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III WORKSHOP CATARINENSE DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA II ENCONTRO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM PATRIMÔNIO CULTURAL ALGUNS PROBLEMAS DAS IG ALBERTO RIBEIRO DE ALMEIDA, Ph.D. Joinville (SC), Brasil 7 e 8 de agosto de 2014

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Apresentação utilizada pelo Prof. Dr. Alberto Francisco Ribeiro de Almeida, da Faculdade de Direito da Universidade Lusíada do Porto no III Workshop Catarinense de Indicação Geográfica e II Encontro Internacional Interdisciplinar em Patrimônio Cultural, realizados nos dias 7 e 8/8/2014 no Anfiteatro da Biblioteca Central da UNIVILLE, em Joinville.

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Page 1: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

III WORKSHOP CATARINENSE DE

INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

II ENCONTRO INTERNACIONAL

INTERDISCIPLINAR EM

PATRIMÔNIO CULTURAL

ALGUNS PROBLEMAS DAS IG

ALBERTO RIBEIRO DE ALMEIDA, Ph.D.

Joinville (SC), Brasil

7 e 8 de agosto de 2014

Page 2: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

SÍMBOLOS

Page 3: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

Page 4: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

INTRODUÇÃO

Indicações geográficas

Quem pode usar uma indicação geográfica

Funções jurídicas das indicações geográficas

Natureza jurídica e suas consequências

Organismo de controlo

Modelo público e modelo privado

Modelos de controlo em Portugal

A denominação de origem protegida (DOP) Porto

Page 5: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

União Europeia e o Brasil – breve comparação

Denominações de origem e indicações geográficas

• Sinais distintivos do comércio

• Origem geográfica

• Função de garantia de qualidade

• Instrumentos de concorrência

• Interesses colaterais

• Propriedade comunal

Quem pode usar uma IG?

Porquê a necessidade de um organismo de controlo?

Page 6: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

NATUREZA JURÍDICA

Propriedade comunal de tipo germânico

Propriedade comunal

Interesses da comunidade

Direito indivisível de uso independente

Quem pode solicitar o registo?

Titularidade do registo e titularidade do direito

Titularidade do direito e exercício do direito

Consequências jurídicas desta qualificação

Alguns problemas jurídicos

Títulos europeus de propriedade industrial

Page 7: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

PRINCIPAIS PRINCÍPIOS A

OBSERVAR NO CONTROLO

Controlo dos produtos com denominação de origem

ou indicação geográfica

Verificação da conformidade com o caderno de

especificações

Caderno de especificações

Organismo de controlo

Uma exigência de confiança

Condiciona-se o exercício de um direito subjetivo

Princípio da objetividade

Princípio da imparcialidade e da independência

Page 8: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

MODELOS PÚBLICOS E

PRIVADOS

Que caminho seguir?

Modelo monopolístico:

• Executado por uma entidade pública ou

• Entidade privada

Liberalização (controlo do controlo).

Mercado livre de organismos de controlo:

• Livre concorrência na prestação dos

serviços

• Acreditação

Page 9: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

UNIÃO EUROPEIA

A União Europeia permite esquemas públicos e privados

Painel da OMC (2005)

• Participação governamental

Regulamento (UE) N.º 1308/2013

Regulamento (UE) N.º 1151/2012

Evolução de um modelo monopolístico para um modelo de concorrência

Experiência norte-americana – ausência de uma necessária participação governamental

Page 10: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

QUEM PODE USAR UMA IG?

Aqueles cujos produtos cumprem com o caderno de

especificações

Origem geográfica

Qualidade, características, etc.

Conformidade com as especificações

Organismo de controlo

O direito pertence a todos os produtores da região demarcada

cujos produtos cumprem com o caderno de especificações e

assim podem usar a IG

Estamos em face de uma contitularidade coletiva (encabeçada pelo

universo dos produtores de uma região) e que compete íntegro a

cada um dos produtores (o exercício do direito por cada um dos

produtores é independente dos outros).

.

Page 11: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

PORTUGAL

Sector do vinho:

Ministério da Agricultura e do Mar:

Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) – Instituto público

Instituto do Vinho da Madeira (IVBAM) – Instituto público

Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) – Instituto público

Comissões Vitivinícolas Regionais (CVR)

Associações de direito privado

Acreditadas pela EN 45011 (nova: ISO/IEC 17065:2012)

Produtos agrícolas e géneros alimentícios:

Entidades de direito privado (mercado livre)

Acreditadas pela EN 45011 (nova norma: ISO/IEC 17065:2012)

Page 12: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

DOP

IGP

DO/DOC

VINHO

REGIONAL

Page 13: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

REGIÃO DEMARCADA DO DOURO

Método da pontuação das parcelas

Factores e pontuação

• Localização -50 to 600

• Altitude -900 to 240

• Inclinação da parcela 1 to101

• Natureza do terreno -400 a 100

• Pedregosidade 0 a 80

• Exposição -30 a 100

• Abrigo 0 a 60

• Produtividade 0 a 120

• Castas -150 a 750

• Compasso 0 a 50

• Armação 0 a 100

• Idade da vinha 0 a 60

Classificação das parcelas:

• A > 1200 pontos

• B 1001 to1200 pontos

• C 801 to1000 pontos

• D 601 to 800 pontos

• E 401 to 600 pontos

• F 201 to 400 pontos

Área total da região 250,000 ha

Área de vinha 44,005 ha

Área de vinha apta a DO 39,254 ha

Área de vinha apta a Porto

(letras A-F) 31,699 ha

Nº de produtores 25,668

Page 14: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

VENDAS PORTO E DOURO 2013

103 euros 10

3 caixas 10

3 euros 10

3 caixas

FRANÇA 80.510 2.497 PORTUGAL 60.146 1.677

PORTUGAL 54.353 1.185 CANADÁ 5.936 159

REINO UNIDO 50.414 1.124 ANGOLA 5.517 153

HOLANDA 42.209 1.262 BRASIL 4.041 125

BÉLGICA 32.594 915 SUÍÇA 3.618 75

EUA 29.665 401 EUA 3.616 92

CANADÁ 15.069 169 ALEMANHA 3.528 89

ALEMANHA 12.402 352 REINO UNIDO 2.124 61

DINAMARCA 7.151 124 FRANÇA 1.877 55

ESPANHA 4.568 121 BÉLGICA 1.583 45

TOTAL 367.607 8.831 TOTAL 101.771 2.802

111 mercados +2,3% -3,7% 87 mercados +12,2% +9,7%

exportação 313.254 7.646 exportação 41.625 1.125

+2,0% -3,8% +12,9% +8,4%

PRINCIPAIS

MERCADOS

DOUROPRINCIPAIS

MERCADOS

PORTO

Page 15: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

INSTITUTO DOS VINHOS DO

DOURO E DO PORTO

Política para a RDD

Proteção

Promoção

Regulação do mercado

Certificação (DOP e IGP)

Controlo (qualidade e quantidade)

• Regulamentos (produção; rotulagem; aguardente; menções tradicionais; qualidade, envelhecimento, métodos de produção, vinificação, engarrafamento, etc.);

• Análises físico-químicas (laboratório acreditado);

• Análises organoléticas (câmara de provadores acreditada);

• Controlos físicos (diariamente);

• Aplicação de coimas (penas criminais aplicadas pelos tribunais).

Page 16: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

INSTITUTO DOS VINHOS DO

DOURO E DO PORTO

• Todos os produtores e comerciantes inscritos.

• Com a declaração de colheita e produção (DCP) é

aberta a conta-corrente.

• Controlo do rendimento por hectare.

• Quantidade mínima em stock.

• Controlo da quantidade e da qualidade.

• Todas as expedições têm de ser comunicadas.

• Análise físico-química e organolética.

• Registo do vinho do Porto por cada categoria(a

Vintage, a Late Bottled Vintage, Colheita, etc.).

• Engarrafamento obrigatório no interior da RDD ou EG.

• Rótulos previamente aprovados.

• Selo de garantia.

Page 17: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

INSTITUTO DOS VINHOS DO

DOURO E DO PORTO

Análises físico-químicas e organoléticas:

Controlo pelo laboratório (acreditado);

Controlo por uma câmara de provadores (acreditada):

Critérios independentes e objetivos.

Manutenção do registo dos vinhos.

Controlo da quantidade e qualidade:

Controlos físicos nas parcelas, centros de vinificação e

armazenamento.

Colheita de amostras quando o vinho está a granel, em

processo de engarrafamento ou no momento da expedição.

Compra de exemplares já colocados no mercado.

Page 18: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

Control / Sampling

Bottling line

& Market

Tasting

EN ISO NP 1702

LAB

EN ISO NP 17025

Analysis

Bulletin

Results

Decision

Decoding

Registry data“Contas-correntes”

Samples

Control and

validation

Vine

Rules & Data

& Inspection

Production

Rules & Records

& Inspection

Installations

Rules &

Inspection

data

Archive

Comparisons

Coding

Labling

Rules &

Inspection

Customes

TaxesCertificate QC

Documents

of transport

Register at IVDP

(enterprise)

Fail = STOP

Expedition

Page 19: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

INSTITUTO DOS VINHOS DO

DOURO E DO PORTO

Sistema de garantia de qualidade

Autoridade pública – acreditada pela EN 45011 (nova norma:

ISO/IEC 17065:2012).

Laboratório e câmara de provadores – acreditados pela EN

ISO/IEC NP 17025.

Controlo da vinha e do vinho.

Controlo dos transportes.

Engarrafamento no interior da região demarcada do Douro.

Controlos físicos e penalidades.

Selo de garantia.

Valores: qualidade; saúde pública; origem; lealdade; proteção do

consumidor.

.

Page 20: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto
Page 21: Alberto Francisco Ribeiro de Almeida | Universidade Lusíada do Porto

CONCLUSÃO

Funções jurídicas das IG

Propriedade comunal

•Titularidade do direito e exercício do direito

•Controlo

•Evitar os free-riders

Modelos de controlo

•Importante manter um nível elevado de controlo (exigência dos

produtores – manter o prestígio e evitar os free-riders)

•Mercado concorrencial para os organismos de controlo

Exemplo da DOP Porto – controlo rigoroso – prestígio –

proteção nacional, europeia e internacional (global)