ALERTA ERALGSindicato dos Eletricitários de Foz do Iguaçu - SINEFI - Filiado à eCUT FNU site: - email: www.sinefi.org.br secretaria@sinefi.org.br

nº 372 - Ano 16 - 05 de março de 2012

"O grande para aqueles que querem

apagar o passado

são as "

estorvo

vítimas

Preservar a memória Brasil viveu 21 anos (1964- O objetivo do Núcleo Memória é pre-1985) sob ditadura militar. A servar a luta pela liberdade e democracia; esdrúxula Lei da Anistia pre- dignificar a história dos brasileiros que se O

tende colocar uma pedra sobre as atrocida- empenharam nesse sentido; colher depoi-des cometidas naquele período contra os mentos e fontes documentais que permi-que lutavam por liberdade e democracia. E tam fortalecer o resgate histórico; e conhe-há escolas e universidades que ainda igno- cer o passado recente da história do Brasil.ram o terrorismo de Estado vigente no Bra-

Empenha-se também em promover a sil ao longo de duas décadas.

recuperação dos lugares emblemáticos em No entanto, as vítimas não se calam. que foram praticadas violações aos direitos

Não admitem clandestinizar a dor de seu humanos; realizar eventos culturais relacio-sofrimento e a de tantas famílias de mortos e nados à resistência e à memória; exigir dos desaparecidos. Segundo Primo Levi, sem poderes públicos a preservação e divulga-memória da injustiça não há justiça possível. ção dos arquivos existentes; valorizar os

lugares simbólicos de atos da resistência No momento em que o governo Dilma

democrática; participar de intercâmbios de Rousseff aprova a Comissão da Verdade é

experiências similares em outros países, preciso lembrar que funciona em São Paulo o

em especial no MERCOSUL.Núcleo de Preservação da Memória Política.

Em 2009, tornou-se uma instituição Surgiu em 2007, no contexto das atividades O Núcleo integra o Conselho Consulti-independente. Propõe-se a mobilizar pes-do Fórum Permanente de Ex-Presos e Perse- vo do Projeto “Memórias Reveladas” do soas interessadas na abertura dos arquivos guidos Políticos de São Paulo, fundado para Arquivo Nacional.da ditadura, preservar a memória das víti-defender os interesses dos ex-prisioneiros

Participe do Núcleo Memória: mas, incrementar a cultura de respeito aos políticos e perseguidos durante a ditadura. direitos humanos, propiciar formação polí-

Em 2008, logrou que o antigo prédio do tica às novas gerações. ¤ contato@nucleomemoria.org.br, Av. DEOPS, no Largo General Osório, se trans-

Brigadeiro Luís Antônio, 2.344 – conj. 45 – Hoje, o Núcleo Memória é membro da formasse em Memorial da Resistência. São Paulo – SP – 01402-000. Coalizão Internacional de Museus de Cons-Desde então, promove ali os Sábados Resis-

Tel.: (11) 2306 4801ciência em Lugares Históricos.tentes. É o primeiro projeto museológico de memória no Brasil.

www.nucleomemoria.org.br

* Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.

Frei Betto*

“A memória abre expedientes que o direito considera arquivados”(Walter Benjamin).

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Equiparação salarial eletrecistas comerciaisTRT9 diz que SINEFI é ilegítimo como substituto processual

A ação trabalhista de equiparação sário para a admissão do Recurso ao TST.salarial dos eletricistas comerciais da Aguardamos nesse momento a publi-COPEL/Foz, ajuizada pelo SINEFI como subs- cação da Decisão dos embargos, quando tituto processual, Processo 01227-2009- iniciará o prazo para a apresentação do 303, foi julgada procedente na primeira Recurso de Revista com intuito de levar a instância em Foz do Iguaçu. questão para decisão do TST.

Após o trâmite em primeira instância, o No julgamento ocorrido no TRT, não foi processo foi enviado ao Tribunal Regional do avaliado o mérito do pedido e por isso, se Trabalho - TRT9 - com recurso da COPEL e o essa decisão for mantida com entendimen-julgamento ocorrido no Tribunal entendeu to de ilegitimidade do sindicato para reivin-

Estamos trabalhando para a admissão do que o Sindicato seria ilegítimo para pleitear dicar o direito de equiparação salarial entre

Recurso de Revista dirigido ao TST – Tribunal direitos individuais tal qual o pedido de equi- trabalhadores, poderá ser novamente ajui-

Superior do Trabalho - e para que isso seja paração salarial feito, entendendo que a zada a mesma demanda, porém, na forma

possível, foi embargada a decisão do TRT com equiparação não é um direito homogêneo. de ação coletiva e não de substituição.

a finalidade de cumprir dispositivo legal neces-

Em 2011 foram inúmeras as tentativas da Comissão dos Empregados na Participação dos Lucros ou Resultados – CENPLR – buscando estabelecer as negocia-

ções sobre o acordo da PLR. A empresa se manteve alheia a todos os pedidos de reunião. O gran-

de nó é a questão da distribuição linear da PLR, determi-nada por lei estadual.

Devido à inércia dos representantes da empresa, os sindicatos do Coletivo Sindical dos Empregados da COPEL, protocolaram denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho em Curitiba, onde ocorreu duas audiências. A primeira dia 23 de novembro de 2011 com a participação dos sindicatos que compõem o Coletivo Sindical (SINEFI, SENGE, SINDEL, SIEMCEL, STEEM, STIECP e SINEL) e a segunda dia 02 de dezembro de 2011 com a participação de todos os sindicatos que representam os empregados da COPEL.

Nas duas audiências a COPEL se manifestou que já não havia o que negociar, pois a distribuição do montante estava regulada por uma lei estadual – que o advogado da empresa considera inconsti-tucional e nada faz para questioná-la – e o plano de metas é uma questão de gestão definida pela diretoria, ou seja, os trabalhadores são meros coadjuvantes e executores das ações e metas mesmo que irrealizáveis ou prejudiciais aos mesmos.

O fato novo é a mudança ocorrida na Superintendência de RH, onde saiu o Catisti e retornou o Cavanha que sinalizou ser possível retornar ao diálogo a partir da 1ª quinzena de março. Assim esperamos. Do contrário, em abril e maio, o bicho vai pegar na COPEL com certeza.

O Coletivo Sindical em 2010 fez uma denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho – MPT – sobre o avanço da terceirização em atividades fins na COPEL e a precariedade das condições de trabalho que coloca em risco a vida desses trabalhadores.

Os fatos falam por si. Nos últimos seis meses 4 trabalhadores morreram vítimas de acidente do trabalho na COPEL, todos vinculados à atividades nas redes elétricas.

Diante da gravidade da situação, foi solicitada uma audiência com o Procurador do MPT que está cuidando da denúncia de terceirização. Esta ocorrerá na tarde do dia 06/03 no MPT em Curitiba.

Na parte da manhã, no Senge, terá reunião do Coletivo Sindical onde serão discutidos os assuntos referentes a Centralização do Call Center em Curitiba com o conseqüente fechamento dos Regionais Londrina, Ponta Grossa, Cascavel e Maringá; situação da PLR 2011 e 2012; Registro de Ponto – sistema ERP.

Situação continua indefinidaDia 06/03 tem Audiência no MPT/PR

A pauta é a terceirização na COPEL

TRT 9

Faremos recurso ao TST

Campanha Salarial 2012/2013

De 29 de feve- O ENTFU tem como objetivo reunir os trabalhadores das diver-re i ro a 02 de sas bases de FURNAS para ampliar o debate, trocar informações, março aconteceu unificar a Pauta Reivindicatória Específica a ser encaminhada a o XXX Encontro FURNAS e discutir as estratégias para a data base de 1º de maio. Nacional dos Tra- A pauta específica cinge-se aos temas internos da empresa e já

balhadores de Furnas – ENTFU – realizado no Rio de Janeiro. Partici- não trata mais de assuntos econômicos como reajuste salarial, param representando a Base Foz e o Sinefi os companheiros Apareci- ganho real, abono, gratificação de férias, vale alimentação, auxílio do, Braz, José Laércio e Valério eleitos como delegados na Assem- educação etc. Estes são tratados na Pauta Nacional dos Eletricitários bléia realizada no dia 24/02 quando, também, foi aprovada a Pauta que congrega os trabalhadores de todas as empresas federais de Reivindicatória Específica da Base Foz. energia elétrica e é discutida com o Grupo Eletrobrás.

Vilmar Marcon, de 50 anos, tomou a descarga elétrica enquanto fazia um trabalho em um poste de energia no dia 09 de fevereiro de 2012

na rua Rouxinol, em Cornélio Procópio.

ACT Específico FURNAS

PLR COPEL

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Campanha Salarial Nacional dos Eletricitários Grupo Eletrobrás

Reunião Itaipu x SindicatosO próximo dia 07 de março promete ser um dia de acalorados debates sobre temas que interessam a um grande contingente de emprega-

dos e empregadas da ITAIPU Binacional. Estará em discussão a Participação nos Resultados – PR 2011, Acordo Judicial Salário Inicial de Admis-são e o Calendário anual para as reuniões periódicas 2012. O início da reunião será as 09:00 horas com término previsto para as 17:00h e terá como local a Sala 6 do Treinamento, no Bloco 3.

Participação nos Resultados ITAIPU

Passamos o ano de 2011 todo Como havia uma expectativa de alterações na sistemática da insistindo na realização das reu- PLR no Grupo Eletrobrás, os representantes da ITAIPU Binacional niões necessárias para definição de migraram para a posição de espera para ver o panorama novo, que uma metodologia própria em não aconteceu, pois, na Eletrobrás também não fluíram as discus-ITAIPU para tratarmos da Participa- sões da PLR em 2011. ção nos Resultados em função das A proposta básica da empresa para a PR 2011 é repetir o acordo especificidades da empresa onde, anterior, com alterações no FDOU – Fator de Disponibilidade Ope-

por exemplo, não existe a lucratividade e portanto, não é possível a racional das Unidades Gerados elevando dos atuais 93% para 94%. aplicação genérica do setor elétrico para definição de montante a Os sindicatos estão analisando a minuta enviada e na reunião deba-ser distribuído com parte baseada no lucro da empresa. terão a aceitação ou não da alteração proposta.

Acordo judicial - Salário inicial de admissãoPor ocasião das negociações salariais na Com a chegada de dezembro 2011 houve

data base de novembro passado, os repre- uma natural desaceleração nos processos em sentantes da ITAIPU Binacional acenaram curso e somente em 16 de fevereiro 2012 tive-com a possibilidade e interesse em promo- mos uma reunião com o CRT.ME/IB para tratar ver um acordo judicial na Ação Trabalhista do assunto quando, infelizmente, ao invés de ajuizada pelo SINEFI como substituto pro- avançar o processo negocial houve um retro-cessual, para os trabalhadores/as que foram cesso pela posição da empresa trazida à mesa contratados com salário inferior ao salário quanto à forma de cálculo das diferenças.inicial de carreira, constante do Plano de O pré entendido e ajustado, no entendi-Cargos e Salários Unificado da Empresa. mento do sindicato, é que a base de cálculo

Todos lembram da muvuca que deu, com seria feita pelo salário atual. A empresa Posteriormente a isso, 22/11, realizamos boatos de toda espécie como aquele de que trouxe como base de cálculo o salário histó-uma reunião no Sinefi com os diretamente o acordo judicial seria usado para forçar o rico, corrigido pelo índice da Justiça do Tra-interessados num eventual acordo judicial fechamento do Acordo Coletivo de Traba- balho, todavia sem juros, o que reproduzia na Ação Trabalhista ajuizada pelo SINEFI, lho. O SINEFI desde o princípio deixou bem em termos de valores efetivos a primeira como substituto processual, que são os claro aos representantes da empresa e à proposta feita pela mesma que havia sido substituídos. Tivemos um comparecimento categoria que um acordo não iria interferir prontamente rejeitada pelo Sinefi.considerável de interessados/as e após no outro e a prioridade, naquele momento, Esperamos que nesta reunião do dia acalorados debates chegou-se à conclusão eram as negociações do ACT 2011/2012. 07/03 a empresa migre para uma posição de do interesse em formatar um possível acor-Assim foi feito. As negociações para renova- fazer efetivamente o acordo dentro de bases do judicial desde que respeitados determi-ção do ACT 2011/2012 foram concluídas no e valores razoáveis para o trabalhador, nados limites mínimos. Informamos à dia 04 de novembro e o ACT aprovado na senão, é melhor deixar julgar o pedido na empresa que poderíamos iniciar as discus-Assembléia do dia 09/11/2011. justiça do trabalho.sões para eventual acordo.

Na reunião do dia 07/03 definiremos o calendário para as periódicas do ano 2012. Já temos uma exten-sa lista de temas a serem discutidos com a empresa, oriunda da Pauta Reivindicatória da data base novem-bro 2011 e temas pendentes de reuniões anteriores.

As reuniões periódicas servem para fazer o acompanhamento do cumprimento do ACT, discutir temas que ficaram pendentes e abrir discussões sobre novos temas.

Por isso é importante que todos que tenham assuntos a serem discutidos nas reuniões periódicas, façam o encaminhamento dos mesmos ao SINEFI através dos email br ou e também pode ser encaminhado via Fax no , para elencarmos os mesmos nas pautas de discussão.

secretaria@sinefi.org. presidencia@sinefi.org.br3577 8393

CALENDÁRIO DE REUNIÕES PERIÓDICAS

Nos próximos dias 29 e 30 deste mês de março será realizado, em No dia 30 a programação prevê a Apresentação da Pauta São Luiz/Ma, o Seminário de Planejamento da Campanha Nacional Reivindicatória sistematizada pela comissão através das sugestões dos Eletricitários 2012 / 2013, com participação de delegados de todas enviadas pelos trabalhadores e trabalhadoras eletricitários e as empresas do setor elétrico federal. No dia 29 a programação discussão da mesma em plenário; Aprovação da versão final da contempla a Análise de Conjuntura e Subsídios para a Campanha Pauta Reivindicatória Nacional dos Eletricitários a ser encaminhada Salarial; Apresentação dos resultados da Pesquisa e Indicadores para a à Eletrobras; Definição de Calendário e Coordenação da Campanha Campanha; Avaliação da Última Campanha Salarial; Perspectivas e Salarial; Definição dos Objetivos, Mote e Bandeiras de Luta.Estratégias para a Campanha Salarial 2012.

DIA 07/03, quarta-feira

PR Exercício 2011, a ser paga agora em 2012

2011PR

EXPEDIENTEInformativo Alerta GeralEditado pelo Sindicato dos Eletricitários de Foz do IguaçuDiagramação: Eduardo Aparecido de Araujo

Tiragem: 1000 exemplaresEletricitários de Foz do Iguaçu:

Av. Tancredo Neves nº 5605 Jardim Itaipu - CEP 85867-000Fone: 3577-6464 - Fax: 3577-8393

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A história dos 80 anos do direito ao voto feminino no Brasilo dia 24 de fevereiro não foi gratuita. tou contra os políticos que exclu- francesas chegaram na Inglater-de 2012, o Brasil A luta pelos direitos políticos íam as mulheres do direito ao ra e os escritores progressistas Ncomemorou os 80 das mulheres começou ainda no voto universal, dizendo o seguin- Mary Wollstonecraft - no livro A

anos do direito de voto feminino. século 18. No início da Revolu- te: "Ou nenhum indivíduo da Vindication of the Rights of As mulheres passaram a ter ção Francesa, o Marquês de espécie humana tem verdadei- Woman (1792) - e William God-

o direito de voto assegurado Condorcet - matemático, filóso- ros direitos, ou todos têm os win - no livro An Enquiry Concer-pelo Decreto 21.076, de fo e iluminista - foi uma das pri- mesmos; e aquele que vota ning Political Justice (1793) - 24/02/1932, assinado pelo meiras vozes a defender o direi- contra o direito do outro, seja também defenderam os direitos presidente Getúlio Vargas, no to das mulheres. qual for sua religião, cor ou sexo, das mulheres e a construção de Palácio do Catete, no Rio de Nos debates da Assembleia desde logo abjurou os seus". uma sociedade democrática, Janeiro. Esta conquista, porém, Nacional, em 1790, ele protes- As ondas revolucionárias justa, próspera e livre.

Mas a luta pelo direito de voto feminino só se tranformou no movimento sufragista após os escritos de Helen Taylor e John Stuart Mill. O grande economista inglês escreveu o livro The Subjection of Women (1861, e publicado em 1869) em que mos-tra que a subjugação legal das mulheres é uma discriminação, devendo ser substituí-da pela igualdade total de direitos.

Com base no pensamento destes escri-tores pioneiros, o movimento sufragista nasceu para estender o direito de voto (sufrágio) às mulheres. Em 1893, a Nova Zelândia se tornou o primeiro país a garan-tir o sufrágio feminino, graças ao movi-mento liderado por Kate Sheppard. Outro marco neste processo foi a fundação, em 1897, da "União Nacional pelo Sufrágio Feminino", por Millicent Fawcett, na Inglaterra. Após o fim da Primeira Guerra Mundial, as mulheres conquistaram o direito de voto no Reino Unido, em 1918, e nos Estados Unidos, em 1919.

No Brasil, uma líder fundamental foi Bertha Maria Julia Lutz (1894-1976). Bert-ha Lutz conheceu os movimentos feminis-tas da Europa e dos Estados Unidos nas primeiras décadas do século 20 e foi uma das principais responsáveis pela organiza-ção do movimento sufragista no Brasil.

Ajudou a criar, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, criada em 1922 (cen-tenário da Independência do Brasil). Representou o Brasil na assembleia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos EUA, onde foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Após a Revolução de 1930 e dez anos depois da criação da Federação Brasileira pelo Pro-gresso Feminino, o movimento sufragista conseguiu a grande vitória no dia 24/02/1932.

A primeira mulher eleita deputada federal foi Carlota Pereira de Queirós (1892-1982), que tomou posse em 1934 e participou dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte.

Com a implantação do Estado Novo, em novembro de 1937, houve o fechamen-to do Legislativo brasileiro e grande recuo das liberdades democráticas. Na retomada do processo de democratização, em 1946, nenhuma mulher foi eleita para a Câmara. Até 1982, o número de mulheres eleitas para o Legislativo brasileiro poderia ser contado nos dedos da mão.

Somente com o processo de redemo-cratização, da Nova República, o número de mulheres começou a aumentar. Foram eleitas 26 deputadas federais em 1986, 32 em 1994, 42 em 2002 e 45 deputadas em 2006 e 2010. Mas este número representa apenas 9% dos 513 deputados da Câmara Federal. No ranking internacional da Inter-Parliamentary Union (IPU), o Brasil se encontra atualmente no 142º lugar.

Em todo o continente americano, o Brasil perde na participação feminina no Parlamento para quase todos os países, empata com o Panamá e está à frente ape-nas do Haiti e Belize. No mundo, o Brasil perde até para países como Iraque e Afega-nistão, além de estar a uma grande distân-cia de outros países de língua portuguesa como Angola, Moçambique e Timor Leste.

IGUALDADE TOTAL DE DIREITO CARLOTA PEREIRA DE QUEIRÓS DIREITO E REPRESENTAÇÃO

Portanto, as mulheres brasileiras conquista-ram o direito de voto em 1932, mas ainda não conseguiram ser representadas adequadamente no Poder Legislativo. Até 1998 as mulheres eram minoria do eleitorado.

A partir do ano 2000, passaram a ser maioria e, nas últimas eleições, em 2010, já superavam os homens em cinco milhões de pessoas aptas a votar. Este superávit feminino tende a crescer nas próximas eleições. Contudo existem dúvidas sobre a possibilidade de as mulheres consegui-rem apoio dos partidos para disputar as eleições em igualdade de condições.

Nas eleições de 2010, a grande novidade foi a eleição da primeira mulher para a chefia da República. Neste aspecto, o Brasil deu um grande salto na equidade de gênero, sendo uns dos 20 países do mundo que possui mulher na chefia do Poder Executivo. Com a alternância de gênero no Palácio do Planalto, o número de ministras cres-ceu e aumentou a presença de mulheres na pre-sidência de empresas e órgãos públicos, como no IBGE e na Petrobrás.

SUBREPRESENTAÇÃO

Nos municípios, as mulheres são, atualmente, menos de 10% das chefias das prefeituras. Nas câmaras municipais as mulheres são cerca de 12% dos vereadores. Mas, em 2012, quando se comemoram os 80 anos do direito de voto femi-nino, haverá eleições municipais.

A Lei de Cotas determina que os partidos inscrevam pelo menos 30% de candidatos de cada sexo e dê apoio financeiro e espaço no pro-grama eleitoral gratuito para o sexo minoritário na disputa. Os estudos acadêmicos mostram que, se houver igualdade de condições na con-corrência eleitoral, a desigualdade de gênero nas eleições municipais poderá ser reduzida.

As mulheres brasileiras já possuem nível de escolaridade maior do que o dos homens, possuem maior esperança de vida e são maioria da População Economicamente Ativa (PEA) com mais de 11 anos de estudo. Elas já avançaram muito em termos sociais e não merecem esperar mais 80 anos para conseguir igualdade na participação política.

Fonte: DIAP/Agência Patrícia Galvão