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ALCOOLISMO: ESSE MAL TEM SOLUÇÃO?

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ALCOOLISMO: ESSE MAL TEM SOLUÇÃO?

SUMÁRIO

01. Alcoolismo: qual o limite para a dependência? 302. Como tratar a dependência química? 703. 7 maneiras infalíveis para combater o alcoolismo 12

ALCOOLISMO: QUAL O LIMITE PARA A DEPENDÊNCIA?01

IntroduçãoO consumo excessivo e regular de bebi-das alcoólicas torna-se responsável pela dependência, apresentando o alcoolis-mo, uma doença progressiva e crônica que prejudica o sistema orgânico e as funções cerebrais.

A dependência de bebidas alcoólicas acontece como qualquer outro tipo de dependência, como de drogas ou de outras substâncias psicotrópicas. Uma pessoa que começa experimentando a bebida, pode continuar bebendo de for-ma pontual, passando ao consumo re-gular e desenvolvendo a dependência.

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De forma geral, são poucas as pessoas que assumem de fato ser dependentes de bebi-das alcoólicas nas primeiras fases da doença, pensando que não estão usando bebida em excesso. No entanto, com o passar do tem-po e com a frequência, o usuário social pode se tornar um dependente, prejudicando sua saúde e sua vida.

O que está estabelecido mundialmente como dependência de bebidas alcoólicas permite de-finir a quantidade de consumo de álcool que se torna um vício.

Mesmo que as bebidas apresentem diferentes graduações de álcool, os copos normalmente usados para os diferentes tipos de bebidas contém praticamente a mesma quantidade da substância, correspondente a uma unida-de de bebida padrão, entre 10 a 12 gramas de álcool puro.

Diante disso, é possível estabelecer uma quanti-ficação através das unidades de bebidas ingeri-das, levando a um cálculo do total de álcool con-sumido regularmente.

Poucas pessoas conseguem identificar por si mesmas que se tornaram dependentes de álcool

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Como medir a quantidade de bebidas alcoólicasUma pessoa que está acostumada a ingerir todos os dias mais de duas latas de cerveja ou de duas doses de destilado, está tomando quantidade de bebida acima do recomendado pela OMS – Orga-nização Mundial de Saúde, gerando danos ao seu organismo.

Segundo os especialistas, uma pessoa saudável pode consumir 30 gramas de álcool diariamente, no máximo. Desta forma, a quantidade equivale a três copos de chope ou menos de duas latas de cerveja, ou, ainda, uma dose de uísque ou de cachaça.

Os especialistas também alertam que acima dessa quantidade de bebidas alcoólicas, o usuário está prejudicando a saúde do fígado e do coração. Enquanto doses menores de álcool podem reduzir o risco de infartos, já que o álcool não deixa as placas de gordura se grudarem nas paredes das arté-rias, maior quantidade traz prejuízos principalmente ao fígado.

O vinho é uma bebida recomendada, pois possui flavonoides, uma substância que aumenta a concentração de HDL, o bom colesterol, mas não se deve ultrapassar um cálice por dia.

Além da recomendação da OMS, vale sempre o bom senso de cada um na hora de fazer uso de bebidas alcoólicas. Para algumas pessoas, por exemplo, basta uma pequena quantidade para atingirem embriaguez. Já em casos como a gravidez, uma dose de álcool é o suficiente para intoxicar o feto.

É BOM SABER!

O VÍCIO EM BEBIDAS ALCOÓLICAS 02

Uma pessoa não precisa consumir bebi-das alcoólicas todos os dias para ser um dependente. O alcoolismo é influencia-do também por fatores genéticos e so-cioambientais, chegando a atingir 10% da população mundial.

A definição de alcoólico não deve se relacionar à quantidade de bebidas al-coólicas consumidas ou de suas conse-quências, como deixar a pessoa bêbada. Uma pessoa que não consegue passar um dia sem beber, mesmo que seja uma pequena quantidade, pode ser conside-rada como dependente.

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Um dependente de bebidas alcoólicas corre o risco de desenvolver diversos tipos de câncer, úlcera gástrica, doenças cardiovasculares, danos no cérebro e pode ser levada a consequência sociais graves, como provocar acidentes de trânsito, desestruturar sua vida familiar e profissional.

O consumo de bebidas alcoólicas deve ser combatido com eficácia através da conscientização e da legislação. Um dependente alcoólico é extremamente prejudicial não apenas a si mesmo, como à sociedade de uma forma geral.

A determinação entre o limite do beber socialmente e o uso nocivo e abusivo de bebidas alcoólicas é muito difícil, já que são limites muito tênues e próximos, variando de pessoa para pessoa e de uma cultura para outra.

As pesquisas indicam que, na população mundial, pelo menos 10% das mulheres e 20% dos homens fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas. Entre esse percentual, pelo menos a metade apresenta problemas de sín-drome de dependência.

Além disso, os números mostram que o uso de bebidas alcoólicas está re-lacionado a metade dos casos de acidentes fatais de trânsito, metade dos homicídios e um quarto dos suicídios. Uma pessoa dependente de álcool se torna ainda portadora de doenças mentais, como síndrome do pânico, transtornos de ansiedade e depressão.

TENHA EM MENTE1. Bebidas alcoólicas

são substâncias psicoativas, ou seja, seu uso abusivo gera dependência.

2. Metade das pessoas que fazem uso excessivo do álcool se tornam dependentes.

3. O alcoolismo é um precursor não somente de doenças mentais como síndrome do pânico e depressão, mas também de doenças cardiovasculares, câncer, danos no cérebro etc.

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Na busca de melhor entender os problemas provocados pelas bebidas alcoólicas, os espe-cialistas consideram importante conhecer algu-mas definições:

1. Intoxicação aguda de bebidas alcoólicasA intoxicação aguda é uma condição que aconte-ce depois da ingestão de excesso de bebidas al-coólicas, sendo conhecida como embriaguez ou bebedeira. O grau de intoxicação vai depender do tipo e da quantidade de bebida, da condição física do dependente, da rapidez na ingestão e se a pessoa está ou não em jejum. As alterações no comportamento estão relacionadas aos ní-veis de álcool no sangue, que pode ser medido pelo bafômetro.

2. Uso abusivo ou nocivo de álcoolO uso abusivo ou nocivo está relacionado à in-gestão de bebidas alcoólicas que possa provocar algum tipo de prejuízo ao dependente, podendo ser mental, físico, familiar, social ou profissional.

O excesso de bebida alcoólica no organismo pode levar o indivíduo à morte.

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3. Síndrome da dependência de bebidas alcoólicasNessa situação extrema, as bebidas alcoólicas se tornam a prioridade para o dependente, que abandona todas as suas atividades para satisfazer a dependência.

A síndrome de dependência é um desejo incon-trolável de consumir bebidas, fazendo a pessoa perder o controle sobre o consumo, bebendo de forma exagerada e com frequência.

Ao reduzir ou interromper o consumo de bebidas alcoólicas, o dependente apresenta sintomas físicos e psíquicos em razão da falta de álcool, com tremores, sudorese, aumento da pulsação car-díaca, insônia, náuseas, agitação e ansiedade, podendo levar a quadros de convulsões e ao delirium tremens, tendo alucinações, com visões de bichos andando pelo corpo ou pelas paredes.

O consumo exagerado e contínuo de bebidas alcoólicas desenvolve a tolerância, havendo necessi-dade de consumir doses maiores para conseguir os mesmos efeitos, havendo também abandono de interesses, tornando a vida cada vez mais concentrada na bebida.

Uma pessoa dependente se torna interessada apenas em buscar consumir mais bebidas alcoólicas para recuperar os efeitos do alcoolismo no organismo, apresentando claramente condições de pre-juízo físico e psicológico, exigindo tratamento especializado.

A abstinência, a compulsão para o consu-mo, a necessidade de doses maiores e o aumento na frequência de consumo de be-bidas alcoólicas são alguns dos sintomas de síndrome da dependência do álcool. A pessoa que apresenta esses sintomas deve procurar imediatamente ajuda médica.

É BOM SABER!

03 7 MANEIRAS INFALÍVEIS PARA COMBATER O ALCOOLISMO

O mecanismo que leva uma pessoa ao alcoolismo ainda não é suficientemente claro para os médicos.

Em algumas pessoas, o consumo de ál-cool não leva ao vício, enquanto que, em outras, depois de poucos contatos com bebidas alcoólicas, cria-se uma depen-dência, impedindo a pessoa de controlar sua própria vontade e fazendo com que precise da bebida quase todos os dias.

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O tratamento do alcoolismo deve ser acompanhado por profissionais de saúde, que possam con-duzir o dependente a reduzir e eliminar o consumo de bebidas de forma progressiva. Para que se comece o tratamento, contudo, é necessário que o dependente reconheça essa situação, conscien-tizando-se de que o alcoolismo se tornou uma doença que precisa ser curada.

Para controlar os impulsos de abandonar a bebida, o alcoólatra precisa de uma boa dose de vonta-de e determinação, pensando apenas em seu objetivo e não desistindo nunca. No caso de recaída, poderá ser levado a abandonar a tentativa de recuperação e a desistência pode tornar ainda mais difícil a retomada do tratamento.

Depois de dar o primeiro passo para se livrar do alcoolismo, o indivíduo deve conversar com fa-miliares e amigos, sem preconceitos, assumindo sua dependência e a necessidade de se livrar do vício. Essa é uma situação que vai trazer apenas benefícios, já que os amigos e os familiares, nor-malmente, são as pessoas que mais se importam com o sucesso de um tratamento.

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Para se livrar do alcoolismo, o dependente de álcool precisa do apoio de pessoas próximas, já que vai precisar de ajuda em muitos momentos e nada melhor do que a família para oferecer o apoio.

Evidentemente existem diversos níveis para o alcoolismo e uma pessoa não precisa chegar ao cúmu-lo para buscar um tratamento. Existem alguns níveis em que o tratamento pode ser mais doloroso, com sérias crises de abstinência, trazendo sérios problemas para o indivíduo que precisa se curar.

Contudo, diante dos avanços da medicina, com a implementação de comunidades para o trata-mento, com acompanhamento psicológico adequado, o dependente de álcool pode se livrar mais facilmente do alcoolismo e recuperar os benefícios da sobriedade.

Manter-se longe do vício do álcool oferece mais saúde, menos possibilidades de doenças, redução dos problemas no fígado e uma vida social mais integrada, ou seja, o paciente devidamente tratado pode ocupar o seu lugar novamente na vida e na sociedade.

Para diferentes níveis de alcoolismo, existem diversas formas de tratamento. Neste e-book, vamos tratar das formas mais simples, quando a própria pessoa se conscientiza de sua necessidade de deixar o álcool:

1. Converse com um médico para deixar o alcoolismoAo querer deixar o alcoolismo, a pessoa deve ter em mente que a abstinência é um período bastan-te difícil para ser percorrido sozinho. Portanto, o ideal é procurar um médico e aconselhar-se para evitar sintomas como ataques de pânico, ansiedade grave, batimentos cardíacos irregulares ou tremores. Esses sintomas podem evoluir para casos de delirium tremens, que pode ser realmente grave se não for tratado.

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Para escapar do alcoolismo é preciso ter consci-ência de que não é um processo individual. O al-coólatra está carregando um grande peso e deve ter noção de que as pessoas mais próximas que-rem ajuda-lo. De forma geral, no entanto, torna-se mais fácil com a ajuda de um médico.

Para tratar o alcoolismo, normalmente os mé-dicos indicam alguns medicamentos, aplicados para reduzir a ansiedade e controlar o pânico. São medicamentos seguros e não apresentam reações graves, mesmo em caso de overdose.

2. Mudança de atitude com relação ao alcoolismoO dependente de álcool deve também mudar sua atitude com relação ao alcoolismo, lem-brando que não está sendo forçado a desistir de algo que possa lhe fazer bem. Pelo contrá-rio, deve pensar que está se livrando de um potencial inimigo. Esse ângulo de visão pode-rá tornar mais fácil abandonar o vício, uma vez que, certamente, ele irá sentir necessidade ain-da por muito tempo.

É importante falar e ouvir experiencias de pessoas que enfrentam os mesmos problemas para ter forças para lutar contra o alcoolismo.

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3. Defina uma data para abandonar o alcoolismoO dependente alcoólico deve escolher uma data definitiva para deixar o alcoolismo. Se estiver num estágio mais avançado, deve começar a beber menos, reduzindo aos poucos, para não ter maiores problemas com os sintomas de abstinência. Caso tenha alguma dúvida sobre isso, deve conversar com um médico, que poderá ajudar no planejamento para deixar de beber definitivamente.

4. Elimine todas as bebidas de sua residênciaPara abandonar de vez o alcoolismo, o dependente deve se livrar de toda e qualquer bebida alcoó-lica em sua própria casa, sem se preocupar que seja necessário oferecer uma cerveja ou um vinho aos convidados. Se está querendo abandonar o álcool, pode oferecer aos amigos refrigerantes ou outras bebidas não alcoólicas, mesmo tendo de se colocar como um dependente em recuperação.

5. Prestando atenção às próprias emoçõesO abandono do alcoolismo não é nada fácil. É um processo bastante complicado. O dependente deve prestar atenção em todas as suas emoções e, se for necessário, dar vazão a elas, sem qual-quer medo ou receio, ou seja, se sentir vontade de chorar, deve chorar.

6. Evitar locais de consumo de bebidasEnquanto não sentir a confiança necessária para deixar de vez o alcoolismo, o dependente em tratamento deve evitar situações que lhe deixem com vontade de beber. Não frequentar os bares

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que costumava frequentar, deixar de lado pessoas com quem costumava beber e não frequentar ambientes que sejam mais tentadores é a melhor coisa a fazer.

Além disso, é bom evitar qualquer coisa se não se sentir preparado para não beber. Por exemplo, se costuma viajar em férias para locais onde costumava beber, evite a viagem. Se um jantar significa receber convite para um drinque, não vá ao jantar. Proteger a própria sobriedade é o mais impor-tante durante a recuperação

7. Não é necessário explicar a decisão aos outrosA decisão de abandonar o alcoolismo é do próprio dependente e não interessa a pessoas alheias. Assim, não é preciso explicar sempre sua decisão. É preciso entender que a maior parte das pesso-as não é alcoólatra, bebendo por puro prazer e na quantidade adequada.

Para um dependente, contudo, a situação é diferente: o alcoolismo é uma doença que precisa ser tratada e levada a sério. O alcoolismo é uma doença que não tem cura.