Areias a Verde de Fundição no Estado do Paraná sob a Ótica da Produção mais Limpa: uma Contribuição para o Estabelecimento de Estratégias. 2010, 139 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa, 2010.

A questão ambiental vem ocupando espaço cada vez maior no cenário nacional. O crescente aumento no rigor das legislações torna essa temática foco de grande atenção. Nesse ínterim, a indústria da fundição surge como grande recicladora, por utilizar material reciclado como matéria-prima em seus processos, mas ao mesmo tempo apresenta baixo desempenho ambiental, por ser grande consumidora de recursos minerais e também pelos resíduos que gera. Dentre os resíduos gerados, o de areia de fundição se destaca, constituindo-se num dos maiores problemas no tocante ao gerenciamento de resíduos da indústria de fundição. Além do embasamento sobre fundição, a abordagem deste trabalho envolveu aspectos da legislação ambiental, elaboração de normas específicas para as areias de fundição através da ABNT CB-59, conceitos e sistemas de gerenciamento ambiental (ISO 14001, Ecologia Industrial e Produção mais Limpa), buscando analisar o gerenciamento das areias a verde de fundição no Estado do Paraná com vistas ao estabelecimento de futuras estratégias para o setor. Para atingir esse objetivo realizou-se um levantamento do setor de fundição em todo o Paraná e identificaram-se as empresas utilizadoras de areias à verde de fundição; diagnosticou-se, com base na Produção mais Limpa, a atual situação do gerenciamento desses materiais e projetou-se um cenário futuro da utilização da técnica de moldagem por areias a verde. O estudo mostrou que as práticas de gerenciamento das areias a verde englobaram os três níveis de ação da Produção mais Limpa, que o uso desse material continua sendo interessante para as fundições sob o aspecto econômico e que dificilmente será substituído totalmente. Como principais metas das fundidoras foram apontadas a expansão da capacidade produtiva e a melhoria na qualidade dos produtos. Foram identificadas as dificuldades enfrentadas e evidenciados pontos em que há necessidade de investimentos e melhorias envolvendo o nível organizacional e tecnológico das empresas pesquisadas. O estudo também revelou dados conflitantes entre a geração total de areias descartadas de fundição informada pelas empresas e a geração estimada com base nos dados de entrada, deixando dúvidas quanto ao destino de grande parcela desse material. Portanto, a abordagem e os resultados obtidos na pesquisa evidenciaram sua relevância para o setor de fundição no Estado do Paraná, contribuindo para um melhor conhecimento sobre o gerenciamento das areias a verde e dando subsídios ao estabelecimento de futuras estratégias.

Palavras-chave: Fundição, Areia a verde, Gestão Ambiental.

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ABSTRACT

FAGUNDES, Alexandre Borges. Mapping of the Foundry Green Sand Management in the Paraná State from the Cleaner Production perspective: a Contribution to the Establishment of Strategies. 2010, 139 p. Dissertation (Master in Production Engineering), Federal Technological University of Paraná, Campus Ponta Grossa, 2010.

The environmental issue has been occupying more space on the national scene. The increasing stringency of the laws makes this thematic focus of great attention. In this context, the foundry appears as a great recycler to use recycled material as raw material in their processes, but at the same time has a low environmental performance because it is a huge consumer of mineral resources and also because of the waste it generates. Among this waste, the foundry sand waste is one of the biggest problems concerning the management of waste from the foundry industry. Beyond the theoretical base on foundry, the approach of this study involved aspects of environmental legislation, development of standards specific to the foundry sand through the ABNT CB-59, concepts and environmental management systems (ISO 14001, Industrial Ecology and Cleaner Production) searching to analyze the foundry green sand management in the state of Paraná, with a view to establishing future strategies for the sector. To achieve this goal we carried out a survey of the foundry sector across the Parana and identified the companies using the foundry green sand, was diagnosed on the basis of Cleaner Production, the current situation of management of these materials and projected a future scenario of using the technique of molding sand green. The study showed that the management practices of the green sands encompassed three levels of action of Cleaner Production, the use of this material is still interesting to the foundries under the economic aspect and it probably won't be completely replaced. The main goals of the foundries are the expansion of productive capacity and improving product quality. Difficulties have been identified and highlighted the points where there is need for investment and improvements involving organizational and technological levels of companies surveyed. The study also revealed conflicting data between the total generation of discarded foundry sands informed by companies and the estimative based on the input data, leaving it unclear as to the fate of a large part of this material. Therefore, the approach and results of survey showed its relevance to the foundry industry in the State of Paraná, contributing to a better understanding of the green sand management and giving subsidies to the establishment of future strategies.

Keywords: Foundry, Green sand, Environmental Management

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - RANKING DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE FUNDIDOS (BASE 2008) ..22

FIGURA 2 - PRODUÇÃO BRASILEIRA DE FUNDIDOS...........................................22

FIGURA 3 - DISTRIBUIÇÃO SETORIAL DA VENDA DE FUNDIDOS NO BRASIL (%) .............................................................................................................................23

FIGURA 4 – EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE FUNDIDOS 1998 - 2008 (EM US$ MILHÕES) .................................................................................................................24

FIGURA 5 - PROJEÇÃO DE DEMANDA DE FUNDIDOS NO BRASIL (2009 – 2013) ....................................................................................................................................24

FIGURA 6 - PROJEÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA E PRODUÇÃO DE FUNDIDOS DO BRASIL (2009 – 2013) ....................................................................25

FIGURA 7 - MÃO-DE-OBRA EMPREGADA NO SETOR DE FUNDIÇÃO BRASILEIRO (1998 – 2008) ......................................................................................26

FIGURA 8 - FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FUNDIÇÃO COM AS PRINCIPAIS ENTRADAS DE MATÉRIAS-PRIMAS E INSUMOS E SAÍDAS DE RESÍDUOS E EMISSÕES ................................................................................................................28

FIGURA 9 - ESTRUTURA DO COMITÊ BRASILEIRO DE FUNDIÇÃO - ABNT/CB-59 ....................................................................................................................................37

FIGURA 10 – ELEMENTOS-CHAVE DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL BASEADO NA ISO 14001.........................................................................................42

FIGURA 11 - ABORDAGEM ESQUEMÁTICA DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA..........47

FIGURA 12 - PERCENTUAL DE QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS EM RELAÇÃO AO UNIVERSO DE EMPRESAS DE FUNDIÇÃO LEVANTADAS NO ESTADO DO PARANÁ QUE UTILIZAM AREIAS A VERDE............................................................58

FIGURA 13 - PORTE DAS EMPRESAS....................................................................61

FIGURA 14 - ESCOLARIDADE DOS FUNCIONÁRIOS DE ACORDO COM O PORTE DAS EMPRESAS .........................................................................................62

FIGURA 15 - ESCOLARIDADE DOS FUNCIONÁRIOS (CÔMPUTO GERAL) ........63

FIGURA 16 - PERCENTUAL DE FERROS, AÇOS E METAIS NÃO-FERROSOS FUNDIDOS (ANO-BASE 2008) .................................................................................63

FIGURA 17 - DESTINAÇÃO DA PRODUÇÃO DE FUNDIDOS – REGIÕES DO PAÍS (INDICADOR)* ...........................................................................................................64

FIGURA 18 - DESTINAÇÃO DA PRODUÇÃO DE FUNDIDOS – SEGMENTOS (INDICADOR)* ...........................................................................................................65

FIGURA 19 - FATURAMENTO ANUAL DAS EMPRESAS (R$) ...............................65

FIGURA 20 - TIPOS DE FORNOS EMPREGADOS .................................................66

FIGURA 21 - TIPOS DE MOLDAGEM EMPREGADOS ...........................................66

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

FIGURA 22 - PROCESSOS DE MOLDAGEM: DIVISÃO PERCENTUAL DO VOLUME TOTAL DE AREIAS DESTINADOS À MOLDAGEM .................................67

FIGURA 23 - PROCESSOS DE MACHARIA: DIVISÃO PERCENTUAL DO VOLUME TOTAL DE AREIAS DESTINADOS À MACHARIA ...................................................67

FIGURA 24 - POSTURA DAS EMPRESAS FRENTE ÀS CERTIFICAÇÕES TS 16949, ISO 14001 E ISO 9001 ..................................................................................68

FIGURA 25 - ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS DAS EMPRESAS NOS ÚLTIMOS 5 ANOS (INDICADOR)*................................................................................................69

FIGURA 26 - ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS DAS EMPRESAS PARA OS PRÓXIMOS 5 ANOS (INDICADOR)*.........................................................................70

FIGURA 27 - OBJETIVOS DAS EMPRESAS AO INVESTIR EM TECNOLOGIA ....71

FIGURA 28 - DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS EMPRESAS PARA SE DESENVOLVEREM ..................................................................................................71

FIGURA 29 - POSTURA DAS EMPRESAS QUANTO À REALIZAÇÃO DE ENSAIOS LABORATORIAIS NAS AREIAS ...............................................................................77

FIGURA 30 - EQUIPAMENTOS PARA AREIA A VERDE: PERCENTUAL PRESENTE NAS EMPRESAS ..................................................................................78

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE AREIAS-BASE ........................31

TABELA 2 – RELAÇÕES ENTRE OS MATERIAIS ADQUIRIDOS PELAS EMPRESAS COMO MATÉRIAS-PRIMAS ................................................................75

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – TRIAGEM DO TOTAL DE EMPRESAS PESQUISADAS ...................55

QUADRO 2 – DISTRIBUIÇÃO DAS QUESTÕES OBJETIVAS DOS QUESTIONÁRIOS EXPLORATÓRIO E COMPLEMENTAR DE ACORDO COM O TIPO DE TABULAÇÃO .............................................................................................60

QUADRO 3 – PERCENTUAIS DE ADF DESTINADOS PELAS EMPRESAS À RECICLAGEM EXTERNA .........................................................................................79

QUADRO 4 – PERCENTUAIS DE ADF DESTINADOS PELAS EMPRESAS PARA DESCARTE FINAL ....................................................................................................80

QUADRO 5 – PRÁTICAS DE GERENCIAMENTO DE ADF ADOTADAS PELAS EMPRESAS: ENQUADRAMENTO SEGUNDO OS 3 NÍVEIS DA P+L ....................84

QUADRO 6 – INDICADORES EM FUNÇÃO DO NÍVEL DE AÇÃO DAS EMPRESAS PESQUISADAS ...........................................................................................................85

QUADRO 7 – DADOS DA SITUAÇÃO ORGANIZACIONAL DAS EMPRESAS PESQUISADAS ...........................................................................................................89

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIFA Associação Brasileira de Fundição ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ADF Areias Descartadas de Fundição AFS American Foundry Society BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento CB-01 Comitê Brasileiro de Mineração e Metalurgia CB-59 Comitê Brasileiro de Fundição CE-59 Comissão de Estudos de Areias de Fundição CEMA Conselho Estadual do Meio Ambiente CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNTL Centro Nacional de Tecnologias Limpas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente EIA Estudo de Impacto Ambiental EIPPCB European Integrated Pollution Prevention and Control Bureau EPA Environmental Protection Agency FIEP Federação das Indústrias do Estado do Paraná IAP Instituto Ambiental do Paraná IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social ISO International Organization for Standardization NBR Norma Brasileira ONG Organização Não Governamental P+L Produção mais Limpa PCA Pó de Carvão Aditivado RIMA Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos SGA Sistema de Gestão Ambiental SiO2 Dióxido de Silício UNEP United Nations Environment Programme UNIDO United Nations Industrial Development Organization

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO....................................................................................... 15

1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................18

1.2.1 Objetivo Geral................................................................................................... 18

1.2.2 Objetivos Específicos....................................................................................... 18

1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................18

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA........................................................................... 19

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO............................................................................ 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO................................ .................................................. 21

2.1 FUNDIÇÃO.......................................................................................................... 21

2.1.1 Fundição no Brasil............................................................................................ 21

2.1.2 O Processo de Fundição.................................................................................. 27

2.1.3 Areias de Fundição........................................................................................... 29 2.1.3.1 Areias a verde..............................................................................................29

2.1.3.2 Areias ligadas quimicamente.........................................................................30

2.1.3.3 Constituintes básicos das areias...................................................................30

2.2 ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL...................................................... 33

2.3 NORMAS E REGULAMENTAÇÕES REFERENTES ÀS AREIAS DE FUNDIÇÃO................................................................................................................. 36

2.4 CONCEITOS E SISTEMAS DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL.....................40

2.4.1 ISO 14001.........................................................................................................41

2.4.2 Ecologia Industrial............................................................................................ 43

2.4.3 Produção mais Limpa (P+L)............................................................................. 45 3 MATERIAIS E MÉTODOS................................ ...................................................52

3.1 LOCAL DA PESQUISA........................................................................................52

3.2 EMPRESAS PESQUISADAS.............................................................................. 53

3.3 COLETA DE DADOS...........................................................................................55

3.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA......................................................................... 56

3.4.1 Questionário Exploratório................................................................................. 56

3.4.2 Questionário Complementar............................................................................. 57

3.5 REPRESENTATIVIDADE DOS DADOS COLETADOS...................................... 57

3.6 TABULAÇÃO E TRATAMENTOS DE DADOS....................................................59 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................ ............................................ 61

4.1 ANÁLISE DO GERENCIAMENTO DAS AREIAS A VERDE DE FUNDIÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ...............................................................................................74

4.2 ANÁLISE DA AMOSTRA SOB A ÓTICA DA P+L............................................... 83

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

4.2.1 Situação Organizacional das Empresas........................................................... 88

4.3 PROJEÇÕES E CONSIDERAÇÕES...................................................................90 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................... ................................................ 94

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS..................................................96 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 97 APÊNDICE A – TRIAGEM DO LEVANTAMENTO DAS INDÚSTRIAS DE FUNDIÇÃO DO PARANÁ................................. ....................................................... 106 APÊNDICE B – EMPRESAS QUE POSSUEM PROCESSOS DE FUND IÇÃO EM SUAS INSTALAÇÕES NO ESTADO DO PARANÁ............... .................................110 APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO............. ................................. 112 APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO COMPLEMENTAR............. ............................... 118 APÊNDICE E – IDENTIFICAÇÃO DE UM CASO DE INICIATIVA DE SUBSTITUIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS NA FABRICAÇÃO DE AR EIAS À VERDE (O CASO DE UMA EMPRESA DE FUNDIÇÃO DA REGIÃO CENTRO-ORIENTAL DO PARANÁ)................................ ....................................................... 118 ANEXO A – GUIA DAS FUNDIÇÕES – REVISTA FS (EXCERTO REFERENTE AO UNIVERSO DA PESQUISA).............................. ...................................................... 127 ANEXO B – GUIA ABIFA DE FUNDIÇÃO (EXCERTO REFERENTE AO UNIVERSO DA PESQUISA)....................................... .................................................................129 ANEXO C – ESTADO DO PARANÁ – MESORREGIÕES GEOGRÁFIC AS.......... 132 ANEXO D – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE F UNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA EM TODO ESTADO DO PARANÁ. .............. 133 ANEXO E – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE F UNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE ENVOLVENDO CURIT IBA E REGIÃO).................................................................................................................. 134 ANEXO F – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE F UNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE ENVOLVENDO PONTA GROSSA E REGIÃO)............................................................................................................... 135 ANEXO G – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE F UNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE ENVOLVENDO MARIN GÁ, LONDRINA E APUCARANA).............................. .................................................... 136 ANEXO H – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE F UNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE ENVOLVENDO TOLED O, CASCAVEL, FRANCISCO BELTRÃO E PATO BRANCO)......... ...........................137 ANEXO I – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE F UNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE ENVOLVENDO BANDE IRANTES, CAMBARÁ E JACAREZINHO)............................. .................................................. 138 ANEXO J – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE F UNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE ENVOLVENDO CAMPO MOURÃO, PARANAVAÍ E LOANDA)................................ ....................................................... 139

Capítulo 1 Introdução 15

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O crescente aumento populacional mundial gerou a necessidade de maior

quantidade de produtos e maior velocidade em sua manufatura; produtos artesanais

de outrora já não satisfaziam mais a demanda, e a industrialização, com o advento

da Revolução Industrial, veio a suprir essa necessidade. Os avanços tecnológicos,

desde então, vem num crescente desenvolvimento sob a forma de novas máquinas,

novos materiais e processos produtivos, chegando a níveis que seriam inimagináveis

a até pouco tempo atrás.

Os resíduos dos processos industriais que antes eram praticados, por serem

em sua maioria de origem natural, não causavam grandes impactos ao ambiente

(BIDONE, 1999); já os resíduos dessa nova concepção de produção, com sua vasta

gama de formas e composições repercutiram de maneira violenta, em poucas

décadas, no equilíbrio ambiental do planeta.

Materiais desenvolvidos com foco apenas nas propriedades necessárias à

aplicação do produto final e nos processos produtivos que visam tão somente a

obtenção do máximo lucro, culminaram em rejeitos de difícil decomposição, alta

toxicidade, dentre outras tantas propriedades estranhas à natureza, causando os

desdobramentos que se presencia na atualidade: alterações climáticas, desertos

que não param de crescer, desequilíbrios nos ecossistemas.

Ambientalistas a décadas vêm lutando em prol de atitudes para a reversão

desse quadro, dentre elas, podem-se citar a Conferência de Estocolmo (1972), a

Assembléia Geral das Nações Unidas (1983), o relatório de Brundtland (1987), a

Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ECO 92), realizada no Brasil

(consagrando o conceito de Desenvolvimento Sustentável: um modelo econômico

menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico) e a Conferência

Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável realizada em Joanesburgo (2002), na

África do Sul, traçando novas diretrizes para o Desenvolvimento Sustentável (aplicar

o “pensar globalmente e agir localmente”).

Capítulo 1 Introdução 16

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Atrelados a isso, os governos vêm impondo legislações em benefício ao meio

ambiente, específicas para cada área de atuação humana, fiscalizando e punindo os

infratores de forma cada vez mais severa.

Essa tendência mundial gerou um novo perfil de consumidor que, mais

consciente e preocupado com a questão ambiental, agrega valor de estima aos

produtos ecologicamente corretos, tornando esse um dos fatores de influência na

competitividade entre as empresas.

Devido a essa nova realidade as empresas estão vivenciando essa “dicotomia

da sustentabilidade”: de um lado, no âmbito ambiental, o dever responsável para

com o meio ambiente, em resposta à satisfação dos clientes; de outro lado, no

âmbito econômico, as imposições legais e o valor desses procedimentos, que

contribuem para aumentar seus custos.

O setor de fundição surge nesse ínterim como um grande reciclador, pois utiliza

materiais descartados pela sociedade – objetos metálicos já considerados sucata –

como matérias primas para a constituição dos seus produtos finais, reintroduzindo

esses materiais à cadeia produtiva e, ao mesmo tempo, trazendo benefícios ao meio

ambiente pela diminuição da extração de minérios e outros materiais diretamente da

natureza, além de poupar a energia que seria empregada nos processos primários

de transformação.

Apesar disso, o setor de fundição apresenta baixo desempenho ambiental, por

ser grande consumidor de recursos minerais (a exemplo das areias-base) e também

por seus processos produtivos gerarem grande quantidade de resíduos (vapores,

escória, areias descartadas de fundição, materiais particulados, entre outros).

Dentre esses resíduos, evidenciam-se como objeto de grande preocupação as

Areias Descartadas de Fundição (ADF), pois se apresentam isoladamente como os

de maior volume, superando a somatória dos demais (ABIFA, 2008).

Como opções a serem consideradas em primeira instância para a destinação

desses materiais, avaliando-se o benefício ambiental, podem-se citar os processos

de reciclagem interna (recuperação e regeneração) e de reciclagem externa

(reutilização).

Capítulo 1 Introdução 17

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

No Brasil, aspectos técnicos e legais ainda impedem a plena reutilização

desses resíduos como matéria-prima em aplicações fora da indústria de fundição,

em contrapartida ao que ocorre nos Estados Unidos e Europa, e a regeneração de

areias a verde também encontra barreiras, sobretudo pela aparente inviabilidade

econômica, frente aos valores para a aquisição dos equipamentos.

Esse contexto contribui para a geração cada vez maior de passivos ambientais,

devido ao acúmulo desse material em aterros como opção regulamentada às

fundidoras e ao também crescente aumento no rigor das restrições ambientais, que

acarretam em custos cada vez maiores para essa prática.

Portanto, devido ao expressivo volume de ADF gerado e da influência do

cenário até aqui estabelecido, as ADF constituem-se atualmente num dos maiores

problemas no tocante ao gerenciamento de resíduos da indústria de fundição.

Tomando-se como referência os dados coletados da ABIFA (2009), da

produção total de fundidos no Brasil no ano de 2008, observou-se uma média de

produção de 82,8% de ferros fundidos (231.424,4 t/mês) e 9,7% para aços (26.984,8

t/mês), restando 7,6% (21.193,4 t/mês) para os materiais não-ferrosos. Dependendo

do tipo de peça a ser confeccionada, de acordo com Dantas (2003), a proporção

entre metal e areia utilizada nos processos de fundição varia de 0,8 a 1,0. Portanto,

considerando o valor médio de 0,9, movimenta-se aproximadamente 250.000 t

mensais de areias de fundição para suprir a média nacional de produção de metais.

Dentre os processos de fundição, o processo de areia a verde é o mais

empregado, principalmente para ferros fundidos tendo, portanto, maior participação

nos resíduos gerados pelo setor de fundição (OKIDA, 2006).

Em vista disso as areias descartadas de fundição foram eleitas como objeto

deste estudo, mais especificamente as areias a verde por sua evidente

representatividade.

Face a essa realidade, este trabalho buscou diagnosticar, sob a ótica da

Produção mais Limpa (P+L), o atual cenário do gerenciamento das areias a verde de

fundição no Estado do Paraná e, com base nas informações coletadas, projetar um

cenário futuro; com isso buscando responder à pergunta: com relação ao manejo

Capítulo 1 Introdução 18

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

das areias a verde de fundição, quais procedimentos estão sendo praticados

pelas indústrias de fundição do Estado do Paraná?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar o gerenciamento das areias a verde de fundição no estado do Paraná

com vistas ao estabelecimento de futuras estratégias para o setor.

1.2.2 Objetivos Específicos

(i) Realizar um levantamento do setor de fundição no Estado do Paraná e

identificar as empresas utilizadoras de areias à verde de fundição;

(ii) Diagnosticar a atual situação do gerenciamento das areias à verde no

Estado do Paraná, com base na Produção mais Limpa (P+L) e nos seus

três níveis de ação;

(iii) Projetar um cenário futuro da utilização da técnica de moldagem por areias

à verde.

1.3 JUSTIFICATIVA

O setor de fundição brasileiro apresenta relevância no cenário internacional (é

o 7º produtor mundial de fundidos) e também no cenário industrial nacional, uma vez

que o produto fundido é básico na maioria das cadeias produtivas. Destacam-se o

setor automotivo e de bens de capital com o consumo de, respectivamente, 55% e

Capítulo 1 Introdução 19

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

18% de toda a produção nacional de fundidos, que totalizou no ano de 2008 um

montante aproximado de 3.355.000 toneladas (CARMELIO et. al, 2009).

Geograficamente o setor de fundição está distribuído por todas as regiões do

país, porém apresenta maior concentração nas regiões Sudeste e Sul (ASSUNÇÃO

et. al, 2007, p.7). A região Sul ocupa o 2ª lugar no ranking da produção nacional de

fundidos.

O Estado do Paraná apresentou pouca representatividade em relação aos

estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo a literatura (Estudo

Setorial de Fundição 2004-2006), ele participa com apenas 3,5% do total de

fundidos na região Sul. No entanto, há carência de informações mais precisas e

atualizadas, sendo importante um aprofundamento desse estudo nessa região.

O desempenho ambiental das empresas de fundição é uma incógnita. A

alarmante estimativa da movimentação de 250.000 t/mês de areias de fundição no

Brasil, em sua maior parte constituída por areias a verde, direcionou a presente

pesquisa na busca de informações sobre o seu gerenciamento, especificamente no

Paraná.

Portanto, frente ao exposto, este trabalho se justifica por contribuir para o

maior conhecimento do setor de fundição no Estado do Paraná e sobre o

desempenho ambiental no trato das areias de fundição, particularmente das areias a

verde, orientando sobre um cenário futuro para o gerenciamento desses materiais.

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa teve como objeto de estudo as areias a verde de fundição e

abrangeu, sob a ótica da P+L, o gerenciamento desses materiais por empresas de

fundição estabelecidas no Estado do Paraná, elaborando-se um diagnóstico com

base nas informações fornecidas pelas empresas através do preenchimento de

questionários.

Capítulo 1 Introdução 20

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está estruturado em 5 capítulos.

No capítulo 1, a problemática que envolve as ADF é contextualizada, sendo

definidos os objetivos e apresentadas a justificativa, a delimitação e estrutura da

pesquisa.

O capítulo 2 apresenta o referencial teórico do trabalho, envolvendo fundição

(sua importância, dados sobre o setor no Brasil, descrição do processo produtivo e

dos materiais envolvidos), aspectos da legislação ambiental (Leis Federais e Leis,

resoluções e portarias em vigor no Estado do Paraná, além do projeto de Lei sobre a

Política Nacional de Resíduos Sólidos), normas e regulamentações referentes às

areias descartadas de fundição (classificação das ADF, normas da ABNT, em vigor e

em estudo, e regulamentações da CETESB), conceitos e sistemas de

gerenciamento ambiental (abordando Gestão Ambiental, ISO 14001, Ecologia

Industrial e Produção mais Limpa).

No capítulo 3 é feita a descrição do local da pesquisa e são apresentados o

método, os instrumentos e procedimentos utilizados a fim de alcançar os objetivos

propostos pela presente pesquisa.

O capítulo 4 apresenta os resultados da pesquisa e discussões.

E no capítulo 5 são apresentadas as conclusões do trabalho e recomendações

para trabalhos futuros.

Capítulo 2 Referencial Teórico 21

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 FUNDIÇÃO

O processo de fundição pode ser considerado o mais versátil dentre os de

conformação de metais. Isto ocorre devido à ampla diversidade de propriedades

metalúrgicas, formatos e dimensões que podem ser proporcionados às peças

fundidas (SIEGEL,1972) podendo, muitas vezes, constituir-se como o método mais

simples e econômico, ou até mesmo, como o único método tecnicamente viável para

a obtenção de determinada forma sólida (KONDIC, 1973).

Haja vista que o produto fundido é básico na maioria das cadeias produtivas

(CARMELIO et. al, 2009), tomando como exemplo as indústrias de máquinas e

equipamentos, normalmente dependentes de peças advindas do setor de fundição

para compor seus produtos, evidencia-se a relevância desse setor para o

desenvolvimento industrial de um país (SIEGEL, 1978).

2.1.1 Fundição no Brasil

O intenso emprego de mão-de-obra (característica da indústria de fundição) e a

auto-suficiência em matérias-primas são fatores que contribuem para que o Brasil

tenha independência do mercado externo, gerando um número significativo de

empregos diretos e indiretos no país. Dentre as matérias-primas destacam-se a

produção de ferro gusa (2º maior produtor mundial), ferroligas e alumínio,

exportando, respectivamente 68,7%, 45,3% e 60,8% de toda produção interna

(CARMELIO et al., 2009).

São aproximadamente 1.400 empresas de fundição (em sua maioria de capital

nacional e de pequeno e médio porte), totalizando cerca de 60.000 trabalhadores

empregados e um faturamento de 11 bilhões de dólares em 2008. As baixas

importações aliadas às representativas exportações contribuem de forma relevante

na balança comercial do país (CARMELIO et al., 2009).

Capítulo 2 Referencial Teórico 22

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Essa somatória de fatores reuniu condições que levaram o Brasil a ocupar a

sétima posição no ranking mundial de produtores de fundidos (base 2008), conforme

mostra a Figura 1.

Figura 1 – Ranking da produção mundial de fundidos (base 2008)

Fonte: Adaptado American Foundry Society (2009, p.20).

A evolução da produção brasileira entre 1998 e 2008, envolvendo peças

fundidas em ferro, aço e ligas não-ferrosas está representada na Figura 2.

Figura 2: Produção brasileira de fundidos (1998-2008)

Fonte: Adaptado Carmelio et. al (2009).

Capítulo 2 Referencial Teórico 23

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

O desenvolvimento apontado nos últimos anos deve-se, em grande parte, à

crescente participação do setor automotivo (55%) na distribuição setorial de vendas

de fundidos do Brasil. A presença de montadoras da Ásia, EUA e Europa, aliada à

grande quantidade de veículos em seu território, cerca de 25,6 milhões (décima frota

mundial de veículos), movimentam o mercado de fabricantes de componentes

automotores e autopeças, além do abastecimento das próprias montadoras de

automóveis, caminhões, ônibus e tratores (CARMELIO et al., 2009).

A distribuição setorial da venda de fundidos do Brasil está representada na

Figura 3.

Figura 3 - Distribuição setorial da venda de fundidos no Brasil (%)

Fonte: Adaptado Carmelio et. al (2009).

Também merecem destaque os segmentos representados pela indústria de

bens de capital (18%), refletindo o desenvolvimento da indústria do país como um

todo; a indústria de siderurgia (destacando-se no mercado internacional) e a

indústria ferroviária, com o aumento de sua participação dentro das exportações do

país; cabendo ressaltar que a nacionalização de produtos e a exportação indireta de

fundidos (exportação de produtos que contém componentes fundidos) também vem

Capítulo 2 Referencial Teórico 24

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

crescendo, principalmente a partir dos anos 2000 (CARMELIO et al., 2009). A Figura

4 representa a evolução das exportações de fundidos do Brasil entre 1998 e 2008.

Figura 4 - Exportação brasileira de fundidos 1998-2008 (em US$ milhões)

Fonte: Adaptado Carmelio et. al (2009).

Fatores econômicos globais como a projeção da demanda de fundidos,

capacidade instalada e produção de fundidos do Brasil estão representados nas

Figuras 5 e 6. Deve-se observar que os dados referentes ao ano de 2008 são reais,

enquanto que os de 2009 a 2013 estão estimados.

Figura 5 - Projeção da demanda de fundidos do Brasil (2009-2013).

Fonte: Adaptado Carmelio et al. (2009).

Capítulo 2 Referencial Teórico 25

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 6 - Projeção da capacidade instalada e produção de fundidos do Brasil (2009-2013)

Fonte: Adaptado Carmelio et. al (2009).

Quanto à mão-de-obra, o setor de fundição, da mesma forma que outros

segmentos, necessitou adequar-se às transformações advindas da globalização dos

mercados, buscando o incremento da produtividade através da racionalização de

recursos humanos e do aumento da mecanização, como fator para sobrevivência. O

reflexo disso pode ser evidenciado através das estatísticas: em 1990 o setor

empregava 66 mil trabalhadores, tendo esse valor reduzido a 38 mil em 1998 e, a

partir de então, apresentando sinais de recuperação, chegando a 57.011 em

dezembro de 2008 (CARMELIO et al., 2009). A Figura 7 apresenta o número de

trabalhadores empregados nas fundições de 1998 a 2008.

Capítulo 2 Referencial Teórico 26

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 7 - Mão-de-obra empregada no setor de fundição brasileiro (1998-2008)

Fonte: Adaptado Carmelio et. al (2009).

Com base nos dados da ABIFA (2009) o ranking da produção regional de

fundidos no ano de 2008 apresentou-se da seguinte maneira:

- Em primeiro lugar, a região sudeste e centro-oeste , totalizando uma

produção de 2.296.834 t (representando 68,5% da produção nacional de fundidos).

Destaque para o Estado de São Paulo com a produção de 1.162.353 t (34,6%), a

região centro-oeste e Minas Gerais com a produção de 889.722 t (26,5%) e o Estado

do Rio de Janeiro com a produção de 244.759 t (7,3%);

- Em segundo lugar, a região sul , com uma produção de 941.961 t

(representando 28,1% da produção nacional de fundidos);

- Em terceiro lugar, a região norte e nordeste , totalizando uma produção de

116.437 t (representando 3,5% da produção nacional de fundidos).

Observa-se que a região sul possui representatividade no cenário nacional,

ficando atrás apenas da região sudeste na produção de fundidos.

Capítulo 2 Referencial Teórico 27

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2.1.2 O Processo de Fundição

O processo de fundição consiste na fusão de um metal que, em estado líquido,

é vazado na quantidade necessária para o preenchimento de um molde e que, ao

solidificar-se, gera uma peça com o formato desejado (CAMPOS FILHO, 1978).

Os moldes são obtidos através da moldagem, geralmente em areia a verde,

num processo em que o formato externo do produto que se deseja obter é

transferido às areias pela compactação das mesmas sobre um modelo, normalmente

bipartido, cada qual numa caixa de fundição (CAMPOS FILHO, 1978; CARNIN,

2008). Os machos, por sua vez, geralmente formados por areia ligada

quimicamente, são responsáveis por dar o formato interno do produto fundido que se

deseja obter (KONDIC, 1973).

Em linhas gerais, depois de feita a moldagem, as duas metades do molde

juntam-se (com a inclusão ou não de machos, dependendo da exigência do produto)

e o metal líquido é vazado para dentro do molde, preenchendo toda a sua cavidade

(CAMPOS FILHO, 1978; KONDIC, 1973).

Após a solidificação do metal, todo o material contido nas caixas de fundição é

submetido a uma ação vibratória a fim de separar as peças fundidas das areias de

fundição (CAMPOS FILHO, 1978; CHEGATTI, 2004); ao término dessa etapa,

obtêm-se como resíduo a mistura de areia a verde com areia ligada quimicamente

(proveniente da desagregação de machos) (OLIVEIRA, 1998) e materiais

particulados (resíduos do metal vazado e também os provenientes das reações

decorrentes do próprio processo de fundição) (EIPPCB, 2005).

Nesse momento, o material fundido é direcionado para operações de

acabamento e a areia de fundição “usada” é manejada segundo as determinações

de gerenciamento desse tipo de material por parte da empresa de fundição que

estiver sendo considerada.

A Figura 8 apresenta um fluxograma do processo de fundição com principais

entradas de matérias-primas e insumos e saídas de resíduos e emissões.

Capítulo 2 Referencial Teórico 28

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 8 – Fluxograma do processo de fundição com as principais entradas de matérias-

primas e insumos e saídas de resíduos e emissões.

Fonte: Adaptado Oliveira, 1998.

Capítulo 2 Referencial Teórico 29

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Para a melhor compreensão das opções para o gerenciamento do resíduo de

areia de fundição, é de fundamental importância o prévio conhecimento dos tipos de

areia existentes e dos constituintes básicos que as compõem, bem como da sua

caracterização depois de submetidos ao processo de fundição, das leis ambientais

aplicáveis e das normas específicas para esse resíduo.

2.1.3 Areias de Fundição

As areias de fundição são materiais utilizados na confecção de moldes e

machos para fundição e podem ser divididas em dois grupos genéricos: as areias a

verde e as areias ligadas quimicamente (COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DA

ABIFA, 1999; CARNIN, 2008).

2.1.3.1 Areias a verde

“Areia a verde” é o nome dado às areias aglomeradas com argila que, após

confeccionado o molde, não sofrem nenhum processo de secagem antes do

vazamento de metal, são constituídas basicamente por quatro componentes:

material refratário (areia), material aglomerante (argila), aditivos e água (SENAI,

1987; COUTINHO NETO, 2004, CARNIN, 2008).

A mistura de areia base, bentonita, pó de carvão e água deve garantir à areia

de moldagem (areia verde) boas características de trabalhabilidade, maleabilidade,

compactabilidade, refratariedade, coesão, expansividade volumétrica, resistência a

esforços mecânicos como compressão e tração, permeabilidade e desmoldagem

(ARMANGE, 2005).

Capítulo 2 Referencial Teórico 30

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2.1.3.2 Areias ligadas quimicamente

As areias ligadas quimicamente são bastante aplicadas na fabricação de

machos. São formadas por material refratário (areia), material aglomerante

(orgânico, inorgânico ou misto) e aditivos (COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DA

ABIFA, 1999; SCHEUNEMANN, 2005).

Os sistemas ligantes devem possuir características de incremento às

propriedades de vida de banca da mistura (intervalo de tempo compreendido entre a

mistura dos componentes da areia e a cura dessa mistura, na forma de machos ou

moldes, que permita valores maiores ou iguais a 80% da resistência mecânica que

se conseguiria com a imediata moldagem após a mistura). Essas propriedades

podem ser afetadas por agentes contaminantes, umidade, temperatura da areia e

reatividades inerentes aos próprios ligantes empregados (ADAMOVITS, HORTON,

1998; COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DA ABIFA, 1999; PEIXOTO, 2003).

As fundições empregam um número considerável de resinas orgânicas para a

fabricação de machos e moldes, é a química destes sistemas ligantes que dá origem

às propriedades de ligação, técnicas de macharia e possibilidades de aplicação;

para que essas propriedades sejam alcançadas o ligante empregado deve

proporcionar a obtenção de estruturas altamente ligadas em cadeias poliméricas,

quando curado (PEIXOTO, 2003).

2.1.3.3 Constituintes básicos das areias

Areias-base: a areia-base é o componente presente em maior porcentagem

nas areias de fundição, são granulados de origem mineral formados pela

fragmentação de rochas devido às intempéries da natureza. A composição química

dos grãos varia de acordo com a rocha original, a forma como ocorreu a deposição e

as condições climáticas que envolveram todo o processo. O formato dos grãos varia

de acordo com o agente causador do processo de fragmentação da rocha, areias de

rio, por exemplo, possuem grãos angulares enquanto que as areias de praia, devido

Capítulo 2 Referencial Teórico 31

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ao movimento repetitivo e de grande amplitude que lhes é imposto (bem como as

areias de deserto, devido à ação do vento), possuem grãos mais arredondados

(SENAI, 1987; BERNDT, 1989; FERNANDES, 2001).

Nos depósitos de areia, a dimensão do grão (que pode variar entre 0,063 a

2,0 mm) e o grau de pureza do material, variam de acordo com a profundidade das

camadas. A Sílica é a areia-base mais utilizada nos processos de fundição (seguida

da Cromita, Zirconita, Olivina e Chamote). Em maior ou menor proporção, o dióxido

de silício (SiO2) é elemento comum à constituição de todas as areias (SENAI, 1987;

GIANNINI, 1995; FERNANDES, 2001). A Tabela 1 mostra as principais

características de interesse à fundição.

Tabela 1 – Principais características de areias-base

Fonte: Peixoto, 2003.

As propriedades físicas e químicas das areias-base apresentam grande

influência nas características e comportamento dos machos e moldes durante o

vazamento do metal (EIPPCB, 2005).

Capítulo 2 Referencial Teórico 32

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Aglomerantes / ligantes: são materiais misturados às areias-base com o

propósito de garantir a mantenabilidade da forma dos machos e das cavidades dos

moldes durante o processo de fundição (REINERT, 1996).

No caso das areias para fundição aglomeradas com argila, a argila é o agente

responsável por ligar entre si os grãos de areias-base. Perfazendo um total que gira

em torno de 10% da mistura, apresenta suas propriedades coesivas na presença de

água. São constituídas por minerais onde cada partícula possui comprimento

máximo de aproximadamente 2 mícrons e espessura da ordem de alguns angströns

(um angströn equivale a 10-8 cm) (SENAI, 1987).

No caso das areias ligadas quimicamente, os aglomerantes utilizados podem

ser:

Orgânicos: a exemplo das resinas furânicas, fenólicas e uretânicas

(SCHEUNEMANN, 2005). São materiais constituídos por moléculas complexas de

alto peso molecular, formadas por reação, por um número de moléculas simples de

mesmo ou diferente tipo, sob condições controladas de temperatura e pressão

(MORLEY, 1983 apud PEIXOTO, 2003).

Inorgânicos: tais como a sílica de sódio e o cimento portland, são constituídos

por água e minerais, formados por um átomo que se combina com um ou mais

elementos (SCHEUNEMANN, 2005).

Mistos: resultam da união dos compostos orgânicos com os inorgânicos. São

utilizadas misturas químicas como resinas fenólicas e alcalinas (SCHEUNEMANN,

2005).

Aditivos: são produtos adicionados à mistura das areias com o propósito de

lhes conferir melhores propriedades. Podem ser de dois tipos: orgânicos e

inorgânicos. Dentre os aditivos orgânicos podem-se destacar os carbonáceos (pó de

carvão mineral, piche e produtos afins), celulósicos (pó de madeira) e amiláceos e

dextrinas (produtos a base de amido). Os aditivos inorgânicos constituem-se de pós

de materiais naturais ou sintéticos, sendo os mais comuns o óxido de ferro e o pó de

sílica (SENAI, 1987).

Os aditivos utilizados para areias ligadas quimicamente são em geral aditivos

inorgânicos como, por exemplo, o óxido de ferro (SCHEUNEMANN, 2005).

Capítulo 2 Referencial Teórico 33

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2.2 ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

As empresas de fundição têm aumentado seu interesse pelo cumprimento

das legislações ambientais devido à crescente competitividade do mercado, em que

se faz necessário o esclarecimento do atendimento das responsabilidades

ambientais perante clientes, fornecedores, órgãos ambientais, sociedade,

investidores e ONGs (CASTRO, 2001).

Podem-se citar, na esfera federal, as seguintes leis envolvendo a temática:

Lei Federal nº 6.938/81 (regulamentada pelo decreto 99.274/90): “dispõe

sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação

e aplicação, e dá outras providências” (BRASIL, 1981). Essa lei serviu como base

para a exigência do EIA/RIMA (instrumentos para avaliação do impacto ambiental)

pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA (Resolução nº 1/1986) como

parte integrante do processo de licenciamento ambiental para determinadas

atividades (CONAMA, 2006).

Lei Federal nº 9.605/98: “dispõe sobre as sanções penais e administrativas

derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras

providências” (BRASIL, 1998). Conhecida como Lei de Crimes Ambientais, através

dessa lei pode-se responsabilizar administrativa, civil e penalmente pessoas físicas

ou jurídicas, autoras ou co-autoras de prejuízos causados à qualidade do meio

ambiente.

Na esfera estadual, focando o Estado do Paraná, podem-se citar as seguintes

leis, resoluções e portarias envolvendo a temática:

Lei Estadual nº 13.806/02: “dispõe sobre as atividades pertinentes ao controle

da poluição atmosférica, padrões e gestão da qualidade do ar, conforme especifica e

adota outras providências” (BRASIL, 2002). Essa lei profere determinações a serem

praticadas atendendo às disposições da legislação federal pertinente.

Lei Estadual nº 13.448/02: “dispõe sobre Auditoria Ambiental Compulsória e

adota outras providências” (BRASIL, 2002a). Essa lei profere determinações que

visam verificar requisitos ambientais das atividades de empreendimentos no Estado

Capítulo 2 Referencial Teórico 34

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

(avaliação das condições de manutenção e operação dos equipamentos e sistemas

de controle da poluição, verificação do cumprimento das normas ambientais

vigentes, entre outros).

Resolução CEMA nº 050/05: estabelece diretrizes para o Estado do Paraná

quanto aos procedimentos a serem adotados com relação a determinados tipos de

resíduos sólidos oriundos de outros Estados da Federação e/ou de outros países

(CEMA, 2005).

Resolução SEMA nº 054/06: estabelece critérios para controle da qualidade

do ar (SEMA, 2006). Dentre eles, no artigo 27, observa-se a determinação de

padrões de emissão para Fundição de Metais.

Portaria IAP nº 224/07: “estabelece os critérios para exigência e emissão de

Autorizações Ambientais para as Atividades de Gerenciamento de Resíduos Sólidos”

(IAP, 2007). Envolve os procedimentos de transporte, armazenamento, tratamento e

disposição final de resíduos sólidos no Estado.

Resolução CEMA nº 065/08: “dispõe sobre o licenciamento ambiental,

estabelece critérios e procedimentos a serem adotados para as atividades

poluidoras, degradadoras e/ou modificadoras do meio ambiente e adota outras

providências” (CEMA, 2008). Estabelece requisitos, conceitos, critérios, diretrizes e

procedimentos administrativos referentes ao licenciamento ambiental.

Ainda envolvendo a temática, cabe salientar um trabalho de grande relevância

que tramita atualmente na esfera federal:

Subemenda Substitutiva Global de Plenário ao Projeto de Lei nº 203, de 1991,

e seus apensos (engloba os projetos de Lei nº 203/91 e nº 1991/07): “esta Lei institui

a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e

instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao

gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades

dos geradores e do Poder Público, e aos instrumentos econômicos aplicáveis”

(PNRS, 2009).

Como principais medidas, proíbe a disposição de resíduos em quaisquer

corpos hídricos (praias, mares, lagos, etc.) ou in natura a céu aberto e institui a

responsabilidade compartilhada, de forma individualizada e encadeada, entre todos

Capítulo 2 Referencial Teórico 35

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

os envolvidos no ciclo de vida dos produtos (pessoas físicas e jurídicas, fabricantes,

importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços

públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos). Destaque para a

responsabilidade atribuída ao gerador de resíduos, que envolve desde o

armazenamento, transporte e tratamento, até a destinação final ambientalmente

adequada de seus resíduos e execução de medidas mitigatórias em caso de dano,

obrigando-se a ressarcir o Poder Público por gastos decorrentes de ações para

minimizar ou cessar um eventual dano causado. Há de se enfatizar que atividades

lesivas ao meio ambiente, inclusive as acarretadas pela inobservância aos preceitos

desta Lei ou de seu regulamento, estarão sujeitas a sanções conforme a Lei de

Crimes Ambientais (DI AGUSTINI, VENDRAMETTO, 2009; GRAMACHO, 2009;

GUSMÃO, 2009; PNRS, 2009).

Adicionalmente, esse Projeto de Lei também estabelece que os governos

estaduais e municipais criem programas para lidar com os resíduos em seus

territórios, visando a Gestão integrada desses resíduos também com outras

localidades. Por meio de incentivos fiscais e tributários, estimula a criação de

empresas exclusivamente recicladoras e promove a aplicação de tecnologias

saudáveis pelos fabricantes para o desenvolvimento de produtos seguros, além de

fomentar a utilização dos procedimentos mais adequados à destinação final dos

resíduos gerados na produção dos mesmos (DI AGUSTINI, VENDRAMETTO, 2009;

GRAMACHO, 2009; GUSMÃO, 2009; PNRS, 2009).

Frente ao exposto, pode-se observar na legislação brasileira a crescente

preocupação com a melhoria da qualidade ambiental. A continuidade de esforços

nesse sentido deve contribuir para uma abordagem cada vez mais abrangente do

tema, vindo a preencher a atual lacuna quanto a legislações que considerem

características mais específicas relativas a cada tipo de resíduo. Para que isso seja

possível é indispensável o prévio estudo desses resíduos e a criação de normas e

regulamentações que venham a embasar essas determinações legais.

Capítulo 2 Referencial Teórico 36

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2.3 NORMAS E REGULAMENTAÇÕES REFERENTES ÀS AREIAS DE

FUNDIÇÃO

Os resíduos sólidos são definidos pela ABNT – Associação Brasileira de

Normas Técnicas (2004a) como sendo os resíduos que se encontram no estado

sólido ou semi-sólido, resultantes de atividades de cunho industrial, doméstico,

hospitalar, comercial e agrícola, bem como, de serviços e de varrição. Esses

resíduos são classificados como perigosos quando suas características

proporcionam riscos à saúde dos seres humanos ou acarretam riscos ao meio

ambiente quando gerenciados de forma imprópria.

No Brasil, seguem as seguintes normas, procedimentos e métodos de ensaios:

NBR 10.004 - Resíduos Sólidos – Classificação: Classe I (perigosos), Classe II-

A (não inertes) e Classe II-B (inertes);

NBR 10.005 - Lixiviação de Resíduos – Procedimentos;

NBR 10.006 - Solubilização de Resíduos Sólidos – Métodos de ensaios;

NBR 10.007 - Amostragem de Resíduos – Procedimentos.

Dentro dessa classificação, os excedentes de areias de fundição enquadram-

se geralmente nas classes I e II-A, devido à presença de ligantes químicos e metais

(COMISSÃO DO MEIO AMBIENTE DA ABIFA, 1999).

Em virtude da problemática evidente acerca do trato e disposição dos

excedentes de areias de fundição e da falta de legislação específica para o setor, foi

criada em setembro de 2007 junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas -

ABNT (único foro de normalização do país), o Comitê Brasileiro de Fundição

ABNT/CB-59, tendo como âmbito de atuação a “normalização no campo da fundição

compreendendo fundição de ferro, de aço e de não ferrosos, insumos, matéria-

prima, resíduos no que concerne a terminologia, requisitos, métodos de ensaio e

generalidades” (ABNT, 2008).

A necessidade de um organismo de normalização exclusivo para o setor de

fundição motivou sua criação, pois até então, fazia parte do CB-01 Mineração e

Metalurgia, atualmente em recesso (ABIFA, 2008a).

Capítulo 2 Referencial Teórico 37

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Concomitantemente a isso, também foi criada a Comissão de Estudos de

Areias de Fundição ABNT/CE-59 com a responsabilidade da confecção e revisão

das normas, tendo sua primeira reunião realizada em 21 de fevereiro de 2008.

Formada por representantes da sociedade que de diferentes formas estão

envolvidos no assunto (produtores, consumidores, universidades, entre outros), a

comissão visa gerar as normas considerando a opinião de todos, favorecendo o

consenso entre as partes (ABIFA, 2008a). A Figura 9 mostra a forma como está

estruturado o Comitê Brasileiro de Fundição.

Figura 9 – Estrutura do Comitê Brasileiro de Fundição – ABNT/CB-59

Fonte: ABIFA, 2009a.

(*) Em estudo para instalação

No âmbito dos Resíduos de Fundição (59:001) foi instalada a Comissão de

Estudos Resíduos de Fundição ADF (59:001.01), tendo como escopo a

“normalização referente aos resíduos de fundição no que concerne a tratamento,

utilização, reaproveitamento, armazenamento e transporte” (ABIFA, 2009a), que

gerou inicialmente dois projetos de estudo sobre as areias descartadas de fundição

(ABIFA, 2008a).

Capítulo 2 Referencial Teórico 38

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

O primeiro deles, sob o número 59:001.01-001, após elaborado pela comissão

de estudos, circulou em Consulta Nacional no período de 13 de janeiro a 13 de

março de 2009, vindo a entrar em vigor como norma em 05 de junho de 2009 sob a

denominação ABNT NBR 15702:2009, tendo como escopo o estabelecimento de

“diretrizes para aplicação de areias descartadas de fundição como matéria-prima em

concreto asfáltico e cobertura diária em aterro sanitário” (ABNT, 2009).

Concreto asfáltico é um material que “pode ser empregado como revestimento,

camada de ligação (binder), base, regularização ou reforço do pavimento” (DNIT,

2004, p.3) e pode ser definido como:

Mistura executada a quente, em usina apropriada com características

específicas composta de agregado graduado, material de enchimento,

se necessário, e cimento asfáltico, espalhada e compactada a quente

(ABNT, 2009, p.2).

Cobertura diária em aterro sanitário é a “camada de material empregada na

cobertura dos resíduos dispostos no aterro sanitário, ao final da jornada de trabalho,

ou caso necessário, em outros intervalos, para cumprimento das funções previstas

em projeto” (ABNT, 2009, p.2). E aterro sanitário, por sua vez, pode ser definido

como:

Local tecnicamente apropriado para armazenamento de resíduo

doméstico, em áreas preparadas com critérios de engenharia e

normas operacionais específicas para disposição final de resíduos

sólidos, permitindo a confinação segura em termos de controle da

poluição ambiental e proteção à saúde pública (ABNT, 2009, p.2).

A norma ABNT NBR 15702:2009 define as condições a serem obedecidas

(classificação do resíduo, concentrações máximas de alguns elementos químicos em

ensaios determinados, obtenção de autorizações ambientais junto aos órgãos

competentes, entre outras), as documentações a serem geradas e os procedimentos

a serem executados por todos os envolvidos: geradores (utilizadores de areias em

seus processos de fundição), gestores (responsáveis por receber, beneficiar ou não,

Capítulo 2 Referencial Teórico 39

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

e dar destinação de reciclagem ou reutilização às ADF) e usuários (responsáveis por

receber, reciclar ou reutilizar as ADF) (ABNT, 2009).

O segundo projeto, sob o número 59:001.01-002, intitulado “Areia descartada

de fundição – Central de processamento, armazenamento e destinação – CPAD”

encontra-se em andamento (ABIFA, 2009a). O trabalho está sendo realizado no

sentido de “estabelecer as diretrizes para a construção e operação de áreas

destinadas ao processamento das areias descartadas de fundição” (ABIFA, 2009c),

envolvendo considerações referentes ao projeto, construção e operação do

empreendimento para abrigar os procedimentos de recebimento, processamento,

armazenamento e destinação das areias descartadas de fundição para fins de

reuso, reciclagem ou disposição final.

Cabe também citar que no estado de São Paulo há uma regulamentação sobre

as regras para gerenciamento de Areias descartadas de Fundição, bem como, a

análise de projetos de reutilização em asfalto e artefatos de concreto (ABIFA, 2008b)

através da Decisão de Diretoria da CETESB Nº152/2007/C/E publicada em agosto

de 2007 – Procedimentos para Gerenciamento de Areia de Fundição (CARNIN,

2008; ABIFA, 2009b).

Observa-se que as normas e regulamentações abordadas apresentam como

fator comum a busca de formas de gerenciamento que sejam adequadas ao resíduo

de areia de fundição. Trabalhos nesse sentido configuram elementos de grande

interesse e de fundamental importância para o gerenciamento ambiental das

organizações geradoras desses resíduos.

Portanto, o prévio conhecimento sobre sistemas de gerenciamento ambiental e

de alguns conceitos envolvendo a temática far-se-ão necessários para embasar o

entendimento do teor das análises apresentadas na presente pesquisa.

Capítulo 2 Referencial Teórico 40

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2.4 CONCEITOS E SISTEMAS DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Gerenciamento Ambiental pode ser entendido como o conjunto das ações

relacionadas ao acesso e uso dos recursos naturais (BRAGA, 2002) tendo por

finalidade minimizar a geração de resíduos, maximizar a produtividade e reduzir os

custos (RIBEIRO, 1999).

Modelos de Gestão Ambiental, portanto, devem estar atentos não só “[...] aos

possíveis impactos ambientais negativos causados ao meio ambiente e à sociedade,

mas também à repercussão econômico-financeira que os mesmos podem

representar para a empresa e para a sociedade, como um todo” (REIS e QUEIROZ,

2004).

Para estruturar e organizar a Gestão Ambiental das organizações de forma

sistêmica torna-se necessário implementar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

São alguns modelos de SGA utilizados no mundo: o Responsible Care

(desenvolvido no Canadá), a Norma BS 7750 (Britânica), o Sistema Europeu EMAS

(Eco-Management and Audit Scheme) e a norma internacional ISO 14001, por

serem específicos ao controle dos procedimentos de uma organização no

desenvolvimento das suas atividades no âmbito da responsabilidade ambiental.

Também podem ser citados outros instrumentos conhecidos de gerenciamento

ambiental, tais como a Produção mais Limpa (P+L), Produção Limpa (PL), ZERI

(Emissão Zero), Ecologia Industrial e ACV (Análise do Ciclo de Vida).

A seguir serão abordados com maior profundidade a ISO 14001, a Ecologia

Industrial e a Produção mais Limpa, uma vez que são amplamente difundidos no

meio industrial para o gerenciamento ambiental de processos.

Capítulo 2 Referencial Teórico 41

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2.4.1 ISO 14001

A norma ABNT NBR ISO 14001:2004 define Sistema da Gestão Ambiental

como sendo:

A parte de um sistema da gestão de uma organização que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos, utilizada para desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais (ABNT, 2004b).

A implantação desse sistema pode proporcionar às organizações, além de um

efetivo gerenciamento e melhorias ambientais (minimizando a ocorrência de

impactos ambientais adversos ao meio ambiente), a garantia aos clientes do

atendimento às legislações ambientais (REIS e QUEIROS, 2004), podendo trazer

reflexos econômicos positivos decorrentes de benefícios à sua imagem perante a

sociedade, eliminação de barreiras comerciais impostas por mercados

internacionais, maior controle dos processos, entre outros.

Os elementos-chave de um SGA baseados na ISO 14001 podem ser

enumerados conforme segue (REIS e QUEIROZ, 2004, p.26):

a) Política Ambiental: aborda a política ambiental e os requisitos para atender a esta política, através dos objetivos, metas e programas ambientais.

b) Planejamento: a análise dos aspectos ambientais das organizações, incluindo seus processos, produtos e serviços, assim como os bens e serviços usados pela organização.

c) Implementação e Operação: implementação e organização dos processos para controlar e melhorar as atividades operacionais que são críticas do ponto de vista ambiental. Devem ser considerados os produtos e serviços da organização.

d) Verificação e Ação Corretiva: verificação e ação corretiva incluindo o monitoramento, medição e registro das características e atividades que podem ter um impacto significativo no ambiente.

e) Análise Crítica pela Administração: análise crítica do SGA pela Administração para assegurar a contínua adequação e efetividade do sistema.

f) Melhoria Contínua: o conceito de melhoria contínua é um componente-chave do sistema de gestão ambiental, pois através dele a norma ISO 14001 pretende estimular a melhoria do desempenho.

Capítulo 2 Referencial Teórico 42

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

A Figura 10 ilustra os elementos-chave do Sistema de Gestão Ambiental baseado na ISO 14001.

Figura 10 – Elementos-chave do Sistema de Gestão Ambiental baseado na ISO 14001.

Fonte: Adaptado CAJAZEIRA, 1998.

Para que um Sistema de Gestão Ambiental seja bem sucedido, além de toda estruturação organizacional e normativa já citada, torna-se necessário o uso de ferramentas que, ambiental e economicamente, viabilizem a sua mais perfeita execução.

Numa visão holística da Gestão Ambiental, a melhoria contínua de produtos, processos ou atividades torna-se mais completa através da integração de ferramentas que abranjam os macro e micro-processos de uma organização.

Nessa linha de raciocínio serão abordados, a seguir, os conceitos de Ecologia Industrial e Produção mais Limpa como ferramentas econômico-ambientais englobando, de forma conjunta, a referida abrangência.

Capítulo 2 Referencial Teórico 43

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2.4.2 Ecologia Industrial

A Ecologia Industrial vem a contribuir com a Gestão Ambiental das

organizações industriais por alterar a visão sobre o conceito de resíduo, encarando-o

na verdade como um subproduto, pois na natureza, o “resíduo” do término de um

ciclo é também a matéria-prima necessária para o início de outro ciclo.

A Ecologia Industrial, para Agner (2006), baseia-se numa analogia entre os

sistemas ecológicos naturais e os sistemas industriais. A aplicação desse conceito

pode fomentar a sustentabilidade das organizações pelo fato de orientar as

estratégias empresariais no sentido de promover a integração entre as empresas,

adotando como modelo os sistemas encontrados no meio ambiente natural.

A troca de informações entre as organizações, com o objetivo de reestruturar

ou criar distritos industriais, tratando de forma mais racional suas matérias-primas e

subprodutos pode ser, segundo Erkman (1997), uma aplicação imediata do conceito

de Ecologia Industrial.

A filosofia da Ecologia Industrial, portanto, vem a chamar a atenção dos

gestores industriais para a maneira como os recursos disponíveis são manejados

pelos sistemas naturais, propondo utilizar esses sistemas como exemplos para as

indústrias e arranjos produtivos atuais.

Conforme o CNTL (2003a), a Ecologia Industrial adota seis princípios que

podem ser compreendidos como:

a) Criação de ecossistemas industriais: otimizar o aproveitamento dos

materiais e da energia, minimizar a geração de resíduos, maximizando sua

reciclagem ;

b) Equiparação das entradas e saídas dos processos industriais à capacidade

natural dos ecossistemas: conhecimento da quantidade de resíduos tóxicos

que os grandes sistemas naturais podem absorver, para o caso de

desastres ambientais;

c) Desmaterialização: redução no uso de materiais e energia na produção

industrial;

Capítulo 2 Referencial Teórico 44

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

d) Melhoria dos caminhos metabólicos dos processos industriais e no uso de

materiais: reavaliar os processos industriais buscando redução ou

simplificação com o objetivo de aproximá-los à eficiência dos processos

naturais;

e) Padrões sistemáticos no uso de energia: originar o aumento de um sistema

de fornecimento de energia que trabalhe como uma parte do ecossistema;

f) Alinhamento de políticas com a perspectiva de longo prazo da evolução do

sistema industrial: atuação conjunta das organizações integrando suas

políticas econômicas e ambientais.

Os seis itens apresentados pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas, em

síntese, evidenciam atitudes de fomento à sustentabilidade industrial pela analogia

aos sistemas naturais, a exemplo dos recifes de corais, como salienta Agner (2006,

p.20):

Os recifes de corais estão entre os mais antigos ecossistemas, com somente algumas mudanças nas espécies ao longo dos milênios. Eles existem em ambientes relativamente constantes nos mares tropicais. Sua alta produtividade é mantida apesar de muitas vezes o ambiente ser escasso de recursos. As águas tropicais são límpidas, devido ao fato de serem desprovidas de plâncton e nutrientes. Para manter esta alta produtividade, os recifes de corais são muito eficientes em captar recursos que estejam disponíveis. Para isto reciclam materiais escassos dentro do sistema, interceptando a maior quantidade de energia solar na sua superfície e transferindo energia muito eficazmente dentro do sistema.

Ao transportar esse conceito para um arranjo produtivo industrial,

considerando-o como um ecossistema, podem-se obter grandes benefícios através

da aplicação dos seis princípios da Ecologia Industrial, estabelecendo uma relação

simbiótica entre as empresas e favorecendo a sustentabilidade de todo o

ecossistema em questão. Dessa maneira, abrangendo tanto os macro-processos

(pela promoção do alinhamento de políticas e criação de ecossistemas industriais)

quanto os micro-processos envolvidos (através do uso racional de materiais e

energia), portanto, atuando como uma importante ferramenta de apoio à Gestão

Ambiental das organizações.

Capítulo 2 Referencial Teórico 45

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

2.4.3 Produção mais Limpa (P+L)

Não necessitando obrigatoriamente da implementação de um Sistema de

Gestão Ambiental para a aplicação de seus conceitos, a Produção mais Limpa é

uma ferramenta que contribui de maneira bastante acessível e prática na prevenção

de impactos negativos ao meio ambiente, por promover o melhor gerenciamento dos

recursos energéticos e minimizar os resíduos produzidos, podendo gerar lucros com

as economias alcançadas.

A Produção mais Limpa surgiu em 1991, num programa da UNIDO/UNEP,

como uma abordagem intermediária entre a Produção Limpa do Greenpeace e a

diminuição de resíduos da Environmental Protection Agency – EPA (CNTL, 2003b).

Teve suas origens estimuladas pela Conferência de Estocolmo em 1972,

conforme Barbieri (2004), pela definição de tecnologia limpa, que consiste em

disseminar menos poluição ao meio ambiente, gerar menos resíduos e consumir

menos recursos naturais.

De acordo com o Centro Nacional de Tecnologias Limpas – CNTL (2003b),

Produção mais Limpa constitui o aproveitamento contínuo de uma estratégia

econômica, ambiental e tecnológica associada aos processos e produtos, a fim de

aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia através da não

geração, diminuição ou reciclagem de resíduos gerados em todos os setores

produtivos.

A Produção mais Limpa aplica uma abordagem preventiva na Gestão

Ambiental, que permite o funcionamento da empresa de modo social e

ambientalmente responsável, trazendo influência em melhorias econômicas e

tecnológicas (CNTL, 2001; SILVA FILHO e SICSÚ, 2003), com a intenção de

maximizar a eficiência na utilização das matérias-primas, água e energia, aplicada a

serviços e produção e diminuir os riscos para as pessoas e ao meio ambiente

(CNTL, 2001; SILVA FILHO e SICSÚ, 2003; PIMENTA e GOUVINHAS, 2007).

De acordo com CNTL (2002), quando comparada às tecnologias de fim-de-tubo

(tecnologias estas que, ao invés de adotarem a prevenção, se preocupam em sanar

os impactos ambientais dos resíduos através do tratamento após sua geração,

Capítulo 2 Referencial Teórico 46

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

apenas tentando remediar o mal causado), a tecnologia da Produção mais Limpa

apresenta grandes vantagens, dentre elas:

a) Redução da quantidade de materiais e energia usados, apresentando

assim um potencial para soluções econômicas;

b) A minimização de resíduos, efluentes e emissões;

c) A responsabilidade pode ser assumida para o processo de produção

como um todo e os riscos no campo das obrigações ambientais e da

disposição de resíduos podem ser minimizados.

A Produção mais Limpa tem como objetivo fortalecer economicamente a

indústria através da prevenção da poluição, colaborando com o progresso da

situação ambiental de determinada região. Explora o processo produtivo e as demais

atividades de uma empresa e avalia a utilização de materiais e energia. A partir

disto, são criteriosamente examinados os produtos, as tecnologias e os materiais,

com a intenção de diminuir os resíduos, as emissões e os efluentes, e descobrir

modos de reutilizar os resíduos inevitáveis (CNTL, 2002).

As definições para Produção mais Limpa apresentadas acima, em síntese,

apontam para atitudes que proporcionem benefícios sociais e ambientais à região e,

simultaneamente, para ganhos econômicos e tecnológicos às empresas através da

maximização da eficiência na utilização de matérias-primas, água e energia, e pela

não geração ou minimização de resíduos, efluentes e emissões.

As maiores barreiras para a sua implantação, de um modo geral, acontecem

em função da resistência à modificação; da compreensão errônea (ausência de

informação sobre a técnica e a relevância oferecida ao ambiente natural); da não

existência de políticas nacionais que ofereçam suporte às atividades de Produção

mais Limpa; de empecilhos econômicos (alocação indevida dos custos ambientais e

investimentos) e de empecilhos técnicos (novas tecnologias), afirmam Moura et al.

(2005).

A Produção mais Limpa aborda a minimização de resíduos e emissões (níveis

1 e 2) e a reutilização de resíduos e emissões (nível 3), conforme apresentado na

Figura 11.

Capítulo 2 Referencial Teórico 47

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 11 - Abordagem esquemática da Produção mais Limpa

Fonte: CNTL, 2002.

Dentre os 3 níveis da P+L o nível 1 deve ser tomado como objetivo principal,

mudando-se para os níveis 2 ou 3, respectivamente, apenas quando todas as

opções do nível anterior forem tecnicamente descartadas (CNTL, 2003a; BECKER,

2007).

O nível 1 da P+L enfoca a redução na fonte englobando as melhorias que

possam ser alcançadas decorrentes tanto de modificações no processo quanto de

modificações no produto.

As modificações no processo abrangem todo o sistema de produção dentro

da empresa, são as mais comumente aplicadas em programas de Produção mais

Limpa e podem ser decorrentes de medidas de boas práticas operacionais,

substituição de matérias-primas e mudança de tecnologia (CNTL, 2003a):

a) Boas práticas operacionais (good housekeeping): por envolver menores

investimentos de capital, normalmente é o primeiro tópico a ser abordado na

Capítulo 2 Referencial Teórico 48

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

busca da melhoria do desempenho dos processos operacionais (CNTL,

2003A; RAUPP, 2007) com a minimização de resíduos, efluentes e emissões

por meio de adoção de medidas de procedimento, técnicas, administrativas

ou institucionais, que podem incluir (CNTL, 2003a; BECKER, 2007; MELLO,

2002):

- Utilização cuidadosa de matérias-primas e materiais auxiliares;

- Operação adequada de equipamentos;

- Alterações nas dosagens e nas concentrações de produtos;

- Elevar ao máximo o aproveitamento da capacidade do processo produtivo;

- Reorganização da programação dos intervalos de limpeza e manutenção;

- Eliminar perdas devido à evaporação e vazamentos;

- Otimização da logística de compra, estocagem e distribuição de matérias-

primas, materiais auxiliares e produtos;

- Elaboração de manuais de boas práticas operacionais;

- Treinamento e capacitação dos colaboradores.

b) Substituição de matérias-primas (e materiais auxiliares): além do intuito de

eliminar elementos tóxicos que afetem a saúde e a segurança do trabalhador

busca-se evitar a geração de resíduos, efluentes e emissões que gerem

impactos adversos ao meio ambiente, podendo incluir (CNTL, 2003a;

BECKER, 2007; MELLO, 2002, RAUPP, 2007):

- Substituição de solventes orgânicos por agentes aquosos e produtos

petroquímicos por bioquímicos;

- Utilização de matérias-primas com menor teor de impurezas e menor

possibilidade de gerar subprodutos indesejáveis;

- Trocas de fornecedores;

- Utilização de resíduos de outros processos como matérias-primas;

- Alteração dos materiais das embalagens das matérias-primas;

Capítulo 2 Referencial Teórico 49

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

- Utilização de matérias-primas biodegradáveis;

- Redução da complexidade dos processos pela diminuição do número de

componentes;

- Eliminação do uso de substâncias que contenham metais pesados;

- Buscar a utilização de matérias-primas que facilitem o sistema de fim de vida

de produtos.

c) Mudança de tecnologia : as alterações neste campo são orientadas para a

melhoria da performance ambiental (redução de resíduos, efluentes e

emissões) através de modificações do processo produtivo e/ou dos

equipamentos utilizados. Pode envolver desde simples alterações até

mudanças complexas e onerosas, a exemplo da substituição completa de

um processo, podendo incluir (CNTL, 2003a; BECKER, 2007; MELLO, 2002,

RAUPP, 2007):

- Alterações de processos termo-químicos para processos mecânicos;

- Utilização de fluxos em contracorrente;

- Emprego de tecnologias que permitam a segregação de resíduos e

efluentes;

- Alterações de parâmetros de processo;

- Aproveitamento de calor residual;

- Mudança total da tecnologia empregada.

As modificações no produto buscam eliminar características que sejam

ecologicamente indesejáveis (RAUPP, 2007). Modificações nesse nível possuem

uma abordagem complexa, pois envolvem a aceitação por parte dos consumidores

de um produto novo ou renovado (CNTL, 2003a), podendo apresentar alterações

(positivas ou negativas) quanto a padrões de qualidade e durabilidade (MELLO,

2002) sendo, portanto, geralmente adotadas somente após terem sido esgotadas as

Capítulo 2 Referencial Teórico 50

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

opções mais simples (CNTL, 2003a). As modificações no produto podem incluir

(CNTL, 2003a):

- Substituição total do produto;

- Acréscimo na longevidade do mesmo;

- Alteração de matérias-primas;

- Alteração do design do produto;

- Utilização de matérias-primas recicláveis ou recicladas;

- Substituição de componentes críticos;

- Diminuição do número de componentes;

- Tornar viável o retorno de produtos;

- Melhor aproveitamento da matéria-prima através da alteração de dimensões

e/ou substituição de itens.

Os níveis 2 e 3 da P+L apresentam como fator comum a reciclagem. Segundo

a norma ABNT NBR 15.702:2009 (ABNT, 2009, p.1) reciclagem “consiste em prática

ou técnica na qual os resíduos podem ser usados como matéria-prima ou insumo

dentro da mesma atividade que o gerou ou em outra atividade incluindo a

necessidade de tratamento para alterar suas propriedades químicas ou fisico-

químicas.”

O nível 2 da P+L enfoca a reciclagem interna , englobando as melhorias que

possam ser alcançadas decorrentes da recuperação de materiais já utilizados no

processo (matérias-primas, materiais auxiliares e insumos), dentro da própria planta

industrial (CNTL, 2003a; RAUPP, 2007), podendo ser usados novamente para o

mesmo propósito ou para propósitos diferentes dos originais (CNTL, 2003a;

BECKER, 2007).

O nível 3 da P+L engloba a reciclagem externa e ciclos biogênicos ,

enfocando os procedimentos que possam ser executados externamente à empresa,

sobre os resíduos, efluentes e emissões gerados pela própria empresa (CNTL,

2003a; BECKER, 2007; RAUPP, 2007), podendo promover a reintegração dos

Capítulo 2 Referencial Teórico 51

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

materiais ao ciclo biogênico (através da compostagem, por exemplo) e/ou o retorno

desses materiais ao ciclo econômico, através da utilização dos mesmos em

atividades externas à empresa que os originou (CNTL, 2003a; BECKER, 2007).

Frente ao exposto, por sua abordagem preventiva à geração de resíduos

(buscando prioritariamente a redução nas fontes geradoras) a Produção mais Limpa

aponta enfoque especial aos micro-processos de uma organização, tendo como um

de seus pontos mais fortes a análise técnica, ambiental e econômica vinculada à

detecção das oportunidades de melhoria, fomentando assim a sustentabilidade e

configurando-se, portanto, como uma importante ferramenta de apoio à Gestão

Ambiental das organizações.

Capítulo 3 Materiais e Métodos 52

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa teve natureza aplicada, descritiva quanto aos objetivos, e

quantitativa quanto a abordagem. Seus procedimentos técnicos foram de pesquisa

bibliográfica e de levantamento de dados (GIL, 2002; MENEZES E SILVA, 2005;

LAKATOS E MARCONI, 2006).

3.1 LOCAL DA PESQUISA

O local escolhido para a pesquisa foi o Estado do Paraná. O referido Estado

possui um PIB de R$168,78 bilhões, correspondente a 5,8% do PIB brasileiro (base

2008). Detém 5,6% da população brasileira, possuindo 10,3 milhões de habitantes

(base 2007) e um PIB per capita de R$ 16.386,00 (IBGE, 2009a).

A composição do PIB estadual, de acordo com dados do IPARDES (2009),

envolve em torno de 62,7% para o setor de serviços, 29,1% para o setor industrial e

8,2% para o setor agropecuário (base 2006).

No setor industrial do Paraná, dentre os diversos segmentos da indústria de

transformação, o de metalurgia básica apontou um total 6.110 trabalhadores

distribuídos em 178 unidades locais (IBGE, 2009b).

Segundo a classificação CNAE 1.0, a metalurgia básica engloba a produção de

ferro-gusa e ferro-ligas, siderurgia, fabricação de tubos - exceto em siderúrgicas,

metalurgia de metais não-ferrosos e fundição (CNAE, 2009).

Neste trabalho, de forma diferente da classificação CNAE 1.0 (CNAE, 2009a),

adotou-se como critério para levantamento de dados, empresas envolvidas na

atividade de fundição englobando a fabricação de peças fundidas (quaisquer – sem

ressalvas) de ferro, aço, metais não-ferrosos e suas ligas.

No Estudo Setorial de Fundição 2004-2006 realizado por Assunção et. al

(2007, p.64), o Estado do Paraná apresentou, dentre os Estados da Região Sul,

Capítulo 3 Materiais e Métodos 53

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

uma representatividade aproximada de 3,5% da produção de fundidos, frente os

81,2% de Santa Catarina e 15,3% do Rio Grande do Sul.

Há de se salientar que esses valores da literatura foram baseados numa

amostra de apenas 15 empresas do Estado do Paraná, 50 de Santa Catarina e 22

do Rio Grande do Sul (ASSUNÇÃO et. al, 2007, p.64) representando

respectivamente 88,29%, 91,11% e 78,48% (ASSUNÇÃO et. al, 2007, p.56) da

produção estimada para cada Estado considerando o Universo ABIFA para 2004

(ASSUNÇÃO et. al, 2007, p.15), ou seja, considerando a seleção de determinadas

empresas de fundição cadastradas na ABIFA.

Em sabendo da dificuldade de obtenção das informações para uma pesquisa

desse porte e considerando o ano base da coleta de dados (2004), tomaram-se

esses valores levantados como orientativos.

Na presente pesquisa foram levantadas 62 empresas do setor de fundição,

distribuídas por todo o Estado do Paraná (vide Anexo D). Sua maior concentração foi

na mesorregião Metropolitana (detalhe no Anexo E) totalizando 21 empresas (33,9%

do total levantado) e na mesorregião Norte-Central (detalhe no Anexo G) com 15

empresas (24,2% do total levantado). As mesorregiões do Estado do Paraná podem

ser visualizadas no Anexo C e a localização das demais empresas em detalhe nos

Anexos F, H, I e J.

3.2 EMPRESAS PESQUISADAS

A pesquisa compreendeu empresas de fundição estabelecidas no Paraná,

buscando abranger o total de empresas no estado.

O trabalho seguiu por 03 etapas: (i) Identificação das empresas de fundição

estabelecidas no Estado do Paraná; (ii) Contato e classificação das empresas e (iii)

identificação das empresas que utilizavam areias a verde nos seus processos de

fundição. O Apêndice A apresenta uma listagem do levantamento realizado.

Capítulo 3 Materiais e Métodos 54

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

(i) Identificação das empresas:

Utilizou-se de informações dos anuários da ABIFA (Associação Brasileira de

Fundição 2008-2009), cadastros da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do

Paraná 2007-2009), revistas especializadas, listas telefônicas e buscadores na

internet e também de informações fornecidas pelas próprias empresas pesquisadas.

Nos anuários da ABIFA constatou-se a identificação de 25 empresas no

anuário 2008 e 27 empresas no anuário 2009. Cruzando-se as informações dos 2

anuários chegou-se a um total de 28 empresas diferentes.

Nos cadastros da FIEP (informações extraídas dos CDs da FIEP nos campos

referentes às indústrias de fundição) constatou-se a identificação de 31 empresas no

cadastro 2007, 27 empresas no cadastro 2008 e 28 empresas no cadastro 2009.

Cruzando-se as informações dos 3 cadastros chegou-se a um total de 48 empresas

diferentes.

Do levantamento das demais fontes de informação chegou-se a um total de 45

empresas.

Tomando-se o devido cuidado para não inserir a mesma empresa mais de uma

vez, foi elaborada uma nova listagem reunindo todas as organizações, perfazendo-

se um total de 111 empresas identificadas.

(ii) Contato e classificação das empresas:

Buscou-se contatar todas as empresas identificadas gerando-se uma listagem

das mesmas, conforme o Apêndice A. Durante o contato telefônico e/ou e-mail

procurou-se selecionar, dentre elas, quais empregavam areias de fundição a verde

em seus processos produtivos. Nessa triagem não conseguiu-se estabelecer

contato, nem telefônico e nem por e-mail, com 15 empresas (algumas delas já não

existiam), constatou-se que 34 empresas não possuíam processos de fundição em

suas instalações, restando 62 empresas com fundição em seus processos.

(iii) Identificação das empresas que utilizavam areias a verde nos seus

processos de fundição:

Dentre as 62 empresas de fundição levantadas (Apêndice B), constatou-se que

38 utilizavam areias a verde em seus processos. Esse total de 38 empresas

Capítulo 3 Materiais e Métodos 55

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

constituiu o universo para a presente pesquisa. Um resumo de todo o levantamento

encontra-se no Quadro 1.

Quadro 1 - Triagem do total de empresas pesquisadas

CLASSIFICAÇÃO QUANT.

Não se conseguiu contato 15

Não possuem processos de fundição em suas instalações 34

Não utilizam areia a verde em seus processos de fundição 24

Utilizam areia a verde em seus processos de fundição 38

TOTAL PESQUISADO 111

Fonte: Autoria própria.

3.3 COLETA DE DADOS

Ao universo selecionado de 38 empresas foi aplicado um Questionário

Exploratório, na forma de entrevista presencial estruturada (4 empresas) e na forma

de envio eletrônico (34 empresas) no período de julho à novembro de 2009,

obtendo-se um total de 26 instrumentos de pesquisa exploratórios respondidos.

Às 26 empresas que responderam o Questionário Exploratório foi aplicado um

Questionário Complementar, na forma de entrevista presencial estruturada (4

empresas) e na forma de envio eletrônico (22 empresas) no período de novembro à

dezembro de 2009, obtendo-se um total de 13 instrumentos de pesquisa

complementares respondidos.

Os Anexos A e B foram utilizados de forma a suprir informações eventualmente

não fornecidas por algumas das empresas.

Capítulo 3 Materiais e Métodos 56

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

3.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Dois questionários foram utilizados como instrumento de pesquisa para o

levantamento dos dados, ambos contendo perguntas abertas e fechadas (FACHIN,

2005; LAKATOS E MARCONI, 2006). O primeiro deles, de cunho exploratório, foi

elaborado a fim de levantar dados iniciais acerca das empresas e seus processos; já

o segundo questionário, de cunho complementar, teve o objetivo de obter maior

detalhamento das informações sobre o objeto de estudo, embasado na P+L.

A validação dos questionários se deu pelo feed back das empresas

respondentes, que os interpretaram de forma acertada atingindo, portanto, os

objetivos para os quais foram elaborados.

3.4.1 Questionário Exploratório

O Questionário Exploratório (Apêndice C) visou conhecer e estabelecer um

cenário das empresas de fundição que utilizavam areias a verde em seus processos

produtivos no Estado do Paraná. Foram solicitadas, além das informações quanto à

caracterização das empresas (razão social; localização; percentagem de capital

nacional/estrangeiro), contatos (telefônicos e eletrônicos) e questões referentes aos

funcionários (quantidades e graus de escolaridade), informações para mensurar

aspectos de mercado (tipos e quantidades de metais produzidos; locais de

destinação da produção; setores/segmentos de destinação; faixas de faturamento),

processos produtivos empregados (tipos de fornos; moldagem; macharia;

certificações) além de questões envolvendo o gerenciamento das empresas ,

buscando detectar dificuldades para o crescimento econômico da organização,

verificar tendências de mercado e de emprego de tecnologias e, finalmente, verificar

dificuldades quanto ao manejo das areias de fundição.

Capítulo 3 Materiais e Métodos 57

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

3.4.2 Questionário Complementar

O Questionário Complementar (Apêndice D) visou conhecer e estabelecer um

cenário sobre os procedimentos praticados pelas empresas pesquisadas com

relação às areias a verde de fundição. As informações solicitadas foram estruturadas

de forma a facilitar a identificação e enquadramento nos 3 níveis da P+L:

minimização de resíduos e emissões (níveis 1 e 2) e reuso de resíduos e emissões

(nível 3).

Buscou-se mensurar aspectos acerca das matérias-primas utilizadas (tipos;

quantidades; origens; distâncias relativas; porcentagens de utilização em

moldagem/macharia), controle de qualidade da areia a verde (ensaios

empregados), reciclagem interna (equipamentos para recuperação e regeneração

das areias), reciclagem externa (tipos; quantidades; regiões de destino; distâncias

relativas; frete; processamento; tipo de transação comercial), descarte final das

areias e finos (aterro terceirizado/próprio; quantidades; regiões de destino; tipo de

transação comercial), além de questões em que se busca apontar as melhorias

que as empresas vêm fazendo (envolvendo matérias-primas, fusão da ligas,

moldagem/macharia, meio ambiente, máquinas/equipamentos em geral, formação

de pessoal e outros), procurando com isso, consolidar as práticas já apontadas nos

quesitos anteriores (reciclagem interna/externa) e detectar outras práticas

contemplando tendências ainda não observadas (a exemplo da redução na fonte ).

3.5 REPRESENTATIVIDADE DOS DADOS COLETADOS

Do universo selecionado observou-se que 68,4% das empresas responderam

o questionário exploratório e 34,2% responderam também o questionário

complementar.

Os valores percentuais de respostas aos questionários estão ilustrados na

Figura 12.

Capítulo 3 Materiais e Métodos 58

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 12 - Percentual de questionários respondidos em relação ao universo de empresas de fundição levantadas no Estado do Paraná que utilizam areias a verde Fonte: Autoria própria.

Os índices de resposta aos questionários determinaram a classificação da

amostragem como não probabilística.

Com base nas informações obtidas através dos questionários, pôde-se

considerar que os membros da amostra constituíram-se como fontes de informação

bastante abrangentes, contemplando a realidade e a opinião de representantes de

diversos níveis (englobando empresas de diferentes portes, diferentes tipos de

produtos produzidos e de diferentes níveis de qualidade e tecnologia empregados),

distribuídos geograficamente pelo Estado, propiciando, portanto, resultados com

grande abrangência.

Capítulo 3 Materiais e Métodos 59

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

3.6 TABULAÇÃO E TRATAMENTOS DE DADOS

A tabulação das respostas objetivas de ambos os questionários foi feita

através de uma planilha eletrônica (microsoft office excel 2003) onde, de acordo com

cada tipo de questão, levantou-se indicadores por somatórias simples, por médias

simples em função do número de empresas, por percentuais e por médias

ponderadas. Para a média ponderada, a ponderação, neste caso, serviu para gerar

um indicador da preferência dada a cada item questionado, relacionando-o a uma

escala de 0 a 100 pontos. Desenvolveu-se como método para a obtenção desse

indicador, a atribuição de peso “zero” para respostas “negativas”, peso 1 para

respostas “pouco”, peso 2 para respostas “intensamente” e peso 3 para respostas

“muito intensamente”, podendo esse cálculo ser expresso pela fórmula:

I = {[(Σneg*0)+( Σpou*1)+( Σintens*2)+( ΣmuitoIntens*3)]*100} / (3*ΣnumEmpresas)

Onde: pou = respostas “pouco”

I = Indicador intens = respostas “intensamente”

Σ = somatório muitoIntens = respostas “muito intensamente”

neg = respostas “negativas” numEmpresas = número de empresas

Para efetuar o cálculo do indicador “I” obteve-se primeiramente o somatório de

cada resposta; após isso, multiplicou-se o somatório de cada resposta pelo seu

respectivo peso e somou-se os produtos obtidos; para finalizar, essa soma de

produtos foi dividida pelo triplo do número total de empresas.

O Quadro 2 apresenta a distribuição das questões objetivas dos questionários

exploratório e complementar de acordo com o tipo de tabulação, para a melhor

apresentação dos resultados.

Capítulo 3 Materiais e Métodos 60

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Quadro 2 - Distribuição das questões objetivas dos questionários exploratório e

complementar de acordo com o tipo de tabulação

TIPO DE

TABULAÇÃO

QUESTIONÁRIO

EXPLORATÓRIO QUESTIONÁRIO COMPLEMENTAR

QUESTÕES QUESTÕES

Somatória

simples 4e 5.2c

Média simples 1 3c, 3d, 3e, 6c, 7e

Percentual 2, 3, 4a, 4f, 5a, 5b, 5c, 6b, 6c 2, 3a, 3b, 4, 5.1b, 5.2a, 5.2b, 6a, 6b,

6d, 6e, 6f, 7a, 7b, 7c,7d, 7f

Média

ponderada 4b, 4c, 4d, 5d, 6a -----

Fonte: Autoria própria.

As questões dissertativas estão assim distribuídas: no Questionário

Exploratório questão número 7 e no Questionário Complementar questões números

5.1a, 8a, 8b e 9. A tabulação dessas questões foi feita através dos seguintes

passos:

(i) agrupamento das respostas de todos os questionários, por questão;

(ii) criação de subitens (tópicos específicos) dentro de cada questão, visando

contemplar grupos de respostas semelhantes para uma mesma pergunta;

(iii) determinação do número de respostas citadas (repetidas ou não) dentro de

cada tópico específico criado;

(iv) elaboração do resumo de cada tópico e cálculo das respectivas

representatividades percentuais.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 61

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como citado anteriormente, para as 38 empresas que informaram utilizar

areias a verde em seus processos de fundição no Estado do Paraná foi aplicado o

questionário exploratório. As respostas obtidas são comentadas a seguir.

Observou-se que todas as empresas eram de capital nacional. Utilizando do

critério do IBGE (SEBRAE, 2009) para classificação de porte de indústrias por

número de funcionários, constatou-se que a maior parte delas era de pequeno porte

(61,5%) empregando de 20 a 99 funcionários, seguidas das micro-empresas (26,9%)

empregando até 19 funcionários e das empresas de porte médio (11,5%)

empregando de 100 a 499 funcionários, conforme mostra a Figura 13.

Figura 13 - Porte das empresas quanto ao número de funcionários

Fonte: Autoria própria.

A distribuição percentual da escolaridade dos funcionários, de acordo com o

porte das empresas, é apresentada na Figura 14.

“Ensino fundamental” enquadrou os analfabetos e os que possuem o 1º grau

(completo ou incompleto), “ensino médio” enquadrou os que possuem o 2º grau

Capítulo 4 Resultados e Discussões 62

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

(completo ou incompleto) e “ensino superior” enquadrou os que possuem graduação

e/ou pós-graduação (completa ou incompleta).

Figura 14 - Escolaridade dos funcionários de acordo com o porte das empresas

Fonte: Autoria própria.

No cômputo geral foi constatado um baixo nível de escolaridade dos

funcionários: 57,6% da mão-de-obra está entre os analfabetos e os que possuem ou

estão cursando o primeiro grau, 30,8% está entre os que possuem ou estão

cursando o segundo grau, já os que possuem ou estão cursando o ensino superior

somam 11,4%, conforme apresentado com mais detalhes na Figura 15.

Entre os proprietários das empresas, 52,9% declararam possuir o segundo

grau completo, 29,4% o nível superior e 17,6% a pós-graduação.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 63

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 15 - Escolaridade dos funcionários (cômputo geral)

Fonte: Autoria própria.

Quanto às quantidades produzidas, constatou-se um valor total de 37.198,31 t

(ano-base 2008), sendo que 97,4% são para ferros, 0,9% para aços e 1,7% para

metais não-ferrosos. A Figura 16 apresenta um Gráfico representativo desses

valores.

Figura 16 – Percentual de ferros, aços e metais não-ferrosos fundidos (ano-base 2008)

Fonte: Autoria própria.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 64

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

A destinação da produção de fundidos revelou-se acentuada dentro do próprio

Estado do Paraná, seguido do Estado de São Paulo. A Figura 17 apresenta as

regiões (estados brasileiros) de destinação da produção de fundidos.

Figura 17 - Destinação da produção de fundidos – regiões do país (indicador)*

Fonte: Autoria própria.

*O indicador varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos foram fatores considerados

importantes.

Dentre as empresas que fizeram parte da amostra, as exportações diretas não

configuraram relevância, haja vista que as exportações dos fundidos podem estar

ocorrendo de forma indireta, através dos produtos finais aos quais foram destinados.

Os setores/segmentos que mais se destacaram na destinação de fundidos pela

amostragem feita foram o de máquinas agrícolas e mecânicas e o automobilístico,

tratores e caminhões, conforme mostra a Figura 18.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 65

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 18 - Destinação da produção de fundidos – segmentos (indicador)*

Fonte: Autoria própria.

*O indicador varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos foram fatores considerados importantes.

Considerando o faturamento, observou-se que 22,2% das empresas possuem

faturamento até R$ 600.000,00 e outros 22,2% entre R$ 5.000.001,00 e R$

10.500.000,00, conforme apresentado de forma mais detalhada na Figura 19. Os

intervalos de valores foram baseados na classificação de porte de empresas

adotado pelo BNDES (BNDES, 2009).

Figura 19 - Faturamento anual das empresas (R$)

Fonte: Autoria própria.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 66

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Verificou-se a utilização de fornos a indução em 61,5% das empresas e de

fornos a óleo em 30,8%. A Figura 20 apresenta um Gráfico com os tipos de fornos

empregados pela amostra.

Figura 20 - Tipos de fornos empregados

Fonte: Autoria própria.

Nos processos produtivos empregados, a moldagem manual ainda supera

todas as demais, estando presente em 84,6% das empresas, seguida da moldagem

mecânica em 61,5% e da automatizada em 19,2%. A Figura 21 apresenta os tipos

de moldagem mais empregados pela amostra.

Figura 21 - Tipos de moldagem empregados

Fonte: Autoria própria.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 67

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Nos processos de moldagem, 84,3% do volume total é areia a verde, cura a frio

representa 7,5%, cold box 4%, areia shell 2,4% e CO2 1,9%. A Figura 22 apresenta

os percentuais do volume total de areias destinados aos diferentes processos de

moldagem da amostra. Cabe lembrar que, mesmo utilizando areias à verde, as

empresas acabam empregando outras técnicas complementares para moldagens de

machos e peças especiais.

Figura 22 – Processos de moldagem: divisão percentual do volume total de areias destinados à moldagem

Fonte: Autoria própria.

Já nos processos de macharia, a areia shell destaca-se como a mais utilizada

com uma média de 38% do volume total de areias utilizado para macharia nas

empresas, seguido do processo cold Box com 17,9%, areia a verde com 17%, CO2

com 16,2% e cura a frio com 10,8%, conforme mostra a Figura 23.

Figura 23 - Processos de macharia: divisão percentual do volume total de areias destinados à macharia

Fonte: Autoria própria.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 68

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Quanto às certificações de qualidade e ambientais, verificou-se que:

- 10,5% das empresas já possuem a TS 16949 e 21,1% pretendem

implementá-la nos próximos 3 anos (essa é uma especificação técnica que tem seu

foco no setor automotivo, dirigida a fabricantes de automóveis e peças automotivas);

- Nenhuma das empresas possui certificação da ISO 14001, porém 52,6%

pretendem implementá-la nos próximos 3 anos (é uma norma que traz importantes

fundamentos para a gestão ambiental das organizações) e;

- 36,8% já tem implementada a norma ISO 9001 e 47,4% pretendem

implementá-la nos próximos 3 anos (comparado às certificações anteriores, o maior

número de adesões é compreensível, pois a ISO 9001 é uma norma de gestão da

qualidade, fator imprescindível no atual mercado globalizado).

A Figura 24 apresenta um Gráfico representando a postura das empresas

frente às certificações comentadas.

Figura 24 – Postura das empresas frente às certificações TS 16949, ISO 14001 e ISO 9001

Fonte: Autoria própria.

Considerando as estratégias de negócios das empresas nos últimos 5 anos, o

investimento em novos processos de produção foi apontado como o mais buscado

(com 39,7 pontos), seguido da expansão da capacidade produtiva e da abertura de

Capítulo 4 Resultados e Discussões 69

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

novos mercados (com 35,9 pontos), de novos produtos / linhas de produção (com

33,3 pontos) e novos modelos organizacionais (com 30,8 pontos), conforme mostra

a Figura 25.

Figura 25 - Estratégias de negócios das empresas nos últimos 5 Anos (indicador)*

Fonte: Autoria própria.

*O indicador varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos foram fatores considerados

importantes.

Para os próximos 5 anos, as estratégias de negócios das empresas apontam

para investimentos em expansão da capacidade produtiva (com 66,7 pontos),

seguida de novos processos de produção (com 61,4 pontos), novos produtos / linhas

de produção (com 52,6 pontos) e novos mercados (com 47,4 pontos).

A Figura 26 apresenta as estratégias de negócios das empresas para os

próximos 5 anos.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 70

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 26 - Estratégias de negócios das empresas para os próximos 5 Anos (indicador)*

Fonte: Autoria própria.

*O indicador varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos foram fatores considerados importantes.

Ao realizar investimentos em tecnologia, as empresas revelaram priorizar a

melhoria da qualidade dos produtos (com 77,8% das indicações), seguido da

redução de custos com mão-de-obra (com 61,1% das indicações) e da ampliação da

produção com (50% das indicações), conforme apresentado na Figura 27.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 71

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 27 - Objetivos das empresas ao investir em tecnologia

Fonte: Autoria própria.

Quanto às dificuldades enfrentadas pelas indústrias para se desenvolverem, a

dificuldade na obtenção de recursos financeiros e a falta de pessoal qualificado

foram apontadas como principais com 61,1% das indicações, seguidas da

defasagem tecnológica com 50% das indicações (vide Figura 28).

Figura 28 - Dificuldades enfrentadas pelas empresas para se desenvolverem

Fonte: Autoria própria.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 72

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Sobre areias usadas, em resposta a uma pergunta aberta sobre as dificuldades

enfrentadas no seu manejo, foram levantados os seguintes dados:

a) Dificuldade devido ao custo de descarte: em 30,5 % das respostas alegou-

se dificuldade devido ao custo de descarte (tanto para as areias a verde

quanto para as areias ligadas quimicamente), mesmo para as empresas que

possuem um aterro próprio.

b) Dificuldade para destinação das areias para outras aplicações (fora da

indústria de fundição): em 13 % das respostas alegou-se essa dificuldade,

principalmente pela falta de aplicações regulamentadas (como matéria-prima

em outros processos tais como tijolos, base asfáltica, etc.);

c) Dificuldade em encontrar locais para descarte: em 8,8% das respostas

alegou-se essa dificuldade, fazendo com que esse tipo de serviço fosse

buscado em outras cidades e, até mesmo, em outros estados;

d) Dificuldade devido à falta de pesquisas: em 8,8 % das respostas alegou-se

dificuldade devido à falta de pesquisas para a menor geração de resíduos

fora do que já é convencional (visando recuperar a areia mais vezes dentro do

processo) e também em pesquisas na busca de outras aplicações para as

areias usadas;

e) Dificuldade devido ao custo dos equipamentos: em 4,3 % das respostas

alegou-se dificuldade devido ao custo dos equipamentos com relação à

qualidade das areias (a exemplo de destorroadores, despoeiradores e

resfriadores);

f) Dificuldade em atender aos requisitos para obtenç ão de certificação

ambiental: alegou-se essa dificuldade em 4,3% das respostas;

g) Dificuldade em estabelecer parcerias para executar novas aplicações:

alegou-se essa dificuldade em 4,3% das respostas;

h) Dificuldade devido à falta de suporte técnico: em 4,3 % das respostas

alegou-se dificuldade devido à falta de suporte técnico para orientação quanto

às porcentagens dos componentes das areias durante seu uso e também

após, de forma a evitar contaminação do solo;

Capítulo 4 Resultados e Discussões 73

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

i) Dificuldade devido à falta de laboratório de anál ises: em 4,3 % das

respostas alegou-se essa dificuldade, acarretando em aumento de custos na

compra de matérias-primas e perda de peças fundidas por má qualidade da

areia;

j) Outros comentários dentro da temática: em 17,4 % das respostas houve

comentários alegando não haver dificuldades no manejo das areias

descartadas. Houveram relatos evidenciando a classificação das ADF como

resíduo não perigoso (Classe II não-inerte); sobre desenvolvimento de

processos de destorroamento e maior reaproveitamento das areias dentro do

processo; pesquisas internas para a utilização desse material em tijolos e

lajotas para uso em construção civil; utilização das areias em reparo de

asfalto e pesquisas conjuntas para a viabilização da devolução das areias às

empresas que as forneceram, visando posterior reciclagem externa das

mesmas.

Com as informações apontadas neste tópico (envolvendo questões do

Questionário Exploratório) buscou-se apresentar uma visão geral sobre o atual

cenário das empresas de fundição que utilizam areias a verde em seus processos

produtivos no Estado do Paraná.

Uma abordagem mais específica referente aos procedimentos que estão sendo

praticados por essas empresas com relação às areias a verde de fundição

(envolvendo as questões do Questionário Complementar) será apresentada no

próximo tópico, onde também serão feitas as análises, sob a ótica da P+L,

englobando os dois questionários.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 74

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

4.1 ANÁLISE DO GERENCIAMENTO DAS AREIAS A VERDE DE FUNDIÇÃO NO

ESTADO DO PARANÁ

A aplicação do Questionário Complementar permitiu estabelecer algumas

relações entre os materiais adquiridos pelas empresas como matérias-primas. A

Tabela 2 apresenta os resultados.

Considerando o montante total das matérias-primas adquiridas pelas empresas

(2.894,5 t/mês); a sílica apresenta-se como a mais representativa com 89,4% do

montante, seguida pela bentonita sódica com 6%, resinas com 1,8% e pó de carvão

com 1,1%.

A Sílica possui grande representatividade nos montantes de moldagem (86,5%)

e macharia (94,4%) por ser uma areia-base utilizada tanto para a confecção de areia

a verde quanto para a confecção das areias ligadas com resina (cura a frio, cold box,

CO2, entre outras).

Na moldagem destaca-se também a proporção de utilização de bentonita

sódica (9,5%) e pó de carvão (1,7%) e, na macharia, a utilização de resinas (3,5%) e

de Areia Shell (1,3%). A Areia Shell é uma areia ligada com resina que é adquirida já

em sua composição final (a mistura dos seus componentes, divergindo das demais

areias ligadas quimicamente, não é feita nas empresas de fundição).

Quanto às distâncias, observa-se que a bentonita sódica é a matéria-prima que

se encontra em fontes mais distantes, com 28,4% da somatória das médias de todas

as distâncias entre as empresas de fundição e os fornecedores, haja vista que as

jazidas brasileiras de melhor qualidade encontram-se no Nordeste (25% das

empresas informaram adquirir esse material de Pernambuco, 8,3% de dentro do

próprio Paraná, 33,3% de Santa Catarina e os outros 33,3% de São Paulo). Na

seqüência surgem as resinas, com 14,2% das distâncias (materiais 87,5%

provenientes de São Paulo e 12,5% provenientes de Santa Catarina) e a areia shell,

com 13,7% das distâncias (material 77,8% proveniente de São Paulo, 11,1% de

Santa Catarina e 11,1% do próprio Paraná).

Capítulo 4 Resultados e Discussões 75

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Tabela 2 - Relações entre os materiais adquiridos pelas empresas como matérias-primas

A (%) B (%) C (%) D (%) E (%) F (%) Sílica 89,4 61,3 38,7 86,5 94,4 9,3

Cromita 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Zirconita 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Olivina 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Chamote 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Areia Shell 0,5 13,4 86,6 0,1 1,3 13,7 Outros 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Bentonita sódica 6,0 100,0 0,0 9,5 0,0 28,4 Silicato de sódio 0,0 32,5 67,5 0,0 0,1 8,8

Resinas 1,8 30,6 69,4 0,9 3,5 14,2 Pó de carvão 1,1 100,0 0,0 1,7 0,0 11,3

Amido/Dextrina 0,1 100,0 0,0 0,2 0,0 0,8 Óxido de ferro 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Tintas para machos/moldes 0,5 45,6 54,4 0,3 0,7 12,7

Outros 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Areia a verde (usada) 0,5 96,7 3,3 0,7 0,0 0,8

TOTAL: 100 ---- ---- 100 100 100 Fonte: Autoria própria.

Legenda: Coluna A: representatividade percentual de cada item considerando o montante total (em kg) das matérias-primas adquiridas mensalmente pelas empresas; Coluna B: proporção de cada item na moldagem (%); Coluna C: proporção de cada item na macharia (%); Coluna D: representatividade percentual de cada item considerando o montante total (em kg) das matérias-primas utilizadas nos processos de moldagem das empresas (médias mensais); Coluna E: representatividade percentual de cada item considerando o montante total (em kg) das matérias-primas utilizadas nos processos de macharia das empresas (médias mensais); Coluna F: representatividade percentual de cada item considerando a média das distâncias (em km) entre as empresas e os fornecedores.

Com relação ao controle de qualidade das areias:

- Realizam ensaios com areias em suas próprias instalações (recorrendo a

terceiros, de forma complementar, quando necessário): 56% das empresas

pesquisadas;

- Não realizam ensaios com areias em suas próprias instalações (recorrendo a

terceiros): 15% das empresas pesquisadas;

- Não realizam ensaios com areias (nem internamente, nem através de

terceiros): 3,7% das empresas pesquisadas;

Capítulo 4 Resultados e Discussões 76

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

- Não forneceram informação quanto a esse quesito: 26% das empresas

pesquisadas.

Portanto, considerando apenas as empresas respondentes à questão, 95%

afirmaram realizar algum tipo de ensaio laboratorial em suas areias (em suas

próprias instalações e/ou em laboratórios terceirizados) e 5% afirmaram não realizar

ensaio algum.

Dentre os ensaios laboratoriais possíveis de serem executados nas areias foi

feita uma listagem contemplando 11 tipos diferentes e, considerando as empresas

respondentes, verificou-se que 61,8% dos mesmos são realizados pelas empresas

(38,6% nas próprias instalações e 23,2% por terceiros).

Os ensaios mais realizados internamente (dentro das próprias instalações das

empresas) são os de compactabilidade (presente em 61,5% da amostra), umidade

(presente em 58,3% da amostra) e resistência à compressão (presente em 46,2% da

amostra).

Dados mais específicos para cada ensaio podem ser visualizados na Figura 29.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 77

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 29 – Postura das empresas quanto à realização de ensaios laboratoriais nas areias

Fonte: Autoria própria.

Quanto aos equipamentos utilizados nos processos que utilizam areia a verde

nas empresas da amostra, verificou-se o predomínio das operações manuais e

mecânicas, tanto de moldagem quanto de desmoldagem, e um baixo índice de

automatização, conforme mostra a Figura 30.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 78

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Figura 30 - Equipamentos para areia a verde: percentual presente nas empresas

Fonte: Autoria própria.

Os misturadores de areia a verde da amostra apresentaram capacidades de

carga entre 100 e 2.000 kg e capacidades de produção de 850 a 60.000 kg/h,

evidenciando os diversos portes das empresas abordadas.

No âmbito da Reciclagem Interna não foi apontada a presença de

equipamentos para regeneração de areias nas empresas da amostra. Já no âmbito

da Reciclagem Externa, 23,1% das empresas que responderam o Questionário

Complementar afirmaram destinar suas areias descartadas de fundição para esse

fim. O Quadro 3 apresenta os percentuais apontados.

São aproximadamente 18.500 kg/mês destinados à Reciclagem Externa,

observa-se a aplicação de aproximadamente 59,5% desse material na construção de

estradas, 21,6% na correção da composição de solos, 16,2% na fabricação de

materiais cerâmicos e 2,7% à centrais de processamento. O percentual de distâncias

aponta para a aplicação em solos e destinação à centrais de processamento em

localidades mais distantes das empresas de fundição, o que não ocorre nas outras

aplicações.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 79

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Quadro 3 – Percentuais de ADF destinados pelas empresas à reciclagem externa

A (%) B (%) Indústria de Fundição (fornecimento de areia a verde "usada" como matéria-prima

para outra fundição) 0,0 0,0 Construção de estradas (cimento asfáltico, base, sub-base, etc.) 59,5 2,7

Indústria de cimento 0,0 0,0 Fabricação de materiais cerâmicos (tijolos, telhas, etc.) 16,2 4,6

Solos (correção da composição) 21,6 47,9 Central de processamento de areias de fundição (processam as areias e as

encaminham para outras aplicações) 2,7 44,9 Outros 0,0 0,0

TOTAL: 100 100 Fonte: Autoria própria. Legenda: Coluna A: representatividade percentual de cada item considerando o montante total (em kg) do material repassado; Coluna B: representatividade percentual de cada item considerando a média das distâncias (em km) entre as empresas e os locais de entrega do material.

O descarte final das areias e finos das empresas que fizeram parte da amostra

apresentou-se mais concentrado nos aterros Industriais para descarte exclusivo de

areias de fundição (próprios), absorvendo 96,6% do montante total descartado

(98,2% do total das areias a verde, 94,6% das areias ligadas quimicamente e 95,1%

do total dos finos descartados), seguido dos aterros industriais para descarte de

resíduos industriais em geral (próprios), que absorvem 2,1% do montante total

descartado (1,8% do total das areias a verde, 3,2% do total das areias ligadas

quimicamente e 4,8% do total dos finos descartados), conforme mostra o Quadro 4.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 80

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Quadro 4 – Percentuais de ADF destinados pelas empresas para descarte final

A (%) B (%) C (%) D (%) E (%) Aterro industrial para descarte de resíduos

industriais em geral (Terceirizado) 0,9 0,0 2,2 0,1 81,3 Aterro industrial para descarte de resíduos

industriais em geral (Próprio) 2,5 1,8 3,2 4,8 18,7 Aterro industrial para descarte exclusivo de

areias de fundição (Terceirizado) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Aterro industrial para descarte exclusivo de

areias de fundição (Próprio) 96,6 98,2 94,6 95,1 0,1

Totais

(%) 100 100 100 100 100 Fonte: Autoria própria.

Legenda: Coluna A: representatividade percentual de cada tipo de aterro considerando o montante total (em kg) do material descartado pelas empresas; Coluna B: proporção do total de areia a verde descartada em cada tipo de aterro (%); Coluna C: proporção do total de areia ligada quimicamente descartada em cada tipo de aterro (%); Coluna D: proporção do total de finos descartados em cada tipo de aterro (%); Coluna E: representatividade percentual de cada tipo de aterro considerando a média das distâncias (em km) entre as empresas e os locais para descarte.

As melhorias internas apontadas pelas empresas abrangeram as seguintes

áreas:

a) Matérias-primas e insumos: em 12,5 % das respostas alegou-se melhorias

quanto a matérias-primas (utilização de bentonitas de melhor qualidade,

refletindo em ganho de estabilidade térmica e redução no consumo desse

material; redução na utilização de insumos químicos e aumento do percentual

de sucata nas corridas de fusão) e processos (projeto para implantação de

novos processos com perspectivas de obtenção de maiores benefícios);

b) Fusão das ligas: em 15 % das respostas alegou-se melhorias quanto aos

fornos (aquisição de fornos a indução com maior capacidade produtiva),

quanto à redução/substituição de elementos de liga (visando redução de

custo) e quanto à aquisição de equipamentos para a melhoria da qualidade

(espectrômetro de emissão ótica e laboratório de análise microestrutural de

ligas fundidas);

c) Moldagem / macharia: em 17,5 % das respostas alegou-se melhorias nos

sistemas de areia a verde (testes com catalisadores menos poluentes para

Capítulo 4 Resultados e Discussões 81

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

machos e desmoldantes à base de água para a moldagem, visando menor

impacto ambiental) e também a aquisição de equipamentos para implantar o

sistema cold box (hora substituindo, hora somando-se ao sistema de areia a

verde já existente);

d) Meio ambiente: em 20 % das respostas alegou-se a aquisição de

equipamentos para maior controle ambiental (a exemplo de lavadores de

gases, filtros de água, recuperadores de areias cold box, exaustores, estação

de tratamento de efluentes, coleta de particulados sólidos e resfriadores), bem

como a contratação de consultoria ambiental para orientação adequada;

e) Máquinas / equipamentos em geral: em 15 % das respostas alegou-se

investimentos em novos equipamentos visando aumento de produtividade em

linhas de moldagem em areia a verde e sistema cold box;

f) Formação de pessoal: em 17,5 % das respostas alegaram-se investimentos

em treinamento, tanto para novos equipamentos adquiridos quanto para

capacitação profissional (inteligência emocional, trabalho em equipe,

comprometimento, programa 5s e afins);

g) Outros: em 2,5 % das respostas alegou-se a aquisição de software para

simulação do processo de fundição das peças (visando aperfeiçoar os

processos).

Quanto à tendência futura do uso da areia a verde em fundições no Paraná, as

opiniões mais representativas dos gestores das empresas que fizeram parte da

amostra são apresentadas abaixo:

a) “A tendência é continuar o uso, pois ainda acredito que é a que menos agride

o meio ambiente.”

b) “A tendência é que as pequenas empresas continuem utilizando areia a

verde, modernizando processos de compactação dos moldes; cold box: para

peças seriadas; areia a verde: para peças não-seriadas.”

c) “A tendência para fundições até 500 t/mês é adotar o sistema cold box tanto

para macharia quanto para moldagem (abandonando areia a verde).

Justificativa: obtêm-se peças com melhor acabamento; menor variação

Capítulo 4 Resultados e Discussões 82

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

dimensional; maior rendimento metalúrgico (canais de alimentação menores);

possibilidade de recuperação de 80 a 90%; menor relação areia/metal; o

resíduo é inerte em sua maior porcentagem; no momento, o sistema cold box

até 500 t/mês é mais vantajoso comparado ao sistema em areia a verde (até

500 t/mês); a manutenção do sistema cold box é mais vantajosa quando

comparada ao sistema de areia a verde.”

d) “Não vejo tendência, pois os órgãos estaduais de meio ambiente não

oferecem alternativas, e toda a iniciativa fica por conta das empresas. As

empresas do interior do estado enfrentam problemas maiores pela falta de

alternativas na destinação dos resíduos. A falta de orientação complica ainda

mais. Os órgãos ambientais destacam o que não pode fazer, mas não

informam o que pode ser feito para dar o destino adequado de resíduos.”

e) “A tendência é de investimento em linhas automatizadas para aumento de

produtividade e melhoria da qualidade das peças através da redução da

variabilidade do processo; investimentos em recuperadores e regeneradores

de areia devido ao alto custo do descarte/disposição final; perspectiva de

aumento de consumo de areia verde devido aos trabalhos de aumento de

produtividade, porém, a tendência é de redução de oferta de aglomerantes,

pois as reservas naturais de bentonita tendem a se esgotar. Não temos

verificado pesquisas/estudos visando buscar novos tipos de aglomerantes.”

f) “Sempre haverá fundição com areia a verde, desde que as empresas

atendidas pelas fundições não aumentem as quantidades produzidas, ou

seja, estas fundições irão atender a demanda de pequenas empresas

(indústrias e empresas de manutenção).”

Capítulo 4 Resultados e Discussões 83

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

4.2 ANÁLISE DA AMOSTRA SOB A ÓTICA DA P+L

Os princípios da Produção mais Limpa (P+L) aplicam-se às fundições, como

também para outras atividades, fazendo-se a adaptação dos conceitos ao tipo de

processo e/ou produto em questão.

Para a análise da amostra sob a ótica da P+L buscou-se organizar os dados

apresentados, englobando os dois questionários aplicados, fazendo-se uma nova

triagem, agrupando e enquadrando as respostas cabíveis segundo os 3 níveis da

P+L.

Esse agrupamento de respostas resume as práticas de gerenciamento de ADF

adotadas pelas empresas pesquisadas, conforme mostra o Quadro 5.

Cabe salientar o fato de que uma mesma empresa pode estar atuando

simultaneamente em mais de um nível e que, portanto, os percentuais de empresas

apontados no Quadro 5 consideram a totalidade da amostra para cada nível de P+L

relacionado.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 84

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Quadro 5 - Práticas de gerenciamento de ADF adotadas pelas empresas: enquadramento segundo os 3 níveis da P+L

Fonte: Autoria própria

Legenda:

(%) Percentual de empresas que gerenciam ADF em cada nível de P+L relacionado.

(%) AGRUPAMENTO DE RESPOSTAS NÍVEIS DE P+L

53,8 Fornecimento do resíduo “areia usada” para outras empresas: indústria de fundição, construção de estradas, fabricação de materiais cerâmicos, central de processamento de areias de fundição e aplicação em solos.

Nível 3 – Reciclagem externa: reaproveitamento do resíduo como matéria-prima em processo externo à empresa que o gerou.

100 Recuperação (ou recirculação) da “areia usada”: maximização da utilização dentro do sistema através da retirada de uma parcela da areia “usada” e acréscimo de areia nova à mistura.

Nível 2 – Reciclagem interna: reaproveitamento do resíduo como matéria-prima dentro da própria planta industrial.

23,1

Aquisição de software para simulação do processo de fundição: possibilidade de propor alterações no produto para minimizar a utilização de matérias-primas e de areias de fundição (a exemplo de alteração do design e diminuição do número de componentes do produto); alteração de matérias-primas (elementos de liga) e utilização de matérias-primas recicladas.

Nível 1 – Redução na fonte (modificação no produto): minimização de características do produto que sejam ecologicamente indesejáveis.

100

Maximização do aproveitamento da capacidade do processo produtivo através da otimização de equipamentos (melhorias em fornos, exaustores, linhas de moldagem, etc.) e operação adequada dos mesmos (treinamentos), alteração nas dosagens e concentrações de produtos (bentonitas, dextrinas, etc.) e aquisição de equipamentos de apoio (espectrômetro, laboratório para análises, etc.).

Nível 1 – Redução na fonte (modificação no processo): minimização de resíduos, efluentes e emissões por meio da aplicação de boas práticas operacionais.

30,8

Substituição de elementos de liga, catalisadores, desmoldantes, bentonitas e pó de carvão.

Nível 1 – Redução na fonte (modificação no processo): minimização de resíduos, efluentes e emissões por meio de substituição de matérias-primas.

53,8

Emprego de tecnologias que permitam a segregação de resíduos e efluentes (sistema de exaustão para coleta de particulados sólidos e estação de tratamento de efluentes), aquisição de novos equipamentos (fornos, linhas de moldagem a verde automatizadas) e mudança total da tecnologia empregada (sistema cold-box).

Nível 1 – Redução na fonte (modificação no processo): minimização de resíduos, efluentes e emissões por meio de mudança de tecnologia.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 85

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

O Quadro 6 apresenta, em função dos níveis de ação, alguns indicadores quanto ao porte e nível tecnológico das empresas pesquisadas.

Quadro 6 – Indicadores em função do nível de ação das empresas pesquisadas

PORTE DAS EMPRESAS

NÍVEL TECNOLÓGICO (tipos de moldagem, tipos de desmoldagem e controle de processos)

DESCARTE DE AREIAS

MOLDAGEM DESMOLDAGEM TÉCNICAS DE CONTROLE DE PROCESSOS

NÍVEIS DE P+L NAS FUNDIÇÕES

Em

pres

as

Mic

ro

Peq

uena

Méd

ia

Man

ual

Mec

ânic

a

Aut

omat

izad

a

Man

ual

Mec

ânic

a

Aut

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a

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Faz

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Labo

rató

rio

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rató

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Não

info

rmou

NÍVEL 3 53,8 50 50 - 100 75 - 100 25 25 - - 50 25 50 - 25 100 - 25 - 75

NÍVEL 2 100 26,9 61,3 11,5 83 58 17 83 58 25 17 25 75 56 15 3,7 26 100 - 38,5 23,1 46,2

PRODUTOS 23,1 - 33,3 66,7 33,3 100 - 33,3 100 - - 66,7 100 100 - - - 100 - - 66,7 33,3

Boas práticas

operacionais 100 26,9 61,3 11,5 83 58 17 83 58 25 17 25 75 56 15 3,7 26 100 - 38,5 23,1 46,2

Substituição de matérias-

primas 30,8 - 50 50 50 100 25 50 100 25 25 75 100 100 - - - 100 - 25 75 25 N

ÍVE

L 1

PR

OC

ES

SO

S

Mudança de tecnologia 53,8 14,3 57,1 28,6 71,4 85,7 - 71,4 57,1 - - 28,6 71,4 57,1 14,3 14,3 14,3 100 - 28,6 42,8 48,2

Fonte: Autoria própria

*Todos os valores estão apresentados na forma de percentual de empresas (%)

Capítulo 4 Resultados e Discussões 86

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

No nível 3 da P+L , em fundição, a reciclagem externa das areias pode ser

denominada como reutilização ou reuso. Pode-se citar como exemplos de

reutilização (ou reuso) de ADF a aplicação desse material “em atividades tais como:

fabricação de concreto, construção civil em geral, material para construção,

cobertura de aterros e na preparação de solos especiais” (ABIFA, 2009b).

O volume direcionado à reciclagem externa totalizou uma média de 32,5 t/mês

de ADF no Estado do Paraná, sendo aplicadas 11 t/mês em construção de estradas,

3 t/mês em fabricação de materiais cerâmicos, 0,5 t/mês em centrais de

processamento de areias de fundição, 4 t/mês na correção de solos e 14 t/mês como

matéria-prima para outras fundidoras.

Observa-se, pelo Quadro 6, que as empresas enquadradas nesse nível, por

declararem que praticam reciclagem externa, em sua totalidade praticam moldagem

e desmoldagem manual e não fazem retirada de finos (contaminantes gerados no

processo, que alteram as qualidades da areia nos ciclos de recuperação); e apenas

25% têm laboratório próprio de análise de areias. Assim, pode-se concluir que a

maioria das empresas não controla os resíduos entregues para a reciclagem

externa.

A maioria dessas empresas (75%) não informou as quantidades de descarte e

as empresas restantes informaram descartar 250 kg/mês em aterro para resíduos

industriais em geral (há de se salientar também, que a deposição nesse tipo de

aterro propicia a mistura com outros tipos de resíduos, podendo vir a dificultar uma

tentativa futura de reutilização das ADF ali dispostas).

No nível 2 da P+L , em fundição, a reciclagem interna das areias (com vistas à

utilização novamente em processo) pode ser efetuada através de dois processos

distintos: recuperação (também conhecido como recirculação) e regeneração.

A recuperação consiste em retirar uma parcela da areia “usada” e acrescentar

areia nova à mistura, na mesma quantidade que foi retirada, a fim de manter a

qualidade da areia recirculante. Já a regeneração consiste na limpeza da superfície

dos grãos da areia-base, com o propósito de devolver a eles características mais

próximas possíveis às das areias novas, de forma a permitir novamente sua

introdução como matéria-prima no processo de fundição; está atrelada à utilização

Capítulo 4 Resultados e Discussões 87

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

de tratamento mecânico, térmico, úmido e químico, de forma individual ou

combinada (COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DA ABIFA, 1999; MARIOTTO, 2000).

Não foi constatada a atividade de regeneração de areias em nenhuma das

empresas pesquisadas. Já a recuperação, devido a sua ampla utilização, é um

procedimento normal por parte dos fundidores por areias a verde. Todas as

empresas pesquisadas recuperam suas areias. Portanto, considera-se neste

trabalho que todas praticam o nível 2.

No entanto, uma parte dessas empresas (46,2%) não informou as quantidades

que descarta, as empresas restantes (53,8%) informaram descartar 40,4 t/mês em

aterro para resíduos industriais em geral e 1153 t/mês em aterro para descarte

exclusivo de areias de fundição.

O nível 1 da P+L é o mais complexo e difícil de ser avaliado. Neste sentido, o

presente trabalho considerou dois subgrupos de respostas: modificações em

produtos e modificações em processos que levam à redução na fonte.

Considerando o gerenciamento de ADF no nível 1 da P+L – modificações em

produtos , 23,1% das empresas pesquisadas enquadraram-se nessa prática de

atitudes de redução na fonte. O Quadro 5 resume as atitudes das empresas

enquadradas neste nível.

Parte dessas empresas (33,3%) não informou suas quantidades de descarte e

66,7% informou descartar 1097 t/mês em aterro para descarte exclusivo de areias de

fundição.

A análise do nível 1 da P+L , redução na fonte através de modificação no

processo por boas práticas operacionais englobou a totalidade das empresas

pesquisadas. Atitudes neste nível, por envolverem menores investimentos de capital,

são as mais comumente empregadas. O Quadro 5 resume as atitudes das empresas

aqui enquadradas. Os dados para este nível, por terem abordado 100% das

empresas pesquisadas, são idênticos aos do nível 2 de P+L, já descritos

anteriormente.

Considerando o gerenciamento de ADF no nível 1 da P+L , detectou-se que

30,8% das empresas pesquisadas praticam redução na fonte através de

Capítulo 4 Resultados e Discussões 88

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

modificação no processo por substituição de matérias-primas . O Quadro 5

resume as atitudes das empresas enquadradas neste nível.

Parte dessas empresas (25%) não informou suas quantidades de descarte,

25% informaram descartar 10,5 t/mês em aterro para resíduos industriais em geral e

75% informaram descartar 1154 t/mês em aterro para descarte exclusivo de areias

de fundição.

Considerando o gerenciamento de ADF no nível 1 da P+L , 53,8% das

empresas pesquisadas enquadraram-se na prática de atitudes de redução na fonte

através de modificação no processo por mudança de tecnologia . O Quadro 5

resume as atitudes das empresas aqui enquadradas.

Uma parte dessas empresas (48,2%) não informou suas quantidades de

descarte, 28,6% informaram descartar 27,1 t/mês em aterro para resíduos industriais

em geral e 42,8% informaram descartar 1154 t/mês em aterro exclusivo para areias

de fundição.

4.2.1 Situação Organizacional das Empresas

Para avaliar a situação organizacional das fundições, considerando as práticas

de gerenciamento ambiental das mesmas segundo os 3 níveis da P+L, foram

levantados quatro parâmetros básicos: (i) Porte das empresas; (ii) Sistemas de

qualidade implantados; (iii) Nível de formação dos colaboradores e (iv) Postura da

alta direção por melhorias.

O Quadro 7 resume os quatro aspectos considerados relevantes. As empresas

do nível 2 (bem como as do nível 1 – modificação no processo por boas práticas

operacionais), compreenderam a totalidade das empresas pesquisadas e, portanto,

representando uma média do setor, mostraram que a escolaridade média dos

funcionários é de 57,8% com escolaridade limitada ao primeiro grau (completo ou

incompleto), 30,8% com segundo grau (completo ou incompleto) e 11,4% com nível

superior (graduação ou pós-graduação, completa ou não). Observa-se que as

Capítulo 4 Resultados e Discussões 89

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

empresas do nível 3 apresentam maior índice de escolaridade frente às

enquadradas nos demais níveis. Isso se deve ao fato dessas empresas serem

compostas 50% por micro (até 19 funcionários) e 50% por pequenas empresas (de

20 a 99 funcionários), o que favoreceu uma percentagem maior de funcionários com

2º e 3º graus em relação ao número total.

Quadro 7 – Dados da situação organizacional das empresas pesquisadas

PORTE DAS EMPRESAS

SISTEMAS DE QUALIDADE

IMPLANTADOS (%)

ESCOLARIDADE DO QUADRO DE

COLABORADORES (%)

POSTURA DOS DIRIGENTES* (%)

NÍVEIS DE P+L

micro peq. méd. ISO 9001

TS 16949

ISO 14001

1º grau

2º grau

3º grau

ISO 9001

TS 16949

ISO 14001

NÍVEL 3 50 50 - - - - 37 44,4 18,6 100 25 25

NÍVEL 2 26,9 61,3 11,5 36,8 10,5 - 57,8 30,8 11,4 47,4 21,1 52,6

PRODUTOS - 33,3 66,7 66,7 66,7 - 58,9 29,9 11,2 - - 66,7

Boas práticas

operacionais 26,9 61,3 11,5 36,8 10,5 - 57,8 30,8 11,4 47,4 21,1 52,6

Substituição de matérias-

primas - 50 50 100 50 - 57,6 30,9 11,5 - - 75 N

ÍVE

L 1

PR

OC

ES

SO

S

Mudança de tecnologia 14,3 57,1 28,6 42,9 28,6 - 58,5 30 11,5 42,9 14,3 57,1

Fonte: Autoria própria

*Intenções para implantação nos próximos 3 anos

Detalhe importante a ser observado é o de que nenhuma das empresas possui

o sistema de qualidade ISO 14001. Avaliando a postura dos dirigentes, a maior

preocupação com o sistema de gestão ambiental vincula-se às empresas que

praticam atitudes no nível 1 da P+L, envolvendo modificações em processo –

substituição de matérias-primas (75%) e modificações em produtos (66,7%),

curiosamente atrelados às maiores porcentagens de empresas de porte médio e que

possuem já implantados os sistemas ISO 9001 e TS 16949.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 90

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

4.3 PROJEÇÕES E CONSIDERAÇÕES

Há projeção de aumento da demanda de fundidos no Brasil, bem como da

capacidade instalada, para os próximos anos (conforme demonstrado na Figura 5) e

com isso, obviamente, o aumento da demanda de areias de fundição.

Considerando a estratégia de negócios para os próximos 5 anos, as empresas

que trabalham com areia a verde no Estado do Paraná priorizarão (conforme

demonstrado na Figura 26) a expansão da capacidade produtiva, seguida por novos

processos de produção e por novos produtos/linhas de produção.

Nos planos de investimento em tecnologia (conforme demonstrado na Figura

27), em 1º lugar, a prioridade será melhorar a qualidade dos produtos (com 77,8%

das indicações), em 2º, reduzir custos com a mão-de-obra (com 61,1% das

indicações) e, em 3º, ampliar a produção (50% das indicações). A redução de danos

ambientais apresenta-se em 4º lugar na escala de prioridades de investimentos

dessas empresas (com 33,3% das indicações).

Neste sentido, o consumo e descarte de ADF torna-se um problema ao

crescimento esperado das fundições. Em relação aos resíduos de areias à verde

cabe destacar os seguintes pontos levantados das empresas:

a) O consumo atual de matérias-primas no Paraná para fabricação de areias a verde

(areia sílica, bentonita e carvão) é de 2793,3 t/mês. Uma vez que esses materiais

não são consumíveis no processo de fundição, podem ser considerados como

excedentes de processo e, portanto um forte referencial de geração de areias no

Estado do Paraná,

b) Em média, 46,2% das fundições não informaram a quantidade de descarte de

ADF (chegando a 75% para as do nível 3 da P+L), dando margem a

questionamentos se elas realmente tem controle e a dimensão do montante gerado;

c) A geração de resíduos apontada na pesquisa somou 1193 t/mês, considerando as

empresas que informaram as quantidades de areia descartadas (53,8%). Enfim, que

têm controle de seus descartes;

Capítulo 4 Resultados e Discussões 91

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

d) O montante declarado para reciclagem externa foi muito pequeno em relação ao

volume gerado, somou 32,5 t/mês (2,7%);

Portanto, pode estar ocorrendo o descarte de 1.600,3 t/mês sem destino

conhecido. Um questionamento aberto sobre as dificuldades enfrentadas pelas

empresas com relação ao manejo das areias levou às seguintes respostas:

a) Alto custo de descarte: alegou-se dificuldade devido ao custo de descarte (tanto

para as areias a verde quanto para as areias ligadas quimicamente), mesmo para as

empresas que possuem um aterro próprio (30,5% das respostas);

b) Falta de outras aplicações para os resíduos de areia (fora da indústria de

fundição): em 13% das respostas alegou-se dificuldade, principalmente pela falta de

aplicações regulamentadas (como matéria-prima em outros processos tais como

tijolos, base asfáltica, etc.). Também foram mencionadas dificuldades em

estabelecer parcerias para executar novas aplicações (4,3% das respostas);

c) Falta de locais para descarte: em 8,8% das respostas alegou-se essa dificuldade,

fazendo com que esse tipo de serviço fosse buscado em outras cidades e até

mesmo em outros estados;

d) Falta de pesquisas: em 8,8 % das respostas alegou-se dificuldade devido à falta

de pesquisas para a menor geração de resíduos fora do que já é convencional

(visando recuperar a areia mais vezes dentro do processo) e também em pesquisas

na busca de outras aplicações para as areias usadas.

Comentário: de fato, como será comentado no Apêndice E, já existem tecnologias no

mercado capazes de atender a esta demanda.

e) Outras respostas alegaram dificuldade devido ao custo de equipamentos para

melhoria da qualidade das areias de processo; dificuldade devido ao custo dos

equipamentos para tratamento das areias (a exemplo de destorroadores,

despoeiradores e resfriadores); e dificuldade para obtenção de certificação

ambiental;

f) Dificuldade devido à falta de suporte técnico: em 4,3 % das respostas alegou-se

dificuldade em encontrar orientação quanto às porcentagens dos componentes das

areias durante seu uso e também após, de forma a evitar contaminação do solo;

Capítulo 4 Resultados e Discussões 92

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Comentário: englobando as dificuldades citadas acima, cabe salientar os esforços

que vem sendo concentrados no sentido de viabilizar formas de gerenciamento que

sejam adequadas às areias de fundição, pela ABNT CB-59, podendo também vir a

embasar futuras leis que abranjam especificamente esse resíduo.

A ABNT CB-59, como já visto no item 2.3, através da norma ABNT NBR

15702:2009, estabelece diretrizes para aplicação de ADF em concreto asfáltico e em

cobertura diária em aterro sanitário. Dessa maneira, suprem-se algumas dificuldades

apontadas e, com o projeto de norma em andamento referente à construção e

operação de áreas destinadas ao processamento das ADF, intitulado Central de

Processamento, Armazenamento e Destinação (CPAD) serão ampliadas as

possibilidades de aplicações para ADF.

É fato que a aplicação dos resíduos por reciclagem externa depende

fortemente do controle de qualidade de seus geradores, e para que a reciclagem

externa possa ser viabilizada de forma mais ampla é fator primordial que as

empresas de fundição garantam a constância da qualidade das ADF fornecidas à

reciclagem externa, mantendo dentro de determinados limites as características

exigidas especificamente para cada tipo de aplicação.

Quanto à esse quesito (reciclagem externa) foi detectada a necessidade de se

transpor o obstáculo da falta de controle de parâmetros de processo: operações

manuais de moldagem e desmoldagem estão presentes em 83% das empresas,

apenas em 17% há a retirada de finos e em 25% há o resfriamento da areia,

influindo diretamente na qualidade e refugo de peças com aumento de consumo de

areias.

Viu-se na pesquisa que o uso de areias a verde é extremamente interessante

para as fundições sob o aspecto econômico e que dificilmente será substituída

totalmente. A tendência à sua utilização em moldagens é forte para peças não-

seriadas (baixas quantidades) e também para peças seriadas com produção acima

de 500 t/mês (a esta modalidade acrescenta-se também a tendência de melhorias

no processo visando aumento de produtividade – níveis 1 e 2 da P+L). Por outro

lado, para peças seriadas em quantidades inferiores a 500 t/mês foi apontada a

tendência de utilização do sistema cold-box.

Capítulo 4 Resultados e Discussões 93

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Em contratendência, está o interesse dos fundidores na busca de qualidade de

produtos. Assim, a pesquisa indicou que:

a) Sobre a qualidade dos produtos: este item foi apontado em primeiro plano nos

investimentos em tecnologia das empresas de fundição. Detentores da certificação

ISO 9001 somam 36,8% do total das empresas pesquisadas e a intenção de

implantá-la nos próximos 3 anos é de 47,4%;

b) Sistema de Gestão Ambiental: nenhuma das empresas pesquisadas possui a

certificação ISO 14001 implantada e apenas 52,6% dos gestores tem intenção de

implantá-la nos próximos 3 anos, ou seja, o interesse por essa ferramenta ainda é

baixo em relação à outras necessidades consideradas de maior prioridade pelas

empresas.

O avanço das ações em prol da proteção ao meio ambiente é inevitável, as

empresas que se posicionarem com atitudes pró-ativas nesse sentido estarão a um

passo à frente das demais. Conforme demonstrado anteriormente, ferramentas

gerenciais como a Produção mais Limpa fazem-se bastante úteis nesse sentido,

buscando conciliação entre aspectos técnicos, ambientais e econômicos.

Exemplificando uma das atitudes apontadas pelo presente estudo, no nível 1

da P+L, o Apêndice E apresenta um caso bem sucedido de alteração de matérias-

primas com grande benefício ambiental, pelo aumento da eficiência da areia

recirculante e conseqüente minimização de descartes numa empresa de fundição da

região centro-oriental do Paraná.

Capítulo 5 Considerações Finais 94

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidenciou-se neste trabalho o crescente avanço da questão ambiental no

cenário nacional (através de leis, projetos de lei, resoluções e portarias abordando

essa temática) e a problemática acerca das areias de fundição, que se constitui

atualmente num dos maiores problemas no tocante ao gerenciamento de resíduos

da indústria de fundição.

Evidenciaram-se também, os esforços em se criar normas específicas para

areias de fundição (através da ABNT CB-59), buscando estabelecer procedimentos

para o gerenciamento desses resíduos e, com isso, prover subsídios para o

embasamento de futuras determinações legais, que minimizem as dificuldades dos

fundidores.

O custo do descarte foi apontado como a maior dificuldade enfrentada

atualmente pelas empresas, seguido da falta de outras aplicações para os resíduos

de areia fora da indústria de fundição, da falta de locais para descarte, da falta de

pesquisas visando recuperar a areia mais vezes dentro do processo e também em

pesquisas na busca de outras aplicações para as areias usadas.

As empresas pesquisadas apresentaram baixa escolaridade de seus

funcionários, aproximando-se de 60% a média entre os que possuíam como

escolaridade máxima o primeiro grau. Evidenciando um ponto a ser melhorado na

situação organizacional das empresas: o aumento do nível de formação dos

colaboradores.

Formado em sua maioria por pequenas empresas, o setor apresentou, em

média, um baixo número de certificações de qualidade implantadas (36,8% das

empresas possuíam ISO 9001 e 10,5% a TS 16949). Chamou atenção o fato de

nenhuma das empresas possuírem a certificação ISO 14001.

A expansão da capacidade produtiva, seguida por novos processos de

produção e por novos produtos/linhas de produção foram as prioridades

estabelecidas por essas empresas para os próximos 5 anos.

Capítulo 5 Considerações Finais 95

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Nesse mesmo período, os planos de investimento em tecnologia priorizarão a

melhoria da qualidade dos produtos, seguidos pela redução de custos com mão-de-

obra e pela ampliação da produção.

A postura dos dirigentes dessas empresas, com relação à obtenção de

certificações nos próximos 3 anos, foi de 47,4% para a ISO 9001, confirmando a

intenção de melhoria da qualidade dos produtos (considerando que 36,8% já

possuem esse sistema implantado). Em contrapartida, a intenção quanto à obtenção

da ISO 14001 foi de 52,6%, indicando um baixo interesse por esse sistema de

gestão ambiental por parte das empresas, levando em consideração o fato de

nenhuma delas possuir esse sistema implantado.

Evidenciou-se, na média, carência de controle de parâmetros de processo

dessas empresas, pela predominância de operações manuais e ausência de

equipamentos básicos ao manejo das areias, influindo diretamente na qualidade e

refugo de peças, bem como no aumento do consumo de areias, indicando a

necessidade de investimentos nesse setor.

Apontou-se um consumo de 2.793,3 t/mês e declarou-se um descarte de 1.193

t/mês de ADF, deixando dúvida quanto ao destino do descarte de aproximadamente

1.600,3 t/mês desse material.

O montante declarado para reciclagem externa foi muito pequeno em relação

ao volume gerado (declarado) de 1192 t/mês, somando 32,5 t/mês (2,7%).

A pesquisa também revelou que o uso de areias a verde é interessante para as

fundições sob o aspecto econômico, e que dificilmente será substituída totalmente

por outros sistemas de moldagem. A tendência apontada à sua utilização em

moldagens é forte para peças não-seriadas (baixas quantidades) e também para

peças seriadas com produção acima de 500 t/mês. Por outro lado, para peças

seriadas em quantidades inferiores a 500 t/mês foi apontada a tendência de

utilização do sistema cold-box.

Portanto, a abordagem e os resultados obtidos na pesquisa evidenciaram sua

relevância para o setor de fundição no Estado do Paraná, contribuindo para um

melhor conhecimento sobre o gerenciamento das areias a verde e dando subsídios

ao estabelecimento de futuras estratégias.

Capítulo 5 Considerações Finais 96

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Estudar as atuais técnicas para maximização da utilização das areias de

fundição dentro do sistema produtivo, considerando diferentes sistemas de

moldagem e avaliando aspectos e impactos ambientais referentes a cada sistema.

Fazer um estudo comparativo entre os resíduos de areia gerados pelos

diferentes sistemas de moldagem e sugerir possíveis aplicações para cada um

deles, fora da indústria de fundição (reciclagem externa), considerando as

características de cada região do Estado do Paraná.

Levando em consideração as informações levantadas no estudo anteriormente

sugerido, analisar a geração de resíduos de areia de fundição no Estado do Paraná,

visando fomentar o projeto de arranjos produtivos para a reciclagem desses

materiais, utilizando os princípios da Ecologia Industrial.

Referências 97

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

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Apêndices 106

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

APÊNDICE A – TRIAGEM DO LEVANTAMENTO DAS INDÚSTRIAS

DE FUNDIÇÃO DO PARANÁ

Legenda:

A: Informou possuir processos de fundição em suas instalações;

B: Informou não possuir processos de fundição em suas instalações;

C: Não se conseguiu contato, nem por telefone, nem por e-mail.

IDENTIFICAÇÃO A B C

01 A.L. WAIGA- FUNDIÇÃO E IMPLEMENTOS AGRICOLAS x

02 ABS INDÚSTRIA DE BOMBAS CENTRÍFUGAS LTDA. x

03 AÇOTRIO COMÉRCIO DE AÇOS ESPECIAIS LTDA. x

04 AGROESTE IND. MÁQ. PARA MADEIRA LTDA. x

05 ALCAST DO BRASIL LTDA. x

06 ALUMINIKLIMA DO BRASIL LTDA. x

07 ALUSUR DO BRASIL FUND. EM ALUMÍNIO LTDA. x

08 AS ERVAS CURAM INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA. x

09 ATLAS ELETRODOMÉSTICOS x

10 BALANÇAS CAMBE LTDA. x

11 BIOFLUX MEDICAL DO BRASIL LTDA. x

12 BOURGES & CIA. LTDA. x

13 BRAMEG FUNDIÇÃO DE METAIS LTDA. x

14 CAMPEÃ x

15 CARELLI & CIA. LTDA. x

16 CINCO PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS LTDA. x

17 DALLON METAIS x

18 DELCA INDÚSTRIA DE MOLAS LTDA. x

19 DENSO DO BRASIL LTDA. x

20 ENGREMATER IND. E COMÉRCIO DE ENGRENAGENS LTDA. x

21 FALCOA FUND. DE ALUMÍNIO LTDA. x

22 FAMA x

23 FCM FÁBRICA DE MANCAIS CURITIBA LTDA. x

24 FERSUL MANUFATURADOS DE FERRO LTDA. x

25 FM CAMPOS FERRAMENTARIA LTDA. x

26 FUCAM EQUIPAMENTOS AGROINDUSTRIAIS LTDA. x

Apêndices 107

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

27 FUNBEL-FUND. CAMBE LTDA x

28 FUND. ALBATROZ LTDA. EPP x

29 FUND. E MET. TIGER LTDA. x

30 FUND. GRANDO LTDA. x

31 FUND. LAMPE LTDA. x

32 FUND. OURO VERDE X

33 FUND. SCOTTON LTDA. x

34 FUNDIBEM FUNDIÇÃO E USINAGEM DE METAIS LTDA. x

35 FUNDIÇÃO BOSCO LTDA. x

36 FUNDIÇÃO CAMBARÁ LTDA. X

37 FUNDIÇÃO CARAJÁS LTDA. x

38 FUNDIÇÃO CAVALCAMPOS LTDA. x

39 FUNDIÇÃO DETRÓIT TÉCNICA DO BRASIL LTDA – ME. x

40 FUNDIÇÃO FUNDBRASIL x

41 FUNDIÇÃO FUNPAMA X

42 FUNDIÇÃO IGNIS LTDA. x

43 FUNDIÇÃO MULLER x

44 FUNDIÇÃO OLIVETTI DO PARANÁ, IND. E COMÉRCIO LTDA. x

45 FUNDIÇÃO RMS x

46 FUNDIÇÕES COLUMBIA LTDA. x

47 FUNDIOESTE IND. E COM. DE PEÇAS FUND.LTDA. x

48 GALLMETAIS IND. E COM. LTDA. X

49 GEMU IND. LTDA. x

50 GUARATU IND. E COM. LTDA. x

51 HETTICH DO BRASIL x

52 HOMEOPATIA WALDEMIRO PEREIRA LAB. IND. FARM. LTDA. x

53 HTP - TORNEARIA E USINAGEM & FILHOS LTDA. x

54 HÜBNER FUNDIÇÃO – UNIDADE ÍMPAR LTDA. x

55 HÜBNER FUNDIÇÃO LTDA. x

56 ICOPAC X

57 IGNIS IND. E COM. DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA. x

58 IND. DE CONECTORES ELÉTRICOS NEMA LTDA. x

59 IND. E COM. DE PROD. DE AÇO INOXIDÁVEL INOX FABRIL LTDA. x

60 IND. E COM. E EXP. DE METAIS IMPERATRIZ LTDA. x

61 IND. E COM. FUND. E MET. IVEMA LTDA. x

62 IND. E COMÉRCIO DE JÓIAS SAMBULSKI LTDA. x

Apêndices 108

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

63 IND. FOGÕES PETRYCOSKI LTDA. x

64 IND. KLUPPEL S.A. X

65 IND. MEC. ANGELO LTDA. x

66 ITESA x

67 J. VILLE INDÚSTRIA MECÂNICA LTDA. x

68 JR FUNDIÇÃO LTDA. x

69 LABORATÓRIO PRADO S.A. x

70 LABORATÓRIOS CALBOS LTDA. x

71 LASTRO INDÚSTRIA METALÚRGICA LTDA. x

72 LOGICAR METALÚRGIA LTDA. x

73 MARINGÁ SOLDAS S.A. x

74 MARUMBY IND. E COM. DE BOMBAS LTDA. x

75 MATRIX INDÚSTRIA MECÂNICA LTDA. x

76 MEGA PLACAS IND. E COM. DE PLACAS PARA VEÍCULOS LTDA. x

77 MEGER FUND. DE METAIS LTDA. X

78 MET. SANTA CECÍLIA S.A. x

79 MET. SCHIFFER S.A. x

80 MET. THOMS E BENATO LTDA. x

81 METALFUND MET. E FUND. LTDA. (METALMINAS) x

82 METALKRAFT S.A. INJEÇÃO E USINAGEM x

83 METALPAR - IND. METAIS PARANAENSE LTDA. x

84 METALÚRGICA GESA LTDA. X

85 METALÚRGICA TRADIÇÃO x

86 METALÚRGICA VOIGT x

87 MGA x

88 MINATTI FUNDIÇÃO TÉCNICA LTDA. x

89 MULTIMETAL IND. MET. LTDA. x

90 NEW HOLLAND LATINO AMERICANA LTDA. x

91 NUTROVIT LABORATÓRIOS LTDA. x

92 PARANÁ SUL x

93 PBN IND. E COM, DE COMPONENTES INDUSTRIAIS LTDA. x

94 PLASTIPAR IND. E COM. LTDA. X

95 PLONA EQUIPAMENTOS LTDA. x

96 PODIUM TROFÉUS E MEDALHAS LTDA. x

97 PRATI’DONA DUZZI & CIA LTDA. x

98 RENAULT DO BRASIL x

Apêndices 109

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

99 RIZON IND. DE MÁQ. LTDA.. x

100 ROBERTO QUADROS ME x

101 SANTO AENIO RIGOLIN & CIA LTDA. x

102 SCHWAB x

103 SERIFUNDI MET. E FUND. LTDA X

104 TAIM CADE BRASIL LTDA. x

105 THS METALÚRGICA x

106 TOD METAIS IND. MET. LTDA. x

107 TRIÂNGULO x

108 VOLFFER DISTRIBUIDORA DE PEÇAS LTDA. x

109 VULCAMENT S.A. X

110 WHB FUND. LTDA. x

111 ZTM FUNDIÇÃO E SERVIÇOS LTDA. X

Fonte: Autoria própria.

Apêndices 110

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

APÊNDICE B – EMPRESAS QUE POSSUEM PROCESSOS DE

FUNDIÇÃO EM SUAS INSTALAÇÕES NO ESTADO DO PARANÁ

IDENTIFICAÇÃO

01 A.L. WAIGA- FUNDIÇÃO E IMPLEMENTOS AGRICOLAS

02 ALCAST DO BRASIL LTDA.

03 ALUSUR DO BRASIL FUND. EM ALUMÍNIO LTDA.

04 BALANÇAS CAMBE LTDA.

05 BOURGES & CIA. LTDA.

06 BRAMEG FUNDIÇÃO DE METAIS LTDA.

07 CAMPEÃ

08 CARELLI & CIA. LTDA.

09 DALLON METAIS

10 DENSO DO BRASIL LTDA.

11 FALCOA FUND. DE ALUMÍNIO LTDA.

12 FAMA

13 FERSUL MANUFATURADOS DE FERRO LTDA.

14 FUCAM EQUIPAMENTOS AGROINDUSTRIAIS LTDA.

15 FUND. ALBATROZ LTDA. EPP

16 FUND. E MET. TIGER LTDA.

17 FUND. GRANDO LTDA.

18 FUND. SCOTTON LTDA.

19 FUNDIBEM FUNDIÇÃO E USINAGEM DE METAIS LTDA.

20 FUNDIÇÃO BOSCO LTDA.

21 FUNDIÇÃO CARAJÁS LTDA.

22 FUNDIÇÃO CAVALCAMPOS LTDA.

23 FUNDIÇÃO DETRÓIT TÉCNICA DO BRASIL LTDA – ME.

24 FUNDIÇÃO FUNDBRASIL

25 FUNDIÇÃO IGNIS LTDA.

26 FUNDIÇÃO MULLER

27 FUNDIÇÃO OLIVETTI DO PARANÁ, IND. E COMÉRCIO LTDA.

28 FUNDIÇÃO RMS

29 FUNDIÇÕES COLUMBIA LTDA.

30 FUNDIOESTE IND. E COM. DE PEÇAS FUND.LTDA.

31 GUARATU IND. E COM. LTDA.

Apêndices 111

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

32 HETTICH DO BRASIL

33 HÜBNER FUNDIÇÃO – UNIDADE ÍMPAR LTDA.

34 HÜBNER FUNDIÇÃO LTDA.

35 IND. DE CONECTORES ELÉTRICOS NEMA LTDA.

36 IND. E COM. E EXP. DE METAIS IMPERATRIZ LTDA.

37 IND. E COM. FUND. E MET. IVEMA LTDA.

38 IND. E COMÉRCIO DE JÓIAS SAMBULSKI LTDA.

39 IND. FOGÕES PETRYCOSKI LTDA.

40 ITESA

41 JR FUNDIÇÃO LTDA.

42 MARINGÁ SOLDAS S.A.

43 MARUMBY IND. E COM. DE BOMBAS LTDA.

44 MEGA PLACAS IND. E COM. DE PLACAS PARA VEÍCULOS LTDA.

45 MET. SANTA CECÍLIA S.A.

46 MET. SCHIFFER S.A.

47 MET. THOMS E BENATO LTDA.

48 METALFUND MET. E FUND. LTDA. (METALMINAS)

49 METALKRAFT S.A. INJEÇÃO E USINAGEM

50 METALPAR - IND. METAIS PARANAENSE LTDA.

51 METALÚRGICA VOIGT

52 MGA

53 MINATTI FUNDIÇÃO TÉCNICA LTDA.

54 MULTIMETAL IND. MET. LTDA.

55 PARANÁ SUL

56 PLONA EQUIPAMENTOS LTDA.

57 PODIUM TROFÉUS E MEDALHAS LTDA.

58 ROBERTO QUADROS ME

59 SANTO AENIO RIGOLIN & CIA LTDA.

60 TOD METAIS IND. MET. LTDA.

61 TRIÂNGULO

62 WHB FUND. LTDA.

Fonte: Autoria própria.

Apêndices 112

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO

1- Caracterização da empresa

Razão Social

Data de Fundação

Endereço

Número

Complemento

Bairro

Município

CEP

UF

Telefone

Fax

E-mail

Home Page

% de capital nacional

% de capital estrangeiro

2- Contatos

Responsável pelas informações (Nome)

Cargo

Telefone

Celular

Fax

E-mail

Grau de escolaridade 1º Grau Completo 2º Grau Completo Superior Completo

1º Grau Incompleto 2º Grau Incompleto Superior Incompleto Pós-Graduação

Proprietário/Acionista majoritário (Nome)

Grau de escolaridade 1º Grau Completo 2º Grau Completo Superior Completo

1º Grau Incompleto 2º Grau Incompleto Superior Incompleto Pós-Graduação

3- Funcionários

Número de funcionários em dezembro de 2008

até 19 de 20 a 99 de 100 a 499 acima de 500

Grau de

escolaridade Analfabeto

1º Grau

Incompleto

1º Grau

Completo

2º Grau

Incompleto

2º Grau

Completo

Superior

Incompleto

Superior

Completo

Pós-

Graduação

Número de

funcionários

Apêndices 113

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

4- Mercado

4a- Qual a quantidade produzida pela empresa no ano de 2008, em toneladas, de peças nos

materiais:

Ferro: Aço: Não-Ferrosos:

4b- A empresa destina sua produção para qual(is) es tado(s)?

Paraná

São Paulo

Rio de Janeiro

Minas Gerais

Bahia

Outro (descrever):

Outro (descrever):

Outro (descrever):

Não fornece

Fornece pouco

Fornece

intensamente

Fornece muito intensamente

4c- A empresa exporta produtos? ( ) não ( ) sim, para:

América do Sul

América Central

América do Norte

Europa

África / Oceania

Ásia

Exporta pouco

Exporta

intensamente

Exporta muito

intensamente

Apêndices 114

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

4d- Para quais setores/segmentos a empresa destina s ua produção?

Automobilístico, tratores e caminhões

Siderúrgico

Utilidades domésticas

Máquinas agrícolas e mecânicas

Saneamento e construção civil

Cimento e mineração

Outro (descrever):

Outro (descrever):

Não fornece

Fornece pouco

Fornece

intensamente

Fornece muito intensamente

4e- Qual o montante total obtido pela empresa com e xportações em

2008:

(em dólares):

4f- Qual o faturamento da empresa, em reais, no ano de 2008:

até 600.000 de 1.500.001 a 1.800.000 de 5.000.001 a 10.500.000

de 600.001 a 1.200.000 de 1.800.001 a 2.500.000 de 10.500.001 a 60.000.000

de 1.200.001 a 1.500.000 de 2.500.001 a 5.000.000 acima de 60.000.000

5- Processos

5a- Processos produtivos

Fusão (tipo de forno) Outro (qual?)

Cubilô Indução Rotativo Forno a óleo

Tipo de moldagem Outro (qual?)

Manual Mecânica Automatizada

5b- Considerando 100% da produção anual da empresa, quais as quantidades de areias utilizadas

nos PROCESSOS DE MOLDAGEM? (em porcentagem)

Areia a

verde

Cura a

frio

Cold

box Shell CO2

Outro

(qual?)

%

%

%

%

%

%

Apêndices 115

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Considerando 100% da produção anual da empresa, qua is as quantidades de areias utilizadas nos

PROCESSOS DE MACHARIA? (em porcentagem)

Areia a

verde

Cura a

frio

Cold

box Shell CO2

Outro

(qual?)

%

%

%

%

%

%

5c- A empresa possui algum tipo de certificação?

Certificação ISO TS 16949

Certificação ISO 14001

Certificação ISO 9001

Outro (descrever):

Outro (descrever):

Outro (descrever):

Outro (descrever):

Não conhece

Já implementou

Implementará nos

próximos 3 anos

Não pretende

implementar

5d- Nos últimos 5 anos o sucesso da empresa depende u de:

Novos produtos/Linhas de produção

Novos processos de produção

Novos modelos organizacionais

Estratégias de Marketing

Investimentos em Design

Investimentos em Logística

Invest. em pesquisa, desenv. e engenharia

Expansão da capacidade produtiva

Novos mercados

Outro (descrever):

Não dependeu

Dependeu pouco

Dependeu intensamente

Dependeu muito intensamente

Apêndices 116

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

6- Investimentos

6a- Nos próximos 5 anos o sucesso da empresa depend erá de:

Novos produtos/Linhas de produção

Novos processos de produção

Novos modelos organizacionais

Estratégias de Marketing

Investimentos em Design

Investimentos em Logística

Invest. em pesquisa, desenv. e engenharia

Expansão da capacidade produtiva

Novos mercados

Outro (descrever):

Não dependerá

Dependerá pouco

Dependerá intensamente

Dependerá muito intensamente

6b- Quais os principais objetivos da empresa ao rea lizar investimentos em tecnologia? (máx. 3

itens)

Substituir produtos

Melhorar a qualidade de produtos

Ampliar a produção

Reduzir custos com mão-de-obra

Reduzir o consumo de insumos

Reduzir o consumo de energia elétrica

Reduzir danos ambientais

Adequar a empresa a normas, padrões e regulamentações técnicas

Flexibilizar a produção

Outro (descrever):

Apêndices 117

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

6c- Quais as dificuldades enfrentadas pela empresa para se desenvolver? (máximo 5 itens)

Dificuldade na obtenção de recursos financeiros

Falta de pessoal qualificado

Dificuldade de formar parcerias

Dificuldade de mudar a cultura da empresa

Falta de apoio governamental

Defasagem tecnológica

Falta de qualidade do produto

Falta de estrutura organizacional

Dificuldade de vendas

Inadimplência

Mudanças de câmbio

7- Comentários

Comente sobre as dificuldades enfrentadas com relaç ão ao manejo das areias usadas:

• * Muito obrigado por sua colaboração! *

Fonte: adaptado MENEZES et al., 2003.

Apêndices 118

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO COMPLEMENTAR

1- Empresa

Razão Social

2- Contato

Responsável pelas informações (Nome)

Cargo

Telefone

Celular

Fax

E-mail

Grau de escolaridade 1º Grau Completo 2º Grau Completo Superior Completo 1º Grau Incompleto 2º Grau Incompleto Superior Incompleto Pós-Graduação

3- Matérias-primas (moldagem / macharia)

Preencher o quadro abaixo considerando as seguintes perguntas:

A)- Quantidade (kg/mês) : No ano de 2008, qual foi a quantidade média mensa l (em kg) de matérias-primas adquiridas para uso no processo produtivo da empresa?

B)- Região de Origem : De qual a região esse material foi adquirido? (e x: SP, RS, SC, Argentina, Estados Unidos, etc.)

C)- Distância aproximada (km) : Esse fornecedor fica aproximadamente à que distân cia (em km) da empresa?

D)- % Moldagem : Quanto (em porcentagem) desse material foi dest inado à moldagem?

E)- % Macharia : Quanto (em porcentagem) desse material foi desti nado à macharia?

Matérias-primas A) Quantidade (kg/mês)

B) Região de Origem

C) Distância aproximada

(km)

D) % Moldagem

E) % Macharia

AREIAS

Sílica

Cromita

Zirconita

Olivina

Chamote

Areia Shell Outro (especificar):

Apêndices 119

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

AGLOMERANTES

Bentonita Sódica

Silicato de Sódio

Resinas

INSUMOS EM GERAL

Pó de Carvão

Amido / Dextrina

Óxido de Ferro Tintas para machos/moldes

Outro (especificar):

Outro (especificar):

UTILIZA AREIA A VERDE JÁ USADA (DESCARTADA) DE OUTRAS FUNDI ÇÕES?

Areia a Verde

4- Controle de Qualidade da Areia a Verde

ASSINALE COM “X” A ALTERNATIVA QUE MELHOR SE ENQUADRE À REALID ADE DA EMPRESA PARA CADA ENSAIO ABAIXO:

Compactabilidade

Umidade

Resistência à compressão

Permeabilidade

Argila ativa

Perda ao fogo

Cinzas

Módulo de finura

Finos

PH

Determinação da composição química da areia a verde

Outro (especificar):

Outro (especificar):

Outro (especificar):

É realizado (na empresa)

É realizado (por terceiros)

Pretende realizar dentro dos

próximos 3 anos

Não pretende realizar

Apêndices 120

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

5- Reciclagem Interna

5.1- Recuperação da Areia a Verde (Recirculação)

5.1a- DESCREVA QUAL(IS) O(S) TIPO(S) DE MISTURADORE(S) EXISTENTE(S) NA EMPRESA E APONTE SUA(S) RESPECTIVA(S) CAPACIDADE(S) DE CARGA E CAPACIDADE(S ) DE

PRODUÇÃO:

Misturadores para

Areia a Verde (tipos)

Capacidade de Carga

(kg) Capacidade de Produção (kg/h)

5.1b- QUAIS EQUIPAMENTOS A EMPRESA POSSUI PARA AREIA A VERDE? (ass inale com “x”)

Moldagem manual

(compactação da areia através de soquete manual ou martelo manual pneumático)

Moldagem mecânica

(compactação da areia através de máquinas com a participação do operador)

Moldagem automatizada

(compactação da areia através de sistema automatizado - sem a participação do operador)

Desmoldagem manual

(fragmentação da areia através de processos manuais)

Desmoldagem mecânica

(fragmentação da areia através de máquinas com a participação do operador - “Shake-Out”)

Desmoldagem automatizada

(fragmentação da areia através de sistema automatizado - sem a participação do operador)

Separação magnética de materiais ferrosos

Despoeirador (sistema para retirada de finos)

Resfriador (sistema para refrigeração da areia)

Outro (especificar): Outro (especificar):

Apêndices 121

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

5.2- Regeneração (da sílica e outras areias-base)

5.2a- ASSINALE COM “X” OS EQUIPAMENTOS QUE A EMPRESA POSSUI RELACION ADOS À REGENERAÇÃO DAS AREIAS:

Regeneração mecânica por fricção ou impacto

Regeneração térmica em fornos rotativos ou leitos fluidizados

Regeneração a úmido

Outro (especificar): Não possui

Utilizada

para

areia a

verde

Utilizada

p/ areias

ligadas

quimicamente

5.2b- ASSINALE COM “X” A FAIXA DE EFICIÊNCIA DO SISTEMA DE REGENER AÇÃO DE AREIA:

até 30% de 30 a 50 % de 50 a 70 % de 70 a 90 % acima de 90 %

5.2c- QUAL FOI A QUANTIDADE DE AREIA REGENERADA PELA EMPRESA EM 2008? (kg/mês de sílica e outras areias-bas e)

(em kg/mês):

6- Reciclagem Externa (utilização das areias descartadas em outras empresas)

Caso a empresa realize algum tipo de reciclagem ext erna de suas areias descartadas de fundição, preencher o quadro abaixo considerando as seguintes perguntas:

A)- Quantidade de areia a verde enviada (kg/mês) : No ano de 2008, qual foi a quantidade média (em kg/mês) de areia a verde “usada” fornecida para rec iclagem externa?

B)- Região de destino : Qual foi a região de destino dessas areias? (ex: SP, RS, SC, Argentina, Estados Unidos, etc.)

C)- Distância aproximada (km) : Esse destino fica aproximadamente à que distância (em km) da empresa?

D)- Frete pago pela empresa? (Sim / Não)

E)- Exigido processamento especial? (Sim / Não) : Foi exigido algum tipo de processamento especial dentro da empresa para poder fornecer essa areia? ( algo diferente do que já é feito normalmente)

F)- V=vendida, D=doada ou P=paga? : Essa areia foi vendida, doada ou pagou-se para qu em a recebeu?

Apêndices 122

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

A areia “usada” foi repassada para

A) Quantidade de areia a

verde enviada (kg/mês)

B) Região

de destino

C)

Distância aproximada

(km)

D)

Frete pago pela

empresa? (Sim / Não)

E)

Exigido processamento

especial?

(Sim / Não)

F)

V=vendida, D=doada ou

P=paga?

Indústria de fundição (fornecimento de areia a verde “usada” como matéria-prima para outra fundição)

Construção de estradas

(cimento asfáltico, base,sub-base, etc.)

Indústria de cimento

Fabricação de materiais cerâmicos (tijolos,telhas, etc.)

Solos (correção da composição)

Central de processamento de areias de fundição (processam as areias e as encaminham para outras aplicações)

Outro (especificar):

Outro (especificar):

7- Descarte Final das areias e finos

Caso a empresa encaminhe suas areias descartadas de fundição e finos para aterros ou outra destinação final, preencher o quadro abaixo considerando as se guintes perguntas:

A)- Quantidade de areia a verde enviada (kg/mês) : No ano de 2008, qual foi a quantidade média (em kg/mês) de areia a verde “usada” descartada?

B)- Quantidade de areia ligada enviada (kg/mês) : No ano de 2008, qual foi a quantidade média (em kg/mês) de areia ligada quimicamente “usada” descar tada?

C)- Quantidade de finos enviada (kg/mês) : No ano de 2008, qual foi a quantidade média (em kg/mês) de finos descartada?

D)- Região de destino : Qual foi a região de destino desses materiais? ( ex: SP, RS, SC, Argentina, Estados Unidos, etc.)

E)- Distância aprox. (km) : Esse destino fica aproximadamente à que distância (em km) da empresa?

F)- V=vendido, D=doado ou P=pago : Esse material foi vendido, doado ou pagou-se para quem o recebeu?

Apêndices 123

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

*obs: caso a areia a verde tenha sido descartada m isturada com as areias ligadas quimicamente e os finos, pede-se que, considerando o valor total dess e material “misturado”, sejam estimadas as quantidades para os itens “ A) B) C)”.

A) Quantidade de areia a

verde enviada (kg/mês)

B) Quantidade

de areia ligada

enviada (kg/mês)

C) Quantida

de de finos

enviada (kg/mês)

D) Região

de destino

E) Distância

aprox. (km)

F)

V=vendido,

D=doado ou P=pago

Terceirizado Aterro Industrial para descarte de resíduos industriais em geral : Próprio

Terceirizado Aterro Industrial para descarte exclusivo de Areias de Fundição : Próprio

Terceirizado Outro (especificar):

Próprio

8- Tendências

8a- APONTAR AS MELHORIAS QUE A EMPRESA TEM FEITO (OU PRETENDE RE ALIZAR) EM CADA ÍTEM ABAIXO:

*caso não haja melhorias, deixar o item em branco.

A) Matérias-primas e insumos :

B) Fusão das ligas (controle de composição, fornecedores, fornos, etc.):

C) Moldagem / macharia :

D) Meio ambiente (gases, finos, etc.):

E) Máquinas / equipamentos em geral (melhorias de manutenção, substituições de máquinas / equipamentos, otimizações, novas aquisições, etc.):

Apêndices 124

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

F) Formação de pessoal (modificação do quadro de pessoal, treinamento, formação de equipes, criação de novos departamentos, etc.):

G) Outros (aquisição de softwares, etc.):

8b- NA SUA OPINIÃO QUAL A TENDÊNCIA FUTURA DO USO DA AR EIA A VERDE EM FUNDIÇÕES NO PARANÁ? JUSTIFIQUE.

9- Observações / comentários

UTILIZE ESTE ESPAÇO PARA FAZER QUALQUER OBSERVAÇÃO / COMENTÁRIO QUE JULGAR NECESSÁRIO:

* Muito obrigado por sua colaboração! *

Fonte: adaptado OKIDA, 2006; ADEGAS, 2007.

Apêndices 125

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

APÊNDICE E – IDENTIFICAÇÃO DE UM CASO DE INICIATIVA DE

SUBSTITUIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS NA FABRICAÇÃO DE

AREIAS À VERDE

O CASO DE UMA EMPRESA DE FUNDIÇÃO DA REGIÃO CENTRO- ORIENTAL

DO PARANÁ

O processo analisado foi o de areia a verde, formado pelo seguinte fluxo das

areias: mistura – aeramento – moldagem – vazamento de metal – desmoldagem –

separação magnética – resfriamento e transporte da areia de volta aos misturadores

(o despoeiramento ocorre por exaustão em vários pontos do circuito).

O procedimento de recuperação da areia a verde já fazia parte do processo

produtivo, portanto, para que a qualidade das peças fundidas fosse mantida, durante

o transporte da areia de volta aos misturadores, frequentemente fazia-se necessário

retirar uma porcentagem da areia recirculante e acrescentar matérias-primas “novas”

à mistura.

A princípio utilizava-se como matérias-primas de reposição: areia-base (sílica),

aglomerante (bentonita), aditivos (dextrina, pó de carvão – Cardiff) e água.

A busca da melhoria contínua do processo associada à redução de custos e à

questão ambiental gerou estudos e propostas envolvendo a melhoria da qualidade

das peças fundidas e a redução do descarte de areias.

Pelo fato de serem mantidos os mesmos equipamentos e seqüência

operacional optou-se pela substituição do pó de carvão – Cardiff por pó de carvão

aditivado (PCA) e pela aquisição de bentonita com dextrina incorporada à

composição.

A mudança proporcionou como benefícios a melhoria do acabamento das

peças fundidas (devido à minimização da ocorrência de sinterização de areia na

superfície das mesmas), a diminuição da ocorrência de quebra de moldes e a

eliminação da necessidade de areia de faceamento em várias peças (devido a

melhora das propriedades da areia), a eliminação do descarte de areia a verde

Apêndices 126

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

(não sendo mais efetuada a retirada de uma porcentagem da areia recirculante, pois

para a recuperação da mesma são feitas adições de PCA e bentonita com dextrina,

havendo adição de areia-base pela incorporação dos resíduos do próprio processo,

provenientes da desagregação de machos), diminuição do tempo de mistura (no

misturador) e a redução das quantidades de matérias-primas adiciona das .

A redução das quantidades de matérias-primas adicionadas foi de 100% para a

areia-base destinada à moldagem, de aproximadamente 72,5% para o carvão –

Cardiff (num comparativo com a quantidade de PCA utilizada para a mesma

mistura), de aproximadamente 68,8% para a bentonita/dextrina deixando-se de

adquirir em torno de 398 toneladas mensais de matérias-primas (entre areia-base,

pó de carvão – Cardiff, bentonita e dextrina). Consequentemente reduzindo-se a

geração de passivos ambientais por não mais haver o depósito dos resíduos de

processo desses materiais (na forma de areia a verde usada) em aterro.

Em termos comparativos de custo, a redução nas quantidades de matérias-

primas adicionadas refletiu numa economia de aproximadamente R$ 44.000,00

mensais (produção base 2008), além da economia gerada (não quantificada) com

relação à melhoria do acabamento das peças fundidas (evitando acréscimos de

custo devido a maior tempo demandado em posteriores operações de acabamento),

diminuição da ocorrência de quebra de moldes e eliminação da necessidade de

areia de faceamento em várias peças (evitando perdas de tempo operacional),

diminuição do tempo de mistura no misturador (ganho de tempo operacional pela

maior agilidade na obtenção de misturas homogêneas) bem como quanto aos custos

ambientais (referentes a aterro, licenciamentos, etc.).

Atitudes desse tipo refletem a influência dos conceitos de Produção mais Limpa

na Gestão Ambiental das organizações (abrangendo a análise técnica, econômica e

ambiental das opções de melhoria), confirmando nesta oportunidade um caso de

redução na fonte por modificação no processo, particularmente abordando

substituição de matérias-primas e exemplificando in loco uma das tendências

apontadas pela presente pesquisa.

Anexos 127

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO A – GUIA DAS FUNDIÇÕES – REVISTA FS (EXCERTO REFERENTE AO UNIVERSO DA

PESQUISA)

(FUNDIDORAS DE METAIS NÃO-FERROSOS)

Fonte: Adaptado FS, 2008(a); FS, 2009(a). * Dados extraídos de FS, 2008(a).

Anexos 12

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

(FUNDIDORAS DE METAIS FERROSOS)

Fonte: Adaptado FS, 2008(b); FS, 2009(b). * Dados extraídos de FS, 2008(b).

Anexos 129

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO B – GUIA ABIFA DE FUNDIÇÃO (EXCERTO REFERENTE AO UNIVERSO DA PESQUISA)

Fonte: Adaptado CARMELIO et al., 2008; CARMELIO et al., 2009. * Dados extraídos de CARMELIO et al., 2008.

Anexos 130

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Fonte: Adaptado CARMELIO et al., 2008; CARMELIO et al., 2009. * Dados extraídos de CARMELIO et al., 2008.

Anexos 131

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

Fonte: Adaptado CARMELIO et al., 2008; CARMELIO et al., 2009. * Dados extraídos de CARMELIO et al., 2008.

Anexos 132

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO C – ESTADO DO PARANÁ – MESORREGIÕES

GEOGRÁFICAS

Fonte: IBGE, 2007.

Anexos 133

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO D – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE

FUNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA EM TODO ESTADO D O

PARANÁ

Fonte: Adaptado GOOGLE MAPS, 2009.

Anexos 134

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO E – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE

FUNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE

ENVOLVENDO CURITIBA E REGIÃO)

Fonte: Adaptado GOOGLE MAPS, 2009.

Anexos 135

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO F – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE

FUNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE

ENVOLVENDO PONTA GROSSA E REGIÃO)

Fonte: Adaptado GOOGLE MAPS, 2009.

Anexos 136

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO G – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE

FUNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE

ENVOLVENDO MARINGÁ, LONDRINA E APUCARANA)

Fonte: Adaptado GOOGLE MAPS, 2009

Anexos 137

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO H – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE

FUNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE

ENVOLVENDO TOLEDO, CASCAVEL, FRANCISCO BELTRÃO E

PATO BRANCO)

Fonte: Adaptado GOOGLE MAPS, 2009.

Anexos 138

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO I – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE

FUNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE

ENVOLVENDO BANDEIRANTES, CAMBARÁ E JACAREZINHO)

Fonte: Adaptado GOOGLE MAPS, 2009.

Anexos 139

PPGEP – Produção e Manutenção (2010)

ANEXO J – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS DE

FUNDIÇÃO CONSTATADAS PELA PESQUISA (DETALHE

ENVOLVENDO CAMPO MOURÃO, PARANAVAÍ E LOANDA)

Fonte: Adaptado GOOGLE MAPS, 2009.