aldeia de santa margarida

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ALDEIA DE SANTA MARGARIDA ADRACES – Associação para o Desenvolvimento da Raia Centro-Sul 1/22 1. TERRITÓRIO Área 13,6 km 2 Densidade Populacional (2011) 2,1 Hab/km 2 Concelho Idanha-a-Nova Distância à sede de Concelho 35 km Distância a Castelo Branco 42 km 2. ÓRGÃOS EXECUTIVOS DA FREGUESIA Presidente Zélia Maria Martins Leitão Curto Secretário João José Capelo Jóia Tesoureiro Elza Maria Martins Gonçalves Horário de Atendimento: Terças e sextas das 18h às 19h Morada e Contactos: Av. Dr. Francisco Rolão Preto, nº 46 6060-021 Aldeia de Santa Margarida Tel.: 277 313 545 E-mail: [email protected] 3. DEMOGRAFIA População Residente Censos: Recenseamento 1991: 459 Recenseamento 2001: 369 Recenseamento 2011: 292 Taxa Variação entre 2001 e 2011 (%): -20,87% População Residente 2011 Total 292 Homens 144 Mulheres 148 População residente - Variação entre 2001 e 2011 (%) Var. Total 0-14 15-24 25-64 65 ou mais -20,87 -14,81 -40,00 -19,08 -20,00

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Page 1: Aldeia de Santa Margarida

ALDEIA DE SANTA MARGARIDA

ADRACES – Associação para o Desenvolvimento da Raia Centro-Sul 1/22

1. TERRITÓRIO

Área 13,6 km2

Densidade Populacional (2011) 2,1 Hab/km2

Concelho Idanha-a-Nova

Distância à sede de Concelho 35 km

Distância a Castelo Branco 42 km

2. ÓRGÃOS EXECUTIVOS DA FREGUESIA

Presidente Zélia Maria Martins Leitão Curto

Secretário João José Capelo Jóia

Tesoureiro Elza Maria Martins Gonçalves

Horário de Atendimento:

Terças e sextas das 18h às 19h

Morada e Contactos:

Av. Dr. Francisco Rolão Preto, nº 46

6060-021 Aldeia de Santa Margarida

Tel.: 277 313 545

E-mail: [email protected]

3. DEMOGRAFIA

População Residente

Censos:

Recenseamento 1991: 459

Recenseamento 2001: 369

Recenseamento 2011: 292

Taxa Variação entre 2001 e 2011 (%): -20,87%

População Residente 2011

Total 292

Homens 144

Mulheres 148

População residente - Variação entre 2001 e 2011 (%)

Var. Total 0-14 15-24 25-64 65 ou mais

-20,87 -14,81 -40,00 -19,08 -20,00

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Indicadores (Censos de 2001 / 2011)

2001 2011

Índice de Envelhecimento: 592,6 556,5

4. ACTIVIDADE E EMPREGO

População em idade activa

Total dos activos: 140

Principal Sector de Actividade Económica dos Activos: Construção civil

Números de Activos a trabalharem fora da Freguesia: 20

Activos de outras localidades a trabalharem na Freguesia: 1

Indicadores (Censos de 2001)

Taxa de Actividade da População em idade Activa: Total 31,9% Homens 47,4% Mulheres 16,4%

Proporção dos empregados por conta de outrem: 67%

Proporção de empregados no sector terciário: 35,9%

Proporção dos Reformados: Total 43,9%

Desempregados: 12 (Fonte: IEFP, Novembro de 2007)

Indicadores (Censos de 2011)

Taxa de Actividade da População em idade Activa: Total: 27,40% Homens: 38,89% Mulheres: 16,22%

População (nr.) empregada por conta de outrem: Total: 50 Homens: 35 Mulheres: 15

População (nr.) empregada no sector terciário: Total: 65 Homens: 49 Mulheres: 16

Desempregados: Total: 15 Homens: 7 Mulheres: 8

5. TECIDO EMPRESARIAL

Comércio e Serviços

1 Mercearia

3 Cafés

1 Oficina Auto

Micro-Empresas:

8 Empresários Agrícolas

5 Empresários de Construção Civil

6. APOIO SOCIAL, EDUCAÇÃO, CULTURA E RECREIO

Apoio a Idosos

Liga dos Amigos de Aldeia de Santa Margarida – valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário

Saúde

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Extensão de saúde, com atendimento médico 1 vez por semana e enfermeiro 3 vezes por semana

Ensino

O estabelecimento de 1º ciclo encontra-se encerrado

Pré-Primário

4 alunos, ano lectivo 2007/2008

1º Ciclo

7 alunos (deslocam-se para Idanha-a-Nova), ano lectivo 2007/2008

Superior ao 1º ciclo

12 alunos (deslocam-se para Idanha-a-Nova), ano lectivo 2007/2008

Associativismo

Associação de Caçadores de Aldeia de Santa Margarida

Grupo de Cantares de Aldeia de Santa Margarida

Ciclo-Turismo de Aldeia de Santa Margarida

Equipamentos

Polidesportivo

Campo de Futebol

Recinto de Festas

Parque Infantil

Salão Polivalente

Património Monumental/Natural

Igreja Matriz

Campanário

Capela de Santo António

Cruzeiro

Poço do Concelho

Fonte Nova

Fonte da Cascalheira

Monumento do Imaculado Coração de Maria

Casa Megre (Casa Diocesana)

Calvário

Património Cultural (tradições, lendas, produtos locais)

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ADRACES – Associação para o Desenvolvimento da Raia Centro-Sul 4/22

Feiras, Festas e Romarias:

Pascoela – Romaria de Nossa Sr.ª da Granja (2ª Feira de Páscoa), festa exclusivamente masculina

Festa em Honra de Santa Margarida, São Sebastião e Santo António – Domingo mais próximo de 15 de Agosto

Lendas/Tradições:

Lenda do Sino

Lenda do Barroco das Campainhas

O lançamento do Balão na noite da consoada

Produtos Locais:

Pirotecnia “Aldeia dos Fogueteiros”

7. ANÁLISE SWOT

Pontes Fortes

Património construído;

Espaço disponível para construção;

Espírito associativo bem enraizado;

Forte dinamismo por parte da população;

Pontos Fracos

Perda de população;

Distância à sede de Concelho;

Falta de empregos na freguesia;

Número reduzido de jovens;

Oportunidades

Reactivação de actividades outrora desenvolvidas na freguesia (fabricação de foguetes);

Aproveitamento de casas senhoriais (Casa Megre), para Turismo Rural, aproveitando-se os terrenos em

redor para a criação de uma Horta Biológica;

Ameaças / Necessidades

Saída de casais jovens para Castelo Branco e estrangeiro;

Factores Estratégicos

Aproveitar a casa senhorial Megre para a constituição de uma qualquer actividade (Lar de Idosos, Centro

de Tratamento de Toxicodependentes, Turismo Rural);

8. CONTACTOS

Freguesia 277 313 545

Centro de Dia 277 313 122

Extensão de Saúde 277 313 593

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9. HISTÓRIA E BRASÃO DE ARMAS E BANDEIRA

HISTÓRIA E TOPONÍMIA

De acordo com alguns registos, a aldeia terá nascido à volta de um velho castro, em época remota muito anterior à formação de Portugal, existindo mesmo vestígios que parecem justificar a existência de presença humana desde, pelo menos, o tempo dos romanos e dos Lusitanos. O primitivo nome ter-lhe-á vindo de uma velha família do tempo da acção repovoadora, os irmãos Gosende. Quando o povoamento definitivo desta freguesia se verifica já o nome primitivo se teria perdido e era conhecida, somente, por aldeia.

Como sucedeu com outras localidades da época do repovoamento, a esta palavra acrescentou-se o nome de um santo. Ora, viveu no século III, perto de Antioquia, cidade turca de grande importância na época, uma jovem muito bonita, de nome Margarida, que foi expulsa de casa por ter aderido ao Cristianismo. Fez-se pastora e mais tarde, por ter mantido a sua convicção, foi martirizada. Assumiu grande popularidade na Europa dando o seu nome a pessoas de todas as categorias sociais e a grande número de localidades.

Rua do Castelo

Foi, pois, mas já numa época mais recente, que o nome desta santa veio completar o actual topónimo de Aldeia de Santa Margarida. Isto porque o culto a Santa Margarida, na Península Ibérica, apenas se verifica a partir do século XIV. Tal como aconteceu, de um modo geral em toda a região da velha Egitânia (hoje conhecida por Idanha-a-Velha), a sua população seria muito reduzida, havendo inclusive suspeitas de que a freguesia, durante o século XII, possa mesmo ter chegado a ficar deserta ou quase desabitada.

Embora se desconheça com total certeza qual a verdadeira origem da freguesia de Aldeia de Santa Margarida, supõe-se igualmente que esta possa ter estado ligada à Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida por Ordem dos Templários[4] ou Ordem dos Cavaleiros Templários. De acordo com os diversos relatos históricos existentes, esta ordem de cavalaria teve uma forte influência na região da Beira Baixa durante o período da Reconquista.

Suspeitou-se igualmente que a freguesia fizesse parte da rota dos Caminhos de Santiago de Compostela, uma vez que por cima da porta na fachada da Igreja Matriz virada para o adro se encontra embutida uma concha, símbolo daquele santo. No entanto, e de acordo com algumas informações recolhidas de alguns especialistas neste tipo de património e historiadores, este é um elemento que aparece habitualmente nas igrejas que foram construídas durante o século XVIII e é, tão-somente, um símbolo do Baptismo.

Igreja Matriz de Aldeia de Santa Margarida

Embora algumas marcas se tenham perdido ao longo dos tempos, são vários os vestígios da idade avançada desta localidade que ainda se podem observar ao percorrer as ruas e arredores da aldeia. Na Lajola, que se pensa ser a parte mais antiga da povoação, existiam algumas sepulturas cavadas no granito mas que, hoje, se encontram cobertas com cimento. Na Rua do Reduto existe aquilo que terá sido um castro romano. No quintal anexo terão existido mesmo restos de um contraforte, um poço e uma parede, com toda a probabilidade de ter feito parte do complexo do reduto.

A Igreja Matriz de Aldeia de Santa Margarida, de acordo com uma inscrição cravada numa pedra por cima da porta da entrada principal, é datada de 1708 e foi recentemente restaurada. No campanário da mesma, na fachada que se encontra virada para a estrada, pode-se ver uma pedra que se pensa ser de origem romana.[5] Devido à acção da hera, que durante muitos anos cobriu esta pedra, as inscrições estão, nos dias de hoje, praticamente ilegíveis. Na outra parede está ainda instalada uma das várias fontes distribuídas por diversas ruas da freguesia.

Em 2008 celebraram-se os trezentos anos da construção da igreja e, para o efeito, foram efectuadas várias cerimónias. Na última delas foi colocada uma lápide evocativa do Jubileu do 3.º centenário da edificação daquele espaço de culto. BRASÃO DE ARMAS E BANDEIRA

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Brasão: É composto por um escudo de prata, torre sineira com dois arcos a negro, lavrada do campo, com ramos verdes de oliveira nos flancos frutados de negro e com sinos a vermelho, badalados de azul.

Bandeira:

A bandeira de Aldeia de Santa Margarida tem um fundo de cor verde, com uma haste e lança a ouro, com cordão e borlas a prata e verde. No centro da mesma encontra-se o brasão da aldeia.

Selo:

Este símbolo tem em destaque os símbolos centrais do brasão da freguesia, que se encontra ladeado, a toda a volta, pelas inscrições "Junta de Freguesia de Aldeia de Santa Margarida" e "Idanha-a-Nova", o concelho ao qual pertence esta freguesia, sendo estas inscrições separadas por duas estrelas.

10. LINKS

http://aldeiadesantamargarida.blogs.sapo.pt/

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ANEXOS

Economia

Aldeia de Santa Margarida, tal como muitas das freguesias do interior de Portugal, está muito ligada ao sector primário, nomeadamente à agricultura.

Contudo, e porque no último quarto do século XX se assistiu a um grande êxodo populacional, quer para os grandes centros urbanos no litoral do país, quer para o estrangeiro, a população desta freguesia tem vindo a diminuir de forma significativa. Para esta redução contribuiu igualmente a diminuição da taxa de natalidade. Estes dois factores conjugados contribuíram para um aumento do abandono de muitas das terras. E, consequentemente, uma diminuição da produção agrícola e dos rendimentos daí retirados.

Os principais produtos cultivados na aldeia, à semelhança do que sucede na restante região, são a cortiça, a azeitona, a batata, o milho, a maçã, a uva e a laranja. Produz-se ainda azeite e vinho. Devido à existência de boas pastagens, a criação de ovinos e caprinos tem igualmente algum peso na riqueza da população.

Como outras actividades de interesse salienta-se a construção civil, o pequeno comércio e algum artesanato.

De acordo com os Censos de 2001, tal como refere a Adraces - Associação para o Desenvolvimento da Raia Centro Sul no seu retrato de Aldeia de Santa Margarida em Novembro de 2009,[11] 67% dos 140 trabalhadores no activo da freguesia eram empregados por conta de outrem. Dos 140 activos, 35,9% estava empregado no sector terciário.

Ainda segundo estes dados, a proporção de reformados era de 43,9% da população.

Em termos salariais, e de acordo com dados do INE referentes a 2009,[12] o ganho médio mensal no concelho de Idanha-a-Nova era de 701,4 euros. Nos homens a média mensal é de 751,0 euros, enquanto nas mulheres o salário médio é de 638,2 euros por mês.

Em termos de sectores de actividade, o sector secundário é aquele que apresenta, em termos médios e gerais, valores mais baixos para os salários. No entanto, em termos parciais, as mulheres registam actualmente o salário médio mais baixo no sector primário, onde ronda os 556,6 euros. De acordo com os dados do INE, no sector primário os vencimentos médios rondam os 636,1 euros. No sector secundário é de 595,5 euros, enquanto no terciário as remunerações médias são de 763,4 euros.

Salário médio no concelho de Idanha-a-Nova, por sector de actividade

Sexo\Sector Primário Secundário Terciário

Masculino 666,3€ 605,9€ 895,8€

Feminino 556,6€ 563,3€ 666,4€

Total 636,1€ 595,5€ 763,4€

Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro - 2009

Baixos salários que, associados a menores oportunidades de emprego, ajudam, de algum modo, a explicar o êxodo populacional a que se tem vindo a assistir, no concelho, nas últimas décadas.

Emprego

De acordo com dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o concelho de Idanha-a-Nova, em Novembro de 2010, tinha inscritos no centro de emprego local 343 pessoas, das quais 138 eram homens e 205 mulheres.[13] Estes dados revelam um aumento de 15 pessoas em situação de desemprego face ao mês anterior.[14]

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Os dados do IEFP permitem ainda perceber que dos 343 desempregados registados em Novembro de 2010, 23 têm menos de 25 anos de idade e 87 têm idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos. O grupo etário que maior número de desempregados regista é o da faixa entre os 35 e os 54 anos, com 148 inscritos, enquanto o dos que têm 55 e mais anos contabiliza 85 inscritos.

Por níveis de escolaridade, o grupo que tem apenas o 1.º ciclo do ensino básico é o que regista mais inscritos, com 116 desempregados. Seguem-se os grupos daqueles que têm menos do que o 1.º ciclo do ensino básico (ou incompleto), com 81 pessoas, e com o 3.º ciclo obrigatório, onde se contabilizam 56 desempregados. Em relação aos que têm formação superior regista-se um total de 13 desempregados.

Verifica-se igualmente, olhando aos dados em apreço, que 211 dos desempregados está inscrito no Centro de Emprego há menos de um ano, enquanto 132 estão há um ano e mais. Das 343 pessoas inscritas, 311 estão à procura de novo emprego, enquanto apenas 32 procuram o seu primeiro emprego.

Cultura e Tradições

Em termos culturais, Aldeia de Santa Margarida não difere muito do que é a tradição na região Beira Baixa.

Festival de Música Tradicional

O Festival de Música Tradicional realizou-se pela primeira vez em 2005, a partir de uma ideia da Comissão de Festas desse ano. Foi inicialmente organizado em conjunto com o Grupo de Cantares de Aldeia de Santa Margarida, e, por regra, tem-se realizado no fim-de-semana mais próximo do feriado do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Em 2009 e 2010 não se realizou.

Cantar das Janeiras

Todos os anos, a seguir ao Natal e por altura dos Reis, vários jovens da aldeia juntam-se para percorrer as ruas a cantar as Janeiras aos habitantes da freguesia. Estes retribuem o gesto oferecendo dinheiro e géneros alimentícios, normalmente peças do fumeiro, como uma morcela ou um chouriço.

Serração da Velha

A Serração da Velha é uma antiga tradição popular, frequentemente associada a rituais de passagem e ligada ao simbolismo da regeneração e renovação. Esta tradição realiza-se na noite de quarta-feira que precede o terceiro domingo da Quaresma, período entre o Carnaval e a Páscoa, em muitos locais do Brasil e de Portugal.

Em muitas localidades, a velha é uma boneca em forma de mulher, enquanto noutros é um tronco de madeira, que é carregada para o local onde vai ser serrada. Além da Velha, fazem parte do cortejo, os netos, o sacristão, um juiz, um louco e as vizinhas. Todas estas personagens, acompanhadas pelo restante povo, acompanham a Velha que, antes de ser serrada, percorre a aldeia presa num cortiço transportado por um burro.[15]

De acordo com A. Alfredo Alves,[16] no Volume III da Revista Lusitana, no dia conhecido geralmente por esta designação, um grupo de rapazes percorre as rua da aldeia, já um pouco embriagados, carregando consigo um enorme cortiço. Ao chegarem à porta das mulheres mais idosas da freguesia, o cortiço é colocado no chão e um ou vários jovens, fingindo que estão a serrar a suposta velha que se encontra dentro do cortiço, começam a gritar a plenos pulmões: «ai a nossa avó, ai a nossa avó (nome da pessoa).». Simultaneamente, os outros elementos do grupo, fingindo ser a velha que se encontra no cortiço, suplicam aos berros para não ser serrada. O povo acompanha a encenação com gritos de «Serra a velha, serra a velha!»

Chorar o Entrudo

Outra das tradições existentes em Portugal e que também em Aldeia de Santa Margarida era costume, no passado, cumprir-se, por alturas do Carnaval, era o Chorar o Entrudo.[16] Era costume ir chorar à porta de indivíduos que se sabe não gostarem que se lhes aponte factos ridículos da sua vida. É claro que, como recorda A. Alfredo Alves, na Revista Lusitana depositada no Instituto de Camões, muitas vezes estas chamadas de atenção acabavam com cenas de pugilato.

No que à tradição em si diz respeito, por norma dois ou três choradores colocavam-se à porta da vítima e, para melhor se fazerem ouvir, utilizavam uma trombeta. Um deles gritava então:

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- Oh amigo fulano de tal, estás tu lá ou não?

- Onde há-de ele estar senão sentado ao seu lume, a conversar com a mulher e com os filhos - respondia outro. Ao que todos retorquiam:

- É verdade, é verdade.

A partir daqui desenvolviam-se as tiradas jocosas, como por exemplo:

- Oh, amigo, lembras-te ainda de quando mataste o porco?

- Pois não havia de lembrar, se até, sem ele saber, lhe roubaram o rabo do porco no dia da matação.

- É verdade, é verdade - respondiam todos, em sonoras gargalhadas.

Deitar fora o Entrudo

Na Revista Lusitana, A. Alfredo Alves fala ainda em outra tradição relacionada com o período do Entrudo. Na terça-feira de Carnaval, à meia-noite, era costume em Aldeia de Santa Margarida, assim como em outras freguesias portuguesas, deitar-se fora o Entrudo. Para isso eram disparavam-se armas para o ar, queimavam-se bombas e atiravam-se vasos de barro recolhidos desde o início do ano.

Encomendar as almas

Durante a Quaresma, já de noite cerrada, era costume, à luz de velas ou lanternas de azeite, grupos de homens encapotados de negro e mulheres com os seus xailes pretos tradicionais, pela cabeça, reunirem-se no adro e em locais específicos da aldeia.[16] Aí entoavam, em coro, com tom dolente e triste, procurando passar uma enorme angústia, cânticos em memória das benditas almas do Purgatório. Entre os cânticos habituais, cantavam-se estes versos:

À porta das almas santas

Bate Deus a toda a hora.

As almas lhe responderam

Ó meu Deus, que queres agora?

Quem quiser dar esmola aos pobres,

Reparai bem como a dais.

Dai-a com a mão direita

Por alma dos vossos pais. Quero que deixeis o mundo

E que venhais para a glória

Em companhia dos anjos

E da Virgem Nossa Senhora.

Santa Teresa de Jesus,

Menina de cinco anos,

Meteu cartas ao correio

Este mundo é de enganos.

Quem quiser dar esmolas aos pobres,

Não precisa de ter riqueza,

Dai das vossas migalhinhas

Que sobram da vossa mesa

Santa Teresa de Jesus

Foi ao inferno em vida,

Veio toda admirada

De ver tanta alma penada.

No final de cada verso ou estrofe, o encomendador pedia vários Pai Nosso pelos que andam sobre as águas do mar ou pelos parentes de cada um, entre vários outros pedidos.

Enterro do Senhor

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Outra das tradições pascais desta aldeia.[17] Ao início da noite de Sexta-feira Santa realiza-se uma procissão pelas ruas da aldeia, com os homens a transportarem em ombros o esquife onde jaz o corpo de Jesus Cristo. A procissão é acompanhada com cânticos melancólicos, sendo que na frente do cortejo um popular transporta a matraca que anuncia a passagem da procissão.

O Belocissimo

Antigamente, durante as sextas-feiras da Quaresma, era tradição um grupo de rapazes e raparigas correr as ruas da freguesia cantando o belocissimo. A letra de tais cânticos é a seguinte:

O' Belocissimo

Senhor Jesus Christo

Pela Vossa morte e paixão.

O' Belocissimo

Senhor Jesus Christo

Pela vossa c'roa d'espinhos

O' Belocissimo

Senhor Jesus Christo

Pelos vossos divinos cravos.

Ao longo do cântico, o grupo de rapazes e raparigas ia enumerando os martírios de Cristo.

Alvíssaras

Era costume, em tempos mais antigos, que na madrugada de Sábado de Aleluia se fossem dar as alvíssaras (boas festas) à Senhora da Granja e à Senhora das Dores e, claro, ao vigário da freguesia. Durante o percurso era cantadas alvíssaras à Ressurreição, com acompanhamento de violas, guitarras e os tradicionais adufes. À porta do vigário, que por tradição oferecia aos cantores pão, vinho e frutos secos, era usual cantar-se o seguinte verso:

Acorde, senhor vigário,

Que já dá o sol na cruz:

Venha dar as boas festas

Ao coração de Jesus.

Fogueiras de Santo António

Usual em tempos idos, recuperou-se agora na freguesia algumas tradições de Santo António, nomeadamente as fogueiras e a queima do rosmaninho durante a noite. O povo junta-se, naturalmente, no largo da Capela de Santo António e além da muita diversão aproveita para comer as sardinhas e os pimentos assados e beberem do vinho da terra.

Festas e romarias

Páscoa

Por altura do domingo de Páscoa realiza-se a habitual missa pascal, no final da qual se beija a cruz do Senhor, sendo seguida de procissão pelas ruas da aldeia. Na Sexta-feira Santa realiza-se uma procissão pelas ruas da aldeia, denominada Enterro do Senhor, com os homens a transportarem em ombros o esquife onde jaz o corpo de Jesus Cristo. A procissão é acompanhada com cânticos, com um popular, na frente do cortejo, a transportar a matraca, a qual marca a passagem da procissão.

À meia noite, de sexta-feira para sábado, é igualmente feita a Encomendação das Almas. Um grupo de mulheres junta-se no campanário da Igreja Matriz e inicia os cânticos. Em procissão o cortejo percorre todos os cruzeiros da aldeia, até chegar ao cemitério.

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Senhora da Granja

Procissão de Nossa Senhora da Granja, 1979.

No dia seguinte à Páscoa, na segunda-feira, no lugar da Granja, próximo da freguesia, realiza-se uma festa conjunta com a população de Proença-a-Velha, a Romaria da Senhora da Granja, em honra da Nossa Senhora da Granja, da Santa Luzia e da Nossa Senhora das Preces, que consiste numa missa na pequena capela e numa procissão.

A Ermida de Nossa Senhora da Granja é um antigo local de culto, situado no campo, próximo das povoações de Aldeia de Santa Margarida, São Miguel de Acha, Pedrógão de São Pedro, Bemposta, Medelim e Proença-a-Velha, à qual pertence.

Por norma, a seguir à festa religiosa, muitos dos visitantes aproveitam os terrenos contíguos, repletos de oliveiras, à capela para realizarem alegres piqueniques familiares. Nestes terrenos, embora não na altura da festa, podem ser encontrados bois e vacas a pastar.

A romaria não pode terminar sem que, após o almoço, homens e mulheres das freguesias de Proença-a-Velha e Aldeia de Santa Margarida, à vez e ao despique, homenageiem a Senhora da Granja cantando, primeiro, à porta da capela e, depois, percorrendo o recinto à volta da pequena ermida, para regressar à porta da capela para a despedida final e desejo de regresso no ano seguinte.

Pascoela

Festa de cariz exclusivamente masculino, também conhecida por Festa da Cabra, realiza-se na segunda-feira seguinte à romaria de Nossa Senhora da Granja, também no lugar da Granja. Nesse dia, os homens de Aldeia de Santa Margarida juntam-se na capela logo pela manhã e preparam um borrego oferecido por um popular, para o almoço. Pela tarde, após o repasto, seguem-se momentos de enorme lazer, com cantigas à desgarrada, jogos de cartas e jogo da malha. Os homens acabam por regressar à aldeia, percorrendo as ruas da freguesia a pé, a cantar, acompanhados de violas e acordeão.

Festival das Flores

Aspecto de rua da aldeia durante o festival.

O Festival das Flores, organizado pela Junta de Freguesia de Aldeia de Santa Margarida e tendo o apoio directo da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, realizou-se pela primeira vez em Maio de 2010, constituindo-se, desde logo, como um enorme sucesso. No ano seguinte, no fim-de-semana de 30 de Abril e 1 de Maio, decorreu a segunda edição do festival.

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Além dos milhares de flores, naturais e artificiais, espalhadas pelas ruas e casas da aldeia, e que foram feitas exclusivamente pela população desta freguesia, esta iniciativa contou ainda com a presença de dezenas de expositores de produtos e doçaria regionais, tasquinhas de comes e bebes e muita animação, de manhã até à noite, ao longo dos dois dias que durou o festival.

Convívios Benfiquista e Sportinguista

Para festejar os feitos das suas equipas, os adeptos dos dois principais clubes de Lisboa, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal, realizam anualmente, no mês de Junho, o Convívio Benfiquista, que se realiza desde 2004, e o Convívio Sportinguista, mais antigo, que é organizado pelo menos desde 1995. Em fins-de-semana distintos, os adeptos de um e outro clube reúnem-se logo pela manhã e, ao longo do dia vão desenvolvendo diversas actividades.

O dia é concluído com um jantar e baile no Salão de Festas de Aldeia de Santa Margarida.

Convívio dos Filhos da Terra

Marca o arranque do tradicional período de férias e procura juntar na aldeia todos aqueles que, naturais desta freguesia idanhense, vivem longe da terra que os viu nascer.

A primeira edição realizou-se em 2009 e ocorre sempre no último sábado de Julho.

Festa de Verão

Procissão de Verão

A Festa de Verão de Aldeia de Santa Margarida é, muito provavelmente, o momento alto e mais popular do ano. Realiza-se sempre no mês de Agosto, no fim-de-semana mais próximo do feriado do dia 15, data em que a Igreja Católica festeja a Assunção de Nossa Senhora.

Porque sucede num habitual mês de férias, este é também um excelente pretexto para o regresso dos emigrantes à terra que os viu nascer. A festa popular é ainda uma celebração em honra da padroeira Santa Margarida, onde se homenageia igualmente São Sebastião e Santo António.

A esta vertente da festa popular, que se realiza durante três a cinco dias, junta-se também a festa religiosa. No domingo realiza-se a eucaristia, seguida de uma procissão por várias ruas, ornamentadas com flores, da aldeia. Durante o percurso pela freguesia, os três andores dos santos e as diversas bandeiras festivas são levados em ombros por vários populares voluntários.

Natal e Missa do Galo

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Lançamento do balão

É uma das festas mais antigas e tradicionais da aldeia. Na noite de Consoada, os populares deslocam-se à tradicional Missa do Galo. Mas a festa começa no dia anterior ao Natal, com os habitantes da Aldeia a reunirem-se no adro da Igreja Matriz para ver ser acendido o tradicional madeiro, que consiste numa gigantesca fogueira feita com troncos, sobretudo de sobreiros, e que são reunidos pelos rapazes da aldeia que, no ano seguinte, vão às "sortes" (inspecção militar). A lenha é, normalmente, oferecida por populares.

Actualmente, face à falta de rapazes novos, muitos populares, de forma voluntária, ajudam os jovens a recolher a madeira necessária para acender a fogueira em ponto gigante.

No final da Missa do Galo, o pároco da freguesia dá a beijar a pequena imagem do Menino Jesus a todos os populares que, simultaneamente, deixam ainda as suas oferendas num cesto junto à imagem. De seguida, os habitantes juntam-se à porta da igreja para assistir ao lançamento do balão de ar quente e ao fogo de artifício. Esta é uma tradição que é considerada quase única em Portugal na noite de Natal, havendo apenas registo de algo semelhante na cidade de Faro. Estes actos repetem-se no dia seguinte, após a missa do dia de Natal.

Tanto quanto se sabe, a primeira vez que o balão de ar quente foi lançado na noite de Consoada foi no ano de 1955.

Passagem de ano

Trata-se de uma festa que, nos últimos anos, está a ganhar cada vez mais consistência e adeptos, já que ajuda a trazer à Aldeia, na festa da passagem de ano, muitos dos filhos da terra que se encontram a viver longe dali. Realiza-se no Salão de Festas da freguesia e prolonga-se até altas horas da madrugada, sendo composta por um jantar e baile depois das doze badaladas.

Gastronomia

A gastronomia de Aldeia de Santa Margarida pouco difere da das outras freguesias do concelho e região. Entre vários pratos, há a destacar os pratos confeccionados à base de carne, como a sopa de matança, a caldeirada de borrego, o ensopado de javali ou de veado, pernil recheado de javali ou arroz de lebre, bem como uns espargos silvestres à moda de Idanha-a-Nova. Outro prato muito típico desta região é o borrego assado em forno de lenha.

Mas nem só de carne se faz a gastronomia de Aldeia de Santa Margarida. Embora se trate de uma localidade situada no interior do país, uns dos pratos que mais furor fazem nas mesas dos restaurantes são o achigã frito com arroz de tomate ou as migas de peixe.

Para quem goste de doces, há a destacar as famosas papas de carolo, feitas à base de sêmola de milho moído, ou arroz doce. Aldeia de Santa Margarida, à semelhança de muitas outras freguesias da Beira Baixa, tem também por tradição o fabrico das filhóses na altura do Natal. São feitas com farinha e ovos, podendo levar também abóbora e raspa de laranja. São fritas em azeite muito quente e depois de confeccionadas, e ainda quentes, podem ser polvilhadas com uma mistura de açúcar e canela.

Além disso, são ainda típicos da freguesia, tal como de todo o concelho, os borrachões, as broas de mel, os bolos de leite, os esquecidos, os bolos de azeite, o bolo doce da Páscoa e as tigeladas cozidas em forno de lenha.

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O concelho de Idanha-a-Nova, assim como toda a região da Beira Baixa, é ainda muito famoso pelos seus queijos. Em Idanha-a-Nova, bem como em Aldeia de Santa Margarida, produzem-se tradicionalmente três tipos de queijo artesanal: o queijo de ovelha, queijo de mistura e queijo picante. São feitos a partir exclusivamente do leite de ovelha ou à base de uma mistura de leite de ovelha e de cabra. Graças à sua qualidade superior e à tradição do processo de produção, estes queijos conquistaram o direito ao uso da Denominação de Origem Protegida (DOP), reconhecida pela União Europeia.

Artesanato

Exemplar de trapeço ou trepesso

O artesanato nesta freguesia não difere muito das diversas expressões culturais que podem ser encontradas no concelho, abrangendo praticamente todos os materiais disponíveis. Derivados do modo de produção rural foram sendo criados produtos visando, essencialmente, a respectiva utilidade prática. Simultaneamente procuraram acompanhar a evolução da vida social e o bem-estar, pelo que foram aparecendo produtos que passaram a ter um objectivo mais decorativo.

"Nuns e noutros se espelham o engenho, a criatividade e a aplicação do saber feito de experiência e cultura, transmitidos de geração em geração. Trata-se de um património cultural, de valor incalculável, que é urgente defender através da divulgação e adequada comercialização", salienta a autarquia idanhense na sua página oficial.[26]

Além dos bordados e das mantas de fio e de orelos, actualmente ainda é possível encontrar-se na região de Aldeia de Santa Margarida, e do próprio concelho de Idanha-a-Nova, quem faça os famosos trapeços (ou trepessos), que mais não são do que pequenos bancos, feitos com cortiça e pregos de madeira.

Segundo António Cajado Martins, um dos últimos seguidores desta arte em Aldeia de Santa Margarida, cortam-se bocados de cortiça que depois são compostos com a navalha até ficarem mais bonitos e lisos. Por fim pregam-se as diferentes peças umas nas outras com pregos feitos de paus de esteva, completando assim o pequeno banco.[27]

Património

Casa Sarafana

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Balcões de granito Campanário Casa da Freguesia Capela de Santo António Capela de São Sebastião, também Casa Mortuária Capela do Cónego Casa Sarafana Casas antigas de granito Cruzeiros da Via Sacra Escola primária Fonte da Cascalheira Fonte Nova Igreja Matriz de Aldeia de Santa Margarida Monumento ao Imaculado Coração de Maria Poço Concelho Salão de festas Solar Megre

Instituições e equipamentos

Liga dos Amigos de Aldeia de Santa Margarida

Centro de Dia para Apoio a 3.ª Idade de Aldeia de Santa Margarida

Aldeia de Santa Margarida dispõe de um Centro de Dia para Apoio a 3.ª Idade, gerido pela Liga dos Amigos de Aldeia de Santa Margarida, fundada a 20 de Abril de 1997, e que se encontra aberto a todos aqueles que, sendo naturais desta localidade, se queiram inscrever como associados da Liga. Tem um quadro laboral de seis funcionárias, que realizam diversos serviços de apoio ao domicílio, e nas instalações do próprio Centro, entre as quais servir refeições, fazer a limpeza das casas e o tratamento das roupas, bem como a higiene pessoal dos idosos e a realização de serviços diversos do dia-a-dia (compras de bens alimentícios e medicamentos, pagamento de compras, etc.).

O Centro funciona diariamente, das 8 horas da manhã às 7 horas da tarde, e, na última sexta-feira de cada mês, é aqui realizada uma missa. Na época natalícia realiza-se também uma festa de Natal, que procura juntar no mesmo espaço os utentes e os familiares dos idosos, bem como os restantes associados.

A Liga dos Amigos de Aldeia de Santa Margarida tem ainda em curso um projecto que visa a construcção de um Lar de Apoio a 3.ª Idade. Para esse efeito adquiriu, em 2006, a Casa Sarafana, situada ao lado da Igreja Matriz da freguesia, cujas obras esperam apoio financeiro para arrancar.

Trata-se de uma antiga casa senhorial, pertencente à família Vaz Sarafana, abastada família que em tempos habitou Aldeia de Santa Margarida. A casa, além de um amplo espaço interior, dispõe igualmente de um grande jardim nas traseiras. Tem também uma entrada directa para o interior da igreja, facilitando deste modo o acesso aos futuros frequentadores do lar.

Associação de Caçadores de Aldeia de Santa Margarida

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No edifício da Junta de Freguesia, em dias específicos, funcionam ainda o centro de saúde e posto médico. Serve igualmente de posto dos correios e local de ensaio do Grupo de Cantares de Aldeia de Santa Margarida.

Zona de Caça Associativa de Aldeia de Santa Margarida

É também aqui que se reúne a Associação de Caçadores de Aldeia de Santa Margarida, criada em Maio de 1998 e que conta, actualmente, com cerca de meia centena de associados, todos naturais ou residentes na aldeia.

A 24 de Agosto de 1999, com a portaria n.º 708/99, o Governo português, através do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, criou a zona de caça associativa de Aldeia de Santa Margarida (processo n.º 2182 da Direcção-Geral das Florestas), concessionando a mesma zona à Associação de Caçadores de Aldeia de Santa Margarida por um período de seis anos. Nessa altura, a zona de caça englobava uma área de 1158,56 hectares, abrangendo os municípios de Idanha-a-Nova e Penamacor.

Mais tarde, através da portaria n.º 868/2005 de 21 de Setembro de 2005, o mesmo ministério autorizou a renovação da concessão solicitada pela Associação e, simultaneamente, procedeu à anexação de outros prédios rústicos. A renovação foi autorizada por um período de doze anos, passando a zona de caça a englobar uma área de 1425 hectares, nos municípios de Idanha-a-Nova e Penamacor.

As principais espécies de caça existentes na freguesia, e no concelho idanhense, são o coelho-bravo, o pombo-torcaz, a rola, a codorniz, a lebre, a perdiz, o tordo e o javali.

A Associação tem como principais objectivos, além da caça organizada, o ordenamento das espécies cinegéticas, o controlo de predadores e a manutenção de terrenos pertencentes à zona de caça e que é devidamente fiscalizada por um guarda florestal. Tem ainda a responsabilidade de inventariar as espécies e detectar os incêndios nos terrenos da zona de caça associativa.

Grupo de Cantares de Aldeia de Santa Margarida

Festival de Música Tradicional

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Em Aldeia de Santa Margarida existe um grupo de cantares, composto maioritariamente por mulheres, que procura recolher, promover e preservar o património cultural de Aldeia de Santa Margarida e do concelho de Idanha-a-Nova. Têm como principais instrumentos musicais a viola, bandolim e o adufe, o instrumento mais típico desta região de Portugal.

O Grupo de Cantares de Aldeia de Santa Margarida, criado por escritura a 13 de Julho de 2006, tem actuado em diversos festivais de música tradicional organizados por ranchos folclóricos da Beira Baixa, e não só, envergando os antigos trajes típicos da aldeia e da região. O grupo tem sido também convidado para animar várias festas organizadas por outras associações culturais e recreativas da região, bem como feiras e festivais organizados, sobretudo, pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e de Penamacor. Além, claro, da habitual actuação anual nas festas de Verão de Aldeia de Santa Margarida.

O Grupo de Cantares foi fundado em 1998, e, anualmente, no início do mês de Junho, promove o Festival de Música Tradicional de Aldeia de Santa Margarida, organizado pela primeira vez em 2005. Já no início do ano de 2007 lançou o seu primeiro trabalho discográfico, que foi baptizado com o nome do grupo e no qual foram compilados alguns dos seus cantares mais habituais e mais conhecidos da região da Beira Baixa e, sobretudo, do concelho de Idanha-a-Nova.

Grupo de Bombos "Os Tapori a Bombar"

O grupo de bombos de Aldeia de Santa Margarida, "Os Tapori a Bombar", foi criado em Outubro de 2008 e é composto por 12 elementos. A primeira aparição pública do Grupo de Bombos Os Tapori a Bombar ocorreu a 25 de Outubro de 2008. Este grupo foi, de certo modo, impulsionado pelo grupo do Paul "Tok'Avakalhar", uma vez que foi a partir da sua actuação em Aldeia de Santa Margarida que se começou a formar. Além disso foi também junto daquele grupo que "Os Tapori a Bombar" adquiriram a maioria dos instrumentos.

O nome escolhido é inspirado no nome de uma antiga tribo Lusitana, os Tapori.

Entre os instrumentos contam-se 6 bombos, 5 caixas e um pífaro. No final de 2009 foi adquirida uma gaita-de-foles transmontana.

"Os Tapori a Bombar" dão ainda formação a cinco crianças.

A 3 de Julho de 2010 realizam o I Encontro de Bombos de Aldeia de Santa Margarida.

União Desportiva de Aldeia de Santa Margarida

Em 30 de Maio de 1980 foi constituída a Associação Cultural e Desportiva de Aldeia de Santa Margarida (ACDASM), que tinha por como principais objectivos a promoção cultural, desportiva e recreativa dos seus associados, bem como da população local. A ACDASM fomentou sobretudo o atletismo, o cicloturismo, o ténis, o tiro ao prato, o futebol de 11 e o futebol de 5.

Sob a égide desta colectividade foi inaugurado a 30 de Julho de 1983 o Campo de Jogos António Vaz Sarafana. Este espaço, para além de campo de futebol, serve ainda de recinto das festas que se realizam no Verão, no fim-de-semana mais próximo do dia 15 de Agosto.

O recinto conta ainda com um ringue de futebol de 5, inaugurado a 28 de Abril de 1985. O campo de jogos está ainda equipado com uma estrutura de bar, um grelhador, casas-de-banho e um parque infantil. No espaço anexo ao campo foi também construído o salão multi-usos, que dispõe de uma cozinha, forno e um pequeno bar de apoio.

Efectuam-se aqui algumas das pequenas festas, também conhecidas por ramos, que se realizam na freguesia ao longo do ano, em períodos muito específicos, como o Natal, a Passagem de Ano ou o Carnaval. Festividades que são aproveitadas pelas comissões de festas, responsável pela festa de Verão, para efectuar um peditório para ajudar a pagar as festividades.

Em 1997 os dirigentes da Associação Cultural e Desportiva de Aldeia de Santa Margarida resolveram, por questões organizacionais, criar uma nova entidade, denominada União Desportiva de Aldeia de Santa Margarida. Esta colectividade, embora tenham mantido os mesmos objectivos da anterior e haja cumprido todas as formalidades para funcionar legalmente, não tem registado, até ao momento, qualquer actividade.

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Mão D'Arte

No seguimento de alguns cursos de bordados ministrados na aldeia, foi constituída, por algumas ex-formandas, uma cooperativa, a Mão D'Arte, com o objectivo de produzir e comercializar produtos artesanais.

A cooperativa de artesanato registou sempre uma reduzida actividade e, em 2007, acabou por ser dissolvida.

Pirotecnia Beirense

No lugar da Fonte Nova funciona, desde 1875, uma oficina de pirotecnia que, desde essa altura, tem sido dirigida pela família Robalo. Os conhecimentos nesta arte dos foguetes e balões de ar têm sido transmitidos na família, de geração para geração, até à actualidade. Uma fábrica que contribuiu para que Aldeia de Santa Margarida seja conhecida como a terra dos fogueteiros. A Pirotecnia Beirense, cujo actual gerente é o senhor José Robalo, também proprietário de um dos cafés da aldeia, é conhecida em quase todo o país e Ilhas, tendo já sido distinguido, ao longo dos anos, com vários prémios.

Equipamentos educativos

Escola Primária de Aldeia de Santa Margarida

A freguesia dispõe igualmente de um infantário e de uma escola do primeiro ciclo do ensino básico. O edifício foi inaugurado em 1935 e, na altura, representou um importante melhoramento para a freguesia que desde 1925 tinha encerrado a anterior escola primária da povoação.

Ao longo dos anos, nomeadamente entre a década de 50 e 70 do século passado, o elevado número de crianças então existentes nesta aldeia obrigou mesmo ao recurso a um espaço anexo, provisório, que serviu igualmente de sala de aulas.

No entanto, com o decréscimo de população na freguesia, e consequentemente com a redução da taxa de natalidade, ao abrigo de um programa elaborado pelo Ministério da Educação português, o estabelecimento de ensino foi encerrado oficialmente no final do ano lectivo de 2006/2007, devido ao baixo número de alunos existentes nesta localidade no ensino primário.

A escola manteve-se aberta ainda durante dois anos, mas acabou por encerrar portas, em definitivo, no final do ano lectivo de 2008/2009.

Casa Diocesana

Solar Megre, Casa Grande ou Casa das Freiras.

No largo da Igreja Matriz está edificada o Solar Megre, actual Casa Diocesana, que possui uma enorme quinta, nas traseiras do edifício.

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O Solar Megre, também conhecido por Casa Grande ou Casa das Freiras, foi construído nos princípios do século XIX, pertenceu inicialmente à família Godinho Boavida, sendo mais tarde adquirida pelo Dr. Domingos Megre. Nos anos 50/60 do século XX foi doado pela família Megre à Diocese de Portalegre-Castelo Branco e albergou, durante muitos anos, as irmãs da congregação das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, que prestava diversos serviços à comunidade e várias actividades de apostolado, entre as quais cursos de cristandade, cursos de catequese, cursos de noivos, retiros e encontros de casais.

O solar possui ainda uma grande quinta, onde eram criados porcos, vacas, ovelhas, galinhas e cavalos, além de diversas culturas agrícolas que serviam, sobretudo, para abastecer a cozinha da congregação diocesana.

Mais tarde, e depois de as Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus terem abandonado esta freguesia beirã, a Casa Grande foi ocupada pela Le Patriarche - Association Lucien J. Engelmajer, uma associação francesa de recuperação de toxicodependentes. Também aqui a quinta tinha um papel importante não só na criação de animais e bens para alimentação, como também para actividades dos internados. A associação permaneceu na aldeia até meados da década de 1990. Actualmente o edifício está desocupado e a diocese colocou-o à venda.

Ponte da Ribeira de Ceife

Data da inauguração da Ponte sobre a Ribeira de Ceife

À saída de Aldeia de Santa Margarida, na estrada que vai para a Mata da Rainha e para as Martianas, existe uma ponte sobre a Ribeira de Ceife. A meio da ponte existe uma pedra, do lado direito de quem vem das Martianas para Aldeia, com a indicação da data de inauguração da ponte. A pedra não é difícil de encontrar e tem várias inscrições, algumas mais legíveis do que outras. Infelizmente o estado de conservação não é o melhor, pelo menos no que diz respeito às inscrições que lá se encontram.

Daquilo que é dado a perceber, a placa indica que a ponte foi inaugurada a 17 de Março de 1938. Contudo, o ano não parece muito perceptível. De qualquer modo, o que parece lá estar inscrito é o seguinte:

OBRAS PÚBLICAS

MELHORAMENTOS

RURAIS

PONTE INAUGURADA EM 17 DE MARÇO

DE 1938 SENDO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

S.E. GENERAL OSCAR F. CARMONA

PRESIDENTE DO MINISTÉRIO

DOUTOR OLIVEIRA SALAZAR

MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS

ENGENHEIRO DUARTE PACHECO

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Parece haver aqui algumas incongruências pois, de acordo com a bibliografia disponível, em Março de 1938 Duarte Pacheco ainda não voltara a ser ministro das Obras Públicas. Só o seria, novamente, a partir de Maio desse ano.

Lendas

Campanário da Igreja Matriz.

Lenda do Sino

Reza a história que um certo dia, quando se lavravam as terras no lugar chamado de Sesmarias, terá o bico do arado tocado num objecto, que após ter sido desenterrado se revelou ser um sino. Contudo, e como este lugar ficava entre São Miguel D’Acha e Aldeia de Santa Margarida, ambas as povoações defendiam a posse sobre este curioso achado. Após longa discussão e sem um entendimento, as duas populações chegaram a uma solução: sairiam dali, chegariam às suas aldeias e voltariam de novo àquele lugar. Quem chegasse primeiro teria direito ao sino. Os de Aldeia de Santa Margarida foram os vencedores e ficaram com o sino que, segundo a lenda, ainda hoje está no campanário e que data de 1795.

Figueira dos Medos

Contam os mais antigos que, na Aldeia de Santa Margarida, há um lugar chamado Figueira dos Medos, também conhecido por Espojadores. Um local situado numa encruzilhada de quatro caminhos. Aqui, conta a lenda, sempre que se verificava uma noite de Lua Cheia, os lobisomens existentes na freguesia juntavam-se para se transformarem.

Barroco das Campainhas

A caminho das poldras da ribeira de Ceife, existe uma grande rocha de granito, que encanta os novos visitantes da aldeia, pela sua beleza, tamanho e forma. Os habitantes da aldeia aproveitam então para brincar com o visitante (se tiverem confiança com a pessoa) dizendo-lhe que naquele barroco se ouvem campainhas. Perante as dúvidas da outra pessoa é lançado o desafio de encostar a cabeça à pedra de modo a conseguir ouvir tão inesperado sim. Nesse instante, mal o inexperiente visitante aproxima a cabeça do barroco, o amigo aldeão empurra-lhe a cabeça contra a pedra e a outra pessoa, com a dor, ouve mesmo campainhas!

Feiras e mercados

Realizam-se na Aldeia de Santa Margarida duas feiras anuais. Uma a 3 de Agosto e outra a 8 de Dezembro. Ao longo do restante ano realiza-se o habitual mercado mensal, no último sábado de cada mês.

Tanto a feira como o mercado realizam-se no Largo de Santo António, situado junto à Capela de Santo António.

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Sítios e lugares

Fonte Nova

Atafona Badaneiras Barracão Barros Bica Cabanal Castanheiros Figueira dos Medos Fonte Nova Freixal Granja Grasiela Gravelha Lajola Mendes Moinhos Montes Paiol Pinheira Poço das casinhas Poldras da Ribeira Sesmarias Sumos Talefe Taliscas Terço Vale Mescavide Vale de Santa Catarina

Personalidades

Francisco António Cândido: Cónego português que durante muitos anos participou nas missões em África. Faleceu, segundo consta, na década de 1960 e foi sepultado juntamente com o seu irmão, António Francisco Cândido, no cemitério de Aldeia de Santa Margarida.

Francisco Marcelo Curto: Escritor,[34] advogado e político português ligado à fundação do Partido Socialista (PS), foi deputado na Assembleia da República entre 1975 e 1987. Pertenceu ainda ao I Governo Constitucional, primeiro como secretário de Estado do Trabalho e ocupando de seguida o cargo de ministro do Trabalho, substituindo António Maldonado Gonelha.

Francisco Rolão Preto: Foi um dos fundadores do Integralismo Lusitano e líder do Movimento Nacional-Sindicalista. Devido às duras críticas tecidas ao regime de Salazar, foi exilado por diversas vezes, uma das quais em Aldeia de Santa Margarida.[35]

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Contactos úteis

Junta de Freguesia: 277 313 545

Centro de Saúde: 277 313 293

Centro de Dia: 277 313 122

Paróquia: 277 937 200

Liga dos Amigos de ASM: 277 107 416 ou 931 117 116 (João Camejo, presidente)

Associação de Caçadores de ASM: 964 555 898 (José Francisco Prudente)

Grupo de Cantares de ASM: 965 464 190 (Zélia Curto) ou 277 313 545 (Tlf. da Junta de Freguesia)

Os Tapori a Bombar - Grupo de Bombos de ASM: 919 820 154 (Samuel Pereira), 964 148 017 (Ricardo Barroso) ou [email protected]

Pirotécnica Beirense: 277 313 478 ou 962 935 544

GNR de Idanha-a-Nova: 277 202 128